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terça-feira, abril 17, 2012

Carvalho da Silva 1 - CIP 0

Enquanto as empresas anónimas vão fazendo pela vida:

"Começando pela capacidade para exportar, que podia simplesmente não existir. Existe. E existe apesar dos Governos. (Moi ici: Uma grande verdade, "apesar dos governos") Esse crescimento está a acontecer por mérito empresarial, das grandes e também das pequenas empresas. De uma Autoeuropa, cujas condições de competitividade elevam agora as vendas de Sharans e de Sciroccos para a China. E de muitas empresas de que nunca ninguém ouviu falar.
Na sexta-feira, Augusto Mateus explicava numa conferência na Gulbenkian que a exportação de calçado deixa em Portugal cinco vezes mais valor do que a exportação da alta tecnologia. Lembra-se da Qimonda? Era a maior exportadora portuguesa. Mas importava tanto que o valor acrescentado para a economia era quase zero. Como disse Mateus, se por absurdo as nossas exportações fossem todas de alta tecnologia, o volume seria fantástico, mas o PIB (que é uma medida de valor acrescentado, não de volume de negócios) estaria na ruína. Dias antes, noutra conferência, no Porto, Alberto de Castro propunha essa nova leitura das exportações: medindo a incorporação nacional. E onde se gera mais valor? Nos chamados sectores tradicionais. No topo das maiores exportadoras, por exemplo, está uma empresa que gera valor negativo: a Galp. Importa ainda mais do que exporta. Quem gera mais valor acrescentado? A Portucel. A fileira florestal é portuguesa. Faz-se cá tudo."
O que propõe a so-called "elite" empresarial portuguesa?
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"CIP apresenta projecto de regeneração urbana com impacto de 900 milhões no PIB"
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Já não nos bastava o presidente da AEP que acha que o consumo no Natal é um verdadeiro disparate
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A solução é... o betão... enfim, o que nos salva é a irreverência, a liberdade e a criatividade das pequenas empresas...
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Engraçado, acredito que o futuro deste país passa muito mais por estas palavras de Carvalho da Silva:
"A crise tem de ser combatida com criatividade e irreverência, defendeu esta segunda-feira Manuel Carvalho da Silva, ...
Precisamos de grandes rupturas, que começam nos becos sem saída, na quebra dos muros. (Moi ici: Quando uma empresa, numa situação de quasi-morte, tenta novas abordagens, novos produtos, novos mercados, novas categorias) Se a realidade é a pobreza e a opressão, há que romper o fatalismo e a inevitabilidade, buscando respostas emancipatórias, não na velha concepção do bom aluno, (Moi ici: A assente na eficiência, a que passa pela cópia absurda dos modelos assentes na escala, que funcionam para outro tipo de empresas e organização de gestão) mas com criatividade e irreverência, introduzindo intensidade e dimensões à democracia”, defende Carvalho da Silva."
Claro que Carvalho da Silva tem outras coisas em mente, mas o seu discurso está mais próximo de explicar o sucesso das grandes empresas pequenas exportadoras do que o discurso do passado de António Saraiva.

terça-feira, novembro 29, 2011

Memória de elefante

Recordar "Este país é um país da treta" onde se pode ler:
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"Presidente da Portucel sugere estímulo do Governo aos investidores privados para plantarem eucalipto, o que minimizaria a falta de matéria-prima."
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Ontem, no JdN no artigo "Portucel - Apostar na exportação para escapar à crise" podia-se ler:
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""É a empresa mais eficiente do sector, na Europa", diz um analista do sector ao Negócios. "Não só pela infra-estrutura [a nova fábrica de papel em Setúbal], mas também pelo facto de ter acesso à matéria-prima a um preço mais baixo. Em Portugal, a pasta é mais barata", sublinha. Assim, consegue produzir papel e vendê-lo com margens mais elevadas dos que as suas principais concorrentes."
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Quando a procura é alta e a oferta é baixa... 
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Não esquecer que a Portucel quer que sejam os contribuintes a subsidiarem o preço do eucalipto para o tornar mais atractivo.

terça-feira, setembro 20, 2011

Este país é um país da treta.

Sou bruxo?
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Claro que não, os sinais andavam por aí para se verem por quem tem olhos para ver. Há um mês que ando a falar disto no twitter... o lobby dos eucaliptos.
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Um dos sinais que ilustram a transformação porque Portugal passou nos últimos trinta e muitos anos está na floresta.
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Assim como o pinheiro-bravo foi a plantação do Estado Novo, o eucalipto tem sido a plantação do Novo Estado pós-25 de Abril.
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Não vejo com bons olhos o aumento da área dedicada aos eucaliptos. No entanto, adiante:
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Se a indústria da pasta do papel é assim tão rentável, dá tantas exportações, por que raio tenho de ser eu, do meu bolso, eu que só gosto de eucaliptos na Austrália, a subsidiar tão rentáveis exportações?
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"Queiroz Pereira defende subsidiação do eucalipto":
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"Presidente da Portucel sugere estímulo do Governo aos investidores privados para plantarem eucalipto, o que minimizaria a falta de matéria-prima."
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Este país é um país da treta!
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Uma cerâmica tem de assegurar o fornecimento de argila do seu bolso, uma petrolífera tem de assegurar o fornecimento de matéria-prima do seu bolso, uma empresa de calçado tem de assegurar o fornecimento de couro do seu bolso, uma têxtil tem de assegurar o fornecimento de fio do seu bolso, é assim em toda toda a economia saudável.
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Há umas empresas que tratam os fornecedores de tal maneira que não vale a ser seu fornecedor... solução, o Estado resolve. Como o Estado não tem dinheiro para mandar cantar um cego sou eu que tenho de entrar com dinheiro do meu bolso para ajudar estas mega-empresas...
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Este país é um país da treta.