Mostrar mensagens com a etiqueta economia socialista. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta economia socialista. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, dezembro 06, 2024

Vamos repetir outra vez: Um oxímoro!

Ando a ler "Creative Destruction - How to Start an Economic Renaissance" de Phil Mullan (vou no décimo segundo de treze capítulos). Brevemento vou escrever algo sobre os capítulos 11 e 12, uma desilusão (afinal o problema das TAPS e EFACECS não é específico de Portugal, segundo o autor).

O livro é sobre a destruição criativa e os capítulos 11 ("The appeal of muddling through") e 12 ("The limits of muddling through") são sobre os esforços dos governos para manter o status quo económico. No fundo, não há dinamismo económico, mas também não há choques económicos.

Por uma combinação de acasos (embora eles não existam) recordei este postal de 2021, "Preservação versus destruição":

"Leio que "as duas preocupações são, no imediato, a preservação do tecido produtivo existente e, numa visão de médio e longo prazo, enfrentar os problemas que travam a produtividade, a competitividade e o crescimento das empresas."


A preservação do tecido produtivo existente ... onde isto nos pode levar. Levantar barreiras à entrada, como o apoio do governo de turno? Apoios e subsídios?

Depois, relaciono "que travam a produtividade" e "preservação do tecido produtivo existente" e penso que é, em certa medida um oxímoro, se eu confiar nas ideias de Taleb e de Maliranta. Depois, relaciono "preservação do tecido produtivo existente" com o meu grito "DEIXEM AS EMPRESAS MORRER!" como condição indispensável para aumentar a produtividade. Relaciono também a preservação com o dilema entre resistir ou abraçar a mudança."

Postal que termina assim:

"No dia em que assumirem objectivos, metas e janelas temporais podemos avaliar quem tem razão, até lá é retórica e oratória.

Até lá continuo a preferir a destruição criativa."

Portanto, querer "preservação do tecido produtivo existente" e "aumento a sério da produtividade" é como:






segunda-feira, julho 29, 2024

Mais do que um jogo de soma nula.

Acerca da baixa do IRC tenho escrito:

Quando oiço os políticos falarem sobre o IRC fico com a ideia que olham para o tema como um jogo de soma nula. Focam-se nas empresas que já estão a operar e nunca equacionam as empresas que podem entrar.


Por que é que as empresas vão para o Texas?
  • Menos burocracia: O Texas oferece um ambiente de negócios com menos regulamentações e burocracia em comparação com estados como a Califórnia.
  • Impostos mais baixos: O estado tem uma abordagem de baixa tributação, que é atraente para empresas que procuram reduzir seus custos operacionais.
  • Incentivos Económicos: O governo estadual criou vários programas de incentivos para atrair empresas, incluindo cortes de impostos e redução de litígios.
  • Custo de vida e operação: Historicamente, o Texas tem oferecido um custo de vida e operação mais baixo do que muitos outros estados.
  • Infraestrutura e recursos: Além de ser um grande produtor de petróleo e gás, o Texas também é líder em energia eólica e solar, além de possuir uma força de trabalho qualificada.

O que ganha o Texas com a chegada destas empresas?
  • Crescimento económico: A chegada de empresas grandes contribui para o crescimento do PIB do estado, que tem superado a média nacional.
  • Criação de empregos: A relocação de empresas para o Texas resulta na criação de empregos, tanto directamente pelas empresas que se mudam quanto indirectamente pelos negócios que surgem para apoiá-las.
  • Diversificação da economia: A presença de empresas de diferentes sectores, incluindo tecnologia, energia e serviços financeiros, ajuda a diversificar a economia do estado e a torná-la mais resiliente.
  • Aumento de receitas fiscais: Embora o estado tenha uma política de baixa tributação, o aumento no número de empresas e na actividade económica resulta em maiores receitas fiscais gerais.
  • Atracção de talentos: Com a chegada de empresas grandes, o estado torna-se um ímã para profissionais qualificados, fortalecendo ainda mais a força de trabalho local.
  • Desenvolvimento urbano: A migração de empresas e pessoas impulsiona o desenvolvimento urbano, levando à melhoria de infraestrutura e serviços em várias regiões do estado.
Nem a oposição nem o governo, sobretudo o governo, são capazes de olhar para a economia como mais do que um jogo de soma nula. Nem uma linha do lado do governo a defender o que pode mudar com a descida do IRC no sentido de criação de riqueza.

terça-feira, julho 16, 2024

A previsão mais fácil de todas, rumo à Sildávia.

Volto à curiosidade do dia do passado Domingo:

Perceberam bem a mensagem deste gráfico ... deixem-na assentar bem no fundo da vossa consciência.

Onde eles e Portugal estavam em 1992 e onde estamos agora nós e eles.

Pena o partido comunista não ter ganho o 25 de Novembro de 1975. Teríamos apanhado a vacina e hoje não estaríamos com um país tão socialista e inimigo da criação de riqueza.

A previsão mais fácil de todas, rumo à Sildávia.

terça-feira, fevereiro 20, 2024

A troika fez maravilhas

Só entre 2014 e 2022 o número de hóteis em Lisboa terá crescido 50% e o número de quartos 70%.

Em 2007, no tempo em que o "dono disto tudo" reinava, talvez no auge do seu poder, tinhamos isto "Big Man economy em todo o seus esplendor".

Entretanto li algures:

"Os hoteleiros deram conta de aumentos no preço médio por quarto em todas as regiões de Portugal em 2023, com o preço médio nacional a situar-se nos 141 euros - um aumento de 18% face a 2022.

 Os dados resultam de um estudo conduzido pelo gabinete de estudos e estatísticas da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que inquiriu 476 estabelecimentos hoteleiros entre 2 e 21 de janeiro de 2024.

O maior aumento no preço médio por quarto verificou-se no Alentejo, que em 2023 situou este índice nos 159 euros, numa subida de 29% face a 2022. Também em Lisboa o preço médio por quarto fixou-se nos 159 euros em 2023, contudo, a subida em relação ao ano anterior foi de 4%.

Na lista de maiores subidas do preço médio segue-se a Região Autónoma dos Açores, que ao colocar este indicador a 135 euros verificou uma subida de 25% face aos valores de 2022. Destaque também para a região Norte, cujo preço médio aumentou 21% em 2023 face a 2022, para 132 euros, e para a região Centro, cujo preço médio de 100 euros significou um aumento de 20% deste indicador em relação a 2022."

30 de julho de 2014 devia ser feriado nacional.

sábado, fevereiro 17, 2024

Um jornal de negócios

Na passada quarta-feira, na última página do JdN, na coluna "Elevador" no fundo da coluna com carácter negativo aparecia Filipe Silva CEO da Galp:

"A Galp fechou a refinaria de Matosinhos, inaugurou centrais solares e prevê um investimento gigante em lítio, hidrogénio verde e biocombustíveis. Mas a sede por mais petróleo é insaciável. Em 2021, a empresa anunciou o fim da prospeção de novos campos de petróleoe gás em 2022. Resultado? Após um lucro recorde de mil milhões em 2023 e de ter encontrado petróleo na Namíbia, o CEO da Galp admite explorar mais poços na região."

Ontem no Caderno de Economia do Expresso, no topo de uma espécie de "Elevador" chamada "Altos", com conotação positiva aparecia ... Filipe Silva CEO da Galp:

"2023 foi um ano recorde para a Galp a nível de lucros - foram €1002 milhões, mais 14% do que em 2022. E a carteira de ativos e projetos construídos ao longo das últimas duas décadas traz-lhe boas perspetivas, tal como a importante notícia, conhecida no início do ano, de que o consórcio que lidera encontrou petróleo ao largo da Namíbia."

Go figure...

Recordo:

Pelos vistos parece que os jornalistas do JdN andam todos de carro eléctrico ou de transportes públicos.

Acho que não era só a Mariana, mas também o JdN:

sábado, fevereiro 10, 2024

Mais um retrato do Reino do Absurdo

Mais um retrato do Reino do Absurdo:

""O Chega propõe um aumento faseado do salário mínimo que possa chegar em 2026 ao valor de mil euros, mas com uma condição, com a criação de um fundo de apoio às empresas que tenham custos fixos operacionais superiores a 30% para apoiar ao pagamento deste salário mínimo", afirmou esta quinta-feira o presidente do partido."

Como não recuar à primeira década deste século, a 2009, "Acham isto normal? Ou a inconsistência estratégica! Ou jogar bilhador como um amador!":

"Assim, os políticos tomam as decisões que levam a isto “Novo salário mínimo impôs aumentos de 5% para operários do têxtil”

Aumentos de 5% impostos numa época de crise, com as encomendas a baixar e as empresas a fechar (já em Novembro do ano passado se escrevia isto: “Indústria têxtil já perdeu 170 milhões em 2008”

A altura pode não ser a melhor, mas ao promover e incentivar o encerramento das empresas estaremos certamente a contribuir para premiar as empresas mais bem geridas e para fechar as empresas que seguem estratégias ultrapassadas “Têxtil e vestuário: Maioria continua a "trabalhar a feitio" (no JN de ontem)

Contudo, depois, vem aquela impressão na barriga dos políticos, aquele tremer das pernas, quando percebem, só então é que percebem, as consequências das suas decisões. E, em vez de constância… começam a remendar e remendar e remendar.

Assim, no Público de ontem: ” Parlamento pede política fiscal "especial" para o sector têxtil”

Como é que querem ter estratégia se não têm coragem de assumir o lado negativo das opções que tomam?"

Mais recentemente:

segunda-feira, dezembro 11, 2023

Um chihuahua


Leio aqui:

"Foram apresentadas 9 opções para a construção do novo aeroporto de Lisboa, uma questão já com 50 anos. A opção de Alcochete é a que reúne mais consenso, depois da Comissão ter deixado cair as opções de Rio Frio e Poceirão. José Eduardo Martins alerta que, se o novo aeroporto for “o maior ‘hub’ do mundo, com 136 vôos por hora”, como é apresentado, a TAP não poderá ser a única companhia a operar. Daniel Oliveira relembra ainda que, segundo a Confederação do Turismo de Portugal, estamos a perder 3 milhões de euros por dia sem o novo aeroporto. Ainda em análise o caso das Gémeas, que implica Marcelo Rebelo de Sousa, neste programa exibido a 6 de dezembro na SIC Notícias."

Recuei logo a 2008 e 2006 e a O meu baú de tesourinhos deprimentes:

"A 6 de Outubro de 2006 o Semanário Económico publicava um extenso artigo de três páginas sobre a indústria gráfica sob o título "Portugal ganha maior rotativa do mundo"

Eu não conheço nada da indústria gráfica, não conheço nada sobre o modelo de negócio das gráficas, mas na altura, humildemente, ciente da minha ignorância, achei para mim mesmo que este investimento não fazia sentido num país de 10 milhões de habitantes, numa economia que não descola de crescimentos raquíticos vai para quase dez anos, numa altura em que a internet está a comer o mercado dos jornais e não só.

A maior rotativa do mundo deve estar pensada e desenhada para grandes produções, grandes séries, grandes lotes de produção, logo não deve estar adaptada para mudanças rápidas de lote, de série... pensava eu, com isto produzem o que produziam antes numa fracção de tempo mas vão ficar com muito tempo livre... e a maior rotativa para ser viabilizada deve precisar de uma elevada taxa de ocupação, só que só fazem sentido taxas de ocupação elevadas com grandes séries, é absurdamente anti-económico, num negócio de preço-baixo (grandes séries) procurar taxas de ocupação elevadas à custa do somatório de muitas pequenas encomendas... (e o custo das mudanças e limpezas?).

A maior rotativa do mundo pediria o aumento da dimensão média das encomendas, não o aumento puro e simples das encomendas.

Mas quem sou eu... guardei o recorte à espera de ver em que paravam as modas."

E pensei também em "Estratégia? Qual estratégia?":

"Frequentemente, discutimos o país como se o mundo nos encarasse como a potência que foi dominante no tempo das caravelas. Hollywood criou o American Dream e em Portugal apenas uma alienação coletiva poderá pensar que existe um Portuguese Dream por causa do sol e das sardinhas. A triste verdade é que Portugal é hoje um país pequeno, pobre, periférico e irrelevante à escala económica mundial.

Qual é a visão para um crescimento económico sustentável de longo prazo que permita manter o ritmo de crescimento do salário mínimo nacional sem ser por estagnação dos salários das pessoas mais qualificadas que persistem em ficar por cá?

Já agora, se não queremos turistas no alojamento local, nem RNH, nem investidores em imobiliário para Golden Visa, aproveitem para me explicar porque é que a TAP e um novo aeroporto são estratégicos para o país.

Alguém que me explique, por favor, porque eu não estou a entender."

O meu vizinho de escritório é um espanhol com uma empresa de investimentos. Tem um chihuahua. Um cão pequeno daqueles que a gente tem de ter cuidado para não calcar. Quando passo no corredor do edifício e a porta do escritório dele está aberta, lá vem o cão disparado a ladrar como um perdido e a ameaçar morder as canelas... faz-me lembrar os políticos Portugueses a fazer política externa. 

sexta-feira, novembro 24, 2023

A esperteza do feitor

Lucas 16, 1-13


Recordo


terça-feira, outubro 10, 2023

Aceitam-se apostas!

O candidato presidencial Mário Centeno está preocupado (no CM do passado dia 5:

"A menos de uma semana da apresentação do Orçamento do Estado para 2024, Centeno tocou o sinal de alarme para Fernando Medina ouvir.

"Desaceleração" é a palavra de ordem do governador do Banco de Portugal para o ministro das Finanças. Menos riqueza (2,1% do PIB para este ano, contra uma previsão de 2,7 em junho. E 1,5% para 2024 contra 2,4% em junho), menos investimento, menos consumo, menos exportações, mais inflação. "A desaceleração da economia é um fenómeno mais geral", afirmou Centeno, 

...

"A questão que se coloca é se o mercado de trabalho continuará a funcionar como um dique para conter tensões que se vão criando ou será a primeira peça do dominó a cair" disse, considerando que "quer as empresa, quer os trabalhadores, quer as decisões de política monetária e orçamental devem entender a importância desse fenómeno, respeitá-lo e garantir que esse dique não se rompa", diz o governador."

Entretanto, ontem no ECO, "Insolvências em Portugal sobem pelo quinto o mês seguido, com novo aumento de 7,3% em setembro". Ainda ontem, mas no JdN, "Juros altos vão matar «zombies". "E isso é bom"". 

- Hmmm!

Uns repetem o nosso mantra: Deixem as empresas morrer!

O que fará o governo quando as pernas começarem a tremer? Vamos para mais uma sessão no país do Chapeleiro Louco?

Aceitam-se apostas!

sábado, outubro 07, 2023

"A saída do país já não é uma fuga, é uma ambição"

"Os últimos indicadores sinalizam esse aumento da emigração qualificada. É uma 'fuga de cérebros, como no passado?

- Não, o que temos hoje é uma coisa diferente e não vai ter a escala que teve no passado. Há, nas pessoas e nos grupos com que trabalho, um sentimento geral de que esta saída do país já não é uma fuga mas uma ambição, sobretudo dos mais jovens, de criar novos mundos e somar experiências de desenvolvimento profissional, motivados também por programas como o Erasmus que ainda na universidade estimulam esta visão transformadora. Ou seja, já não é a emigração que antes conhecíamos, exclusivamente movida pela necessidade e pela falta de oportunidades no país."

Trecho retirado de ""A saída do país já não é uma fuga, é uma ambição"" publicado no caderno de Economia do semanário Expresso desta semana.

sexta-feira, outubro 06, 2023

Cortar impostos? Uma heresia!

"The Iowa Governor has made her state a model of good tax policy, and she says she’s only getting started.

Ms. Reynolds said last week that Iowa wrapped up its fiscal year with a surplus of $1.83 billion. That may sound small compared with overgrown blue-state budgets, but it's about 22% of what the Hawkeye State spent in 2023. It's also the third surplus in a row in the Governor's tenure.

These results have followed significant tax cuts that have helped the state's economy. Since revenue surged during the pandemic recovery in 2021, Ms. Reynolds and the GOP Legislature have cut the state's individual income tax rates. The top rate has dropped to 6% from 8.53% since 2022, and it is scheduled to drop to a flat 3.9% rate by 2026.

Iowa's top corporate tax rate next year will drop to 7.1% from 9.8% in 2022, and it is scheduled to fall to 5.5% if the state keeps hitting its revenue targets. For property owners, the Legislature this year capped the annual increase in assessed value, reducing local tax collections by about $100 million.

Ms. Reynolds connected these dots when she announced the budget surplus last week. "We've seen what the powerful combination of growth-oriented policies and fiscal restraint can create," she said in a statement. Income, corporate and franchise-tax receipts rose by about $500 million from 2021 to 2022 after the tax cuts.

Crucially, state spending has grown modestly since 2021, despite annual increases in per pupil school funding. Steady job growth has pushed the state's unemployment rate down to 2.9%. Now the Governor wants to raise her bet on this winning formula. "My goal is to get to zero individual income-tax rate by the end of this second term" in 2027, she said.

...

The Iowa tax experience belies the claims of the left that cutting taxes produces deficits. In Iowa the tax cuts have helped to produce record surpluses that then can be used to cut incometax rates further. Ms. Reynolds has also shown that you can cut rates across the board, even at the top, and succeed politically. The GOP presidential candidates could stand to ask her for a few tax-cutting pointers."

Trechos retirados do WSJ do passado dia 4 em "Iowa's Tax-Cut Triumph".

sexta-feira, setembro 29, 2023

"Os Anos do Absurdo"

Um dia os historiadores vão olhar para estes tempos e apelidá-los não de "Roaring Twenties" mas de "Os Anos do Absurdo".


Na capa do FT de hoje pode ler-se:
"Italian 10-year government bond yields rose as much as 0.17 percentage points to 4.96 per cent, their highest in a decade, after Italian prime minister Giorgia Meloni's government raised its fiscal deficit targets and cut growth forecast for this year and next. The yield later fell back to 4.88 per cent."

E também, "German 10-year bond yield hits 12-year high as prices slump".

Na segunda-feira fui a Bragança em trabalho. Como tinha um problema de tempo tive de ir de carro, ao contrário da habitual camioneta. Por curiosidade, no Domingo à noite fui ás páginas da FlixBus e da Rede Expresso ver se podia comprar bilhete para a camioneta das 6h00. Para meu espanto, ambas as viagens estavam esgotadas. Há um ano apenas, chegava aquela rua antiga nas traseiras da Praça D. João I no Porto, e comprava o bilhete na hora sem problemas.

Ao almoço em Bragança, contei esta estória, como exemplo das mudanças subterrâneas que estão em curso no Portugal de hoje e que não aparecem na espuma das notícias dos dias que correm.

Portanto, a preocupação dos alucinados que tomam conta do asilo é que a consequência do saque fiscal seja um superavit, enquanto o custo do dinheiro está a ir por aí acima.

Agradeço ao Camilo Lourenço ter-me alertado para a evolução do custo do dinheiro para os alemães.

quarta-feira, setembro 27, 2023

" inherently unpredictable, exceptionally open, and growing fast"

A propósito dos que concordam que os governos assumam os custos da inovação tecnológica à custa do saque fiscal:

"Even in hardware the path toward AI was impossible to predict. GPUs—graphics processing units—are a foundational part of modern AI. But they were first developed to deliver ever more realistic graphics in computer games. In an illustration of the omni-use nature of technology, fast parallel processing for flashy graphics turned out to be perfect for training deep neural networks. It’s ultimately luck that demand for photorealistic gaming meant companies like NVIDIA invested so much into making better hardware, and that this then adapted so well to machine learning. (NVIDIA wasn’t complaining; its share price rose 1,000 percent in the five years after AlexNet.)

If you were looking to monitor and direct AI research in the past, you would likely have got it wrong, blocking or boosting work that eventually proved irrelevant, entirely missing the most important breakthroughs quietly brewing on the sidelines. Science and technology research is inherently unpredictable, exceptionally open, and growing fast. Governing or controlling it is therefore immensely difficult."

Trecho retirado de "The Coming Wave" de Mustafa Suleyman e Michael Bhaskar.

quinta-feira, setembro 21, 2023

"Manter benefícios exige que as gerações futuras paguem mais imposto"

No Domingo passado o pároco dedicou parte da homília a uma mensagem, que associo ao papa Francisco, sobre as gerações actuais pouparem o ambiente para as gerações futuras.

Eu, no meu lugar, com algum cinismo, pensei na preocupação com o ambiente, mas também na falta de preocupação com as gerações futuras no que diz respeito aos impostos.

Ontem, na capa do JdN lá encontrei "Manter benefícios exige que as gerações futuras paguem mais imposto". Não acredito que o egoísmo dos idosos actuais se vergue perante o penar dos jovens. Felizmente existe a emigração, para os salvar.

"A alteração da estrutura demográfica do país, a longo prazo vai exigir a arrecadação de maiores receitas para garantir os mesmos bens públicos que no presente são garantidos à população. O diagnóstico já tem vindo a ser feito, mas surge agora com uma medida da dimensão dos esforços que serão necessários num novo índice de justiça intergeracional que é apresentado nesta quarta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian.

...

Os cálculos mais recentes, que consideram manter a longo prazo o nível de bens públicos, têm na base os resultados das contas públicas em 2021 e apontam para a necessidade de as receitas arrecadadas subirem em 25% num horizonte de 70 anos. [Moi ici: 25%?! Boa sorte!]"


quarta-feira, setembro 06, 2023

Uma pena

 "The only thing that makes life possible is permanent, intolerable uncertainty: not knowing what comes next.

-Ursula K. Le Guin, The Left Hand of Darkness

Human beings are not born once and for all on the day their mothers give birth to them, but that life obliges them over and over again to give birth to themselves. 

- Gabriel García Márquez, Love in the Time of Cholera

The need for certainty is the greatest disease the mind faces.

-Robert Greene, Mastery"

 Pena que cada vez mais menos empresários saibam lidar com a incerteza. Julgo que Schumpeter terá escrito que sem incerteza, sem o risco a ela associado não há razão para haver lucro. 




terça-feira, setembro 05, 2023

Por que não compram um cão?

Em "CIP quer soluções para proteger economia face à paragem de produção na Autoeuropa" pode ler-se:
"A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) apelou esta segunda-feira ao Governo para que acompanhe a paragem de produção de nove semanas da Autoeuropa e adote as soluções necessárias para proteger a empresa e a economia da região de Setúbal.
"A CIP apela ao Governo para que acompanhe esta situação [na Autoeuropa] de perto, procurando as soluções que melhor protejam a empresa e toda a atividade económica na região de Setúbal", refere um comunicado divulgado esta segunda-feira pela confederação empresarial."

País de bebés, incapazes de sobreviver numa economia moderna sem o apoio pedo-mafioso do governo de turno.

Triste país condenado a ter uma classe empresarial medrosa e sempre dependente do poder para a proteger da vida real.  

segunda-feira, agosto 21, 2023

"messianic belief in the power of government"

"The real problem with the Treasury's intelectual scepticism is that there is not enough of it in the world. The west is going through a phase of almost messianic belief in the power of government.

...

The state can do spectacular things. Europe cut its reliance on Russian fossil fuels at speed. Governmental leadership, not just biomedical genius, produced the Covid-19 vaccine.

But these feats tend to happen under extreme duress. In normal times, the business of government is to make things a bit better, knowing that it will make other things a bit worse. This is because: resources are finite, different goals conflict, advanced countries plucked most of the low-hanging fruit long ago, unintended consequences obtain, and social outcomes are determined as much by deep historical patterns or geographic constraints as by diktat.

The problem illness isn't Treasury Brain. It is Do Something-itis. Public life isn't full of pessimism. It is full of 10-point plans and summits called things like Horizon 2055. Sunak began the year with a pledge to halve inflation within 12 months. This is a man who "runs" an open, midsized economy, exposed to such outside vagaries as the Ukraine war and foreign central bank policy. Even if the pledge is met, it was vainglorious to make. And he is a relative sceptic about government. The Treasury was always accused of hiring humanities-trained generalists over technical economists. Is that all bad? With some Shakespeare or Conrad, it is easier to see that one's schemes to better the world have to reckon with the permanence of human nature, among other external forces. It is a public service, not a mental defect, to understand how little we can do against the tempest."

Trechos retirados de "The west has forgotten the limits of government"