Mostrar mensagens com a etiqueta deboche. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta deboche. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, fevereiro 04, 2021

Assar sardinhas com fósforos

 

Em cada vez mais sectores de actividade produzir é o mais fácil. Ao longo dos anos fui escrevendo:

Ontem encontrei um delirio de quem não torra dinheiro seu:

"Na reabertura da oficina de Guifões, em janeiro de 2020, o primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas estiveram de acordo no sonho de pôr Portugal no clube dos produtores de comboios no futuro, à imagem do que fez o país com a indústria automóvel nas últimas décadas. [Moi ici: Acham que a indústria automóvel assenta em empresas portuguesas? Pensamento infantil!]
.
A ambição de António Costa e de Pedro Nuno Santos pode ganhar um novo impulso nos próximos anos graças à bazuca europeia, desejou esta terça-feira o presidente da CP, Nuno Freitas, durante um debate remoto da conferência da Plataforma Ferroviária Portuguesa. [Moi ici: Portanto, dinheiro da bazuca para torrar num sonho... um sonho que durará o tempo que durar o dinheiro. Assar sardinhas com fósforos]
.
"Portugal tem todas as capacidades para fabricar comboios. Há negócio e temos mão-de-obra mais barata do que na Europa Central", salientou o gestor ferroviário. [Moi ici: Com que então fabricar comboios é mão-de-obra barata. Fabricar comboios é produzir... E organização? E eficiência? E competitividade? E ganhar concursos internacionais para fornecer a CP? Acham que o dinheiro da bazuca serve para produzir para uma reserva protegida da concorrência exterior? Acham que reconstruir carruagens com 80 ou 50 anos é o mesmo que fabricar comboios?]
...
O argumento financeiro também pode jogar a favor de uma fábrica de comboios portuguesa. Portugal precisa de comprar mais de 250 comboios nos próximos 20 anos "só para manter a oferta atual". Isto corresponde a mais de 1000 carruagens. [Moi ici: Acham que na União Europeia a compra de comboios pode ser feita impedindo concorrentes profissonais de concorrer?]
...
"A grande dificuldade é integrar este investimento nas atuais regras comunitárias, que são muito limitadas a nível da concorrência, e que limitam o investimento público e privado."" [Moi ici: Pois... Se não fosse tão grave este delírio com a torrefacção de dinheiro a assar sardinhas com fósforos até me ria. Gente que torra dinheiro sem skin-in-the-game é perigosa. Imaginam o que está por trás daquele... "que são muito limitadas a nível da concorrência"]
Lembram-se dos 2,5 milhões de euros despejados na CEiia para desenvolver um ventilador? Tão espertos, nem sabiam que os dispositivos médicos têm de ser certificados!!! Engonharam qualquer coisa, confiaram em qualquer coisa!!! Desviaram para canto!!!


segunda-feira, janeiro 05, 2015

Enfim, a treta do costume

"O projecto ferroviário português de alta velocidade cancelado em 2012, um investimento superior a 11,6 mil milhões de euros, não teria "viabilidade financeira", de acordo com a auditoria do Tribunal de Contas (TdC),
...
"Os riscos de procura relevantes recairiam sobre a CP e a REFER, empresas públicas economicamente deficitárias. Em contrapartida, os pagamentos pela disponibilidade da infra-estrutura às concessionárias gozariam de estabilidade, característica típica das rendas", alerta o relatório do TdC."
Estou a ouvir uns tótós argumentarem que o dinheiro dos fundos europeus se perdeu por não terem sido aproveitados nesta obra.
.
Enfim, a treta do costume.
.

terça-feira, setembro 24, 2013

Então, isto é uma utopia



Trecho entre 4:58 e 6:05
.
Depois do minuto 6:05 o racional de Judite de Sousa é de ir às lágrimas

sexta-feira, maio 10, 2013

A quimioterapia é opcional

"Jardim: Só por" teimosia" não se aplica "fórmula" para combater o desemprego":
"a implementação de "uma política nacional que opta por cortar no investimento em regiões em que ao lado do turismo a construção civil é factor fundamental de emprego é natural que isso suceda"
...
"a opção da União Europeia não pode ser o combate ao défice, tem de ser o combate ao desemprego".
...
"Para isso é preciso aumentar a procura com mais moeda em circulação e com o aumento da procura, ir criando mais emprego. Era o que eu faria se fosse primeiro-ministro de Portugal", disse."
"Economia portuguesa foi vítima de “doping temporário
"Costa acrescenta que o investimento efectuado durante este período foi principalmente para fins não produtivos. “Não vale a pena uma empresa investir numa cantina ou num edifício de prestígio,” disse o Governador, “se depois não tem dinheiro para as máquinas”. Assim, durante anos, Portugal endividou-se para comprar bens acessórios que em pouco acrescentaram a produtividade nacional."
"Problema do desemprego tem que ser “rapidamente atacado”, diz Carlos Costa"
"“o ajustamento económico português levou à redução da procura por bens não-transaccionáveis”, exemplificando com a realidade vivida nos sectores da construção civil e das obras públicas, que durante muitos anos ajudaram a sustentar os índices de empregabilidade em Portugal."
E, ainda, a confusão de achar que o desemprego é um problema de oferta dos trabalhadores:
"“Quando o investimento retomar, é de esperar um aumento das necessidades de pessoal das empresas. Agora, não se passa da área da construção civil para a área fabril, por exemplo, sem haver uma requalificação profissional”, sustentou."
Se alguma vez tivesse trabalhado numa fábrica perceberia como isto é treta.
.
"Disparates plausíveis"
"O nosso mal agrava-se porque, como a dívida foi acumulada ao longo de décadas, a estrutura económica ficou distorcida, adaptando-se a níveis de despesa insustentáveis. Isso significa que muitos empregos e capitais estão em actividades condenadas. Assim, além da perda conjuntural de empresas, devida ao aperto da austeridade, sofremos a eliminação definitiva de ocupações fictícias, que a dívida alimentou. Em cima das radiações, há que fazer dolorosa fisioterapia."

Tudo isto conjugado com "Para reflexão" e esta "Curiosidade do dia"

sexta-feira, maio 03, 2013

A bosta académica!


O final de Abril trouxe-me o aroma da erva cortada nos campos que irão dar lugar à sementeira de milho daqui a poucas semanas.
.
O início de Maio traz-me o característico e mágico aroma a bosta que me dá esperança no futuro:
"Abençoado cheiro a bosta"

(Imagem de ontem, por volta das 19h30)
.
Contudo, o mês de Maio, este ano, trouxe-me outra bosta: a bosta académica! 
.
Ontem, por volta das 14h, à porta de uma empresa, para fazer horas até à entrada, peguei no JdN.
.
Como é meu costume, comecei a leitura do fim para o princípio. Então, na antepenúltima página encontro um artigo digno dos Gatos Fedorentos ou do Inimigo Público: "Regime de despesa privada obrigatória é a solução" onde sublinhei esta pérola:
"Proponho que o Estado imponha temporariamente um regime de despesa privada obrigatória. Nesse regime os titulares de depósitos bancários dispõem, no máximo, de seis meses para gastar uma fracção do saldo na compra de bens e serviços em território nacional. Findo esse prazo, do montante ainda por gastar é transferida para o Tesouro a parte que corresponde à taxa média actual de IVA e de impostos específicos. Na prática, não há qualquer transferência porque não haverá nenhum montante por gastar ao fim de seis meses. Esta é uma solução equilibrada, dado que quanto maior é o saldo, maior é a responsabilidade e a capacidade de relançar a economia."
Lê-se isto e pensa-se logo nas diatribes de Nassim Taleb contra os académicos.
.
É tão fácil a estes aprendizes de feiticeiro lançarem estas parvoíces...

quinta-feira, maio 02, 2013

Fomos roubados!

É muito lindo dizer estas coisas "Oliveira Martins: "Não há superação da crise sem criar riqueza"" agora, depois do caldo entornado:
""Não há superação da crise sem criação de riqueza", (Moi ici: Apetece dizer: Duh!!!) afirmou hoje o presidente do Tribunal de Contas na abertura de um colóquio organizado com o Tribunal de Contas de França sobre Políticas Orçamentais em Contexto de Crise que decorre em Lisboa.
.
O responsável afirmou que "o rigor financeiro e orçamental deve contribuir decisivamente para mais justiça, mais emprego e mais desenvolvimento'" (Moi ici: Não estou muito de acordo com esta lógica. A criação de emprego será uma consequência da criação de riqueza, não o contrário, a criação de emprego como ponto de partida não gera riqueza. Como fizeram os governos portugueses, e não só, durante a primeira década do século XXI, 
torraram dinheiro emprestado, para mascararem os números do desemprego e do PIB, face aos 3 choques em curso na altura - euro; China e Europa de Leste. Assaram as sardinhas com o lume dos fósforos e nada mais, agora temos a dívida para pagar) e defendeu novamente que os tribunais de contas têm de "ser mais ouvidos nas suas recomendações".
O crescimento raquítico da primeira década do século XXI não pertencia a esse tempo. Nesse tempo devíamos ter tido recessão e mais recessão. Assim, nesse tempo, o fraco crescimento que tivemos foi roubado ao futuro.
.
Nassim Taleb escreve sobre isso em "Antifragile":
"As to growth in GDP (gross domestic product), it can be obtained very easily by loading future generations with debt - and the future economy may collapse upon the need to repay such debt. GDP growth, like cholesterol, seems to be a Procrustean bed reduction that has been used to game systems. So just as, for a plane that has a high risk of crashing, the notion of “speed” is irrelevant, since we know it may not get to its destination, economic growth with fragilities is not to be called growth, something that has not yet been understood by governments. Indeed, growth was very modest, less than 1 percent per head, throughout the golden years surrounding the Industrial Revolution, the period that propelled Europe into domination. But as low as it was, it was robust growth—unlike the current fools’ race of states shooting for growth like teenage drivers infatuated with speed." 

terça-feira, abril 02, 2013

Bom senso!

"Less than 5 percent of the $800 billion Obama stimulus went to the truly needy for food stamps, earned-income tax credits and other forms of poverty relief. The preponderant share ended up in money dumps to state and local governments, pork-barrel infrastructure projects, business tax loopholes and indiscriminate middle-class tax cuts. The Democratic Keynesians, as intellectually bankrupt as their Republican counterparts (though less hypocritical), had no solution beyond handing out borrowed money to consumers, hoping they would buy a lawn mower, a flat-screen TV or, at least, dinner at Red Lobster.
...
 These policies have brought America to an end-stage metastasis. The way out would be so radical it can’t happen. It would necessitate a sweeping divorce of the state and the market economy. It would require a renunciation of crony capitalism and its first cousin: Keynesian economics in all its forms. The state would need to get out of the business of imperial hubris, economic uplift and social insurance and shift its focus to managing and financing an effective, affordable, means-tested safety net.
.
All this would require drastic deflation of the realm of politics and the abolition of incumbency itself, because the machinery of the state and the machinery of re-election have become conterminous.
...
The United States is broke — fiscally, morally, intellectually — and the Fed has incited a global currency war (Japan just signed up, the Brazilians and Chinese are angry, and the German-dominated euro zone is crumbling) that will soon overwhelm it. When the latest bubble pops, there will be nothing to stop the collapse. If this sounds like advice to get out of the markets and hide out in cash, it is."
Trechos retirados de "State-Wrecked: The Corruption of Capitalism in America"

segunda-feira, julho 02, 2012

Assar sardinhas só com a chama dos fósforos (parte II)

Como anónimo engenheiro de província uso umas metáforas e analogias, por exemplo:

Outros, usam muitas equações e modelos.
.
No entanto, chegam à mesma conclusão:
"the effect of government spending on output lasts only as long as the government spending"

domingo, janeiro 29, 2012

Os clones de Paulo Campos

"É notório, nas conversas com as personalidades do cavaquismo, o crescendo de preocupação sobre o que vêem como a "desestruturação da economia", pela ausência de investimento."
.
Esta frase é o retrato do paradigma que nos trouxe à beira do abismo, 30 anos de cainesianismo não resultaram na Madeira, não resultaram nos Açores e não resultaram por cá.
.
30 anos a assar sardinhas com a chama de fósforos é o que estes encalhados entendem por economia estruturada.
.
Estes cavaquistas pertencem, sem dúvida, ao mesmo clube de vultos como Paulo Campos, um grande estruturador de economias.
.
.

quinta-feira, outubro 06, 2011

Onde estava durante o deboche da orgia despesista?

""Acabaram os tempos de ilusões. Temos um longo e árduo caminho a percorrer, para o qual quero alertar os portugueses de uma forma muito directa: a disciplina orçamental será dura e inevitável, mas se não existirem, a curto prazo, sinais de recuperação económica, poder-se-á perder a oportunidade criada pelo programa de assistência financeira que subscrevemos", afirmou Cavaco Silva nas comemorações do 101.º aniversário da implantação da República, nos Paços do Concelho, em Lisboa." (Moi ici: O que se entenderá por "sinais de recuperação económica"? Basta a mais pura e básica matemática para ver qual a composição da economia portuguesa. Sinais de recuperação económica significa que 30% da economia teria de compensar a quebra dos outros 70%? Será razoável?)
...
"Portugal e os portugueses devem assim redescobrir a “austeridade digna”: poupar, conter “gastos desmesurados”, consumir produtos nacionais e fazer turismo no país." (Moi ici: Poupar? Mas ainda há dias o presidente apoiou incondicionalmente um QE pelo BCE, uma das melhores formas de destruir poupança!!! Onde está a coerência?)
...
"A crise que atravessamos é uma oportunidade para que os portugueses abandonem hábitos instalados de despesa supérflua, para que redescubram o valor republicano da austeridade digna, para que cultivem estilos de vida baseados na poupança", referiu o chefe de Estado, acrescentando: (Moi ici: E quem é que define o que é despesa supérflua? Será de proíbir a produção nacional de artigos considerados supérfluos? Existe uma regra para definir o que é supérfluo? Por exemplo, quando uma fábrica de Arrifana fabrica sapatos que vão ser vendidos a 2000 euros o par na Ginza, está a fabricar um artigo supérfluo? E quem os compra deve ser punido?) "Perdemos muitos anos na letargia do consumo fácil e na ilusão do despesismo público e privado." (Moi ici: Onde esteve estes anos todos enquanto o Estado esbanjava?)
.
Trechos retirados de "Cavaco Silva: "Acabaram as ilusões e não bastam sacrifícios""

segunda-feira, outubro 03, 2011

É a vida

""Oeiras Valley" - uma "ilha" de crescimento"
.
Tanto crescimento e afinal não é sustentado... afinal é à "madeirense".
.
Ou seja, se se acabarem os fósforos não há brasas auto-suficientes para gerarem o calor necessário para assar as sardinhas...
.
Como dizia ontem o João Miranda, cheira-me a estertor da economia que viveu baseada em endividamento fácil a taxas de juro baixas.
.
É a vida!

sexta-feira, setembro 30, 2011

Assar sardinhas só com a chama de fósforos (parte III)

Continuado da parte I e parte II.
.
"No final de Junho, os seis maiores bancos que actuam em Portugal tinham em sua posse casas penhoradas num montante estimado em mais de 3.000 milhões de euros. Em primeiro lugar, destaca-se o BCP que detinha imóveis penhorados num montante avaliado em 1.180 milhões de euros, seguindo-se o BES com 751,9 milhões de euros, a CGD com 549,6 milhões de euros, o Montepio com 282,3 milhões de euros, Santander Totta com 152,6 milhões e BPI com 122,6 milhões de euros.
.
Segundo a notícia do jornal “Diário Económico” desta segunda feira, estas casas que a banca possui provêm essencialmente de promotores imobiliários."
.
E o que propõe o sindicato da construção?
.
"O Sindicato da Construção de Portugal quer que o Governo disponibilize cinco mil milhões de euros em verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para apoiar a fileira."
.
Por que tenho de contribuir para a manutenção de um sector sobredimensionado?

quarta-feira, setembro 14, 2011

Assar sardinhas só com a chama de fósforos (parte II)

Continuado daqui.
.
"Fim da Parque Escolar ameaça duplicar falências das construtoras"
.
Atirou-se dinheiro para o problema e ... apenas se adiou o inevitável.
.
Quantas empresas aproveitaram o tempo extra para se reconverterem? Conheço uma, pelo menos, que se especializou em estruturas solares.
.
Quantas empresas aproveitaram o tempo extra para abrir novos mercados?
.
"Das três insolvências diárias nas empresas de construção pode passar-se para o dobro. Sector já é responsável por cerca de um terço dos desempregados"
.
E por que é que os contribuintes, num mercado capitalista, têm de suportar empresas sem futuro em actividades sobredimensionadas num ambiente pós-bolha?

quarta-feira, abril 27, 2011

O pai da geração deolindeira

""Nós não sabemos como chegámos a esta dívida porque ela foi feita nas nossas costas""
.
"O sociólogo Boaventura Sousa Santos defendeu, terça-feira, que os portugueses deviam recusar-se a pagar a dívida do Estado, evocando o exemplo da Islândia, ao intervir numa conferência promovida pela Associação Abril, em Lisboa."
.
O exemplo paradigmático de uma mentalidade infantil... vinda do pai da geração deolindeira.
.
Quem contraiu a dívida? Os políticos!
.
Quem elegeu os políticos? Nós!
.
Será que o sociólogo está disposto a este lado islandês, no final do postal?
.
Trecho retirado daqui.

sexta-feira, abril 08, 2011

E o bronco sou eu

A sério, muito a sério, gostava de saber qual a definição que esta gente tem de investimento.
.
Como bronco engenheiro que sou de formação, para mim, investimento é algo que gastamos agora para dar retorno positivo mais tarde. Gasto agora y e como contrapartida vou ganhar x no futuro (em que x > y).
.
No entanto, sou mesmo bronco, julgo que para esta gente investimento é gastar dinheiro agora, para gerar benefícios imediatos que não são reprodutivos.
.
A trabalhar com empresas privadas, o decisor quer saber vou recuperar o dinheiro gasto em quantos anos?
.
Para esta gente, investimento é assar sardinhas com a chama de fósforos.

quarta-feira, março 23, 2011

Porquê tanto medo do FMI?

Avelino de Jesus no Jornal de Negócios de ontem no artigo "Porquê tanto medo do FMI?" pôs o dedo na ferida:
.
"De facto, a recusa em aceitar pacificamente a colaboração do FMI - tão frequente e veementemente afirmada - não releva nem da ideologia, nem da irracionalidade. Pelo contrário, aquela atitude repousa numa rigorosa análise das consequências previsíveis da intervenção do FMI sobre a opacidade da informação e dos processos de decisão em fundamentais aspectos da política económica.

O medo do FMI é - antes de tudo o resto - temor da capacidade de análise e de revelação do estado real da economia portuguesa, em geral, mas sobretudo, no âmbito dos compromissos públicos constantes nos contratos das parcerias público - privadas e concessões e em todos os compromissos implícitos e não publicitados propiciados pela reinante promiscuidade entre os sectores público e privado."
.
BTW, relacionar a crise política em curso e a velocidade com que foi desencadeada com esta reflexão de Wolfgang Munchau "A zona euro e os seus fantasmas":
.
"Quando foi anunciado quem ao abrigo do Mecanismo de Estabilização Europeu (MEE) podia comprar obrigações nos mercados primários, isto foi visto como uma grande concessão alemã. Enganaram-me, mas por pouco tempo.

Ao que parece, este mercado primário não vai funcionar. O MEE não vai estar em condições, por exemplo, de apoiar Portugal nos próximos meses, quando o país precisar de emitir mais dívida. Se Portugal não se conseguir refinanciar, não terá outra opção que não seja aceitar um programa padrão de apoio, obtendo crédito no âmbito do actual pacote de salvamento. Só ao fim de alguns anos, quando o país tiver cortado nos excessos e esse Portugal transformado sair da austeridade e planear o seu regresso aos mercados de capitais é que o Mecanismo de Estabilização Europeu poderá estar disposto a ajudar, agindo como comprador de último recurso quando o país efectuar leilões de obrigações."
.
O fim da linha estava a chegar... "Bruxelas espera carta de Portugal a pedir ajuda"... um artista é sempre, sempre, sempre um artista.
.

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

See, Feel and Change

Outro texto clássico, desta vez de John Kotter, mas pleno de actualidade "Before You Can Get Buy-In, People Need to Feel the Problem".
.
E por isso é que de pouco valem os editoriais do JdN "A alucinação colectiva" ou os postais neste humilde blogue. A coisa tem de bater no fundo, as pessoas têm de ver e sentir para que se abra uma porta à possibilidade de mudar. A coisa não muda... as coisas nunca mudam por causa da análise e da reflexão.
.
A abertura a mudar não se faz no cérebro, faz-se no coração.
.
A gente não muda por causa de regras racionais...

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Paralelismos

"“Understand, when you’re in the middle of a financial crisis, you’re surrounded by chaos. Everybody is calling you wanting to know when they’re getting paid. Your only concern is keeping your company afloat. When your lawyer says, ‘Maybe we should look at Chapter 11,’ you say, ‘Hell, no. That is not an option. Don’t bring it up again.’ You simply don’t accept that you can’t turn things around. So you plunge ahead and get swallowed up in the day-to-day minutiae and sink deeper and deeper. You need to collect your receivables quicker, so you ratchet up the pressure on your customers, who don’t like to be pressured. You need to hold on to your cash, so you stall your vendors, who don’t like to be stalled. Your employees know something is going on. They’re getting calls of their own. But you’re isolated. You really don’t want to talk to anybody. You’re in this downward spiral, and you can’t cut costs fast enough. Maybe you last another three or four weeks, but it’s complete torture. By the time you realize you may have to look at Chapter 11 after all, there’s nothing else to do."
.
Trecho retirado de "Small Giants - Companies That Choose to Be Great Instead of Big" de Bo BurlingHam.