"In 2010, The New York Times published an article questioning why coffee was so bad in Paris. But by 2019, the FT's Simon Kuper was celebrating a Parisian coffee revolution - a transformation marked by independent roasters, many founded by immigrants familiar with high-quality coffee from Australia or the US, who introduced a focus on artisanal roasting methods and espresso drinks like the cortado or flat white. Today, the city's coffee culture has entered an exciting new phase, which is less centred on shaking off a bad reputation and more on micro-roasteries pushing for higher degrees of coffee nerdery and distinctiveness. In most neighbourhoods, you can find coffee shops championing single-origin beans and state-of-the-art brewing techniques. It doesn't come cheap, but it means consumers enjoy coffees that are layered and lingering - more akin to a €15 glass of wine than a €1.50 shot of espresso."
"This meticulous focus on origin, processing and brewing precision isn't unique — but part of a larger trend shaping Paris's speciality coffee scene. Kévin David of Moklair, a Reims roastery stocked across Paris, says the future lies in varietal diversity, refined drying techniques, and "processes that make coffee both clearer and deeper".So while David chases clarity, Morceau pursues purity and Gagnaire values innovation, it somehow all adds up to a scene that feels unmistakably Parisian."
Durante décadas, o café parisiense era previsível, homogéneo, com pouca variação — exatamente o tipo de mercado “suave” e uniforme do século XX, onde todos correm atrás do mesmo pico e se copiam mutuamente.
Agora, o que Paris tem é o oposto:
- micro-torrefações,
- fermentações esotéricas,
- co-fermentações com frutas,
- perfis sensoriais raros,
- cafés tratados como terroirs únicos.
Não há um pico para o qual todas as lojas correm. Há mil picos pequenos, um para cada tribo de gosto, exactamente como na minha metáfora de Mongo. Paris saiu do século XX e entrou em Mongo.
No texto lá em cima sobre Mongo escrevi:
"Um planeta, um mercado, pleno de diversidade que resulta do casamento das oportunidades que a tecnologia disponiliza para aumentar a variedade das ofertas, com o estilhaçar das barreiras mentais e culturais que condicionavam as opções pessoais de cada um."
É isto que o artigo mostra: consumidores capazes de distinguir cafés fermentados 30 horas vs. 70 horas, cafés lavados vs. anaeróbicos, notas de uva, maçã, flor de laranjeira.
O consumidor já não quer “um café”. Quer o seu café, adaptado ao seu pico, ao seu nicho, à sua tribo de gosto.
Em "Diferenças entre a concorrência no século XX e em Mongo" escrevi:
"Mongo é onde não faz sentido copiar o que o outro faz, é onde faz sentido ser diferente"
E o artigo mostra lojas como:
- Taná, focado em fermentações extremas,
- Substance Café, obcecado pela precisão e pela clareza,
- Terres de Café, com cafés raros de origem única.
Cada loja escolhe um pico, uma tribo, um gosto. Não tentam agradar a todos. Não tentam competir no centro.
E não estão em guerra umas com as outras — estão distantes nos seus próprios nichos.
Isto é textbook Mongo competitivo:
- picos numerosos,
- baixa volatilidade entre empresas,
- clientes fiéis ao seu nicho,
- produtos muito estáveis e diferenciados.
- cada empresa foca-se no seu pico,
- aprofunda a técnica, e
- procura diferenciação radical.
- um mercado hiper-fragmentado,
- milhões de nichos,
- a morte do mercado de massas,
- empresas que não competem em imitação mas em profundidade,
- consumidores que procuram a sua tribo, o seu gosto, o seu pico,
- estabilidade competitiva dentro de nichos muito diferenciados.
%2014.02.jpeg)


%2021.59.jpeg)
%2016.06.jpeg)

%2017.55.jpeg)
%2012.50.jpeg)
%2014.32.jpeg)
%2015.00.jpeg)
%2017.51.jpeg)
%2014.07.jpeg)
%2012.41.jpeg)
%2012.43.jpeg)
