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FMI diz que Portugal tem de escolher entre ser competitivo ou tornar-se pobre"
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Troika pressiona revisão do código laboral para legalizar cortes salariais no privado"
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Não vou perder muito tempo a demonstrar onde estou em desacordo com este modelo mental, basta-me dar este exemplo num sector tradicional:
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"O desemprego no concelho de Felgueiras diminuiu cerca de 17 por cento no primeiro semestre de 2011, graças ao bom momento do calçado, revelou o Instituto de Emprego e de Formação Profissional.
Dados do organismo tutelado pelo Ministério da Economia e Emprego revelam que, em Janeiro, havia 3101 desempregados (todos os sectores de actividade) e em Junho 2577, o que se traduz ma diminuição de 524 pessoas sem emprego.
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Ao longo dos seis meses, a descida tem sido constante, graças à capacidade empregadora das empresas produtoras de calçado. Esta diminuição em 2011 dá sequência ao que ocorreu em 2010, ano em que o desemprego diminuiu 12,47 por cento.
Em 2009, o desemprego no concelho também diminuiu, mas a um ritmo menos acelerado, 3,81 por cento.
Em dois anos e meio, foram criados no concelho 1117 postos de trabalho, o que significa uma descida de 31 por cento na taxa de desemprego.
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O desemprego recuou de forma significativa em praticamente todos os pólos de forte concentração do sector de calçado. A queda mais significativa ocorreu mesmo em Santa Maria da Feira (31%). Mas em Felgueiras (- 24%), S. João da Madeira (- 22%) e Guimarães (-15%) a queda do desemprego é também bastante significativa. Nas zonas de forte concentração da indústria de calçado vive-se, de resto, uma situação muito próxima do pleno emprego, com as empresas a sentirem necessidade de recrutarem trabalhadores nos concelhos limítrofes.
Actualmente, as ofertas de emprego do sector a nível nacional ascendem a 262.
O concelho que mais vagas tem para preencher é Santa Maria da Feira (46), seguido de Oliveira de Azeméis (35) e Vila Nova de Gaia (32). Em Felgueiras, subsistem 24 ofertas de trabalho em empresas de calçado, em Guimarães 28 e em S. João da Madeira 19"
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Desde que estes cortes não sejam definidos em Lisboa, desde que fiquem ao critério de cada empresa, tudo bem. Tentem baixar os salários neste sector e é ver o carrossel de transferências de trabalhadores de umas empresas para as outras.
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Escrito isto, deixem-me escrever o que se segue:
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E quando no próximo ano uma loja perder 30% das vendas?
E quando um restaurante perder metade da clientela?
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O que é preferível:
- fechar
- despedir parte dos empregados
- reduzir o salário de todos
Acredito que um número interessante preferiria a opção...
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A opção 1, pois podiam ir para o fundo de desemprego
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Mas o que é preferível para a economia?
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Flexibilidade ou rigidez?
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A única condição que eu imporia seria: cada empresa é um caso.
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Trecho retirado do "Notícias APICCAPS" de Julho/Agosto deste ano.
3 comentários:
Ehehe!
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Como eu os entendo:
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"CIP prefere aumentar trabalho a cortar salários no privado"
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Não são burros não.
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http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2129513&utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter
Eheheh
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Até parece que Camilo Lourenço leu este postal para o comentário das 9h45 de hoje na rádio
"O presidente da CIP defende que maior produtividade pode ser alcançada através do prolongamento do horário de trabalho (...) redução do custo unitário de trabalho», Portugal poderá ser «mais competitivo e pode concorrer com os mercados de destino das nossas exportações e em condições menos dificultadas»."
Os custos unitários do trabalho é costituido pelos salários, as cotisações sociais e a energia (consumos intermedios). Não conheço a percentagem de cada um mas porquê que não o oiço falar da energia? Será porque energia subentende também uma forma de trabalhar, uma maneira de organizar o trabalho que aparentemente em Portugal é bastante baixa ao olharmos a productividade (desperdício) da energia?
«descer ao terreno e não ficar confinada apenas ao Terreiro do Paço e ao Ministério das Finanças».
Héhéhéhé
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