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sábado, setembro 16, 2017

Curiosidade do dia

Quem lê este blogue sabe o quanto há muito contesto as teorias do FMI sobre a relação entre custos unitários do trabalho e a competitividade. O FMI partilha a sua visão da competitividade com o bicicletas Pais Mamede.

Basta pesquisar nos marcadores deste postal.

No entanto, ao ler "Governo contesta teorias de competitividade do FMI" ocorre-me um reparo, o mesmo que aqui escrevi em Junho de 2011:
  • "Se me vendem a redução da TSU para tornar as empresas que exportam mais competitivas não engulo. Tirando o caso das commodities, associadas a grandes empresas, o preço não é o order-winner das nossas exportadoras. [Moi ici: Recordo o injustamente esquecido relatório que provava que quanto mais um sector era aberto ao exterior menos desemprego tinha]
...
  • Se me venderem a redução da TSU para facilitar a vida às empresas que vivem do mercado interno concordo, o grosso do emprego está aqui e estas empresas vão viver tempos terríveis, o aumento futuro do desemprego virá sobretudo daqui, e tudo o que for feito para lhes aliviar o nó na corda que vai asfixiando o pescoço das empresas será bem vindo.
  • Se me venderem a redução da TSU para capitalizar as empresas concordo."
O problema não é a competitividade, o problema é a sustentabilidade das empresas que vivem do mercado interno. Recordar o caso da Starbucks. Recordar a inconsistência estratégica.

sexta-feira, julho 29, 2016

Exportações e troika

Ano: 2011
Mês: Maio
Local: Valpaços
Contexto: Campanha eleitoral para as legislativas de 2011
Tema: Exportações, TSU, custos unitários

Convido à leitura deste postal enquadrador de Fevereiro deste ano "Outro testemunho, outra prova do tempo". Original de Maio de 2011:
"Se me vendem a redução da TSU para tornar as empresas que exportam mais competitivas não engulo.
Se me venderem a redução da TSU para facilitar a vida às empresas que vivem do mercado interno concordo.
Se me venderem a redução da TSU para capitalizar as empresas concordo."
Depois, podem ler:
"O ritmo forte de crescimento das exportações em Portugal registado nos últimos anos, que muitas vezes foi apresentado como um dos resultados da aplicação das reformas estruturais previstas no programa de ajustamento da troika no país, não foi afinal mais do que um regresso à tendência de longo prazo deste indicador e poderia ter ocorrido mesmo sem a aplicação dessas políticas, defende uma avaliação independente encomendada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) às intervenções realizadas durante a crise do euro."
...
O relatório observa que a redução dos custos unitários de trabalho (que poderia resultar em mais competitividade) foi bastante modesta, pelo que “parece mais provável que a força nas exportações reflectia a resposta das empresas à queda da procura interna, em vez de corresponder a efeitos de curto prazo das reformas estruturais”. E conclui ainda que “a maior parte do aumento pós-2010 nas exportações reflecte um regresso à tendência”."
 Desconfio que nem os autores deste estudo percebem as razões para o sucesso das exportações portuguesas.
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Desconfio que também eles desconhecem estes números revelados nesta série:
E estes outros:


Uma dica, este postal de 2008:
"No limite pode acontecer, sair duma crise estrutural e cair numa crise conjuntural."

Pena que nestes estudos se esqueçam sempre do sector mais vulnerável e de maior dimensão em Portugal, o não transaccionável.

Trechos retirados de "Retoma das exportações em Portugal teve pouco que ver com a troika"

terça-feira, fevereiro 02, 2016

Outro testemunho, outra prova do tempo.

Ontem de manhã no Twitter escrevi:
Recuem a 2011. Recuem aos tempos em que Sócrates chefiava um governo de gestão e as eleições que colocaram Passos Coelho no governo ainda não tinham acontecido.
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O que é que os gurus da economia portuguesa diziam?
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Por exemplo, em Maio de 2011:
"Redução da TSU é «muito útil para a economia»
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Mas tem de ser implementada «com cuidado e sem favorecer o sector não transaccionável», defende Augusto Mateus"
O que é que este anónimo da província escrevia aqui no blogue na mesma altura?
  • "Se me vendem a redução da TSU para tornar as empresas que exportam mais competitivas não engulo. Tirando o caso das commodities, associadas a grandes empresas, o preço não é o order-winner das nossas exportadoras. ...
  • Se me venderem a redução da TSU para facilitar a vida às empresas que vivem do mercado interno concordo, o grosso do emprego está aqui e estas empresas vão viver tempos terríveis, o aumento futuro do desemprego virá sobretudo daqui, e tudo o que for feito para lhes aliviar o nó na corda que vai asfixiando o pescoço das empresas será bem vindo.
  • Se me venderem a redução da TSU para capitalizar as empresas concordo."
BTW, o texto original, referido aqui, foi escrito num café em Valpaços.
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Ao longo dos anos o tempo foi-me dando razão. Em 2012, lembram-se do famoso relatório sobre o desemprego em Portugal?
"Quanto mais um sector económico da economia portuguesa é aberto ao exterior, à concorrência internacional, menor é o aumento do desemprego:
"O emprego evoluiu de forma mais favorável nos sectores transaccionáveis.
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Entre os sectores que apresentam variações percentuais do emprego mais positivas ... estão alguns dos mais transaccionáveis e com elevados graus de abertura""
Ontem li "A reação das empresas portuguesas à crise económica e financeira: principais choques e canais de ajustamento" estudo publicado pelo Banco de Portugal.
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Impressionante. O tempo deu-me razão em toda a linha!!! O que quer dizer que estes gurus ou não conhecem o país, ou não pensaram bem nas prioridades, no que havia a fazer em 2011:

"Deste modo, apesar de ter havido uma moderação no crescimento salarial, a maior parte do ajustamento fez-se à custa de reduções significativas do emprego e alterações na sua composição.
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A desagregação por setor, dimensão de empresa e principal mercado (externo ou interno) mostra que o impacto negativo da crise foi particularmente sentido em empresas muito pequenas, em setores como a construção, energia ou o comércio e em empresas que vendem sobretudo para o mercado interno...
as empresas que vendem sobretudo para mercados internacionais foram em geral menos afetadas negativamente pelos diferentes choques....
A queda da procura reportada pelas empresas portuguesas teve uma componente interna mais acentuada, com 54 por cento das empresas a reportarem uma redução da procura no mercado interno, enquanto apenas 25 por cento reportaram uma diminuição da procura nos mercados internacionais. Por outro lado, cerca de 40 por cento das empresas afirmaram ter tido um aumento da procura dirigida aos seus produtos em mercados internacionais, o que é consistente com o desempenho favorável das exportações ao longo deste período. Este comportamento é igualmente consistente com a menor fração de empresas que reduziu os preços nos mercados internacionais (25 por cento, por comparação com 43 por cento no mercado interno). [Moi ici: Lembram-se do bicicletas? Outro guru que desconhece a realidade e a economia em Mongo, continua como bom marxianista enterrado no Normalistão. O bicicletas pode ser professor doutorado mas ainda não descobriu que por norma as empresas exportam a preços superiores aos praticados no mercado nacional] Durante este período, uma parte significativa das empresas também reportou um aumento do grau de concorrência, o que é comum tanto a empresas exportadoras e como a não exportadoras.
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Como o ajustamento dos salários base e do número de horas de trabalho enfrentam importantes restrições, a redução do número de trabalhadores revelou-se o principal instrumento utilizado pelas empresas para acomodar os choques negativos. [Moi ici: Os gurus não viam, não percebiam como a redução da TSU podia ter minorado este desemprego?] Tal afetou particularmente os trabalhadores com contratos a prazo. Como esperado, a utilização das diferentes margens de ajustamento foi maior nas empresas que enfrentaram choques negativos.
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Perante um choque negativo de procura, 45 por cento das empresas reduziram o número de trabalhadores com contrato sem termo, enquanto 41 por cento reduziram o número de trabalhadores com contratos sem termo (16 e 19 por cento, respetivamente, para as empresas não afetadas por choques negativos de procura).
...
A redução do emprego foi particularmente significativa nos setores mais afetados pela crise: na construção o número de trabalhadores diminuiu cerca de 8 por cento, enquanto no comércio este valor situou-se em 6 por cento. Pelo contrário, na indústria transformadora a variação do número de trabalhadores reportada pelas empresas foi virtualmente nula. É também visível um contraste entre empresas exportadoras e não exportadoras. Enquanto nas últimas o número de trabalhadores diminuiu 5 por cento, nas primeiras a queda foi inferior a 1 por cento."
Alguém se retrata?
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Como o Cravinho...


domingo, setembro 13, 2015

O FT a colar-se ao anónimo de província

O governo finlandês vai cortar 2 feriados, reduzir o tempo de férias e reduzir os subsídios de doença, cortar no pagamento das horas-extra e do trabalho ao Domingo, entre outras medidas de austeridade, para atingir o objectivo de reduzir os custos unitários do trabalho.
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Ainda recentemente, a propósito do que eram na altura as intenções do governo finlandês, escrevi neste postal:
"BTW, isto "Finns Told Pay Cuts Now Only Way to Rescue Economy From Failure". Numa economia aberta esta mensagem e terapia é necessária para os sectores não transaccionáveis quando o sistema fica insustentável. A mensagem é irrelevante para os sectores transaccionáveis porque o acerto ocorre a toda a hora e momento."
O que é que neste blogue se escreve há anos e anos sobre a tolice de querer ganhar competitividade com base na redução dos custos unitários do trabalho (através dos salários, da TSU ou da saída do euro)?
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Segue-se uma lista não exaustiva do que aqui fui escrevendo, sempre afastado do mainstream de direita e de esquerda.
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No entanto, antes de os convidar a ler/reler essas opiniões, convido-os a ler o que o FT publicou ontem "Since you asked: Un-Scandinavian lessons in balancing Finland’s economy". Posso ser um anónimo da província mas consigo que o FT esteja mais próximo do que aqui defendo do que os gurus mediáticos da nossa praça. [Moi ici: Se tiverem tempo, parem para pensar um bocado. As elites do pensamento económico cá do burgo estão tão desfasadas da realidade...] Estão mesmo a ver uns cromos a aconselhar a Nokia a baixar os custos de fabrico, para poder baixar o preço dos smartphones e, assim, recuperar vendas?
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Alguns exemplos dos textos:


terça-feira, setembro 01, 2015

Apesar de não passar de um anónimo engenheiro da província

É verdade que não passo de um anónimo engenheiro da província. No entanto, reparem no que Augusto Mateus dizia em Maio de 2011:
"Redução da TSU é «muito útil para a economia»
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Mas tem de ser implementada «com cuidado e sem favorecer o sector não transaccionável», defende Augusto Mateus"
Agora, reparem no que se escrevia aqui no blogue em Junho de 2011:

  • "Se me vendem a redução da TSU para tornar as empresas que exportam mais competitivas não engulo. Tirando o caso das commodities, associadas a grandes empresas, o preço não é o order-winner das nossas exportadoras. Só conheci o paradoxo de Kaldor na semana passada.
  • Se me venderem a redução da TSU para facilitar a vida às empresas que vivem do mercado interno [Moi ici: sector não transaccionável] concordo, o grosso do emprego está aqui e estas empresas vão viver tempos terríveis, o aumento futuro do desemprego virá sobretudo daqui, e tudo o que for feito para lhes aliviar o nó na corda que vai asfixiando o pescoço das empresas será bem vindo.
  • Se me venderem a redução da TSU para capitalizar as empresas concordo."
Ontem, no DE, no artigo "Muitas empresas endividadas e pouco produtivas vão ter de fechar" encontro estas palavras do senhor Albert Jaeger, representante do FMI em Portugal:
"A TSU podia ter feito diferença? (DE)
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Podia, mas era muito difícil implementar. Valeu a pena tentar, porque poderia ter reduzido as perdas de emprego. Mas houve três problemas. Primeiro, houve um entendimento errado do que a medida faz. Algumas pessoas pensaram que era substituta das reformas estruturais.
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Não é. É uma medida de curto prazo, que ajuda a minorar perdas de emprego. Mas houve quem pensasse que, com a desvalorização, não teriam de se fazer reformas.
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O Governo pensava isso? (DE)
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Não só. Era uma ideia generalizada. Aliás, no memorando inicial, a TSU estava na parte das reformas estruturais. Talvez tenha sido mal vendida, sobrevalorizada. O modelo da desvalorização fiscal assume que o sector não transaccionável [Moi ici: Nem uma palavra acerca do seu interesse para o sector transaccionável] vai baixar os preços com a descida da TSU. Mas é difícil acreditar nisso, foi sempre uma assunção dúbia. O terceiro problema foi político: era difícil antecipar a reacção dos parceiros sociais."
Apesar de não passar de um anónimo engenheiro da província... confesso que ainda continuo a surpreender-me, ao fim destes anos todos, com o afastamento dos gurus tugas em relação à realidade e com a falta de pensamento lógico.

quarta-feira, maio 27, 2015

Curiosidade do dia II

Sugestão a Centeno e elementos do PS que defendem a redução da TSU dos trabalhadores.
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Primeiro, esta informação do IEFP:
"O Instituto de Emprego e Formação Profissional está a receber mais ofertas de emprego esta ano e o número de colocações também tem aumentado. No entanto, segundo o Jornal de Notícias, no final do mês de Abril estavam por preencher 20.849 vagas de emprego.
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Comércio, turismo e restauração, e imobiliário e serviços de apoio são as actividades que mais procuram novos trabalhadores
."
Reparem no título do artigo "Emprego: IEFP tem 20 mil vagas que ninguém quer"
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Onde está o grosso do desemprego português?
Vou especular.
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Os desempregados não aceitam esses empregos porque ganham mais com o subsídio de desemprego, ou porque acham que o que é proposto como vencimento não merece o esforço.
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Se calhar as empresas não podem oferecer mais. Então, para esses salários baixos, porque não testar o que os ingleses testaram com um largo sucesso? Baixaram os impostos sobre os trabalhadores que recebiam o salário mínimo e, sem subir o valor nominal do salário mínimo, os trabalhadores passaram a levar para casa mais 20% do salário. O exemplo inglês é descrito em "TSU 2.0 (parte II)"

domingo, abril 19, 2015

TSU 2.0 (parte II)

Parte I.
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Depois da forte correlação entre o aumento do desemprego e o aumento do salário mínimo nacional. evidenciada na parte I, eis outra experiência, desta vez feita em Inglaterra e destinada a tornar mais atraentes os empregos com salários baixos.
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Em Inglaterra nos últimos anos fez-se uma experiência interessante; baixar os impostos sobre os baixos salários, para os tornar mais atractivos, sem massacrar as empresas, (porque o governo ia despedir meio-milhão de funcionários públicos e, por isso, reduzir a procura interna) e, ao mesmo tempo, baixar o IRC e aumentar a pressão sobre os que estando no desemprego não querem trabalhar:
"The number on Jobseekers Allowance fell by 30 per cent last year alone and the youth claimant count stands at its lowest since the 1970s. Birmingham added more jobs to its economy last year than the whole of France; Britain is adding more than the rest of Europe. David Cameron can take credit for creating more jobs than any first-term prime minister in postwar history.
...
The conventional Keynesian wisdom, to which Miliband subscribed, is that government spending cuts make the economy weaker: fewer public sector workers means less money spent in the shops, so less demand, therefore more unemployment. Osborne saw things differently. What if the problem was not the supply of jobs, but the supply of willing workers? If you cut taxes on low-paid work, it becomes more attractive: more people want to move from welfare. Especially if welfare reform makes it harder to game the system.
...
Much of the jobs boom is to do with income tax cuts, or raising the starting rate of tax — from £6,475 to £10,600 over the past five years — a Liberal Democrat policy that ended up meaning that work pays more. Crucially, these tax cuts have made low-paid work much more attractive. The take-home pay of a minimum-wage worker has risen by about 20 per cent over the past five years, twice as fast as the average salary.
...
Osborne’s corporation tax cuts have helped: he inherited a rate of 28 per cent and has lowered it each year — it will fall to 20 per cent next month. This has given a massive stimulus to the economy: companies that pay less tax have more money to spend on hiring workers."
Trechos retirados de "A jobs miracle is happening in Britain, thanks to tax cuts. Why don't the Tories say so?"

quarta-feira, abril 15, 2015

TSU 2.0 (parte I)

Qual foi a evolução do salário mínimo nacional (SMN) em Portugal no século XXI?

Impressionante como entre 2007 (base 100) e 2011 o SMN cresceu de forma tão abrupta, mais de 20%.
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Qual foi a evolução da taxa de desemprego (TdD) em Portugal no século XXI?

Segundo a narrativa do mainstream em 2011 o mundo mudou.
Haverá alguma relação entre a evolução do SMN e da evolução da TdS?
Usando a função correlação do Excel:
Uma correlação tão elevada!!!
Será mera coincidência ou um sinal importante?

sexta-feira, janeiro 09, 2015

Treta e mais treta!

Apesar de não concordar com a ideia de que a seguir a uma falência, a austeridade deve ser evitada, li com interesse o que se escreve aqui "Welcome to the Hunger Games, Brought to You by Mainstream Economics".
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Lentamente, muito lentamente, demasiado lentamente, lá vão surgindo brechas no pensamento único que defende que a culpa da situação actual na zona euro decorre dos "baixos"salários alemães.
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Continuo a crer que o abaixamento de salários para tornar mais competitivos os sectores exportadores é conversa da treta. Contudo, continuo a crer que pode fazer a diferença entre mais ou menos desemprego nos sectores não-transaccionáveis.
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Algo que sempre achei e continuo a classificar como absurdo é a ideia de que as economias da Europa do Sul competem de igual para igual com a economia alemã, mais treta da grande.
"The surge in imports created deficits on the trade balances of the Southern European economies, but these imbalances had nothing to with rising relative unit labor costs or “excessive” wage growth in the periphery."
Mesmo que os salários na Europa do Sul não tivesse subido um cêntimo, durante a primeira década do século XXI, mesmo assim, muita da indústria exportadora da Europa do Sul teria o mesmo destino, a falência às mãos da concorrência com a China. Interessante como no texto não há nem uma palavra sobre o impacte da China na competitividade das indústrias da Europa do Sul.
"First, Germany’s superior export performance has nothing to do with labor cost competitiveness. Demand for Germany’s exports has not been sensitive to changes in the cost of labor, as we show and as other studies (including ones by IMF, World Bank and ECB economists) confirm. German firms do not compete on “costs” but on factors other than price: things like product design, quality, high-tech content, and reliability."
E, por isso, é que a China não teve um impacte tão grande na Europa do Norte.
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Há algumas passagens que me fazem duvidar da honestidade intelectual das pessoas:
"To illustrate, the ECB sent a letter to the Spanish government in August 2011 asking for wage cuts and the creation of “mini-jobs” to address the issue of youth unemployment in exchange for buying Spanish government bonds in the secondary market. These “mini-jobs” would pay salaries below the Spanish minimum wage. How to square this with the aim to turn Spain into a more competitive economy? I don’t know, unless one wants Spain to directly compete with China."
Qual a percentagem do PIB espanhol que está associado a sectores não-transaccionáveis?
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Ou socialismo adepto do Grande Planeador:
"Europe needs a hand-on industrial policy with government investment in innovations like renewable energy systems, public transport and education and health. Countries like Greece in the periphery need help in the task of industrial restructuring and upgrading. Resources should be going from countries like Germany to them instead of the other way around."
Quem é que sabe que indústrias é que vão ter futuro?
A velha ideia, desmascarada tão bem por Spender, (recordar a série "Shift happens!") de que um negócio não está repleto de incerteza, de que não depende do contexto e da idiossincrasia de quem investe, de que basta escolher o negócio e obter os recursos. Treta!

terça-feira, fevereiro 04, 2014

Curiosidade do dia

Neste blogue não se acredita que a redução de salários, ou o aumento do horário de trabalho, ou o corte de feriados, ou a redução da TSU a pagar pelas empresas, sejam meios de aumentar a competitividade da economia de bens transaccionáveis, apesar de poder proteger emprego na economia de bens não transaccionáveis.
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No entanto, neste blogue também se acredita que a existência dum salário mínimo nacional (SMN) é algo que prejudica os trabalhadores mais vulneráveis... isto de obrigar uma empresa em Bragança a pagar o mesmo SMN que uma empresa de Lisboa é absurdo.
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Por isso, este artigo "Minimum wage rise is maximum idiocy" faz todo o sentido:
"One of the tragedies of the minimum wage is that it is a tax on those companies that are large employers of the least well educated and those who do not possess scarce skills. Citizens at the bottom are further squeezed out of the market because they have become more expensive. It is a form of punishment for that cohort. Minimum wage increases positively encourage companies to seek alternatives to labour, such as outsourcing or automation.
...
The cheerleaders for minimum wage rises are typically academic economists. Most of them receive salaries from the taxpayer, directly or indirectly, and have never built a business or met a payroll. Their chief worries are publishing arcane papers; many can be wrong all their lives and never lose a penny of their own money."

segunda-feira, dezembro 23, 2013

A brincadeira de nos armarmos em deuses

"O equilíbrio externo já foi, não só assegurado, mas ultrapassado, com a economia a apresentar excedentes (outra forma de desequilíbrio...), coisa que não acontecia desde a segunda guerra mundial. Este equilíbrio, porém, foi conseguido à custa do agravamento do desequilíbrio interno (com o desemprego a passar para os cerca de 17%), uma vez que, na ausência de suficiente correcção da taxa de câmbio real (TCR), o seu principal instrumento foi uma sobre-contenção da procura interna (sobretudo do investimento). Um equilíbrio assim conseguido não é sustentável, porque, sem correcção da TCR, é incompatível com o regresso ao equilíbrio interno."
Aquele uso de "sobretudo do investimento" causa-me arrepios, a leviandade com que se chama aos gastos do Estado no betão de "investimento", enfim.
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Segundo o último Boletim Mensal do IEFP temos:
"A análise segundo as profissões dos desempregados registados no final de novembro de 2013, evidencia as seguintes profissões como as mais representativas (dados apurados para o Continente): “pessoal dos serviços, de proteção e segurança” (86 625), “trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio” (77 040), “empregados de escritório” (63 716), “operários e trabalhadores similares da indústria extrativa e construção civil” (57 148) e “trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e indústria transformadora” (52 666)."
Uma parte da procura interna caiu drasticamente por causa do fim do crédito fácil e barato que alimentava o comércio, outra parte da procura interna caiu por causa da interrupção "momentânea" do caudal de dinheiro para as obras públicas com mais do que duvidoso retorno. Admitamos a hipótese de que essas fontes de procura não voltarão a ser o que eram, para que servirá essa correcção da TCR?
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Para salvar emprego? Para recuperar emprego?
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O que tornará as empresas desses sectores mais competitivas?
O que preparará as empresas desses sectores para um futuro sustentável?
Será uma questão de baixar salários?
"A saída deste dilema seria através da política monetária que, através do crédito, estimulasse a procura interna, sobretudo a componente do investimento."
Será que Vítor Bento olhou para a composição da origem do desemprego? Será que está a pedir uma nova leva de torrefacção de impostos futuros em obras públicas só para mascarar o desemprego?
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Por mim, continuo a olhar para o desemprego como um objectivo indirecto, como uma consequência da criação de riqueza. Pensava que tinha ficado claro onde nos pode levar a brincadeira de nos armarmos em deuses e actuar directamente, com impostos futuros, na insuflação dos números do emprego.
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Trecho retirado de "Os dilemas da política económica"

sexta-feira, dezembro 13, 2013

Enquanto...

Enquanto os EUA manipulam o preço do dolar, enquanto o euro se valoriza, enquanto a TSU não baixa, temos:
"As exportações de Portugal para os EUA subiram 6,6% entre janeiro e setembro deste ano face igual período de 2012, para 2312 milhões de euros, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE)."
Trecho retirado de "Exportações portuguesas para os EUA sobem 6,6% até setembro"

sexta-feira, novembro 29, 2013

apesar de ambos (parte II)




apesar de ambos

A oposição, porque é oposição, menoriza o verdadeiro sucesso que é o desempenho das exportações portuguesas. E sempre que o fazem:
"Morre um panda bebé!"
A situação, porque é situação, tenta, qual cuco, aproveitar o sucesso alheio "Pires de Lima: Crescimento das exportações é um "feito extraordinário"". E sempre que o fazem:
"Morrem, um panda bebé e um gatinho bebé!"
Este blogue começou a ser escrito para ser um prolongamento da minha memória. Por isso, não esqueço:
Quer a oposição, quer a situação deviam perceber que o desempenho das exportações se faz, apesar de ambos, apesar das dificuldades que ambos teimam em levantar.




sexta-feira, novembro 01, 2013

Uma cena de um programa de Apanhados?



Quando pensamos que já vimos tudo... aparece sempre mais uma cena retirada de um qualquer programa de Apanhados:
"Redução dos custos laborais não está a ser acompanhada por uma redução dos preços de exportação. Empresários aproveitam procura rígida para aumentar margens, (Moi ici: Como se aumentar as margens fosse uma coisa má!!! Como se as empresas portuguesas não precisem de aumentar a sua capitalização. Como se deva existir uma relação matemática entre preços e custos... em vez de elogiar os empresários que numa conjuntura adversa conseguem o feito de aumentar preços e quotas de mercado em simultâneo... temos esta conversa da treta de quem confunde valor e preço, de quem confunde sentimento com folha de cálculo) mas essa é uma estratégia com riscos, avisa a UTAO, numa análise à competitividade em Portugal.
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a queda dos custos unitários de trabalho promovida em parte por reduções salariais não se reflectiu nos preços das vendas ao exterior.(Moi ici: Fazem-me lembrar os funcionários do BPP que perderam dinheiro tal como os clientes do banco, acreditam mesmo nas patranhas que escrevem. Lembram-se do que escrevi aqui sobre a necessidade de baixar a TSU para que os exportadores possam ser mais competitivos? Aqui e aquiAs empresas exportadoras, aproveitando uma procura externa pouco sensível aos preços, optaram por aumentar as suas margens e conseguiram até ganhar quota de mercado. (Moi ici: Será que os funcionários da UTAO, membros típicos da tríade, sabem que o mercado é muito competitivo e que para subir preços não basta um produtor desejá-lo? Será que os produtores portugueses não têm um qualquer tipo de vantagem competitiva que não reside no preço? Nunca ouviram falar do não-preço? Diferenciação, flexibilidade, proximidade, pequenas séries, condições de pagamento, design, inovação, autenticidade, experiência, ... Será que os funcionários da UTAO bebem água de garrafa ou de torneira? Será que os funcionários da UTAO sabem que se pode facturar mais vendendo o mesmo mas com um modelo de negócio diferente?)
...
Este comportamento terá sido possível por uma menor sensibilidade do que por vezes se imagina das exportações aos preços: "a evidência empírica em Portugal sugere que as nossas exportações têm estado a enfrentar uma procura rígida em relação aos preços, tendo ocorrido simultaneamente ao aumento dos preços das exportações o aumento das quantidades exportadas", (Moi ici: Parece que nunca ouviram a descrição da evolução dos preços do calçado, por exemplo) escrevem os autores, salientando que há factores que podem contribuir para os ganhos de quota de mercado. Entre eles está, por exemplo, o incentivo que resulta da queda abrupta da procura interna e que empurrou muitas empresas a procurarem de forma mais agressiva mercados externos." (Moi ici: O racional deste último período é... WTH!?!?!? A procura agressiva de mercados externos é que permitiu subir preços e ganhar quota de mercado? Qual é a lógica?)
Os funcionários da UTAO julgam que uma empresa consegue subir preços por causa dos seus lindos olhos?
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Os funcionários da UTAO criticam os empresários por estarem a conseguir fazer aquilo que este blogue promove (ver marcadores):
  • A aposta no Evangelho do Valor
  • O fugir dos descontos e o conseguir preços
  • A subida na escala de valor
  • A aposta no aumento do producer surplus
  • A aposta no aumento dos preços
  • Não é vender o mesmo, é vender coisas diferentes
Os funcionários da UTAO nem imaginam que neste blogue se receia precisamente o contrário, que os empresários deixem demasiado dinheiro em cima da mesa.
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Disto eu percebo, é a minha vida.
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De quantas coisas que não são a minha vida e que não domino, estes funcionários botam faladura, transpiram autoridade e influenciam as decisões de outros... levando-os a cometer erros graves?
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Uma vantagem de ser empresário e não ligar às notícias nem a engravatados passa por evitar influências nefastas como estas.



Trecho retirado de "Exportadores aumentam margens e não baixam preços"

quinta-feira, outubro 31, 2013

Apesar de ...

"Empresas já recuperaram quotas de mercado perdidas em 2005 e 2006
 .
“Houve ganhos de quotas de mercado nos últimos anos, de três, quatro pontos por ano, o que é muito significativo”, acrescentou. “As quotas que fomos perdendo até 2005 e 2006 encontram-se totalmente recuperadas. A posição [de Portugal] nos mercados externos é mais forte que em 1999”, afirmou ainda."
Apesar do euro!!!
Apesar da TSU!!!
Apesar da legislação laboral!!!
Apesar dos governos!!!
Apesar do saque dos impostos!!!
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O que é que a tríade há-de fazer para justificar este desempenho?


Trecho retirado de "Vice-governador do BdP: “Estamos em melhores condições para termos crescimento económico sustentado”"

quarta-feira, junho 19, 2013

Equívocos

"o estudo divulgado esta manhã na Fundação AEP, no Porto, revela que os empresários reconhecem também debilidades na sua própria actuação. “Desde logo, chamam a atenção para a reduzida dimensão das empresas, com o consequente impacto em termos de economia de escala e de massa crítica para enfrentar, com sucesso, o mercado internacional” (Moi ici: Acreditar que uma PME pode competir, com sucesso, no mercado internacional com base na escala e no volume é continuar a acreditar que só se pode competir com Golias de igual para igual. Pena que os exemplos das estratégias alternativas não sejam mais conhecidos. Pena que o modelo triunfante do século XX continue tão forte nas mentes que ainda não perceberam as potencialidades de competir no século XXI), lê-se no sumário executivo, reforçando que “os próprios empresários afirmam a necessidade de uma maior cooperação entre as empresas (que pode traduzir-se em parcerias, fusões ou alianças estratégicas) que leve a uma efectiva conjugação de esforços e de recursos”.
 .
A falta de profissionalismo na gestão é outro “mea culpa” realizado pelos líderes empresariais que participaram neste estudo, no qual reconhecem a necessidade de melhorar a sua capacidade de gestão e defendem que deve ser implementada uma “atitude profissionalizada” na gestão das PME. (Moi ici: Podiam começar pela sua própria empresa. A velha mensagem de Ghandi, sejam a mudança que querem ver no mundo) Uma gestão rigorosa e responsável, assente em equipas e estruturas de trabalhadores com “forte espírito de resistência” e “valências” que lhes permitam enfrentar o futuro, sustenta o mesmo documento.
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Trechos retirados de "Um quarto das empresas assume “risco de insolvência ou perda de reputação”"
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BTW, lembram-se disto?
"Se me venderem a redução da TSU para facilitar a vida às empresas que vivem do mercado interno concordo, o grosso do emprego está aqui e estas empresas vão viver tempos terríveis, o aumento futuro do desemprego virá sobretudo daqui, e tudo o que for feito para lhes aliviar o nó na corda que vai asfixiando o pescoço das empresas será bem vindo."
Chamam-me bruxo!

sexta-feira, abril 05, 2013

Outra vez a fungibilidade, agora com paineleiros e salário mínimo

Já sabem o que penso sobre salários e custos laborais versus exportações.
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Este blogue há anos e anos que defende que não temos futuro a competir no mercado internacional pelo preço mais baixo, pelo custo mais baixo, ou seja com salários baixos.
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Este blogue brinca, às vezes se calhar até estupidamente, responsabilidade do seu autor que com quase 49 anos não tem, infelizmente, a capacidade de ser mais diplomata e educado, com os economistas, políticos e comentadores de painel - os famosos paineleiros da tríade - que há anos nos martelam a cabeça nos media a dizer que é preciso reduzir os custos unitários do trabalho para exportarmos mais.
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Por tudo isso, comecei a leitura do artigo com este título "Redução dos custos salariais “não é o factor chave de competitividade”" com um sentimento de concordância.
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Contudo, bastou-me ler o texto para perceber que estava em total desacordo com o autor:
"Economista Manuel Caldeira Cabral recusa que a redução de custos seja o principal factor para as empresas portuguesas ganharem competitividade. E reconhece que a proposta da UGT para subida do salário mínimo é “equilibrada”."
É outra vez a história da fungibilidade!!!!!!!!
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Faz sentido olhar para a economia portuguesa como um todo fungível?
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Não, por isso escrevo sobre 3 economias e não uma!
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Não, por isso escrevi e escrevo que baixar a TSU para ajudar os exportadores é treta! Mas, e segue-se algo que nunca nenhum político da oposição ou situação disse, baixar a TSU para ajudar as empresas que vivem do mercado interno faz todo o sentido.
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Agora imaginem o que é numa conferência intitulada “A Competitividade das Empresas e do Estado - Os Imperativos da Internacionalização e Eficiência” misturar-se:
  • salário mínimo e internacionalização;
  • salário mínimo e competitividade;
  • UGT e e economia transaccionável;
E, falar e falar de salário mínimo e exportações. E, esquecer que a maioria das empresas não exporta e vive do mercado interno...
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Há 3 economias
  • a do estado, protegida por ayatollahs e que paira como uma carraça sobre as outras duas; (lá vou ter o Mário Cortes à perna)
  • a economia dos bens não-transaccionáveis; e
  • a  economia dos bens transaccionáveis.
A economia de bens transaccionáveis nunca esteve isolada da competição internacional, já passou as passas do Algarve, já deu a volta e está muito bem (ontem mais três empresas - juro - que visitei ou falei que estão com problemas de falta de capacidade para as encomendas que têm).
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Agora, falar do salário mínimo e dizer que pode aumentar porque não é relevante para as exportações (e acredito que sim, para a grande maioria das empresas exportadoras) e não mencionar o impacte que terá para as empresas que vivem do mercado interno... é uma homogeneização enganadora... 
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Por muitos jogos que as exportadoras portuguesas ganhem a jogar andebol, isso significa pouco para a maioria que vive do mercado nacional e joga futebol.


    BTW, aquela "eficiência" em “A Competitividade das Empresas e do Estado - Os Imperativos da Internacionalização e Eficiência” encerra toda uma visão do mundo competitivo à la século XX.

    quinta-feira, março 07, 2013

    Acerca da desvalorização interna

    "27,8 euros é o preço médio por quilo exportado de t-shirts em 2011. Desde 2008, o preço médio deste item subiu 47%" 
    Também sobre o calçado, nos últimos dias, têm aparecido vários textos com números sobre o aumento dos preços praticados.
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    Entretanto, recentemente li "“Espanha, Portugal e Grécia necessitam de uma desvalorização interna de 30%”". Julgo que Hans-Werner Sinn está certo e errado ao mesmo tempo, tal como as pessoas que defendiam a redução da TSU estavam certas e erradas.
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    Defender a redução de salários e da TSU, para ajudar a exportar mais é não perceber o que tem estado a acontecer em Portugal, com a reconversão desde o embate chinês:

    É não perceber que para ter sucesso na exportação, a regra tem de ser apostar no valor e não no preço mais baixo, no final de contas, agora "somos todos alemães":
    Se me falarem em reduzir salários e a TSU para recuperar as empresas dos sectores não transaccionáveis e tornar menos arriscado a criação de emprego para o mercado interno, então, a coisa muda de figura. Afinal de contas, só 40 e pouco por cento do PIB é que está relacionado com exportações.
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    Por exemplo, no comércio, quantos postos de trabalho e empresas poderiam ter sido salvas se fosse possível negociar reduções salariais empresa a empresa?
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    A coisa também se ajusta sem essa redução salarial, demora é mais tempo.

    domingo, março 03, 2013

    Cuidado com o destino das formigas num piquenique

    Recordar o que sempre disse sobre a redução da TSU na competitividade das empresas exportadoras, por exemplo aqui :
    E conjugar com o artigo "Exportadoras desvalorizam efeitos dos salários na competitividade", publicado no Jornal de Negócios de 1 de Março:
    "No entanto, é quase consensual que a diminuição dos encargos com pessoal não são fundamentais para que as unidades nacionais sejam mais competitivas nos mercados externos ou exportem mais.
    "No nosso caso, existem benefícios, mas não é determinante para o ganho de competitividade. Se não existisse não íamos deixar de ter o mesmo plano e a mesma estratégia. Posso dizer que o ganho é marginal", explica o CEO da empresa de mobiliário Molaflex
    ...
    No caso da Couro Azul, unidade que fábrica revestimentos de assentos para a indústria automóvel, o presidente, Pedro Carvalho, explica que na sua empresa "a mão-de-obra representa, com os operadores gerais e quadros, não mais do que 12% da estrutura de custos. Não somos uma empresa de mão-de-obra intensiva, e essas, na maioria, já saíram de Portugal".
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    Mais radical. é o presidente da Kyaia, maior fabricante de sapatos em Portugal, e também líder da associação empresarial do sector do calçado, Fortunato Frederico, que pensa que as alterações "não foram benefício nenhum". "Acho que os salários já são muito baixos.
    ...
    Na líder ibérica de produção de ferramentas de corte de precisão, a Frezite, o presidente José Manuel Fernandes, apesar de reconhecer que ainda não fez as contas às poupanças que vai ter com a diminuição do número de feriados, do pagamento de horas extrardinárias, ou em despedimentos. não tem dúvidas do resultado. "Não é significativo", reconhece.
    ...
    Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da AIMMAP (associação empresarial da metalurgia e da metalomecânica), junta ao argumento de Fernandes, a pressão do preço das matérias-primas e da energia "Lidamos com margens muito apertadas, que têm de ser compensadas de alguma coisa", identifica. Mas haverá uma baixa nos preços da venda de produtos no estrangeiro? "Não, mas pelo menos permite mantê-los."
    A linguagem usada neste postal "Vocabulário do valor" já tem quase 2 anos e foram 2 anos em que a service-dominant logic me ensinou uma nova forma de encarar e perceber o valor. Hoje faria algumas alterações ao texto para se perceber melhor que valor está na mente do cliente e não na produção e oferta do fornecedor. No entanto, recorro a esta figura:

    Existe 3 formas de ganhar mais dinheiro com uma oferta:
    • reduzindo o custo;
    • aumentando a diferenciação, que permite praticar preços mais elevados; e/ou
    • inovar no modelo de negócio
    Olhem para o exemplo do calçado... é pelo custo?
    Olhem para o exemplo do mobiliário... é pelo custo?
    Olhem para o exemplo da metalomecânica... é pelo custo?
    Olhem para o exemplo do vinho... é pelo custo?
    Olhem para o exemplo da ...

    O futuro não vai ser ganho a olhar para o umbigo e a conquistar clientes à custa de uma melhor arrumação interna das cadeiras.