sexta-feira, setembro 04, 2009

Paralelismos (parte II)

Continuado daqui.
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Nos tempos que correm é comum ouvir pessoas que defendem nos meios de comunicação social a redução dos salários, para que possamos ficar, como país, mais competitivos.
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Pedro Ferraz da Costa e Vítor Bento são dois dos habitualmente citados:
Nem quero imaginar o efeito viciante que teria para a economia apanhar o dopping da redução dos salários. No ano seguinte seria outra vez necessário baixar os mesmos. Seria um pouco como no tempo do crawling peg... ao aumentar a competitividade das empresas através de factores que não dependem das próprias empresas dispensa-as de fazer o esforço de melhoria e acomodam-se.
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Mais uma vez chamamos a atenção para o artigo "The Focused Factory" publicado pela revista Harvard Business Review no primeiro de Maio de 1974 da autoria de Wickham Skinner.
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Skinner escreveu e reparem no paralelismo e na actualidade:
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"A vermelho a minha adaptação e logo a seguir, entre parêntesis azul, o texto original:

“The conventional wisdom of manufacturing management has been and continues to be that the measure of success is productivity. Now that Portuguese (U.S.) companies in many industries are getting beaten hands down by overseas competitors with lower unit costs from China and East Europe, we mistakenly cling to the old notion that “a good plant is a low-cost plant.” This is simply not so. A low-cost plant may be a disaster if the company has sacrificed too much in the way of quality, delivery, flexibility, and so forth, in order to get its costs down.
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Too many companies attempt to do too many things with one plant and one organization. In the name of low investment in facilities and spreading their overheads, they add products, markets, technologies, processes, quality levels, and supporting services which conflict and compete with each other and compound expense. They then hire more staff to regulate and control the unmanageable mixture of problems.
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In desperation, many companies are now “banging away” at anything to reduce the resulting high costs. But we can only regain competitive strength by stopping this process of increasing complexity and overstaffing.


In contrast, most of the manufacturing plants in my study attempted a complex, heterogeneous mixture of general and special-purpose equipment, long-and short-run operations, high and low tolerances, new and old products, off-the-shelf items and customer specials, stable and changing designs, markets with reliable forecasts and unpredictable ones, seasonal and non seasonal sales, short and long lead times, and high and low skills."
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Não precisamos de reduzir administrativamente os salários, precisamos de subir na escala de valor, precisamos de nos posicionar, precisamos de identificar os clientes-alvo, precisamos de desenvolver modelos de negócios assentes em outras propostas de valor além do preço mais baixo. 35 anos nos separam do artigo original mas a sua mensagem continua válida para nós.
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Continua.

5 comentários:

Unknown disse...

CARO ccz a propósito desta ladainha dos salários desenvolvi para mim próprio e tenho defendido o seguinte:
que tal como nao poderei espantar-me com um filho meu nao queira sair de casa s eu lhe tiver dado tudo em contraste com exigencias de apenas juras de esforço e nao prestação de resultados, acredito que as nao actualizaçoes do ordenado minimo ao longo dos ultimos 15 anos favoreceram as organizaçoes que assentava no low cost job e não as de maior VA, as mais criativas..
basicamente penso nas politicas economicas como pressóes de seleção natural a ser aplicadas.
ora, tais politicas nao foram de molde a favorecer o aparecimento de organizaçoes de maior va. bem , pelo contrário.
bem sei, que m poderá dizer q é um conceito simplista(a economia nao é a m área, apenas hobyy d leitura)
mas, acredito q s o ordenado minimo tivesse subido mais, pelo menos teríamos antecipado mais este choque..
gostaria d ouvir a sua opiniao a propósito.mais logo, passarei aqui

CCz disse...

Caro lex,
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Está a falar de política pura. Decidir politicamente que o salário mínimo deve, ou deveria ter subido muito mais, teria provocado ainda muito mais desemprego.
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Veja o que escrevi neste postal, sobretudo na parte final http://balancedscorecard.blogspot.com/2009/08/acham-isto-normal-ou-inconsistencia.html
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É preciso constância de propósito, se assumirmos que as empresas têm de acompanhar o aumento do salário mínimo, não podemos a seguir, correr, apoiar e subsidiar as coitadinhas.
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Pessoalmente, acho perigoso uma entidade central como o estado arvorar-se em decisor de qual a proposta de valor que deve ser seguida por cada empresa individual.
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Se tivéssemos subido muito mais os salários estaríamos como está a Espanha agora, completamente encalhada, porque não consegue competir para exportar.
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Veja este postal sobre a imposição de uma proposta de valor a outros:
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http://balancedscorecard.blogspot.com/2007/10/no-impors-uma-proposta-de-valor-outros.html
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Escreve, "pelo menos teríamos antecipado mais este choque" acrescento, anteciparíamos e torná-lo-íamos ainda mais profundo.
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E repare, quando estou com empresários insto-os a fugirem do negócio do preço, explico-lhes porquê, tento mostrar as alternativas e oportunidades, mas longe de mim substitui-los e tomar decisões por eles.

Unknown disse...

nao sei se será politica pura..aonde acaba esta e começa a economia..ou encontrar um economista q consiga fazer economia sem fazer politica é hje em dia dificil.. know what I mean?

Unknown disse...

c tudo isto esqueci-me a estas ideias:
tão simplesmente a leitura do seu blog!!
seria interessante aquilo que a sua metodolgia diria aos governantes do país
abraço

Unknown disse...

o meu comentário principal nao entrou nao sei porque..depois repito