Houve um tempo em que falar da CAP era falar de iniciativa privada, era falar de iniciativa, era falar de independência. Hoje, é falar de funcionários públicos encapotados, dependentes de apoios, de subsídios e de toda uma panóplia de benesses que tornam a produção secundária.
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Claro que no
discurso tem de estar:
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""Temos 3.500 milhões de euros em importações anuais, que podem ser substituídas por produção nacional; é isso que queremos que a 'troika' perceba", (
Moi ici: E em tempos de austeridade no bolso das pessoas, fica mais barato comprar cá ou fora?) disse João Machado à saída da reunião com os peritos do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia.
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O presidente da CAP frisou que o sector agrícola "pode dar um grande contributo" ao país e "prevenir o abastecimento nacional", lembrando que Portugal "ainda importa 30 por cento do que consome" e que "parte pode ser produzido no país
se os fundos forem mantidos" e o país continuar a investir.
João Machado frisou que os
fundos comunitários da política agrícola comum "são fundamentais", assim como "o são os
fundos nacionais".
"Pedimos que seja mantido o i
nvestimento nacional para podermos aceder aos
fundos comunitários e também uma melhor gestão do governo e do ministério da agricultura para os agricultores receberem a tempo e horas as
comparticipações a que têm direito", reforçou."
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Um dia vamos todos... quase todos, perceber que os fundos fazem mais mal do que bem, que os fundos atrasam, impedem a reconversão estratégica da exploração agrícola.
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Saudação para o ex-ministro Jaime Silva que teve a coragem de dizer umas verdades e que, por isso, foi "expulso" de Portugal.
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No semanário
Vida Económica:
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"Com a globalização que a partir dos anos 90 foi um choque para a nossa agricultura, repare-se que hoje em dia chegam-nos cá preços imbatíveis, mas mesmo assim a agricultura portuguesa e europeia são capazes de se preparar para aguentar este choque da concorrência. Nós, em Portugal, temos sectores, como o
vinho, que têm conseguido
crescer e afirmar-se na exportação nos mercados mundiais, um sector com grande dinâmica e que conta com gente muito nova, jovens profissionais do marketing e gestão, de enologia e viticultura. Há ainda o sector da
horticultura e floricultura que tem crescido bastante nos últimos anos no que diz respeito à
exportação, aliás estes
sectores já exportaram em 2010 tanto como o vinho ( cerca de 700 milhões de Euros). (
Moi ici: Estes números deviam ser mostrados e divulgados) O sector do
Azeite está também em franca expansão, e conseguimos também colocar o azeite na moda, ou seja, nas refeições diárias dos portugueses; O sector do
leite conseguiu manter-se bem, (
Moi ici: Quem protesta são os que ficam para trás) por força de uma boa base cooperativa, e o sector das
carnes tradicionais, com a parte dos bovinos e dos ovinos, aguentou-se, o
sector da castanha, uma grande fileira, que teve um investimento enorme está em franca expansão. Em suma, nós temos um conjunto de fileiras que têm grande sucesso.
Não temos os sectores tradicionais como os cereais ou girassol, (
Moi ici: Mas os senhores da CAP querem obrigar-nos a comprar o cereal caríssimo que produzem apesar de subsidiado) mas, por outro lado, somos bons a fazer
milho, arroz, tomate para a indústria, sectores onde temos possibilidade de crescer.
Hoje em dia, voltou a sentir-se que a agricultura tem uma importância estratégica única. Porque há 20 anos para cá o grande problema da Europa é que havia produção em excesso face àquilo que o mercado consumia, hoje em dia estamos num outro patamar. Com a emergência dos países da Ásia, que melhoraram a sua qualidade de vida devido à globalização, designadamente com o incremento do comércio internacional, essas populações melhoraram as suas dietas, e
hoje em dia as estimativas internacionais apontam para um aumento da procura de bens alimentares em 50% até ao ano 2050. (
Moi ici: Em vez de estudar as oportunidades onde podemos ser competitivos, onde podemos ser independentes, onde podemos ganhar dinheiro... a atenção de muitos recai sobre a procura, a negociação, a luta por subsídios, a luta pela sua entrega a tempo e horas... e já não sobra atenção para o depois de amanhã) Isto vem criar mercado para os bens agrícolas e como tal oportunidades para o sector."