quinta-feira, setembro 26, 2013

Como poderemos fazer "batota"?

A propósito de "Multinacionais deixam cair as fábricas e passam a concentrar-se no marketing", eu, PME ou não-multinacional, começaria a pensar, como posso usar a propriedade da minha unidade produtiva para fazer coisas que eles, multinacionais, terão mais dificuldade em nos acompanhar?
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Como poderei fazer "batota"?
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Eu sei que mais importante que a posse dos recursos é o acesso aos recursos mas... e se fizer batota? E se descobrir forma de mudar as regras do jogo?

O truque

Via Twitter, já não sei como, ontem cheguei a este artigo "From milkshakes to wine: the jobs that wine is hired for".
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Parece-me um bom exemplo, para concretizar a ideia de clientes-alvo.
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O truque não é concentrarmos-nos no produto (por isso é que não gostei das cinco primeiras regras aqui, demasiado enfoque no produto), não é concentramos-nos na demografia, ou no sector, ou ...
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O truque é tentar entrar na mente dos clientes e, recordando esta máxima, "Serving Experience As The Product", procurar identificar o job-to-be-done onde podemos fazer a diferença na mente dos clientes.
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Recordando "Tudo é Serviço" (aqui e aqui):
"A fundamental characteristic of services is that they create value only when we use them.
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Product-oriented organizations often fail to see the potential of using their customers to make a service more effective.
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The biggest missed opportunity in development is that organizations don’t think about their customers as valuable, productive assets in the delivery of a service, but as anonymous consumers of products."
Trecho retirado de "Service Design" de Andrew Polaine, Lavrans Løvlie, and Ben Reason

O segundo grande desafio de um BSC, uma narrativa onde tudo isto se interliga?

Enquanto uns violam a primeira regra (better before cheaper), outros, propõem-se a ajudar a seguir o caminho menos percorrido "If You Want to Raise Prices, Tell a Better Story":
"In a world of abundance, what your product does for your customers is important, but not nearly as important as what your product means to them. And this second part — the story of your product — is what yields the greatest pricing power of all."
Leiam a história sobre como aumentar o preço em 2700%, sim, leram bem, 2700%.
"as the number of products and brands in the world proliferate at an ever-accelerating pace, the power is only increasing. In 1997, there were 2.5 million brands in the world. Today? The number is approaching 10 million. So the trend is toward rapid commoditization of just about everything. In a world of almost overwhelming abundance, an authentic, meaning-rich story becomes the most important ingredient to drive a company’s margins up."
A primeira etapa do desafio de construir um BSC passa por identificar os clientes-alvo.
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Uma vez identificados os clientes-alvo, façamos uma viagem ao futuro desejado... como é que a empresa está a funcionar nesse futuro desejado?
  • Para quem trabalham?
  • Como são conhecidos?
  • Em que são bons?
  • Por que ambos ganham?
  • Conseguem construir uma narrativa onde tudo isto se interliga? Como funciona o ecossistema da procura? Por que é que os influenciadores e prescritores dançarão a mesma música?

A primeira regra, a ser violada

Sabem como sou um promotor do esforço das empresas, para conseguirem aumentar os seus preços, através de uma melhoria da proposta de valor dirigida aos seus clientes-alvo.
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BTW, quase o oposto do aqui relatado "Peugeot compromete-se a aumentar produção e evita fechos de fábricas em França até 2016":
"A empresa diz estar preparada para aumentar a produção em 7,5% para um milhão de veículos por ano,
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Na Europa a queda dos registos de novos carros foi de 13% nos primeiros oito meses deste ano,"
Tentar aumentar as vendas através da redução dos custos/preços?!
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Recordando "The Three Rules" a primeira regra propõe: Better before cheaper...

quarta-feira, setembro 25, 2013

Vending machines

"There was a time when a commodity was defined as something that is standardised, fungible, provided without differentiation. And companies moved heaven and earth to try and find a way to differentiate.
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There’s a new definition of commodity emerging: a product or service where there is no relationship between customer and company. Companies in that position will go the way of all flesh."
Basta pensar nos bancos, a tornarem-se "vending machines"
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Trecho retirado de "Thinking about change and choice and consequence"

"Dig a Hole to Fill a Hole"

Raynor e Mumtaz em "The Three Rules" para titular um texto sobre a evolução da Maytag escolheram:
"Dig a Hole to Fill a Hole"
Faz-me lembrar o mais défice, para reduzir o défice.
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É impressionante como empresas grandes, cometem erros crassos tão facilmente.

A guerra das moedas

Li este artigo "US manufacturers ‘reshoring’ from China" logo depois deste "Gold going to $7,000 in currency reset says author Jim Rickards" e, fiquei a pensar na guerra das moedas... ver países "avançados" a armarem-se em Portugal pré-Cadilhe.
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Pela Europa há quem pense o mesmo "Um euro mais fraco para uma Europa mais fraca". Entretanto, "Contas externas: (bastante) boas notícias em Julho...".

Para reflexão

"Price is the third profit driver. Price has a more pronounced leverage in profit than does volume (assuming marginal costs greater than zero), because a price increase directly affects profits, whereas an increase in volume raises profits only by the additional revenue minus marginal costs.
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Figure ...

shows how dramatically a price increase of only 1% (with constant volume) would improve the profit situation of selected retailers."
Trecho retirado de "Retail Pricing – Higher Profits Through Improved Pricing Processes" de Hermann Simon, Andreas von der Gathen, e Philip W. Daus.

Clientes-alvo, para reflexão

"If you reserve your best effort for the irritable boss, the never-pleased client and the bully of a customer, then you've bought into a system that rewards the very people who are driving you nuts. It's no wonder you have clients like that--they get your best work.
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On the other hand, when you make it clear (and then deliver) on the promise that your best work goes to those that are clear, respectful and patient, you become a specialist in having customers just like that.
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One of the largest turning points of my career was firing the client who accounted for a third of my company's work. We were becoming really good at tolerating the stress that came from this engagement, and it became clear to me that we were about to sign up for a lifetime of clients like that.
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Set free to work for those that we believed deserved our best work, we replaced the lost business in less than six months.
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[The other alternative is a fine one, if you're up for it... specialize in the worst possible clients and bosses, the least gratifying assignments. You'll stand out in an uncrowded field! The mistake is thinking you're doing one and actually doing neither by doing both.]"
Quem são os clientes-alvo da sua empresa?
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Trechos retirados de "Unreasonable clients"

terça-feira, setembro 24, 2013

Curiosidade do dia

9 anos!
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Este espaço comemora hoje o seu 9º aniversário.

Então, isto é uma utopia



Trecho entre 4:58 e 6:05
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Depois do minuto 6:05 o racional de Judite de Sousa é de ir às lágrimas

O conselho!

Mais um excelente trecho retirado de "The Three Rules":
"The prevalence of revenue-driven profitability among exceptional companies is perhaps most significant for what it says about how best to use ROA as a guide to strategie action.
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As we explored briefly in chapter 1, since ROA is a ratio, there is no mathematieal difference when ROA is inereased by adjusting any of its constituent elements. Raise price or volume, reduce costs or assets ... the arithmetic cannot tell the difference. (Moi ici: Advinhem qual a interpretação dos teóricos da tríade, desconhecedores da relações amorosas e crentes monoteístas no Excel)
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But in practice there seems to he a very real difference. Miracle Workers are not wastrels, but they do not rely ou cost leadership to drive their performance. Both in our population of exceptional companies and in our sample, Miracle Worker status is a consequence of gross margin advantage driven hy higher price or volume—and as often as not enabled by higher costs and frequently assets. ln other words, exceptional profitability demands, beyond a point, making trade-offs, accepting higher costs as the price of being truly exceptional. Driving profitability from merely good to truly great by reducing either costs or assets is not something we see, as an entirely empirical matter, to be the most likely route to Miracle Worker performance."
Um conselho sempre presente neste blogue.
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Li este trecho a caminhar para casa, depois de deixar o carro na revisão e, pensei nas "guerras" que às vezes é preciso ter nas empresas, para conseguir passar esta mensagem... a competição pelo custo está tão entranhada... e eu não tenho o tempo de antena da tríade, sempre a martelarem a mensagem da competição pelo custo... e como sublinhei há dias, com base em Gary Klein, uma mentira muitas vezes repetida passa a ser a verdade oficial, mesmo perante evidências que sustentam o contrário... é um combate desigual.

Acerca do optimismo (parte II)

Parte I.
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Não há acasos, todas as consequências são significativas. No dia em que descubro o Seligman da parte I, encontro estes dois textos sobre o optimismo e o pessimismo:

Do segundo retiro:
"The problem with pessimistic expectations, such as those of the clinically depressed, is that they have the power to alter the future; negative expectations shape outcomes in a negative way. Not everyone agrees with this assertion. Some people believe the secret to happiness is low expectations. If we don’t expect greatness or find love or maintain health or achieve success, we will never be disappointed. If we are never disappointed when things don’t work out and are pleasantly surprised when things go well, we will be happy. It’s a good theory — but it’s wrong.
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Although the belief in a better future is often an illusion, optimism has clear benefits in the present. Hope keeps our minds at ease, lowers stress, and improves physical health. This is probably the most surprising benefit of optimism. All else being equal, optimists are healthier and live longer. It is not just that healthy people are more optimistic, but optimism can enhance health. Expecting our future to be good reduces stress and anxiety, which is good for our health.
...
Yes, optimism is on one level irrational and can also lead to unwanted outcomes. But the bias also protects and inspires us: It keeps us moving forward, rather than to the nearest high-rise ledge. To make progress, we need to be able to imagine alternative realities, and not just any old reality but a better one; and we need to believe that we can achieve it. Such faith helps motivate us to pursue our goals."
E volto a Seligman:
"Pessimistic prophecies are self-fulfilling."
E a uma luz de esperança para Constança:
"Habits of thinking need not be forever. One of the most significant findings in psychology in the last twenty years is that individuals can choose the way they think." 

Não é gritar mais alto

"The Goliaths typically play in the rational space; this is the arena that appeals to the part of the brain looking for a good deal.  The core campaign message is very specific and clear, and it’s usually about value. The problem is, when several competitors share the same rational message about value, the Goliath with the loudest voice (i.e., the highest media spend) wins.
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For your brand to break through, you need to appeal on two more nuanced dimensions: cultural and emotional.  You need to create and share a point of view that your prospects find enlightened and unique. And to express that point of view is to speak your mind freely — as a brand — not about what you have on sale, but about something bold that will stir a customer’s interest.
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making your brand hyper-obsessed about a specific niche or topic. When you tap into something that your audience can relate to, you’re tapping into something cultural."
Trechos retirados de "How Your Brand Can Beat Goliath"

segunda-feira, setembro 23, 2013

Curiosidade do dia

A propósito deste título "Microsoft lança tablets Surface mais rápidos para desafiar Apple", apetece-me perguntar, será que se consegue desafiar a Apple despejando atributos para um tablet?
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Há um mercado "underserved" à espera de um tablet com desempenho superior?
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Talvez! E qual será a sua dimensão? Não sei!
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Contudo, sinto que há aqui material para uma reflexão... e qual é a "user-experience"? E quais são os trade-offs de usar este tablet?
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Será para o segmento "corporate" que compra, ou comprará tablets por atacado, para os funcionários?

À atenção dos jogadores de bilhar amadores

"“Dado quase toda a dívida pública estar hoje nos bancos nacionais, quem tiver depósitos bancários é alvo dos seus próprios impropérios. Se a dívida fosse repudiada, como aconselham, a perda cairia em sua casa”.
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João César das Neves afirma ainda que “espanta que tantos ignorem olimpicamente a situação, apenas protestando, sem sugerir alternativas razoáveis de cura”. “É verdade que na confusão se cometem muitos erros. Apesar disso, as autoridades tentam resolver o problema nacional; os vociferadores nada contribuem de construtivo e ignoram o sofrimento muito superior que adviria da ausência de medidas duras"."
Trecho retirado de "João César das Neves: “Se a dívida fosse repudiada a perda cairia em sua casa”"

Acerca do optimismo

"Life isn't fair
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Yes, life isn't fair, which is why you MUST be optimistic.
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Pessimists pretend that life should be fair and then get upset when it isn't. When the unfairness of life smacks pessimists down, they tend to stay down.
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Optimists know life is unfair but still try to make things better. When the unfairness of life knocks them down, optimists get back up on their feet and try again.
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Think of it this way: you've been dealt whatever cards you've been dealt.  You have two choices: 1) complain that other people got better cards than you or 2) concentrate on playing the cards you got as well as you possibly can.
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Optimism is the only "cure" for the unfairness of life."
Interessante encontrar este trecho em "Life Isn't Fair-- So Be Optimistic" depois de ter descoberto "Learned optimism" de Martin E. P. Seligman.
"The optimists and the pessimists: I have been studying them for the past twenty-five years. The defining characteristic of pessimists is that they tend to believe bad events will last a long time, will undermine everything they do, and are their own fault. The optimists, who are confronted with the same hard knocks of this world, think about misfortune in the opposite way. They tend to believe defeat is just a temporary setback, that its causes are confined to this one case. The optimists believe defeat is not their fault: Circumstances, bad luck, or other people brought it about. Such people are unfazed by defeat. Confronted by a bad situation, they perceive it as a challenge and try harder. These two habits of thinking about causes have consequences. Literally hundreds of studies show that pessimists give up more easily and get depressed more often.
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A pessimistic attitude may seem so deeply rooted as to be permanent. I have found, however, that pessimism is escapable. Pessimists can in fact learn to be optimists,"

Acerca do valor de uma marca e da sua destruição

Na sequência de "3 casos, 3 dúvidas":
"For upscale brands, there is a fine line between “cheaper” and “cheap.” And for Apple, the premium electronics maker, the key is to avoid crossing it.
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The addition of a cheaper iPhone could help Apple sell tens of millions more phones. But it could also diminish its reputation as a premium brand.
...
For Apple, the devil will be in the details: just how much lower the price of the cheaper iPhone is, and just how much cheaper it looks and feels. If the iPhone is deemed cheap, it could get into the hands of so many people worldwide that it loses power as a status symbol and turns Apple into a maker of commodity products like Dell, Hewlett-Packard or Asus.
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“There are some customers which we chose not to serve,” Mr. Jobs said."
Trechos retirados de "Luxury Brands Face Hazards When Testing Lower Costs"
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Algo esquecido nesta abordagem "iPhone: Não é uma revolução, mas é uma estratégia inteligente"
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BTW, algumas empresas, tentam captar mais volume sem mexer no preço mas associando à oferta principal um brinde, estilo "Leve 2 e pague 1", para esses, com as promoções mixirucas. A hotelaria é expert nisso:

Para essas:

E voltamos à batota

A esta batota e a esta outra batota também.
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"In retail you’re either a religion, a community hub, or a commodity"
"Building your business on the assumption that customers will come to your store looking for a product in no longer a viable strategy. It’s not enough to provide the best products or the cheapest. Nor is it enough to provide a more pleasant experience than the competition.
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You need to find a way to draw customers to your store before they want to buy something. Retail must make itself part of the consumer’s identity, it needs to become one of their habits or rituals, rather than simply providing a convenient delivery mechanism for someone else’s products.
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Three options seem to be emerging from he turbulent market we’re in at the moment.
1.Make your business into a community hub
2.Create a religion
3.Resign yourself to being a commodity"

domingo, setembro 22, 2013

Acerca da diversidade de escolha

Dois artigos, lidos no mesmo dia e com conclusões opostas:
"In their analysis, the authors found that an increase in a dealer’s inventory of a specific model actually lowered overall sales. But there’s a twist. If the boost in inventory also expanded the number of models available—in other words, if the dealership added a new type of Cadillac, not just more of the same model it already carried—then sales did increase.
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Expanded variety—from engine sizes to the number of doors—enables dealers to appeal to a wider set of consumer preferences, the authors write. "
"As contrary as it might seem, you are not doing your customer any favor by offering thousands of choices, or even dozens. The act of choosing is an imposition. Fundamentally, you are asking your customers to do your work for you. Yes, the customer will want something just right, and yes, every customer may want something different. But the choosing of it is still an onerous activity."
Será que ambas as abordagens fazem sentido, cada uma na sua categoria, em função da importância da compra na vida dos clientes?

A alternativa (parte II)

Primeiro, qual a particularidade dos períodos recessivos?
"Many of today’s most successful companies were launched by entrepreneurs during particularly inauspicious economies
...
one of the most important skills we want entrepreneurs to have is the ability to assess markets for their attractiveness prior to entering into new business lines or ventures: the more attractive, the better. Obvious, right? Evidently, this lesson does not hold for entrepreneurs, who, failing to listen to the “experts,” time and again transform unattractive industries in unattractive times into attractive opportunities. Entrepreneurs thrive in adversity; I guess they didn’t get the memo! (Moi ici: Como isto é surpreendentemente parecido com o que costumo escrever sobre os empresários que, porque não ouvem os avisos da tríade... tentam e triunfam) There are several possible explanations for the relationship between entrepreneurship and bad times:
...
there is a surprisingly ubiquitous relationship between adversity and entrepreneurship. The overarching reason is that the process of entrepreneurship is seeing value where no one else does, and persistently refusing to cave to the naysayers. That means that entrepreneurs are always bucking the current, going against fashion, doing what the rest of us think is not worth doing.
...
Opportunities are not fruit on trees waiting to be picked. Smart people don’t start car companies when the automotive industry is collapsing. At the heart of the perception of extraordinary value is the entrepreneur’s contrarian belief that what other people view as worthless, impossible (or unimaginable), or stupid is potentially valuable, possible, or smart."
Os períodos recessivos geram um nível superior de inovação e empreendedorismo... (eheheh o título português do primeiro livro que li de Peter Drucker)
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Trechos retirados de “Worthless, Impossible, and Stupid" de David Isenberg

BTW,

Uma recessão não é um período em que se aguenta, com o nariz tapado debaixo de água, que a retoma venha.
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Durante uma recessão há uma forte dose de inovação que altera a paisagem. Agora, voltando à parte I desta série, até parece que a massa crítica das empresas durante uma recessão ficam sentadas à espera que a tormenta passe e concentram-se em pressionar os trabalhadores a correr mais depressa como solução.
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Gosto muito desta reflexão de Clayton Christensen sobre os vários tipos de inovação que registei em "Sobre a paranóia da eficiência e do eficientismo", relativamente ao tema aqui tratado, atenção ao último tipo de inovação.
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O artigo que está na base da parte I, "Making Do With Less: Why Productivity Rises During Recessions" concentra-se no aumento da eficiência gerado por trabalhadores receosos de perderem o seu posto de trabalho terem tendência a trabalhar mais depressa.
"During recent recessions, productivity has risen. In the recession of 2007 to 2009, aggregate output fell by 4.35 percent, (Moi ici: Como se mede o "aggregate output"? Com uma unidade que permita misturar o contributo das maçãs e das laranjas, ou seja dinheiro) but the aggregate number of hours worked decreased by 10.54 percent in nonfarm business.1 Over the recession, labor productivity rose. From 2007 quarter 4, the start of the recession, to 2009 quarter 3, the quarter following the recession, labor productivity rose by 3.16% in nonfarm businesses. There are two obvious possibilities that can account for the rise in productivity. (Moi ici: Prepare to be dazzled) The first is that the decline in the workforce was not random, and that the average worker was of higher quality during the recession than in the preceding period. The second is that each worker produced more while holding worker quality constant. We call the second effect, “making do with less,” that is, getting the same output from fewer workers."
Estão a ver o erro?
Olhem para o exemplo do calçado:
"Em 2004, 1432 empresas com 40 255 empregos produziam 75,1 milhões de pares que valiam 1273,2 milhões de euros.
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Em 2009, 1399 empresas com 35 515 empregos produziam 59,2 milhões de pares que valiam 1207,6 milhões de euros.
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Em 2004, um posto de trabalho produzia em média 31,6 mil euros por ano.
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Em 2009, um posto de trabalho produzia em média 34 mil euros por ano."
Menos trabalhadores, a produzir menos... a produtividade baixou...
"Já não se fabricam mil pares de sapatos por dia, fabricam-se 300 ou 400 e de 20 ou 30 modelos diferentes" 
O que os autores do artigo não percebem é que o perfil do que se produz antes e depois de uma recessão pode mudar. O valor unitário do que se produz pode subir.
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Os autores do artigo cometem o mesmo erro que identificámos nestes postais "Isto é tão datado..." e "O erro de análise dos custos unitários do trabalho" e a sua parte IV.
"In summary, productivity rises when and where unemployment rates are high. The likely explanation for this rise in productivity with unemployment rates is that worker effort is rising when unemployment rates rise. Because the value of the workers’ alternatives decline with the unemployment rate, the theory predicts and results confirm that effort should increase as unemployment rises."
Os aumentos da produtividade devem-se ao maior esforço dos trabalhadores?
Acham que isso chega para justificar o aumento da produtividade durante as recessões?
A inovação não tem nenhuma contribuição?
A melhoria dos processos e a alteração da composição do que se produz não é relevante?
A aposta no marketing para subir na escala de valor não é relevante?


A leviandade...

A leviandade com que:

  • se fazem perguntas;
  • se responde;
  • se aceitam as respostas.
"No dia em que regressei a Portugal, no início de Agosto, a TSF perguntava a João "subsídio" Machado da CAP como interpretava os números da criação de emprego na agricultura no 2º trimestre. Reparem 2º trimestre, trimestre terminado em Junho. E o homem respondeu com a contratação de pessoas para as colheitas do Verão... Ao menos podia dizer que se poderia tratar de um artifício trazido pelas novas obrigações de declaração de actividade dos agricultores." (Trecho retirado daqui)
Hoje, leio:
"No primeiro semestre do ano foram criadas 1017 empresas agrícolas, e entre abril e junho o sector gerou mais de 40 mil empregos. Em 2012, um ano em que a economia nacional caiu 3,2%, a agricultura cresceu 2,8%."

Será ignorância? Será desmazelo?
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O mesmo João "subsídio" Machado no final de Maio disse:
"disse, qualquer coisa como: "Bastou sair o ministro, que os agricultores são os mesmos e produzem o mesmo e a mudança aconteceu"."
Nem faz ideia deste movimento:
"O secretário de Estado da Agricultura explica que entre janeiro e setembro deste ano foram investidos mais de mil milhões de euros em projetos agrícolas, e que se estão a instalar, em média, 280 jovens empresários por mês, nas mais variadas regiões do país."
Quando é que esta nova fornada vai capturar o poder dentro das estruturas envelhecidas herdadas do passado?
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Se calhar sonho... quantos destes novos estão a começar só por causa do subsídio?

A única constante é a mudança

Um artigo interessante, "U.S. Textile Plants Return, With Floors Largely Empty of People", com números que ajudam a ver o que se passou e está a passar.
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Um artigo sobre uma fiação como exemplo do retorno da produção fabril aos Estados Unidos. Um artigo que refere a importância da proximidade e a maldição das longas cadeias de fornecimento, que refere o impacte da automatização e a mudança do posto de trabalho:
"In 2012, textile and apparel exports were $22.7 billion, up 37 percent from just three years earlier. While the size of operations remain behind those of overseas powers like China, the fact that these industries are thriving again after almost being left for dead is indicative of a broader reassessment by American companies about manufacturing in the United States.
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In 2012, the M.I.T. Forum for Supply Chain Innovation and the publication Supply Chain Digest conducted a joint survey of 340 of their members. The survey found that one-third of American companies with manufacturing overseas said they were considering moving some production to the United States, and about 15 percent of the respondents said they had already decided to do so.
...
“We just avoid so many big and small stumbles that invariably happen when you try to do things from far away,” he said. “We would never be where we are today if we were overseas. Nowhere close.” (Moi ici: Este é o grande trunfo que a nossa indústria pode usar na Europa, o trunfo da proximidade, da flexibilidade, da capacidade de resposta, da customização)
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Time was foremost among them. The Indian mill needed too much time — three to five months — to perfect its designs, send samples, schedule production, ship the fabric to the United States and get it through customs. Mr. Winthrop was hesitant to predict demand that far in advance.
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There were also communication issues.
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But truth be told, labor is not a big ingredient in the manufacturing uptick in the United States, textiles or otherwise. Indeed, the absence of high-paid American workers in the new factories has made the revival possible.
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“Most of our costs are power-related,”
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All that automation has made working in the mill — which once meant mostly dead-end jobs for people with no other options — desirable for many people." (Moi ici: E o Lazear que anda a escrever e a publicar papers a explicar que a retoma sem criação de emprego se deve à actuação dos trabalhadores)
Quando li:
 "Between 2000 and 2011, on average, 17 manufacturers closed up shop every day across the country," 
Pensei logo no que aconteceu em Portugal pela mesma altura, a altura em que a côrte andava entretida com o dinheiro fácil e barato, altura em que Mira Amaral pensa que a globalização não chegou ao têxtil português poupando-o... a culpa não foi do euro. A moeda americana não era o euro, ... o que é que era comum? A China!

sábado, setembro 21, 2013

Campus BS should stay on campus

"sair da Zona Euro – teria custos muito elevados no curto prazo, mas poderia resultar numa recuperação da economia no espaço de um ou dois anos."
"Os efeitos da saída seriam muito duros no curto prazo, mas o economista considera que a recuperação chegaria num ou dois anos." 
Apetece logo pensar, qual é a "skin in the game" dele?
"If it's incorrect I should be harmed by it. So, if I make a forecast, if someone asks me for my opinion, it is immoral for me to say, well, the market is going up or the market is going down or this will happen, unless I stand to lose on that advice. Because people take risks based on other people's advice. This is where it's immoral. This is why skin in the game is very generalized to daily life. I cannot tell you, well, this is good, unless I've tasted it. If there is risk. If there is no harm, then who cares?
...
Exactly. The point is, we need to lower the dependence on people who don't have skin in the game.
Russ: Yeah, or ignore them.
Guest: But you cannot ignore them. You have to build a system. Because people can take over, prestige, a lot of pathologies can control in that way. The best way to do it is build a society in which mistakes made by economists stay on campus. That's the idea. The idea is that if Larry Summers wants to make mistakes, more mistakes, let him make them at Harvard where we are insulated from it. It's like the ivory tower; it's because we are protected from them, not because they have to protect themselves from us. Which works both ways, you see.
Russ: It's a great slogan: What happens on campus, stays on campus.
Guest: That's exactly it. So it should keep the mistakes local on campus. And that way everybody will be happy."

Para reflexão

"O líder do PSD-Madeira, Alberto João Jardim, defendeu hoje ser necessária uma revolução no país para garantir que todas as conquistas do 25 de Abril não se percam por "imposição do capitalismo estrangeiro"."
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"até porque o debate sobre a segurança social é dominado pelos gritos dos senadores,"
"Dutch King Willem-Alexander declares the end of the welfare state"

"King’s speech to parliament heralds end of Dutch welfare state"

"Holanda diz adeus ao Estado social e entra no século XXI"
"Acontece que os liberais e os sociais-democratas - no fundo, o centro-esquerda - sempre atiraram pedras à austeridade e repetiram juras de amor eterno pelo Estado social. Agora, sentados no poder e com um país para gerir, abraçam a austeridade e renegam o Estado social."
Um ano depois de "Hollande equilibra contas com plano de austeridade de esquerda"

""A crise do Estado é a crise da esquerda"" (E para mim, do CDS ao BE são todos de esquerda, todos socialistas, todos habituados ao poder do papá-Estado Planeador, Geometra, Benfeitor, Estratega... despesista, pedófilo, mafioso, parcial)

Gente anónima mal vista pela côrte

"“Vamos exportar cerca de 36, 37% do nosso negócio, que é o maior valor de sempre. Esperamos aumentar as exportações em cerca de 12, 13% em relação ao ano passado”, disse Manuel Pinheiro, ressalvando que ainda faltam três meses para o fim do ano, mas que não devem modificar os resultados obtidos desde Janeiro.
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O crescimento deste ano tem sido feito à custa de três mercados principais, referiu o presidente da CVRVV, com os Estados Unidos à cabeça, seguidos de Alemanha e França, compensando as perdas em termos internos, onde o mercado está “estagnado”."
Trecho retirado de "Manuel Pinheiro: 2013 vai ser ano recorde de exportações de vinho verde"

A alternativa (parte I)

Há anos que escrevo e falo sobre o jogo do "gato e do rato" (ver marcador), um é o salário e o outro é a produtividade.
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A tríade proclama sem pestanejar, sem hesitar:
"Só uma produtividade elevada permite salários mais elevados"
Só que neste mundo em que vivemos, em que a oferta é superior à procura, subir salários, diz a tríade:
"Salários mais elevados reduzem a competitividade"
Assim, o valor gerado pelo aumento da produtividade é quase todo capturado pelo cliente, depois pelo capital e, por fim, pelo trabalho.
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Claro que os salários podem aumentar, com o aumento da produtividade, basta reduzir o emprego! E é precisamente sobre isso que se escreve aqui "High Unemployment Makes Productivity A Job Destroyer":
"Productivity growth is essential to the well-being of workers. Sustained improvement in productivity is a necessary condition for growing wages and raising the standard of living. But high unemployment during the recession and weak recovery has turned productivity growth into a job-destroyer."
Como é que a tríade, o mainstream, explica a relação entre aumento de produtividade e aumento de desemprego?
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Estão a ver o filme? O que significa aumentar a produtividade para uma mente da tríade?
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Significa reduzir desperdício!
Significa reduzir tempo de ciclo!
Significa ser mais eficiente!
Significa que um trabalhador consegue produzir mais frigoríficos por unidade de tempo!!!
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Se um trabalhador consegue produzir mais frigoríficos por unidade de tempo, então, para a procura que tenho, já não preciso de ter 100 trabalhadores, basta-me ter 98, primeiro. Depois, 96. Depois, 95. Depois, ...
"Productivity growth is not the problem. As new research shows, workers have suffered because high unemployment has turned productivity increases into a substitute for job growth rather than a complement to it. The weak job market induces those who have jobs to live in fear, and their efforts to keep their jobs displace others."
Típico raciocínio da tríade... a produtividade aumenta porque os trabalhadores correm mais depressa, ou porque estão motivados pelo prazer ou pela dor.
"There is a logic that links productivity to job creation. If workers increase their individual output when demand for output is not growing, then fewer workers are needed. The reduced demand for labor puts pressure on workers and reinforces their willingness to do the work of those who have been laid off.
During periods and in places when the unemployment rate is high, workers are naturally more concerned that losing their jobs might result in long periods of unemployment. That is especially true in the current economic environment that can barely be labeled a recovery."
Este último sublinhado, em minha opinião, explica tudo isto:
"Nº trabalhadores" x "Output individual" = "Produção"
If "Procura" não sobe THEN "Produção" tem de se manter
If "Produção" tem de se manter AND "Output individual" aumenta THEN "Nº trabalhadores" desce 
Há ainda os que pensam que podem aumentar quota de mercado, reduzindo preços, os que não conhecem o Evangelho do Valor e julgam que a quota de mercado é mais importante que o lucro... esses, apesar do aumento do "Output individual" propõe que se reduzam salários ...
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Qual é a falha em todo este racional?
Há alternativa? Qual?

sexta-feira, setembro 20, 2013

Curiosidade do dia

"investigates the relationship between what companies spend on R&D and their overall financial performance—and every year, the firm reinforces the conclusion that there is no correlation between the two.
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Once you get above the bottom 10 to 20 percent of spend in your industry—with spend measured as R&D as a percentage of sales, if you cut it nothing you’re not going to do very well—but once you get into the top 80 percent, there’s really no correlation between the amount you spend on innovation and the results your achieve. I mean that is measured by standard metrics, such as shareholder return or profitability."
Trecho retirado de daqui.


Não é defeito, é feitio!

De certo modo não é novidade, li algo acerca disto nos livros de Kahneman e Gigerenzer.
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Veria isto facilmente se tivesse pachorra para ver os programas tipo "O Dia Seguinte"
"In other words, say goodnight to the dream that education, journalism, scientific evidence, media literacy or reason can provide the tools and information that people need in order to make good decisions.  It turns out that in the public realm, a lack of information isn’t the real problem.  The hurdle is how our minds work, no matter how smart we think we are.  We want to believe we’re rational, but reason turns out to be the ex post facto way we rationalize what our emotions already want to believe.
...
When people are misinformed, giving them facts to correct those errors only makes them cling to their beliefs more tenaciously.
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When there’s a conflict between partisan beliefs and plain evidence, it’s the beliefs that win.  The power of emotion over reason isn’t a bug in our human operating systems, it’s a feature."
E recordo logo Agostinho da Silva e Kotter:
"Agostinho da Silva costumava dizer que é o coração que faz mudar o mundo, não a razão.
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“Kotter & Cohen começam o seu livro “The heart of change” com:
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“The single most important message in this book is very simple. People change what they do less because they are given analysis that shifts their thinking than because they are shown a truth that influences their feelings.”"
People change what they do less because they are given analysis that shifts their thinking than because they are shown a truth that influences their feelings” 
Actos e exemplos antes da teoria.

Trecho inicial retirado de "Scientists’ depressing new discovery about the brain"

Yours truly - David, Golias e a concorrência imperfeita (via Samsys)

Erros e inovação

Em linha com o que escrevemos há anos e anos, desde "Não culpem a caneta quando a culpa é de quem escreve" (2007) ou "O perigo da cristalização" (2008), o novo livro de Gary Klein, " Seeing What Others Don’t", de certeza uma das próximas leituras, reforça a ideia:
"“Six Sigma shouldn’t be abandoned, it needs to be corralled.”"
Harold Jarche faz aqui a sua análise.
"Too often in organizations, management only focuses on reducing errors, Klein cites the overemphasis on practices like Six Sigma over the past 30 years as being detrimental to overall innovation;"
Concentram-se na execução e esquecem-se do posicionamento.

quinta-feira, setembro 19, 2013

Curiosidade do dia

"Primeira impressora 3D portuguesa já está à venda"

Maldade dirigida à triade

Não resisto a esta maldade dirigida à tríade:
"a case study in strategic focus, the kind of consistent, pure-play price position that strategy theorists salivate over.
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Of course, there is no reason that a price-based position and a cost-driven profitability cannot work. That is not our claim. Our claim is that in general such combinations do not tead to exceptional performance. What Syms (Moi ici: O nome da empresa que seguiu essa estratégia) shows us is that when you depend on low price and low cost, you are far more vulnerable to competitive imitation and to forces entirely beyond your control. This is but one of the doubtless innumerable ways in which a price-and-cost combination can come undone."
O que aconteceu à nossa economia incumbente quando a China entrou no mercado!!!!!
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Já aqui o referi várias vezes e, não me canso de pensar nisso, o campo de morte em que a nossa economia transaccionável se transformou desde a adesão à então CEE...
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Com a adesão à CEE as empresas que competiam pela nata do mercado nacional foram dizimadas pelas empresas mais sofisticadas da CEE, uma vez derrubada a protecção alfandegária. E as empresas concentraram-se, naturalmente, onde tinham vantagem competitiva, no nível dos preços mais baixos. Então, quando tudo corria bem, a entrada da China e da Europa de Leste provocou nova mortandade.
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Acerca da captura de valor (parte II)

Mais um pouco de poesia retirada de "The Three Rules" e em linha com o esforço missionário deste blogue:
"increases in both price and volume increase revenue, which increases income, and hence ROA. However price and volume can be negatively correlated, making it difficult to increase both simultaneously.
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On the other hand, although higher cost (which reduces ROA) can be a consequence of inefficiency, it can also be a function of using higher-quality materials or more skilled labor, each of which can contribute to non-price value, thus justifying a higher price (which increases ROA). Consequently, price and cost can move in the same direction. Volume and assets also often move together yet exert contradictory pressures on ROA: higher volume can increase asset turnover, which increases ROA but only if the higher volume does not require disproportionately more assets.
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The key to superior profitability, then, is not how well a company manages any one variable in the ROA equation, but how it manages the interdependencies among them in light of often unavoidable trade-offs. We call this a company's profitability formula. We discovered that exceptional companies, by an overwhelming margin, have a common profitability formula, which we have summarized in our second rule, revenue before cost. This means that when exceptional companies face a trade-off between increasing profitability by increasing revenue or by decreasing cost, they systematically choose increasing revenue even if that means incurring higher cost. We have never seen an exceptional company spend with abandon. Rather, we have concluded that sustained profitability advantages are rarely driven by disproportionately lower cost or asset bases when compared with the competition, and instead are very often driven by disproportionately higher revenues.
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Profitability advantages driven by higher revenue, even when they incur higher cost, prove to be more vluable than advantages driven by lower cost.
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costly non-price differentiation that earns higher revenue through higher price rather than volume increases that drive asset efficiency. In short, revenue before cost, and when it comes to revenue, price before volume"
Como não recordar "Volume is vanity, Profit is sanity".
Como não recordar anos e anos de pregação em vão contra o mainstream entranhado que só pensa nos custos.
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O triste é que a mensagem do mainstream tem este efeito:
"Not only is the first story likely to be wrong, it clogs our minds. It gets us thinking in the wrong direction, and it makes shifting over to the truth more difficult. When we get contradictory evidence, we fixate on the first story and preserve our mistaken impressions."
Trecho retirado de  "Streetlights and Shadows Searching for the Keys to Adaptive Decision Making" de Gary Klein.

Agora, leiam "Medinfar já tem 10% das vendas no estrangeiro":
"Ternos de produzir melhor, mais barato, mais rápido, para poder continuar no mercado.
O crescimento virá, quase exclusivamente, dos mercados externos?
Diria antes de clientes terceiros. Para além da produção que tentos para a Medinfar, produzimos para mais 45 clientes. Estamos mais competitivos, estamos a conseguir ganhar clientes. Aliás, neste momento pensamos crescer a dois dígitos a nível de produção para terceiros, o que é um óptimo sinal."
O aumento do volume compensará os activos? A fábrica vai produzir 12 milhões tendo capacidade para 40 milhões... como estarão as margens?

O primeiro grande desafio de um BSC

O primeiro grande desafio de um projecto BSC é o de escolher os clientes-alvo, é o de desenhar o ecossistema da procura e o de identificar os pivôs que fazem o circuito girar numa cadeia de relações win-win para os intervenientes.
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É aqui que entra o interesse em traçar a curva de Stobachoff, é aqui que entra o interesse em traçar o diagrama TOWS, é aqui que entra o ponto de, a partir do diagrama PESTEL, desenhar um simulador de cenários.
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Claro que isto pressupõe admitir que os clientes não são todos iguais e que, se calhar, alguns clientes certinhos e direitinhos, que pagam a tempo e horas, se calhar, não são clientes prioritários para a empresa. Escolher clientes-alvo não quer dizer que se expulsam os não-alvo, significa que eles não são prioritários.
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Esta abordagem nem sempre é fácil, muitas empresas têm um preconceito contra o conceito de clientes-alvo:
"Um cliente é uma raridade, um cliente é um bem escasso, está-me a dizer que devo abdicar de clientes?" 
No limite, sim!
Outra questão costuma ser:
"Eu até percebo que existam trade-offs numa empresa industrial, numa empresa que fabrica coisas físicas, mas numa empresa de serviços, isso também se aplica?"
 O que acham, também existem trade-offs numa empresa de serviços? Ou é indiferente servir o low-cost e o premium?

quarta-feira, setembro 18, 2013

Curiosidade do dia

"For those who think vinyl records are an anachronism in today's society, think again. Amazon says vinyl is the fastest-growing music medium for the company--and sales are up 745% since 2008."
Sintomas de Mongo e da profusão de tribos.

Pois...

Estas frases:
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Primeira:
"Mas o aumento da produtividade não terá apenas relação com os níveis de rendimentos dos trabalhadores. Zeinal Bava acrescenta que “se conseguirmos reduzir os custos unitários de trabalho e aumentar a produtividade então poderíamos baixar os preços” e tornar a tecnologia acessível a todos."
Até parece que o preço tem alguma relação matemática com o custo.
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A PT, assim como qualquer empresa normal, faz o preço que o mercado deixar, independentemente dos custos que tem ou não.
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Segunda:
"O presidente executivo da Oi sublinha que a produtividade é “importante”. “Discutir o salário mínimo e quanto pagamos às pessoas torna-se secundário." 
Gostava de conseguir conciliar esta frase com a história por detrás de "Curiosidade do dia ou As opções durante uma reconversão - parte V"

Frases retiradas de "Zeinal Bava: "Discutir o salário mínimo é secundário""

Acerca da captura de valor

Mais um trecho de "The Three Rules", desta vez o começo do quarto capítulo, sobre a segunda regra, "Revenue Before Cost":
"How best to create value for customers is a question that can be usefully seen as a choice between competitive positions defined by an emphasis on price value (that is, low price) or non-price value. Perhaps somewhat unusually, seeing the question in these high-contrast terms is not a dangerous oversimplification. It is instead an accurate distillation of an underlying structure that is too often hidden beneath unnecessary complexity. Sometimes the world is nuanced and complex and colored with shades of gray. But sometimes there are clear choices to be made, and we simply do not want to face up to them. Better befere cheaper is an unambiguous answer to a straightforward but too often ignored question. Creating value for customers is a necessary condition for exceptional performance, but it is not sufficient. The value you create is only the "size of the pie." Whether or not a given company is an exceptional performer is also a function of the "size of their slice," or how value is divided between customers and the corporation.' In other words, exceptional companies must not only create value, but also capture it in the form of profits."
Como não recordar o esquema que aprendi com Larreche:
 Como não recordar a importância de aumentar o producer-surplus!
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Como não recordar a premente urgência de deixar de deixar dinheiro em cima da mesa.
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Continua.

Não há acasos

No fim de semana, ver "Um exemplo interessante", a propósito do percurso da Barcelcom, fixei:
"Desenvolvida em parceria com o Centi - Centro de Nanotecnologia e Materiais Tecnológicos, Funcionais e Inteligentes, esta meia..."
Ontem, ao ler no JdN "Biosani põe Brasil na mira do seu aroma anti-lagartas" lá encontrei:
"Há cinco anos à procura de um parceiro para desenvolver esta investigação, Carlos Frescata diz que "finalmente surgiu-nos uma estrutura interessante que é o Centi, ligado ao Citeve [centro tecnológico da indústria têxtil)".
"Eles tinham urna forma de ter fibras e substractos que fossem difusores de aromas e acharam que havia possibilidade de aplicar isto à agricultura. Desafiaram-nos por trabalharmos com aromas na agricultura para a prevenção de pragas"

Acerca da estratégia e do BSC

"According to Harvard Business Review the top reason that strategic plans fail to yield their intended revenue projections is inadequate resources. New ideas are approved but not funded appropriately. Probably because they didn’t do their homework and don’t want to invest much. Even more likely they didn’t know where to find the funds because they didn’t identify anything to STOP doing.
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Your true strategy is how you spend your money. So if after a strategic plan you are still funding everything from before and then trying to add new initiatives, chances are that you really haven’t committed to the strategy. The new ideas die from starvation.
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Another reason is that the initiative is pursued in a seat-of-the-pants fashion and not planned. In this instance, communication and alignment are often not effective, and derail the project. Strategy’s role is to focus the organization not to create a free-for-all of a bunch of new projects–one for every function–that are not coordinated across the organization for maximum impact."
Trecho retirado de "Strategic Planning Tip: How to Prioritize for Profitability"
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Impossível não recordar os textos de Roger Martin sobre estratégia, publicados ao longo deste ano. Estratégia não é adivinhação, estratégia não é redução de incerteza, estratégia é concentração e foco, para alinhar recursos numa alternativa para o futuro.

Agora, traduzir uma estratégia num mapa da estratégia, gerar um BSC que permita monitorizar a evolução do desempenho e, promover a transformação que fará executar a estratégia e atingir as metas, através de um conjunto de iniciativas que esclarecem:
  • o que fazer?
  • por quem?
  • até quando?
  • quanto custa?
BTW
"And know what? Uncertainty is a bitch. It plagues every plan you hatch, and it eats away at any attempt for peace of mind."
 Daí a importância da monitorização, o caminho para o futuro não é
uma linha recta, é preciso estar atento e ir afinando as coisas.

    terça-feira, setembro 17, 2013

    Curiosidade do dia

    O meu forte não são as andorinhas, por isso, nunca tinha feito esta diferenciação; as Delichon urbica (andorinhas-dos-beirais) já desapareceram a cerca de 3 ou 4 semanas. Contudo, as Riparia riparia (andorinhas-das-barreiras) continuam, felizes, a sobrevoar a copa dos campos de milho na sua ceifa muito particular.
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    Há minutos, sobrevoaram aqui o escritório 7 exemplares de Egretta garzetta (graça branca).
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    Entretanto, a aranha de estimação mudou hoje de pele... está ali a fazer uns exercícios ...

    I told you so

    "when your customers are yelling for price cuts, you can drop prices and then squeeze your company elsewhere to try to preserve profitability, or you can see through their complaints on price to the more difficult truth that maybe you have gotten lazy or lost focus or that the competition has upped its game and you no longer provide the superior value you once did. Addressing that problem means taking on the challenge of increasing and perhaps even changing the value you provide; it could mean changing any or all of your technologies, processes, markets, or customers. Both courses of action - cutting price or increasing value - can be difficult to pursue successfully, and each of them can make equally good sense.
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    It is in just these circumstances that better before cheaper proves its worth. Faced with a choice between two difficult, similarly plausible, but mutually exclusive solutions to what can be an existential challenge, the best you can do is play the odds. Our research suggests strongly that the most profitable course of action is to devote your resources to tackling the hard problem of creating anew the non-price value your customers will pay for, not the hard problem of how to remain profitable at lower prices. "
    Apetece dizer "I told you so!"
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    Apostar no numerador, apostar na eficácia, apostar na subida na escala de valor... apostar no Evangelho do Valor!!!
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    Trechos retirados de "The Three Rules" de Michael Raynor e Mumtaz Ahmed

    Um sinal

    Ando há dias a tentar convencer-me a reservar um tempo para escrever uma brochura de 3 ou 4 páginas sobre a curva de Stobachoff, para distribuição aquando do arranque de projectos BSC.
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    Talvez seja um sinal do meu anjo-da-guarda, a advertir-me para me dedicar a essa tarefa, o ter encontrado este texto "Firing Customers to Flatten the Whale".

    O gozo do puto anónimo da província

    Estes temas dão-me um gozo... o gozo do puto anónimo da província que aponta o dedo e diz que o rei vai nu, mas tendo consciência de que vai chocar o resto da multidão amestrada.
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    Volto a este postal de Maio passado para recolher as palavras de Vítor Bento, personagem com uma aura especial na nomenklatura deste país:
    "Temos, de facto, um grande problema da cauda. Não é apenas um problema de má gestão. É um problema de pequenez. Hoje em dia, na grande parte das actividades, a escala é muito importante. Na China, uma empresa pequena não deve ter menos de mil trabalhadores e, portanto, isso faz uma diferença muito grande devido às economias de escala. Se em algumas actividades não é significativa, no geral, as empresas pequenas, em Portugal, não têm escala para ser competitivas. (Moi ici: Como se houvesse uma só forma de competir...)
    ...
    Se for possível substituir essa cauda, seja através de concentrações, seja através de substituições, fazendo as mesmas actividades de uma forma mais eficiente, (Moi ici: Mão amiga que ofereça "The Three Rules" a Vítor Bento) temos uma oportunidade de aumentar a produtividade da economia"
    Interessante pois, ler isto:
    "Both implied that the advantages to scale stem not only through the efficiencies gained by a lower ratio of overhead to production, but that greater scale allows firms to exert power on the marketplace through better information.  In effect, they argued that bigger was also smarter.
    ...
    Everybody, from governments, to religions, to even militaries on the battlefield are having to learn to live with diminished advantages to scale.
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    He says, “Power is easier to get, but harder to use or keep,” and I think that encapsulates what’s going on.  It’s not that big is bad, it just doesn’t give you what it used to. Conventional trappings of power, scale being just one of them, offer little protection these days.
    ...
    So scale isn’t what it used to be and the old days of empire building are over.  Competing to win in the new economy is more of a journey than a construction project.  Your purpose must be clear, your skills must be honed and you only take what you need.  Anything more is just an encumbrance."
    "The End Of The Scale Economy"

    Skin in the game

    "Incentivo de 1% pode gerar 110 mil novos postos de trabalho"
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    Já sei, o título é uma treta.
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    Quanto ao conteúdo, esta nova taxa, mais um peso às costas das empresas, faz-me recordar o tema de Taleb, "skin in the game":
    "Under opacity and in the newfound complexity of the world, people can hide risks and hurt others, with the law incapable of catching them. Iatrogenics has both delayed and invisible consequences. It is hard to see causal links, to fully understand what’s going on. Under such epistemic limitations, skin in the game is the only true mitigator of fragility. Hammurabi’s code provided a simple solution—close to thirty-seven hundred years ago. This solution has been increasingly abandoned in modern times, as we have developed a fondness for neomanic complication over archaic simplicity. We need to understand the everlasting solidity of such a solution.
    ...
    The worst problem of modernity lies in the malignant transfer of fragility and antifragility from one party to the other, with one getting the benefits, the other one (unwittingly) getting the harm, with such transfer facilitated by the growing wedge between the ethical and the legal. This state of affairs has existed before, but is acute today—modernity hides it especially well.
    ...
    in Arabic it is called Shhm—best translated as nonsmall. If you take risks and face your fate with dignity, there is nothing you can do that makes you small; if you don’t take risks, there is nothing you can do that makes you grand, nothing. And when you take risks, insults by half-men (small men, those who don’t risk anything) are similar to barks by nonhuman animals: you can’t feel insulted by a dog.
    ...
    I want predictors to have visible scars on their body from prediction errors, not distribute these errors to society."
    É um risco trabalhar para uma empresa? Por que distribuir esse risco sobre os outros?

    Trechos retirados de "Antifragility" de Nassim Taleb

    segunda-feira, setembro 16, 2013

    Curiosidade do dia

    Isto é tão francês, tão socialista, tão século XX...
    "It is an effort to stimulate activity at a time when unemployment is rising towards 11 per cent of the workforce and the economy is struggling to recover from recession.
    ...
    The government is placing as much emphasis on helping already-established technologies and projects to gain traction via state co-ordination, regulation and public contracts. (Moi ici: Eheheh, bonne chance!)
    ...
    The 34 sectors selected include existing projects by EADS, the aerospace group, to produce electric powered aircraft; by PSA Peugeot Citroën to produce a car that consumes less than two litres of fuel every 100km; and a new generation of high-speed trains that travel at up to 350km an hour.
    .
    Other sectors (Moi ici: Como se houvessem sctores obsoletos... como se houvessem sectores condenados... há sim estratégias obsoletas) covered include “intelligent” textiles, cloud computing and cyber security.
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    Echoing a longstanding French refrain, Mr Hollande called on the EU to change its competition doctrine to allow companies to merge more easily to “promote European champions” (Moi ici: Nós já ouvimos acerca deste soundbyte) and to adopt a trade policy “worthy of the name, to combat vigorously unfair trade practices, both internal and external”.

    Um exemplo interessante

    Uma história, um exemplo interessante, que conjuga o job-to-be-done (o problema levantado pela necessidade, pelo serviço que o futebolista Capucho tinha), com o não-preço, com a inovação, com a segmentação para mercados de maior valor acrescentado (saúde e desporto), com a subcontratação canalizada para os segmentos de preço, com parcerias com universidades e centros técnicos, e com internacionalização.
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    Em 2011 a empresa vendia 60% para o mercado interno. Em 2012 as vendas caíram 20%. Em 2013 as exportações representam 70% das vendas e a produção já está em contínuo.
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    Interessante a linguagem da categorização e do job-to-be-done:
    "Em carteira, há novos desenvolvimentos como os tubos de compressão para ajudar mulheres que tiveram cancro da mama. "O futuro, mais do que nas meias, está nos tubos de compressão", diz Gaspar Coutinho, a alargar a oferta dos pés e pernas aos braços. A pensar nos cotovelos dos tenistas, uma solução em estudo é a criação de mangas funcionais com compressão, prontas a tratar lesões durante treinos e provas."
    Trecho retirado de "À medida do pé"

    Acerca de Mongo

    "In the old days, explained Iorio, when G.E. wanted to build a jet engine part, a designer would have to design the product, then G.E. would have to build the machine tools to make a prototype of that part, which could take up to a year, and then it would manufacture the part and test it, with each test iteration taking a few months. The whole process, said Iorio, often took “two years from when you first had the idea for some of our complex components.”
    Today, said Iorio, engineers using three-dimensional, computer-aided design software now design the part on a computer screen. Then they transmit it to a 3-D printer, which is filled with a fine metal powder and a laser device that literally builds or “prints,” the piece out of the metal powder before your eyes, to the exact specifications. Then, you immediately test it — four, five, six times in a day — and when it is just right you have your new part. To be sure, some complex parts require more time, but this is the future. That’s what she means by complexity is free.
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    The feedback loop is so short now,” explained Iorio, that “in a couple days you can have a concept, the design of the part, you get it made, you get it back and test whether it is valid” and “within a week you have it produced. ... It is getting us both better performance and speed.”
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    In the past, performance worked against speed: the more tests you did to get that optimal performance, the longer it took. When complexity is free, the design-to-test-to-refine-to-manufacture process for some components is being reduced from two years to a week.
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    There is a parallel revolution in innovation. When G.E. is looking to invent a new product, it first assembles its own best engineers from India, China, Israel and the U.S. But now it is also supplementing them by running “contests” to stimulate the best minds anywhere to participate in G.E.’s innovations.
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    Example: There are parts of an aircraft engine — hangers, brackets, etc. — that are not key to the engine, but they keep it attached and add weight, which means higher fuel costs. So G.E. recently took one bracket — described the conditions under which it worked and the particular function it performed — and posted it online under the “The G.E. Engine Bracket Challenge.” The company offered a reward to anyone in the world who could design that component with less weight, using 3-D printing.
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    “We advertised it in June,” said Iorio. Within weeks, “we got 697 entries from all over the world” from “companies, individuals, graduate students and designers.” G.E.’s engineers culled out the top 10, and they are now being tested to determine which is the lightest that conforms to G.E.’s specs and can be built on its printers. I saw one prototype that was 80 percent lighter than the older version. The winning prize pool is $20,000, spread out across 8 finalists, with awards ranging from $1,000 to $7,000 each. A majority of entries came from people outside the aviation industry.
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    Watch this space, even if Washington doesn’t: When everything and everyone becomes connected, and complexity is free and innovation is both dirt-cheap and can come from anywhere, the world of work changes."
    Trechos retirados de "When Complexity Is Free"

    Se subir o desemprego, ainda desce

    Comparar as exportações homólogas de um mesmo mês é simples, comparamos as exportações de Agosto de 2012 com as exportações de Agosto de 2013, "no strings attached".
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    Agora, quando comparamos desemprego homólogo a coisa complica-se porque quando se mede o desemprego num mês, não se mede só o desemprego criado nesse mês como também o desemprego que vem de outros meses.
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    Imaginem um leitor do jornal i ao ler hoje "Desemprego sobe 3,2 % face a Agosto de 2012", se esse leitor tiver memória recordaria que o título do jornal i há um mês era "Desemprego sobe 5 % face a Julho de 2012". Então!? O desemprego mensal sobe 1% e o homólogo desce?
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    Imaginem que o desemprego nos próximos três meses subia mensalmente 0,1 ou 0,2%. Sabem qual seria o título do i?
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    "Desemprego desce 0,1% face a Novembro de 2012".
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    Não acham que há algo absurdo nesta forma de relatar o desemprego?

    domingo, setembro 15, 2013

    Curiosidade do dia

    À atenção dos que estão sempre com o dedo no gatilho para classificar os portugueses... os latinos, como malandros, os piores do mundo, como gente sempre pronta a entrar em esquemas para sacar dinheiro ao erário público.
    "Japan, Checking on Its Oldest, Finds Many Gone"
    Não somos nem melhores, nem piores.

    A árvore conhece-se pelos seus frutos

    Hoje a TSF vai passar uma reportagem sobre a Escola da Ponte e da sua metodologia.
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    Já oiço falar sobre a Escola da Ponte há mais de 20 anos. Oiço sempre o mesmo conteúdo, sobre as diferenças entre o seu método e o geral seguido pelas outras escolas.
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    O que nunca ouvi ou li, foi uma reportagem ou estudo sobre os seus resultados. A árvore conhece-se pelos seus frutos. Existem diferenças estatísticas entre os alunos que frequentaram a Escola da Ponte e os do ensino "normal" da mesma região?
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    Confesso que para o meu espírito libertário era ouro sobre azul demonstrar a superioridade do método da Escola da Ponte; contudo, a falta de informação e estudos sobre os seus resultados, ao fim destes anos todos, deixa-me com a pulga atrás da orelha.

    sábado, setembro 14, 2013

    E sem pópós?

    Ouvi esta tarde João Ferreira do Amaral, na sua habitual menorização do esforço exportador, dizer qualquer coisa como:
    "O aumento das exportações sem combustíveis foi quase zero, este ano"
    Olhemos para os números totais das exportações, período de Janeiro a Junho deste ano:
    Olhando para este gráfico:

    Ferreira do Amaral conclui, se não fossem as exportações energéticas, o nosso desempenho exportador seria medíocre, ou seja, é impossível competir com o euro.
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    Confirmemos:
    Realmente, 0,7% de aumento homólogo é muito baixo.
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    Só que ao olhar para o gráfico lá de cima, eu tanto olho para os energéticos, como olho para o material de transporte, como referi no último parágrafo deste postal, "Para registo".
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    Se retiramos as exportações dos energéticos, retiremos também as exportações de material de transporte, para perceber melhor o comportamento exportador das PMEs:
    O que diria João Ferreira do Amaral a esta versão?
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    O crescimento das exportações de energéticos compensou a quebra das exportações de material de transporte, ficou ela por ela... os pequenos fizeram o crescimento líquido de 2,6%.

    Curiosidade do dia

    "The Real Reason Creative Workers Are Good for the Economy"
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    "It’s Not ‘Mess.’ It’s Creativity."
    "Our findings have practical implications. There is, for instance, a minimalist design trend taking hold in contemporary office spaces: out of favor are private walled-in offices — and even private cubicles. Today’s office environments often involve desk sharing and have minimal “footprints” (smaller office space per worker), which means less room to make a mess.
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    At the same time, the working world is abuzz about cultivating innovation and creativity, endeavors that our findings suggest might be hampered by the minimalist movement. While cleaning up certainly has its benefits, clean spaces might be too conventional to let inspiration flow."
    Eheheh, espero que quem critica a desarrumação da minha secretária leia estes textos ;-))

    Especulação de um outsider

    A Crioestaminal só entre 2009 e 2011 terá perdido 2,5 milhões de euros, li algures na net em tempos.
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    Ontem, via twitter, disseram-me: "pior do q os prejuizos foi a queda no VN da crioestaminal. em 2 anos passaram de 13M p 5 ou 6 se nao estou em erro."
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    Escrevo isto a propósito desta notícia de ontem, "Crioestaminal investe 750 mil euros em laboratório em Cantanhede":
    "O diretor-geral e presidente da comissão executiva da Crioestaminal, André Gomes, disse à Lusa que, depois desta expansão, a empresa vai ficar com uma área laboratorial total de 600 metros quadrados, o dobro da atual.
    "Esta expansão vai permitir-nos ter uma maior área de armazenamento de células estaminais do sangue do cordão umbilical, nomeadamente ter uma capacidade para cerca de 300 mil amostras, o que nos coloca na posição de segundo maior banco de sangue do cordão umbilical da Europa", afirmou André Gomes."
    Numa outra notícia, "Crioestaminal aposta na internacionalização para contornar quebra de 20%" pode ler-se:
    "Nos últimos dez anos, a empresa guardou “mais de 50 mil amostras de células estaminais"
    Só estou a trabalhar mentalmente com os dados que encontro na net, não tenho mais informação.
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    Nos últimos 10 anos guardaram cerca de 50 mil amostras ... agora querem fazer uma ampliação para poderem guardar o equivalente a mais 60 anos de actividade ao ritmo anterior? Fará sentido?
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    Não conheço o negócio da Crioestaminal mas tento interpretar esta decisão de expansão:

    1. será que é, pura e simplesmente, para aproveitar dinheiro fácil do QREN? 
    2. será que é para conseguirem uma expansão da actividade a nível nacional e internacional à conta de um custo unitário mais baixo, para suportar preços mais baixos? 
    Quanto à opção 1 - Se sim, qual a rentabilidade esperada deste investimento?
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    Quanto à opção 2 - Se sim, será que o negócio da Crioestaminal é preço? Não será antes não-preço? Sei lá, segurança, previdência, precaução...
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    Não faria mais sentido investir o dinheiro na melhoria do posicionamento da Crioestaminal na mente dos potenciais clientes?
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    A primeira regra é: "Better before cheaper"


    E Agosto de 2013 chegou

    Chegou e afinal a minha previsão não se concretizou!
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    Recordar "E falta um mês para Agosto de 2013!!!"
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    Evolução do número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego entre Janeiro de 2011 e Agosto de 2013:

    Pela primeira vez este ano, o número de desempregados registados no IEFP, face ao mês anterior subiu.
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    Evolução homóloga do desemprego e evolução mensal do desemprego entre Janeiro de 2011 e Agosto de 2013:

    A figura que se segue tira um retrato da evolução homóloga do desemprego em Agosto de 2013 e mostra onde está a ser criado emprego líquido (barras negativas):
    5 barras negativas em Junho, 8 em Julho e agora 10 barras negativas em Agosto. Até na Construção a situação já se inverteu (fruto passageiro das autárquicas?)
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    E qual foi a evolução regional?
    A seguir ao Algarve... será a Madeira?
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    Por que subiu o desemprego? Ou antes, onde subiu o desemprego?
    "Em termos de crescimento, as subidas percentuais mais elevadas, face ao mesmo período do ano passado, ocorreram nos “quadros superiores da administração pública” (+44,1%) e nos “docentes do ensino secundário, superior e profissões similares” (+26,4%). (Moi ici: Sem nada pessoal, só em nome da sustentabilidade e de menos impostos, a minha opinião é esta e mantenho-a: "A prioridade é a redução do défice, ou estaremos condenados, na menos má das hipóteses, a aumentos continuados dos impostos futuros". Assim, tratou-se de uma evolução virtuosa)
    ...
    Nos três grandes sectores de atividade económica, observou-se um aumento anual do desemprego no primário (+5,4%) e no terciário (+3,8%), tendo-se registado uma quebra no secundário (-3,7%). (Moi ici: Muito interessante, caro Álvaro) As diminuições percentuais mais significativas, em termos homólogos, tiveram lugar nos subsectores da “fabricação de têxteis” (-16,1%) e “indústria do couro e dos produtos do couro” (-16,0%).
    Por seu lado, as “atividades financeiras e de seguros” (+17,4%) e as “indústrias extrativas” (+9,3%), destacaram-se pelo agravamento do desemprego."
    Apesar do desemprego ter aumentado em Agosto face a Julho, a queda da velocidade homóloga continua... 2 meses para atingir o zero?

    sexta-feira, setembro 13, 2013

    Quem é que tem a explicação mais clara, mais credível, mais plausível sobre qual a estratégia a seguir?

    "In today’s corporation, the crown is not automatically conferred on anyone. There is no one king. The crown goes, or should go, to whoever has the clearest and most credible explanation of how and why his or her strategy will work.
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    Complicating the situation, however, is that this criterion - although ideal - is hard to enshrine in a corporate charter. The rules of corporate governance treat all CEOs alike, and give board members power based on their positions, even though the quality of individuals’ judgment may vary enormously.
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    That may be the real reason that companies are vulnerable: When all is said and done, the rules they follow have little effect on their success. Everything comes back to the judgment of a few people, and that depends - as it did and does at Penney and every other company - on the quality of the people in the leading roles."
    E na sua empresa, quem é que tem a explicação mais clara, mais credível, mais plausível sobre qual a estratégia a seguir?
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    Trecho retirado de "The Lesson of J.C. Penney: There Is No King"