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sexta-feira, novembro 22, 2019

A construção do futuro


"Michigan, 20 masons lay bricks for a huge dorm, as big as three football fields, at the Naval Station Great Lakes in Illinois. Compared with those in years past, these workers are doing far less laying and “buttering” and, instead, are focused on quality and on cleaning up mortar joints.
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A robot named SAM handles the real grunt work.
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SAM, a clawlike metal arm extending from a cage, moves back and forth along the walls, buttering and layering a brick every eight to 12 seconds. Nearby, another robot called MULE uses a burly 12-foot arm to lift heavy cement blocks for workers, who then guide them into place.
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Neither bot takes sick days or gets sore muscles, and both can work around the clock.
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These days, reliability is a big issue in the construction industry, responsible for nearly $10 trillion in global spending annually. The vast majority of large construction projects go over budget and take 20% longer than expected, according to consulting firm McKinsey.
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The problem is partly owing to a labor shortage.
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Ekso Bionics makes robotic vests that support a worker’s arms for jobs like drilling or installing piping overhead. It also sells a robotic arm that makes it easier for workers to use heavy tools, reducing fatigue and injury.
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And Dusty Robotics makes small autonomous bots that roll around construction sites and mark lines on concrete floors that indicate the location of walls and infrastructure, based on construction documents.
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Few companies are trying anything as ambitious as San Francisco startup Built Robotics. It sells autonomous technology for bulldozers and other heavy equipment. The tech can enable a Caterpillar tractor, among others, to move dirt and lift pallets of wood—all without anyone in the cab."





Trechos retirados de "Bots Start Building" na revista Fortune de Dezembro de 2019.

segunda-feira, junho 22, 2015

Dimensão e especialização no Estranhistão

""o facto de a grande maioria delas [PME de construção] ser de carácter regional, o que provou que tinham a dimensão adequada e, por isso, conseguiram sobreviver; e porque eram e são empresas especialistas, que estão focadas em nichos de mercado"."
Primeiro, acerca da dimensão, recordar:

O sucesso não é necessariamente crescer e crescer muito depressa. Recordar também:

Segundo, acerca de serem especialistas, recordar:
Está lá o "desejar sucesso à concorrência", quando se é especialista, existem n especialidades, com n com tendência a crescer com o tempo, como as espécies de insectos. Diferentes especialidades não concorrem entre si porque estão em campeonatos diferentes.
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Entretanto, Mintzberg escreveu recentemente "Win-Winning in a Collaborative World":
"Don’t get me wrong. I am not calling for an end to competition, even if that were possible. What we need is an end to is the winner-take-all mentality - some people having to be bigger, faster, richer, more powerful at the expense of  many other people, and, ultimately, themselves. We shall have to balance competition with cooperation."
Recordar também:
"Os ginásios com mais de um clube (cadeias) registam maiores perdas de clientes que os independentes (um único clube); de forma surpreendente, os clubes independentes que não possuem vantagens de escala, têm recursos mais escassos e menor facilidade de crédito que as cadeias, são mais resistentes e conseguem obter melhores resultados também na variação da facturação” 
O exemplo dos rouxinóis de McArthur é fundamental para a economia:
 Texto inicial retirado de "PME da construção resistiram melhor que o resto do sector"


quinta-feira, abril 23, 2015

Evolução do desemprego no sector da Construção

Com base nos dados mensais de IEFP entre Janeiro de 2002 e Março de 2015, construí esta curva sobre a evolução do desemprego no sector da Construção:
2001 - o ano em que se atingiu o pico de licenciamentos para construção particular, a partir daí, foi sempre a descer. Recordar, daqui, este gráfico:

Há medida que a construção civil vai caindo, entram os governos a fomentar a obra pública.
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A - Junho de 2004. O euro e a orgia dos 10 estádios.
B - Janeiro de 2009, aquele que seria em todo o mundo o annus horribilis do comércio mundial.
C - Março de 2011, o mês em que morreu o segundo governo Sócrates.
D - Março de 2013. o pico do desemprego na Construção, 101 093 desempregados registados, cerca de 16% de todo o desemprego registado pelo IEFP em Portugal.
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Curioso, em Março de 2011 existiam 67736 desempregados registados no sector da Construção, em Março de 2015 existiam 65853 desempregados registados no sector da Construção. Ou seja, sem orgia de obra pública, o desemprego no sector da Construção já está abaixo dos níveis pré-PEC IV.
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A seguir veremos a evolução no sector do calçado


sábado, março 09, 2013

Uma estratégia depende sempre do contexto e os presidentes que se eternizam

A propósito de "Strategy, Context, and the Decline of Sony":
"Sometimes it's useful to be reminded that a great strategy is only great in context. From the early 1980s and into the 90s, Sony's was great.
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 why is the strategy that once served Sony so well now failing so badly? It's not as if its cameras now take fuzzy pictures or its boom boxes fall apart after three months. And the market for consumer electronics is larger than it's ever been.
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This suggests a more fundamental explanation: consumers today care more about the experience, but Sony is still focused on the product. It's gotten trapped by its own past success. In the early 80s, simply delivering technology in a usable form was still the biggest challenge, and Sony got it right before anyone else. It had an astonishing ability to find the next technical hurdle—a brighter TV, a smaller tape player, an integrated camcorder—and leap over it with grace, before its competitors even thought to try. In an industrial, product-oriented economy, this was enough. Every year saw new products with unprecedented capabilities. As long as it could do something new, we didn't seem to care what kind of experience we had using it.
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In the experience economy, these expectations are reversed. Technology is a given, and the question of "what are the specs?" has been replaced by "what is it like to use?" Sony's expertise at making the next great thing has been matched by companies like Samsung and LG, and soon enough, they'll all be caught by increasingly sophisticated Chinese manufacturers. Without modifying its business model, Sony has been left behind by a world that's changed its relationship with technology.
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What's tragic is that Sony still has all the resources to execute well on a new strategy.
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There's nothing magic about innovation, just as there's nothing magic about technology. Both are hard work, but as Sony has shown, all the hard work in the world won't matter if you're working toward a strategy that was framed for an another era."
Enquanto fazia o corte e colagem para este postal, veio-me à mente um nome... Reis Campos. E, depois, outro ainda: Zapatero...
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Ontem, a propósito dos milhões que este governo vai torrar na reabilitação urbana (recordar que só Lisboa tem 15% das suas casas vazias), o que, BTW, demonstra que PPC afinal está já a pensar nas próximas eleições, ouvi na rádio umas palavras de circunstância de Reis Campos (Presidente da AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas) e, pensei, ainda é presidente dessa associação!!! Há quantos anos lá está? Em 2008 já tinha sido re-eleito para o cargo com este discurso:
"o Presidente agora reeleito disse acreditar que em 2008 “se verifique um crescimento positivo da produção, provavelmente acima dos 2,5%, dando assim início a uma nova etapa para o sector e para o país”.

Para que tal aconteça, porém, será necessário que o Estado seja capaz de criar as condições necessárias a um novo ciclo de crescimento, sem o que a iniciativa privada não se assumirá como motor de desenvolvimento.

Defendendo a importância do planeamento, do estabelecimento de prazos e objectivos, bem como do seu cumprimento, o Presidente da AICCOPN recordou que para o período de 2008-2017 o Governo anunciou investimentos em infra-estruturas de base que totalizam quarenta mil milhões de euros, mas mostrou-se preocupado por nos primeiros quatro meses deste ano pouco ou nada ter avançado em matéria de obras públicas.

Considerando que os investimentos “tardam a sair do papel e sem eles é impossível a retoma do Sector e o regresso do país ao caminho da convergência com os países mais avançados da União Europeia”, defendeu no seu discurso de posse que “para o país voltar a crescer de forma sustentada precisa de uma nova dinâmica no sector da construção”.
O mundo mudou... e as ideias de Reis Campos também mudaram?
Não tenho nada de pessoal contra Reis Campos, basta recordar o que escrevi sobre Zapatero ali em cima.
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Recordar esta reflexão "Um pouco de história" e esta outra "Uma estratégia nunca é eterna"

quinta-feira, setembro 27, 2012

E a corda rebentou...

Hoje, Seth Godin explicou como chegamos a uma situação que tinha de degenerar nisto:
"Cerca de duas mil empresas ligadas ao sector da construção entraram em falência desde Janeiro deste ano, revela hoje a FEPICOP"
Basta ler "Overstimulated"
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Algures, os indicadores deixam de ser um ponto de chegada, para medir como estamos, e passam a ser um ponto de partida. O que precisa de ser feito para não obtermos aquele resultado?

sábado, setembro 01, 2012

Estar em 2011 e não prever o colapso!!!

Ter memória é, por vezes, doloroso.
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A propósito desta notícia da semana "Sector da construção perde 90 postos de trabalho por hora" não pude deixar de recordar a opinião do passado mês de Novembro de 2011:
"O alargamento do horário de trabalho diário em meia hora poderá resultar num aumento da competitividade das empresas nacionais. As associações patronais admitem que será uma medida positiva assumida pelo atual Governo. ... e Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), comentaram à "Vida Económica" esta medida polémica.
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No entanto, em momentos de emergência, a prioridade é, forçosamente, conseguir produzir mais a um custo menor, de modo a obter competitividade de forma rápida e expressiva."
Reis Campos, presidente executivo da associação representativa das empresas de construção, tem uma opinião que vai ao encontro daquela manifestada pelo responsável da ATP. "Trata-se de uma solução positiva, apresentada em prol do necessário aumento da competitividade empresarial e que se poderá traduzir numa efetiva diminuição dos custos laborais." Todavia, avisa que os seus efeitos não serão tão eficazes como se pretende, uma vez que a medida surge como alternativa à redução da taxa social única (TSU), "cujo impacto, no imediato, seria muito mais significativo"."
Como se o problema do sector da Construção e Obras Públicas fosse os custos do trabalho...
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A minha curiosidade aumentou e pesquisei no Google as palavras "análise SWOT sector da construção" (um parêntesis: como percebo a brutal heterogeneidade dos sectores económicos, não confio nisso a que chamam de SWOT sectorial. Uma ameaça para uma empresa pode ser um oportunidade para outra, por exemplo).
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Um dos estudos, de 2011, (financiado pelo Compete e QREN) tinha esta pérola nos pontos fortes:

  • sector com grande peso na economia nacional;
  • sector com uma grande capacidade para gerar emprego.
Olhando para as ameaças encontro:
  • concorrência;
  • reduzida qualificação dos recursos humanos;
  • declínio nacional e empresarial;
  • excesso de burocracia
Nem uma palavra sobre a ferida na base do descalabro que a notícia lá de cima reporta. Nos pontos fracos ainda se menciona a forte dependência das obras públicas e do ciclo económico. 
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Nem uma palavra sobre a possibilidade do Estado deixar de ter dinheiro para sustentar a dimensão do sector... e o estudo é de 2011.
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Sei que os humanos não podem prever o futuro... mas estar em 2011 e não prever o colapso?

sexta-feira, maio 11, 2012

Não dou nem mais um mês para o Moloch começar a exigir mais sacrifícios humanos sem vergonha na cara

"A degradação do mercado da construção, que reflete a rarefação do crédito bancário e a austeridade nas obras públicas, contamina imediatamente o investimento total, a variável mais determinante para a criação de emprego e para contrariar a redução do desemprego."
Estão a começar a perder a vergonha...
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Não dou nem mais um mês, vão começar a pedir, descaradamente e sem pejo, mais autoestradas, mais construção, mais rotundas, mais do tal "so-called" "investimento público" para contrariar a redução do desemprego.
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Trecho retirado de "Bruxelas: Construção portuguesa vai ter o maior colapso da Europa"

sábado, março 31, 2012

Não, não é 1º de Abril "Vestuário: Exportações portuguesas para a China aumentam mais de 70 por cento ao ano"

A lista vai engrossando cada vez mais...
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Daniel Bessa, Daniel Amaral, Vítor Bento, João Duque, Ferreira do Amaral, Ferraz da Costa, ...
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Vozes que propõem ou a redução de salários ou a saída do euro para se poder competir no exigente mundo concorrencial globalizado em que vivemos.
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Pois bem, mais um sintoma de que o seu modelo mental, assente no paradigma podre da concorrência perfeita é cada vez mais uma relíquia do passado. Parece que a digitalização do mundo, em vez de nos fazer aproximar do equilíbrio (essa tolice walrasiana), está cada vez mais a afastar-nos dele, a frequência com que os cenários mudam está a aumentar... mais actores, mais rapidez, mais inovação, mais gostos, ...
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Este artigo será visto pelo comboio da tríade lá de cima como uma brincadeira de primeiro de Abril... mas hoje é 31 de Março.
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"Vestuário: Exportações portuguesas para a China aumentam mais de 70 por cento ao ano" sim, podem reler, não me enganei.
"Pequim, 31 mar (Lusa) - A exportação de tecidos portugueses para a China está aumentar "70 a 80 por cento ao ano", respondendo ao "enorme crescimento" das marcas chinesas que procuram diferenciar-se pelo design, disse hoje à agência Lusa uma responsável do setor.

"A confeção na China é mais barata, mas a nossa matéria prima e o que nós temos para oferecer - design, moda, inovação, qualidade e serviço - é um valor acrescentado", afirmou Sofia Botelho, diretora da Seletiva Moda, o organismo da Associação de Têxteis e Vestuário de Portugal encarregue de promover o país nas feiras internacionais."
 O que se tem escrito neste blogue sobre o tema desde 2006? Quando é que aqui se começou a falar do regresso dos clientes?
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Os media tradicionais são capazes de torrar 3 horas a discutir o aumento do desemprego no sector da construção, na rádio ouvi Reis Campos para aí umas 4 vezes esta semana, no seu habitual choradinho para que o Estado imposte ainda mais, a si e a mim, para alimentar mais uns meses o Moloch-Construção...
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Quantos media vão olhar para isto e tentar perceber o sistema que gera "esta galinha com dentes", para perceber este sintoma, para mostrar que há esperança, não na redução de salários, não na redução de feriados, não no aumento de mais meia-hora diária mas na criação de valor acrescentado...
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Esta semana alguém (um abraço) confidenciava-me que um seu cliente neste sector do vestuário, já este ano, viu as suas encomendas aumentarem bastante... porque a China já está muito cara...

Não me canso de me impressionar...

Vem o relatório do Banco de Portugal estimar que durante o ano de 2012 irão perder-se em Portugal cerca de 170 mil postos de trabalho "Portugal deverá perder 170 mil postos de trabalho só este ano".
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Quando se apresenta este número, quando lêem este número, não têm curiosidade em saber de onde virá este desemprego?
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Quem visita este espaço com regularidade sabe que escrevo não sobre a economia portuguesa mas sobre as várias economias portuguesas, por exemplo:

  • a dos funcionários públicos;
  • a dos reformados e pensionistas (não contam para o campeonato do desemprego);
  • a dos bens não transaccionáveis; e
  • a dos bens transaccionáveis.
Quando se fala do número, 170 mil postos de trabalho, parece que é um flagelo uniformemente distribuído que poderá vir a atingir qualquer português com igual probabilidade.
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"Tendo ainda em conta a comparação dos dados apurados para o Continente em Janeiro de 2012 com os registados no mês homólogo de 2011, no que respeita às profissões dos desempregados, os grupos que apresentam maior acréscimo são o dos “docentes do ensino secundário, superior e profissões similares” (subida de 130,7%) e o dos “profissionais de nível intermédio do ensino” (aumento de 48,8%). Para estes grupos tinham sido registados aumentos, respectivamente, de 39,6% e 36,4% em Janeiro de 2010. No entanto, há outros indicadores menos drásticos, mas nem por isso menos preocupantes, que começam a ganhar peso: os directores e gerentes de pequenas empresas tiveram um aumento do desemprego no espaço de um ano de 18,6%."
A Fenprof estimou que se perderiam 30 mil postos de trabalho no ensino durante o ano de 2011.
E a isso, acrescentem isto:
"O presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário avisa que entre este ano e o princípio de 2013 o setor poderá gerar cerca de 140 mil desempregados."
Trecho retirado de "Construção pode gerar 140 mil desempregados em 2012".
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Também podem acrescentar isto "Construção pode perder 12 mil empresas este ano"
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Agora, acrescentem:
"A variação homóloga do índice de emprego no comércio a retalho foi -5,5% em fevereiro (-5,3% no mês de janeiro).
Aposto que mais de 95% do desemprego vem destes três sectores: ensino, construção e comércio.
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Não nos dizem, e com razão, que o futuro do país está numa economia mais sustentada na economia de bens transaccionáveis?
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Quando se ouve este número há um argumento muito usado para lutar contra a austeridade:

  • mais desemprego -> menos impostos -> menos consumo -> logo mais desemprego e por aí adiante
Mas de onde vem o dinheiro que suporta o nível de emprego que desaparece quando há austeridade?
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Quantos artigos de jornal leram nos últimos 3 meses sobre a criação de emprego em Portugal? Acham que neste momento não há empresas a crescer e a contratar trabalhadores? Acham que o fazem porque o Estado ... fazem-no porque são sustentáveis, fazem-no porque precisam de gente para criar riqueza.
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Não me canso de me impressionar com a quantidade de pessoas que durante a primeira década do século XXI viveu em Portugal à conta do sector da Construção e Obras Públicas...
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BTW, para rir ""resposta inequívoca às condições de mobilidade regional e segurança rodoviária""



segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Sintomas da transformação em curso

"Construção vai gerar “romaria de insolvências” até ao verão"
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Impressionante procissão de nomes... sintomas da transformação em curso.
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Por detrás de cada desempregado está uma pessoa concreta.
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Mas nunca devemos esquecer que o emprego não é um objectivo, o emprego é uma consequência.
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Reduzir artificialmente o desemprego, despejando dinheiro em sectores deprimidos ou novos sectores, supostamente,  promissores é repetir o erro que nos trouxe até aqui e desbaratar o esforço de transformação em curso.

sexta-feira, fevereiro 03, 2012

Retrato de um país insustentável

Primeiro o título "Fecham duas empresas por dia em Braga e Viana".
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Dá para surpreender. Então, trata-se de uma zona com muitas empresas exportadoras...
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Depois, vem o subtítulo que explica o título e ilustra a falta de senso em que assentava o mundo em que vivíamos.
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"Minho 20 a 30 por cento do PIB gerado na região depende da construção"
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Alguma vez a economia que tínhamos podia ser sustentável sem a constante entrada de dinheiro do exterior.
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"A Associação industrial do Minho antevê um "cataclismo social", caso o Estado não liquide, nos próximos três meses, as dívidas que tem às empresas de construção civil. 60% dos activos das construtoras são dívidas de clientes, promessas de pagamento."
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A liquidação minimiza mas não é solução. 
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Quando leio "a ministra das Finanças de Durão Barroso defende que o processo de ajustamento deveria ser mais longo, tornando-se menos agressivo" interrogo-me... em que mundo vive a senhora?
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Se a procura continua e vai continuar em queda como é que mais tempo podia fazer a diferença? 
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Não se trata de viver com menos dinheiro, com menos actividade, durante algum tempo, não se trata de uma situação conjuntural. Trata-se de uma mudança estrutural que tem de ser feita, recursos humanos, recursos financeiros, recursos tecnológicos que têm de ser desviados de actividades não sustentáveis para outras actividades económicas. Como é que mais tempo podia fazer a diferença?
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A piorar as coisas, esta reacção do sindicato que pretende defender um status-quo que não pode ser mantido "O Sindicato da Construção de Portugal alertou hoje para a previsível perda de 130 mil empregos no setor até ao fim do ano, culpabilizando o Governo "pelos milhares de portugueses que vão ser escravos" na Europa."

domingo, janeiro 08, 2012

O tempo está de feição

Neste tempo em que se estilhaçam paradigmas e se fazem cortes epistemológicos, tempo em que a construção está pelas ruas da amargura, talvez fizesse sentido alguém olhar para estas imagens:

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Hdpf-MQM9vY

E pensar em revolucionar a forma como a sua empresa de construção trabalha neste país. Prazos muito mais curtos e muito planeamento. Deixar de construir em obra e passar a montar em obra. Trabalhar em conjunto com fábricas de materiais de construção e de montagem para produzir kits que serão montados em obra.

terça-feira, novembro 08, 2011

Mateus 25, 1-13

Enquanto uns pedem ao papá-pedo-mafioso que os ajude "Governo mandou criar grupo de trabalho para pensar a reorganização do sector"... então, o Governo é que tem de pensar a reorganização top-down do sector da construção?
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Este trecho:
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"Para Matias Ramos os mercados internacionais têm sido a solução para muitas empresas e profissionais. Mas também para isso precisam de ajuda política que esbata entraves administrativos e burocráticos, ou introduza alterações nas políticas de visto que têm países como o Brasil, Angola e Moçambique."
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Faz-me lembrar duas coisas:

  • A ameaça do José Silva de dinheiros começarem a ser desviados para este sector sob a capa de ajudas à internacionalização
  • E a situação das empresas como a Martifer "De Portugal, já vem pouco negócio. A mudança foi gigante. Em 2009, a Península Ibérica representava 70% do negócio do grupo; no final do próximo ano, 90% do negócio já virá de fora da Península Ibérica."
Enquanto a Martifer fez isto:
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"O que é que tiveram de fazer para conseguir esta mudança tão grande em tão pouco tempo?
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Acima de tudo, foi preciso criar equipas. Portugal e Espanha eram mercados conhecidos, próximos. Foi necessário convencer as pessoas de que já não se pode ir a casa todos os dias... Além disso, a entrada numa nova geografia exige um esforço grande de investimento, a vários níveis. Há que chegar a um mercado novo, completamente desconhecido, tentar conhecer, apresentar a empresa... Enfim, há que fazer todo um trabalho exigido sempre que se trata de entrar num mercado novo."
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Os que estiveram a dormir até à última hora querem a ajuda do papá. Assim, como vão aprender a estar vigilantes e a tentar perceber como poderá ser o futuro? Não precisam, sempre terão o papá para os ajudar...
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BTW, e aquela frase

"O bastonário da ordem dos Engenheiros, Matias Ramos, lamenta que no Orçamento do Estado que está em discussão só haja medidas para a "estabilidade orçamental" e nenhuma estratégia para futuro. Preocupado com o "desânimo" em que mergulhou o sector, o bastonário refere que a engenharia portuguesa "precisa de saber qual é a estratégia do país", para se preparar para lhe dar respostas."
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Mais um crente no todo-poderoso grande planeador o papá-Estado. O ministro Álvaro devia dizer-lhes "Sim, há uma estratégia para o país, façam o by-pass ao Estado, emancipem-se, tratem da Vossa vida. É a melhor forma de serem úteis a esta comunidade e não mais um peso!"

sexta-feira, outubro 07, 2011

Só especulo.

"Construtoras devem fundir-se para sobreviver:
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As empresas de construção nacionais devem considerar fusões para conseguir sobreviver à travagem da economia portuguesa, avisou, esta semana, o presidente da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas, Ricardo Pedrosa Gomes. "Não há alternativa", frisou o mesmo responsável."
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Quando uma grande empresa de construção se funde com uma grande empresa de construção o que é que acontece?
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Ficamos com uma empresa de construção ainda maior. Logo, ficamos com uma empresa de construção que precisa de obras ainda maiores para sobreviver.
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Não há mesmo alternativa?
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E pensar que o mercado esteve sobre-dimensionado durante estes anos todos e decidir estrategicamente encolher. Não é alternativa?
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Será que uma empresa de construção mais pequena e flexível não pode ter sucesso nos tempos que virão?
Será que uma empresa de construção especializada em certas actividades não pode ter sucesso nos tempos que virão?
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Ainda ontem apreciei uma obra em que toda a maquinaria pesada era alugada... muito mais flexibilidade.
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Mas eu de construção não percebo praticamente nada... só especulo.

quarta-feira, setembro 14, 2011

Assar sardinhas só com a chama de fósforos (parte II)

Continuado daqui.
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"Fim da Parque Escolar ameaça duplicar falências das construtoras"
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Atirou-se dinheiro para o problema e ... apenas se adiou o inevitável.
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Quantas empresas aproveitaram o tempo extra para se reconverterem? Conheço uma, pelo menos, que se especializou em estruturas solares.
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Quantas empresas aproveitaram o tempo extra para abrir novos mercados?
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"Das três insolvências diárias nas empresas de construção pode passar-se para o dobro. Sector já é responsável por cerca de um terço dos desempregados"
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E por que é que os contribuintes, num mercado capitalista, têm de suportar empresas sem futuro em actividades sobredimensionadas num ambiente pós-bolha?

quarta-feira, junho 01, 2011

A economia não é homogénea!

"Vendas de materiais de construção caem quase 50 por cento homólogos no primeiro trimestre"
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Ou seja, os parabéns ainda são mais merecidos!!!
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Exemplos concretos da diversidade que existe dentro de um mesmo sector de actividade.
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A diversidade é danada! Como torna a modelação do fenómeno económico muito difícil, os macro-economistas optam por trabalhar com médias.
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Depois, todo o mundo olha para os números e pensa na realidade como um todo homogéneo.
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A solução, o truque para dar a volta, está precisamente na diversidade, no que a diversidade revela e a média esconde.
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E quem é que se apercebe da diversidade? E quem é que mergulha na diversidade?
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Não, não são os académicos, nem os ministros... e voltamos a D. Quixote:
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"Don Quixote defies ordinary conceptions of reality. He asks whether it is better to accept reality or to invent it, why should we not believe in Dulcinea and in a more beautiful world. Don Quixote’s “madness” therefore consists of living in a world that he has created rather than in the one others experience and of not caring about the consequences of his action." (Moi ici: isto é mesmo poesia)
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Quem está de fora, perdido no meio das média não vê alternativa, acha que D. Quixote é maluco... mas há sempre uma alternativa à espera de ser criada.
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"On the other hand, reality can be created by action. It need not necessarily be taken as given. This extends to the discourse of a leader: Dulcinea is created by Don Quixote’s imagination. Reality is in part a social construction, and interpretation plays an important role in this construction.
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Don Quixote teaches us that the meaning of life is neither given to us in advance nor discovered, but affirmed by an act of will."
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Quem está de fora e vive num mundo de certezas não tem pistas, quem está por dentro é movido pela esperança de uma alternativa e pela curiosidade

sábado, abril 16, 2011

Uma bolha

"A Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS) chama a atenção do sector que arrancou a fase quatro do programa da Parque Escolar. São 92 escolas do ensino secundário que irão ser modernizadas e que envolvem um investimento na ordem de 1350 milhões de euros." (aqui)

sexta-feira, abril 15, 2011

Parabéns!!!

Esta semana apanhei uma grande surpresa.
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No interior do país, visitei duas empresas velhas conhecidas que produzem materiais para a construção civil e obras públicas.
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Já há um tempo que não as visitava e receava o pior, o panorama não é nada famoso basta ver aqui a evolução da variação homóloga - médias móveis de três meses (%).
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Duas empresas independentes, a trabalhar para o mercado nacional, a produzir materiais para o sector da construção que está de rastos e...
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Agarrem-se à cadeira...
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Eu avisei...
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Cresceram no primeiro trimestre mais de 20%!!!!!!
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Pode repetir? Mais de 20%!!!
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Esta gente aprendeu bem a lição!!!
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Como é possível crescer?
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Conquistando quota de mercado a outros materiais e produzindo novos produtos!!!
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Estamos a falar de unidades fabris com menos de 20 pessoas e que lá vão levando a água ao seu moinho à custa de trabalho, suor e imaginação sem comprometer os prazos de recebimento.
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Parabéns!!!

quarta-feira, abril 13, 2011

Oxalá isto seja um sinal da transição necessária

"Em Fevereiro, o volume de negócios nos serviços apresentou uma taxa de variação homóloga de -2,1% (-3,0% em Janeiro). O emprego e as remunerações brutas diminuíram 0,6% e 2,4%, respectivamente, enquanto as horas trabalhadas aumentaram 0,5%." (aqui)
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"Insolvências sobem 5% no primeiro trimestre de 2011":
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"a construção civil lidera a tabela com mais do dobro dos processos do que o sector seguinte, a indústria do vestuário."
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O sector seguinte, a indústria do vestuário. Sintomático da heterogeneidade num sector, onde acontece isto em simnultâneo:

segunda-feira, março 21, 2011

Isto é, cada cavadela... minhoca!!!

Este é um dos problemas de uma economia socialista habituada a viver encostada ao Estado.
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A economia dos funcionários públicos e pensionistas e reformados, por definição, vê a sua fonte de rendimento vir do Estado.
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O que é realmente estranho na economia socialista portuguesa é que, a economia de bens não-transaccionáveis, em vez de encolher, em vez de se reformular, em vez de mudar de vida, consegue prolongar a sua existência com dinheiro do Estado impostado aos contribuintes.
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Como esse dinheiro é aplicado em investimento não reprodutivo... o ciclo acelera de cada vez que cumpre uma volta por que é preciso mais dinheiro e há cada vez menos consumo.
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Em plena crise, com um excesso de casas para venda "Pacote de incentivo à reabilitação urbana".
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Por outro lado, entidades como a AEP metade da semana falam da necessidade de promover a economia de bens transaccionáveis para na outra semana negociarem estes apoios: "AEP diz que novas medidas vão dinamizar decisivamente sector da construção".
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Por outro lado, o governo ora escreve para a UE "... we will contribute to the recovery of the private sector savings rate by implementing a comprehensive set of measures.
These measures, resulting from joint technical work by the Ministry of Finance and Banco de Portugal, will involve (i) promoting financial education and literacy, including by bringing together all the involved public and private entities and by ensuring coherence between the individual initiatives in this area; (ii) facilitating savings decisions, including by encouraging households’ automatic savings; (iii) upgrading the attractiveness and promoting the access to the existing financial savings products and the supply of new ones; and (iv) incentivizing households’ and financial institutions towards prudent management of indebtedness, thus also contributing to financial stability." Ora negoceia pacotes de estímulo para a construção civil, travestida de reconstrução, que, segundo o presidente da AEP "Conforme salientou, a aplicação às receitas do arrendamento urbano da mesma taxa liberatória de uma aplicação bancária é essencial “para estimular as pessoas a, em vez de porem as suas poupanças nos bancos, as investirem no mercado imobiliário e no arrendamento”. "
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Isto é cada cavadela minhoca!