"A aposta deverá manter-se no aumento das qualificações para "melhorar a empregabilidade dos trabalhadores e a competitividade das empresas"."
Vamos lá traduzir isto num desenho:
Eu não sou primeiro-ministro, eu não tenho carradas de assessores, sou apenas um anónimo da província. Por isso, gostava que me explicassem esta relação de causalidade... a mim, pobre ignorante da província, parece-me magia.
"Os motores de recuperação e desenvolvimento do país devem estar assentes nas qualificações e na inovação. A garantia é dada por António Costa, justificando, por isso, que é necessário continuar a investir nas qualificações. "Hoje já há um enorme consenso, uma total unanimidade, em reconhecer que o país não será mais competitivo num modelo de baixos salários e que os motores da recuperação e desenvolvimento do país assentarão, necessariamente, nas qualificações e na inovação", disse"
Então, parece que há um enorme consenso, uma total unanimidade, em reconhecer que o país não será mais competitivo num modelo de baixos salários... só se esqueceram de avisar a realidade.
E continua:
""aposta nas qualificações tem, por isso, que prosseguir".
...
a "melhor forma" de translação do conhecimento para o tecido empresarial é o "emprego das pessoas qualificadas", acrescentando que "a aposta que está a ser feita no ensino e formação profissional está a ter um impacto profundo no nosso país."
Translacção do conhecimento para o tecido empresarial ... ele só pode estar a gozar.
Desde 2007 ou 2008 que uso o código caridadezinha para sinalizar o discurso que acredita piamente nesta relação:
Há dias, durante a leitura de "How Rich Countries Got Rich and Why Poor Countries Stay Poor" de Erik S. Reinert sublinhei estes trechos:
"Education is increasingly regarded as the key to expanding wealth in the Third World. In countries like Haiti, which specialize in non-mechanized production - in technological dead-ends - raising the level of education of the population will not help to increase the level of wealth in the population. In such countries the demand for educated personnel is minimal. [Moi ici: A conversa do primeiro-ministro de turno, se fosse do PSD dizia o mesmo, é lerolero, conversa para encher chouriços, conversa para adormecer boi. Sabem o que é passar por uma linha de embalagem de um produto acabado e ver uma pessoa que passa o dia a aplicar etiquetas, outra que monta caixas e uma terceira que mete o produto em caixa. Por mais formação que as pessoas tenham em que é que isso vai afectar a sua empregabilidade ou a competitividade das empresas? Só afecta a sua empregabilidade se houver procura por essas qualificações. Se a pessoa for muito qualificada até pode ser rejeitada com o argumento de que é demasiado qualificada para o lugar] Education is more likely to increase the propensity to emigrate. A strategy based on education succeeds only when combined with an industrial policy that also provides work for educated people, as happened in East Asia.
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By emphasizing the importance of education without simultaneously allowing for an industrial policy that creates demand for educated people - as Europe has over the last 500 years - the Washington institutions are just adding to the financial burdens of poor countries by letting them finance the education of people who will eventually find employment only in the wealthy countries. An education policy must be matched by an industrial policy that creates demand for the graduates.
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In my experience, well-educated Haitians are very easy to find as taxi drivers in the French-speaking part of Canada. An estimated 82 per cent of Jamaican medical doctors practise abroad. Seventy per cent of all inhabitants of Guyana with a university education work outside the country. North American hospitals vacuum up poor English-speaking countries like Trinidad for nurses, while in many places in the Caribbean Cuban nurses are the ones that keep the health sector functioning. Indirectly, the USA's absorption of Caribbean nurses helps solve Fidel Castro's balance of payment problems."
Se não há procura para gente com mais qualificações ... A sério, procurem "caridadezinha" aqui no blogue.