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domingo, novembro 10, 2024

Fugir da comoditização

No DN do passado dia 8 li "Crescimento das marcas "brancas" retirou dois mil milhões às de fabricante"

O texto destaca que, em cinco anos, as marcas próprias da distribuição passaram de uma quota de 32% para mais de 45% do mercado. Esse crescimento significativo mostra como os consumidores têm optado cada vez mais por produtos de marca branca, em parte devido ao preço mais baixo.

Esse crescimento das marcas brancas resultou numa perda de cerca de dois mil milhões de euros para as marcas de fabricantes, refletindo o impacte directo que as escolhas dos consumidores têm na rentabilidade das marcas tradicionais.

O artigo aponta que, com a inflação a subir, os consumidores começaram a mudar as suas escolhas, favorecendo produtos mais económicos, como as marcas brancas.

Os fabricantes tentam estratégias para reconquistar a preferência dos consumidores, mas enfrentam dificuldades significativas devido ao poder de mercado e à competitividade das marcas brancas.

E as PMEs como devem actuar?

  • Devem destacar a qualidade, exclusividade e benefícios adicionais dos seus produtos em vez de competir apenas pelo preço. Investir em produtos que proporcionem experiências superiores ou que se diferenciem de marcas brancas pode ajudar a justificar um preço mais alto e criar lealdade à marca.
  • Têm de inovar e diferenciar os produtos para que os consumidores vejam valor em escolher a marca, mesmo que o preço seja mais elevado. O texto indica que as marcas brancas ganharam terreno, em parte, devido a uma busca por alternativas mais baratas; assim, oferecer algo que estas marcas não consigam replicar facilmente pode ser uma vantagem. Por exemplo, ainda ontem naveguei por uma prateleira com umas dez opções de diferentes marcas de maionese. Desisti, estava interessado numa com azeite e não no que me era oferecido com óleo de girassol ou óleo de colza.
  • Devem investir em estratégias de branding que reforcem a imagem da marca como uma opção premium ou com características únicas e desviar a atenção da comparação de preços e criar uma percepção de valor superior.

Evitar a competição pelo preço mais baixo e criar um nicho próprio que se baseia em qualidade e características únicas, afastando-se da dependência do mercado dominado pelas marcas brancas é fundamental.

terça-feira, dezembro 08, 2015

Apple e Bieber vs Marcelo


Imagine o que é estar a trabalhar com um empresário, facilitando a reflexão estratégica sobre a sua PME, e dizer-lhe que tem de fazer escolhas, que tem de renunciar a ser tudo para todos.
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Imagine que tenta convencê-lo que, para ter uns clientes super satisfeitos, tem de ter ex-clientes, ou outros que nunca foram clientes a detestar a sua empresa.
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Como sou um homem de metáforas ainda lhe lanço, 'Acha que uma empresa pode ter sucesso a sério agindo como Marcelo "Jenner" de Sousa, querendo ser tudo e o seu contrário em simultâneo?'
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Recordo:
Qual a marca que ocupa o primeiro lugar entre as marcas mais queridas da América?
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Resposta fácil!
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A Apple!
"Apple leads a list of favorite brands recently released by BCG, based on a survey in which consumers were asked to respond to queries about how various brands made them feel, and how they felt having purchased products from those brands."
O que não é tão fácil de adivinhar é isto:
"Brand ranking darling Apple is the third least favorite, with survey respondents calling the company “secretive,” “arrogant,” and “elitist.”
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“I think they are overpriced, over-hyped, and more flash than function,” wrote one consumer."
Para mim não é assim tão difícil de adivinhar, basta recordar Justin Bieber e "Justin Bieber e o preço da diferença"
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Trechos retirados de "America's Favorite--And Least Favorite--Brands May Surprise You"

quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Como lidar com a resistência à mudança? (parte VI)

A propósito da série "Como lidar com a resistência à mudança?", este texto:
"Commitment, intimacy, dependability—she felt all of these, not about Diet Coke, but from it. She loved it as a constant companion, a support mechanism, a celebratory friend. This was preposterous, wasn't it? We can't connect with products the same way we connect with people!
...
We don't just consume or interact with brands. We actually engage in relationships with them. With some brands, we have wild, short-term flings. Others stay with us for a lifetime, like family. Some brands offer us strictly utilitarian relationships - they are in our daily lives, yet we have no emotional connection to them. Maybe the brand feels like good medicine, like a physician, or maybe it's a loose connection, like a distant uncle you rarely see. Or maybe you rely on it, like a teacher, a coach, or even a parent. Each product and each consumer - and each relationship between the two - is different. But the young woman who so eloquently expressed her feelings about Diet Coke crystallized for me the simple truth that consumers engage in relationships with brands. If marketers were going to succeed, we would have to go beyond thinking about consumers as “target markets” that we needed to make aware of our brand and convince to purchase it. We needed to think about engaging consumers in a long-term relationship."
Sublinho a frase final:
"We needed to think about engaging consumers in a long-term relationship." 
Que relações a sua empresa pensa criar com os seus clientes?
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Continuando a olhar para a guerra de preços como uma resistência à mudança, volto aos ginásios e ao artigo do Expresso onde se pode ler:
"22% foi quanto caiu, em dois anos, o preço médio da mensalidade nos ginásos nacionais: €46 em 2011, €39 em 2012 e €35,5 em 2013, segundo a AGAP"
E recordo:
"Os ginásios com mais de um clube (cadeias) registam maiores perdas de clientes que os independentes (um único clube); de forma surpreendente, os clubes independentes que não possuem vantagens de escala, têm recursos mais escassos e menor facilidade de crédito que as cadeias, são mais resistentes e conseguem obter melhores resultados também na variação da facturação”
Ainda que inconscientemente, quem aposta na relação, na interacção? Quem aposta na co-criação de algo que é mais forte que uma oferta que pode ser retirada assepticamente de uma vending machine?
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E quem é que é mais resiliente face à crise?
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Trechos retirados de "Romancing the Brand" de Tim Halloran

segunda-feira, fevereiro 02, 2015

Como lidar com a resistência à mudança? (parte III)

Parte I e parte II.
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Volto à metáfora:

depois de ler "Guerra de preços é a maior preocupação para as PME":
"A concorrência agressiva e o dumping de preços são a grande preocupação das pequenas e médias empresas em Portugal. João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), prefere falar em "guerra de preços", por via do esmagamento das margens, e admite que a situação foi agravada com a crise. E as PME "são mais vulneráveis, porque não dispõem da almofada financeira que têm as grandes organizações" que lhes permita entrar nessa guerra de preços em igualdade de circunstâncias, explica."
Qual a mensagem deste blogue?
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Fugir da guerra dos preços (por exemplo em "O trabalho que se devia iniciar hoje" (parte I e II)).
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Qual é o pensamento do mainstream?
É este:
"E porque não se associam as PME para ganhar escala e poder negocial?"
Escala, dimensão, volume... só isso gera poder negocial. Contudo, neste mundo globalizado, a competição pelo preço é sempre traiçoeira.
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Que rodas é que tento "vender" neste blogue para este desafio?
Repararam que nem uma palavra sobre diferenciação, sobre aposta numa marca, sobre aposta no marketing aparece no artigo?
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Por que é que este blogue não chega a estas PME? Por que é que a mensagem deste blogue não chega a estas PME?

sábado, outubro 18, 2014

"fugir da oferta da coisa concreta"

A propósito deste trecho:
"a dificuldade que representa fugir da oferta da coisa concreta, para se concentrar na oferta do que a coisa permite atingir."
Um comentário fez-me questionar a clareza da mensagem que queria transmitir. Por isso, aqui vai uma tentativa de esclarecimento:
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O que é a coisa concreta? É a base, é o mais elementar:
  • vender um serviço de consultoria de marketing;
  • vender litros de óleo de lubrificante;
  • vender refeições;
  • vender tinta para pintar exterior de casas.
O que é fugir da coisa concreta? É pensar no que as pessoas ou empresas procuram atingir com a coisa concreta e, passar a vender essa consequência:
  • vender aumento de vendas do cliente num dado mercado;
  • vender aumento do tempo de funcionamento de máquina entre avarias;
  • vender prazer, ou rapidez, ou nutricionalmente correcta, à mesa;
  • vender isolamento térmico, vender x anos de garantia contra infiltrações de humidade, vender poupança de minutos na aplicação por metro quadrado.
Vender a coisa concreta predispõe-nos a despejar nos potenciais clientes o que temos produzido, o cliente é um "afterthought".
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Vender a consequência do uso da coisa concreta, predispõe-nos a começar pelo cliente e trabalhar de fora para dentro... mesmos os fabricantes, transformam-se em consultores.

segunda-feira, outubro 13, 2014

As PME podiam apostar mais numa marca própria

Ultimamente, envolvido em projectos onde procuro que micro e pequenas empresas subam na escala de valor, para melhorar as suas margens, tenho percebido em primeira mão a dificuldade que representa fugir da oferta da coisa concreta, para se concentrar na oferta do que a coisa permite atingir. Por isso, este artigo, "Start-Ups Need a Minimum Viable Brand", neste momento, faz todo o sentido... e não são startups:
"  what we stand for – our brand essence
    what we believe in – our defining values
    what people we seek to engage – our target audience(s)
    what distinguishes us – our key differentiators
    what we offer – our overarching experience
    what we say and show – our logo, look, and lines (messaging)"
Acho que não escapa uma... até a barreira dos custos afundados na última.

segunda-feira, fevereiro 17, 2014

How to Brand Sand (parte II)

O tema já foi abordado em "How to Brand Sand"


Alternativas ao argumento do preço, como factor de decisão de compra.
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Em "10 Reasons Customers Will Pay More" lista-se um conjunto de motivos que podem levar um cliente a não dar primazia ao preço como factor de decisão.

sexta-feira, janeiro 31, 2014

How to Brand Sand

Outro artigo citado no capítulo 17 de "Innovation in Pricing" é este "How to Brand Sand", velhinho de 1998 mas pleno de sabedoria ainda actual.
"when it comes to commodity products, the burden of proof is almost always on the marketer to show why this handful of dirt is better, and worth more to the customer, than that handful. It is a marketing argument that may have as much to do with the way the dirt is packaged, delivered and used as it does with the dirt's actual quality and characteristics. Whatever is involved, it is a task that the marketer must accept -- and be prepared to handle with a savvy sense of the differing needs and cost points of the relevant marketplace."
A proposta define-se em poucos passos:

  • Carve up the market - em vez de olhar para o mercado como um todo homogéneo, mergulhar e observar que grupos de clientes podem estar mais sensíveis à diferenciação;
  • Differentiate your offering - recorrer a uma destas seis versões genéricas de diferenciação;



  • Bundle several differentiations into a brand
"Differentiation tied to a specific product is the most tenuous basis for branding. Ideally, commodity branding is associated with an offering -- the basic product or service enhanced by various forms of differentiation -- rather than with a particular product. The goal is to bundle multiple sources of differentiation -- and then to fight ferociously to prevent competitors from unbundling them."

  • align your business capabilities to reinforce and defend the brand and the underlying sources of differentiation - o famoso mosaico estratégico de actividades, recursos e parcerias que suporta o desempenho da oferta
"The key is to take a disciplined, deliberate approach that begins with the market, understands how to create and deliver value and, most importantly, figures out how to get paid for it. Getting paid for it requires branding, extending the relationship beyond the transaction to encompass the full organization."
E a sua empresa, o que faz para se diferenciar?
Já desenhou o seu ecossistema da procura?
Já identificou os pivôs dessa procura?
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BTW, este trecho escrito em 1998 era profético relativamente à ascensão das marcas brancas:
"Your channels compete with you for the heart and soul of the "true customer." "Customer" is often used to describe the channel; often "competitor" is more accurate."

segunda-feira, outubro 12, 2009

Branding a PME no B2B

Um artigo que me deixa a pensar na possibilidade das nossas PME's, um pouco (muito) avessas ao planeamento, poderem aproveitar o panorama produtivo que cada vez mais se entranha no nosso mundo para pôr em prática a conhecida capacidade de desenrrasque.

"Guidelines for Achieving a Proper Mass Customisation System"
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"Homogeneous mass markets have been replaced by segmented markets and the segments are continuously getting smaller, moving towards micro and individual markets. This causes enterprises to strive to serve many different customers, in order to maintain the volume necessary for competitive production."
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O problema está nas empresas que não querem ver que têm de fazer opções, não podem ser tudo para todos.
O livro de Ko Floor que ando a ler, Branding a Store, desafia-me a fazer a transposição da lógica competitiva das lojas para as nossas PME's... muitas delas empenhadas no B2B, muitas delas sem marca... mas falo de marca no B2B, falo de posicionamento e personalidade no B2B.
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Senão, como vão ser respeitadas? Como vão ser conhecidas? Como vão competir?