segunda-feira, novembro 21, 2011

Locus de controlo no interior é a base do sucesso empresarial (parte II)

Costumo chamar a atenção para a importância do locus de controlo. E, sobretudo, para a sua localização:
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Qual a sua localização? Está no interior ou no exterior?
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Ainda há dias relacionei locus de controlo com o optimismo e com a capacidade de olhar mais para as oportunidades do que para as ameaças.
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Por outro lado, considero importante a visão de longo-prazo, como relatei acerca da bosta e das corridas de trás para a frente.
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Assim, como não apreciar esta reflexão:
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"In times of high uncertainty, we all have a natural tendency to magnify risk and discount reward.
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What's the consequence of this risk/reward bias? We dramatically shorten our time horizons.
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As we shorten our time horizons, we become prisoners of a zero sum mindset. If we only focus on the short-term, we must accept things as they are. There's a given set of economic value – it's a fixed amount. If we only have a fixed amount of economic value, then we start to focus on who will get what share of the pie. If you get a larger share, then by definition I'll get a smaller share. You win, I lose. If I win, well then you must lose.
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Creating new economic value takes time and requires a longer-term horizon. A positive sum view of the world, one where we can increase overall value by working together, only becomes viable if there's time. And time becomes much too uncertain when risk and return perceptions magnify risk and discount returns.
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Here’s the really bad part. This zero sum mindset folds back on our perception of risk and reward and the shortening of our time horizons. If there are only a fixed set of rewards, then we must move quickly to grab our share. We have no time to lose. Our time horizons become even shorter.
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But, there’s more. Zero sum mindsets naturally lead us to focus on threat, rather than opportunity. If there’s only a fixed set of resources and rewards, there’s limited upside. Our attention shifts to protecting what we already have, however little it might be. In a zero sum world, we are constantly vulnerable to the efforts of others to grab our share of the pie.
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Threat based narratives take root – enemies are gathering force and intent on destroying or appropriating what we have. We need to be vigilant and band together to protect our interests.
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Threat based narratives again have a pernicious effect – they reinforce our tendency to focus on the short-term. They lead us to further magnify risk and discount potential rewards. The threat is imminent – we must focus on protecting ourselves now from the enemies gathering force. We can't afford to be diverted by longer-term issues – the battle is here and now. If we don’t win today, we will have no tomorrow.
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Threat based narratives lead to a further consequence.They motivate us to seek out those who agree with us. We can't tolerate divergent views when we are under attack."
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O resto do texto pode ser encontrado aqui "Cognitive Biases in Times of Uncertainty"
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Há tempos aqui no blogue reflecti sobre quem devia estar à frente das associações sectoriais ... quem está habituado a olhar para a frente, para o novo. Quem está habituado a descobrir, a perseguir oportunidades em vez de defender o status-quo... quem vive narrativas de oportunidades e não quem vive narrativas de ameaças.



O velho Maquiavel

Ao ler a versão inglesa de Maquiavel que diz:
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"The innovator "makes enemies of all those who derived advantage from the older order and finds but lukewarm defenders among those who stand to gain from the new one"
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Lembrei-me logo dos protestos de banqueiros e ... jornalistas (weird, jornalistas contra conferências de imprensa) contra as conferências de imprensa da troika.

O campeonato que importa

Os consumidores compram salários?
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As empresas competem entre si com salários?
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Pensei que o truque era seduzir os clientes com a promessa, com a proposta de experiências: UAU!!!
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Primeiro esta opinião, depois esta outra.
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Há quase 10 anos desenhei este gráfico:
Para relatar a evolução do desempenho de uma fábrica.
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Uma empresa ganha dinheiro é a trabalhar, quanto mais as suas máquinas trabalharem mais a empresa ganha (algumas por acaso é ao contrário, quanto menos trabalho menos perdem... mas isso é outra história), por isso, um dos indicadores escolhido para medir o desempenho da empresa foi o tempo de paragem (o somatório) mensal das suas máquinas.
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O gráfico, feito no final do ano, retratava a história de mudança que a empresa tinha vivido. 
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FASE 1: Durante o primeiro trimestre as máquinas estava muito tempo paradas. A análise dos factos, dos números, dos motivos das paragens, permitia uma conclusão clara: a maior parte das vezes as máquinas estavam paradas por falta de encomendas. 
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De que adianta querer produzir mais se a capacidade instalada está subutilizada às moscas?
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Muita gente, longe da realidade do dia-a-dia empresarial acha que as empresas não ganham dinheiro porque se trabalha pouco, porque o seu pessoal é preguiçoso.
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Guardo para mim uma máxima que aprendi com o futebol brasileiro: não tentar marcar o 2º golo antes de conseguir marcar o 1º.
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Ao olhar para o desempenho desta empresa interrogamos-nos: 
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Onde está a principal restrição? Porque é que esta empresa não ganha o dinheiro que podia?
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É por perder tempo internamente? É por estar indevidamente organizada internamente? 
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A empresa precisa de organização interna, precisa de produzir melhor mas, neste momento, essa não é a principal restrição. Perder tempo com isso, agora, é um desperdício de tempo!!!
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A principal restrição é a falta de encomendas.
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Por que é que a empresa não consegue seduzir os seus clientes?
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Qual a falha na sua proposta de valor que a impede de ir ao encontro dos desejos e ansiedades dos seus clientes? Será que escolheu os seus clientes-alvo? Será que os estudou? Será que desenvolveu um proposta de valor? Será que preparou o seu pessoal para a utilizar?
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No próximo ano, com o colapso do mercado interno, a maioria das empresas, as que trabalham só para o mercado interno, vão viver esta situação... mais meia-hora de trabalho por dia, menos feriados, mais facilidade em despedir os "preguiçosos" e ... cada vez menos encomendas...
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Não é o Estado que salva as empresas, é cada empresa que encontra maneira de se salvar. 
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O primeiro passo não é trabalhar mais, não é fazer mais do mesmo, não é produzir mais produtos que não são comprados. O primeiro passo é descobrir a resposta à pergunta: Quem são os nossos clientes-alvo?
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Para, depois, responder a uma outra pergunta: Que experiências procuram e valorizam? Qual a proposta de valor que temos de lhes oferecer?
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Na empresa do gráfico, depois de se ter resolvido o problema da falta de encomendas surgiu outra restrição: FASE 2: a falta de pessoal nos turnos nocturnos.
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FASE 3: Só depois de resolvido o problema da falta de pessoal nos turnos nocturnos é que, finalmente, a restrição passou a ser a forma como a empresa trabalhava na produção, a forma como trocava de moldes, o tempo de set-up, o tempo desde a paragem de uma produção até ao arranque da produção seguinte.
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Quantas empresas estão a tentar marcar o segundo golo antes mesmo de ter marcado o primeiro?
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Quantas empresas pensam que os clientes compram minutos, salários, custos e estão nesse campeonato, sem perceber que o campeonato que importa é o do valor?

Jobs: Sobre clientes-alvo e proposta de valor

Steve Jobs respondendo às perguntas:

  • Quem são os clientes-alvo?
  • Por que vão comprar o nosso produto?
Viajar ao futuro mentalmente e regressar ao presente e contar o que se viu. Ajudar as pessoas a perceberem por que é que alguém é cliente-alvo, quais são os argumentos a utilizar, quais os pontos fortes a utilizar.
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Quantas empresas explicam isto aos seus comerciais? Não, não falo de técnicas de venda ou de negociação, falo de informação, de reflexão, sobre os clientes-alvo e sobre a proposta de valor.

Primeiro estranha-se, depois entranha-se!

Aquando da primeira vez que o presenciei "Quando as galinhas tiverem dentes" era estranho...
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Agora, "Exportações no Japão caem 3,7%" e "Saldo da balança comercial da segunda maior economia do mundo é, agora, negativo" já não é estranho, já não é novidade... entranhou-se.

domingo, novembro 20, 2011

NÃO

A arte de saber dizer não! A disciplina da focalização
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NÃO
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Na linha de quais são as encomendas mais importantes

Diluição de salários

Sou contra subsídios, apoios e outras tretas.
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A maior parte das vezes são para estancar e atrasar o inevitável e, no entretanto fazer concorrência desleal a quem não recebeu subsídio.
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"A Valsan vai despedir 200 trabalhadores. A empresa metalomecânica de Perosinho já comunicou a insolvência aos funcionários que não entendem as razões do encerramento, já que a empresa recebeu nos últimos dez anos cerca de 2,5 milhões de euros do Estado."
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Desconheço a empresa e o caso em particular, por isso, vou apenas especular brincando com os números:
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200 trabalhadores x 14 salários por ano x 10 anos = 28 000 salários pagos em 10 anos
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Vamos agora diluir os 2,5 milhões de euros de forma igual por cada salário:
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2500000 / 28 000 = 89,3 euros
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No limite, 2,5 milhões de euros podiam ter sido utilizados para tornar a massa salarial menos pesada.
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Assim que acaba o apoio à diluição...
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Não estou a dizer que este foi o problema da Valsan, só quero mostrar como os 2,5 milhões podiam ter sido utilizados.
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De certa forma, este é o problema de muita agricultura europeia não competitiva ou excedentária, os subsídios impedem a subida na escala de valor e a divergência na produção.
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O problema de muitas empresas e de muitas mentes é de pensar que os consumidores compram salários, ou que as empresas competem entre si por salários... o truque é seduzir clientes com propostas de valor atraentes e irresistíveis.
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Sacerdote não-praticante

O número de Setembro último do jornal da APICAPS pergunta a Daniel Bessa o que diferencia o sector do calçado. Como é que nos últimos 4 anos, com uma crise internacional pelo meio, um sector consegue crescer o triplo da média do país praticamente só à custa de exportações.
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Eis alguns excertos da resposta:
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"Na sua opinião, que mais-valias apresenta o sector de calçado para, num clima de forte concorrência, conseguir um desempenho relativo melhor do que a média dos sectores da economia portuguesa?
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Alguns anos atrás, na sede da APICCAPS, disse que o meu sonho era ver a indústria do calçado portuguesa atacar directamente os mercados italiano e espanhol, dois grandes mercados europeus onde se encontravam, então, e ainda se encontram (sobretudo em Itália) os nossos principais concorrentes. Por “atacar directamente” esses mercados queria significar “bater à porta dos clientes dos nossos concorrentes, dentro da sua própria casa, e dizer algo do género: aqui estamos nós, capazes de produzir tão bem ou melhor do que o seus actuais fornecedores, e mais baratos”. (Moi ici: Por mais tempo que passe... 2 falhas graves: 1ª Não rever os modelos mentais, não confrontar o que pensamos com a realidade; 2ª Mandar postas de pescada, a técnica portuguesa de não suportar o que afirmamos com números. Ora vejamos, World Footwear Yearbook 2011 Qual o preço médio? Um par de sapatos produzido em Portugal tem o preço médio de 29,65 USD. Qual o preço médio de um par de sapatos produzido em Espanha? 16,36 USD. Qual o preço médio de um par de sapatos produzido em Itália? 33,36 USD. O calçado português está a ganhar quota de mercado a Espanha e a Itália. Qual é o sonho da APICCAPS? Que dentro em breve Portugal tenha o preço mais elevado... como é que isso se relaciona com o "e mais baratos"? Não tem nada a ver com isso e Bessa não o percebeu há 6/7 anos e continua a não perceber. O truque não é a concentração no custo, o truque é a concentração no valor aos olhos do cliente)
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O ponto a que chegamos está muito perto de realizar este sonho, então perfeitamente descabido. Os ingredientes, foram os necessários, na dose necessária. Ambição. Estratégia, começando por questões
de posicionamento. Uma associação sectorial imparável e um centro tecnológico do que há de melhor no nosso País. Uma mão-de-obra competente e sacrificada (a quem, um dia destes, teremos de começar a pagar melhor, compartilhando o sucesso)." (Moi ici: O mesmo Daniel Bessa que diz isto é o mesmo que há dias disse que era preciso embaratecer a economia portuguesa... go figure)
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Nunca esquecer este "Para reflectir"
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Poucas coisas são piores do que um sacerdote de uma religião (inovação), continuar a servir a Cúria e, no entanto, não acreditar na mensagem que se prega.

A natureza tem horror ao vazio

"“As empresas turcas devem agir rapidamente para adquirir empresas italianas de calçado a preços reduzidos, na sequência das dificuldades económicas na Europa”. A declaração é de Cumhur Isbırakmaz, representante da Câmara e Comércio da Turquia em Milão.
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“Estamos interessados em comprar empresas italianas e marcas”, defendeu Isbırakmaz na MICAM. De acordo com o responsável turco este é o momento ideal para investir. “Vários investidores chineses já adquiriram empresas italianas a preços bastante razoáveis”, revelou o responsável da Câmara de Comércio turca, dando como exemplo a aquisição recente de uma PME italiana de vestuário. “Custava 30 milhões de euros e acabou por ser adquirida por apenas quatro milhões. As empresas turcas devem apressar-se”.
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Trecho retirado do número de Setembro último do jornal da APICCAPS.
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O título encerra em si tanta, mas tanta verdade, só que infelizmente para o mundo, não é só em Portugal:
"A economia portuguesa é viciada em crédito, diz Poul Thomsen"

sábado, novembro 19, 2011

Exemplos por todo o lado...

Abstraiam-se do caso concreto "Mestres vinagreiros querem mudar hábitos de consumo"
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"A empresa que nasceu há 30 anos na terra dos cavalos, na Golegã, criou recentemente uma série de novos sabores e texturas de vinagre e reduções de vinagre que promete mudar os hábitos dos portugueses. A ideia é que os vários sabores em embalagens apelativas sejam levados para a mesa e possam ser escolhidos por qualquer convidado, conforme o gosto.
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A inovação - que passa por uma linha de produtos de redução de vinagres com sabores tão diversos como o figo, a manga ou os frutos silvestres, e por uma outra linha de vinagres em spray, com sabores como o champanhe
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Na fábrica há já uma equipa de investigação para analisar produtos e tendências."
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Divergência, divergência, divergência por todo o lado.
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Vinagre... um produto tradicional... e mais um exemplo de Mongo.
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Em qualquer sector é possível abrir caminhos menos percorridos e apostar na diferenciação, na estratégia da inovação.

Democracias Tuteladas?


"They conclude: “Italy saw phases of rapid economic growth while the currency was either undervalued or in equilibrium. On the other hand, undervaluation did not necessarily bring about sustained GDP growth. Overall, these results are consistent with the hypothesis that an undervalued currency is rather a facilitating condition, but not an engine, for economic growth.”
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It’s interesting to think about the benefits of an undervalued currency as a “facilitating condition” for growth. Some people argue that even if a country like Greece could leave the euro zone, it wouldn’t be able to benefit from a cheaper currency because its export industries are so poorly developed. But perhaps a currency that stays undervalued for long enough would encourage the development of new industries that didn’t exist before."
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Devo ser eu que sou muito lento a perceber as coisas ... um país com uma economia de mercado, com uma moeda fraca e com empresários bem sucedidos nesse meio abiótico que tipo de indústrias cria?
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As que mais partido tiram dessa condição de moeda fraca. Qual o gatilho, qual o mecanismo que iniciará uma revolução com massa crítica, para que esses empresários avancem para novas indústrias? Estão bem, para quê mudar... a não ser que sejam ameaçados por um outro ecossistema capaz de competir pelo mesmo nicho com vantagem competitiva... (E julgo que muitos macro-economistas não são sérios, ou suficientemente exaustivos na sua análise, quando deitam as culpas da falta de competitividade para o euro, para a moeda forte, sem nunca referir o impacte da abertura chinesa nas economias europeias. Mesmo com escudo, a economia portuguesa sofreria as consequências da China, os salários chineses eram tão baixos, tão baixos... que um país com uma moeda fraca e salários mais altos, entraria numa race-to-the-bottom desvalorizadora, a coisa é aditiva, como o crawling-peg o era e impediu as empresas de subir na escala de valor porque não precisavam, para, no fim, esmagado perceber que não tinha hipótese... nunca tentar competir com a China no custo nem com a Wal-Mart no preço)
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Um país com uma economia de mercado, com uma moeda forte e com empresários bem sucedidos num passado de moeda fraca, como vai se comportar? Os mais  próximos do poder vão migrar para nichos onde possam estar protegidos da concorrência. Os mais longe do poder vão desaparecer ou ... como a natureza tem horror ao vazio, vão fazer tentativa e erro até que descubram como ter sucesso no novo ecossistema de moeda forte. Muitos vão perecer mas alguns vão descobrir o truque, depois, esse conhecimento novo vai propagar-se exponencialmente, primeiro dentro de um sector e, depois, timidamente começa a contaminar outros sectores. Como se começa do zero, o tipping point leva o seu tempo.
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Se Portugal, ou a Grécia, ou a Itália, com moedas fracas nunca criaram essas indústrias, o que é que haveria agora de diferente a funcionar, para que tal sucedesse se começarem a fotocopiar bentos?
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Nunca se interrogaram porque é que a Alemanha criou o ecossistema: Um país com uma economia de mercado, com uma moeda forte e com empresários bem sucedidos nesse meio abiótico.
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Há algum tempo que nutro uma teoria maluca... porque foram um país ocupado, porque como país ocupado a democracia era tutelada por "outsiders".
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Ainda há tempos alguém comparava a nossa economia à de um país destruído por uma guerra, como a gente não vê casas, fábricas, cidades destruídas de um dia para o outro não notamos a semelhança.
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O que é que a troika vem cá fazer?
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Por exemplo, quais foram as últimas palavras da troika relativamente à Madeira?
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Passar naturalmente uma economia assente numa moeda fraca para uma economia assente numa moeda forte custa, há uma energia de activação a vencer. Essa energia de activação tem um custo que os demagogos que raptaram a democracia... ou se calhar é um defeito genético do sistema democrático... aproveitam para diluir, mascarar, eliminar, em troca de votos. Assim, nunca há pressão suficientemente forte para que uma massa crítica de empresas dê o salto. A não ser que a democracia esteja tutelada e, por isso, impedida de bloquear esse esforço.
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Trecho inicial de "Growth and Italy’s Exchange Rate"

Mongo invade-me a fita do tempo do twitter cada vez mais vezes

Esta manhã:

A "electronic cottage" sobre a qual os Toffler escreveram nos anos 80 do século passado já cá está, está agora é a espalhar-se de uma forma exponencial, algures, não sei quando, dar-se-á o ponto de viragem (the tipping point) e de um dia para o outro o mundo vai estar irreconhecível para alguém que acorde de um coma prolongado.

sexta-feira, novembro 18, 2011

Pregar o Evangelho do Valor a pagãos...ou O jogo do gato e do rato (parte IX)

Parte VIII.
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"Ferreira de Oliveira prefere aumento da produtividade a cortes salariais"
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Primeiro, olhem só para o título do artigo... Ferreira de Oliveira, presidente executivo dessa empresa grande e rica chamada Galp Energia, com uma porrada de cursos de Gestão em Harvard, Wharton e na Suiça e acha que o problema da produtividade portuguesa é porque os trabalhadores portugueses são malandros.
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Há o grupo que defende que a produtividade aumenta se cortarmos salários - grupo onde se enquadram personalidades do mundo da inovação e da competitividade como Daniel Bessa ou Ferraz da Costa (parece que estou a brincar mas não, isto é mesmo a sério. O primeiro é director-geral da COTEC, o segundo é presidente do Forum para a Competitividade. É que se eu inventasse isto ninguém acreditaria, é demasiado inverosímil)
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Ferreira de Oliveira está num outro grupo, o grupo que defende que a produtividade aumenta se os trabalhadores forem menos preguiçosos, se tiverem mais brio... eheh, deve ser isto que aprendeu em Harvard:
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"Ferreira de Oliveira lembrou que muitos trabalhadores mudam de comportamento quando passam a efectivos nas empresas e "essa é a doença que nós temos no mercado de trabalho". (Moi ici: Reparem, não é uma doença, é a doença!!!)
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Na Hora H, do Negócios, o gestor foi questionado sobre a recomendação feita pela troika para que o sector privado possa cortar salários. “Preferia que me criassem condições para aumentar a produtividade do trabalho”, afirmou Manuel Ferreira de Oliveira. (Moi ici: Eu, anónimo engenheiro de província sou mesmo tótó... reparem ""Preferia que me criassem condições para aumentar a produtividade do trabalho""  no meu modelo mental, um administrador, um gerente, um gestor de topo nunca diria isto. Aumentar a produtividade do trabalho na sua empresa é a sua função e não está à espera que outrem lhe faça o biscate)
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O presidente da Galp referiu que muitas vezes um trabalhador ao passar de contratado a prazo para quadro da empresa “muda o comportamento”. Na opinião de Manuel Ferreira de Oliveira, “essa é a doença que nós temos no mercado de trabalho”.
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Ainda assim, o presidente da Galp garante que no grupo a gestão procura cortar os custos do trabalho “todos os dias”. “Temos de ser permanentemente rigorosos nos custos”, notou o gestor."
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Sr presidente da Galp, permita-me uma pergunta: Os salários na sua empresa são um custo? Então se reduzir os custos aumenta a produtividade, aumentar os salários diminui a produtividade... certo?
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Se o sr presidente da Galp quiser, ofereço-me para, gratuitamente, lhe mostrar como é que o aumento da produtividade não precisa de ser uma guerra do gato e do rato.
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Os alemães, que são muito produtivos, recebem salários de miséria... e trabalham de sol a sol...
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Isto é Portugal no seu melhor, a CIP quer mais horas de trabalho para aumentar a produtividade das empresas... deve ser para seguir o exemplo alemão do trabalho-escravo.
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Quando escrevo que é Portugal no seu melhor, é por causa de ser o Portugal das postas de pescada, o Portugal das propostas coladas com cuspo e sem qualquer estudo sério prévio.
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Portugal é pouco produtivo porque as pessoas trabalham pouco - quais são os factos?
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Portugal é pouco produtivo porque o salário é muito elevado - quais são os factos?
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Portugal é pouco produtivo porque as pessoas têm pouca escolaridade - mandem-nas para o Luxemburgo, ou para a Alemanha.
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Portugal é pouco produtivo porque a legislação - já estudaram o fenómeno da distribuição de produtividade intra-sectorialmente? (Empresas sujeitas à mesma legislação, ao mesmo "pobo", à mesma língua e costumes)
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Estes grupos quando olham para o cálculo da produtividade só olham para o denominador da equação e cometem um erro crasso, partem do princípio que a qualidade das saídas, a qualidade, os atributos, o valor do que se produz, aos olhos dos clientes mantém-se constante. Esse é o universo onde os dois grupos lá em cima operam.
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Só que no mundo em que vivemos, os alemães, os dinamarqueses, os suecos, ganham mais do que nós, trabalham menos horas e são muito mais produtivos porque passaram a produzir coisas diferentes, subiram na escala de valor, apostaram no numerador da equação da produtividade, olhem para os números da Felmini... a quantidade produzida baixa e a empresa ganha cada vez mais dinheiro. Olhem para a figura nº 1 do artigo de Marn e Rosiello.
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Mas isto é pregar o Evangelho do Valor a pagãos...
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Escusado será dizer que no grupo em que me insiro, o grosso do esforço do aumento da produtividade está nas mãos de quem tem poder e autoridade para decidir quem são os clientes-alvo, qual a proposta de valor a oferecer e o serviço a prestar.

É tão fácil manipular as pessoas ou a troika e a fofinha

"Um juiz de direito cível com mais de 15 anos de experiência foi afastado dos tribunais com a reforma compulsiva pelo Conselho Superior de Magistratura (CSM). O magistrado que, no final da leitura de uma sentença, em 2010, disse, como consta da nota da acta: «Pelo M.mo Juiz foi dito oralmente ¿absolvida a ré fofinha...». "
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Leram ou ouviram isto? Reparem no título "Como disse? Está «absolvida a ré fofinha»"
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Com que ideia ficam do juiz?
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Sabem quem era a fofinha?
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Fofinha - Fios e Tecidos, Lda
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É tão fácil manipular os sentimentos das pessoas...
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Há muitos anos um programa televisivo na RAI em Itália apresentou um documentário onde provava por A mais B que o referendo feito no final da II Guerra Mundial, e que tinha dado a vitória ao regime republica em vez de monarquia, tinha sido manipulado e apresentava as provas.
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O volume de telefonemas para a RAI foi aumentando exponencialmente até ao intervalo. 
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Ao intervalo o país estava em estado de choque, algo que hoje é difícil de perceber, agora que existe internet, saídas à noite e mais do que um canal televisivo controlado pelo Estado.
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Depois do intervalo, o documentário, o programa deu lugar a um debate... tudo o que tinha sido dito na primeira parte era mentira e o tema era ... a manipulação da informação.
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Ah! Eureka!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Por isso é que querem evitar as conferências de imprensa da troika!!!

The systemic nature of customer value

Ao longo da minha evolução profissional, que de certa forma se vai espelhando neste blogue, passei de clientes para clientes-alvo.
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Assim, comecei a trabalhar o conceito de proposta de valor num sentido que me levou, na prática, ao que Michael Lanning publicou em 1998 e que só li no ano passado:
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"The combination of resulting experiences, including price, which an organization delivers to a group of intended customers in some time frame, in return for those customers buying/using and otherwise doing what the organization wants rather than taking some competing alternative.”
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De clientes-alvo, com esta empresa, apercebi-me, encontrei-me numa situação em que o cliente-alvo não é o alvo das experiências a co-criar... fizemos o by-pass aos clientes-alvo, trabalhando com prescritores, com reguladores, com ... ou seja, de clientes-alvo passei cadeia da procura, rede da procura.
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Entretanto, com os nórdicos, Gronroos, Storbacka e Gummesson, os conceitos de balanced centricity e many-to-many entraram no meu modelo mental.
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Desta forma fica mais complicado definir o que é a proposta de valor de uma empresa inserida numa cadeia da procura, inserida numa rede de many-to-many... não é só para um grupo de "intended customers" (o grupo de italianos que ontem, às 18h30 saíram de metro do aeroporto para a cidade do Porto são clientes-alvo do metro, são clientes-alvo do hotel onde ficaram hospedados... mas como foi feita a ligação comercial hotel-turista? E se o turista gosta do hotel mas detesta a cidade? E se o turista gosta do hotel e da cidade mas receia pela sua segurança? E se o turista gosta do hotel e da cidade, não tem receios de segurança mas apanha uma intoxicação alimentar...
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Assim, foi mais uma peça do puzzle vivo que vai criando, alterando, mexendo, enriquecendo o meu modelo mental que encontrei neste artigo "The new meaning of customer value: a systemic perspective" de Mikko Pynnonen, Paavo Ritala e Jukka Hallikas (não é por acaso que estes temas são tratados por nórdicos... sobretudo finlandeses), publicado pelo Journal of Business Strategy VOL. 32 NO. 1 2011.
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"In a nutshell, the systemic nature of customer value reflects the fact that the value delivered (Moi ici "Value delivered"? Isso não se admite num artigo publicado em 2011... value co-created) to the customer is dependent on more than one attribute, and possibly on more than one firm. This means that companies operating in the world of systemic value find it hard to succeed with the help of traditional management theories and methods. This is where the systems-thinking perspective on customer value creation could offer valuable and insightful ideas and tools for management."
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"Traditionally, firms have sought to make profits from transactions. However, some firms realize that not all transactions have to generate money directly because in the world of systemic value, giving something for free enables even bigger profits somewhere else in the network." (Moi ici: Novo? Não, é aprender com a indústria farmacêutica e trabalhar os prescritores, por exemplo)
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Nunca esquecer aquela frase:
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NUNCA!
Nunca é tarde para aprender!
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Às vezes é demasiado cedo!!!
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Às vezes não temos estrutura mental, experiência de vida, vocabulário para perceber o que estamos a ver, ou a ler, ou ouvir, ou a sentir.






Portugal versus Brasil

Este blogue tem relatado o desempenho do sector do calçado português nos últimos anos, um sucesso importante.
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Comparem os salários em Portugal e no Brasil...
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Um operário de calçado em Portugal ganha mais ou menos do que um operário de calçado no Brasil?
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Têm dúvidas?
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Quando fizerem contas na comparação de salários, não se esqueçam de considerar que em Portugal são pagos 14 meses por ano, no Brasil não sei se tal também se verifica.
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Agora reparem no desempenho do sector do calçado brasileiro:
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"Foi um primeiro semestre particularmente agitado aquele que a indústria brasileira de calçado enfrentou. Nos mercados internacionais, as vendas de calçado brasileiro recuaram de forma significativa. Para complicar, as importações aumentaram em catadupa.
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No primeiro semestre de 2011, as importações brasileiras de calçado cresceram 50% em valor, totalizando 217 milhões de dólares (19,2 milhões de pares importados). Este crescimento deve-se, em especial, ao crescimento das importações a países como a Indonésia (crescimento  de 125% em relação ao primeiro semestre de 2010, o que corresponde à aquisição de 2,8 milhões de pares, no valor 47,6 milhões de dólares) ou o Vietname (mais 44% em valor para 87 milhões de euros referentes a 5 milhões de pares).
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Da China, o Brasil importou 6,8 milhões de pares de calçado, no valor de 38,5 milhões de euros. A Associação Brasileira da Indústria de  Calçado olha com bastante desconfiança para estes dados, uma vez que, desde que foram introduzidos direitos Antidumping ao calçado importado da China, se assiste a um aumento galopante das importações provenientes de outros países asiáticos.
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Para Milton Cardoso, Presidente da Abicalçados, há claramente desvio de tráfego (da China para outros países asiáticos) que deverá ser analisado. (Moi ici: Sintoma do problema, demasiada concentração nos produtores asiáticos... locus de controlo no exterior... a culpa é dos asiáticos, a culpa é dos ...)
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No domínio das exportações, o Brasil colocou no exterior 78,5 milhões de pares de calçado, no valor de 663 milhões de euros, havendo a reportar quebras, respectivamente, de 27,6% em volume e 11,5%, em valor."
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Penso que o salário mínimo no estado de S. Paulo era equivalente, quando pesquisei, a 275 euros e pago 12 vezes por ano.
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A troika se estivesse no Brasil diria que era preciso baixar os salários dos operários brasileiros para tornar o calçado brasileiro competitivo... a CIP lá do sítio diria que seria preferível trabalhar mais horas... eheheh
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Acham que o problema do calçado brasileiro é um problema de custo?
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E o calçado português em que um operário recebe de salário mínimo 485 euros 14 vezes por ano... (Mentira, recebe mais do que isso, em prémios de produtividade, assiduidade e outros)
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IMHO, a troika erra quando diz que os salários no privado têm de baixar para que a indústria se torne mais competitiva. IMHO, a troika não andaria longe da verdade se afirmasse que os salários no privado poderiam baixar, (flexibilidade decidida caso a caso), para salvar postos de trabalho e empresas que operam no mercado interno... a maioria.
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Não liguem ao que escreve o macro-economista Daniel Amaral, façam by-pass ao texto e vejam o gráfico esquerdo  no final do artigo... imaginam o colapso da procura interna e das suas consequências.
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Trabalhar mais?
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Há um princípio que os sistemas de gestão devem seguir:
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Abordagem à tomada de decisões baseada em factos.
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Trabalhar mais? O que nos dizem os factos?
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Trabalhar mais? Aposto que tem a ver com o aumento da produtividade.
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Voltaremos ao tema.
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Trecho retirado do número de Julho/Agosto deste ano da revista da APICCAPS.

quinta-feira, novembro 17, 2011

Go ahead punk make my day - os turcos esperam

Isto "Especialistas divididos sobre legalidade de corte de salários" fez-me recordar logo isto:


"Em 1453, durante a tomada de Constantinopla, a atual Istambul, na Turquia, pelos turcos otomanos, o imperador Constantino XI comandava a resistência e o negócio estava feio. Enquanto uma verdadeira guerra era travada (na batalha final, na tomada da cidade, os cristãos mal contavam com 7 mil soldados, enquanto os turcos dispunham de mais de 80 mil homens), as autoridades cristãs estavam reunidas num concílio. Entre os diversos assuntos das acaloradas discussões teológicas, os clérigos debatiam sobre o fato de os anjos terem ou não sexo. O imperador acabou morto durante a defesa da capital, assim como milhares de cristãos.
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O Império Bizantino teve fim e os conquistadores estabeleceram o Império Otomano, comandado por Maomé II. E a conclusão do concílio? Eles não descobriram se os anjos tinham ou não sexo."
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Sinto-me mais um turco a assistir à treta bizantina... brinquem, brinquem e façam-me o favor.
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Publicidade descarada

"Sessão Técnica - Indicadores de Monitorização de Processos"
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A 16 de Novembro no Porto. (Confirmada)
Dado o sucesso da procura para a sessão de 16 de Novembro, marcada nova sessão no Porto para 13 de Dezembro.
A 15 de Dezembro em Lisboa. (Confirmada)

Treta cainesiana perigosa

Este título é parvoíce cainesiana "As New Graduates Return to Nest, Economy Also Feels the Pain"
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"In other words, Ms. Romanelli, 22, saved a lot of money. But she deprived the economy of a lot of potential activity, too."
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"By not paying rent, of course, he has deprived a local landlord and a host of other local companies of some income, as well as whatever businesses those purveyors might have patronized further down the line. It’s a phenomenon that John Maynard Keynes referred to as the “paradox of thrift”: Saving is good for the individual, but en masse can hurt the economy by reducing demand."
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Treta cainesiana!!!!
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É gente desta que vai criar o consumo saudável do futuro, consumo baseado em poupança e não em dívida.
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Estes cainesianos são gente perigosa.... desdizem tudo o que a minha avó nascida em 1902 me ensinou quando eu era criança e recebia 50 centavos na Páscoa ou no Natal.

O locus de controlo no interior é a fonte do sucesso empresarial

É por causa de coisas deste tipo que tenho cada vez mais respeito pelo sector do calçado e pela sua associação sectorial, a APICCAPS.
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Em Março deste ano reflecti aqui sobre o potencial de negócio que se esconde por detrás da evolução demográfica da sociedade.
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Nunca é o que nos acontece que conta. O que conta é o que nós fazermos com o que nos acontece! (aprendi com Covey)
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No número de Julho/Agosto deste ano da revista da APICCAPS, a revista da associação do sector do calçado, o tal que está a dar a volta por cima através da moda, a capa é esta:
Estão a imaginar o que aí vem?
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Divergência, cluster, diversificação, variedade, ...
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"A população mundial deverá crescer mais de 30% até 2030, passando de 6,1 biliões em 2000 para 8,1 biliões de pessoas em 2030. Acresce, que a população está a envelhecer a um ritmo acelerado. Um novo cenário que está a proporcionar novas oportunidades comerciais para as empresas portuguesas de calçado mais atentas. (Moi ici: Começar a trabalhar agora para o futuro, trabalhar a pensar no depois de amanhã, trabalhar no importante não no urgente!!! Covey outra vez)
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o efeito do envelhecimento da população terá impacto directo no mercado de trabalho e na área da medicina, a médio prazo. Tratar-se-á, igualmente, de um nicho de mercado importante para as empresas que souberem potenciar as novas oportunidades. (Moi ici: O vírus já está disseminado, o vírus do locus de controlo no interior, o vírus do optimismo)
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O mundo está a mudar e as alterações em curso poderão resultar em excelentes oportunidades de negócios para as empresas dispostas a assumir o risco. (Moi ici: Não falam em leis, em governo, em custos, pôem a ênfase na capacidade de decisão de cada empresa "empresas ... mais atentas", "empresas que souberem potenciar", "empresas dispostas a assumir o risco")
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O efeito do locus de controlo no interior é que gera depois o resto, o estar atento às oportunidades que se podem co-criar no mercado
mmm 

Flexibilidade ou rigidez?

"FMI diz que Portugal tem de escolher entre ser competitivo ou tornar-se pobre"
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"Troika pressiona revisão do código laboral para legalizar cortes salariais no privado"
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Não vou perder muito tempo a demonstrar onde estou em desacordo com este modelo mental, basta-me dar este exemplo num sector tradicional:
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"O desemprego no concelho de Felgueiras diminuiu cerca de 17 por cento no primeiro semestre de 2011, graças ao bom momento do calçado, revelou o Instituto de Emprego e de Formação Profissional.
Dados do organismo tutelado pelo Ministério da Economia e Emprego revelam que, em Janeiro, havia 3101 desempregados (todos os sectores de actividade) e em Junho 2577, o que se traduz ma diminuição de 524 pessoas sem emprego.
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Ao longo dos seis meses, a descida tem sido constante, graças à capacidade empregadora das empresas produtoras de calçado. Esta diminuição em 2011 dá sequência ao que ocorreu em 2010, ano em que o desemprego diminuiu 12,47 por cento.
 Em 2009, o desemprego no concelho também diminuiu, mas a um ritmo menos acelerado, 3,81 por cento.
Em dois anos e meio, foram criados no concelho 1117 postos de trabalho, o que significa uma descida de 31 por cento na taxa de desemprego.
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O desemprego recuou de forma significativa em praticamente todos os pólos de forte concentração do sector de calçadoA queda mais significativa ocorreu mesmo em Santa Maria da Feira (31%). Mas em Felgueiras (- 24%), S. João da Madeira (- 22%) e Guimarães (-15%) a queda do desemprego é também bastante significativa. Nas zonas de forte concentração da indústria de calçado vive-se, de resto, uma situação muito próxima do pleno emprego, com as empresas a sentirem necessidade de recrutarem trabalhadores nos concelhos limítrofes.
Actualmente, as ofertas de emprego do sector a nível nacional ascendem a 262. O concelho que mais vagas tem para preencher é Santa Maria da Feira (46), seguido de Oliveira de Azeméis (35) e Vila Nova de Gaia (32). Em Felgueiras, subsistem 24 ofertas de trabalho em empresas de calçado, em Guimarães 28 e em S. João da Madeira 19"
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Desde que estes cortes não sejam definidos em Lisboa, desde que fiquem ao critério de cada empresa, tudo bem. Tentem baixar os salários neste sector e é ver o carrossel de transferências de trabalhadores de umas empresas para as outras.
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Escrito isto, deixem-me escrever o que se segue:
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E quando no próximo ano uma loja perder 30% das vendas?
E quando um restaurante perder metade da clientela?
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O que é preferível:

  1. fechar
  2. despedir parte dos empregados
  3. reduzir o salário de todos
Acredito que um número interessante preferiria a opção...
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A opção 1, pois podiam ir para o fundo de desemprego
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Mas o que é preferível para a economia?
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Flexibilidade ou rigidez?
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A única condição que eu imporia seria: cada empresa é um caso.
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Trecho retirado do "Notícias APICCAPS" de Julho/Agosto deste ano.

Dúvida

O anti-comuna chamou-me a atenção para este caso "Delta Q lança nova máquina para segmento médio/alto"
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"A nova máquina foi desenvolvida durante três anos, primeiro em Londres pela Design Works e finalmente pela Diverge Design, empresa portuguesa que já trabalhou com a Delta Q na criação das restantes máquinas. "Uma máquina luso-britânica, que depois é produzida na China", explicou ainda Rui Miguel Nabeiro."
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Qual é o negócio da Delta? A que é que o nome Delta está associado?
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A que é que o nome Nabeiro está associado?
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Qual é o modelo de negócio da venda de café através de máquinas de cápsulas?
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Qual é o mecanismo que gera o dinheiro?
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Será a vender máquinas? Ou a vender o "toner", o café?
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Ontem passei ao lado de uma loja Nespresso na cidade do Porto e apreciei o espaço e imaginei que mensagens transmitiriam, que enquadramento teriam umas etiquetas Made in China naquele ambiente...
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Vender para o segmento médio/alto... recordar o que tenho escrito por aqui sobre autenticidade...
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Por que produzem a máquina na China? É a poupar no custo da máquina que ganham dinheiro? Ou é a vender café?

quarta-feira, novembro 16, 2011

Começar a trabalhar que objectivos?

O artigo "Does Your Organization Have the Capabilities to Execute Its Strategy" de Barnaby Donlon e Zack Walmer apresenta uma metodologia interessante que procurarei testar numa próxima oportunidade.
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Julgo que tem tudo para ser útil e, como tal, deve entrar para o meu arsenal.
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A partir do mapa da estratégia deste caso coloco as coisas desta forma:
Pegando naquilo que tem de ser feito para construir e entregar a proposta de valor, podemos identificar cada um dos objectivos a atingir:
De entre estes objectivos quais os que devem ser trabalhados em primeiro lugar?
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Todos têm de ser trabalhados, no entanto, quando os recursos são escassos, há que estabelecer um plano temporal. Não se pode fazer tudo ao mesmo tempo.
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Os autores propõem criar um espaço bidimensional para avaliar cada um dos objectivos:
 Qual o grau de importância do objectivo para a construção e entrega da proposta de valor?
Qual o nível de desempenho actual da empresa à luz de cada um dos objectivos?
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Podemos chegar a algo como:
Ou seja, podemos identificar quatro grupos temporais para desenvolvimento dos objectivos:
Começar pelo (A), depois o (B) e assim por diante.
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E é capaz de ser útil para ajudar as empresas a avançar. Homens não são bons a praticar a atenção-dispersa... por isso, às vezes perdem-se.

Basear os preços no valor (parte V)

Parte IV.
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O quarto motivo mais invocado para justificar a dificuldade em transmitir valor é, uma consequência natural de tudo o que já se escreveu nas etapas anteriores:
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"Difficulties with sales force management
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value leakage often occurs at the level of sales teams as they attempt to realise annual volume targets and qualify for annual bonuses by extending discounts to customers. In many cases, they do so without understanding the long-term consequences of these discounts.
In many cases, they do so without understanding the long-term consequences of these discounts.
...

Companies have traditionally rewarded sales personnel on the basis of sales volume, rather than profit. In contrast, value-based pricing strategies require a system that rewards sales personnel for profitability, rather than for sales volume or market share. (Moi ici: Recordar o título do livro de Hermann Simon - Manage for Profit, Not for Market Share". Ainda há dias estive numa empresa em que os comerciais não tinham qualquer pista sobre as margens de cada um dos produtos da vasta gama que podiam vender... como se podem concentrar no lucro?)
...
The effective implementation of value-based pricing requires a fundamental shift in the attitude of sales personnel and therefore entails a significant change in the way sales personnel are trained and developed.  (Moi ici: Recordar o exemplo recente do postal "Chocante" onde se ilustrou o comportamento típico do vendedor do século XX) To identify the subtle wishes of customers, sales personnel must learn to become good listeners;  (Moi ici: Não é vender o que se tem, é ajudar a comprar) moreover, they must learn to be comfortable in selling solutions (rather than products or services) to customers."
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A minha experiência diz-me que esta barreira é bem real, vendedores educados, treinados, moldados, forjados a vender através do preço mais baixo, não sabem vender valor, não sabem fazer venda consultiva. Não só porque não têm experiência, como não têm o material, o argumentário, a reflexão, para pensar em valor. Não têm as ferramentas adequadas!
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A quinta barreira invocada é também  importante:
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"Difficulties with senior management support 
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What really made value-based pricing difficult in our company was senior management claiming to want price premiums and profitability, but then punishing people for not meeting their volume quota.  (Moi ici: Sem comentários... )
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Migrar para um novo modelo em que os preços se baseiam no valor é uma luta titânica a ser realizada empresa a empresa, comercial a comercial, gerente a gerente, é uma mudança de modelo mental que não vai ao encontro da intuição. Contudo, as recompensas são enormes!!!
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Pense nisso, fugir da guerra dos preços, fugir da tirania dos custos.

By-pass aos bancos... uma Kiva para PMEs?

O by-pass aos bancos é um tema que cada vez mais abordo aqui no blogue:
Há dias no twitter, numa conversa privada escrevia: "á cada vez mais gente inquieta com o seu dinheiro no banco e que veria com bons olhos financiar em pequenas fatias alguns projectos empresariais"
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Ontem descobri algo nesse sentido:
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"A Fundbox, liderada por Rui Alpalhão, está a dinamizar a reabilitação urbana em Coimbra e Porto, juntando fundos privados, sociedades de reabilitação e proprietários."
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Se se pode arranjar capital para o imobiliário que é, na minha humilde opinião uma das opções mais arriscadas no momento, não será muito mais rentável um fundo para financiar empresas exportadoras?
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Tantas empresas com encomendas firmes de grandes marcas internacionais e com dificuldade em conseguir dinheiro dos bancos... porque não são um alvo interessante para um fundo?
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Risco quase nulo para lidar com contas caucionadas.
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Salvo as devidas distâncias seria uma espécie de Kiva para apoiar PMEs em áreas com potencial de crescimento. O truque seria em não confiar em algoritmos bancários, seria acima de tudo através do contacto e observação de casos concretos.
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Será que tem pernas para andar?

terça-feira, novembro 15, 2011

Impressionado...

Com 47 anos ainda consigo ficar impressionado com as pessoas, com a sua incoerência, com a sua falta de perseverança estratégica, com a rapidez com que mudam de opinião.
Neste artigo leio com espanto:
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"Miguel Cadilhe defendeu hoje a necessidade de aumentar a poupança em Portugal, e deixou uma crítica ao Orçamento do Estado para 2012, que não tem "nem uma secçãozinha, nem uns parágrafos dedicados à política de poupança".
...
a política de poupança tem de ganhar primazia, e tem de ser a primeira preocupação do Governo. Preocupação essa que o economista lamente não ver expressa no Orçamento do Estado para 2012, que não dedica atenção a esse capítulo."
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Estão de acordo com a importância da poupança? 
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Eu estou, eu não posso estar mais de acordo com a poupança.
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Então, qual é o problema?
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É que a mesma pessoa que profere estas afirmações ainda este ano lançou o terrorismo sobre as poupanças
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"Ex-ministro de Cavaco Silva sugere um imposto extraordinário, aplicado de uma só vez, sobre depósitos, imobiliário, acções e obrigações."
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Enfim... entregues à bicharada.
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Deming e o seu princípio nº 1... constância de propósito... pois, vai no Batalha!

O futuro já cá está, está é mal distribuído

"Malls are morphing into one-stop shops": (À atenção da Sonae-Sierra)
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"With retail spending gradually shifting to the Internet, the enclosed shopping centers best known for department stores, teen apparel chains and shoe shops are increasingly adding the kinds of services people usually find closer to home.
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So instead of all-day spending sprees, consumers are showing up to drop off prescriptions, get their teeth whitened, have keys made or work out at the gym.
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"Nontraditional tenants in a retail property is really the wave of the future," said Michael Niemira, chief economist at the International Council of Shopping Centers. "We've hit the saturation point of retail."

Non-retail and non-restaurant businesses make up about 17% of leasable regional mall space, but that number is expected to grow quickly and could reach 25% within a decade, he said."

Mt 11, 25 - Os Sarumans deste mundo não conseguem ver

Perante conclusões deste tipo "Portugal precisa de desvalorização de 22%" interrogo-me ...
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Este mundo é uma gigantesca farsa... tanta gente encerrada no alto de torres de marfim, longe da realidade, recorre a um olho, qual Saruman, para ler e perceber o que se passa no mundo... mas o olho está obsoleto e nem se apercebem disso.
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Num mercado altamente competitivo como o dos automóveis, um dos negócios mais preço que existem, temos:
É uma espécie de soap opera Made in USA para se juntar à série "OMG... e vão viver de quê?"
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Mas se até o director-geral da COTEC pensa o mesmo!!!
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Será que esta gente sabe que, excluindo combustíveis e lubrificantes, o país já exporta cerca de 115% daquilo que importa?
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"A economia portuguesa precisa, para se tornar mais competitiva e travar o aumento do seu endividamento face ao exterior, de realizar uma desvalorização real de 22%"
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Que me digam que a economia portuguesa que vive do consumo interno precisa de reduzir salários para que consiga atravessar o deserto dos próximos anos eu entendo. Agora que isso seja preciso para tornar a economia mais competitiva... não engulo. E mais, se isso for feito, até se tem o bónus de mais recursos valiosos serem transferidos das 2 economias para a 3ª economia.
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A Cutipol é mais um exemplo da receita que os Sarumans deste mundo não conseguem ver ... Mt 11, 25... e que está a despontar um pouco por todo o país.
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Amanhã vou realizar uma formação onde vou utilizar estes diapositivos:
Que indicadores é que os Sarumans monitorizam? 
E esses indicadores estão relacionados com que pressupostos?
O que é que esses indicadores não mostram? O que é que esses indicadores escondem? 

A que perguntas respondem os indicadores dos Sarumans?
Há perguntas por fazer e que ficaram sem mecanismo de auxílio à resposta?

Os indicadores contam histórias, fornecem matéria-prima para narrativas.
Em função das matérias-primas assim serão as narrativas. 

Os indicadores a monitorizar são uma função das prioridades que assumimos. Diferentes prioridades, diferentes indicadores.
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Se os Sarumans se mantêm agarrados a uma narrativa, escolherão indicadores que permitirão comprovar essa narrativa.
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E se a narrativa ficou obsoleta?
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Às vezes estamos tão entretidos a combater a última guerra que nos esquecemos que o mundo mudou e a guerra agora é outra. E, na frase que mais uso e roubei ao mundo da bola está uma verdade fundamental:
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O que é verdade hoje amanhã é mentira!!!
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BTW, acredito mesmo nisto, ou seja, verdadeiramente, a convergência está a começar agora, agora que é o país no seu todo está a descobrir o que muitas PMEs descobriram há alguns anos, a maioria por tentativa e erro, sem grande esforço de reflexão estratégica... um pouco como os ratinhos no livro "Quem mexeu no meu queijo?", ou seja, como competir com uma moeda forte:

Arrepiante

Por causa de manobras europeias, uma empresa conde trabalhei como consultor em vários projectos ao longo de cerca de 8 anos, com intervalos pelo meio, foi vendida em pacote a uma multinacional e teve de ser encerrada, já lá vão quase 4 anos) porque não fazia parte da estratégia dos novos donos manter a actividade.
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Recebi ontem um e-mail a convidar-me para o 3º jantar de Natal (dá-me um orgulho ser recordado por esta gente) que reúne quadros da empresa.
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Os e-mails a confirmar presença chovem... 4 anos depois...

Nenhum está desempregado. Uns estão empregados noutras empresas, noutros sectores, outros montaram o seu próprio negócio, outros montaram fábrica em Angola e por lá estão, outros são consultores ...
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E esta gente guarda uma noite no ano para se voltar a encontrar, pelo simples prazer de estarem juntos, de se reverem.
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Muitas vezes dou o exemplo da Gás Cidla como um exemplo de uma empresa portuguesa com uma forte cultura... mas isso foi no tempo da outra senhora, isto é agora!
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Conseguem imaginar a cultura desta empresa... era uma flor no pântano do sector.
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Espero conseguir alterar a data de uma aula que dou numa pós-gradução para estar presente!

Impressoras 3D, a 3ª Vaga e Mongo

"Disruptions: The 3-D Printing Free-for-All"
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A leitura deste artigo deixou-me a pensar seriamente na revolução que aí vem...
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As impressoras 3-D fazem-me acreditar que Mongo vai ser ainda mais diverso, com mais variedade do que eu pensava... com as impressoras 3-D a fábrica pode ser numa casa, num apartamento, numa vivenda.
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Este pensamento andou na minha cabeça a tarde toda de ontem. À noite, de "vivenda" a minha mente lembrou-se de "cottage" e, num ápice, recuei a, talvez, 1981... julgo que foi nesse ano que entrou em minha casa um livro em inglês que gostei de ler e que fez parte do espólio que trouxe comigo quando saí do ninho: "The Third Wave" de Heidi e Alvin Toffler.
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Fui para a cama com o calhamaço debaixo do braço e voltei a folheá-lo... com admiração-
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Do capítulo "The Electronic Cottage":
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"Hidden inside our advance to a new production system is a potential for social change so breathtaking in scope that few among us have been willing to face its meaning. For we are about to revolutionize our
homes as well. Apart from encouraging smaller work units, apart from permitting a decentralization and de-urbanization of production, apart from altering the actual character of work, the new production system could shift literally millions of jobs out of the factories and offices into which the Second Wave swept them and right back where they came from originally: the home. If this were to happen, every institution we know, from the family to the school and the corporation, would be transformed.
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Today it takes an act of courage to suggest that our biggest factories and office towers may, within our lifetimes, stand half empty, reduced to use as ghostly warehouses or converted into living space. Yet this is precisely what the new mode of production makes possible: a return to cottage industry on a new, higher, electronic basis, and with it a new emphasis on the home as the center of society."
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A impressão 3-D vai revolucionar isto tudo em que vivemos...
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Do capítulo "Beyond Mass Production":
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"The essence of Second Wave manufacture was the long "run" of millions of identical, standardized products. By contrast, the essence of Third Wave manufacture is the short run of partially or completely customized products. (Moi ici: This is Mongo)
The public still tends to think of manufacture in terms of long runs, and we do of course continue to turn out cigarettes by the billion, textiles by the millions of yards, light bulbs, matches, bricks, or spark plugs in astronomical quantities. No doubt we will continue to do so for some time. Yet these are precisely the products of the more backward industries rather than the most advanced, and today they account for only about 5 percent of all our manufactured goods."
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E recordar que já falava da internet sem a mencionar (telecomunicações) 
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Do capítulo "De-Massifying the Media":
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"Throughout the Second Wave era the mass media grew more and more powerful. Today a startling change is taking place. As the Third Wave thunders in, the mass media, far from expanding their influence, are suddenly being forced to share it. They are being beaten back on many fronts at once by what I call the "de-massified media.
...
Mass magazines offer a second example. From the mid-1950's on, hardly a year has passed without the death in the United States of a major magazine. Life, Look, the Saturday Evening Post—each went to its grave, later to undergo resurrection as a small-circulation ghost of its former self.
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Between 1970 and 1977, despite a 14 million rise in U.S. population, the combined aggregate circulation of the remaining top twenty-five magazines dropped by 4 million.
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Simultaneously, the United States experienced a population explosion of mini-magazines—thousands of brand new magazines aimed at small, special-interest, regional, or even local markets. Pilots and aviation buffs today can choose among literally scores of periodicals edited just for them. Teen-agers, scuba divers, retired people, women athletes, collectors of antique cameras, tennis nuts, skiers, and skateboarders each have their own press. Regional magazines like New York, New West, D in Dallas, or Pittsburgher, are all multiplying. Some slice the market up even more finely by both region and special interest—the Kentucky Business Ledger, for example, or Western Farmer.
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With new, fast, cheap short-run printing presses, every organization, community group," political or religious cult and cultiet today can afford to print its own publication. Even smaller groups churn our periodicals on the copying machines that have become ubiquitous in American offices. The mass magazine has lost its once powerful influence in national life. The de-massified magazine-—the minimagazine— is rapidly taking its plage."

A tentação é enorme para deixar o livro na mesinha de cabeceira e voltar a lê-lo novamente, depois destes anos todos... é sobre Mongo. Os Toffler não podiam saber como se materializariam as coisas, mas identificaram o fluxo...

Gente que é solução e não problema

Um pouco na linha do que transmite Covey, uma espécie de moral à la  Søren Kierkegaard(?), uma espécie de locus de controlo no interior.
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É de mais gente a pensar assim que precisamos neste momento, gente que não se comporta como um fardo, gente que é solução e não um problema:
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"1. Don't just focus on the downside; understand the opportunity.
Keep in mind that it's not easy to look at both sides of a situation. In fact, as discovered by pioneering behavioral economists Amos Tversky and Daniel Kahneman, we are wired to value losses higher than equivalent gains. The classic, two-column "Pros and Cons" list can be helpful here. Bad things will be easier to think of than good ones – try to come up with an equal number of items in each column. How do they stack up?
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2. Understand that you will shape the outcome.
When you make a decision, you don't just sit back and see how things unfold; you will actively engage to help ensure success. 
...
3. Know who you can rely on.
...
With regards to your decision, who is on your team? Who will help you if things go wrong? Your family, close friends, business partners are all candidates.
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4. Stick with it.
...
you will need to make your decision into a long-term success, no matter what happens"
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segunda-feira, novembro 14, 2011

#krugmanstimulus aposto

Olhar para este gráfico:

Não é propriamente muito abonatório sobre o valor do indicador  "PIB per capita".
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Não conheço o suficiente sobre a economia grega para poder fazer afirmações peremptórias. No entanto, desconfio que durante o período 2001-2010 a Grécia terá sido um modelo de #krugmanstimulus atrás de #krugmanstimulus.