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segunda-feira, julho 10, 2017

Estórias e narrativas

Na semana passada em duas empresas distintas, sem planear, na sequência da conversa lembrei-me de um exemplo que era contado numa empresa onde trabalhei como funcionário.

A empresa lidava com uma matéria-prima cancerígena e altamente explosiva. Havia uma tradição de preocupação com a segurança. Por exemplo, todos os dias por volta das 14h30 havia um sorteio para medir o álcool através do teste do balão.

Uma estória que se contava dizia respeito a um meu colega de turno muito mais velho. Num Domingo em que tinha de entrar ao serviço no turno das 16h até à meia-noite, telefonou para a fábrica a dizer que ia faltar porque se tinha excedido no almoço-festa da comunhão do afilhado e sentia que tinha bebido demais.

A empresa aproveitou o acontecimento para louvar o gesto do meu colega e não lhe cortou o salário desse dia.

Esta estória tinha ocorrido anos antes de eu entrar ao serviço da empresa e circulava nas conversas da caserna e, informalmente formatava a cultura dos novatos acerca da importância da segurança.

Por que recordo isto? Por causa deste texto "What’s Your Narrative?"
"But a community, no matter how purpose built, is not enough to create change. To create a community of action, you need urgency, purpose and the belief in what’s possible. Without those ingredients, it’s just a community of interest. To get people to act is a whole different story. This is where narratives come in."

quinta-feira, setembro 29, 2016

Stress e mudança de vida

Quando li a frase de Nassim Taleb, "stress is information", foi na decisão sobre o que fazer com essa informação que pensei. Muitas vezes a informação desse stress é um sinal de que a empresa precisa de mudar:
"If you don’t like how things are going, tell a different story.
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Sometimes strategic change just means taking something from the periphery — an anomaly, a demonstration, a small innovation — and redefining it as central. Put the past in perspective, not as a set of constraints or excuses, but as a springboard to new actions. Motivate change by creating a new narrative showing how success will be achieved and why the elements are in place to get there.
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Leaders who create the future can start by rewriting history.
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Narratives should be rewritten when they inhibit rather than inspire. Individuals and institutions can get bogged down by narratives that suggest inevitability — “it has always been this way, it was meant to be this way, and it couldn’t possibly change.”
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Narratives are powerful leadership tools. People remember stories more readily than they remember numbers, and stories motivate action.
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But leaders should tread carefully. Stories should be evidence-based, meeting a plausibility test. [Moi ici: Lembrei-me logo da viragem da página da austeridade] They should be principle-based, with enduring truths embedded in them that won’t shift on a whim. They should permit action that is open-ended, creating not-yet-imagined possibilities."
Só o stress pode pressionar as empresas para a reflexão que precisam de fazer para mudarem de vida.

Trechos retirados de "If You Don’t Like Your Future, Rewrite Your Past"

sexta-feira, dezembro 12, 2014

Tão previsível

Os gigantes tentam comprar tempo. Contudo, a reacção era tão previsível.
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Primeiro o panorama:
"While nationwide beer sales declined 1.9 percent last year, craft beer sales rose 17.2 percent, according to the Brewers Association, which represents craft brewers. The industry's two giants, Anheuser-Busch and MillerCoors, have lost a total 20 million barrels in sales since 2008, said Bart Watson, an economist for the group."
Então, os gigantes compram os artesãos, para ganhar mercado.
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Resultado, a reacção dos clientes, apreciadores dos artesãos rejeitam os gigantes. A resposta da empresa foi:
"They promise nothing will change." 
Como se as especificações fossem suficientes. As especificações podem ser as mesmas mas a narrativa mudou completamente.
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Trecho retirado de "Craft Brewery Feels Backlash From Customers After Selling to Anheuser-Busch"

segunda-feira, novembro 21, 2011

Locus de controlo no interior é a base do sucesso empresarial (parte II)

Costumo chamar a atenção para a importância do locus de controlo. E, sobretudo, para a sua localização:
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Qual a sua localização? Está no interior ou no exterior?
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Ainda há dias relacionei locus de controlo com o optimismo e com a capacidade de olhar mais para as oportunidades do que para as ameaças.
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Por outro lado, considero importante a visão de longo-prazo, como relatei acerca da bosta e das corridas de trás para a frente.
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Assim, como não apreciar esta reflexão:
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"In times of high uncertainty, we all have a natural tendency to magnify risk and discount reward.
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What's the consequence of this risk/reward bias? We dramatically shorten our time horizons.
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As we shorten our time horizons, we become prisoners of a zero sum mindset. If we only focus on the short-term, we must accept things as they are. There's a given set of economic value – it's a fixed amount. If we only have a fixed amount of economic value, then we start to focus on who will get what share of the pie. If you get a larger share, then by definition I'll get a smaller share. You win, I lose. If I win, well then you must lose.
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Creating new economic value takes time and requires a longer-term horizon. A positive sum view of the world, one where we can increase overall value by working together, only becomes viable if there's time. And time becomes much too uncertain when risk and return perceptions magnify risk and discount returns.
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Here’s the really bad part. This zero sum mindset folds back on our perception of risk and reward and the shortening of our time horizons. If there are only a fixed set of rewards, then we must move quickly to grab our share. We have no time to lose. Our time horizons become even shorter.
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But, there’s more. Zero sum mindsets naturally lead us to focus on threat, rather than opportunity. If there’s only a fixed set of resources and rewards, there’s limited upside. Our attention shifts to protecting what we already have, however little it might be. In a zero sum world, we are constantly vulnerable to the efforts of others to grab our share of the pie.
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Threat based narratives take root – enemies are gathering force and intent on destroying or appropriating what we have. We need to be vigilant and band together to protect our interests.
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Threat based narratives again have a pernicious effect – they reinforce our tendency to focus on the short-term. They lead us to further magnify risk and discount potential rewards. The threat is imminent – we must focus on protecting ourselves now from the enemies gathering force. We can't afford to be diverted by longer-term issues – the battle is here and now. If we don’t win today, we will have no tomorrow.
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Threat based narratives lead to a further consequence.They motivate us to seek out those who agree with us. We can't tolerate divergent views when we are under attack."
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O resto do texto pode ser encontrado aqui "Cognitive Biases in Times of Uncertainty"
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Há tempos aqui no blogue reflecti sobre quem devia estar à frente das associações sectoriais ... quem está habituado a olhar para a frente, para o novo. Quem está habituado a descobrir, a perseguir oportunidades em vez de defender o status-quo... quem vive narrativas de oportunidades e não quem vive narrativas de ameaças.



quinta-feira, julho 21, 2011

Acerca da importância das histórias

"If someone has a strong opinion about something and you provide an alternative strong opinion…it reinforces their strong opinion.
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Instead of starting with facts and reasonings…start with a story.
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Start with a negative story, something that will grab someone’s attention"
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Trecho retirado de "Our natural tendency is to start with our facts and then give examples..we need to reverse this"

quinta-feira, julho 07, 2011

Nem à posteriori

John Ortner esta noite no twitter (@storiedstrategy) escreveu:
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" orientation has a powerful explanatory value to the relationship between industry,  and emergence. "
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Ontem, a meio da manhã numa empresa, defendia a minha versão de que é muito difícil para o comum dos mortais, gestores de empresas, olhar... tentar olhar para o futuro para antecipar o que aí vem e agir de forma preemptiva. E comecei a dizer que é muito mais fácil, depois das coisas acontecerem, criar uma narrativa clara, simples, transparente que explique a sequência eventos sobre o que aconteceu... e mentalmente continuei a falar, mas a minha mente desdobrou.se e comecei a ter uma conversa comigo mesmo:
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- Ao subires a A25 esta manhã o que ouviste na rádio?
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- Faria de Oliveira, Fausto Coutinho, Maria de Belém, até Camilo Lourenço, ... qual foi a narrativa que usaram para descrever o que aconteceu, para explicar o trajecto que levou a dívida portuguesa a ser considerada lixo?
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- Realmente!! É fácil criar narrativas à posteriori... mas mesmo assim podem ser maquinações sem adesão à realidade...

terça-feira, agosto 17, 2010

São os erros que nos tornam humanos, credíveis e interessantes?

Quando um político inicia um mandato virgem é fácil dizer que se tem um problema, que algo foi mal feito (por outros, claro).
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E as pessoas concordam, a sua experiência com a realidade quotidiana, está em sintonia e ressoa com o que o político diz.
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Depois, o político refere que vai ser difícil fazer a mudança, mas que ela não é impossível e, apresenta um caminho para chegar à Terra Prometida.
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E as pessoas acreditam.
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E quando um político está a meio de um mandato, ou no início de um mandato não-virgem? E quando esse político, como humano que é, cometeu erros... terá coragem de os enumerar?
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O mais fácil é negar a realidade, negar a existência do problema...
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Só que o discurso deixa de ressoar com o sentimento das pessoas...
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"“When you tell a story, the whole gist is to admit the negative side, then dramatize the positive side of how the courageous little company overcame all the negatives. To get executives to admit they ever made a mistake – that they didn’t predict that would happen, that surprises came from out of the blue, that means they were not in control – that really scares the shit out of them.”

“A great leader knows how to do this. ‘You wouldn’t believe it – just when we got to this point, when out of the blue comes this a competitor with a better product, or the government wouldn’t give us the patent, we were knocked back on our heels, but we turned it around and did this and did that.’”

“Everybody loves it when the underdog gets off his back and back on his feet and wins. But to do that you have to admit that something happened you couldn’t predict or you made a mistake. And then you had to fix it. That’s why the storytelling for a lot of people is terrifying. They don’t have the ability to admit they ever misjudged anything any person or any situation. And to tell a story, you have to do that.”"
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"Stories – and admitting that bad things have, and do, happen – do more than just build credibility. They draw us in. We want to hear how the hero returns triumphant.

We’re tired of bullshit because it’s plastered everywhere we look. No one tells the truth anymore. In a culture increasingly built on instant success without accomplishment, we wrongly look down upon failure. These failures are what make us human, credible and interesting to the world."

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Contar uma história, desenvolver uma narrativa

A figura que se segue pode ser encontrada na descrição da nossa metodologia para facilitar a implementação de um sistema de gestão com o auxílio do balanced scorecard.

Ampliando a parte em que: sabendo quem são os clientes-alvo, definimos a proposta de valor. Pode ver-se que a legenda seguinte é "Vamos contar uma história". Vamos descrever as relações de causa-efeito que relacionam escolhas e consequências e que constituem o mapa da estratégia.
Pois bem, no número de Janeiro-Fevereiro da Harvard Business Review encontrei o artigo "Strategy Tools for a Shifting Landscape" de Michael Jacobides. Nele pode ler-se:
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"My recent academic research suggests that companies should tackle the challenge of developing strategy head-on by describing the underlying logic, story lines, decisions, and motives of all the players that are creating and capturing value in a business.

Instead of drawing and analysing a map or plotting numbers on a chart, executives should use words to create what I call a playscript: a narrative that sets out the cast of characters in a business, the way in which they are connected, the rules they observe, the plots and subplots in which they play a part, and how companies create and retain value as the business and the cast change.

Words are more powerful and flexible than value curves.

In a world where everything is shifting, executives can use words to decipher the motives and roles of the organisations bringing about change, the evolving rules and relationships in the business, and the story lines that link the present and the future.

The playscript isn’t just a metaphor; it’s a tool that helps companies manage the complexity of the competitive landscape and facilitates analysis and action.

Playscripts force companies to focus on the causes of change as opposed to the symptoms; they explicate the logic of success and the assumptions behind it.

By providing a sense of how long the good and bad times will last and how value is migrating, playscripts allow companies continually to assess the relevance of their strategies."

sexta-feira, maio 01, 2009

Contar histórias, desenvolver narrativas

Há dias no Blasfémias, João Miranda recordou este discurso da dona de casa:


Nos últimos 20 segundos do vídeo as palavras de Tatcher são acompanhadas por imagens de gente anónima que pretendem representar, concretizar o que as palavras vão dizendo.
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Rapidamente nos lembramos deste discurso de Churchill (sobretudo dos últimos 3/4 minutos), deste outro de Luther King, também deste outro escrito por Shakespeare e posto na boca do rei Henrique V antes da batalha de Azincourt (como eu gosto deste discurso, reparem no conteúdo da mensagem a partir dos 50 segundos: imagens, imagens, imagens... do futuro. We few, we happy few, we band of brothers...)
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Estes discursos que motivam, que dão ânimo para as dificuldades não são prescritivos, não dizem o que vai ser feito, como vai ser feito. Levam-nos a viajar mentalmente para o futuro e inundam-nos de imagens desse futuro desejado, e os ouvintes começam a ver esse futuro, começam a perceber qual o ponto de chegada, qual o destino.
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O que estes discursos têm em comum é uma história, contam uma história do futuro. Contam uma história simples do futuro, uma história com poucos detalhes, quanto menos detalhes mais os ouvintes se colocarão a eles próprios na história e poderão rever-se como seus protagonistas.
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O discurso de Tatcher fez-me voltar à prateleira e procurar o número de Maio de 2004 da revista Harvard Business Review... um artigo de Stephen Denning "Telling Tales":
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"Analysis might excite the mind, but it hardly offers a route to the heart. And that's where we must go if we are to motivate people not only to take action but to do so with energy and enthusiasm. At a time when corporate survival often requires disruptive change, leadership involves inspiring people to act in unfamiliar, and often unwelcome, ways. Mind-numbing cascades of numbers or daze-inducing PowerPoint slides won't achieve this goal. Even the most logical arguments usually won't do the trick.
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But effective storytelling often does. In fact, in certain situations nothing else works."
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Continua
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Estão a ver quem caçou em África, as histórias que contam, os exageros, as metáforas, os cheiros... estão a ver os velhos, muitos anos depois, a arregaçarem as mangas e a mostrarem as cicatrizes, quais medalhas especiais, que conquistaram em Azincourt no dia de São Crespim/Crespiniano? Estão a ver os seus olhos a brilhar?

domingo, dezembro 09, 2007

"The Four Truths of the Storyteller"

Na vida das organizações, é preciso saber contar histórias. Ontem de manhã, a última coisa que fiz, antes de sair de casa, foi imprimir este artigo "The Four Truths of the Storyteller", do número de Dezembro da Harvard Business Review, para ler durante a viagem de comboio para o Porto.

"Over the years, I’ve learned that the ability to articulate your story or that of your company is crucial in almost every phase of enterprise management. It works all along the business food chain: A great salesperson knows how to tell a story in which the product is the hero. A successful line manager can rally the team to extraordinary efforts through a story that shows how short-term sacrifice leads to long-term success. An effective CEO uses an emotional narrative about the company’s mission to attract investors and partners, to set lofty goals, and to inspire employees.
Sometimes, a well-crafted story can even transform a seemingly hopeless situation into an unexpected triumph."

Assim que li este trecho lembrei-me deste discurso de Henrique V no dia de São Crespim/São Crespiniano, antes da batalha de Agincourt.

"Storytelling plays a similar role today. It is one of the world’s most powerful tools for achieving astonishing results. For the leader, storytelling is action oriented—a force for turning dreams into goals and then into results."

"The spirit that motivates most great storytellers is “I want you to feel what I feel,” and the effective narrative is designed to make this happen. That’s how the information is bound to the experience and rendered unforgettable."

Trechos de "The Four Truths of the Storyteller" de Peter Guber.