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segunda-feira, novembro 11, 2019

Customização - uma vantagem competitiva

Olha, um exemplo concreto de subida na escala de valor, o sector do mobiliário, "Design e customização dão nova vida ao setor do mobiliário":
"O setor do mobiliário ganhou dinamismo na última década. As exportações cresceram mil milhões de euros nos últimos oito anos e representam atualmente cerca de 90% da produção do setor. “Existem menos empresas e menos trabalhadores no global"
Entretanto, este ano, de Janeiro a Setembro, as exportações chegaram aos 1485 milhões de euros, mais 3% do que no mesmo período de 2018.
Entretanto, este ano, de Janeiro a Setembro, as importações chegaram aos 900 milhões de euros, mais 3% do que no mesmo período de 2018.

Exportamos para um segmento médio-alto e importamos para o segmento mais barato. Coisa que o bicicletas ainda não aprendeu.
"O design e a criação de marca também foram determinantes no dinamismo que faz do cluster do mobiliário um dos atuais front runners da economia nacional. “O setor evoluiu imenso, quer pelo processo de internacionalização da indústria, ...  quer pela criação de marca, que levaram ao momento atual em que somos reconhecidos internacionalmente como um dos melhores produtores do mundo neste setor”
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“Temos instalados os melhores equipamentos, mas, devido à dimensão das nossas empresas – maioritariamente PME -, não temos uma mass production, mas sim uma mass costumization, e é aí que está a nossa vantagem competitiva”, afirma o responsável da APIMA para quem o facto de este ser um setor “pulverizado por PME”, facilitar a adaptação a esta nova revolução.
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Já Vítor Poças alerta para a necessidade de captação de recursos humanos bem capacitados para fazer face à nova realidade. “Não podemos andar com o carro à frente dos bois porque corremos o risco de estarmos bastante avançados tecnologicamente e não termos recursos humanos devidamente preparados para essa nova tipologia de indústria, mais tecnológica, digital e robotizada”, afirma o responsável da AIMMP, associação que, juntamente com a Confederação Europeia da Indústria de Madeira, lançou um seminário internacional que tem como um dos objetivos melhorar a imagem e atratividade do setor como forma de captação e retenção de talentos para a indústria 4.0. “Se conseguirmos ter recursos humanos capazes, um design capaz, a ligação entre a conceção e a produção e uma produção mais automatizada e robotizada, começamos a ter uma estrutura muito forte neste caminho da indústria 4.0”, admite."
Recordo a série de 2012 e 2013, "O exemplo do mobiliário".

sábado, junho 29, 2019

Novos velhos, uma recordação

Há várias perspectivas pelas quais se pode analisar este artigo "This Founder Almost Shut Down Her Design Business After Year 1. Now It Has 400 Employees and a 9-Figure Revenue". Uma delas permite meter-me com os novos que são velhos e os velhos que são velhos.

Recordo Tão novos e já tão velhos ... (Outubro de 2011) e comparo com estes trechos do artigo:
"My investors didn't initially believe in the crowdsourcing aspect of the business, so I hedged my bets by also selling stationery from a collection of well-known stationery brands. I hired an intern and spent my evenings working on my passion: the crowdsourcing experiment. When we started posting the winners of our first crowdsourced-design challenge, sales started to slowly trickle in. And among the few orders we had, it wasn't the established brands that were selling, but rather the crowdsourced designs.
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It became clear soon that this was a valuable, talented community. I realized that we had tapped into something a lot bigger. They could produce art and design work for many, many industries and businesses.
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I really love the artists and the designers and I really wanted to bring their work to the world. Proving the point of American meritocracy to the establishment was a really interesting hypothesis that I wanted to see play out. Many of these artists and designers are transitioning from other careers like, for example, an Alaskan oil rig worker and a master plumber in New York. I would say probably 20 percent of the designers probably are fully making a living from Minted."
Outra das perspectivas de análise parte deste trecho:
"My investors didn't initially believe in the crowdsourcing aspect of the business, so I hedged my bets by also selling stationery from a collection of well-known stationery brands. I hired an intern and spent my evenings working on my passion: the crowdsourcing experiment. When we started posting the winners of our first crowdsourced-design challenge, sales started to slowly trickle in. And among the few orders we had, it wasn't the established brands that were selling, but rather the crowdsourced designs." 
Por que é que alguém há-de fazer a compra de uma marca conhecida numa loja online desconhecida? No entanto, as probabilidades melhoram quando uma loja desconhecida oferece algo diferente.

terça-feira, janeiro 15, 2019

Outro amador a jogar bilhar

Em Outubro de 2011 escrevi "Tão novos e já tão velhos..." e em Outubro de 2016 escrevi "Voltem a recordar os novos-velhos".

Agora, em Janeiro de 2019, ainda consigo ficar admirado com isto "Miguel Vieira quer cotas para produtos portugueses" [Moi ici: Eu fui ensinado a escrever quota neste contexto].

Esta postura de Miguel Vieira faz-me recordar os totós da APROLEP, os tais de "Karma is a bitch!!! Ou os jogadores de bilhar amador no poder!". Miguel Vieira resolve apelar ao proteccionismo, enquanto apresenta a sua colecção em Milão. Se calhar, como a malta da APROLEP, quer proteccionismo para os portugueses, mas não quer que os outros pratiquem proteccionismo em relação aos portugueses.
"O ‘designer’ Miguel Vieira pede ao Governo e aos industriais têxteis o apoio aos criadores portugueses, cotas “para haver um produto português” e “uma grande campanha para se consumir o que é português”. Miguel Vieira apresentou este domingo a coleção outono-inverno/2020 na semana da moda masculina de Milão (Itália) e, em entrevista à agência Lusa, assume um discurso reivindicativo.
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Segundo aquele criador, os ‘designers’ não estão a ter oportunidade, porque, ao quererem fazer uma peça básica numa fábrica, “essa fábrica diz que têm de se fazer dez mil peças ou três mil peças”, e se os criadores quiserem fazer uma peça só com um detalhe ou com um colarinho ao contrário, então é uma “guerra gigante”. “No fundo, ao fazer os desfiles cá fora somos um bocadinho os que montamos a tenda, fazemos o circo, fazemos tudo, para os industriais depois venderem. E eles é que têm os milhões e os biliões e nós [criadores] estamos constantemente a investir dinheiro” para fazer as coleções. [Moi ici: Que estranho!!! Industriais a ditarem as leis? Se calhar não estão a escolher os industriais adequados. Industriais com milhões?! Definitivamente não estamos no mesmo país. Recordo os números de quem manda no acesso à prateleira. Recordo que os industriais não mandam na prateleira]
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o criador assume que o Governo e os empresários portugueses deveriam apoiar mais os ‘designers’, porque Portugal não é um país com tradição na moda. [Moi ici: Portanto, os designers são tão maus que têm de ser protegidos. Sozinhos, só com o seu trabalho não conseguem seduzir clientes, é preciso obrigar o mercado a comprar. Linda mentalidade...]"
Fez-me lembrar este artigo, "Maria do Carmo luta por manter as cestas de junco de Forjães", a senhora que se queixa e que diz que tem de ser apoiada:
"Maria do Carmo lamenta os poucos ou nenhuns apoios dados a esta atividade artesanal que é marcante no concelho e que se não aparecer mais ninguém terá os seus dias contados." 
Depois, olhem bem para a lista de comentários, a quantidade de gente que gostaria de comprar o artigo. Se calhar não é um problema de produto ou produção, mas um problema de mercado, um problema de montras, como a artesã de Bragança.

Se calhar Miguel Vieira devia investir mais nas montras certas e na vertente comercial.



quarta-feira, julho 05, 2017

Subir na escala de valor

Uma catadupa de exemplos positivos de subida na escala de valor no Porto em "Why Porto is Portugal's new design powerhaus".

Sublinho sobretudo a linguagem e a mentalidade positiva tão diferente da linguagem dos novos-velhos.

domingo, junho 11, 2017

Tão novos e já tão velhos... (parte II)

Recordar o choradinho de Outubro de 2011, "Tão novos e já tão velhos..." e comparar com "Afinal o design está (mesmo) a apoderar-se da engenharia!"

Mais um sintoma da degenerescência dos media. Sempre prontos a emprestar um megafone a quem quer criar barreiras e sem nunca reflectir e mediar.

sexta-feira, outubro 28, 2016

Voltem a recordar os novos-velhos

Lembram-se dos novos-velhos?
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Na altura interrogava-me como é que jovens recém-licenciados podiam ter uma mente tão fechada e tão derrotista. Que tipo de ensino superior teriam?
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Durante cerca de 10 anos fui professor convidado da Universidade Católica e assumia-me como um empirista dedicado a injectar optimismo entre os alunos, tentando alertá-los para o mundo de oportunidades que existe, se o virmos como tal.
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Voltem a recordar os novos-velhos e atentem nestes trechos:
"The world has changed.
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entire markets are shifting and emerging out of the uncertainty and unpredictable nature of today’s network economy. Interestingly (and infuriatingly to some), many of the companies leading the charge – and the change – did not exist two decades ago. It’s not that these new players are just lucky or employ smarter, more capable people. So, how is it that they’ve found gold in some of the most unlikely places? In a word: design.
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Design is fundamentally about enhancing the way you look at the world. It’s a learnable, repeatable, disciplined process that anyone can use to create unique and qualifi ed value. Design is not about throwing away the processes and tools you have.
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Most of all, design is about creating the conditions by which businesses thrive, grow, and evolve in the face of uncertainty and change. As such, better businesses are ones that approach problems in a new, systematic way, focusing more on doing rather than on planning and prediction. Better businesses marry design and strategy to harness opportunity in order to drive growth and change in a world that is uncertain and unpredictable."
Como é possível esta diferença de mentalidades?
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E lembram-se da posição do estudante que queria fechar a profissão aos membros de uma ordem a criar?
"The good news is that you are already a designer, at least some of the time. Every time you intentionally develop strategy or make a decision based on insight, you are acting as a designer." 

Trechos retirados de "Design a Better Business" de Patrick van der Pijl, Justin Lokitz, e Lisa Kay Solomon.

quarta-feira, outubro 19, 2016

A aposta no design


Sábado passado tive oportunidade de seguir numa visita guiada à Universidade de Coimbra. A certa altura, no Laboratório de Física, o cicerone aponta para a figura do "Equilibrista" e começa a fazer uma descrição das razões porque o Marquês de Pombal tinha mandado fazer os instrumentos com uma forte vertente estética. Aliás, todos os equipamentos expostos tanto podiam estar num laboratório como serem um centro de mesa e das atenções numa sala de estar.

Enquanto o ouvia pensava naquilo que se costuma dizer acerca da aposta da Apple de Jobs no design.
"In 2009, the drop in General Motors’ design standards – from glorious finned and chromed monsters, to dull and dumpy front-wheel drive boxes – was cited as a key contributor to GM’s bankruptcy after 101 years of corporate success. At the beginning of 2015, Apple’s announcement of the largest quarterly profit in corporate history was generally attributed to its excellence in design – design so simple and so elegant, you don’t see the product as technology."

Trecho retirado de "Measure Design’s Contribution To Business Growth"

segunda-feira, outubro 17, 2016

Mais um exemplo para calar os palhaços que falam da década perdida

Mais um sector, mais um exemplo do Portugal anónimo que longe dos holofotes merdiáticos faz bem e trata da sua vida. Mais um exemplo para calar os palhaços que falam da década perdida. Um texto que nem parece do Público, cheio de esperança, alegria, entusiasmo, vitalidade, desafio... que diferença para os designers novos velhos.
"o sector da joalharia tem apostado na internacionalização. Faz por isso com as marcas a mostrarem-se em feiras dos Estados Unidos à Ásia.
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Os famosos vendem e a Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP) escolheu a modelo e actriz Milla Jovovich para protagonista da campanha que vai promover a joalharia nacional nos quatro cantos do mundo, numa estratégia de incentivo à exportação de forma a alcançar a meta de 150 milhões de euros em cinco anos.
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Os resultados alcançados, entre 2008 e 2014, com as vendas para o exterior a registarem um crescimento de 500%, traduz-se em optimismo entre os intervenientes, bastou uma mudança de atitude. [Moi ici: Mudar de atitude, mudar de ponto de vista, mudar de modelo mental: Metanoia] “O sector estava totalmente vocacionado para o mercado interno e, quando sentimos a crise de forma muito severa, as empresas só tiveram uma saída, a exportação”, [Moi ici: O meu conselho de 2008 "Fazer o by-pass ao país"] diz Fátima Santos. Para isso, foi preciso um esforço e um endividamento ainda maior de estruturas, muitas de cariz familiar, onde até aqui apenas havia espaço para rotinas.
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A mudança para reagir às alterações de consumo não foi fácil. “Cometeram-se muitos erros, a maioria das empresas não estava preparada e continua a não estar. Houve as que se reestruturaram e outras que surgiram mais adequadas aos novos tempos, com estruturas leves e uma nova forma de comunicar.”
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Para 2016 e 2017 a AORP conta com um orçamento de cerca de 2 milhões de euros para apoiar a internacionalização. As feiras são uma das montras para o negócio. Nos últimos meses a associação levou 17 empresas a Paris, dez a Madrid, cinco a Hong Kong. Em França, um dos mercados-alvo do sector pela proximidade, as vendas subiram 24%.
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Entre os 430 associados que reúne, muitos são jovens designers a arriscar a sorte. Para a promoção destes novos talentos criou a plataforma Portuguese Jewellery Newborn, uma das novidades da Bijorhca, em Paris – esta feira é um dos principais eventos que reúne compradores de todo o mundo, duas vezes por ano.
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[Moi ici: Agora, comparar o texto que se segue com o do postal de ontem "Mongo em todo o lado": ""We believe [customization] is the new form of luxury, which is really a return to the old form of luxury in the idea of having something made just for you,""] “A produção em massa não é o caminho.” Entre todas as peças da Leitão & Irmão, o proprietário conta que são as peças feitas por medida as mais desejadas. “Continua a haver pessoas que querem ter a sua jóia, que falam com o mestre joalheiro, que transmitem a ideia e o que resultar é algo de muito pessoal e isso não tem preço, essa é a ideia mais próxima de luxo nos dias de hoje.”"

Trechos retirados de "O sonho americano da ourivesaria portuguesa"

sábado, agosto 20, 2016

Um exemplo do mobiliário

A propósito do recente "O que há a aprender com o calçado ou o mobiliário português" e recordando também as cadeiras italianas de Manzano "Subir na escala de valor", este exemplo, Vitra!
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Através de um tweet de Tim Kastelle cheguei a "The Man Who Loved Chairs".
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Manzano e as suas cadeiras low-cost Made in Itália não resistiram à Ásia. Vitra em Basileia na Suiça... estavam num outro campeonato:
"Fehlbaum took over the company when he was 27, succeeding his elderly parents, who had founded the company in 1950 and had handled manufacturing and distribution in Europe for Herman Miller. During his 30s, he devoted himself to chairs, developing the company's trademark approach of partnering with famous designers to create products for his company.
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The result: Vitra is now renowned in the design community. As well as serving clients all over the world in all kinds and all sizes of companies (and even furnishing chairs that appear in IBM ThinkPad advertisements and the ads of other high-tech companies), Vitra's chairs sit in the European Commission offices in Brussels, the European Parliament in Strasbourg, France, and the conference room that is used by the G-8 in Cologne. When Pope John Paul II visited Zagreb in 1994, he waved to the adoring throngs while he was sitting on a Vitra chair.
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As Fehlbaum's story demonstrates, even the most prosaic item can be the object of passion and the embodiment of great design" [Moi ici: Como não pensar outra vez em "There is no such thing as an average or old-fashioned business"]
Talvez a sua empresa precise de seguir um exemplo como este.

domingo, fevereiro 07, 2016

Tão longe do vómito industrial sem alma

Um exemplo parecido com o que descobri há anos que a Viarco faz com artistas, o relatado em "Na fábrica e no laboratório da Vista Alegre, em busca dos best-sellers de porcelana".
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O perceber que a proposta de valor não pode ser o preço mais baixo mas tem de passar pelo equivalente à inovação tecnológica, neste caso o design.
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Interessantes estes trechos:
" “A forma dos pratos acrescenta valor à comida, pode ser o palco merecido para a comida que os chefs criam”, [Moi ici: Tão longe do vómito industrial sem alma...]
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As três juntam-se ao lote de cerca de 60 profissionais recebidos desde 2011 e às cerca de 15 peças já lançadas para o mercado com o IDPool. Novos inputs criativos, objectivo um. “Desafiar a própria fábrica”, objectivo dois, elenca Nuno Barra. “Quando se chega a uma fábrica que tinha o passado que tinha, e uma certa visão do mundo que era muito fechada”, a mudança tinha de vir de dentro e de fora, explica o responsável junto à sala-laboratório. “Eles fazem o papel que nós próprios não conseguimos fazer [a tempo inteiro] — todos os dias desafiam, todos os dias procuram respostas” junto dos engenheiros, das possibilidades fabris." [Moi ici: Faz-me recordar aqueles empresários de PME que infelizmente ainda pensam que a empresa tem de dominar tudo até à prateleira, que têm medo de se abrirem à co-criação com criativos que não fazem parte dos quadros de uma empresa, ou com os técnicos das universidades dispostas realmente a trabalhar. Ainda de saudar a humildade em deixar-se ser desafiado por outsiders, é preciso muita personalidade.]
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Estar com Wanders na Maison & Object ou contactar com designers, artistas ou arquitectos que vêm investigar para Ílhavo serve outro propósito: “Estar no centro de onde nascem as tendências. A versão mais comum é ir às feiras buscar tendências, o que é tarde de mais. E eles”, Wanders ou a mais recente contratação espanhola, Jaime Hayon, “fazem as tendências”, diz Nuno Barra."

BTW, num registo de brincadeira-séria (ironia) sou capaz de imaginar estes novos que são muito velhos a lançar providência cautelar por estes artistas não estarem inscritos na Ordem.

quinta-feira, maio 21, 2015

Longe da corte, os anónimos fazem pela vida

Tantos exemplos bons do que os anónimos deste país estão a fazer, longe da corte:

Qual será o truque? Baixos preços? 
""Para tal, muito contribuiu o esforço acrescido de promoção neste mercado, pelas empresas, mas também o surgimento de empresas de gente nova, com 'design' muito bom e com padrões de qualidade elevados, que desde o nascimento apostam neste mercado", vincou."

  • Corte e costura com inovação (semanário Expresso)
Qual será o truque?
"A inovação é para João Brandão um factor estratégico decisivo no sucesso da empresa. O binómio flexibilidade industrial/ capacidade de inovação é um trunfo na diferenciação face à concorrência. "Somos inovadores no automóvel porque levamos conceitos de outras áreas de actividade e podemos inovar noutras áreas aproveitando esta polivalência", diz o gestor."

Qual será o truque?
"O que provocou o interesse dos participantes foi o facto de no CeNTI (Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes), em Vila Nova de Famalicão, a equipa de Nelson Cardoso estar a desenvolver uma nova geração de fibras de poliéster termorreguladoras, com aplicações que vão da roupa de todos os dias aos edredões, passando pelo vestuário protector dos adeptos de ambientes extremos.
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Cruzámo-nos também com uma empresa portuguesa que quer assumidamente fazer entrar os têxteis técnicos na roupa habitual. “Queremos levar novas funcionalidades para a roupa do dia-a-dia”, disse-nos Ana Salcedo, co-fundadora e directora de I&D da Manifesto Moda, com sede em Guimarães, enquanto nos mostrava, penduradas num varão, várias peças de vestuário com aspecto confortável – e algumas até bastante elegantes. Há lá, entre outros, T-shirts que contêm bio-repelentes de mosquitos e que são “muito práticas em climas quentes” – podendo mesmo contribuir para a protecção contra doenças transmitidas por estes insectos. “A eficácia da repelência dura mais ou menos 70 lavagens”, diz-nos Ana Salcedo. “Usado esporadicamente em viagem, pode durar mais de três anos; usado com bastante frequência, entre um e dois anos.”

Fundamental aproveitar as valências e especificidades do território e equacionar formas de subir na escala de valor.





domingo, março 01, 2015

Design e bestsellers em Mongo

 Lembrei-me dos "Tão novos e já tão velhos..." ao ler "Most design brands "will disappear" within five years says Stefano Giovannoni":
"Designers need to start acting more like entrepreneurs, Giovannoni said, moving away from the current model whereby they jump from brand to brand, producing products that are barely distinguishable from each other.
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"If we consider the last 20 years, the most interesting experience has been made by designers who created their own brand,"
...
Also the future of design – I think the usual system where a designer works with different companies is at the end. Today it is a little bit ridiculous. If you look at the design fairs, every company – I am out of this kind of system because I never wished to design furniture. I cut furniture out of my work from the beginning.
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But it's ridiculous to see all the companies today work with the same designers."
Desapontador, é falar sobre isto:
"What is really interesting, and I think this is something to analyse deeply, is what do we mean today by a bestselling product. In the past, 10 to 15 years ago, a bestselling product was a product which could play at the best quality and price, so was a product to sell in huge quantities – a real industrial design product.
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Today, the bestselling products for companies are products with a very high price, which do sell not in huge quantities – a few thousand pieces – but the price is ten times higher than in the past.[Moi ici: Como é mesmo o truque em Mongo?]
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So this nature of the bestseller has changed completely in the last 10 years. The problem today is that the companies don't produce any more real products. [Moi ici: Falha de análise completa!!!] It would be very interesting to investigate what happened inside the companies. But according to my experience, 10 years ago good products, which could sell two to three million euros a year, were many. Today there are less and less. It means the market has reached saturation, that the company has no more the energy to produce and that the investment is lower. This is a fact."
Sem nunca se referir ou intuir o efeito de Mongo, o advento do Estranhistão onde "we are all weird and proud of it", e cada um pertence a uma tribo. O fim do mass market é uma inevetibalidade independente do maior ou menor esforço das empresas.
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BTW, importante também a previsão de que no futuro todos os produtores quererão eliminar o intermediário e vender directamente ao consumidor.

quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Em Mongo, o truque é aumentar o preço unitário,não o de reduzir o custo unitário

Ontem, no editorial do DE, "O vestuário, o calçado e a indústria nacional", a propósito do bom momento destes sectores, podia ler-se:
"Há alguns anos ninguém acreditaria que os dois sectores pudessem transformar-se nos ex-libris da indústria e das exportações nacionais. A transformação tecnológica colocou-os entre os mais avançados da Europa." 
Acham mesmo que foi a transformação tecnológica? Acham que a tecnologia é uma vantagem competitiva? Acham que as PME portuguesas têm mais facilidade em comprar tecnologia que as PME de outros países europeus e asiáticos? (BTW, não esquecer o exemplo do denim japonês, nem o da Chicoração)
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Sim, existe tecnologia mas essa é a fatia visionária que vai à frente, muito à frente. O grosso da coluna aposta:

  • flexibilidade;
  • proximidade;
  • pequenas séries;
  • design;
  • rapidez;
  • relação qualidade/preço
O mito da transformação tecnológica assenta na crença no eficientismo do século XX, na produtividade baseada na quantidade por unidade de tempo, baseada na redução do custo unitário. Quando, em Mongo, o truque é aumentar o preço unitário.

terça-feira, agosto 12, 2014

"despertam em mim um Diógenes carregado de cinismo"

Estes títulos e temas "Só um quinto das empresas de mobiliário tem certificação" despertam em mim um Diógenes carregado de cinismo.
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Basta consultar o marcador "mobiliário" neste blogue para encontrar:
Sintomas de um sector que está a fazer crescer as suas exportações a mais de 10% ao ano nos últimos anos, apostando na flexibilidade, no design, na diferenciação. E, perante este desempenho... o problema é a certificação... e o design? E o marketing? E o branding? E uma estratégia?
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A certificação era muito importante quando a assimetria de informação penalizava o comprador, o consumidor. A certificação era importante quando a interacção produtor-comprador se resumia a uma transacção. No mundo da co-criação de valor, a interacção, o desenvolvimento da relação é onde tudo se joga.
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E aqui está um consultor que apoia organizações a certificarem-se a dizer mal das certificações?
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Não, a dizer mal da mentalidade que vende certificações como a salvação para todos os males. Agora que aí vem uma pipa de massa da UE, é natural que toda uma certa fauna venda certificações como a última garrafa de Coca-Cola gelada no meio do deserto de Atacama. As certificações podem ter um lado positivo, mas só se fizerem parte de um plano estratégico. Recordar "Não culpem a caneta quando a culpa é de quem escreve"

terça-feira, maio 27, 2014

"We are living in a time when the designer is everything"

O Miguel Barbot mandou-me este texto "The tables are turning" com o comentário:
"Tem uma série de lições interessantes nas entrelinhas..."
Concordo perfeitamente, vamos à primeira:
"What he has realised is that the designers under his wing have enormous goodwill and likability with press and public, and that is the key to success in modern-day furniture design. He doesn’t need an astronomic marketing budget – the designers “are their own marketing. We are living in a time when the designer is everything – he or she is the most important person in the industry right now; people are attracted to their work in the same way they buy art – the authenticity of a product needs to be traced to its author.”" 
Não percebo como as escolas não conseguem perceber e meter isto na cabeça dos seus alunos...
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Recordar "Tão novos e já tão velhos..."
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E não percebo como é que Rifkin continua preso ao mundo da eficiência e dos custos... o "jogo" vai para lá disso...
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ADENDA: Engraçado como Mongo me faz recordar cada vez mais a mensagem da ICAR acerca da primazia das pessoas... não como povo, mas como indivíduos únicos, não como número socialista, mas como identidade muito pessoal. Os eficientistas vão ter as suas fábricas a trabalhar às escuras, com os seus robots, mas não vão ter clientes...

domingo, abril 06, 2014

Procurar o queijo

O Portugal que navega nestas águas "Tão novos e já tão velhos" devia reflectir sobre "Design Can Drive Exceptional Returns for Shareholders", por exemplo:
"The bottom line is that companies that use design strategically grow faster and have higher margins than their competitors. High growth rates and margins make these companies very attractive to shareholders, increasing competition for ownership."
Há os que esperam pelo queijo a que julgam ter direito e, depois, há os que vão à procura dele.

sábado, março 01, 2014

No sentido correcto...

No sentido correcto, em sintonia com Mongo, essencial para a subida na escala de valor.
Agora imaginem as implicações para quem trabalha na área do Marketing e Design...
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Pois... lembram-se dos novos já tão velhos? E dos banhos? (parte II)

sábado, fevereiro 15, 2014

À atenção dos novos velhos

À atenção dos novos velhos:
"They measured the success of this design-led segment of companies against other companies in the stock market, and found that, indeed, those that put design first had a significant stock market advantage."
Trecho retirado de "Study: Good Design Is Good For Business".
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Conselho: Não se tentem impor através de ordens e legislação, usem o vosso know-how para seduzir os clientes e os clientes dos clientes.

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

A importância da proximidade entre a produção e o cliente

Lê-se "The Unexpected Benefits of Rapid Prototyping" e pensa-se em duas coisas:

  • o ecossistema da procura (designer - client - user)... e com esta chuva lembrei-me que os arquitectos, como Calatrava, só pensam nos clientes e esquecem os utilizadores, sobtretudo quando se trata de um concurso público);
  • a importância da proximidade entre a produção e o cliente, neste mundo acelerado, incerto, volúvel e cheio de tribos, a proximidade é um trunfo há muito celebrado neste blogue.