quarta-feira, junho 14, 2017

COAR-map e mapas da estratégia (parte III)

Parte I e parte II.

"Step 2: Clarify desired outcomes of customers and stakeholders"
Esta representação é diferente da que uso há mais de 10 anos:
"By defining desired outcomes, the organization gained clarity on how best to use SIC to influence sales force behavior
...
Success was now clearly defined from the customer and stakeholder viewpoint. Multiple planning scenarios could be developed to discover/invent the optimal option based on core competencies and execution capabilities.
􏰀 The organization realized that each target required a different approach.
...
Success was now defined as attaining customer and stakeholder outcomes rather than execution of projects within the traditional “triple constraints”–time, cost and quality. This provided a better guidance on when to invest in a struggling project and when to redeploy resources."

Continua.

 Trechos retirados de "How strategy execution maps guided Cisco System’s Sales Incentive Compensation plan"





I rest my case: competitividade e CUT (parte VIII)

 Parte Iparte IIparte IIIparte IV, parte V, parte VI e parte VII.

Quem segue este blogue sabe como há milénios estamos completamente à parte do mainstream acerca da competitividade e da sua relação com os custos unitários de trabalho. Recordar como este anónimo da província ganhou a Olivier Blanchard. O que se segue é relativo à China mas aplica-se o mesmo que costumamos escrever aqui desde sempre sobre a Alemanha.


Desta apresentação retirei:


Os académicos e outros membros da tríade quando comentam a realidade económica comentam-na como se a paisagem se mantivesse constante. Como se o numerador da equação da produtividade se mantivesse constante e a única hipótese de aumentar a produtividade passasse por reduzir os custos, ou seja reduzir o denominador.

Quando os salários sobem, mas o valor criado cresce mais depressa, a competitividade aumenta mesmo assim e os custos unitários de trabalho baixam.


"China’s competitiveness.A new study finds that hourly wages in China’s manufacturing sector are now higher than those in every Latin American country other than Chile and are nearing the level found in some of the Eurozone’s lower-income countries such as Portugal and Greece. This is a sea change from just a decade ago, when China’s wages were among the lowest in the world. It means that living standards in China have risen substantially. It also means that China’s competitive advantage no longer stems simply from low labor costs. Rather, it stems from other factors such as the skill level of workers, the degree to which workers use technology, the supply of skilled managers, the transport and power infrastructure, and the legal framework. The study found that the productivity of Chinese manufacturing workers actually increased faster than wages. This means that unit labor costs in China (the labor cost of producing a unit of output) declined over the past decade, thereby increasing China’s competitiveness."
E ainda:
"This will cause a further shift in the composition of Chinese manufacturing, away from low-value-added processes such as apparel and textile production toward higher-value-added processes." 
A competitividade aumenta não porque se produz mais depressa o que se produzia antes (mexidas no denominador) mas porque se passa a produzir outro tipo de artigos (numerador).

Trecho retirado de "China: Changing drivers for competitiveness Global Economic Outlook, Q2 2017"

Cenários e estratégia (parte III)

Parte I e parte II.

Parece de propósito! O que incluí na Parte I, o receio de que o reshoring já esteja a ser mais por causa do preço do que outra coisa, e isto que acabo de encontrar:
"A new study finds that hourly wages in China’s manufacturing sector are now higher than those in every Latin American country other than Chile and are nearing the level found in some of the Eurozone’s lower-income countries such as Portugal and Greece. [Moi ici: O bloco de países de Leste referido na apresentação da Parte I não está incluído na zona euro] This is a sea change from just a decade ago, when China’s wages were among the lowest in the world. It means that living standards in China have risen substantially. It also means that China’s competitive advantage no longer stems simply from low labor costs."
Continua.


Trecho retirado de "China: Changing drivers for competitiveness Global Economic Outlook, Q2 2017"

Esta fonte ainda vai servir para mais um episódio de "I rest my case: competitividade e CUT"

terça-feira, junho 13, 2017

Curiosidade do dia

"Os gastos com os animais de estimação representam, em média, 12% do orçamento familiar dos portugueses."
Para reflexão!

Trecho retirado de "Quanto gastam os portugueses com animais de estimação?"

Portugal continua a fazer bem!

"As exportações portuguesas de vinho estão a crescer 8,1% em valor e 3,9% em volume. Os dados são do primeiro trimestre e mostram que Portugal vendeu 625 983 hectolitros no valor de 163,3 milhões de euros."
Sinal de subida na escala de valor. Um bom sinal!

Recordar:


Práticas esquisitas

Ás vezes encontro organizações com muitos recursos, verdadeiras multinacionais, mas com práticas tão esquisitas ...

Por exemplo:
Empresa realiza no final do ano entrevista de avaliação do desempenho de cada funcionário. Durante essa entrevista são identificadas as necessidades de formação de cada funcionário. A partir da consolidação das necessidades identificadas elabora-se uma lista de potenciais acções de formação que após uma negociação com as chefias dá origem a um Plano Anual de Formação.

Onde entram aqui as prioridades estratégicas? Onde entram aqui as lacunas nos processos críticos para a estratégia? Onde entra aqui a caminhada da empresa?

Cenários e estratégia (parte II)

Parte I.

Já depois de feito o esquema matinal referido na parte I, no Domingo à tarde durante uma caminhada tive oportunidade de reler "Beyond Forecasting: Creating New Strategic Narratives" e sublinhar:
"Our study revealed that future projections are intimately tied to interpretations of the past and the present. Strategy making amid volatility thus involves constructing and reconstructing strategic narratives that reimagine the past and present in ways that allow the organization to explore multiple possible futures."
Comparar com o texto da parte I:
"No esquema, começo (passado) com a indústria portuguesa em 1985, passo pela adesão à CEE, passo pela adesão dos países da Europa de Leste à UE e da China à OMC, continuo pelo reshoring motivado pela rapidez e flexibilidade, chego à actualidade (presente) com a subida dos custos na China e a industrialização massiva na Europa de Leste por estes dias e continuo com os desafios que podem advir (futuro) da evolução actual." 
E continuando a sublinhar:
"we found that strategy making was about constructing new narratives that tie together interpretations of the past, present and future. That is, effective projections of the future must be connected to resonant understandings of the present and past."
...
To develop a new strategic direction for a company during a time of change, managers need to create a strategic narrative that links the company’s past, present and future. Crafting a strategic narrative involves reimagining future possibilities, rethinking the company’s past and reevaluating present concerns."
Continua.

COAR-map e mapas da estratégia (parte II)

Parte I.

"Creating a COAR Map
The starting point in this approach to strategy “executability” is the development of a COAR strategy execution map. This mapping process offers:
􏰀 A visual way to understand the capabilities and projects involved in strategy execution.
􏰀 A guide to the systematic development of strategy execution. There are five steps in creating a COAR Map:

Step 1: Clarify the distinction between customers and stakeholders
Customers and stakeholders are differentiated:
􏰀.
A customer will directly benefit from the outcomes and outputs of strategy execution.
􏰀A stakeholder’s actions can positively or negatively impact the outcomes sought by the customer. [Moi ici: Na nossa linguagem falamos em ecossistema que inclui, além do cliente, por exemplo, o cliente do cliente, o prescriber, o influenciador, o regulador, ... e também beneficiarão dos resultados e saídas da execução estratégica] It is very important to distinguish between the two entities. Stakeholder priorities and outcomes should not be used as a proxy for those of customers. Without a focus on what customers want and need, it is easy to end up investing resources in making stakeholders happy. [Moi ici: Verdade mas nem sempre se verifica] It’s important to ensure that the organization has the means to directly monitor the customer outcomes."


Continua.

 Trechos retirados de "How strategy execution maps guided Cisco System’s Sales Incentive Compensation plan"

segunda-feira, junho 12, 2017

Curiosidade do dia

"É interessante constatar que o saldo estrutural primário (o tal que depende das decisões discricionárias de política orçamental) melhorou, entre 2010 e 2014, de um défice de 7% do PIB para um excedente de 2,7% do PIB. Esta tendência de melhoria foi interrompida em 2015, com uma deterioração de 0,5 pp no saldo, para 2,2% do PIB. Isto é, também em 2015, com o Governo anterior, a política orçamental foi expansionista. Esta posição prolongou-se por 2016, já com o actual Governo, com o saldo a recuar de 2,2% para 1,9% do PIB. A melhoria estrutural do défice foi feita até 2014. Nos últimos dois anos, tivemos políticas orçamentais expansionistas pró-cíclicas. Isto é, numa fase de expansão do ciclo económico, que por si só ajudou a reduzir o défice, a política orçamental "empurrou" ainda mais a expansão da actividade (isto depois das dificuldades provocadas por políticas restritivas pró-cíclicas forçadas, em 2012-13). Idealmente, a política orçamental deveria assumir um papel estabilizador."
Trecho retirado de "Contas públicas: "What lies beneath""

Cenários e estratégia (parte I)

Sábado de manhã tive de ir a Tikrit. Receando uma viagem debaixo de sol forte levantei-me cedo e antes de sair ainda tive tempo de fazer este esquema:
No esquema, começo (passado) com a indústria portuguesa em 1985, passo pela adesão à CEE, passo pela adesão dos países da Europa de Leste à UE e da China à OMC, continuo pelo reshoring motivado pela rapidez e flexibilidade, chego à actualidade (presente) com a subida dos custos na China e a industrialização massiva na Europa de Leste por estes dias e continuo com os desafios que podem advir (futuro) da evolução actual.

Uma pequena parte desse esquema ("filme", "fluxo"), foi usada para fazer parte desta apresentação:



Material com que termino esta apresentação sobre "Cenários e estratégia"

Continua.






COAR-map e mapas da estratégia (parte I)

Quem conhece este blogue e o meu trabalho profissional recorda facilmente que gosto de começar um desafio de reflexão estratégica pela identificação dos clientes-alvo e do ecossistema da procura:
"Strategy execution is a set of interlinked activities [Moi ici: ] that convert business strategy into effective operations. In most companies this is the sequential process starting with defining the business strategy and then trying to execute it, an approach that often falters.
...
A COAR-map framework (Customer, Objectives, Activities and Resources) clarifies the execution imperatives in this case.[1] A COAR map is built around a set of internal objectives that are the keys for delivering customer values profitably. They identify:
  1. Customers’ and stakeholders’ outcomes.
  2. Objectives (core and competitive).
  3. Activities.
  4. Resources that collectively form the execution capabilities.
Managers can use COAR maps to graphically link the activities and resources that support these objectives.
.
Core objectives and customer outcomes – the need for clarity
.
The starting point of making a COAR map is articulating the desired customer and stakeholder outcomes. Identifying customer outcomes gives managers insight into what customers truly value. Identifying specific outcomes forces a business to explain how it will deliver value to the customer differently than the other industry participants. Next businesses identify the internal core objectives that can deliver the value with the highest probability of profits. A core objective will be a specific and measurable output generated by the company. It will not only identify the output but also clarify for all members of the organization how it captures the part of the value that the customer is willing to pay for and what everyone has to do individually and collectively to deliver the core objectives.
.
In addition, it is imperative that company managers understand trade-offs that must be made during execution. This is clarified by establishing precisely who customers are and the capabilities that must be invested to meet core objectives.
.
Visualizing the process through the COAR maps brings execution issues to the surface at the design stage. By using the COAR map to visualize the capabilities needed for execution, executives can estimate whether the current assets and investments can achieve the core internal objectives. It is this “peek forward” into a virtual execution setting, and the opportunity to use it as a scenario-like tool to test alternatives, that increases the likelihood that managers will devise a stable and executable strategy."
A base para um mapa da estratégia e para as 4 perspectivas de um balanced scorecard clássico.
Capacidades = perspectiva dos recursos e infra-estruturas (onde investir)
Objectivos internos = perspectiva interna (onde trabalhar)
Clientes e partes interessadas + resultados = perspectiva dos clientes e ecossistema (resultados a nível de clientes)

Continua.

 Trechos retirados de "How strategy execution maps guided Cisco System’s Sales Incentive Compensation plan"

15. Quantos processos?

Foi amor à primeira vista quando em 2003(?) conheci a norma francesa FD X 50-176:2000 (Management des processus". Nessa norma, acerca da determinação dos processos de uma organização, pode ler-se:

Conjugando algumas NOTAS da FD X 50-176:2000 com uma matriz do documento da AFNOR, AC X 50-178:2002, temos:
Não precisamos de caracterizar todos os processos.



Contextual pricing

Ontem à tarde quando ia para o escritório passei por esta placa:

Interessante a diferença de preços entre o almoço e o jantar.

Especulo que os pratos sejam os mesmos, o que muda é o contexto, é o contexto do jantar, o que muda é o job to be done.

  • "Pricing isn’t a Math Problem — it’s a Psychology Problem.
  • "Price the customer, not the service" 


Exemplo concreto do contextual pricing:

domingo, junho 11, 2017

Curiosidade do dia

"Já ouvi várias vezes a Daniel Bessa esta frase: “quando as empresas querem justificar investimentos que não têm racionalidade dizem que se trata de investimentos estratégicos”.
É assim, de facto, nos privados. Quando entramos no perímetro do Estado, o tique é invocar-se o “interesse nacional” para justificar medidas ou investimentos onde se verifica uma de duas coisas (ou ambas, quando a coisa é mesmo má): falta de sustentação à luz de qualquer racionalidade que possa ser medida; ou um risco tão elevado que enormes perdas estão quase garantidas.
Ora, como o “interesse nacional” é suposto não ter preço, a sua invocação dispensa os seus alegados defensores dessa coisa aborrecida que é fazer contas que tenham sentido.
É precisamente isto que está a acontecer com a pressão para a entrada da Santa Casa da Misericórdia no capital do Montepio Geral, o que só nos pode deixar muito preocupados.
...
Já vai sendo tempo de salvar o país e os portugueses das garras desse maldito “interesse nacional” que só nos traz problemas e novas contas para pagar."
Trechos retirados de "Mãos ao ar! Isto é um negócio em nome do “interesse nacional”!"

"The dissatisfaction is fuel"

Não se pode ser um fanático do trabalho, por que tem de haver tempo para tudo. Afinal, por alguma razão na antiguidade, tenebrosa segundo muitos, criaram o dia de descanso semanal e tinham muitos feriados e festas religiosas.

No entanto, o problema da festa constante e da auto-satisfação reduz o stock de um importante combustível:
"For the creator who seeks to make something new, something better, something important, everywhere you look is something unsatisfying.
.
The dissatisfaction is fuel. Knowing you can improve it, realizing that you can and will make things better—the side effect is that today isn't what it could be.
.
You can't ignore the dissatisfaction, can't pretend the situation doesn't exist, not if you want to improve things.
.
Living in dissatisfaction today is the price we pay for the obligation to improve things tomorrow."

Tão novos e já tão velhos... (parte II)

Recordar o choradinho de Outubro de 2011, "Tão novos e já tão velhos..." e comparar com "Afinal o design está (mesmo) a apoderar-se da engenharia!"

Mais um sintoma da degenerescência dos media. Sempre prontos a emprestar um megafone a quem quer criar barreiras e sem nunca reflectir e mediar.

"the master design pattern for applying technology"

Há dias apresentei nesta "Curiosidade do dia" a diferença entre o lado vocal da Starbucks, muito activa na promoção do aumento do salário mínimo nos Estados americanos e, depois, a prática nas suas lojas. Uma empresa que pratica preços superiores, uma empresa que vende experiências, não devia dar tiros nos pés com o controlo dos custos. Há uma altura em que o que se poupa começa a corroer a marca.

Pelo contrário em, "Do More! What Amazon Teaches Us About AI and the “Jobless Future”" temos o exemplo de uma abordagem bem diferente quando uma empresa não desvia o olhar da mira do que os seus clientes-alvo premeiam e valorizam... a tal paranóia.

"Remember when it was amazing that Amazon offered free two-day shipping? Then free one-day shipping? Now for many products, it’s a matter of hours before your order is on your doorstep.
.
Amazon is constantly upping the ante. It doesn’t just cut costs. It uses technology to do more, delighting customers with better service and lower prices. And of course, Amazon’s customers respond by buying more products. Amazon grows faster, invests more, and delights more customers, who buy more, in a virtuous circle.[Moi ici comparar com o que sentimos acerca dos impostos e dos serviços públicos que supostamente são suportados por esse saque]
...
Amazon reminds us again and again that it isn’t technology that eliminates jobs, it is the short-sighted business decisions that use technology simply to cut costs and fatten corporate profits.[Moi ici: Isto depois do autor demonstrar que quanto mais robôs a Amazon adquire para os seus armazéns mais pessoas contrata]
...
This is the master design pattern for applying technology: Do more. Do things that were previously unimaginable.[Moi ici: Só assim se consegue subir na escala de valor, só assim se ganha o que Marn e Rosiello previam com o aumento do preço]
...
As logistics and delivery become more automated, and costs continue to fall, what other kinds of services might be completely rethought, putting people to work delighting each other with currently unimaginable products or levels of service?[Moi ici: Isto é a tal vantagem humana da interacção, da proximidade, da co-criação]
...
There is an enormous failure of imagination among those who think that we face a jobless future.[Moi ici: Conjugar esta abordagem baseada na interacção e na arte, com Mongo e a explosão de tribos e com o encolhimento populacional]
...
Whenever one thing becomes commoditized, something else becomes valuable."[Moi ici: Recordar "When something is commoditized, an adjacent market becomes valuable"]



São os incentivos, estúpido. Ou o que é demais é moléstia!

"Carlos Tavares, que no final do ano passado assumiu funções como assessor da administração da Caixa Geral de Depósitos, concordou que, "de facto, hoje o que resta à política económica é criar os incentivos correctos ou, pelo menos, não criar os incentivos errados". E recordou que "muita da má afectação de investimento deve-se a incentivos de política e regulatórios errados e que encaminham o investimento para os sectores errados". Aliás, acrescentou, "o próprio Estado foi um grande investidor no sector não transaccionável e acumulámos uma grande dívida pública e privada para investir em sectores que não foram os mais eficientes"."
Primeiro não existem sectores errados. Todos os sectores são necessários numa economia saudável.

Segundo, arrisco dizer que não existem incentivos correctos nem incentivos errados. Todos os incentivos são errados. Ponto

Terceiro, os incentivos pretendem reduzir a incerteza e as pessoas procuram "The choice for a sure bet". Resultado, vamos ter sempre um overshoot que torce e desforma o mercado. Recordar os exemplos do leite ou o das auto-estradas.

Prefiro a Via Negativa. Primeiro:
"Primum non nocere"
Ou seja (recordando Nassim Taleb em Antifragile):
"what is called in Latin via negativa, the negative way, after theological traditions, particularly in the Eastern Orthodox Church. Via negativa does not try to express what God is - leave that to the primitive brand of contemporary thinkers and philosophasters with scientistic tendencies. It just lists what God is not and proceeds by the process of elimination.
...
Recall that the interventionista focuses on positive action - doing. Just like positive definitions, we saw that acts of commission are respected and glorified by our primitive minds and lead to, say, naive government interventions that end in disaster, followed by generalized complaints about naive government interventions, as these, it is now accepted, end in disaster, followed by more naive government interventions. Acts of omission, not doing something, are not considered acts and do not appear to be part of one’s mission. ... I have used all my life a wonderfully simple heuristic: charlatans are recognizable in that they will give you positive advice, and only positive advice, exploiting our gullibility and sucker-proneness for recipes that hit you in a flash as just obvious, then evaporate later as you forget them.
...
in practice it is the negative that’s used by the pros, those selected by evolution: chess grandmasters usually win by not losing; people become rich by not going bust (particularly when others do); religions are mostly about interdicts; the learning of life is about what to avoid. You reduce most of your personal risks of accident thanks to a small number of measures.
...
So the central tenet of the epistemology I advocate is as follows: we know a lot more what is wrong than what is right, or, phrased according to the fragile/robust classification, negative knowledge (what is wrong, what does not work) is more robust to error than positive knowledge (what is right, what works). So knowledge grows by subtraction much more than by addition—given that what we know today might turn out to be wrong but what we know to be wrong cannot turn out to be right, at least not easily."


Trecho inicial retirado de "Daniel Bessa: "Não há razão nenhuma para não ser corrupto em Portugal""

sábado, junho 10, 2017

Curiosidade do dia

"Apesar da emergência, como o Estado está cansado de ajudar bancos com os impostos dos pobres, desta vez achou que seria melhor envolver directamente os próprios pobres. A solução que, segundo a imprensa, está a ser cozinhada, é tapar o buraco com dinheiro da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e da União das Misericórdias Portuguesas. Vamos ilibar banqueiros arrombando a caixa das esmolas.
.
Se nenhum operador financeiro normal acha boa ideia colocar fundos na Caixa Montepio, por que razão o devem fazer as seculares Santas Casas? Elas existem exclusivamente para praticar as catorze obras de misericórdia, onde não consta esbanjar dinheiro para ilibar falências."
Trecho retirado de "Banca assalta esmolas"

Quando a comoditização bate à porta

A comoditização pode bater à porta.

Não creio que as PME possam ter sucesso no campeonato da comoditização. No entanto, acho este artigo, "What to do when a specialty-chemical business gets commoditized", muito interessante. A linguagem utilizada, a clareza.

"Strategy is definitely about action, and it is certainly about making money"

"Strategy is definitely about action, and it is certainly about making money. In fact, one of the key reasons most companies aren’t performing well is a lack of good strategy.
.
Strategy isn’t supposed to be about theories and three-ring binders gathering dust on office shelves.  Strategy is about defining a game plan that directs each action taken by people at your company– all day, every day.
...
Companies without strong strategies tend to communicate with their customers through disjointed, confusing messages. The result is that customers are confused, and aren’t sure why they should buy from these companies.
.
When a company has a clear brand strategy that defines what they want customers to think about them, it is more likely that they will create communications that are clear, compelling and differentiated. Are you clear about what differentiates you in meaningful ways? Are you clear about what you want your customers to think about your company?"
Trechos retirados de "Strategy Should Make You Money Now"

Coisas versus experiências (parte II)

Parte I.

"Unlike real-estate gentrification, where the arrival of more affluent people displaces lower-income residents in a neighborhood, hipsters generally aren’t displacing workers at more conventional businesses in the same industry, Mr. Ocejo says.
.
A trendy whole-animal butcher isn’t pushing out the local butcher shop, he says, since it likely “closed a long time ago when the Italians moved out.” And it isn’t hurting the halal butchers in the neighborhood either, since those shops serve a different clientele.
.
They’ve created a niche that didn’t exist before, and they’re operating along parallel but very, very separate paths” with pre-existing businesses, Mr. Ocejo says."

Trechos retirados de "Why Old-Timey Jobs Are Hot Again"

Acerca das exportações YTD

Olhando para os números do acumulado das exportações nos primeiros 4 meses de 2017 e 2016, e usando a minha habitual bitola, é possível perceber que as exportações das PME continuam a crescer a bom ritmo sobretudo à conta do crescimento espectacular das exportações de máquinas, aparelhos e material eléctrico.

Este ano as exportações de commodities estão ao rubro, Por exemplo, as exportações de combustíveis cresceram 70%.

Recordo a expansão da área de conforto. Quando a Federação Russa bloqueou a importação da fruta portuguesa em 2014 foi o choradinho do costume dos coitadinhos do regime. Agora constato que este ano está a crescer cerca de 30%.

Em 2013 exportámos 340 milhões de euros de fruta.
Em 2014 exportámos 433 milhões de euros de fruta.
Em 2015 exportámos 496 milhões de euros de fruta.
Em 2016 exportámos 521 milhões de euros de fruta.
Em 2017 estamos a crescer 30% homólogos... os artesãos da fruta estão a portar-se bem.

Como os media fazem parte da situação não vão referir a boleia das commodities.


sexta-feira, junho 09, 2017

Curiosidade do dia

Noutros tempos este tipo de relato:
"Em menos de três anos, o salário base dos novos contratos permanentes caiu quase 21% e está cada vez mais próximo da remuneração dos trabalhadores com contratos não permanentes. A conclusão é de um estudo da autoria de João Ramos de Almeida, consultor do Observatório sobre Crises e Alternativas, que analisou as remunerações dos trabalhadores contratados de 2013 em diante e os seus vínculos contratuais."
Geraria uma procissão de indignados, fóruns radiofónicos, inquéritos parlamentares, prós e contras do regime et al.

Hoje em dia voltamos à normalidade.

Trecho retirado de "Salário dos novos contratos permanentes caíram 21% em três anos"

Gestão por processos

Seremos responsáveis por uma formação sobre "Gestão por processos", organizada pelo Centro Tecnológico do Calçado em São João da Madeira a partir de 4 de Julho próximo.

Interessados podem inscrever-se.

Para reflexão (parte II)

Parte I.

Ainda ontem escrevia sobre o tema da economia das experiências. Entretanto encontrei mais outro motivo de reflexão "Eduardo Zamácola (Acotex): “El consumidor es capaz de gastarse 100 euros en una cena pero no en una camisa”":
"España parece que está saliendo de la crisis, y está mucho mejor, pero tenemos que ver dónde se está gastando el dinero el consumidor. La restauración está teniendo un crecimiento brutal. El consumidor es capaz de gastarse 100 euros en una cena pero no en una camisa, y eso es porque la restauración lo ha hecho muy bien."
Qual o impacte desta tendência na escolha de novas prateleiras, por exemplo?

Prioridades

Há dias li "Stop Thinking “Productivity” — Start Thinking “Problem Solving”".

Ontem, durante a realização de uma auditoria, lembrei-me logo deste artigo.

Estava a aguardar poder conversar com um operário que estava a reparar uma máquina. Conseguiu repará-la e começámos a conversar e, por três ou quatro vezes, a conversa foi interrompida para ele voltar a pôr a máquina em funcionamento.

- Então, o que se passa? - perguntei
- É um componente X que está a funcionar mal, já pedi a compra de um componente X novo mas enquanto não vem a máquina está sempre a parar.
- E regista essas paragens?
- Não. Toda a gente sabe que isto está assim.
- Toda a gente? Diga-me uma coisa: quando o componente X está a funcionar bem quanto produz?
- 4000 unidades por hora
- E agora, quanto consegue produzir?
- Cerca de 3100 unidades por hora
- Quer dizer que por cada dia que se demora a comprar e instalar o componente X perdem-se 900 unidades por hora, ou seja cerca de 7200 unidades por dia.

Quanto custa a perda de 7200 unidades não produzidas por dia?

Quando se pensa na produtividade de uma linha pensa-se que ela está a funcionar a 100%. No entanto, muitas vezes ela está assolada por falhas como estas. Ou seja, antes de pensar em melhorar o padrão, porque não reduzir os problemas mais importantes?

Nunca esquecer esta longa série de cromos



Agora até Caldeira Cabral se rende aos números, "O elogio dos exportadores":
"Desde 2005 as exportações portuguesas tiveram uma performance superior às da Alemanha, que é muitas vezes referida como exemplo pela boa performance nas exportações, referiu Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, no discurso de entrega de prémios Excellens Oeconomia, que se realizou a 25 de Maio no Four Seasons Hotel Ritz. De facto "a Alemanha teve uma performance superior para os principais mercados para onde exporta e passou de um indicador em 2005 de 100 para um indicador de 115, isto é, superior em 15% ao crescimento dos seus próprios mercados. Portugal passou de 100 para 125, superou em 25% o crescimento dos seus próprios mercados e ganhou quota de mercado, depois de ter estado mais de uma década a perder sistematicamente quota de mercado.""
Nunca esquecer esta longa série de cromos que perderam contra este anónimo da província.

quinta-feira, junho 08, 2017

O regresso

Guardei este artigo de Março último, "Preços de fábrica na China sobem pelo sexto mês consecutivo".

A verdade é que estes últimos quinze dias têm sido impressionantes em contactos em primeira mão em que todos me relatam o frenesim que vai pelo mercado de trabalho.

O modelo económico dos últimos 30 anos está a transformar-se rapidamente. O regresso da produção asiática à Europa está a acelerar.

Recordar Maio de 2006 e os nenúfares do lago.

Perspetivas 2030 – Cenários e estratégias

Próxima segunda-feira em São João da Madeira:
Estão convidados.


Para reflexão

Primeiro este título "Indicador del Comercio de Moda: las ventas vuelven a caer y retroceden un 0,7% en mayo"

Pelo segundo mês consecutivo as vendas de moda em Espanha baixam.

Desemprego? Em baixa!
Emprego? Em alta!
PIB? Estima-se que pode crescer 2,8%!

Por que baixam as vendas?

Pode ser o online?

Depois este título "Experience Economy Is Here! Brits Swap 'Stuff' For Dates And Movies":
"Welcome to the experience economy. That seems to be the headline from research conducted by the British Retail Consortium and KPMG, as well as Barclays. Us Brits apparently have enough "stuff" and we're focussing on experiences ahead of buying more "stuff."
.
That might sound too simplistic, but ultimately, it could be what the figures are telling us. Retail spending is down nearly half a percent on last month, whereas this time last year it was going up half a percent, according to the BRC and KPMG figures. Food sales have slowed to growth of just over 4% in May -- again, compared to much bigger growth in the corresponding month the year before. So we're still spending on food but retail discretionary spend is down.
.
Now, contrast this with eating out and going to the cinema. According to separate figures from Barclaycard, British consumers are enjoying nights out like never before. While retail spend over the last 10 months is up just under 3%, entertainment has rocketed 12%, with eating out and restaurant expenditure rocketing up to just under 12% growth in the past 10 months alone. At the same time, spending on household goods and fashion is down nearly 3%."

I rest my case: competitividade e CUT (parte VII)

 Parte Iparte IIparte IIIparte IV, parte V e parte VI.
"De acordo com a OCDE, o crescimento português continua a ser suportado pelo aumento das exportações, com a venda de bens para os parceiros extracomunitários a recuperar de forma particularmente evidente — a organização destaca Angola, Brasil e a China. A previsão é de um aumento de 5,5% das exportações totais de bens e serviços este ano, uma aceleração face aos 4,4% registados em 2016. Para 2018, está projetado um abrandamento do crescimento, que deverá atingir ainda assim os 4,5%. “O volume das exportações vai registar um forte aumento devido às melhorias continuadas na competitividade dos custos”, adianta o documento."
Uma justificação que me parece completamente errada mas eu só sou um mero anónimo da província.

Trecho retirado de "OCDE revê em alta crescimento de 2017 para 2,1%"

quarta-feira, junho 07, 2017

Curiosidade do dia

Interessante olhar para os gráficos de "The U.K. Election Winner Will Be Saddled With a Lousy Economic Outlook" e começar a imaginar qual o impacte que teria na economia portuguesa uma saída da zona euro.

Um exemplo que ilustra o aumento da incerteza.

Acerca do reshoring

Uma tendência que adivinhámos aqui há muitos anos: reshoring.

Fonte "US and Italy take lead in repatriating manufacturing":
"Above all, firms are reshoring production centres that had been outsourced to China. European companies are also returning from the Far East,
...
Reasons for returning
The cost of labour – frequently the only criterion taken into account when offshoring production – is also on the rise in countries far away from the parent company, increasing by up to 15% a year in China, for example. Savings on labour are no longer offsetting higher logistics and customs costs.
.
At the same time, consumers are more demanding. Closer proximity to production facilities allows greater quality control, better links between R&D and production divisions, faster delivery times, prompt customer support and an increasingly important factor – flaunting the “Made in...” label." [Moi ici: O poder da interacção, a vantagem competitiva dos humanos]
Fonte "Reshoring Exceeded Offshoring in 2016":
"a variety of issues affecting reshoring. Here are some highlights:
.
• Proximity to customers was the leading factor in 2016, followed by government incentives, skilled workforce availability and ecosystem synergies."

14. Abordagem por processos e riscos

Voltando ao fluxograma que descreve o fluxo do processo.

Esta tarde estarei numa empresa sem sistema da qualidade, sem controlo sistemático do processo ou da qualidade. No âmbito do trabalho inicial para implementar um sistema da qualidade ISO 9001, para cada processo, os participantes preencheram uma tabela com as seguintes colunas:
  • Etapa do processo
  • O que pode correr mal (riscos)
  • Medidas preventivas existentes
  • Medidas preventivas que poderão ser implementadas
  • Oportunidades de melhoria
  • O que controlar?
  • Quem controla?
  • Frequência de controlo?
  • Ferramentas de controlo?
  • Onde registar?
A base para implementar um sistema de controlo do processo e da qualidade a partir do fluxograma

Mudar o modelo de negócio para salvar uma empresa (parte II)

Parte I.

Interessante este esquema que ilustra como as empresas do sector têxtil podem subir na escala de valor:

Imagens retiradas de "The Apparel Global Value Chain: Economic Upgrading and Workforce Development"

"humanity is a competitive advantage"

"The tyranny of the urgent wages a daily battle with the existential importance of the strategic
.
Here’s the challenge with the long term. It’s fuzzy. Even with my contact lenses on, I can’t make it out well. If a few years ago I told you about the political events of today, I doubt you would have believed me. Heck, I wouldn’t have believed me.
.
In stark contrast, the short term is bright. And clear. And screaming. And smacking you in the face.
.
And that’s why companies make decisions like hitting customers with an upsell every single time they check out instead of adding value to the customer’s life.
.
However, if your brand overlooks the long term, it creates an existential threat.
...
Endless brands lack humanity. And in the age of increasing capabilities of artificial intelligence, chatbots, marketing automation and ecommerce, brands can harken back to the earliest days of human-to-human commerce to find a competitive advantage.
.
In the age of Amazon, humanity is a competitive advantage.
Every retailer’s biggest competitor is Amazon."
.
Trechos retirados de "The Radical Idea: Customer-first marketing prioritizes customer experience over upsells"

terça-feira, junho 06, 2017

Curiosidade do dia

Lembro-me deste tipo de decisão gerar muita polémica "Oito milhões de euros afastam Portugal da Expo Universal de Milão". Tanta gente que rasgava as vestes e queria festa à custa dos saxões.

Agora tudo corre sem problemas "As Expos ainda interessam a Portugal? Este ano, a contenção de despesa voltou a falar mais alto".

Isto é sinal de progresso!!! Custou mas muita gente, sobretudo a que tem acesso aos media para lançar as campanhas de indignação aprendeu o valor do dinheiro. #BEM!!!

Coisas versus experiências

"The bad news (or good, depending on your viewpoint) is that none of this is going to change. Work is going to become even more bitty and insecure. The concept of a “job for life” has seemed outmoded for a while now. In the future, it seems doubtful whether “jobs” as we know them will exist at all. Many, of course, will be done away with by the much- prophesied automated takeover of everything from truck driving to brain surgery. But that is only half the story. Something more basic is under threat: the entire edifice of office- based, nine-to-five employment that has defined our working lives for at least a century.
...
Such a future strikes fear into many.
...
Unemployment will rise. Wages may drop. A new model of welfare will have to emerge, to ensure that those pushed out of the workplace can survive.
...
On the other hand, lamenting the fact of change seems futile. There was nothing necessary, or inherently “right”, about the old model. It was simply what — before the advent of globalisation, the internet and widespread automation — made most sense.
...
Richard Ocejo’s Masters of Craft addresses one facet of this changing landscape: the revival of certain craft or artisanal jobs that were once cornerstones of the industrialised city. A growing number of educated young people, Ocejo notes, are forgoing well-paid careers  in the knowledge sector in favour of these “new-old” jobs.
...
Traditionally, professions such as bartending and butchery were low-status and poorly paid. Those who did them had few options. Today, while these jobs are still relatively poorly paid, they have become “cool”. And in their remade form, they provide services that are considerably higher-end — and more expensive — than ever before."
Mongo e a explosão de tribos na encruzilhada com a economia das experiências e o renascimento dos artesãos.

Como é que as empresas habituadas ao século XX vão integrar-se neste contexto? E os Estados?

Trechos retirados de "A job for life: the ‘new economy’ and the rise of the artisan career"

Caldeira Cabral e a retroactividade

O ministro Caldeira Cabral acha que Portugal é um oásis de crescimento e que tudo aconteceu nos últimos meses.

Quanto ao oásis, ontem acrescentei mais três sintomas, como este "Eurozone recovery becomes surprise economic story of 2017" aos comentários de "Se a conjuntura explicasse tudo, a aceleração não seria apenas em Portugal".

Quanto à responsabilidade e calendário em Portugal acrescento "Eco Parque de Estarreja já conta com 27 empresas e mil postos de trabalho":
"“O Eco Parque Empresarial de Estarreja continua numa trajetória de evolução que teve nos últimos 4 anos um crescimento de 80% no que diz respeito ao número de empresas. A subida de 15, em 2013, para 27 empresas,
...
Desde 2014, o número de postos de trabalho registou uma subida de 62%, rondando hoje os mil empregos naquele parque empresarial."












13. Processos, funções, competências


A partir do momento em que desenhamos um fluxograma, em que listamos um conjunto de actividades e as relacionamos com uma função. Por exemplo, o Resp. do Departamento Comercial tem autoridade para :

3. Recolher materiais

  • Analisar solas e outros materiais novos (encaixam-se na colecção? Fazem sentido na colecção?)
  • Elaborar Plano de materiais e Ficha de Material
  • Modelação recolhe retalho de cada pele nova e envia para fornecedor de pele ou de acabamento a pedir soluções de acabamento e os produtos a usar 
  • Receber informação, acrescentar características a controlar e preparar Ficha de Material para entregar ao Armazém

A partir daqui é possível colocar as questões:
  • que conhecimentos ou experiência deve ter um Resp. do Departamento Comercial para ser competente na etapa de recolha de materiais?
  • que comportamentos deve um Resp. do Departamento Comercial exibir para ser competente na etapa de recolha de materiais?
E quando se avalia o desempenho de um processo e se conclui que é preciso melhorá-lo?

Em que medida é que é preciso melhorar os conhecimentos, ou a experiência, ou os comportamentos de cada uma das funções intervenientes?

E quando iniciativas estratégicas requerem melhorias no desempenho de funções que operam em um ou mais processos?

Em que medida é que é preciso melhorar os conhecimentos, ou a experiência, ou os comportamentos de cada uma das funções intervenientes?

"If your private life conflicts with your intellectual opinion..."

"It is immoral to be in opposition of the market system and not live (like the Unabomber) in a hut isolated from it
.
But there is worse:
.
It is even more, much more immoral to claim virtue without fully living with its direct consequences
...
As we saw with the interventionistas, a certain class of theoretical people can despise the details of reality, and completely so. If you believe that you are right in theory, you can completely ignore the real world –and vice versa. And you don’t really care how your ideas affect others because your ideas make you belong to some virtuous status that is impervious to how it affects others.
...
If your private life conflicts with your intellectual opinion, it cancels your intellectual ideas, not your private life
.
and
.
If your private actions do not generalize then you cannot have general ideas"
Que dizer dos grandes defensores da escola pública que sempre tiveram os seus filhos num colégio privado com nome estrangeiro na zona de Cascais e até foram ministros de governos de esquerda?

Trechos retirados de "The Merchandising of Virtue"

segunda-feira, junho 05, 2017

Curiosidade do dia

"Balsemão: Media só são independentes se ganharem dinheiro"

Como os media perdem dinheiro podemos concluir com autoridade aquilo que já suspeitávamos, não são independentes.

Abrir uma caixa de Pandora?


A propósito deste texto de opinião "Os condomínios de Coase" nem de propósito, esta leitura de há dias "Why Uncertainty Makes Us Less Likely to Take Risks":
"Our willpower diminishes when the outcome is ambiguous. “People really want to avoid uncertainty,”
...
“Whether or not we prefer the future or the present, whether or not we delay our choices, depends in large part upon the uncertainty of what we face,”
...
“People really don’t like the complexity and cognitive load of making decisions under uncertain circumstances,”"
E mais esta de ontem, "Not Quite Rational Man":
"One increasingly acknowledged flaw of neoclassical theory is its oversimplified model of human nature, known by academics as “homo-economicus.”"

12. Caracterizar um processo

Caracterizar um processo.

Atribuímos-lhe uma designação.

Estabelecemos uma finalidade, uma razão de ser.

Determinamos um conjunto de indicadores para avaliar quer a eficácia, o grau de cumprimento da finalidade, quer a eficiência, o grau de cumprimento de recursos.

Traçamos as fronteiras do processo. Onde é que ele começa, como é que ele começa, o que o desencadeia e quem o desencadeia. Onde é que ele acaba, o que produz e a quem o entrega.

Desenhamos um fluxograma que descreve o fluxo, o caudal das actividades e tarefas de forma cronológica:
Uma vez feito o fluxograma podemos fazer a ligação às funções e às pessoas. Que funções participam em cada etapa do processo? Com que grau de autoridade ou de responsabilidade?

E esta é a base para relacionar processos, funções, pessoas e competências.

Mudar o modelo de negócio para salvar uma empresa

Se recuar no tempo há um livro que se destaca por me ter dado bases para generalizar sobre o que então começava a coleccionar com o meu trabalho: "How We Compete: What Companies Around the World Are Doing to Make it in Today's Global Economy".

Nunca esqueço uma citação desse livro:
“… there are no “sunset” industries condemned to disappear in high wage economies, although there are certainly sunset and condemned strategies, among them building a business on the advantages to be gained by cheap labor”
Citação tão bem ilustrada pelas empresas de calçado incapazes de competir a produzir sapatos que se vendiam na prateleira por 20€ e passaram a dar cartas a produzir sapatos que se vendem na prateleira a 300€.

Muitas vezes é preciso mudar o modelo de negócio para salvar uma empresa. Um excelente exemplo sobre o tema em "Renascer das cinzas. Um fato à distância de um clique":
"Francisco Batista pegou numa empresa moribunda, a CBI – Indústria de Vestuário e converteu-a numa unidade rentável focada no negócio da confeção de vestuário feminino e masculino de alta qualidade. Orientada para o segmento médio-alto, a empresa exporta 90% da sua produção
...
A lógica é sempre a mesma: aproveitar a mão-de-obra especializada, “o capital mais importante para recuperar a empresa”, e depois rever o modelo de negócio para ganhar competitividade e apostar nos mercados externos.
...
 “renovar a atividade para nichos de mercados onde é possível competir através de uma maior qualidade”. “Em grandes quantidades não conseguimos competir”, frisa."

Muito para aprender (parte III)

Parte I e parte II.

E recuo a reflexões de 2012 e de 2015:

E gente de Mirandela que não produz azeite "Pai e filha fazem dos melhores azeites do mundo" nem corre atrás do sucesso efémero:
"A nova colheita de azeite virgem extra da Magna Olea foi distinguida com a medalha de ouro (Golden Award) no concurso internacional NYIOOC – New York International Olive Oil Competition. E arrecadou ainda a medalha Premier – Best of the Show no concurso Olive Japan, tendo sido a única marca portuguesa a conseguir esse feito, ao lado de mais 11 marcas internacionais.
.
O NYIOOC distinguiu ainda outros dez produtores portugueses: Innoliva, Sociedade Agrícola do Conde, Fitagro, Trás-os-Montes Prime, Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, Sovena, Casa de Valpereiro, Casa de Santo Amaro, Cooperativa de Olivicultores de Valpaços e a Masaedo."
Já existe uma vanguarda que descobriu o que é relevante para subir na escala de valor. No entanto, parece que ainda há uma multidão que precisa de percorrer a sua Estrada de Damasco e encontrar o seu Ananias:
Números daqui.

BTW, mais gente com matéria-prima para o caminho certo

domingo, junho 04, 2017

Curiosidade do dia

"The choice for a sure bet"

"people overwhelmingly opt for certainty, regardless of whether that certainty is in the present or the future, or whether it pertains to gains or losses. Interestingly, these findings break with a foundational theory of behavioral economics first outlined in 1979.
.
Prospect theory, as it’s known, asserts that when there is something to be gained, we tend to choose certainty over uncertainty.
...
These contrasting preferences have been replicated hundreds of times by hundreds of researchers across myriad contexts, which is why Hardisty and Pfeffer were puzzled by results at odds with the theory’s predictions. By injecting temporal considerations into the equation, the researchers found that even when people face losses, they favor certainty over uncertainty.
...
“People really don’t like the complexity and cognitive load of making decisions under uncertain circumstances,” says Pfeffer. The choice for a sure bet, he says, may be the mental equivalent of shrugging in resignation."
Trechos retirados de "Why Uncertainty Makes Us Less Likely to Take Risks"

Unintended consequences

O fim da massa

Relacionar "Greatest hits are exhausting" com o fim do século XX e das economias baseadas na eficiência e na massa.

Recordar o que aqui costumamos escrever acerca da explosão do número de tribos e da sua crescente radicalizado de gosto.
"To make something popular, the creator leaves out the hard parts and amps up the crowd-pleasing riffs. To make something popular, the creator knows that she's dumbing things down in exchange for attention.
.
The songs you love the most, the soundtrack of your life--almost none of them were #1 on the Billboard charts. And the same goes for the books that changed the way you see the world or the lessons that have transformed your life."

Para reflexão

Comparar este texto "Starbucks baristas get big raises: 5% or more"(Julho de 2016) e mais este outro "Pay raises at J.P. Morgan, Starbucks don’t justify a higher minimum wage" (Julho de 2016) com "Starbucks Baristas Are Mad As Hell (at Starbucks) and They're Not Going To Take It Anymore".


sábado, junho 03, 2017

Curiosidade do dia

"A vida na sociedade contemporânea é difícil, exigente, perigosa. Por isso, o Estado faz leis para facilitar a vida aos cidadãos. Leis, decretos-leis, decretos simples, portarias, despachos, resoluções, pareceres, deliberações, regulamentos e muitos outros diplomas. Por causa de todas essas regras que o Estado produz para nos facilitar a vida, a vida contemporânea ficou mais difícil, levando o Estado a criar mais diplomas e a organizar códigos, diários legislativos e comentários para os entender. Até que tudo se transformou numa enorme torrente de textos, contínua e imparável, que pretende regular, cada vez mais e melhor, a vida que, na realidade, continua igual ao que sempre foi."
Trecho retirado de "A selva legislativa"

Cuidado com as médias

A propósito deste título "“Na Europa, cada mil milhões de euros de exportações apoiam 14 mil empregos”"

Este é o pensamento que critiquei no Senhor dos Perdões, ver a economia como um monólito, como uma realidade homogénea.

Como é que é possível lançar um número como este e esperar que tenha algum significado?

O perfil de exportações português é diferente do alemão e diferente do romeno, por exemplo. Por exemplo, em 2016 a rubrica "Viagens e turismo" representou mais de mil milhões de crescimento das exportações. Quantos empregos foram criados? Muito mais do que 14 mil.

Recordar esta lição.

Surpresas

Ontem de manhã, antes de uma reunião de trabalho numa empresa, folheei o último Boletim Económico (maio de 2017) do Banco de Portugal e foi um festival de surpresas.

Tendo em conta o que os media relatam acerca da economia portuguesa nestes tempos e o que relatavam quando a actual situação era oposição esperava diferenças abissais. No entanto:
"De acordo com o Inquérito ao Emprego do INE, em 2016 o número total de desempregados diminuiu 11,4 por cento em termos homólogos, após a queda de 11,0 por cento registada em 2015
...
Neste âmbito, o número de indivíduos desempregados à procura de emprego há 12 ou mais meses registou em 2016 uma queda de 13,4 por cento (após menos 13,7 por cento em 2015).
...
De acordo com o Inquérito ao Emprego, o emprego total aumentou 1,2 por cento em 2016, após um aumento de 1,1 por cento em 2015. Esta evolução reflete o crescimento do emprego por conta de outrem (2,1 por cento) dado que o emprego por conta própria registou uma queda pronunciada (3,2 por cento). Em termos setoriais, o principal contributo para a taxa de variação homóloga do emprego por conta de outrem registou-se nos serviços transacionáveis, que incluem as atividades ligadas ao turismo.
...
Em 2016, o consumo privado apresentou um crescimento de 2,3 por cento, ou seja, um valor inferior em 0,3 p.p. ao registado em 2015."[Moi ici: Esta última nunca passaria pela cabeça de ninguém]

Acerca da evolução das importações

"O ‘think tank’ Bruegel analisa a evolução do saldo comercial das economias da periferia da Europa e conclui que, tirando a Grécia, o ajustamento veio do aumento das vendas ao exterior e não da quebra das importações.
...
Quase uma década mais tarde, os autores propõe-se desconstruir esse mito, concluindo que na maioria dos países as importações aumentaram pouco e foram as exportações que ajudaram a equilibrar a frente externa. Em Portugal, entre 2008 e 2016, o saldo da balança corrente melhorou cerca de 8,5 pontos percentuais do PIB, que resultam de mais 11 pontos das exportações, sendo penalizado por 2,5 pontos nas importações (que aumentaram). Desde 2013 que o país tem um excedente."
De um lado temos os sofistas sempre dispostos a argumentar qualquer coisa em prol do seu clube:


Do outro, anónimos como eu que fazem contas e procuram ancorar o pensamento em factos:
"Os resultados são interessantes e fogem do que estava à espera.
...
Primeira surpresa: as importações de bens em 2012 superaram as de 2010 (no referido período)"
Trechos iniciais retirados de "Bruegel: o mérito do ajustamento externo é das exportações

Fruta e o século XXI

Este é o blogue que promove a concorrência imperfeita e os monopólios informais. Agora reparem neste relato que contraria a narrativa da economia do século XX:
"For years, economists have believed that competition tends to equalize profits across firms, as inefficient firms either learn from better ones or go out of business, and as new firms enter markets and so compete away high profits. Several things, however, suggest that we need to change our mental model, because this basic common sense intuition might be wrong.
...
An upper tail of companies and countries has maintained high and rising levels of productivity. These productivity leaders are pulling ever-further away from the lower tail. Or, put differently, rates of technological diffusion from leaders to laggards have slowed, and perhaps even stalled, recently.
...
All this is the exact opposite of what we’d expect to see if competition equalized profits."
Agora imaginem uma narrativa baseada na concorrência imperfeita e nos monopólios informais. Nesse modelo o preço não é a base da vantagem competitiva. Um cliente não compra porque o preço é o mais baixo.

Agora que vim morar para Vila Nova de Gaia surpreendo-me com a quantidade de lojas de fruta que encontro e que existem há anos e anos apesar da distribuição grande toda que existe num raio de mil metros. Será que a fruta nestas lojinhas é mais barata que no Continente? Nope!

Será que a produtividade é mais alta nestes lojinhas? Nope!

A vantagem competitiva destas lojinhas não é o preço... é o sabor!!!

Quando se constrói uma marca forte e uma proposta de valor que não assenta no preço... a narrativa do século XX cai por terra, é preciso outra lógica económica para explicar o século XXI.

Trechos retirados de "The end of competition?"

sexta-feira, junho 02, 2017

Curiosidade do dia

Exemplo típico de jogador de bilhar amador:
"o mesmo agente político que diz que é preciso anular o risco, reforçando até a legislação sobre isso, é o mesmo que "diz que não se percebe porque não se financia a economia". Contudo, essas "são duas promessas completamente insustentáveis".
.
É que se o agente político não quer que bancos corram riscos, isso vai ter impacto no financiamento da economia, em menor concessão de crédito a empresas e famílias.
.
Já se o agente político quer que conceda financiamento sem olhar ao risco, no final alguém terá de pagar por decisões mal tomadas."
Já muitas vezes dei comigo a pensar nisto. Jerónimo & Martins aparecem às segundas, terças e quartas a defender mãos largas para os empréstimos. Depois, às quintas, sextas e sábados protestam por causa das impedirdes dos bancos. Go figure.

Trecho retirado de "Carlos Costa diz que políticos pedem medidas contraditórias aos bancos"