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sábado, outubro 22, 2022

À espera da autópsia

Ontem de manhã, durante a caminhada matinal li "Ach.Brito foi vendida por um euro. Empresa passou a ser detida por um fundo de capital de risco":

"A Ach.Brito, que inclui as marcas de sabonetes e outros produtos de beleza Claus Porto e Musgo Real, tinha no mercado do turismo um dos seus principais clientes e o plano a seis anos, revelado ao PÚBLICO em 2017, visava “aumentar as vendas da marca [Claus Porto] no estrangeiro”, num investimento de cinco milhões de euros. Mas as suas intenções viriam a ser goradas com a chegada da pandemia, a meio do processo."

Por acaso, ontem de manhã numa empresa usei este esquema de 2008:


Por acaso gosto da marca Ach. Brito e costumo comprá-la. Sempre me questionei sobre a sua presença nos hipermercados.

Gostava de ver estes casos reais da economia portuguesa autopsiados pelas revistas de gestão nacional. Talvez daqui a uns anos possa encontrar algo numa tese de mestrado.

sábado, janeiro 12, 2013

Outra autópsia

A Queijo Saloio produz queijo.
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A Queijo Saloio quer que o seu queijo seja consumido.


A Queijo Saloio não vende directamente ao consumidor.
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Então a Queijo Saloio precisa de mais alguém no circuito:

A Queijo Saloio precisa de alguém que ponha o seu queijo na prateleira visitada pelos consumidores.
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Então, naquilo a que chamo o ecossistema da procura, na cadeia da procura, temos pelo menos três entidades: a Queijo Saloio, os donos das prateleiras e os consumidores de queijo.
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Quem ocupa o lugar privilegiado nesta cadeia?
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O consumidor de queijo!
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Se o consumidor não comprar, se não preferir os queijos da Queijo Saloio... nada mais interessa, mesmo que os donos das prateleiras gostem de negociar com a Queijo Saloio, não vão querer os seus queijos nas prateleiras porque serão monos sem saída e sem rendimento.
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Se o consumidor não morrer de amores pelos queijos da Queijo Saloio e os considerar como mais uns de mais uma marca, então a Queijo Saloio terá de pagar um custo extra pelo benefício da escolha para a prateleira, ao dono da prateleira.
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O que me causa sempre alguma perplexidade é o discurso, é a postura agressiva contra o dono da prateleira por parte de quem depende dele para chegar ao consumidor. No lugar da Queijo Saloio, em vez de uma postura agressiva contra um parceiro da cadeia da procura, procuraria ganhar poder negocial, não através da regulação mas concentrando-me no elemento mais forte da cadeia: no consumidor.
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Como é que posso entrar na mente do consumidor e tornar a marca Queijo Saloio mais atraente? Como é que posso diferenciar os produtos, a proposta de valor da marca Queijo Saloio? E será que estou a trabalhar nas prateleiras que me interessam?
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O consumidor é o único com poder para mudar o dono da prateleira e ponto!
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E existe o consumidor da Queijo Saloio? Quem são os clientes-alvo da Queijo Saloio?
"Peso da restauração e comércio tradicional baixou 10% A queda das receitas não se deu só na grande distribuição, mas também nos canais de vendas mais tradicionais.
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As grandes retalhistas representam 70% a 75% das vendas da Queijo Saloio. No ano de 2012, a relação da empresa - e das outras produtoras em geral - tornou-se ainda mais difícil. Segundo Clara Guedes, "houve uma agressividade promocional muito forte entre operadores e isto reflectiu-se nos produtores". A única forma de ultrapassar a pressão dos retalhistas, defende, é ter "mais regulamentação. Com o mercado a funcionar, não temos forma de lidar com isso"."
Numa economia em queda, depender assim tanto da grande distribuição, é ter de estar preparado para agressividade promocional - o negócio é preço... a menos que a marca consiga fazer a diferença na mente do consumidor. Apelar à regulação é desistir de uma aposta na diferenciação.
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Que é feito da Queijo Saloio que conheci?
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Depois, ainda temos:
"A manutenção das receitas para este ano será também suportada pelo "lançamento de uma marca totalmente nova, numa área de valor acrescentado" (Moi ici: O meu conselho de há 6 anos, produtos para canais diferentes devem ter uma marca diferente) , referiu a administradora-delegada da Queijo Saloio, sem adiantar mais pormenores sobre este projecto."
Como é possível a mesma mente que deposita esperanças na regulação para proteger a empresa da concorrência, em simultâneo equacione lançar uma marca nova para o segmento de valor acrescentado? E o tal produto que estavam para patentear a nível mundial em 2007? Ter 75% da produção escoada via grandes superfícies significa grande concentração na eficiência operacional... produtos nas áreas de valor acrescentado vão chocar com a filosofia prevalecente dentro da fábrica. Espero que usem unidades dedicadas.

E recuo a 2007 e a "Tele análise, com base nos jornais" para concluir que a tal desorientação estratégica parece continuar. O que é uma pena porque eu gosto de alguns produtos da Queijo Saloio e, também percebo que outros, numa sociedade cada vez mais envelhecida e preocupada com a saúde, estão condenados dado o teor de sal que evidenciam.
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E ainda, numa empresa em que as exportações representam apenas 8% da facturação, como foi possível pensar nisto:
"A queda das receitas em 2012 não era esperada. A empresa tinha previsto manter as receitas de 2011, mas à contracção do consumo no mercado nacional somaram- se cenários semelhantes em França, Espanha e Alemanha, que eram os principais mercados de exportação."
Trechos retirados de "Queijo Saloio quer duplicar exportações em 2013" (duplicar as exportações num ano... num produto alimentar com marca... espero que se concentrem no lucro e não na facturação)

BTW, estudem a abordagem inicial da frangos Purdue à distribuição.

sexta-feira, junho 08, 2012

Um país que se mexe, apesar das elites

Lembram-se da série "OMG... E vão viver de quê?"
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Impressionante, é em todo o lado:
"O Grupo Luso Pirotecnia está a crescer em termos de exportações, que atualmente representam 60% das vendas, anunciou a empresa.
A indústria de espectáculos/produtos pirotécnicos a nível nacional tem vindo a cair mas, em contraste, o mercado externo tem mais procura. Uma das mais recentes adjudicações da empresa foi a "Cascata" pirotécnica realizada no 75º aniversário da Golden Gate Bridge, em São Francisco, EUA."
Um país que se mexe, apesar das elites que vaticinam o pior.
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E mesmo neste artigo "Portuguese Just Shrug and Go On in the Face of Cuts and Job Losses" encontro:
"In 2007, 160 people worked on TemaHome’s factory floor in Tomar, about 75 miles north of Lisbon; today, there are just 105, and the company is struggling to compete with factories in Eastern Europe and China, said Luís Vicente, the production director. TemaHome’s future lies in producing high-quality, customized furniture, he said, and it has hired a handful of designers and salespeople even as it has shed factory workers. (Moi ici: Recordar a autópsia feita em 2007, parte I e parte IIRevenues in the first quarter were up 20 percent this year."

segunda-feira, maio 07, 2012

Carvalho da Silva 1 - GE 0 (parte III)

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"David Brooks: Competitiveness Vs Creativity: GE vs Apple"
"So why has GE lost 40 percent of its share value in the last ten years, and more than half its of its share value since Jeff Immelt became CEO? Why doesn’t the stock market see much of a future for GE?
A culture of the bottom line
Obviously, the results of any large company are caused by many moving parts, but one of the root causes of GE’s decline is what CEO Jeff Immelt revealed in his 2006 conversation with Harvard Business Review (“Growth As A Process”)
“At GE, the only things that move the culture are ones that show up in our income statement. It’s just the way we were raised.”
GE is the quintessential company that is run by the numbers, focused on making money for the shareholders. Because GE does it as well as anyone, its fate can tell us where this approach leads."
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"GE’s main problem today is thus a 20th Century management mindset focused on making a profit by pushing products and services at customers. It was a way of managing that worked reasonably well, decades ago, when the marketplace was dominated by a few oligopolies (customers lacked both options and information about the options) and most work was semi-skilled.
Today that world has all but vanished. The reality is that we now live in the age of customer capitalism. As a result of epochal shift of power in the marketplace from seller to buyer, the customer is now in charge. Making money and corporate survival now depend not merely on satisfying customers but delighting them. To prosper, firms must have knowledge workers who are continuously innovating and delivering a steady supply of new value to customers and delivering it sooner. The new bottom line of business is: is the customer delighted? It’s a fundamental shift from outputs to outcomes."

segunda-feira, janeiro 30, 2012

Perguntas, perguntas, perguntas (parte I)

Encontrei este trabalho "IMPLEMENTATION STRATEGY FOR TEMAHOME IN THE TURKISH FURNITURE MARKET", de Janeiro de 2010, sobre esta velha conhecida (parte I e parte II).
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Algumas reflexões:
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"Of course, moving from a manufacturer of private label wood furniture into a designer and manufacturer of home decoration pieces directed to the medium/high end of the market takes some time and requires deep transformations in the imbibed processes and culture of the firm. (Moi ici: E como diz o ditado "A cultura come estratégias ao pequeno-almoço", portanto, não é fácil fazer esta transição interna. Há todo um mosaico de actividades internas que tem de ser trocado e um software mental que tem de ser modificado. Qual o melhor mosaico para o futuro?)  Besides that, due to this new strategy, Temahome had to shift from the large-scale volume oriented retailers into smaller scale medium/high-end specialized retailers. (Moi ici: Outra medida no bom sentido. Contudo, quais são as prateleiras que interessam? Mas, tão importante quanto identificar quem são os donos das prateleiras, também é importante identificar a cadeia da procura, um ecossistema completo de intervenientes que podem co-ganhar com uma relação pelo qual passe o desempenho da empresa. Quem são? Que proposta de valor os atrairia para a órbita do ecossistema da empresa?) Consequently, during this period of transition, Temahome's total sales have been significantly affected, since the incremental sales that are generated with a new client are significantly lower than the effect caused by the loss of older (and larger) clients that stop doing business with Temahome mainly due to price concerns.
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One of the major challenges that a design-oriented company such as Temahome faces is the threat of imitation. While designing a new product requires recruiting creative minds and R&D expenditures; imitating is cheap. (Moi ici: Para quem sai do private label e tenta o sucesso através do design associado a uma marca, o melhor elogio é a cópia. Não creio que a  imitação seja o maior desafio para uma empresa nestas condições. Julgo que o maior desafio é o da autenticidade... até que ponto o mercado vai apreciar o design dos novatos (a empresa)? Até que ponto tal design vai cair no goto dos fazedores de opinião? O maior risco mesmo é o do anonimato) Since the protective power of product patents is especially limited when it comes to furniture, Temahome has no other option than to innovate continuously and to strengthen its brand name. As a result, in one hand, the product life cycle and the time interval between the creation of new pieces have been reduced (creation of annual catalogs). On the other hand, in an attempt to increase its brand visibility next to the final consumer, Temahome has been opening several shop in shops throughout Central Europe and US, and has just recently opened in Lisbon its first owned store." (Moi ici: E o circuito dos prescritores? E o circuito dos influenciadores? Como pode fazer a diferença? Como pode criar uma diferença na mente dos actores que actuam no ecossistema da procura? Não basta seguir os passos, é preciso fazer o click!)
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Como estarão os capitais investidos a serem rentabilizados?

quarta-feira, dezembro 14, 2011

Gostava de perceber o que está por detrás desta explosão...

Descobri esta história há bocado:

Como é que num mercado como o norte-americano, uma empresa em apenas 4 anos passa de 0 vendas para a número 3 em vendas?
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Como é que uma empresa consegue fazer isto? O que é que isto quer dizer? E isto em plena "crise internacional"...
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Estamos a falar de alguém que viu uma publicidade...
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"By 2005, I thought maybe I would relax and have a family. But one day I opened a piece of mail. It said, "Fully equipped yogurt factory for sale." I threw it away. But then I thought about it later and went back and got it out of the garbage. I called. It was nearby, in South Edmeston, N.Y., near Utica. Kraft was closing it and getting out of the yogurt business. There were a million reasons not to buy it."
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Mercados saturados, em que todos competem da mesma forma, em que todos seguem a mesma cartilha... talvez precisem de outsiders, de autenticidade, de gente com a mão na massa...
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De certeza que há aqui algo a merecer estudo...

sexta-feira, setembro 16, 2011

Recordar Lawrence... nada está escrito (parte IV)

"Shift Changes: A historic Minnesota mill swings back into production"
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"Faribault Woolen Mill Co. has already received orders from high-end hospitality clients including the Waldorf Astoria and Hudson hotels in New York City, and the company’s blankets..."
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Nichos, nichos, nichos
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Não há sectores condenados, há sim estratégias condenadas.

terça-feira, dezembro 21, 2010

A evolução da ideia de mosaico estratégico (parte III)

Continuado daqui: parte I e parte II.
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Em Novembro de 2005 chegou-me às mãos um artigo que merece ser recordado nesta série: “The vanishing middle market
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O mercado do meio-termo está a desaparecer, o mercado dos produtos médios está a desaparecer.
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Outro artigo na mesma onda foi publicado em Novembro de 2006 “Escaping the middle-market trap: An interview with the CEO of Electrolux”:
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Ou se compete pelo preço mais baixo, ou se compete pelo melhor desempenho… quem procura estar na média está condenado… já não há clientes médios para produtos médios.
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Paralelamente, como bem documenta o livro “A Stitch in Time” assistimos a uma proliferação de produtos e a produtos com ciclos de vida mais curtos, o que acarreta um aumenta da incerteza no planeamento das necessidades e da produção. O aumento da incerteza, como demonstra David Birnbaum, estica ao limite as longas cadeias logísticas e põem a nú a sua rigidez o que as torna demasiado caras, com cerca de 40% dos custos do ciclo de vida a perderem-se em saldos e sell-outs não repostos.
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Os consumidores e as empresas estão em co-evolução, quanto mais se avança mais a diferença, mais a variedade, mais a rapidez é compensada. Há como que um espicaçar mútuo.
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Esta explosão de variedade câmbrica na mente dos consumidores impõe uma variedade de abordagens por parte das empresas. As empresas têm de escolher a quem se dirigem, quais os clientes-alvo onde se concentram
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Porter no artigo “What is Strategy?” publicado pela HBR em Stembro de 1996 escreve acerca das escolhas:

“Choosing a unique position, however, is not enough to guarantee a sustainable advantage. A valuable position will attract imitation by incumbents, who are likely to copy it in one of two ways.

But a strategic position is not sustainable unless there are trade-offs with other positions. Trade-offs occur when activities (Moi ici: Recordar a parte II desta série) are incompatible. Simply put, a trade-off means that more of one thing necessitates less of another.

Trade-offs create the need for choice and protect against repositioners and straddlers.

trade-offs arise from activities themselves. Different positions (with their tailored activities) require different product configurations, different equipment, different employee behavior, different skills, and different management systems. Many trade-offs reflect inflexibilities in machinery, people, or systems.

Positioning trade-offs are pervasive in competition and essential to strategy. They create the need for choice and purposefully limit what a company offers.
They deter straddling or repositioning, because competitors that engage in those approaches undermine their strategies and degrade the value of their existing activities.”

Também Terry Hill e Skinner escreveram e defenderam a importância de estabelecer uma coerência interna, uma disciplina de valor para oferecer a proposta de valor com vantagem mais sustentada.

Quando se identifica um conjunto de clientes-alvo, quando se faz a caracterização dos factores que os farão ficar satisfeitos:
A vantagem competitiva sustentada tem de assentar numa conjugação, numa sinergia de opções que se reforçam

e baralham mesmo quem está de fora sobre qual a relação entre os factores a montante e o desempenho da empresa.

E voltando a Porter: “Positioning choices determine not only which activities a company will perform and how it will configure individual activities but also how activities relate to one another. While operational effectiveness is about achieving excellence in individual activities, or functions, strategy is about combining activities.

Fit locks out imitators by creating a chain that is as strong as its strongest link.

The importance of fit among functional policies is one of the oldest ideas in strategy. Gradually, however, it has been supplanted on the management agenda. Rather than seeing the company as a whole, managers have turned to “core” competencies, “critical” resources, and “key” success factors. In fact, fit is a far more central component of competitive advantage than most realize. Fit is important because discrete activities often affect one another.

There are three types of fit, although they are not mutually exclusive. First-order fit is simple consistency
between each activity (function) and the overall strategy.

Consistency ensures that the competitive advantages of activities cumulate and do not erode or cancel themselves out. It makes the strategy easier to communicate to customers, employees, and shareholders, and improves implementation through single-mindedness in the corporation.

Second-order fit occurs when activities are reinforcing.

Third-order fit goes beyond activity reinforcement to what I call optimization of effort.

Strategic fit among many activities is fundamental not only to competitive advantage but also to the sustainability of that advantage. It is harder for a rival to match an array of interlocked activities than it is merely to imitate a particular sales-force approach, match a process technology, or replicate a set of product features. Positions built on systems of activities are far more sustainable than those built on individual activities.”

Porter recorre, no artigo, a três exemplos de empresas que competem pelo preço sem nunca referir a necessidade de salários baixos, pelo contrário os tripulantes da Southwest são dos mais bem pagos da indústria:
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Em

lá está “High compensation of employees” para não perder gente motivada, gente treinada, gente produtiva.
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Esta combinação criativa de actividades adicionada à incerteza e ao atraso entre a escolha e o resultado complexificam o espaço competitivo, a competição deixa de ser um jogo claro e transparente entre quem tem mais ou menos recursos tangíveis e fazem o jogo evoluir para um novo nível, e fazem o jogo distribuir-se por vários campeonatos.
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Reduzir a análise a um único campeonato combatido com regras antigas é uma simplificação tremenda. Basta pensar nesta realidade:
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Existe mais variabilidade na distribuição das produtividades intra-sectoriais, do que entre a distribuição de produtividades inter-sectoriais.
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Interessante como o meu conhecimento empírico comanda a pesquisa em busca de confirmação/rejeição.
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Continua.

terça-feira, dezembro 14, 2010

Adapting to change

"The final implementation imperative - adapting to change - is the most important. Nothing in your business is set in stone. Change is inevitable. The only question is whether you will be prepared. The interactive process allows you to focus your entire organization on the strategic uncertainties that will one day - sooner or later - invalidate your current strategy."
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Trecho retirado de "Seven Strategy Questions" de Robert Simons.

quinta-feira, novembro 04, 2010

O trapezista (parte IV)

Continuado de parte III, parte II e parte I.
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Ontem ao final da tarde, enquanto aguardava o início de uma reunião, mergulhei no capítulo "Mapping Successful Organizational Routines" de Véronique Ambrosini e Cliff Bowman incluído no livro "Mapping Strategic Knowledge" editado por Anne Sigismund Huff e Mark Jenkins.
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E foi interessante encontrar, numa linguagem mais elaborada, o que de certa forma tenho tentado descrever ao longo desta série:
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"tacit knowledge has been argued to be a source of competitive advantage largely because it is difficult to express, it generates causal ambiguity, it is practical, and it is context-specific ... tacit knowledge possesses all the requirements that a ‘resource’ needs to have to be a source of sustainable competitive advantage it is valuable, rare, imperfectly imitable and imperfectly substitutable.
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There are various types of cognitive maps. One of them is the cause map or causal map: ‘a cause map is a form of cognitive map that incorporates concepts tied together by causality relations’.
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causal maps reflect what is understood to be happening in an organization. (Moi ici: Algo que está acontecendo, algo que está em fluxo, algo que não está limitado e fechado, algo que está em evolução) One of the main benefits of using cognitive maps is that they ‘place concepts in relation to one another, ... they impose structure on vague situations'. Cause maps are therefore a way of ordering and analysing something that is ‘fuzzy’. These maps are also useful in eliciting tacit routines because they allow us to study issues at a microlevel; they can also represent multiple explanations and consequences, (Moi ici: Muito mais rico que um texto escrito, para descrever uma realidade incerta e em desenvolvimento) show interrelationships between factors, and potential dilemmas.
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‘the only reasonable claim that can be made of cognitive maps as an artefact ... is that ... they may represent subjective data more meaningfully than other models'. They are simply used as a technique that would allow us to elicit tacit routines.
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a group map ‘as a visual interactive model, acts in the form of a ... transitional object that encourages dialogues
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Among the reasons behind the claim that metaphors can help express what is not easily articulable is that metaphors can generate new meaning.
They can ‘render vague and abstract ideas concrete’. Because they allow different ways of thinking, people may be able to explain complex organizational phenomena metaphorically. Metaphors can ‘transmit an entire story visually using one image’. This idea of image is central in understanding the argument concerning the articulation of tacit knowledge through metaphors. Because metaphors are vivid images, they may substitute for a large number of words and they are ‘useful in coping with a large amount of data’. Images also allow us to speak about process because they are not discrete. This matters because tacit routines are capabilities; they are a process (they are about how to do things).
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language [is a] discrete symbols system ... words partition experiences. [However] experience does not arrive in little discrete packets, but flows, leading us imperceptibly from one state to another. (Moi ici: Isto é tão "trapezista parte II") Thus the task we have to perform in communication is to convey what is usually some kind of continuum by using discrete symbols. It would not be surprising if discrete symbol systems were incapable of literally capturing every conceivable aspect of an object, event or experience that one might wish to describe. ...
This deficiency is filled by metaphor. Metaphors are a means of capturing the continuous flow of experience, hence they can be a means of capturing tacit knowledge. ‘They allow the transfer of concrete bands of experience whereas literal discourse segments experiences’. ‘One can say through metaphor what cannot be said in discrete, literal terms, especially when words are not available or do not exist’."
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Cool!

segunda-feira, outubro 04, 2010

O perigo da cristalização (parte II)

Este postal de Março de 2008 "O perigo da cristalização" casa perfeitamente com este trecho:
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"One of the great experiments in selective innovation was Japan’s Ministry of International Trade and Industry (or MITI), which was created to guide industrial policy out of the rubble left by World War II. In addition to basic economic policy, it was also responsible for funding research and directing investment into the most promising areas.

Initially, MITI was an enormous success. It’s forward thinking management of Japanese industry created an economic miracle in the 1970’s and 1980’s. Companies like Toyota and Sony became global icons, while western nations viewed the Japanese economic juggernaut with a mix of fear and envy.

Then came Japan’s Lost Decade, and the tight network of elite banks and corporations proved to be too rigid to adapt to an enormous asset price bubble. Meanwhile, the loose network of garage start-ups and venture capital in America’s Silicon Valley created new information-based industries that no one saw coming.

While Japan had been, and to some extent continues to be, a leader in the old industrial economy that MITI designed for, it remains a laggard in information age industries even today, 20 years after the Lost Decade began.

You can’t plan for what you don’t see coming."
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Trecho retirado de "The Selective Innovation Trap"

domingo, setembro 12, 2010

Novidade versus massificação

"Quality is not only not necessary, for many itens, it is undesirable. If we define quality as regularly meeting the measured specifications for an item, then quality matters a lot for something like a pace-maker, it does not matter at all for a 3000 dolars haute-couture dress.
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More fashion equals less need for quality, perfect is an ilusion."
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Trecho retirado de Tribes de Seth Godin.
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Muita gente na área da Qualidade ainda não percebeu isto. Continuam no campeonato da normalização.

quarta-feira, setembro 08, 2010

Há alternativas

Interessados no desafio de competir no mundo de hoje e triunfar, apesar dos mega-concorrentes no preço ou nos custos, devem procurar ler "How We Compete" escrito por uma equipa do MIT liderada por Suzanne Berger.
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O livro tem a grande vantagem de partir da micro-economia, do contacto com empresas reais, com pessoas concretas, para relatar histórias de sucesso sobre como competir com a Ásia.
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Um must!
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Para competir é preciso ter uma estratégia, sem estratégia corre-se o risco de se ser um prato numa prova de tiro aos pratos. Por isso, esta apresentação faz crescer água na boca:
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"We in the garment industry — both the factory suppliers and the importer/retailer buyers — none of us like strategies. We are very good at tactics. We are masters at dealing with crisis. But long-term strategies are simply not our thing. At best, strategic thinking in our industry is a last resort. At worst, it occurs only afterwards.
We all had ten years to create viable strategies to meet the challenges of the quota phase-out. We all knew the actual date that quotas would disappear on December 31, 2004. We all knew that the end of quota would bring the greatest change in the history of the global garment industry. Yet on January 1, 2005, we were all taken by surprise, unprepared." (Moi ici: Aqui os caviares dirão, a culpa é dos empresários portugueses que são ignorantes, temos de lhes expropriara as fábricas)
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"Tactics provide short-term incremental change. Strategies provide something new. There is a difference between faster production or higher productivity and speed-to-market, just as there is a difference between reduced prices (whether FOB, DDP, wholesale or retail) and lower costs. Faster production and reduced prices are the result of applying successful tactics. Speed-to-market and lower costs are strategic.
This concentration on the short term traps us in the world of competition, where local factories vie against other local factories for increased orders, and where regional and national retailers vie against other regional and national retailers for a greater share of the consumer market."
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"Again this is not a case of something better. It is about something different. This is all about strategy. Tactics is about competition — winning the game against your competitors. Strategy is about excellence. And, if excellence is a game, there is only one player — you."

terça-feira, setembro 07, 2010

Os resultados da inovação estratégica

Marc Sniukas, no seu livro "Reshaping Strategy -Exploring the Content, Process and Context of Strategic Innovation" escreve acerca dos resultados, das consequências da inovação estratégica:
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"three outcomes of strategic innovation can be identified. Strategic innovation leads to either
  1. new business models (including a new value chain architecture), or
  2. new markets (either by creating new ones or reshaping existing ones), or
  3. increased value for both the customer and the company
or a combination of these three."

Quando penso nas empresas que conheço e que deram a volta, estando a competir com sucesso no mercado de bens transaccionáveis, vejo:
  • que mudaram o seu modelo de negócio, passando a assentar as suas vantagens competitivas noutras actividades e atributos;
  • que mudaram de clientes, passando a trabalhar com clientes mais exigentes; e
  • que passaram a produzir bens ou serviços com um maior valor acrescentado.

segunda-feira, agosto 09, 2010

Bottom-up vs Top-down

Consideremos um sector de actividade: o calçado, por exemplo.
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Já aqui expliquei que um sector de actividade não é um bloco homogéneo, por isso, olhemos para esse sector de actividade não como uma figura geomética sólida, massiça, com ângulos rectos e vértices a limitá-la, mas como uma prado na Primavera cheio de vida, um ecossistema pleno de biodiversidade, pleno de diferença.
Nesse ecossistema, em função do acesso aos nutrientes fundamentais, em função da exposição à luz solar, em função da exposição aos ventos, em função da proximidade com a água, encontramos diferentes espécies de plantas competindo por um lugar ao sol.
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Voltemos ao sector do calçado e procuremos vê-lo como um prado na Primavera, com empresas que se relacionam entre si e se complementam. Concentremo-nos especificamente nas empresas que fabricam sapatos (para facilitar a explanação do nosso argumento, esqueçamos as empresas que fabricam os acessórios, que vendem as peles, que produzem as solas, que …).
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Podemos encontrar empresas verticais, ou seja, empresas que têm capacidade produtiva em todas as fases do ciclo de fabrico de um par de sapatos, podemos encontrar empresas que são subcontratadas para realizar uma ou todas as operações de fabrico, podemos encontrar empresas que trabalham para as já quase inexistentes sapatarias independentes no mercado nacional, podemos encontrar empresas que trabalham para grandes ou pequenas marcas, podemos encontrar empresas que trabalham para a sua própria marca, podemos encontrar empresas que trabalham para clientes japoneses que pagam 2000 euros por um par de sapatos e podemos encontrar empresas que trabalham para quem vende sapatos ao consumidor na casa dos 20 ou 30 euros (há tempos, em São João da Madeira, vi uma montra com vários sapatos de senhora a 3 euros).
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Consideremos agora o valor acrescentado por cada uma dessas empresas… claro que vamos encontrar uma distribuição de valores acrescentados, cada tipo de empresa, em função das suas opções e posicionamento como abordamos aqui.
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A figura que se segue procura representar visualmente a variável valor acrescentado:
A título de exemplo, consideremos uma distribuição do valor acrescentado gerado por 7 empresas distintas com diferentes estratégias, diferentes ambições, diferentes opções:
A empresa A é a empresa que gera mais valor acrescentado, apesar de ter o nível de custos mais elevado. Já a empresa B tem um desempenho positivo mas inferior ao da A e da C. A empresa C consegue vender os seus sapatos ao mesmo valor que a empresa B, no entanto, tem menores custos.
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A empresa G é a rainha dos custos, consegue ter os custos mais baixos, no entanto, o valor acrescentado é também o mais baixo.
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Para efeitos deste exemplo até podemos considerar que todas as empresas em causa geram lucro.
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Quando falamos de calçado temos de separar as empresas que fabricam, apenas, das empresas que fabricam e controlam a cadeia até ao ponto de venda, ou das empresas que já nem fabricam e só têm controlo sobre os modelos, ou seja a concepção, ou das empresas que controlam a concepção e os pontos de venda… basta recordar a figura de Larreche e os números da Geox para perceber do tipo de disparidades que podemos encontrar dentro do sector. Também se podem apreciar os preços da Fly London, por exemplo, aqui.

Agora, imaginem estas empresas a operar em Portugal… como historicamente o sector, como todos os outros, era uma realidade homogénea, e como esse modelo mental ainda domina o mainestream, apesar de já estar morto e enterrado, estas diferentes empresas estão sujeitas às mesmas leis, operam no mesmo mercado de trabalho.
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Não se podem fazer… não se devem fazer leis à medida, para casos particulares, assim, fazem-se leis para uma realidade equilibrada e uniforme que não existe (estão a ver porque é importante seleccionar os clientes-alvo? São pessoas concretas, não fantasmas estatísticos), por isso, e não me interpretem mal, por vezes tenho saudades do medo do comunismo
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Leis e abordagens top-down nunca serão eficazes numa economia plena de biodiversidade bottom-up, cada empresa é um caso, e não é uma questão de honestidade, é uma questão de atender à história e personalidade de cada empresa… e a algo mais que a consciência de cada um dita… daí a pressão reactiva ao medo do comunismo, ou a pressão proactiva decorrente do personalismo.
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Claro que quando o Estado tudo quer fazer a tentação é grande para desistir e, esperar que obrigue alguém a fazer, por modos ínvios, o que a sua consciência em condições normais talvez lhe ditasse. Eu, por mim, confesso que já respondi a pedidos de esmola, sem graçola e sem sarcasmo com: "Pede ao Guterres!"
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Tudo isto por causa deste inteligente texto, como é habitual, de Camilo Lourenço no JdN “Falta mão-de-obra ou falta gestão?
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Será que o presidente da APICCAPS não podia pedir um estudo sobre as empresas do sector com melhores desempenho a nível do absentismo, para perceber o que fazem de diferente.
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Lista de artigos sobre o tema do absentismo no sector do calçado:
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ADENDA: "Why is the Journal Mystified that Some Employers Are Having Trouble Finding Workers?"

segunda-feira, agosto 02, 2010

Is Italy Too Italian?

O Carlos chamou-me a atenção para este artigo "Is Italy Too Italian?"
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No caso particular do negócio do sr. Luciano Barbera houve um tópico que me ficou a bailar na mente... será que os seus clientes não estão a migrar para outros gostos e modas?
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Uma empresa pode fazer tudo certo e, no entanto, falhar se os clientes que a suportam mudarem e desertarem.
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Quanto ao resto do artigo, sobre os corporativismos e o medo da concorrência:
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Matt Ridley no seu livro "The Rational Optimist" escreve:
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"business corporations in general are not defenders of free entreprise. On the contrary, they are one of the chief sources of danger. They are addicted to corporate welfare, they love regulations that erect barriers to entry to their small competitors in the modern world ... Most big firms are actually becoming fail, fragile and frightened - of the press, of pressure groups, of government, of their customers. So they should be. (Moi ici: uma corporação pode ser vista como uma grande empresa)
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The size of the average American company is down from 25 employees to 10 in just 25 years."
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"25 empregados em média... o que diriam os caviares?

sexta-feira, março 12, 2010

Comunicação, comunicação, comunicação

A cola que mantém uma organização e concentra, sintoniza e alinha recursos, atenções e motivações.
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"Virtually everyone is aware that they are operating in a different environment. More important than measuring employee recognition of change, companies should be trying to understand whether employees are aligned with the new organizational strategy. Chances are that they are not.
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Research by CEB's HR consulting and workforce survey division, CLC Genesee, recently discovered that productivity of the employees that both experienced change and expect more change to come decreased by 66%. Simply put, almost two-thirds of all employees are 33% as productive as they can be because they don't understand what they are now asked to do."
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ADENDA: E que tal realizar uma auditoria interna ao sistema de gestão com este objectivo:
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domingo, janeiro 10, 2010

Inovação através do design

Costumo apelidar de manobras lanchesterianas, as cogitações limitadas dos macro-economistas, ou dos burocratas de Bruxelas, que têm uma coisa em comum: a linearidade do raciocínio.
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Costumo chamar a atenção para a vantagem da micro-economia, para a vantagem de pessoas concretas, que sentem, que têm relações amorosas com clientes, fornecedores e produtos e conseguem ver o que mais ninguém consegue ver.
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Há pouco tempo descobri na revista Fast Company uma referência que me chamou a atenção para o pensamento de Roger Martin:
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"Martin believes that the North American economy is radically transforming. As the production of goods and services increasingly becomes routinized, the cost advantages across a growing array of industries accrue to China and India. Scale alone is not enough to thrive in a world where markets are rapidly globalizing; incremental improvement won't deliver a decent ROI. Our companies will continue to prosper only if they push to the higher ground of innovating and creating "elegant, refined products and services" -- which might well be produced elsewhere.

The upshot, says Martin, is nothing less than the emergence of the design economy -- the successor to the information economy, and, before it, the service and manufacturing economies. And that shift, he argues, has profound implications for every business leader and manager among us: "Businesspeople don't just need to understand designers better -- they need to become designers."
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In a global economy, elegant design is becoming a critical competitive advantage. Trouble is, most business folks don't think like designers. (Moi ici: E os políticos? E os burocratas? E os macro-economistas? E os contabilistas? E os consultores?)
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In a recent interview in Toronto, Martin asserted that real value creation now comes from using the designer's foremost competitive weapon, his imagination, to peer into a mystery -- a problem that we recognize but don't understand -- and to devise a rough solution that explains it. "For any company that chooses to innovate, the foremost challenge is this," Martin says. "Are you willing to step back and ask, 'What's the problem we're trying to solve?' Well, that's what designers do: They take on a mystery, some abstract challenge, and they try to create a solution.
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The trouble is, when confronted with a mystery, most linear business (Moi ici: lanchesterianos) types resort to what they know best: They crunch the numbers, analyze, and ultimately redefine the problem "so it isn't a mystery anymore; it's something they've done 12 times before," Martin says. Most don't avail themselves of the designer's tools -- they don't think like designers -- and so they are ill-prepared for an economy where the winners are determined by design.
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And that, Martin claims, means traditional organizations must reinvent themselves to perform more like design shops. In this new world, there are fewer fixed, permanent assignments. Instead, work flows from project to project, and people organize their lives around their projects, just as in a design shop. (Moi ici: Tabu!!! Vida de artista saltimbanco!!! Precariedade!!! Portfolio de projectos! Trabalhar sem rede! Em suma, um resumo da vida que levo e que não quero trocar por nada!!!!!!)"
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Depois de apreciar esta exposição "Why Design Thinking Is the Next Competitive Advantage", já não hesito, vou encomendar o livro. É disto que precisamos para subir na escala de valor e, aumentar a produtividade através da criação de valor, a única forma de também os trabalhadores beneficiarem.
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Já agora, a partir do minuto 20, na fase das perguntas, os consultores que apoiam a certificação de empresas deviam escutar e reflectir.
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Na passada sexta-feira, talvez no RCP, ouvi a justificação de Assis Ferreira para o despedimento de 113 trabalhadores do Casino do Estoril. Só falou de cortes e mais cortes que foram feitos para salvar os postos de trabalho. Não fez uma única referência a acções para atrair mais gente ao casino... como se os cortes atraíssem mais clientes.

sábado, outubro 24, 2009

"Should you Launch a Fighter Brand?"

A revista Harvard Business Review de Dezembro de 2006 trazia um interessante artigo, “Strategies to Fight Low-Cost Rivals” de Nirmalya Kumar que comentámos aqui.
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A Harvard Business Review deste mês de Outubro inclui um artigo na mesma onda, sobretudo agora, quando vivemos tempos especiais de migração de valor, "Should you Launch a Fighter Brand?" de Mark Ritson.
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"Economic strains are now causing consumers to trade down, and many midtier and premium brands are losing share to low-price rivals. Their managers face a classic strategic conundrum: Should they tackle the threat head-on by reducing prices, knowing that will destroy profits in the short term and brand equity in the long term? Or should they hold the line, hope for better times to return, and in the meantime lose customers who might never come back? Given how unpalatable both those alternatives can be, many companies are now considering a third option: launching a fighter brand.

A fighter brand is designed to combat, and ideally eliminate, low-price competitors while protecting an organization’s premium-price offerings."
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"For the most part, the history of fighter brands is a discouraging roll call of campaigns that inflicted very little damage on the targeted competitors and resulted instead in significant collateral losses for the companies that initiated them. What tripped them up? Five major strategic hazards that a manager must negotiate carefully in order to enjoy fighter brand success."
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O autor identifica cinco grandes problemas que podem aparecer a quem lança marcas de combate:
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Cannibalization
Failure to Bury the Competition
Financial Losses
Missing the Mark with Customers
Management Distraction
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"But the greatest cost of a fighter brand may be its propensity to cause managers to delay essential strategic decisions on their existing portfolio of brands. In many cases, when a leadership team finally decommissions a failed fighter brand, its next action is a strategic review of its premium brand."
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"A manager will probably never encounter a strategy as tempting or as potentially ruinous as a fighter brand."
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So, take care.

segunda-feira, outubro 12, 2009

Estratégia para as lojas do futuro

Ko Floor em Branding a Store faz um excelente exercício de 'reframing' sobre o futuro das lojas, dando pistas interessantes para as hipóteses de actuação e posicionamento futuro.

“The retail market will become increasingly between functional and emotional shopping. On one side of the market, retail brands will focus on functional and solution-driven shopping of (replenishement) commodities like food, household products, drugs and basic textiles.

On the other side retail brands will operate that sell expressive merchandise with strong emotional appeal, like fashion, domestic accessories and perfumes. Functional stores will mainly choose price, range and or convenience as their positioning attributes. In contrast, emotional stores will mainly position themselves on range and store experience. Retail brands in between, that do not make a clear choice between functional and emotional shopping, will disappear.”

“There will not only be a clear dichotomy between functional and emotional retail brands: a strong polarization over price will also occur.

Price will continue to be an important driver in retail in the coming years. Consumers want to save money in some stores in order to be able to afford premium prices in other stores. This will cause a clear dichotomy in retail: low-price and high-value mass retail brands on one side of the market, and premium-priced niche retail brands on the other side.

Low-price and especially high-value mass brands will grow rapidly. After all, for most consumers it is not about the lowest price; it is about the highest value.”

“In contrast to these low-price and high-value brands, premium niche brands will position themselves as deriving their appeal from their exclusivity and very high prices. The difference between these luxury premium retailers and the low-price/high-value retailers will become bigger than it is now. While low-price/high-value stores will emphasize their range and price, premium stores will pay attention to range, service and often to store experience as well.”

“For years, the middle segment was the largest part of the market, but that is going to change. Just like with the functional and emotional retail brands, the middle segment will also disappear. Retail brands that are stuck in the middle will loose territory at a quick rate. These medium-priced retail brands will get squeezed between the low-price and high-value brands on one side of the market, and the premium brands on the other. To the consumer they do not have a clear offer.

Isto das marcas não serem claras, não terem uma mensagem coerente e consistente não é treta, por exemplo, o artigo “Building Brands Without Mass Media” de Erich Joachimsthaler e David Aaker, publicado pela Harvard Business Review em Janeiro de 1997 ilustra um exemplo de como uma marca que quer ser tudo não é nada e anda à deriva:

“Consider Farggi. In 1993, a Spanish company called Lacrem launched Farggi as a premium ice cream in Spain--one year after the arrival of Haagen-Dazs. The Farggi name was chosen because it sounded Italian and hence would evoke images of quality ice cream among Europeans. It also drew on the reputation of the successful Farggi line of pastry outlets.

The problem was that the name had too many associations and messages. It had already been used for a standard-quality ice cream sold to food service establishments.

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The Farggi strategy, confusing at best, had too many elements: competing directly with Haagen-Dazs, exploiting ties to Spain, having an Italian-sounding brand, and cashing in on the popularity of American-style ice cream.

(The brand was positioned as being based on an authentic American recipe featuring the best-quality ingredients from Spain.)

Confusing messages were sent by Farggi’s method of distribution as well. It said "premium" by offering the ice cream in 500-milliliter cups for two people (originally pioneered by Haagen-Dazs in Europe) through Farggi-owned or franchised ice-cream parlors reminiscent of nearby Haagen-Dazs stores. At the same time, it said "cut-price" by distributing Farggi through hypermarket stores in low-rent neighborhoods and through concessions at regional soccer stadiums.

In short, the brand was everything and nothing. And we believe that, ultimately, its muddled identity confused consumers and put them off. Not surprisingly, today Farggi is trailing Haagen-Dazs in Spain by a significant margin in both sales and market share."

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Voltando a Ko Floor:

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The differences between stores will become larger. Mid-priced stores and stores that do not make a clear choice between functional and emotional shopping will disappear. The disappearance of these mid-market stores will lead to a split of the retail market into four extremes: efficient routine, small pleasures, affordable dreams and luxurious experiences.”

Este esquema ajuda a enquadrar os desafios que as lojas têm pela frente, as escolhas que terão de fazer.
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E voltamos a temas já aqui abordados na óptica das empresas, temas como polarização dos mercados, stuck in the middle e fim do middle market.