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domingo, junho 12, 2022

Jongleurs, precisam-se

Julgo absurdo que um governo, qualquer que ele seja, estabeleça metas de aumentos salariais. Ignoremos esse tópico de discussão e concentremos a atenção nos empresários. Duas respostas:

"Precisamos de políticas públicas que ..."

"Num momento em que as empresas veem aumentar de forma brutal os seus custos energéticos e de matérias-primas, como subir os salários acima dos aumentos de produtividade sem repercutir esses aumentos nos preços, contribuindo para uma escalada da inflação mais estrutural, mais duradoura, menos controlável? E, fazendo-o, como evitar a perda de clientes e de mercados? Como evitar a perda de competitividade daí decorrente, 

...

[Moi ici: Respirar fundo antes de ler o trecho que se segue] Só colmatando a grande divergência que nos separa da média europeia - a produtividade - é que os salários poderão aumentar de forma sustentável, sem pôr em causa a competitividade das empresas e o seu futuro.

Para isso, mais do que reptos, precisamos de políticas públicas consequentes, que promovam condições para que as empresas aumentem a produtividade."

Volta e meia aqui no blogue escrevo sobre o locus de controlo no exterior:

"É arrepiante a situação... quem tem o seu Locus de Controlo no exterior, ao atribuir poder a forças exteriores, para ditar o destino, para mudar as coisas... quase não tem motivação para agir, para melhorar, para actuar... afinal de contas, sente-se, acredita que é uma espécie de Calimero jogado de um lado para o outro pelos deuses!"

Aqueles sublinhados a vermelho ali em cima são significativos. Sobretudo o segundo... só através de políticas públicas é que as empresas privadas conseguirão aumentar a produtividade. Não, isto não é conversa de tasca de um qualquer anónimo empresário da província, é o discurso do presidente da CIP. Faz-me lembrar o ministro da Economia metido pelo irrevogável Portas no governo de Passos Coelho:

  • "Pires de Lima: "Com meia hora a mais aumentava 7% a produtividade"[Moi ici: Em 2011]
Faz-me lembrar um ex-presidente da GALP também em 2011:

  • “Preferia que me criassem condições para aumentar a produtividade do trabalho” [Moi ici: Replico aqui o que escrevi então - "Eu, anónimo engenheiro de província sou mesmo tótó... reparem ""Preferia que me criassem condições para aumentar a produtividade do trabalho""  no meu modelo mental, um administrador, um gerente, um gestor de topo nunca diria isto. Aumentar a produtividade do trabalho na sua empresa é a sua função e não está à espera que outrem lhe faça o biscate"]

Já em 2007 escrevi sobre a necessidade dos empresários jongleurs - Jongleurs:

"A vida de um gestor consiste pois em gerir duas empresas em simultâneo: a presente e a futura. Se ele se limitar a gerir a presente (e não a futura), a sua empresa em breve se tornará obsoleta por via da alteração das condições de mercado em que está inserida. Se ele gerir apenas a futura (e negligenciar a presente) a empresa nunca chegará a atingir esse futuro. Ficará pelo caminho.

Sendo assim, a competitividade de uma empresa depende de uma boa gestão de curto prazo (a empresa do presente) e da introdução de saltos qualitativos (a empresa do futuro)."

Ignoremos a provocação infantil e impensada do primeiro-ministro, disse 20% como podia dizer 10% ou 30%. O que é verdadeiramente preocupante é a revelação da manutenção deste locus de controlo no exterior nas posições mais influentes. Que os empresários tenham o locus de controlo no exterior é triste, mas eles todos os dias põem o pescoço no cepo. Nenhuma empresa tem o futuro assegurado, a última palavra é sempre dos clientes. Agora que os líderes associativos partilhem do mesmo modelo... isso é, para mim, verdadeiramente assustador.

sexta-feira, maio 10, 2019

"stay focused on the future"

"How many balls can you keep in the air at one time? Some business leaders are better jugglers than others, but everyone has their breaking point—or, rather, their dropping point.
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Juggling priorities is a challenge for every business owner. You’re overwhelmed with business development and all the things you need to do to attract and retain customers. Whether you’re a solopreneur, salesperson, or CEO of a small business, you feel the constant push/pull between prospecting, working with existing customers, managing social media, and staying in touch with everyone (which can seem like an unending task).
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I know it’s tricky to take your head out of the weeds long enough to work on the business when you’re so busy working in your business.  The problem is, if you don’t make the time, you won’t have a business.
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Whatever you decide for your business, stay focused on the future.
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As the CEO, you’re the futurist of your business, and the product of a futurist’s work is foresight."
Recordar "Jongleurs" - Precisam-se (parte II)"

Trecho retirado de "Small Business Owners: The Future Is Your Responsibility"

sábado, abril 02, 2016

"Jongleurs" - Precisam-se (parte II)

Parte I, "5 empresas numa" e "Jongleurs: será mesmo assim?"
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Isto a propósito de "Great Innovators Create the Future, Manage the Present, and Selectively Forget the Past".
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Quero salientar esta perspectiva:
"the challenge goes beyond being ambidextrous enough to manage today’s business while creating tomorrow’s. There is a third, and even more intractable, problem: letting go of yesterday’s values and beliefs that keep the company stuck in the past.
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the future is not located on some far-off horizon, and you cannot postpone the work of building it until tomorrow. To get to the future, you must build it day by day. That means being able to selectively set aside certain beliefs, assumptions, and practices created in and by the past that would otherwise become a rock wall between your business of today and its future potential.
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Even as old ideas and practices choke off the new future they’re trying to create, organizations find it very difficult to overcome the power of the past."
A capacidade para atirar fora a parte do passado que não nos deixa subir para o futuro é crucial

quinta-feira, dezembro 29, 2011

Cuide do seu queijo

"Most companies I know have been running pretty hard lately. And, like the White Rabbit in Alice in Wonderland, many feel that the faster they go, the behinder they get."
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O famoso Red Queen effect que mata as empresas através da anorexia.
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Quem está entre a manada tem de correr mais sob pena de não ter ração para viver mais um dia, como todos correm mais ou menos juntos, quanto mais um corre mais os outros correm também... até ao esgotamento, quando já não há músculo e é só osso. Nessa altura ficam apenas aqueles que desde o princípio estavam destinados a vencer, não pela sorte mas pela análise fria dos números, como Cornuallis.
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Cornuallis tinha um exército mais experiente, mais disciplinado, mais bem armado e mais numeroso. Ganhou enquanto os revolucionários lutaram seguindo as mesmas regras... começou a perder e perdeu a guerra da independência quando os revolucionários mudaram as regras do jogo.
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"Especially after the last few years, when chasing business has sometimes been frantic, this is a good moment to stand back and ask yourself some hard questions. One of them might be: What's most important now: growth or consolidation?"
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Um das mensagens que continuo a considerar válida, ano após ano, é: impaciente com os lucros e paciente com a quota de mercado, com o volume. É uma vacina contra a comoditização e uma forma de apostar constantemente na subida na escala de valor potencial.
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Talvez 2012, com o choque que o meio abiótico vai proporcionar às empresas, seja um bom ano para reflectir sobre quem tirou o meu queijo:
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"1. Poor strategic focus.
When you take any business you can find, it's easy to discover that your positioning is now way off course–or non-existent." (Moi ici: Em que é que são bons? Em que é que se podem especializar e fazer a diferença? O que é que os apaixona?)
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"2. Bad customers.
Not all customers are equal. Some are demanding and that helps you become better at your job. But others are demanding just for the sake of it. They Drain your time, attention, and patience, and, in essence, they take far more than they will ever pay for. Pure pursuit of revenue says that you have to keep pleasing them. A more analytic approach would highlight the degree to which some customers are unprofitable and therefore need to be fired."  (Moi ici: Quem são os clientes-alvo? Talvez a pergunta mais vezes colocada neste blogue e nas empresas com que contacto. As empresas deviam ser "obrigadas" a fazer as suas curvas de Stobachoff para terem umas surpresas e descobrirem formas simples de aumentarem o lucro)
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"3. Expensive footprint.
It's tempting to take business wherever you can find it. But a very broad geographical spread can cost you a fortune in time and travel. While it may look as though that customer on the other coast takes just a day's work, in reality getting there takes one day and getting back takes another. Does the income justify that expense?"  (Moi ici: Ghemawat em "World 3.0" visualiza como isto é importante. As relações comerciais são sobretudo com os "vizinhos", a importância da proximidade. Mais perto mais flexibilidade, mais relação e menos probabilidade do preço ser o order winner)
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"4. Valuable time.
Many businesses fall into what I call the revenue/time trap. They are so busy chasing cash that they don't have the time to sit down and invest the time and resources required to develop new products or new markets. Impulsive and energetic, they work hard but never attain momentum." (Moi ici: Aquilo a que chamo drenagem do presente, motivo pelo qual falo não de uma empresa mas de 4 em simultâneo e como isso requer jongleurs nas empresas)

sábado, setembro 17, 2011

"Jongleurs" - Precisam-se

Há anos que penso e escrevo sobre os "jongleurs" e como é difícil encontrá-los nas empresas.
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Quando terminamos a etapa "O que começar a fazer na próxima segunda-feira para executar a estratégia?" temos um programa, temos um conjunto de projectos para transformar a organização de hoje na organização do futuro desejado.
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Contudo, esses projectos são liderados e executados por gente que além dos projectos que criarão o futuro, tem de dedicar tempo a gerir o presente, o urgente, o imediato, tem de dedicar tempo a abandonar o que não interessa, tem de dedicar tempo à empresa em trânsito para o futuro...
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O problema é o presente, é o imediato, o presente suga tudo.
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É tão difícil as pessoas dedicarem tempo na prática a estas 4 empresas numa... é como os custos, em vez de balanço, sugam tudo.
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Tudo isto a propósito de "Transforming Your Organization with the Three-Box Approach"

segunda-feira, janeiro 10, 2011

5 empresas numa

Uma das metáforas que uso com frequência, para representar o funcionamento das equipas de gestão das empresas, é a do jongleur.
Acredito que quando olhamos para uma empresa não vemos uma empresa, devemos ver quatro empresas:
  • a empresa de hoje;
  • a empresa do futuro;
  • a empresa em construção; e
  • a empresa feedback
Nestes postais "Jongleurs: será mesmo assim?" e "Exemplo de balanced scorecard (parte VI)" detalhei este pensamento.
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Entretanto, descobri um livro de Vasconcellos e Sá "A empresa negligenciada" (Jongleurs) em que o autor defende que existem, ou deviam existir, duas empresas numa:
  • a empresa de hoje, e 
  • a empresa do futuro, (a tal empresa negligenciada)
Pois bem, este mês a revista HBR publica "The CEO's Role In Business Model Reinvention" de Vijay Govindarajan e Chris Trimble.
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Neste artigo os autores defendem que quando se olha para uma empresa... devemos ver 3 empresas em simultâneo:
  • a empresa de hoje;
  • a empresa de ontem; e
  • a empresa do futuro.
Os autores chegam mesmo a escrever "Before you can create, you must forget". Ou seja, introduzem no cenário a empresa de ontem, a empresa que precisa de ser eliminada "pruning lines of business that are underperforming or no longer fit the company's strategy."
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Em tempos escrevi uma série de postais "Como descobri que não é suficiente optimizar os processos-chave." (parte I) (parte II) e (parte III), na sequência da leitura de "Dealing with Darwin" de Geoffrey Moore, onde relatei a descoberta de que afinal os processos contexto também deviam ser objecto de iniciativas, para torná-los mais eficientes e, assim, poder retirar recursos escassos para aplicar nos processos críticos para o negócio.
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Ou seja, quando olhamos para uma empresa não vemos uma empresa, devemos ver cinco empresas:
  • a empresa de ontem,
  • a empresa de hoje;
  • a empresa do futuro;
  • a empresa em construção; e
  • a empresa feedback

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Exploration versus Exploitation

Ontem, o Jornal de Negócios fazia eco das palavras do presidente da AEP (algo que referimos no postal "Mais uma voz do passado...") sobre a redução dos feriados para aumentar a competitividade das empresas portuguesas.
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Ontem à noite, ao reflectir sobre as palavras do presidente da AEP, recordei as palavras de James March sobre a exploration e a exploitation (algo que focámos neste postal "Jongleurs (parte II)").
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As empresas que se esqueceram de praticar a "exploration" e ficaram-se pelo gozo dos rendimentos decorrentes da "exploitation", quando o mundo muda, ficam sem pé... e procuram artifícios para sobreviverem, não por causa do seu relacionamento com os clientes, não por causa do valor criado, mas por causa redução de custos.

sábado, janeiro 16, 2010

Oportunismo Estratégico


Em Julho de 2007 escrevi... antes desabafei, sobre a falta, sobre a escassez de jongleurs nas organizações.
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Um jongleur é alguém que consegue balancear o curto-prazo com o longo prazo, uma tarefa muito difícil, pois, o presente, o imediato, é um atractor que suga,
que puxa os recursos e, sobretudo, as atenções.
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Hoje, no comboio, descubro este artigo de Daniel Isenberg na HBR em 1987 "The Tactics of Strategic Opportunism":
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"These words express what I call “strategic opportunism”: the ability to remain focused on long-term objectives while staying flexible enough to solve day-to-day problems and recognize new opportunities. In several studies of senior executives, I have discovered that effective managers strike this balance.
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Failing to think strategically has a price, of course, as the communications executive acknowledged: “Sometimes I feel like a rhinoceros who doesn’t see well and whose power of concentration is terrible; he charges at something that’s a long way off, then forgets where he’s going and stops to eat grass.” On the other hand, managers who concern themselves only with charging at long-term goals may overlook something promising—or threatening—lurking somewhere in the grass along the way.

The challenge for senior managers, then, is to maintain both flexibility and direction. "

terça-feira, julho 15, 2008

Jongleurs: será mesmo assim?

aqui escrevi sobre a necessidade dos gestores de empresas serem jongleurs mentais capazes de jogarem com 4 empresas em simultâneo:
  • a empresa de hoje, a que paga as contas da mercearia;
  • a empresa do futuro desejado;
  • a empresa "em viagem", em transformação, do presente para o futuro;
  • a empresa "da diferença", a que dá feedback;
Muitas vezes desespero com a incapacidade dos gestores de topo das PME's resistirem ao fascínio, ao chamamento do presente. O presente parece sugar toda a atenção dos gestores!
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Pois bem, acabo de receber uma machadada na minha ideia sobre os gestores.
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De acordo com Michael Raynor, no seu livro "The Strategy Paradox".
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Ao criticar o modelo de gestão da canadiana Bombardier Raynor escreve:
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"This is an extreme example of the general tendency among conventional approaches to this problem to accept that at least one level of the hierarchy must deal with duality of short- and long-term considerations. At least one - and in this model, all - managers must somehow either develop, or be blessed with, a combination of mental agility and powerful enough analytical frameworks to operate in multiple time horizons at once. In other words, they must both deliver on their existing commitments and position the organization for future success." ... "It turns out that the skills required to operate in multiple time horizons simultaneously are in terribly short supply; at best, 5 percent of the population is able to clear this cognitive hurdle. Building a model of management that requires such skills as a matter of course is optimistic enough, never mind a model that requires essentially every manager at every level to have that kind of intellectual and emotional capacity."
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Raynor escreve sobre corporações com várias divisões, com vários níveis hierárquicos. Trabalho com PME's em que a gestão, ou a equipa de gestão, lida com tudo, a começar pelas compras de matéria-prima para a próxima semana, ou o plano de produção em curso (coisas muito concretas, palpáveis e tangíveis) até à estratégia cheia de incerteza e abstracção... a ser assim, como dar a volta a isto?

domingo, agosto 12, 2007

Jongleurs (parte II)

O tema não é novo neste blog.

O equilibrio entre o futuro e o presente.

Uma empresa bem sucedida hoje, se se concentrar integralmente na rentabilização da exploração do que existe, mais tarde ou mais cedo vai caír na armadilha da impreparação para enfrentar o futuro, quando as condições mudam, quando o ambiente económico muda.

Nas deambulações do meu esforço de auto-didactismo, para perceber melhor o mundo económico com que as organizações se deparam encontrei este artigo, já com quase 15 anos, "EXPLORATION AND EXPLOITATION IN ORGANIZATIONAL LEARNING" de JAMES G. MARCH, uma cópia pode ser encontrada aqui.

Um excerto, só para aguçar o apetite:

"Exploration includes things captured by terms such as search, variation, risk taking, experimentation, play, flexibility, discovery, innovation. Exploitation includes such things as refinement, choice, production, efficiency, selection, implementation, execution. Adaptive systems that engage in exploration to the exclusion of exploitation are likely to find that they suffer the costs of experimentation without gaining many of its benefits. They exhibit too many undeveloped new ideas and too little distinctive competence. Conversely, systems that engage in exploitation to the exclusion of exploration are likely to find themselves trapped in suboptimal stable equilibria. As a result, maintaining an appropriate balance between exploration and exploitation is a primary factor in system survival and prosperity."
aa
"Both exploration and exploitation are essential for organizations, but they compete for scarce resources. As a result, organizations make explicit and implicit choices between the two."
bb
"Compared to returns from exploitation, returns from exploration are systematically less certain, more remote in time, and organizationally more distant from the locus of action and adaption. What is good in the long run is not always good in the short run. What is good at a particular historical moment is not always good at another time. What is good for one part of an organization is not always good for another part. What is good for an organization is not always good for a larger social system of which it is a part."
cc
Quando existe uma pressão exagerada sobre a administração de uma empresa, para obter lucros e rentabilidades exageradas, é fácil esquecer o futuro (exploration) e concentrar tudo no presente (exploitation).

segunda-feira, julho 16, 2007

Jongleurs

Uma das principais dificuldades com que me deparo nas organizações, ao facilitar projectos de transformação estratégica, é a quase incapacidade de muitos gestores para, qual jongleur, lidar em simultâneo com as exigências do curto-prazo e com os requisitos do futuro.


Assim, foi com uma sensação de "deja vu" que encontrei o livro "A empresa negligenciada" de Jorge A. Vasconcellos e Sá, de onde retirei o seguinte extracto:



"Ou seja, para além de gerir a empresa do presente, um gestor tem igualmente de gerir a empresa do futuro.

A vida de um gestor consiste pois em gerir duas empresas em simultâneo: a presente e a futura. Se ele se limitar a gerir a presente (e não a futura), a sua empresa em breve se tornará obsoleta por via da alteração das condições de mercado em que está inserida. Se ele gerir apenas a futura (e negligenciar a presente) a empresa nunca chegará a atingir esse futuro. Ficará pelo caminho.

Sendo assim, a competitividade de uma empresa depende de uma boa gestão de curto prazo (a empresa do presente) e da introdução de saltos qualitativos (a empresa do futuro).