sexta-feira, setembro 23, 2011

Mais do que um ecossistema, um ecossistema que suporta uma tribo

"Like any serious running store, the wall of shoe options hits you like a two-ton truck. You can either rely on your tried and true brand or seek advice from running-world experts.
...
Road Runner Sports turned a product sale into a high-value experience that made us happy we found the store."
.
Batoteiros!!!
.
Os que continuam a vender produtos, concentram-se nos custos, têm de ter pessoal mais barato, têm de ter maior rotação da mercadoria, ... quanto mais vão por essa via, mais se distanciam da do valor. Opções.
.
"First, think of yourself as a services business. You must think beyond your current product, which typically boxes you into too narrow a business concept. Road Runner isn’t selling shoes; it’s selling a service that provides confidence in your selection. (Moi ici: Quando vou ao Tavares não vou comprar sapatilhas, isso há, literalmente aos montes nas Sport Zones e Decathlons, vou à procura de conselho e informação para suportar a minha compra... mas não é por causa da compra, é por causa da experiência que quero sentir após a compra, durante a utilização)
.
Second, invite customers to co-create with you in order to generate the user experiences they want. Nick invested 15 minutes in the assessment. P&G increasingly relies on customers for product ideas. Fed Ex informs customers of exactly where their shipments are thanks to data they enter into the Fed Ex system.
.
Third, turn your solutions into platforms that others build on. (Moi ici: Apostar na balanced-centricity, criar um ecossistema que se desenvolve sinergisticamente. Em vez de rapinar um fornecedor, ajudá-lo a crescer. Convidar parceiros a tirar partido de algo que pode ser útil para todos) Apple invited software developers to create applications for its iTunes store, allowing its customers to personalize their devices while giving Apple an attractive incremental revenue stream. Amazon allows small retailers and self-published authors to use its platforms to reach Amazon customers. In Chesbrough’s words,
“No single person or company can hope to compete with this explosion of potential offerings by relying on their own internal knowledge.” Your aim should be to create “a business ecosystem in which many parties vie for the attention of customers, who in turn benefit from more variety and more specific alternatives for them to consider.”
 Finally, redefine your business models around open-innovation platforms. At present, Road Runner Sports’ business model is selling shoes and gear with just one value-added service created through the platform. What if this platform also included outside trainers who would add custom training regimens designed for specific kinds of runners characterized in some way by the Road Runner Sports platform? Nutrition specialists could add advice for different kinds of bodies on different types of training runs and races. Could Road Runner Sports license its platform to specialty running stores in communities where the company has no intention of locating a store? What if the platform created a custom insert in conjunction with local chiropractors linked to the Road Runner Sports community through the platform? Chesbrough is advocating this type of innovation.
.
In moving from the Industrial Age to the Internet Age, we transitioned from a world of protected, hard-to-access knowledge to ubiquitous knowledge. Think of solution platforms in an open-innovation world as magnets. How can yours draw others into working seamlessly with you to benefit your customers? As the magnet, you’ll gain insights into customers’ tacit knowledge. Chesbrough claims this knowledge will create a stronger, harder to copy business model. Road Runner Sports customers might even reveal where the best runs are for different kinds of runners and training needs. As running newcomers to San Diego, we’d really value that! (Moi ici: Mais do que um ecossistema, um ecossistema que suporta uma tribo)

Trechos retirados de "More than running shoes – a business model innovation Best Buy should model" da sempre interessante Mary Kay Plantes

Destaque

"O PCP é um partido estatizante.
.
Os outros, sobretudo o PS  e o PSD, são partidos estatizados"
.
Afirmação certeira ouvida ontem da boca de Rui Moreira

quinta-feira, setembro 22, 2011

Recordar Lawrence... nada está escrito (parte VI)

Na parte I escrevi:
.

"de 10 Agosto para cá mudei de opinião "e apesar de ter escrito aqui que estava apreensivo quanto às exportações no 2º semestre "O mais certo é que tudo isto se desmorone quando a recessão voltar ao mercado de destino das exportações." começo a desconfiar que a recessão na Europa pode ter um lado positivo para as PMEs portuguesas porque os importadores europeus vão preferir comprar menos e perto, do que contentores cheios pagos à cabeça com meses de antecedência na Ásia. Vamos ver o que vai dar.""
.
Acabo de ler "Encomendas à indústria portuguesa registam segunda maior subida da Zona Euro":
.
"Portugal destaca-se pela positiva neste relatório do Eurostat, mostrando que as exportações nacionais continuam a aumentar a bom ritmo.
.
Em Julho as encomendas à indústria portuguesa aumentaram 19,6%, o que representa o segundo maior registo entre os 17 países da Zona Euro. Na Estónia as encomendas subiram 24,5% e tendo em conta todos os países da União Europeia, também a Lituânia (24,4%) consegui uma subida mais acentuada que a verificada em Portugal. O crescimento homólogo verificado em Julho em Portugal representa uma forte aceleração face ao verificado em Junho, quando as encomendas à indústria portuguesa aumentaram 9,9%."
.
E isto apesar do Estado sorvedouro socialista ... como seria se não tivéssemos que pagar os desvarios da orgia cainesiana dos últimos 30 anos... conseguem imaginar?!!!
.
Precisamos mesmo da TSU para exportar, está-se mesmo a ver

Jornalismo português: Duuuuuuuuh!

"Desistência do TGV implica a perda de 382 milhões de euros em fundos comunitários"
.
Os mesmos jornalistas que fazem este choradinho, são os mesmos que hoje mesmo, pedem contas aos irresponsáveis que mandaram fazer SCUTs a torto e a direito que agora nos custam cerca de 400 milhões por ano.
.
São assim tão tapados que não conseguem ver as consequências de construir um buraco financeiro futuro só para aproveitar dinheiros da UE?
.
Cúmulo do bilhar amador!!!

Outra previsão sobre o advento de Mongo!!!

Março de 2001:
.
"Marketing managers currently face an explosion of subjectivity. A glance at the business world reveals new solutions developed to offer customised products. Mass customisation is stressed by academicians in different ways. For example, relationship marketing emphasises the role of the relationship between a vendor and its customer, with particular reference to the importance of personal involvement and trust. Reading such phenomena as manifesting an explosion of subjectivity in consumption suggests an enhanced opportunity for applying the experiential view of consumer behaviour. This paper invites marketing managers, as well as marketing and consumer researchers, to recognise the changing environment more proactively and to embrace the increasingly well-established conceptions of the consumption experience more enthusiastically."
.
Trecho retirado do abstract do artigo "On the conceptual link between mass customisation and
experiential consumption: An explosion of subjectivity" de Michela Addis e Morris B. Holbrook, publicado por Journal of Consumer Behaviour Vol. 1, 1, 50-66.
.
Outra previsão sobre o advento de Mongo!!!
.
"mass customisation in the business world will have deep impacts on our view of consumer behaviour, since it increasingly allows customers to ask for new personalised products at a level of individualised tailoring that was never before possible. Along with the emergence of mass customisation, relationship marketing has stressed the relevance to firms of considering customers as valid interlocutors and of involving them more intimately in the production process - again, leading toward increased applicability of the experiential perspective. (Moi ici: Voltamos sempre ao mesmo, que edxperiências procuram e valorizam?)
.
Hence, mass customisation and relationship marketing (with particular reference to the involvement of people and the concept of trust) implicitly recognise the growing importance of subjectivity.We call this trend `an explosion of subjectivity', by which we mean the emerging phenomenon of a more widespread role that individual subjectivity plays in consumption, ie in the consumer's life."
.
Esta é a oportunidade de fugir à tirania da escala, do volume, do preço.
.
Continua.

Estratégia e relacionamento com os clientes

Uma empresa tinha o seu modelo de negócio bem montado. Tudo estava a correr bem, apesar da lentidão portuguesa, a empresa crescia, tinha boas margens e os concorrentes iam caindo como tordos.
.
Enquanto a concorrência usava o preço mais baixo como a proposta de valor, a empresa aprendeu a dar cartas com um negócio assente na representação de marcas topo de gama associados a um superior serviço de customização da solução e do produto.
.
A empresa, independentemente do tipo de cliente e do tipo de produto, tinha um serviço único para todos os clientes, todos mereciam e eram servidos como clientes-premium.
.
Gostam deste último pormenor? Eu também não, contudo, as margens permitiam esta abordagem.
.
No último ano as convulsões económicas do nosso país provocaram um corte no paradigma e originaram uma migração de valor e um acentuar da polarização do mercado: continua-se a vender o produto-premium; desaparece quase por completo a procura do produto-intermédio que migra para o produto mais barato.
.
As margens caem... O que vai fazer a empresa?
.
Fácil!
.
Primeiro: caracterizar os clientes:

  • clarificar muito bem o que é um cliente-alvo do segmento premium;
  • estabelecer que soluções e produtos se enquadram nesse segmento premium;
  • clarificar muito bem o que é um cliente-alvo do segmento low-cost (hard-sell);
  • estabelecer que soluções e produtos se enquadram nesse segmento low-cost (hard-sell);
Segundo: definir para cada segmento os processos:
  • divulgar serviço junto de cliente-alvo;
  • receber e tratar potencial encomenda;
  • apresentar e seguir proposta;
  • customizar e entregar.
Terceiro: definir competências dos intervenientes em cada binómio segmento-processo e preparar as pessoas para a transição.
.
Nem de propósito, isto encaixa com a leitura do capítulo 5 "Creating Competitive Advantage with Relationship Strategies" de "Customer Relationship Management" de Kaj Storbacka e Jarmo Lehtinen.
.
"Since all customers are different, relationships evolve differently. Thus, it is unlikely that all relationships would benefit from being managed in the same way. Most companies, however, manage their relationships using the same process, regardless of whether or not they have grouped their customers according to different criteria.
...
Competitive advantage is a result of relationship strategies that in a superior way support the value creation of customers. Developing competitive advantage therefore includes the differentiation of relationships, i.e applying different processes to different relationships.
...
Providers need to determine the different phases in their customer relationships, the structures needed to manage processes in each phase, and the types of exchanges required by various relationships.
...
To choose a strategy, the provider needs to have a thorough understanding of how the customer creates value in his own processes as well as a clear vision of how provider competence can support customer value creation.
...
The problem in many companies is that all relationships are handled according to the same formula. In other words, companies think in terms of serving their average customers. This type of average customer seldom exists.  (Moi ici: O fantasma estatístico) At its worst, this kind of thinking can lead to a large share of the customer base being served by a process that is too complicated and that customers are not able to appreciate. Conversely, truly valuable relationships are managed by a process which is too simple due to a lack of resources. Relationship strategies can therefore be thought of as tools for allocating resources."
.
E a sua empresa?

"Salvar Osga"

Ontem, no final da reunião numa empresa, operação "Salvar Osga", salvar uma osga que estava perdida e que patinava na cerâmica:
Consegui que entrasse para um saco plástico e deitei-a no jardim exterior.

Especulação

"Autoeuropa abranda ritmo de produção com falta de peças":
.
"O motivo do cancelamento é, uma vez mais, a falta de peças, sendo neste caso dada prioridade ao trabalho a realizar durante a semana."
.
Ontem, passei ao lado da Citroen em Mangualde e também continuava sem laborar (a berma da estrada que é o parque de estacionamento dos carros dos operários estava limpa). 
.
Será que é mesmo falta de peças? Não será antes quebra na procura?

quarta-feira, setembro 21, 2011

O preço é importante... mas não é tudo!

Gosto de estudar o que se passa na grande distribuição porque a vejo como um ratinho de laboratório:
O que lá se passa dá indicações importantes sobre o que se poderá vir a passar, anos depois, noutros sectores de actividade económica.
.
Assim, ando a ler o livro "Inside the mind of the shopper : the science of retailing" de Herb Sorensen. . Ontem, logo no primeiro capítulo, dedicado aos grandes supermercados, encontro:
.
"shoppers group themselves into three basic segments or clusters":
  • "Quick: Short time, small area, slow walk, high-spending speed, very efficient. 
  • Fill-in:Medium time, medium area, slow walk, averagespending speed, modest efficiency. 
  • Stock-up: Long time, large area, fast walk, low-spending speed, lowest efficiency. 
Very few supermarket retailers are aware that half of all shopping trips result in the purchase of five or fewer items (these numbers come from actual transaction logs from every continent except Africa and Antarctica).
This ignorance is a consequence of the justified focus on the economics of the stock-up shopper, and a lack of attention to the behavior of the mass of individual shoppers in the store. This huge cohort of quick trippers is not a different breed of shoppers. They are simply stock-up shoppers on a different mission."
.
(Moi ici: O que acho deveras interessante é esta afirmação que se segue)
.
"When supermarkets failed to respond to the needs of half their shopping trips, others stepped into the vacuum. This led to the creation of the entire convenience store industry and encouraged the growth of competitors with small-store formats. In 2007, for the first time in two decades of expanding superstores, the average size of a grocery store fell slightly. It appears that large retailers are finally waking up to the power of the quick trip.
.
Many of these smaller stores such as Lidl and Aldi attribute their success to their low pricing. But in addition to offering discounts, they have created streamlined stores that reduce navigational and choice angst. Many consumer studies show that pricing is not the primary factor that drives retail. Giving people money to buy things has to be the least creative way of selling something. As with Stew Leonard attributing his success to superior customer service, the success of retailers might not be for the reason they think. In the case of Lidl, Aldi, and others, our studies indicate that the reduction in SKUs and simpler navigation may play as great a role as pricing in their success."
.
Mesmo na distribuição grande, o preço é importante mas o preço não é tudo.
.
Se tal acontece na distribuição grande, não poderá acontecer também no sector de actividade da sua empresa?

Não deixar que o instalado limite o novo?

Ainda ontem, numa reunião, um empresário queixava-se que as pessoas na empresa não davam igual atenção às duas propostas de valor da empresa.
.
Disse-lhe que não era fácil para as mesmas pessoas, na mesma empresa, tentarem vender duas propostas de valor em extremos: uma baseada no preço mais baixo e outra baseada no produto tecnologicamente superior.
.
Este é um desafio comum nas empresas e o meu mestre para estes assuntos ainda é Wickham Skinner, o autor de "The Focused Factory" e do conceito de "plant-within-plant".
.
Hoje encontro uma série de artigos relacionados com o tema:

terça-feira, setembro 20, 2011

Este país é um filme de terror para os contribuintes líquidos

"Sindicatos da Função Pública e Governo iniciam negociações para os aumentos salariais do próximo ano"
.
Os contribuintes líquidos estão à mercê dos jogos de poder entre o gangue do Gaspar e esta brigada do reumático do vídeo.
.
Quem nos protege?
.
Ainda pensei que o FMI ia dar uma ajuda...

Este país é um país da treta.

Sou bruxo?
.
Claro que não, os sinais andavam por aí para se verem por quem tem olhos para ver. Há um mês que ando a falar disto no twitter... o lobby dos eucaliptos.
.
Um dos sinais que ilustram a transformação porque Portugal passou nos últimos trinta e muitos anos está na floresta.
.
Assim como o pinheiro-bravo foi a plantação do Estado Novo, o eucalipto tem sido a plantação do Novo Estado pós-25 de Abril.
.
Não vejo com bons olhos o aumento da área dedicada aos eucaliptos. No entanto, adiante:
.
Se a indústria da pasta do papel é assim tão rentável, dá tantas exportações, por que raio tenho de ser eu, do meu bolso, eu que só gosto de eucaliptos na Austrália, a subsidiar tão rentáveis exportações?
.
"Queiroz Pereira defende subsidiação do eucalipto":
.
"Presidente da Portucel sugere estímulo do Governo aos investidores privados para plantarem eucalipto, o que minimizaria a falta de matéria-prima."
.
Este país é um país da treta!
.
Uma cerâmica tem de assegurar o fornecimento de argila do seu bolso, uma petrolífera tem de assegurar o fornecimento de matéria-prima do seu bolso, uma empresa de calçado tem de assegurar o fornecimento de couro do seu bolso, uma têxtil tem de assegurar o fornecimento de fio do seu bolso, é assim em toda toda a economia saudável.
.
Há umas empresas que tratam os fornecedores de tal maneira que não vale a ser seu fornecedor... solução, o Estado resolve. Como o Estado não tem dinheiro para mandar cantar um cego sou eu que tenho de entrar com dinheiro do meu bolso para ajudar estas mega-empresas...
.
Este país é um país da treta.

Selection on Productivity or Profitability?

Na sequência do postal "A inovação que interessa para a produtividade que precisamos" cheguei a este artigo "Reallocation, Firm Turnover, and Efficiency: Selection on Productivity or Profitability?" de Lucia Foster, John Haltiwanger e Chad Syverson, publicado na American Economic Review 2008, 98:1, 394–425.
.
"Models of such selection mechanisms characterize industries as collections of heterogeneousproductivity producers and link producers’ productivity levels to their performance and survival in the industry. (Moi ici: Ou seja, a abordagem que não costuma ser seguida pelos macro-economistas que tratam tudo por igual dentro de um mesmo sector de actividade económica)
.
(Moi ici: Ao ler o trecho que se segue desconfiei do que aí vinha... o que será que os autores querem dizer quando falam em eficiência?) The important mechanism driving aggregate productivity movements in these models is the reallocation of market shares to more efficient producers, either through market share shifts among incumbents or through entry and exit. Low productivity plants are less likely to survive and thrive than their more efficient counterparts, creating selection-driven aggregate (industry) productivity increases. Hence the theories point to the productivity-survival link as a crucial driver of productivity growth. (Moi ici: Não! Calma, uma segunda leitura permite perceber que eles referem-se ao modelo mental subjacente aos "these models" para explicar os resultados)
...

Businesses’ measured productivity levels are persistent and vary significantly within industries, suggesting that productivity “types” among producers have an inherent idiosyncratic element. Reallocation, entry, and exit rates are large. Businesses with higher measured productivity levels tend to grow faster and are more likely to survive than their less productive industry cohorts. These signs all point to a selection mechanism at work. In reality, however, the productivity-survival link is a simplification. Selection is on profitability, not productivity (though the two are likely correlated). Productivity is only one of several possible idiosyncratic factors that determine profits, however.
...
within-industry price differences are embodied in output and productivity measures. If prices reflect idiosyncratic demand shifts or market power variation rather than quality or production efficiency differences, a reasonable supposition for many industries, then high “productivity” businesses may not be particularly technologically efficient. (Moi ici: Duh! Claro que isto é verdade mas tão difícil de perceber pelos teóricos... têm medo das idiossincrasias como o diabo da cruz, não é fácil matematizar idiossincrasias. Ainda ontem, ao folhear este livro "Inside the Mind of the Shopper The Science of Retailing" de  Herb Sorensen foi fácil perceber o poder das idiossincrasias) If this is the case, the empirical literature documents the importance of selection on profits, but not necessarily productivity. Therefore the connection between productivity and survival probability, reallocation, and industry dynamics may be overstated, and the impact of demand-side influences on survival understated. (Moi ici: Não falamos de outra coisa aqui no blogue, em vez de combater a batalha da eficiência, combater a batalha da eficácia deslocando a curva da procura para a direita o mais possível)
.
(Moi ici: Os autores fazem um estudo com base em produtos homogéneos, apesar da limitação desta escolha... que leva à situação que eu tento combater nas empresas, é interessante perceber a que conclusões se chegam) The specific products that we investigate are corrugated and solid fiber boxes (henceforth referred to as boxes), white pan bread (bread), carbon black, roasted coffee beans (coffee), readymixed concrete (concrete), oak flooring (flooring), motor gasoline (gasoline), block ice, processed ice, hardwood plywood (plywood), and raw cane sugar (sugar). Producers of these products make outputs that are among the most physically homogeneous in the manufacturing sector. In addition to product homogeneity, the set of producers is large enough to exhibit sufficiently rich within-industry reallocation and turnover.
...
We can therefore directly compare revenue-based productivity measures with measures of physical efficiency, and show precisely the impacts of each on selection dynamics and industry evolution. We can further use our business-level price observations to estimate the influence of idiosyncratic demand elements on survival.
...
To preview our findings, we note that the large and persistent within-industry dispersion observed in revenue-based productivity measures is also present in prices and physical-quantity-based productivity measures. Interestingly, physical productivity is actually more dispersed than revenue-based productivity even though the former is a component of the latter.
...
Our physical productivity measures provide a unique and powerful instrument for price to overcome the typical simultaneity bias in demand estimation. The demand estimates allow us to decompose plant-level price variation into two components, one reflecting movements along the demand curve due to differences in physical efficiency, the other reflecting producers’ idiosyncratic demand shift.With regard to industry evolution, we find that exiting businesses have lower productivity levels—either revenue based or physical quantity based—than incumbents, though the gap is larger in magnitude for revenue productivity. (Moi ici: Ou seja, a estimulogia apenas atrasa o inevitável, impede o aumento da produtividade agregada, a médio-prazo derrete procura através da cobrança futura de impostos para pagar o endividamento em que assentaram os estímulos e ainda torna mais difícil a entrada de novos players que viriam aumentar a produtividadeEntering businesses, on the other hand, have higher physical productivity levels than incumbents, but their revenue-based productivity advantage is much less pronounced and sometimes nonexistent. (Moi ici: Interessante... talvez explique os resultados de Maliranta sobre a produtividade dos novos players face aos incumbentes...) Similar patterns are seen when we compare young businesses to their more mature competitors. For all of these findings, the key source of discrepancies between the estimated effects of revenue and physical productivity is that young businesses charge lower prices than incumbents. This also suggests that the current literature understates the contribution of entry to aggregate productivity growth.
.
We bring these pieces together to explore the determinants of market selection. As in the existing literature, we find that plants with lower revenue productivity are more likely to exit. When we decompose revenue productivity into physical productivity and prices, though, we find that both independently affect survival and the magnitudes of their individual effects are larger than their combined effect through revenue productivity measures. That is, while low prices and low physical productivity are both associated with higher probabilities of exit in isolation, the marginal effect of each is substantially enhanced by controlling for the other. When we further decompose prices into technology and demand fundamentals, our analysis shows that producers facing lower demand shocks are more likely to exit. In fact, our estimates suggest that demand variations across producers are the dominant factor in determining survival.
...
(Moi ici: Nas conclusões) We find that the producer heterogeneity assumed in the model is present in the data. Productivity (both revenue- and physical-quantity-based measures) and prices exhibit substantial and persistent dispersion across establishments within narrowly defined product classes. Interestingly, quantity-based productivity measures exhibit greater dispersion than revenue-based measures.
...
The demand estimates decompose plant-level price variation into two components, one reflecting movements along the demand curve due to differences in physical efficiency, and the other reflecting producers’ idiosyncratic demand levels. Turning to selection more directly, we find exiting businesses have lower prices and lower productivity (either revenue based or physical quantity based) than incumbents or entrants. Consistent with the earlier literature, we also find that there is, at best, weak evidence of a productivity advantage of entrants, relative to incumbents, when revenue-based productivity measures are used. However, we show that this results, in part, because entering businesses also have lower prices than incumbents. Therefore revenue-based measures understate entrants’ productivity advantages. Indeed, we show that entrants are more physically productive than incumbents. This productivity understatement is also seen not just for entrants, but for young businesses in general, relative to mature incumbents, because young businesses charge lower prices than their older competitors. Plants with lower productivity levels (revenue- or quantity-based), lower prices, and lower idiosyncratic demand are more likely to exit. Decomposing and controlling for both price and productivity effects simultaneously shows that both factors are important for survival.
...
While physical productivity is an important factor in determining survival, the dominant factor determining survival is demand variation across producers."

Será verdade?

"Although the U.S. employment and jobs economic outlook is bleak, a new study released today reports that Facebook is creating a thriving economy around its social network. According to new research from University of Maryland, the Facebook App Economy has added at least 182,000 new jobs and contributed more than $12.19 billion in wages and benefits to the U.S. economy this year. Using more aggressive estimates, the Facebook App Economy created a total of 235,644 jobs, adding a value of $15.71 billion to the U.S. economy in 2011."
.
Trecho retirado de "Study: Facebook ‘App Economy’ Adds Over 200K Jobs, Contributes More Than $15B To The U.S. Economy"
.
Outra fonte.

Como se fosse uma conversa de café

Conhecem algum país do mundo com uma linha de TGV para transporte de mercadorias?
.
Conhecem alguma utilização comercial da alta velocidade ferroviária para transportar mercadorias num qualquer país do mundo?
.
Também não!
.
O que leio dos especialistas do sector anda à volta disto:
Este especialista em TGVs tem uma opinião contrária "Souto Moura defende linha de TGV para ligar Sines à Europa".
.
Portugal é assim, milhões de euros jogados de um lado para o outro, como se fossem milho ou palha, sem estudos, sem avaliação, como se fosse uma conversa de café.

segunda-feira, setembro 19, 2011

Subverter o sistema

"Quem recorda os rudimentos da microeconomia que se aprende nas escolas sabe que o preço de um bem ou serviço deve ser igual ao seu custo marginal."
.
Pois bem, eis o meu cartão de visita:
.
"Promotor da concorrência imperfeita e dos monopólios informais"
.
Eis o que me separa do mainstream. Em vez de acreditar nestas teorias, fazer tudo para que elas não sejam aplicáveis. Subverter o sistema, desenhando experiências em torno de produtos e serviços.

Chegar lá, e não é só por cá

Lembrei-me deste postal "Um revés!!!" e deste outro "Chegar lá" depois de ler este artigo "Manufacturers shift focus on branding":
.
"British manufacturers are abandoning their traditional resistance to branding and are turning to more nuanced promotional techniques to enhance their “brand appeal”, rather than relying solely on their product’s technical quality. “Companies which tried to compete purely on reputation have realised that strong brands can establish a much stronger link with the customer,” says Stephen Judge, director of Bonfire Creative Intelligence, a marketing agency in Bedfordshire that specialises in manufacturing."
.
Ou seja:
.
"The main point here is that experiences are always more than just the product. ... It is not the shoes, but the fact that these shoes are fashionable and show who you are, which is the experience. This is an experience you cannot get from just any pair of shoes. It is the design, the marketing, the usage and symbolic value of the shoes that makes them an experience. The shoes acquire a story or a theme and it is the story or the theme, rather than the product, which the consumers buy and cherish in the experience economy."
.
Trecho retirado de "Creating Experiences in the Experience Economy" editado por Per Darmer and Jon Sundbo.

A inovação que interessa para a produtividade que precisamos

1º Lembram-se das conclusões de Marn e Rosiello?
.
Como referimos neste postal, neste outro e ainda neste outro uma coisa é o impacte de se reduzirem os custos, outra são as consequências de se conseguirem aumentar o preço.
.
2º Lembram-se da minha proposta de medição da produtividade?
.
Em vez de medir a eficiência, a rapidez com que se produzem coisas, proponho que se meça a capacidade de criar riqueza a partir do consumo de recursos (custos):

3º Sendo assim, qual a minha proposta para aumentar a produtividade?
.
Se aumentarmos o preço, o impacte na produtividade será muito mais forte do que o impacte provocado pela redução dos custos. Assim, uma aposta na inovação que permita aumentar o valor originado será sempre muito mais eficaz que uma aposta na inovação que permita reduzir custos, ou seja, aumentar a eficiência.
.
Esta é a minha receita.
.
Por isso, foi super-interessante encontrar este artigo de Maio de 2011, "Innovation and productivity" de Bronwyn H. Hall.
.
O autor distingue dois tipos de inovação:

  • inovação no produto; e
  • inovação no processo.
E conclui:
  • A inovação no produto tem um impacte positivo substancial na produtividade das vendas;
  • A inovação no processo tem um menor impacte, ou é nulo ou até mesmo negativo;
  • As empresas aumentam a sua produtividade mais pela deslocação da curva da procura, do que pelo aumento da eficiência da produção.
Confirmação em toda a linha das ideias que defendemos há anos neste espaço e nas empresas.

Dominó farmacêutico?

E se isto "Remédios em risco nas unidades públicas" for o primeiro passo para isto "China and India Making Inroads in Biotech Drugs":
.
"Chinese and Indian drug makers have taken over much of the global trade in medicines and now manufacture more than 80 percent of the active ingredients in drugs sold worldwide. But they had never been able to copy the complex and expensive biotech medicines increasingly used to treat cancer, diabetes and other diseases in rich nations like the United States — until now.
.
"These generic drug companies say they are on the verge of selling cheaper copies of such huge sellers as Herceptin for breast cancer, Avastin for colon cancer, Rituxan for non-Hodgkin’s lymphoma and Enbrel for rheumatoid arthritis. Their entry into the market in the next year — made possible by hundreds of millions of dollars invested in biotechnology plants — could not only transform the care of patients in much of the world but also ignite a counterattack by major pharmaceutical companies and diplomats from richer countries."
Aposto que o governo grego apoiará os esforços chineses e indianos...

domingo, setembro 18, 2011

A indústria das experiências

"Esta agência não é para turistas, "é para viajantes""
.
Trata-se de um bom exemplo sobre a caracterização dos clientes-alvo e das experiências que procuram e valorizam.
.
De realçar que a empresa não tem só uma ideia do que faz e para quem, também sabe o que não faz e para quem não faz... recordar Hill que dizia que as encomendas mais importantes são as que rejeitamos porque não se encaixam na nossa estratégia, no nosso perfil... só quando se rejeita é que se pode falar de pensamento estratégico, de trade-offs, de escolha estratégica.
.
Este tipo de empresa está em linha com este artigo "Innovation in the experience economy. A taxonomy of innovation organisations" de Jon Sundbo.
.
"Where the aim of services is to solve the customers’ problems, the experience industry seeks to give the customers what can be defined as a mental journey.
“Experience” includes entertainment, which in the extreme can be escapism, and active exertion such as sport. It can also be learning and extending one’s understanding of life and in extreme cases be existentially meaninggiving such as is the case with therapy, literature or film.
...

there is an increasing demand for experiences determined by several factors: Seeking for social status, more meaning and less boredom in life, and psychological selfrealisation.
This demand is flighty. It is rooted in fundamental psychological needs and societal factors, but these are needs and factors from the luxury end of human life.
...
Experience production is an activity that is carried out in firms with the aim to produce experiences. These are for example festivals, film and broadcasting companies, fitness and sports clubs, computer game companies, design and architectural firms. As mentioned, some literature claims that experience is a general element that is developed in all business sectors and added to services and goods: Experience functions when integrated add on to other products and marketing activities in service and manufacturing industries besides being its own industry. Experience production can be considered a general business principle, exactly as the service management and marketing principle is a production principle for the service sector as well as a general marketing principle, which is also used in manufacturing.
.
Consequently we can advantageously operate with primary and secondary experience sectors ... The primary experience sector consists of firms whose main aim is to produce experiences. The secondary sector consists of agricultural, manufacturing and service firms that use experiences as add ons or marketing tools."

Alma na Ponta dos Pés, reportagem de Cláudia Costa


.
Cara Cláudia Costa desafio-a a fazer o mesmo para o sector:

  • da cerâmica que exporta cerca de 50% da produção;
  • do mobiliário que exporta cerca de 60% da sua produção;
  • do têxtil que já deu a volta e vai, este ano, chegar aos 4 mil milhões de euros de exportações;
  • da metalomecânica e maquinaria;
  • da agricultura;
  • ...
Há um Portugal longo de Lisboa, longe dos peditórios e das figuras de coitadinho junto dos media, que fez o seu caminho e descobriu como ser alemão, como competir com uma moeda forte.

This is madness!

"Wind farm paid £1.2 million to produce no electricity"
.
Isto de montar esquemas em que a produção de algo, seja o que for, é sempre recompensada, mesmo quando não há procura, só pode levar a aberrações e a comportamentos desviantes.
.
Fornecedores protegidos da curva da procura... só dá asneira.

sábado, setembro 17, 2011

João 8, 8

A última coisa que faria neste espaço era defender o socialismo de Alberto João Jardim na Madeira ou de outro em outro sítio qualquer.
.
No entanto, convinha que aqueles que horrorizados rasgam as vestes, como se fossem inocentes Vestais, e apelam a lapidações exemplares, olhassem por si abaixo.
.
Fresco ainda, dado que é de Novembro de 2010, Pedro S. Martins publicou "Cronyism"
.
" we find that appointments to state-owned fi rms increase signifi cantly over the months just before and just after a new government takes office. The post-elections hirings spike is particularly strong if the new government is of a di fferent political colour than its predecessor, again as predicted by the model. All findings hold when taking the private sector as a control group and in many diff erent subsets of the main data, including specifi c industries, time periods, and job levels. The latter results point towards the pervasiveness of cronyism within public-sector fi rms, which are not restricted to a small number of high-level positions."

"Jongleurs" - Precisam-se

Há anos que penso e escrevo sobre os "jongleurs" e como é difícil encontrá-los nas empresas.
.
Quando terminamos a etapa "O que começar a fazer na próxima segunda-feira para executar a estratégia?" temos um programa, temos um conjunto de projectos para transformar a organização de hoje na organização do futuro desejado.
.
Contudo, esses projectos são liderados e executados por gente que além dos projectos que criarão o futuro, tem de dedicar tempo a gerir o presente, o urgente, o imediato, tem de dedicar tempo a abandonar o que não interessa, tem de dedicar tempo à empresa em trânsito para o futuro...
.
O problema é o presente, é o imediato, o presente suga tudo.
.
É tão difícil as pessoas dedicarem tempo na prática a estas 4 empresas numa... é como os custos, em vez de balanço, sugam tudo.
.
Tudo isto a propósito de "Transforming Your Organization with the Three-Box Approach"

Recordar Lawrence... nada está escrito (parte V)

Recordando Lindgren:
.
"“Likewise, we cannot say any single strategy in the Prisioner’s Dilemma ecology was a winner. Lindgren’s model showed that once in a while, a particular strategy would rise up, dominate the game for a while, have its day in the sun, and then inevitably be brought down by some innovative competitor. Sometimes, several strategies shared the limelight, battling for “market share” control of the game board, and then an outsider would come in and bring them all down. During other periods, two strategies working as a symbiotic pair would rise up together – but then if one got into trouble, both collapsed.”

And now, the grande finale: 
.
We discovered that there is no one best strategy; rather, the evolutionary process creates an ecosystem of strategies – an ecosystem that changes over time in Schumpeterian gales of creative destruction.
.
Na prática, na vida do dia-a-dia o que Lindgren encontra nas suas simulações é isto:
.
""I've got a lot of experience overseas, and things are changing," he said. "China is getting more expensive."
.
Beside rising labor costs, shipping expenses and timeliness in obtaining parts play a roll in a company's decision to move their manufacturing back to the U.S., said Frank Johnson, president of the 300-member Manufacturing Alliance of Connecticut in Waterbury.
.
Many U.S. companies have adopted just-in-time manufacturing strategies and need quicker access to parts, he said."
.
História completa aqui "Manufacturing in China has its challenges"

sexta-feira, setembro 16, 2011

Não é a eficiência que conta, é a eficácia!

Quando quero mostrar a evolução do calçado costumo apresentar um gráfico que mostra a evolução da facturação por trabalhador.
.
A última vez que o usei foi aqui:
É um indicador que uso com frequência pois permite visualizar rapidamente a evolução que tem acontecido no sector do calçado.
.
Contudo, é um indicador e, por isso, mede umas coisas e não mede outras.
.
Consideremos estes indicadores económico-financeiros  de duas empresas de calçado relativamente ao ano de 2008:
As vendas por trabalhador na empresa A e na empresa B são iguais.
.
No entanto, apreciem as diferenças entre uma e outra...
.
Vejam como a empresa que vende menos no total, paga mais por trabalhador e ganha muito mais dinheiro.
.
Ambas as empresas trabalham sem marca própria.
.
No entanto, a empresa A faz o desenvolvimento dos modelos sobre os quais os clientes aplicam as suas marcas, enquanto que a empresa B, apesar de operar no mundo do calçado-moda, vende minutos.
.
Se calcularem custos unitários e produtividades com base em nº de sapatos produzidos por trabalhador a empresa B tem melhores rácios. Contudo, isso não serve para nada! O que conta é o dinheiro que se ganha e cada sapato da empresa A é vendido a um preço bem superior.
.
Não é a eficiência que conta, é a eficácia!

É fundamental ter o produto ou serviço certo

Se a base de qualquer projecto de reconversão empresarial é, para mim, focar a atenção nos clientes-alvo (algo que não consigo encontrar neste tipo de documentos, por exemplo primeiras 70 páginas), ou seja, a quem vamos servir? Para quem vamos trabalhar?
.
Se a base é essa, logo a seguir vem: que experiências esses clientes-alvo procuram e valorizam?
.
E neste mundo em que a publicidade é vista cada vez mais com desconfiança e desdém, é fundamental ter o produto ou serviço certo sobre o qual assenta a experiência.
.
A ilusão de alguns é pensar que a publicidade supera as desvantagens do produto... não creio nessa.
.
Este artigo "The missing piece of the customer experience puzzle" chama a atenção para isso, ainda para mais quando se fala cada vez mais em co-criação.

Recordar Lawrence... nada está escrito (parte IV)

"Shift Changes: A historic Minnesota mill swings back into production"
.
"Faribault Woolen Mill Co. has already received orders from high-end hospitality clients including the Waldorf Astoria and Hudson hotels in New York City, and the company’s blankets..."
.
Nichos, nichos, nichos
.
Não há sectores condenados, há sim estratégias condenadas.

A cauda longa e o planeta Mongo (parte II)

"Why you should switch to craft beer"
.
"Most of the beers in the local grocery store come from one or two companies, mass-produced with the cheapest ingredients possible to make mass quantities of brews that scarcely resemble the beer of older ages. If you are looking for a new beer experience, craft beer may be what you have been searching for."
.
Recordar este postal de Novembro de 2007 "A cauda longa e o planeta Mongo" e este "Agora vou especular"

quinta-feira, setembro 15, 2011

O caminho menos percorrido

Na linha de defesa das ideias que veículo neste espaço:
.
"Why You Don't Want to Be the Low-Cost Leader"
.
"Five Signs It's Time to Change Your Prices"
.
.
Infelizmente, as empresas subestimam-se, as empresas não pensam em valor e, depois, muitas as vezes já encostadas à parede é que vêem a luz!

Podia ser numa autarquia portuguesa

"Austere Italy? Check the Traffic"
.
É mesmo nosso este discurso:
.
"“I know that 60 people in a town of 1,000 is a good number, it’s a lot,” Mr. Contino, 49, said of his city’s employees. “But if I didn’t let them work, these people would have to go work in America. That’s 60 people with 60 families looking for work elsewhere.”
.
“Besides,” he added, “the city doesn’t pay them. The state and the region do.” Indeed, Comitini’s city employees are paid 90 percent by the regional government and 10 percent by the town.
.
“This town lacks for nothing,” Mr. Contino added, as he showed off the town’s library, with a children’s play area and an extensive collection of Sicilian history books, including a rare 10-volume set of the “History of Feudalism.”
.
Upstairs, a small museum featured Arab-Norman pottery fragments and an exhibition on the nearby sulfur mines that employed as many as 10,000 people before they closed in the 1950s and 1960s, forcing many residents to retire early and others to emigrate.
.
Beyond its 960 residents, the town counts 3,000 emigrants registered to vote there, said Mr. Contino, whose main job is as a specialist in cellulite reduction.
.
Some residents are concerned that the new austerity measures mean that money for local employees might dry up. But Mr. Contino said he was not worried. “I don’t think that’s a risk. Here, there’s a culture of maintaining jobs,” he said. “Political will here is relative,” he added."

Recordar Lawrence... nada está escrito (parte III)

Continuado daqui.
.
Seria irónico se a recessão em que a Europa está agora a mergulhar funcionasse como um auxiliar suplementar às exportações portuguesas.
.
Absurdo?
.
Ler "Small Manufacturers Rethink 'Made In China'":
.
"We're witnessing a sea change in the way entrepreneurs think about manufacturing. Increasingly, China isn't the bargain it once was, and making things in the U.S. seems less over-the-top expensive now. Like Simple Wishes, many small businesses that sell goods in the U.S. are rethinking whether manufacturing on the other side of the planet is worth it.
.
Across China, wages have been climbing 15 to 20 percent annually for the past four years, and the currency, the yuan, has begun to rise. Harold Sirkin, of The Boston Consulting Group, predicts that overall costs in the U.S. and China are likely to converge around 2015, ushering in a "renaissance" for U.S. manufacturing. Some of that shift is already under way: One-fourth of the more than 850 companies surveyed by MFG.com, an online manufacturing referral service, brought jobs to North America from low-cost countries in the last quarter of 2010."
.
Ler também "Made (again) in the USA: The return of American manufacturing":

  • " Overseas workers are getting more expensive. China, known as the world's factory, is seeing wages soar ahead of productivity growth. In 2000, hourly Chinese manufacturing wages were just 52 cents compared to $16.61 in the U.S., according to a recent report by Boston Consulting Group. By 2015, the wage difference should be $4.41 vs. $26.06 – still powerfully in China's favor, but no longer a no-brain decision to hire there. And the growth rate should continue to build in China while BCG expects the US to grow at a much slower rate. As the cost savings of off-shoring narrows, BCG says it expects the return of some U.S. manufacturing.
  • Shipping costs keep increasing. On top of wage increases, the costs of jetting to far flung locations and more importantly, moving goods from the factory to the store keeps heading upward. In the last four years, shipping costs have risen 71% because of higher oil prices, as well as cutbacks in ships and containers, according to IHS Global Insight. 
  • Global supply chains have shown weak links. Perhaps little highlights the issue more recently than the March earthquake and tsunami in Japan. Aside from the human tragedy, the disaster disrupted global supply chains, leaving many companies stranded without critical components. Boeing (BA), Caterpillar, and General Motors (GM), were among those concerned that the disaster would disrupt delivery of components and parts from Japan and therefore stall production."
Ler também "Fashion Friday: Todd Shelton" e recordar o que escrevo há anos sobre moda e proximidade e rapidez e flexibilidade:
.
""But for us, making clothing had little to do with numbers. It was about creating something that enhanced people’s lives. It was about being proud to accomplish something meaningful with likeminded people. In 2006, because the China experience never felt genuine, we pulled out and began making Todd Shelton in the USA.
.
"The decision changed the course of our brand; we became deeply involved in production. We learned how to make a more authentic product. We built real relationships with tailors, pattern makers and fabric suppliers (and we shared in their challenges). And in so, these unique American experiences became ingrained in our product"

Mongo e dimensão das empresas e das encomendas

Deste artigo "The Return of “Made in the U.S.A.”" sublinho os seguintes trechos:
.
"Now, America's rich manufacturing history is returning in the form of small, high-end production lines that proudly proclaim they’re locally made.
...
The key is to have the branding represent not just a location, but a level of quality.
...
“People are willing to pay more for small batch, individual line, high quality

It's not only about finding the local customer who's willing to pay. It's finding the national and the international customer who's willing to pay,” Lees says. The focus is on producing high quality, limited-edition items that can't be found anywhere else."
.
A polarização dos mercados leva a isto, sucesso para os McDonald's num extremo e para os várias estrelas Michelin no outro extremo, em simultâneo. Só que de um lado temos a uniformização e no outro o artesanato.
.
Mongo é isto.


quarta-feira, setembro 14, 2011

The end of the middle-market (parte II)

"Value migration", "the end of the middle-market", "stuck-in-the-middle", "polarização dos mercados", "trading-up", "trading-down", ...
.
Estes são os marcadores que recordei assim que li este artigo "As America’s Middle Class Shrinks, P&G Adopts “Hourglass” Strategy":
.
"In a marked shift from P&G's historic focus on middle-class households, "the world's largest maker of consumer products is now betting that the squeeze on middle America will be long lasting," The WSJ reports.
...
The company is engaging in what The WSJ calls a "fundamental change" in how it markets products in the U.S. "We're going to do this both by tiering up in terms of value as well as tiering down our portfolio down," CEO Robert McDonald says. As noted above, P&G isn't the only company coming to the same conclusion: Heinz is following a similar strategy to P&G while Saks is focusing its attention more on high-end consumer vs. 'aspirational' shoppers."
.
Nada de novo, talvez um acelerar da tendência mundial descrita neste postal baseado no fabuloso artigo de 2005 "The vanishing middle market" (chamo a atenção em particular para a figura 2)
.
Michael Silverstein também escreveu sobre o fenómeno.
.
Se olharmos para o nosso futuro próximo, tendo em conta este texto "O último fôlego da desvalorização fiscal" vai acontecer o mesmo, um reforço da polarização. Consumir vai, cada vez mais, ser considerado pecado, ser considerado um luxo.
.
Não perder este artigo "As Middle Class Shrinks, P&G Aims High and Low"

A Aerosoles já está, falta a Qimonda

Em Março de 2009 escrevi este postal "Já estou instalado e aguardo..."
.
Bom, ontem descobri os números da Aerosoles em ""Governo meteu 15 milhões na ex-Aerosoles para aguentar até às eleições""
.
Quando se saberão os da Qimonda? E os da Rohde?
.
BTW, fica sempre bem alguém reconhecer as suas responsabilidades em público. Só por isso subiu na minha consideração.

Assar sardinhas só com a chama de fósforos (parte II)

Continuado daqui.
.
"Fim da Parque Escolar ameaça duplicar falências das construtoras"
.
Atirou-se dinheiro para o problema e ... apenas se adiou o inevitável.
.
Quantas empresas aproveitaram o tempo extra para se reconverterem? Conheço uma, pelo menos, que se especializou em estruturas solares.
.
Quantas empresas aproveitaram o tempo extra para abrir novos mercados?
.
"Das três insolvências diárias nas empresas de construção pode passar-se para o dobro. Sector já é responsável por cerca de um terço dos desempregados"
.
E por que é que os contribuintes, num mercado capitalista, têm de suportar empresas sem futuro em actividades sobredimensionadas num ambiente pós-bolha?

Por que é que o que eu faço, por que é que a minha vida profissional não é socialmente desejável nem economicamente recomendável?

O caro JMG ontem neste comentário desafiou-me a comentar este postal "Um gráfico preocupante".
.
O autor chama a atenção para este gráfico:
O autor defende que quanto maiores as empresas mais eficientes e produtivas elas são. Assim, o modelo em vigor em Portugal é responsável pela falta de eficiência e baixa produtividade:
.
"O facto é que, entre nós, o setor empresarial propriamente capitalista da economia jamais conseguiu criar postos de trabalho em quantidade (e, já agora, qualidade) capaz de dar ocupação a uma parte substancial da força de trabalho nacional.
Não é fácil perceber-se por que é assim, mas podemos estar certos que este modelo económico-social é uma receita segura para a improdutividade e a miséria."
.
Primeiro, alguns estudos sobre o tema:
.
"The more employees your company has, the less productive each of these employees are. It is a generalization, of course, but a useful one and one that is confirmed by most people who have worked for growing organizations. As the company grows, so does the internal processes and the layers of bureaucracy, and the time spent on communications grows rapidly" (Ver o gráfico)
.
"We have a mild obsession with employee productivity and how that declines as companies get bigger. We have previously found that when you treble the number of workers, you halve their individual productivity which is mildly scary." (Ver os gráficos)
.
Outro estudo:
.
"We find the following:
  1. In about half of the sixty-four industries firm profitability increases at a decreasing rate and eventually declines as firms become larger.
  2. For the remaining half of our manufacturing industries, no relationship exists between size and profitability.
  3. For a given level of total assets, firms with fewer employees exhibit greater profitability.
  4. For a given level of sales, firms with fewer employees exhibit greater profitability."
Recorro agora ao exemplo do calçado português para explicar a minha visão. O gráfico mostra a evolução do número de trabalhadores por empresa ao longo dos anos:
A minha leitura da história assenta em 3 épocas:


Época 1 - Antes do 25 de Abril
  • Pequenas empresas dedicadas a servir o raquítico mercado nacional

Época 2 - Adesão à CEE
  • Entrada das multinacionais do calçado para aproveitar a mão-de-obra barata em que assenta um modelo de negócio em torno da eficiência e escala
Época 3 - Adesão da China à OMC até à actualidade
  • Debandada das multinacionais
  • Derrocada das empresas portuguesas que trabalhavam sobretudo com base na proposta de valor do preço mais baixo
  • Reconversão do sector para propostas de valor assentes na moda, na marca própria, na flexibilidade e rapidez
E o que aconteceu aos euros facturados por trabalhador?
Durante a época 2 crescem porque as empresas assentavam na escala, na dimensão, para reduzir os custos unitários.
Durante a época 3 continuam a crescer.
 As empresas grandes deixaram o país, e os modelos que vingaram, assentes na ideia de Mongo, exigiram empresas mais pequenas que não competem pela escala mas pela diferenciação.
.
Conclusão: A dimensão de uma empresa não é, só por si, determinante de eficiência ou da produtividade.
.
A conclusão do autor:
.
"A vontade entre nós de criar empresas assegurando aos próprios um posto de trabalho é indesmentível. Sucede que essa modalidade de empreendedorismo não é socialmente desejável nem economicamente recomendável: resulta de um mero expediente para evitar o desemprego e não gera nem economia inovadora nem atividades mais qualificadas."
.
É que me parece estranha... por exemplo, estou actualmente a desenvolver um projecto com uma empresa com 11 trabalhadores, com mais de 20 anos e que tem produtos inovadores na área das tecnologias de informação.
.
Por que é que o empreendedorismo que cria o seu próprio posto de trabalho não é socialmente desejável 
nem economicamente recomendável? Qual a base para essa conclusão?
.
Por que é que o que eu faço, por que é que a minha vida profissional não é socialmente desejável? Por que é que o que eu faço profissionalmente não é economicamente recomendável?
.
Não estaremos a falar de modelos mentais do século XX? Modelos associados a planeamento, a escala, a uniformidade, a média, a mercado de massas?
.
Recorrendo ao primeiro gráfico deste artigo em que se compara a quantidade de empresas pela classe de dimensão arrisco concluir:
.
A vontade de criar o seu próprio posto de trabalho não é assim tão diferente de país para país, o que difere é o número de empresas grandes e muito grandes.
.
E as empresas grandes que se criaram em Portugal no pós-guerra foram destruídas após o 11 de Março de 1975 com as nacionalizações que se fizeram. Estavam à espera de quê?

terça-feira, setembro 13, 2011

Os espertos

A mentalidade que nos levou à bancarrota é a mesma que aprendeu a técnica do pulmão, que aprendeu a trabalhar para as estatísticas.
.

Compliant sergeants rarely become great generals.

Grande mensagem de Seth Godin.
.
E tanto neste país pretende criar estes batalhões de "compliant people" prontos para obedecer.
.
A escola hoje, está pior do que quando a frequentei. No meu tempo, os professores não obrigavam os alunos a ter caderno ou a ter capa, isso ficava ao livre arbítrio do aluno e dos seus pais.
.
"CV e os sinais dos tempos + Diferenciação"
.
Que tipo de gente é que precisamos na viagem para Mongo?
.
Aventureiros ou mangas-de-alpaca?

O advento de Mongo, relato de uma conspiração

Ontem à noite o meu computador parecia estar a ser vítima de uma conspiração pró-Mongo.
.
De rajada, via Twitter, tive acesso a três artigos. Ponto comum entre todos eles: Mongo, o advento de Mongo.
.
Ponto prévio, li "O mundo é Plano" de Thomas Friedman e gostei. Depois, rapidamente, com a minha experiência profissional no terreno, e com a ajuda de Ghemawatt, percebi que Friedman estava errado. O mundo não é plano! E as empresas podem fazer com que ele fique cada vez mais enrugado... a famosa fittness landscape de Kauffman, de Ghemawatt e de tantos outros... os mundos simulados de Lindgren.
.
Verifico agora, para meu conforto, que Friedman também já descobriu que podemos enrugar o mundo, que podemos criar Mongo!
.
the Age of Average is over.” (Moi ici: Essa foi a Idade do Preço como o Order-Winner. O tempo em que a escala era a única via para competir)
...
“You should aim to be an artisan… (Moi ici: O artesão não faz duas coisas iguais! É exactamente o oposto da escala... é tão interessante como os mundos de Lindgren simulam a nossa realidade) everything thing you do, you should be proud of, willing to put your initials on it.”
.
Depois, sigo a pista para este texto. O autor escreve sobre a carreira de cada um, eu acrescento que é aplicável à vida das empresas (PMEs) que já existem e que não têm futuro como estão:
.
"The Career Craftsman believes this process of career crafting always begins with the mastery of something rare and valuable. The traits that define great work (autonomy, creativity, impact, recognition) are rare and valuable themselves, and you need something to offer in return. Put another way: no one owes you a fulfilling job; you have to earn it.
.
The Career Craftsman believes that mastery is just the first step in crafting work you love. Once you have the leverage of a rare and valuable skill, you need to apply this leverage strategically to make your working life increasingly fulfulling. It is then — and only then — that you should expect a feeling of passion for your work to truly take hold." (Moi ici: Deixa de ser-se "an order taker" e passa-se a ter a matéria-prima, o conhecimento, os circuitos neuronais de "an experience maker")
.
Por fim, Roger Martin em "You Can't Analyze Your Way to Growth" vai no mesmo caminho, descasca no mundo da escala, no mundo dos muggles que só sabem fazer contas e que se esquecem que o valor é um sentimento não um resultado numa folha de cálculo:
.
"The biggest enemy of top-line growth is analysis and its best friend is appreciation.
...
The fundamental reason is that analysis of data is all about the past. Data analysis crunches the past and extrapolates it into the future. And the past does not include opportunities that exist but have not yet happened. So, analysis conspicuously excludes ways to serve customers that have not been tried or imagined or ways to turn non-customers into customers.
.
Thus the more we rely on data analysis, the more it will tell a dour story on top-line growth — and not give particularly useful insights.(Moi ici: Será por isto que as PMEs fazem milagres? As discussões que já ouvi entre economistas (directores financeiros) e gerentes. Os economistas não gostam de gastar dinheiro em feiras, por exemplo)
...
If instead, the core tool is not analysis but rather appreciation —deep appreciation of the consumer's life — what makes it hard or easy; what makes her (in this category) happy or sad — there is the opportunity to imagine possibilities that do not exist. (Moi ici: Começar pela experiência de vida dos clientes-alvo)
...
"Organizationally and behaviorally, analysis and appreciation are two very different things. Analysis is distant, done in office towers far from the consumer. It requires lots of quantitative proficiency but very little experience in the business in question. It depends on data-mining: finding data sources to crunch, often from data suppliers to the industry. Appreciation is intimate, done in close proximity to the consumer. It requires qualitative proficiency and deeper experience in the business. (Moi ici: Falta aos macro-economistas encartados das academias e dos que fizeram a sua vida em negócios rentistas) It requires the manufacture of unique data, rather than the use of data that already exists.
.
In my experience, most organizations have more of the former capabilities and behaviors than of the latter and hence most struggle with top-line growth. The biggest issue isn't the absence of top-line growth opportunities but rather the lack of belief that they exist. And that is driven by the dominance of analysis over appreciation."
.
.
.
Claro que existem excelentes excepções entre os economistas! E tenho o gosto de conhecer alguns.

O erro de análise dos Custos Unitários de Trabalho (parte IV)

Continuado daqui.
.
Seguem-se alguns trechos de um artigo escrito por funcionários do Asian Development Bank nas Filipinas.
.
Trata-se do artigo em que mais fielmente me revejo e que ilustra as ideias que tenho defendido neste blogue desde há vários anos acerca do futuro para a indústria portuguesa.
.
"Current discussions about the need to reduce unit labor costs (especially through a significant reduction in nominal wages) in some countries of the eurozone (in particular, Greece, Ireland, Italy, Portugal, and Spain) to exit the crisis may not be a panacea. (Moi ici: Também não acredito nesta panaceia, já em 2006)
.
First, historically, there is no relationship between the growth of unit labor costs and the growth of output. This is a well-established empirical result, known in the literature as Kaldor’s paradox. Second, construction of unit labor costs using aggregate data (standard practice) is potentially misleading. Unit labor costs calculated with aggregate data are not just a weighted average of the firms’ unit labor costs. Third, aggregate unit labor costs reflect the distribution of income between wages and profits. This has implications for aggregate demand that have been neglected. Of the 12 countries studied, the labor share increased in one (Greece), declined in nine, and remained constant in two. We speculate that this is the result of the nontradable sectors gaining share in the overall economy. Also, we construct a measure of competitiveness called unit capital costs as the ratio of the nominal profit rate to capital productivity. This has increased in all 12 countries.
.
We conclude that a large reduction in nominal wages will not solve the problem that some countries of the eurozone face. (Moi ici: As economias europeias não podem competir pelos custos mais baixos e quem defende essa medida não faz ideia da diferença entre os salários europeus e os asiáticos) If this is done, firms should also acknowledge that unit capital costs have increased significantly and thus also share the adjustment cost. Barring solutions such as an exit from the euro, the solution is to allow fiscal policy to play a larger role in the eurozone, and to make efforts to upgrade the export basket to improve competitiveness with more advanced countries.(Moi ici: A solução que apresentamos neste blogue há anos!!! This is a long-term solution that will not be painless, (Moi ici: É estudar o exemplo do calçado em Portugal, quantos anos demorou, quantos empregos se perderam, que alternativas genéricas tiveram resultado) but one that does not require a reduction in nominal wages."
.
Abstract do artigo "Unit Labor Costs in the Eurozone: The Competitiveness Debate Again" de Jesus Felipe e Utsav Kumar.
.
"Unit labor costs are defined as the ratio of a worker’s total compensation, or money-wage (i.e., the nominal wage rate plus all other labor-related costs to the firm such as payments in-kind related to labor services, social security, severance and termination pay, and employers’ contributions to pension schemes, casualty, and life insurance, and workers compensation, and, in some cases, payroll taxes as well as fringe benefits taxes, etc.), to labor productivity. Assuming the numerator is measured in euros per worker and the denominator is measured in numbers of pencils per worker, the unit labor cost is measured in euros per pencil (i.e., total labor cost per unit of output, or the cost in terms of labor for the products we get)" (Moi ici: Mas nada nos diz quanto ao tipo, qualidade, atributos e preço de venda dos lápis)
...
"If we increase the number of products exported with revealed comparative advantage to the top 100 most complex, Germany’s exports of these products represent 18% of world exports, against Ireland’s 0.81%, Spain’s 0.89%, Greece’s 0.02%, and Portugal’s 0.04%. Finally, while German exports are concentrated in the most-complex products of the complexity scale (the top 100 most complex products represent 7.93% of the country’s total exports), and as the complexity level declines, the shares become smaller (the least-complex export group represents 3.5% of Germany’s exports); in the case of Greece and Portugal, their exports are concentrated in the least-complex groups (33.1% and 21.7%, respectively, of their total exports belong to the least-complex group), and their export shares (by complexity groups) are similar to those of China. If China were the correct comparator, then perhaps the situation of the European countries would be significantly worse. We believe that this is where the real problem of the peripheral countries lies. Their lack of competitiveness vis-à-vis Germany is not due to the fact that they are expensive (their wage rates are substantially lower), or that labor productivity has not increased. The problem is that they are stuck at middle levels of technology and they are caught in a trap. Reducing wages would not solve the problem."
...
"significant efforts to upgrade. Greece, Ireland, Italy, Portugal, and Spain should look upward and try to move in the direction of Germany, and not in that of China. The real problem is one of lack of nonprice competitiveness vis-à-vis Germany. Spain and Italy are ahead of the other three countries, and closer to Germany. Though Ireland has a very sophisticated export package, its level of diversification is low. Greece and Portugal are well below the other three and face a more precarious situation."
.
Seguem exemplos de postais escritos ao longo dos anos e que estão em sintonia com as conclusões deste artigo:

segunda-feira, setembro 12, 2011

Nem de propósito

Nem de propósito, timing espectacular!
.
Depois de na parte III de "O erro de análise dos Custos Unitários de Trabalho" ter proposto deslocar a curva da procura para a direita.
.
Ao ler o capítulo V, "The Economics of Pricing in Services" no livro de Irene Ng "The Pricing and Revenue Management of Services - A strategic approach" encontro:
.
"In a sense, the demand function could be counter-productive in helping firms – managers may believe its seemingly robust nature and make pricing decisions on the basis of price-quantity relationships, when a better strategy is to change the demand function itself."

Não, não fui eu que escrevi

"Podemos afirmar que o país continua refém do excessivo peso do Estado, comprometendo por isso a realização do seu crescimento potencial, devorando recursos em paliativos quando deveriam estar a ser aplicados em investimentos, conservando o país num estado de contínuo empobrecimento e de irreversível definhamento, sem vontade nem meios para inverter a tendência e recuperar a convergência com os níveis de desenvolvimento dos seus parceiros mais avançados. Assuma-se: enquanto Portugal tiver que carregar este Estado, Portugal permanecerá entre os países que perdem e vêem o seu destino colectivo ameaçado."
...
"O Estado é olhado cada vez com mais desconfiança pelas actividades económicas do país e pela fileira têxtil e vestuário em particular. Somando desilusões e desencantos, assistindo a discursos que raramente colam com a realidade e a promessas que ficam longe de serem cumpridas, as empresas, na sua maioria, compreendem que pouco há que esperar da Administração Pública para apoiar a sua actividade, quando não mesmo a vêem como inimiga, de quem necessitam de estar prevenidos e de se defenderem. A voracidade do Fisco que, actualmente, na ânsia de realizar receitas, ataca cegamente tanto cumpridores como prevaricadores, deixando muito pouca margem de defesa ao contribuinte, é possivelmente o exemplo mais paradigmático que se pode oferecer, embora o seu elenco seja passível de catalogar com grande extensão. Ao Estado português, em termos gerais e históricos, parece resultar difícil entender que aquilo que é bom para as empresas é bom para o país, e, que, pelo contrário, quando estas se encontram em dificuldades ou enfrentam um ambiente muito pouco propício aos negócios, penalizam imediatamente o seu desempenho, o seu crescimento e reduzem imediatamente o seu impacto positivo na economia e na sociedade."
.
Não, não fui eu que escrevi... mas podia subscrever na íntegra.
.
Trechos retirados de "Contributo para um Plano Estratégico para a Indústria Têxtil e do Vestuário Portuguesa" (Dezembro de 2007)