domingo, maio 04, 2014

Histerese

Estes trechos:
"Good products work. Great products become part of our story.
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Good marketing tells the story. Great marketing is the story"
São de uma profundidade incrível!!!
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A segunda frase faz-me recuar aos meus tempos da termodinâmica química e saborear a palavra "histerese".
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Trechos retirados de "Difference" de Bernardette Jiwa.

sábado, maio 03, 2014

Entretanto, no recreio...

Enquanto o país que trabalha vai fazendo pela vida, os políticos, no seu recreio, vão-se divertindo a fazer o que mais gostam, soprar ilusões para os papalvos
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Esta, "Política de sacrifícios só acaba com derrota da direita, diz Assis", é um mimo... só faltam estes cartazes eleitorais serem afixados:

Mais especulações

Num postal recente, "Especulações", escrevi, acerca da febre de aquisições americanas sobre empresas europeias:
"Admitamos que Mongo se está a entranhar na economia mundial. O que acontecerá aos rendimentos dos Golias com o advento do Estranhistão? Cada vez terão um menor crescimento orgânico porque o mercado de massas, que conhecem e dominam como ninguém, está em retrocesso no Ocidente. Assim, para satisfazer os accionistas impacientes, há que crescer por aquisições.
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Era interessante que os Golias americanos comprassem os Golias europeus e o capital transaccionado fosse aplicado no desenvolvimento da multidão de pequenas empresas que o futuro no Estranhistão vai requerer."
Hoje, durante a caminhada da manhã, enquanto via cenas destas:


Lia o artigo "industry 4.0 - The new industrial revolution - How Europe will succeed" da consultora Roland Berger. Muito há para dizer sobre o referido artigo, para já, contudo, sublinho só isto, retirado do final:
"There are two ways to move into Industry 4.0: transforming existing (legacy) plants or making greenfield investments. Both require a strong change management approach. Industry 4.0 [Moi ici: Uma vertente de Mongo, como veremos em postal futuro] will probably penetrate the quickest through greenfield investments, coming either from new business opportunities. Also repatriation of manufacturing from developing countries to Europe could be a trend in Industry 4.0. But it will require a different setup. Fostering relocation of activities is a good lever to enhance transition to 4.0, create value added in Europe and develop qualified jobs. This may require investment programs or incentives..The other approach is to progressively adapt the legacy manufacturing footprint. Transforming a legacy plant into a modern 4.0 factory has a significant social impact and requires a competency shift and new ways of working and manufacturing. Numerous actions are possible, but have to take social aspects into account.
Companies will also have to allocate special investment for the transition, for example, by setting up phased programs to facilitate site reconfiguration.It will also be necessary to build up new skills, possibly by initiating special recruiting actions and training programs. Companies may want to consider incentivizing the launch of pilots as well.”

Seria interessante, pois, deixar os americanos ficarem com os Golias e especializarem-se nos poucos Golias de Mongo e, o dinheiro fresco ser investido nas unidades da Industria 4.0 de Mongo.
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Os europeus livravam-se dos custos afundados e empurravam-nos para os braços dos americanos junto com os Golias do passado.
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Não passa de especulação de anónimo engenheiro de província.

Ainda mais socialismo

"Músico de rua multado em Lisboa por falta de licença"
"Guilherme Águas Rodrigues, violoncelista da banda Urban String Music, foi multado na manhã de 29 de Abril, enquanto actuava na Rua Augusta, em Lisboa, por não ter licença de músico de rua.
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De acordo com Guilherme Rodrigues, o “mais extraordinário” da situação é que a Câmara Municipal de Lisboa não está a emitir actualmente licenças para actuar na rua, o que torna impossível a um músico de rua regularizar a situação."
Primeiro, questiono-me se a um músico de rua deve ser exigida licença para actuar e tornar a vida das pessoas imersas no seu quotidiano mais colorida.
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Segundo, com a minha mente habituada a ver o socialismo a ser usado para engordar porcos, imagino logo que seja por pressão, ou conluio com os músicos incumbentes, quais taxistas, que a Câmara não passa licenças.
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Oh, como devíamos ter falido e batido contra a parede com toda a força.

Mais socialismo

"Nova comissão vai propor medidas que garantam segurança alimentar"
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Socialismo atrás de socialismo...
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Enquanto se fala cada vez mais na transparência da informação, no fim da assimetria de informação entre quem compra e quem vende, os socialistas cá do burgo continuam afincadamente a criar comissões, jobs, pelouros e, pior de tudo, a atrapalhar a vida a quem quer trabalhar... aquele Reagan tinha mesmo razão:
"Government's view of the economy could be summed up in a few short phrases: If it moves, tax it. If it keeps moving, regulate it. And if it stops moving, subsidize it."

"Lesson 1: Redefinition Starts with the Core Customer"

Em "um sintoma de que doença(s)?" escrevi:
"Porque acredito no Estranhistão, porque acredito que cada vez mais "We are all weird" [and proud of it], porque acredito no mundo de tribos apaixonadas, fico surpreendido pela pouca ênfase colocada na cada vez maior importância da escolha dos clientes-alvo, na cada vez maior importância da interacção."
Ao terminar a leitura de "Unstoppable: Finding Hidden Assets to Renew the Core and Fuel Profitable Growth" de Chris Zook, livro que quero escalpelizar durante a próxima semana, sorri ao ler:
"As we have seen, sometimes tragically, the answer is seldom delivered by the intoxicating, or numbing, magic elixirs of business - big-bang transforming moves, leaps into sexy new markets, pursuit of the next big idea, or retreats to the familiar comfort of the status quo with the hope that it will all go away in the morning. When you stand back from it all, four main themes of strategy emerge from our seven-year study of the growth, renewal, and decline of companies. These strategies were central to most cases of renewal. The first theme is the primacy of achieving a deep understanding of the core of your business combined with a reluctance to leap far into the unknown unless absolutely necessary
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Lesson 1: Redefinition Starts with the Core Customer Virtually all the successful examples were built on a clear concept of the core customer at the center of the new strategy. The focus might be on reinventing the service model to existing customers or on shifting the definition of the core customer. But it was never about a hot market, an abstract technology, or a big strategic idea that came out of the blue. The redefinitions that worked were grounded in the detailed behavioral patterns and economics of specific, identifiable core customers. This principle held whether the key hidden asset was a customer asset, a new platform, a capability, or a combination of the three."
E, de certa forma, em sintonia com a série "O problema é a procura, não a oferta"

sexta-feira, maio 02, 2014

Curiosidade do dia


Esta figura faz-me lembrar o Portugal dos gloriosos anos de dinheiro fácil e barato... Salgado e os seus não-transaccionáveis numa boa.
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Imagem, retirada de "Why America's Essentials Are Getting More Expensive While Its Toys Are Getting Cheap"

Meter código nisso com batota misturada

Via André Cruz tive acesso a "Kinematix encomenda "faixas" a campeões ingleses de râguebi".
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Um texto que nos remete para:


E, numa vertente muito pessoal, ele também sabe que eu preciso deste serviço, para minimizar as lesões geradas pelo calçado inadequado e incorrecta postura de corrida.
""este é o único equipamento que permite obter informação dentro do sapato".  
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"Hoje o calçado desportivo é muito técnico ou segmentado e isto permite, numa questão de minutos, comparar vários pares de sapatos e ter um resultado muito visual sobre quais são os mais equilibrados, por exemplo, para a sua forma de correr", explicou."

Diferentes tipos de inovação

"Need seekers (think Apple)
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"...these are companies who's innovation strategy is essentially around knowing customers better than themselves, identifying unarticulated needs, and then being the first to market with a product that addresses those needs.
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Market readers (think Samsung)
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"...a market reader is sort of the classic fast follower, it doesn't mean they ignore their customers, but they're very attuned to what competitors are doing and what other people are bringing to market first and observing what seems to be gaining traction, then very rapidly coming up with their own version of that innovation.
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Tech drivers (think Google)
"The third category is what we call technology drivers. This is much more the traditional technology push kind of model, where the pendulum hasn't swung completely away from customers and markets, but its much more oriented towards leveraging the technology base, seeing what you can push out, seeing where there might be applications for the technology.""
Trechos retirados de "How Apple, Samsung, And Google Take Different Approaches To Innovation"

O problema é a procura, não a oferta (parte IV)

Parte Iparte II e parte III.
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Terminei a parte II com aquela frase-ideia-metáfora de Hausmann, "os macacos não voam".
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Recordar:
Leio sempre com interesse os textos de Hausmann, o último é este "The Mismeasure of Technology":
"The problem is that a key component of technology is knowhow, which is an ability to perform a task. And knowhow, unlike devices and ideas, neither involves nor can be acquired through comprehension.
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Technology has trouble diffusing because much of it requires knowhow, which is an ability to recognize patterns and respond with effective actions. It is a wiring in the brain that may require years of practice to achieve. This makes its diffusion very slow
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Progress happens by moving into what the theoretical biologist Stuart Kauffman calls the “adjacent possible,” which implies that the best way to find out what is likely to be feasible in a country is to consider what is already there."
Aquele "adjacente possível" encaixa perfeitamente nesta série "O problema é a procura, não a oferta". O adjacente está fora mas é tangível, é concreto, do lado de dentro vê-se.

O problema é a procura, não a oferta (parte III)

Parte I e parte II.
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Voltando ao gráfico da tríade, referido na parte II:
Esta abordagem é, de certa forma, referida no relatório da consultora Roland Berger "Escaping the commodity trap – How to regain a competitive edge in commodity markets" (mencionado aqui) no diapositivo 22 e consiste em seguir a opção "Play by the rules" em que o futuro passa por:
  • aumentar de dimensão e realizar economias de escala;
  • reestruturar e cortar custos.
Sem uma vantagem competitiva sustentável é difícil a uma empresa portuguesa, com um mercado interno pequeno, ir por aqui. Uma excepção é o caso das celuloses, onde nenhum outro país permite o que Portugal permite que seja feito em benefício de um sector.
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Voltando à proposta de Caldeira Cabral, retratada neste gráfico:


Por vezes, esta abordagem acontece com algumas empresas: PMEs recorrem a laboratórios tecnológicos sectoriais, ou a centros tecnológicos, ou a laboratórios universitários (confesso que às vezes não sei se as empresas recorrem por iniciativa própria, com o recurso a fundos comunitários, ou se são as entidades de tecnologia e investigação que aliciam as PMEs a entrarem em projectos, com o argumento de que não pagarão nada, de que tudo será pago por projectos financiados). Nestes casos, com alguma frequência, as entidades de tecnologia e investigação chegam, a produtos interessantes e tecnologicamente inovadores e diferenciados.
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Contudo, as PMEs quase nunca conseguem tirar partido comercial deles.
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São produtos destinados a outros clientes-alvo que não conhecem.
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São produtos destinados a outras prateleiras que não sabem quais são ou como contactar os seus donos.
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São produtos que precisam de ter um marketing que a empresa não domina ou reconhece como válido.
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São produtos que precisam de uma abordagem comercial diferente daquela a que estão habituadas.
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Resultado, a subida para depois andar para a direita:
Tem este risco.
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Prefiro este percurso:
Prefiro que as empresas tenham sempre o foco virado para fora de si, para os clientes-alvo, para o ecossistema da procura e, procurem servir os clientes underserved.
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Servindo esses actores exigentes, as capacidades internas das empresas são levadas ao limite e, naturalmente, nasce a necessidade de alargar a fronteira dessas capacidades.

quinta-feira, maio 01, 2014

Que visão tão redutora...

A propósito de "How Global Manufacturing Cost Competitiveness Has Shifted Over the Past Decade", deste gráfico:

E da conclusão:
"These findings suggest that some nations must act urgently to shore up their manufacturing competitiveness. It also suggests that companies should reassess their global production and sourcing footprints in light of today’s cost structures and trends."
Conjugar com estes título "U.S. trade deficit climbs to $42.3 billion in February" e com isto:
"The deficit with China dropped a sharp 25.1% in February to $20.9 billion. But analysts are still looking for the trade gap with China, which has been the highest with any country, to top the record set in 2013."
Que visão tão redutora, achar que o futuro é ser o mais low-cost dos fornecedores...
 
 

"A competência crucial passa a ser a de organizar a criação de valor"

Continuado daqui.
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O capítulo "Strategic thinking" continua com base nesta figura:

Uma figura que resume bem uma abordagem possível para a estratégia das organizações. Antes da figura vem a introspecção, vem a reflexão sobre quem somos, como empresa, em que nos distinguimos, qual é o nosso ADN, em que paisagem competitiva estamos ou queremos estar. Depois, vem a identificação dos clientes-alvo e do ecossistema da procura
"value is always cocreated in exchange and in the use and integration of what is exchanged. This view proposes that multiple stakeholders contribute to the value-creation process by integrating and applying resources to create value for themselves and for others.
...
The exchange of service is not confined to an actor-to-actor (A2A) dyad.
...
The actors are linked by value propositions, which are essentially invitations to participate in a particular value cocreation process. The service ecosystem mainly functions to enable actors to integrate and apply their resources and the resources of others (accessed through exchange) to improve its own viability as a system"
Desenhado o ecossistema com os vários actores e as suas motivações intrínsecas, o passo seguinte passa por equacionar como pôr os vários intervenientes-chave a colaborarem numa relação ganhar-ganhar-ganhar, para densificar as relações entre eles.
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O passo seguinte é a formulação das propostas de valor que poderão atrair os vários intervenientes-chave para a relação.
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Depois, desenhar o ecossistema a funcionar no futuro desejado e trabalhar para configurar o mercado nesse sentido.
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Recordar:


"A competência crucial passa a ser a de organizar a criação de valor."
Frase de "Reframing Business - When the Map Changes the Landscape" de Richard Normann.

um bom desafio para este primeiro de Maio

O @CN_  no Twitter lançou, há bocado, um bom desafio para este primeiro de Maio:
"Vamos lá, no dia do trabalhador pensem nos desempregados devido a todas as crendices e falácias económicas das elites académicas e políticas"

O problema é a procura, não a oferta (parte II)

Parte I.
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No artigo referido na parte I, Caldeira Cabral usou este gráfico:

Segundo Caldeira Cabral, o governo pretende seguir o caminho da seta na figura que se segue:
Não é só o governo, esta é a via do grupo encalhado no modelo mental a que chamo de tríade. Por exemplo, esta é a via de quem, como Ferreira do Amaral, quer sair do euro e viver da ilusão monetária. Os membros da tríade vivem, eles próprios, numa ilusão, a ilusão de voltar ao tempo em que a desvalorização da moeda nacional resolvia os problemas de competitividade... esquecem-se é que nesse tempo não havia a fortaleza China. Nunca esquecer esta tabela:
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Já Caldeira Cabral, no artigo, propõe esta abordagem:
Se aumentarmos a oferta de gente qualificada o PIB per capita vai crescer.
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Pessoalmente proponho uma outra abordagem:
Cada empresa, individualmente deve procurar subir na escala de valor, deve procurar melhorar as suas margens. Então, ao fazê-lo, vai descobrir que precisa de gente mais qualificada como instrumento de criação de valor.
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O truque é assentar a mudança naquilo que é familiar.
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Nunca esquecer Hausmann, os macacos não voam!
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Continua.

20 anos

Faz hoje anos que deixei de ver corridas da Formula 1

Tradição


Tirado durante uma das minhas caminhadas.

quarta-feira, abril 30, 2014

Não me digam a verdade!

"É natural que se multipliquem os protestos contra a situação. Mas se não se rejeitar o que produziu a crise, esta será cada vez mais grave, até que a força do absurdo entregue ao acaso a resolução da crise. A origem da situação está no sistema político, onde os candidatos seduzem os eleitores com as promessas que lhes apresentam e os eleitores se deixam iludir acreditando que essas promessas são realistas e realizáveis.
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Quem protesta contra a situação não protesta contra o presente, está a protestar contra o passado (mesmo que não tenha consciência disso). Os que protestam contra a situação estão, de facto, a protestar contra os candidatos (que seduziram pela ilusão) e contra os eleitores (que se deixaram seduzir pela ilusão)."

Trecho retirado de "Os paradoxos do inconsciente"

um sintoma de que doença(s)?

Durante mais uma caminhada, tive oportunidade de ler este relatório da consultora Roland Berger "Escaping the commodity trap – How to regain a competitive edge in commodity markets". Um tema e um desafio que tratamos, há vários anos, quer neste blogue quer no dia-a-dia profissional.
"A "commodity trap" describes a situation where even complex products and services are downgraded to "commodities", with limited differentiation and where competition is primarily price-based – this is due to a combination of developments experienced by customers, competitors and in products/technologies
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The commodity trap is a phenomenon found in all industriesover 60% of the study participants have been affected, 54% have yet to take sufficient action to escape (and among affected companies even 65%). At many companies, there is a significant gap between recognizing the commodity trap and reacting accordingly [Moi ici: Quem são os clientes de uma consultora como a Roland Berger? Qual será a tipologia das empresas que fazem parte do universo questionado?].
In most industries, commoditization already started some 5 years ago – almost all industries report their low-end market segments as being affected, [Moi ici: Algo perfeitamente expectável, já o que se segue começou por me chocar...] more than half of the participants also see their middle segments being hit and about 20% face commoditization even in their premium segments." [Moi ici: O que significa isto? Isto é um sintoma de que doença(s)? Como não fazer a ponte para esta interrogação do Paulo Peres "Marcas serão mais vulneráveis no futuro?" ou para aquela que parece ser a ideia-base do livro que tenho na lista para ler "Absolute Value: What Really Influences Customers in the Age of (Nearly) Perfect Information" de Itamar Simonsen and e Emanual Rosen. Faz algum sentido uma oferta premium estar comoditizada? Não é um sintoma de um profundo distanciamento entre clientes e marcas?]
No final a consultora apresenta 5 factores-chave para o sucesso no combate à armadilha da comoditização:
"1 Core competencies – Leverage core competencies to develop new know-how or business opportunities
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2 Thinking outside the box – Look beyond the current business model for ways out of the commodity trap
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3 Change management – Be aware that successful implementation, especially for business model innovations, requires comprehensive change management actions
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Value chain & market segments – Analyze all directions along the value chain and potential market segments in order to find the "white spot" for your future business
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5 Sustainability – Think of long-term, sustainable ways to escape a commodity trap – short-term actions usually only postpone the problem"
 Porque acredito no Estranhistão, porque acredito que cada vez mais "We are all weird" [and proud of it], porque acredito no mundo de tribos apaixonadas, fico surpreendido pela pouca ênfase colocada na cada vez maior importância da escolha dos clientes-alvo, na cada vez maior importância da interacção.
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Caricaturando, posso pensar que os clientes-tipo da consultora ou são Golias ou aspiram a ser Golias, por isso, dão muita ênfase ao que podem controlar e crescer é o fim e não uma consequência. Por isso, estão cada vez mais afastados dos clientes e pensam que o logotipo da marca aguenta tudo... não aguenta, porque num mundo onde a assimetria de informação a favor da empresa está cada vez mais ameaçada, o valor durante o uso é cada vez mais fácil de percepcionar antes da compra.

A vantagem dos duendes

Há muitos anos, entre 25 e 30, não sei se no meu primeiro Drucker, "Innovation and Entrepreneurship", ou no meu segundo, o monumental "Management: Tasks, responsibilities, practices" li a história de uma marca suíça de botas de montanha que ganhou prestígio após a primeira guerra mundial. A empresa era gerida por dois irmãos, durante essa guerra, um dos irmãos ficou a gerir a fábrica, enquanto o outro foi combater como voluntário, julgo que no exército francês, esse irmão usava as botas e mandava cartas, ao irmão na fábrica, com conselhos sobre como melhorar o desempenho e conforto das botas. (BTW, em quantas empresas os seus gestores e líderes não usam nem conhecem os seus produtos e serviços? Por exemplo, quem decide as carreiras dos transportes públicos anda de transportes públicos?)
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Com a especialização trazida pela era industrial, em que quem produz o recurso está distante de quem usa e integra esse recurso na sua vida, a comunicação entre produtor e beneficiário tem tendência a rarefazer-se e mesmo a desaparecer. Sem essa comunicação não há co-evolução, não há interacção, não há customização.
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Lembrei-me de tudo isto por causa do artigo que o DE trazia ontem "Nelo admite crescer acima de 10% ao ano com novas modalidades":
"A marca foi criada em 1978 por Manuel Ramos, e está ligada à evolução da própria modalidade em Portugal. "A génese da canoagem portuguesa confunde-se com o aparecimento da marca Nelo. O senhor Manuel Ramos foi o primeiro campeão nacional da modalidade.
...
Muitos dos 85 trabalhadores são praticantes de canoagem. Não há nada como passar pela experiência para perceber as necessidades dos atletas. "Mais de 50% das pessoas que trabalham aqui estão ou estiveram ligadas à modalidade. Começando pelo senhor Manuel Ramos até ao empregado mais novo que tem 19 anos, e que é também campeão nacional de canoagem. É um dos factores principais do nosso sucesso, que as pessoas que trabalham nos barcos percebam o que é o barco, como é que funciona""
Esta interacção com o beneficiário, esta coincidência entre produtor e utilizador é um trunfo importante, conjugada com esta abordagem:
""desde cedo que Manuel Ramos percebeu que não podia fazer as coisas como os outros faziam, tinha de ser diferente, de ser superior aos outros, para se conseguir distinguir, para ser um ‘player' no mercado"." 
Esta é a vantagem dos artesãos modernos, dos duendes, a paixão conjugada com a coalescência entre produtor e consumidor, fomentadora de interacção que cria diferenciação, customização e, sobretudo, magia!!!

Especulações

Omtem, o JdN trazia um artigo com muitos números sobre a investida dos Golias americanos sobre os Golias europeus. Até o editorial, "EUA um passo à frente", é dedicado ao tema, transpirando um sentimento da superioridade americana.
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O anónimo engenheiro de província entra em campos que não domina e resolve especular com um sorriso nos lábios.
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Os Golias americanos depois de mais de uma década de deslocalizações e explosão do consumo na Ásia, estão sentados em cima de muito dinheiro nos seus balanços.
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Contudo, esse dinheiro está fora dos EUA e, se for repatriado será sujeito a impostos.
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Ainda, manter depósitos em dólares zimbabweanos? é arriscado (a sociedade americana e a sua classe política já estão infectadas pela adição de uma moeda em desvalorização deslizante, este artigo "Euro ou não euro?" é de guardar) e convém trocá-los por activos.
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Admitamos que Mongo se está a entranhar na economia mundial. O que acontecerá aos rendimentos dos Golias com o advento do Estranhistão? Cada vez terão um menor crescimento orgânico porque o mercado de massas, que conhecem e dominam como ninguém, está em retrocesso no Ocidente. Assim, para satisfazer os accionistas impacientes, há que crescer por aquisições.
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Era interessante que os Golias americanos comprassem os Golias europeus e o capital transaccionado fosse aplicado no desenvolvimento da multidão de pequenas empresas que o futuro no Estranhistão vai requerer.

terça-feira, abril 29, 2014

O problema é a procura, não a oferta

Análise interessante de Caldeira Cabral em "As dificuldades de estar à frente da curva", por exemplo:
"Significa que o país tem um PIB per capita superior ao que seria de esperar para as qualificações, capital e recursos naturais que tem.   Isto conduz-nos a uma resposta algo surpreendente e até provocatória: aparentemente Portugal é melhor do que a média da OCDE a tirar valor dos factores que tem."
Este trecho:
"O facto de Portugal estar dentro da UE, enquanto a maioria dos países com qualificações semelhantes estarem fora, foi um factor que favoreceu o nosso país. Portugal, apesar de ter salários mais elevados do que muitos países com níveis de qualificação semelhante ao seu, continuava a ser um país de baixos salários no mercado onde estava. Portugal era o país de salários baixos de um clube de ricos."
Está em perfeita sintonia com o que escrevemos, por exemplo em "Reflexão sobre a competitividade, com ou sem euro":
"Como já referi aqui no blogue várias vezes, com a adesão à então CEE, acabam as barreiras alfandegárias que protegiam o ecossistema da economia portuguesa e, ... é uma mortandade sobretudo nas empresas que competiam pela nata do mercado interno. As empresas de produção de bens transaccionáveis de baixo valor acrescentado potencial minimamente bem geridas não tiveram grandes problemas. Competiam pelos preços mais baixos em sectores onde as empresas dos países da CEE não queriam ou podiam competir. Aliás, até se reforçou o movimento de investimento directo estrangeiro para levantar empresas nesses sectores de competição pelo preço mais baixo." 
Ou em "Portugal aproveitou bem os fundos comunitários?":
"Muito do dinheiro que foi investido na indústria, aquando da adesão de Portugal à então CEE, podia estar justificado por estudos sérios e muito completos; contudo, com a entrada da China nos circuitos económicos e com a adesão dos países da Europa de Leste à União Europeia, o cenário mudou. Aquilo que era uma vantagem competitiva portuguesa, os custos baixos, desapareceu quase de um dia para o outro.
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Assim, todo esse dinheiro investido em projectos baseados nos baixos custos acabou por falhar. Basta ver o que o dinheiro privado das multinacionais do calçado fez, entrou em Portugal porque fazia sentido económico e foi-se embora, quase todo ao mesmo tempo, quando passou a fazer sentido ir embora."
Porém, começo a discordar quando apresenta a ameaça da globalização como uma coisa que ainda está por vir:
"No entanto, isso mudou. E mudou radicalmente. O clube deixou entrar 13 novos membros, com melhores qualificações e salários inferiores aos portugueses, e abriu as portas à globalização. Hoje, a China, a Turquia ou o Bangladesh exportam praticamente sem barreiras os seus têxteis, vestuário e calçado para o que, nos anos 90, era o nosso mercado cativo. Concorrem com salários muito mais baixos e não tendo de cumprir as muitas das dispendiosas regras europeias.     A geografia alterou-se. O nosso privilégio de acesso desapareceu. Os produtos que exportamos têm entrada livre, venham de onde vierem. Sem essa vantagem haverá maior pressão para convergir com a recta."[Moi ici: "haverá"? Então não houve uma década silenciosa de destruição provocada pela China? Caldeira Cabral, faço-lhe justiça, não é um ignorante lesboeta, como o relatado em "O provincianismo nortenho", o que quererá dizer com o "haverá"?]
Caro Caldeira Cabral, a globalização já veio e já passamos o seu pico, já está em regressão, não por causa dos preços baixos mas, sobretudo, por causa da proximidade, da flexibilidade e rapidez de resposta, das pequenas séries, da diversidade e da customização.
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Discordo quase totalmente da conclusão:
"Outra alternativa, mais difícil, mas mais interessante, é tentar aproximar-nos da recta andando para cima. [Moi ici: É a velha questão do ovo e da galinha. Os países ficam mais ricos porque têm mais licenciados ou, porque ficam mais ricos podem ter mais licenciados?] Isto, em grande medida, significa retomar políticas que o actual Governo interrompeu. Isto é, retomar os esforços de melhoria das qualificações, apostando não só no acesso dos jovens ao ensino superior, mas também na requalificação dos trabalhadores mais velhos. [Moi ici: Aqui volto ao "The Predator State" de Galbraith, pessoa que não pode ser acusada de ser de direita e que registei em "Ainda acerca da formação profissional". O problema não está na oferta de mão-de-obra qualificada, recordar que uma costureira se for licenciada, não produz mais por isso. O problema está na procura de mão-de-obra qualificada. Penso antes desta forma, que condições devem ser proporcionadas para que surjam livremente, e por sua iniciativa e risco, ou seja, nada de Qimondas de aviário, actores que procurem mão-de-obra mais qualificada?] E voltar a apostar na ciência, inovação e tecnologia, e em reforçar a confiança nas nossas instituições."
Recordo este caso particular relatado pela Renascença:
"Conclui-se também que nem sempre mais habilitações significam mais vencimento. Por exemplo a diferença entre um contabilista ou revisor oficial de contas com, pelo menos três anos de experiência e habilitações mínimas de Mestrado, e um canalizador, com o quarto ano do primeiro ciclo e um mês de experiência profissional, são 100 euros, a favor do canalizador." 
Recordo também, do último relatório mensal do IEFP:
"Segundo a escolaridade, a redução anual do desemprego foi sentida em todos os níveis de instrução, à exceção do superior (+1,0%). O 2º ciclo do ensino básico, por sua vez, registou o decréscimo mais significativo (-8,6%)."

Curiosidade do dia

Ontem ao final da tarde fiz uma caminhada por entre campos que em breve serão de milho para forragem.
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Percebi porque razão encontro tantos licranços mortos por agricultores ignorantes que não sabem o quão eficazes eles são a comer insectos e lesmas.
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Tive tempo para tirar o telefone do bolso e tirar várias fotos:
A última foto foi para ter uma ideia da dimensão:

"continuam no paradigma da venda"

Leio "Are you paying enough attention to customer retention?" e sublinho:
"most companies still put more effort into attracting new customers than selling more to the ones they have already.
...
The paradox is this: We all know attracting new customers is more expensive than selling to existing ones, but most marketing people consider the hunt for new business to be sexier and more high-profile than figuring out how to sell more to people already in their database."
E penso logo no Evangelho do Valor, no poder da interacção, e no pouco investimento que tantas e tantas empresas fazem em procurar perceber melhor os seus clientes... continuam no paradigma da venda, ainda não perceberam que o valor é co-criado durante a interacção e criado durante a utilização.

"... e fico doente"

Sabem como neste blogue se defendem posições anarco-libertárias!
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Sabem como neste blogue se critica o peso sufocante do Estado na Economia!
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Sabem como neste blogue há anos aconselhamos as empresas a fazerem o by-pass ao Estado!
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Sabem como neste blogue sempre se olhou para Vítor Gaspar como mais um socialista-normando pronto a sacar do revólver da impostagem!
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Sabem como neste blogue se tem medo da relação pedo-mafiosa de que o Estado se aproveita de quem a ele recorre!
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E leio "Empresários dão nota mais baixa de sempre aos resultados da política de inovação" e fico doente.
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Recordo logo "Acerca da atitude" e:
"Constraints spur innovation, if you have the right attitude.  Where others see only barriers, innovators see opportunities."
Estes empresários gostariam que Portugal fosse a Suécia ou a Finlândia e, qual socialista, adoram impor modelos ao resto do país.
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Preferia que pensassem primeiro na sua empresa, nos seus trabalhadores e clientes, nos seus sectores de actividade e na sua independência face ao Estado.

Sintomas de que o mundo não é como o simplificam


"what have you got that's expensive... but worth it?"

"I'd much rather work with someone who says, "what have you got that's expensive... but worth it?" Not because that person is about to pay money, but because that person is focused on "worth it.""
O caminho menos badalado nos media.
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O caminho menos atraente para os Golias.
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O caminho mais atraente para os Davids.
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Trecho retirado de "Gripped in a free frenzy (or focused on scarcity and value)"


segunda-feira, abril 28, 2014

Anedota do dia (parte II)

Recebi hoje por correio tradicional, carta enviada, por via aérea, da África do Sul:


Anedota do dia (parte I)

"Lisboa tem três vezes mais exportadoras do que o Porto"

Continua.

"extend your brand value beyond the product"

"The best way to enhance and protect your brand at the same time is to extend your brand value beyond the product. When your brand is comprised of a complete customer experience — including service, environment, communications, shopping experience, personality, and values — it is inimitable and far more valuable. A pirated product may mimic your brand but it doesn’t replace it.  It simply whets consumer’s appetites for more of your brand."
"extend your brand value beyond the product" - o truque não é o produto, o produto é um recurso que os clientes integram na sua vida, o truque é a atenção na vida dos clientes. Bem na linha do que Niraj Dawar escreveu em "Tilt" e a Service-Dominat Logic preconiza.


Trecho retirado de "Think Differently About Protecting Your Brand"

E a sua empresa, faz escolhas? (parte II)

Parte I.
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Mais um trecho de "Essentialism - The disciplined pursuit of less" de Greg McKeown que se aplica muito bem à necessidade das empresas fazerem escolhas:
"have observed learned helplessness in many organizations I have worked with. When people believe that their efforts at work don’t matter, they tend to respond in one of two ways. Sometimes they check out and stop trying, like the mathematically challenged child. The other response is less obvious at first. They do the opposite. They become hyperactive. They accept every opportunity presented. They throw themselves into every assignment. They tackle every challenge with gusto. They try to do it all. This behavior does not necessarily look like learned helplessness at first glance. After all, isn’t working hard evidence of one’s belief in one’s importance and value? Yet on closer examination we can see this compulsion to do more is a smokescreen. These people don’t believe they have a choice in what opportunity, assignment, or challenge to take on. They believe they “have to do it all.”
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I’ll be the first to admit that choices are hard. By definition they involve saying no to something or several somethings, and that can feel like a loss.
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Yet choice is at the very core of what it means to be an Essentialist. To become an Essentialist requires a heightened awareness of our ability to choose.
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When we forget our ability to choose, we learn to be helpless. Drip by drip we allow our power to be taken away until we end up becoming a function of other people’s choices—or even a function of our own past choices. In turn, we surrender our power to choose. That is the path of the Nonessentialist.
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The Essentialist doesn’t just recognize the power of choice, he celebrates it. The Essentialist knows that when we surrender our right to choose, we give others not just the power but also the explicit permission to choose for us."
Se nos estamos a entranhar em Mongo, um mundo de tribos, um mundo de excêntricos, um mundo de "weirdos", há cada vez menos mercado de massas, há cada vez menos clientes do meio-termo, há cada vez menos mercado para ofertas-médias, é preciso fazer escolhas, é preciso escolher com quem trabalhar, é preciso seguir uma paixão.
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Os que não escolhem vêem o seu antigo mercado esvair-se vítima da polarização dos mercados e atolam-se cada vez mais no pântano do meio-termo.

Scripting markets

Um último capítulo que sublinho de "Service-Dominant Logic: Premises, Perspectives, Possibilities" de Robert Lusch e Stephen Vargo é "Strategic thinking".
"what actors can do to shape their destiny.
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the application of S-D logic have to do with innovation and market creation,
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"What can I see from an S-D logic perspective that I cannot see from a G-D logic perspective in terms of opportunities for combining and applying available resources to offer value propositions for some other actor?" Arguably, then, the most important endeavor is to step back and examine the landscape. [Moi ici: Desenhar o ecossistema da procura, identificar os diferentes actores que intervêm e como interagem entre si e o que é que cada um procura e valoriza]
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value creation involves the integration of multiple resources by multiple actors simultaneously or as part of an integrative process, in the context of structures.
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rather than focusing on adapting to their environments and responding to market changes, enterprises can influence change themselves, including institutional change.
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Innovation, then, is not so much a matter of inventing new things as it is identifying opportunities to deinstitutionalize and reinstitutionalize practices. [Moi ici: Quando se recua e se olha para o panorama, para a paisagem, para as redes de interacção entre os diversos actores, para o funcionamento do ecossistema actual e se equacionam funcionamentos alternativos com vantagem para os beneficiários últimos do serviço]
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focusing on dynamic market interactions and moving from the perspective of the value chain to that of the value network, or service ecosystem.
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Because value is always cocreated in service ecosystems, enterprise strategies focus on proposing value throughout the ecosystem, rather than adding value through a sequence of events. Also, the enterprise is not so much viewed as choosing from fixed alternatives but rather as designing its future. When this is done, the enterprise is less focused on trying to predict a future than configuring and integrating resources to control its future."
Trechos bem na linha de:

É um modo diferente de pensar, e não é preciso ser multinacional com uns bolsos muito fundos para configurar um mercado. Pelo contrário, normalmente essas entidades estão adaptadas ao mercado, às instituições existentes, por isso, e muito mais provável que seja um "outsider", uma PME, a olhar para a realidade actual, desconstruí-la e imaginá-la sob um outro prisma.
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Qual a principal dificuldade?
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Mental, o modelo mental, o mindset. É preciso um forte locus de controlo no interior
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Continua.

"porque há-de continuar a existir "produção em massa"?"

O que pensar disto?
"On Wednesday, General Electric announced the launch of FirstBuild, a "microfactory" and open community for students, engineers, and innovators on the University of Louisville campus in Louisville, Kentucky. The company wants to create a new business model for the manufacturing industry by harnessing open innovation, the maker movement, and community involvement to build a revolutionary new wave of smart appliances.
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The company already has microfactories in Chandler, Arizona, Knoxville, Tennessee, Las Vegas, and Germany, and plans to open 100 microfactories around the world in the next 10 years.
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FirstBuild is meant to be a community of engineers, designers, hardware hackers, and anyone who is passionate about innovation in the appliance space.
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"It's about producing small batches of products and getting them into consumers' hands very fast," Tepper said. "We'll have rapid iterations on those products, by working with consumers, community engineers, and designers. Once we work on the project for a while, we can start mass producing."
Sem tirar nem pôr, a materialização do modelo de Mongo que desenvolvemos neste blogue há anos, os tais centros de produção artesanal local que permitem o diálogo entre fazedores e utilizadores.
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O último sublinhado, está a uma cor diferente porque ilustra uma outra vertente de reflexão, Mongo não é só o triunfo da "inovação aberta", havendo este contacto directo entre utilizadores e produtores, havendo o triunfo das tribos, porque há-de continuar a existir "produção em massa"?

"GE launches 'microfactory' to co-create the future of manufacturing"

domingo, abril 27, 2014

Vencer a race-to-the-bottom?

Vencer a race-to-the-bottom?
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É o que me vem à mente ao ler "In Manufacturing, the U.S. Is Surprisingly Competitive" e "China vs. the U.S.: It's Just as Cheap to Make Goods in the U.S.A."
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Sim, uma parte da vantagem vem do embaratecimento dos custos da energia, mas há qualquer coisa de vitória na corrida para o fundo.

E a sua empresa, faz escolhas?

"The difference between the way of the Essentialist and the way of the Nonessentialist can be seen in the figure opposite. In both images the same amount of effort is exerted. In the image on the left, the energy is divided into many different activities. The result is that we have the unfulfilling experience of making a millimeter of progress in a million directions. In the image on the right, the energy is given to fewer activities. The result is that by investing in fewer things we have the satisfying experience of making significant progress in the things that matter most. The way of the Essentialist rejects the idea that we can fit it all in. Instead it requires us to grapple with real trade-offs and make tough decisions. In many cases we can learn to make one-time decisions that make a thousand future decisions so we don’t exhaust ourselves asking the same questions again and again. The way of the Essentialist means living by design, not by default. Instead of making choices reactively, the Essentialist deliberately distinguishes the vital few from the trivial many, eliminates the nonessentials, and then removes obstacles so the essential things have clear, smooth passage. In other words, Essentialism is a disciplined, systematic approach for determining where our highest point of contribution lies, then making execution of those things almost effortless."
E a sua empresa, faz escolhas? Faz escolhas difíceis? Ou tenta ir a todas e servir todo o mundo?
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Trecho e imagem retirados de "Essentialism - The disciplined pursuit of less" de Greg McKeown

Acerca da atitude

"“It’s the questions Google cannot easily anticipate or even answer that we should be asking. Asking the right questions helps us figure out what matters, where opportunity lies, and how to achieve our goals.”
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We are drowning in answers. What we need today are good questions. In times of great change, doubt is the norm, so good questions, not answers, have the edge. John Seely Brown says, “If you don’t have a disposition to question, you’re going to fear change. But if you’re comfortable questioning, experimenting, connecting things—then change is something that becomes an adventure. And if you can see it as an adventure, then you’re off and running.” 
A capacidade de colocar questões, de olhar para o mundo como um conjunto de variáveis e não de constantes, e uma atitude:
" If you view issues like red tape, labour problems and competition as barriers, then they will make you less competitive.  But if you view them as innovation triggers, you will be much more likely to succeed.
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Innovative firms in this study are nine times more likely to find ways to increase productivity than non-innovative firms are.  A big part of the reason why is that the innovators respond to barriers differently.  Instead of seeing them as something that blocks progress, they view barriers as a trigger that requires an innovative response.
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Constraints spur innovation, if you have the right attitude.  Where others see only barriers, innovators see opportunities."
E como não recordar o trabalho de Carol Dweck sobre o locus de controlo e como diferentes pessoas colocadas perante os mesmos problemas têm reacções opostas. Umas desistem e culpam o mundo por não as ajudar, outras arregaçam as mangas e percebem que têm de mudar de abordagem para vencer o desafio


Trecho inicial retirado de "Asking a More Beautiful Question"
Segundo trecho retirado de "Where Others See Only Barriers, Innovators See Opportunities"

Conselhos úteis para "fazedores" e para PMEs

Conselhos úteis para "fazedores" e para PMEs em "Want To Sell More Art? Sell Yourself First"

sábado, abril 26, 2014

O excesso de procura afasta clientes? (parte II)

Neste postal acerca do Evangelho do Valor faço referência a um dos gráficos da minha vida:

Em "The Power of Pricing" encontro:
"For most companies, managing pricing is the most effective, lowest-risk lever for driving top-line growth and enhancing profitability. Multiple studies have shown that a 1 percent increase in pricing can have a much greater impact on the bottom line than bringing variable costs down by 1 percent or by increasing sales by 1 percent. That said, however, recent Nielsen research across categories has shown wide discrepancies in how successful companies are in their abilities to realize pricing power, making it clear that when it comes to this capability, there are winners and losers both across and within categories. It also highlights an opportunity for those that have not optimized their approach to pricing.
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Overcome the commodity perspective. One of the biggest barriers to achieving pricing power is believing that you’re stuck in a commodity category or that you only have a commodity offer. ...  Bottled water is a great example: if companies can differentiate water, they can differentiate anything.
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Price to benefit distinct consumer clusters rather than to the entire market. No two customers—and no two customer needs—are exactly alike. Each customer has a different level of interest in your category, is seeking a different set of benefits and has a certain level of price sensitivity.
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Once you understand the consumer segments in the market, examine the value equation for each. The value equation is simply the total benefits gained from the offer divided by the price paid to get them, expressed as “value = benefits/price.”
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Ultimately, pricing power is the tangible outcome of an effective strategy—one that differentiates businesses from their competitors and creates something that makes paying more for worth consumers’ while. In contrast, undifferentiated commodities will lack pricing power because they simply accept the level of pricing the market will bear."
Por fim, encontro este interessante postal de Rags Srinivasan "What does slowing iPad sales really mean in 10 pictures", depois de o ler comparem com "O excesso de procura afasta clientes?"
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BTW, malta da tríade que só sabe baixar o preço quando a procura baixa, convém olhar com cuidado para o texto de Rags.

"the energy being devoted by governments ..."

Quase que posso dizer:
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- Leram aqui primeiro! Sim, foi neste blogue que primeiro leram sobre as dificuldades que os governos iriam levantar, em conluio com os incumbentes, para barrar a expansão da economia da partilha e do aluguer, para barrar a progressão de Mongo. Recordar "A reacção a Mongo"
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Agora na The Economist em "The sharing economy - Remove the roadblocks":
"IT IS not hard to find evidence of the success of the “sharing economy”, in which people rent beds, cars and other underused assets directly from each other, co-ordinated via the internet.
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But perhaps the most flattering—and least welcome—indicator of the sharing economy’s rise is the energy being devoted by governments, courts and competitors to thwarting it.
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The newcomers’ opponents, whether competitors, officials or worried citizens, complain that the likes of Airbnb and Lyft dodge the rules and taxes that apply to conventional businesses. Regulations exist to keep hotel rooms and kitchens clean and fire alarms in working order, to stop residential areas being pocked with unlicensed hotels, and to see that cabbies are insured, checked for criminality and tested on their knowledge of the streets. Cowboys such as Airbnb, Lyft and Uber, their critics claim, are a danger to an unsuspecting public.
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The truth is that most of the rules that the sharing economy is breaking have little to do with protecting the public. The opposition to Lyft and Uber is coming not from customers but from taxi companies, which understand that GPS makes detailed knowledge of the streets redundant and fear cheaper competition."

Acerca do Made in Spain

Vale a pena reflectir sobre "Made in Spain - A pressing issue"
"the country clearly has some way to go in raising the prestige of the “Made in Spain” label."
E nós por cá, o que é que as nossas marcas, em tantos sectores, ainda precisam de fazer?
"Olive oil accounts for a mere 0.8% of Spain’s exports. Yet it is an extra-sensitive matter. The country is the world’s largest producer of the oil, but one-third of its exports are sent in bulk to Italy where it is bottled and sold, often for a significant markup, under Italian labels.
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It is a similar story for wine. Spain has overtaken France and Italy to become the world’s largest producer, but sells almost half of its exports in bulk to markets like France, some of which is retailed under French labels. French- and Italian-labelled wines typically fetch higher prices than Spanish-labelled ones, though the gap is narrowing."

Cuidado com o Big Data

Como se pode ver no histórico deste blogue, desconfio muito do poder do "big data", por isso, recomendo vivamente a leitura de "Big Data: Are we making a big mistake?":
"while big data promise much to scientists, entrepreneurs and governments, they are doomed to disappoint us if we ignore some very familiar statistical lessons.
“There are a lot of small data problems that occur in big data,” says Spiegelhalter. “They don’t disappear because you’ve got lots of the stuff. They get worse.”"

sexta-feira, abril 25, 2014

sem skin-in-the-game é sempre fácil mandar bitaites

Volta e meia aparecem uns indivíduos, ou políticos, ou analistas económicos, ou professores de Economia (enfim, os membros da tríade), que defendem que o país tem de investir na tecnologia de ponta, tem de abandonar os sectores tradicionais para abraçar sectores mais sexy. Quando os oiço ou leio lembro-me sempre dos macacos que não voam (aqui, ou aqui e ainda aqui, ver o marcador hausmann).
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Lembrei-me desses membros da tríade, durante a caminhada da manhã, ao ler em "Unstoppable: Finding Hidden Assets to Renew the Core and Fuel Profitable Growth" de Chris Zook:
"The odds of success, based on our analysis and other studies of business transformation, are shown in figure 1-3. What is striking is the large gap between an organic approach using hidden assets, where such a path can be found, and the alternative paths of defending the status quo as the world around you changes, diversifying rapidly to a hot new market, or attempting a big-bang move. The approaches using hidden assets worked to improve returns and drive new growth about one-third of the time, whereas the other approaches had success rates that hovered closer to one in ten."
"...
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The least attractive courses - the ones that the statistical record shows destroy most value - are the bold moves of desperation: leaping to a hot market, piling all your chips on a risky new technology, or going for a big-bang move with your remaining resources. The record of success here is not much better than a oure lottery."
É sempre fácil, para quem lida com o dinheiro dos outros, sem skin-in-the-game, mandar bitaites

Os "experts" mandam bitaites

Os "experts" mandam bitaites:

Bom para esfregar na cara

"Segundo o banco central, as exportações de bens e serviços cresceram 6,1% em 2013, uma aceleração face aos 3,2% de 2012, e um valor substancialmente acima da procura externa dirigida à economia portuguesa que, no ano passado, cresceu apenas 1,3%. O Banco de Portugal calcula que entre 2011 e 2013 o País tenha registado um ganho de quota de mercado de exportações de cerca de 10%.
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Este desempenho foi essencial para o excedente comercial registado no ano passado: “Em 2013, a balança corrente e de capital registou um excedente de 2,6% do PIB e o primeiro excedente da balança de bens e serviços em cerca de 70 anos”, lê-se numa nota que acompanha o Boletim Económico de Primavera, divulgado quarta-feira, dia 23 de Abril, onde se acrescenta que a evolução “traduz, por um lado, um crescimento expressivo das exportações e, por outro, um crescimento moderado das importações, após anos de queda continuada”."
Bom para esfregar na cara do Luís "atirem dinheiro para cima dos problemas" Delgado.
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Trecho retirado de "Banco de Portugal elogia primeiro excedente comercial em 70 anos"

O jogo de sedução pode ir para muito mais longe

Esta interessante reflexão de Seth Godin "Is digital the end of luxury brands?" deixa-me a fazer a ponte para o livro de Itamar Simonson e Emanuel Rosen, "Absolute Value":
"Consumers used to make decisions relative to other things—a brand name, their previous experience with a company, an inflated list price, a brand’s advertising message compared to competing brands’ messages, or the other products a marketer chose to display on a catalog page or on the shelf. Conventional wisdom still holds that people’s choices can be greatly influenced by the context or the framing of an offer.
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But for the first time this is starting to change and we’re moving toward an age of nearly perfect information. Review sites, shopping apps on smartphones, an extended network of acquaintances available through social media, and unprecedented access to experts and other sources, all mean that many consumers today operate in a radically different, socially intensive information environment. In a world where consumers enjoy complete access to informed experts and various information services, where they can instantly read the opinions of previous users, it’s much easier for consumers to predict their likely experience with a product or a service—it’s easier to know the absolute value of things. When we talk about “absolute value” we refer to the experienced quality of a product. For example, the experience at a restaurant, the pleasure (or boredom) one might experience reading a book, the closeness of the shave, the actual comfort of headphones, or the usage value you get from using your camera. So “absolute value” doesn’t only refer to the technical specifications and reliability of a camera, but to what it is like to own and actually use it. In short: The new information environment around us allows consumers to predict much more accurately the experienced quality (or absolute value) of products and services they consider getting."
Ainda tenho de ler o livro mas à partida vou de pé atrás. Julgo que as marcas colhem o que semeiam... e, na linha do que Niraj Dawar escreveu recentemente em "Tilt", e se escreve neste blogue há muitos anos, o jogo de sedução pode ir para muito mais longe do que simplesmente o produto em si.
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ADENDA: E o mercado de massas, tem futuro?

quinta-feira, abril 24, 2014

Para reflexão

A propósito de "Sonae investe na expansão da Solinca para liderar sector", vários temas para reflexão:

  • "O objectivo desta estratégia é tirar a liderança do sector ao Holmes Place." [Moi ici: Já sabem o que penso das estratégias baseadas na conquista de quota de mercado... adiante]
  • "Para acompanhar o aumento de sócios (em 2013, o número de sócios activos aumentou 38%), ... O volume de negócios cresceu 8% numa base comparável, ao atingir 11,2 milhões." 
  • [Moi ici: Uma movimentação interessante a que se segue] "Segundo Bernardo Novo, "a Solinca não quer ser só um ‘player' de ginásios, quer ser uma marca de actividade física e de lazer". E para isso, criou uma nova divisão vocacionada para organizar eventos ‘outdoor'. Até ao Verão, vão ser promovidas 18 provas no País, entre maratonas, caminhadas, provas lúdicas, algumas abertas à participação das famílias. "Vamos ser a primeira operadora a entrar neste segmento, que vai activar a marca e ajudar a comunicar e a disseminá-la de uma forma diferente, já que estaremos próximos de um novo público", diz. Estas provas têm potencial para captar entre 70 a 80 mil pessoas." [Moi ici: O conceito de ecossistema da procura, tão caro a este blogue]

Steve Blank acerca do eficientismo

"You’re witnessing creative destruction and disruptive innovation at work. It's the paradox of progress in a capitalist economy.
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the world you lead will be much different from the one your professors knew or your predecessors managed.
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ndustries that we all grew up with, industries that enjoyed decades of market dominance--like newspapers, bookstores, video rentals, personal computers--are being swept away.
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where established companies might see risks or threats, startups see opportunity.
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Yet in the face of all this change, traditional firms continue to embrace a management ethos that values efficiency over innovation. [Moi ici: Este é um dos meus temas de eleição, dizer mal do eficientismo] Companies horde cash and squeeze the most revenue and margin from the money they use. Instead of measuring success in dollars of profit, firms focus on measuring capital efficiency.
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Cheered on by finance professors, Wall Street analysts, investors and hedge funds, companies have learned how to make metrics like Internal Rate of Return look great by
1. outsourcing everything,
2. getting assets off their balance sheet, and
3. only investing in things that pay off fast.
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As Harvard professor Clayton Christensen noted, these efficiency metrics provided wise guidance for times when capital was scarce and raising money was hard. But they have also stacked the deck against investment in long-term innovation.
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In fact, I predict that over the next few decades, we will see two classes of public companies. The first will be commodity businesses that are valued for their ability to execute their current business model. Their lifetime as a market leader will be measured in years. The second class will be firms with a demonstrated ability to continually innovate and reinvent their business models. The companies that can show "startup-like" growth rates of 50 percent plus per year will get stratospheric market valuations.
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Think about this.  When it comes to innovation, public companies have two strikes against them.  First the markets favor capital efficiency over R&D.  And secondly, their sole purpose is to focus resources on the execution of their business model. [Moi ici: De um lado uma multidão de Davids, do outro alguns poucos Golias]
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As a consequence, companies are optimized for execution over innovation. And to keep executing large organizations hire employees with a range of skills and competencies. To manage these employees companies create metrics to control, measure and reward execution.
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These Key Performance Indicators and processes are what make a company efficient, but they are also the root cause of its inability to be agile and innovative. Every time another execution process is added, corporate innovation dies a little more.

Trecho retirado de "Steve Blank on the Next 50 Years of Business Innovation"

O excesso de procura afasta clientes?

Há dias no Facebook, a propósito de "É um restaurante com tanto sucesso que já ninguém o frequenta" comentaram:
"Mas os preços não podem, não devem, subir só porque as pessoas querem os produtos! Aumentar a qualidade, o valor dos produtos para justificar o aumentos dos preços também tem um efeito malicioso: vai afastar, pelo preço, pessoas que deixam de ter acesso aos mesmos. Ou não será?"
E quantos clientes deixam de ter acesso ao serviço porque o excesso de procura deteriora as condições da oferta desse serviço?
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Vamos admitir que uma empresa tem uma oferta que disponibiliza aos potenciais clientes por 10€ a unidade. Vamos admitir que a oferta é atraente e, por isso, tem muita procura.
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O que é que vai acontecer à empresa se mantiver a sua oferta a 10€ para sempre?
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Mais tarde ou mais cedo, vai aparecer um concorrente a oferecer uma oferta equivalente ou parecida a um preço ligeiramente mais baixo. Mais tarde ou mais cedo, aparece sempre um concorrente capaz de produzir e vender mais barato. Todos os clientes vão, em teoria, optar por esta oferta alternativa. Ficar parado no tempo não é solução.
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O que é que vai acontecer à empresa se decidir aumentar pura e simplesmente o preço sem, em contrapartida, melhorar a proposta de valor? O mais provável é perder clientes que não vão tolerar essa decisão.
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O que se propõe é concentrar a atenção nos clientes underserved e melhorar a proposta de valor para eles, tendo como contrapartida um preço superior. E, para os clientes overserved desenvolver uma outra oferta, se a empresa quiser e puder separar as ofertas.

O tempo é a variável mais preciosa

No Twitter costumo tratar a ministra Assunção Cristas como a "Incumbente". Os incumbentes, como aqui se recorda, estão sempre mais preocupados em defender o passado do que em agarrar o futuro. Interessante, pois, encontrar isto:
"A ministra garantiu ainda que "Portugal tem mantido, e manteve sempre, uma posição firme contra o fim das quotas leiteiras" na Europa, previsto para 2015, afirmando a necessidade de se manter "a pressão" em "respostas que possam ser acionadas de forma até preventiva em situações de crise na área do leite"."
Pena que não esteja a mobilizar o sector para conjugar isto:
""há bem pouco tempo foi possível abrir o mercado chinês" aos laticínios portugueses." 
Com isto "Será que os produtores nacionais de leite estão a aproveitar?"

quarta-feira, abril 23, 2014

Mais heróis...

Há dias pensei neles, a propósito desta reflexão "Acerca dos fabulosos programas de inovação". Verifico aqui, "Indasa 14 milhões para disputar EUA e mercados emergentes", que estão bem e recomendam-se:
""Estamos com um aumento de vendas de 18% em relação ao ano passado e as perspetivas de crescimento são boas. O próprio mercado nacional está a crescer", comentou Benjamim Santos.
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Apesar de importar "praticamente todas" as matérias primas, a Indasa exporta 76% da produção, sendo a Europa a principal cliente, com 51%, seguida dos EUA, com 17,89%, onde tem de lutar com o "gigante" 3M, mas é nos mercados emergentes que vai focar a atenção, com a Índia, Médio Oriente e sobretudo o Brasil em mira, apesar de ser "o mercado mais complicado" para o grupo, que enfrenta a concorrência de fabricantes locais, mas também aí da 3M.
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Nessa competição, a Indasa aposta "no topo da qualidade com preços altos", já que tem alguns produtos de melhor qualidade do que a concorrente norte-americana."
Outros muito preocupados [ironia] com a austeridade do Estado.

Heróis

É um gosto encontrar esta velha conhecida sempre cheia de força e dinamismo:
"O Presidente da República classificou o fabricante de acessórios para bicicletas e motos Polisport, que exporta para marcas como a KTM e BMW, como um dos "heróis" que demonstraram dinâmica económica face à "fraqueza da procura interna""
 O Presidente é que podia estar mais bem informado e perceber que o mercado da Polisport nunca foi o mercado interno, há muitos anos que a empresa fez o by-pass ao país.

Trecho retirado de "Cavaco Silva: Exportadores são "heróis" face à "fraqueza da procura interna""
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Recordar o papel do balanced scorecard.

"They’ll work hard to ... protect the past from the future."

"you should care about business innovation and disruption because they’re a primary way that progress happens and that people become better off over time.
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Incumbents, of course, don’t want to be disrupted. And they’ll throw up all manner of barriers and smoke screens to try to prevent it from happening. They’ll enlist politicians, regulators, PR agencies, and everyone else they can think of to help with their campaigns to maintain the status quo.
...
They’ll work hard to, as my friend Tim O’Reilly puts it, protect the past from the future. We should work hard to oppose this trend, and to protect the future from the past. A first step in this work is to be skeptical of claims from incumbents that when they protect themselves from upstart disruptors they’re also helping us out. Most of time, they’re not."

Trecho retirado de "Don’t Let Incumbents Hold Back the Future"