sábado, novembro 08, 2014

"Pricing is Contextual"

A ex-eurodeputada Edite Estrela partilhou mesmo na sua página do Facebook a publicação do blog Aventar que se referia ao assunto, dizendo: "Se é verdade, alguém (governo) tem de defender os consumidores portugueses."
Mas alguém é obrigado a comprar no IKEA?
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Há alguma lei que obriga os preços a praticar numa loja num país a serem iguais aos praticados noutro país?
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Há alguma regra para definir preços?
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Como diz Ron Baker: "Pricing is Contextual"


Trecho retirado de "Temos o edredão mais caro da Europa"

Afinal, abrir e tapar buracos aumenta o PIB

Um tweet do Paulo Peres remeteu-me para este artigo "Comissão Europeia corta projecções para a zona euro" e comecei a relacioná-lo com o tema do crescimento político do PIB.
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No mundo das empresas, um tema muito batido é o do crescimento pelo crescimento, "growth for growth's sake". Ás vezes, percebemos que uma empresa está a crescer, até está a crescer muito mas esse crescimento não é saudável, não é sustentável. Com os países é a mesma coisa, um país pode ter, anos a fio, crescimento do seu PIB e, no entanto, tal crescimento ser "canceroso", ser doentio, ser insustentável.
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Não basta olhar para os números do PIB, é preciso olhar para o que está na sua base. Afinal, abrir e tapar buracos aumenta o PIB

Para reflexão

Interessante ponto de vista em "Wearables Are Totally Failing the People Who Need Them Most":
"If you took all the fitness bracelets and smart watches sold in 2014 and multiplied that retail number by six, it still wouldn’t match the $6.3 billion US market for blood glucose test strips.
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People with chronic diseases don’t suddenly decide that they’re over it and the novelty has worn off. Tracking and measuring—the quantified self—is what keeps them out of the hospital. And yet there are more developers who’d rather make a splash at a hackathon than create apps and devices for people who can benefit hugely from innovation in this area."
Recorrendo a este estudo do INE de Março de 2009, bem antes da troika, numa década em que cerca de 700 mil habitantes abandonaram o país sem grande alarido por parte da comunicação social:
"projectando-se que em 2060 residam no território nacional cerca de 3 idosos por cada jovem."
Um pouco por todo o mundo desenvolvido o cenário vai ser: variações mais ou menos intensas deste".
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Fácil ver onde estará o potencial de revolução futura dos wearables, o problema são as barreiras regulatórias à entrada, fáceis para as empresas grandes, enormes para as pequenas empresas. As empresas grandes, conservadoras, estão focadas na facturação de hoje.
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BTW, interessante olhar para o cenário baixo da projecção do INE, bem antes da troika, acerca da população portuguesa em 2060.

"não é a produção que cria o consumo" (parte II)

Parte I.
"Rather than create a product in the hope that it will appeal to consumers, manufacturers using mass customization make a product they know a customer wants, because that customer has ordered it in the size and color the customer prefers.
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Instead of pushing what you have, the consumer pulls what he wants,” Mr. Pine says. Mass customization turns a good into a service. Goods are standardized but services are customized - delivered when, where and how a customer wants."
É este o choque de mentalidades, entre os que tinham vinte anos (recordar Napoleão) no tempo em que Chamberlin e Robinson combatiam a diferenciação que a marca traz ao mercado, criando a concorrência imperfeita sem um monopólio formal, e o mundo de hoje, a entranhar-se em Mongo.
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A concorrência imperfeita de Mongo não joga com a ideia de que é "a produção que gera o seu próprio consumo"
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Trecho retirado de "3D Brings Mass Customization Closer".

sexta-feira, novembro 07, 2014

Curiosidade do dia

"Mas na comparação homóloga (com o terceiro trimestre de 2013), onde já não interfere a sazonalidade, a população empregada subiu 2,1%. Diz o INE que esse crescimento do emprego ocorreu essencialmente no segmento entre os 45 e 64 anos, pessoas a quem não são oferecidos estágios."
trecho retirado de "Mais empregos"

Acerca da internacionalização (parte I)

Este trecho:
"O estudo revela ainda que "as empresas não adaptam os seus produtos aos mercados internacionais, oferecendo o mesmo produto que é vendido em Portugal", sublinha este investigador."
 Ficou-me a remoer.
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Lembro-me disto e disto:
"He also refutes the idea that globalisation means homogenisation. The increasing uniformity of cities’ skylines worldwide masks growing choice within them, to which even the most global of companies must adjust."
...
"In general companies frequently have more to gain through exploiting national differences — perhaps through arbitrage—than by muscling them aside."
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Continua.

Trecho retirado de "Marca Portugal ajuda pouco na internacionalização das empresas"

"a good theory reveals compelling hypotheses"

"Well-crafted strategies are road maps to places that yield competitive advantage and generate value for the firm. But once you’ve arrived, they don’t take you anyplace else. That’s a problem for companies under continual pressure from investors to find new sources of competitive advantage.
...
In science, a good theory reveals compelling hypotheses that subsequent experiments will validate. A good corporate theory similarly reveals likely hypotheses about how the firm can create most value."
Fico a pensar se o autor não está a confundir estratégia com táctica...

Trecho retirado de "Start with a Theory, Not a Strategy"

"não é a produção que cria o consumo"

O tema neste blogue é recorrente:
  • Mongo e a arte, e a co-criação versus o vómito industrial;
  • o ganhar dinheiro como consequência versus o ganhar dinheiro como o objectivo;
  • a visão outside-in versus a postura inside-out;
  • a visão bottom-up versus a postura top-down.
Qualquer negócio tem de pensar em quem são os seus clientes-alvo e, o que é que tem de fazer para os seduzir, satisfazer e fidelizar.
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Carlos Albuquerque no JdN em "A teoria antes da prática", explica como os keynesianos olham para o desafio das empresas:
"Continuamos a receber os argumentos de origem keynesiana sobre a crise. O problema da falta de consumo. A perversidade do aumento da poupança. A necessidade de estimular a procura. A solução no investimento público. E no tão falado multiplicador que fará milagres com as despesas públicas. Dizem, mesmo que se conteste a sua realidade e sustentabilidade. E mesmo que possa nem se saber bem como financiar tudo isto.
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A contestação a esta argumentação é muito relevante. E encontra-se especialmente nas correntes não intervencionistas. Que incentivam a poupança como elemento fundamental do investimento. Consideram que as crises resultam de políticas que favorecem os maus investimentos. Entendem os défices do Estado como formas de transferência intergeracional de riqueza. Contestam a dimensão do Estado por a entenderem como a fonte de criação de assimetrias de distribuição de riqueza. E relevam que não é a produção que cria o consumo, mas sim a satisfação das necessidades dos consumidores que origina a produção."
Acreditar que é a produção que cria o consumo é voltar ao tempo em que a oferta era inferior à procura, é voltar ao tempo do auge da produção em massa...
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ACORDEM!!!
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Estamos em Mongo!!!

Afinal os PIN são coisa boa ou coisa má? Ou depende do país?

O tom com que os media tratam este tema:
"Conhecidos já como Luxembourg Leaks, estes acordos, escreve o The Guardian, são "perfeitamente legais", mas mostram uma deturpação do sistema fiscal europeu"
E o tom com que tratam este outro:
"Em Viana do Castelo, a multinacional beneficiou de um conjunto de isenções de taxas de infraestruturas, apoios à aquisição de terrenos e acompanhamento de processos de licenciamento, entre outras medidas. Neste caso, a autarquia contratou ainda, um gabinete especializado, por 40 mil euros, para conceder apoio técnico à multinacional na construção da nova fábrica.
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O pacote de incentivos municipais em vigor desde 2011 prevê ainda que se a empresa criar até 20 postos de trabalho fica isenta de 50% do valor total de taxas a liquidar. Se criar de 20 a 70 postos de trabalho, a isenção passa para 75% do valor total das taxas e, no caso de criar mais de 70 postos de trabalho, fica totalmente isenta de taxas."
Como estou fora, por estes dias, ainda não tive oportunidade de perceber se o ex-primeiro ministro Sócrates, o dos governos PIN, tipo Pescanova, está ou não contra o Luxemburgo.
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quinta-feira, novembro 06, 2014

Curiosidade do dia


Ruivães, Vila Nova de Famalicão, 8h da manhã.

Sempre que pensarem em pessoas (parte II)

Recordando "Sempre que pensarem em pessoas", "Five Things You Don't Need To Include On Your Resume":
"It’s a new day. The resume format is much more human and flexible now than it was years ago. Brand yourself the way you want to present to the world, and send out a resume that you feel great about!"

E quais são as prioridades da sua empresa?

Diferentes propostas de valor, diferentes prioridades. Qual é a proposta de valor da sua empresa?
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E quais são as prioridades da sua empresa?
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Casam?
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Imagem retirada de "Framing the strategic innovation discussion"

"Where do new jobs come from?" (parte II)

A propósito da parte I.
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Este texto de "Proven Paths to Innovation Success":
"Today, 58 percent of R&D spending is directed at incremental or renewal innovations, just 28 percent at new or substantial innovations, and only 14 percent at breakthrough or radical innovations."
Este slide que o Paulo Peres me referiu:
 Este texto de Gary Hamel:
"Businesses are, on average, far less adaptable, innovative, and inspiring than they could be and, increasingly, must be."
Por estes dias, vou acreditando que os novos negócios criam emprego, não por serem novos, mas por serem mais livres de custos afundados, menos burocratizados, mais concentrados no numerador da produtividade do que no denominador, do que na eficiência. Os novos negócios, pela sua circunstância, apostam nas "Empowering innovations" que criam emprego (recordar este postal escrito a 6 de Novembro de 2012)

Acerca da criação do valor

Não estamos de acordo com a linguagem de Rich Horwath em "Elevate":
"At its core, a business is a value delivery system. [Moi ici: Como se o valor fosse criado pelo fornecedor... não, prefiro pensar no valor como criado pelo cliente] Once you've decided how to create value as described in the value proposition, you must then determine how to go about delivering that value. The deliver phase of the business model begins with the value chain, [Moi ici: Como não recordar "The Power of Co-creation" e a percepção de que cada vez mais as empresas têm de perceber que não controlam parcelas crescentes da cadeia de valor...] a useful tool in visualizing how an organization delivers value to its customers. While the value proposition takes an external view of value from the customer's perspective, the value chain takes the internal organizational view."

quarta-feira, novembro 05, 2014

Curiosidade do dia

Esta noite, na A1, próximo de Mozelos, reparei num enorme painel publicitário com os dizeres "XXXXX Business School" (em que XXXXX é o nome de uma cidade junto ao rio Mondego).
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Por que terão escolhido este canal de comunicação?
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Por que terão escolhido esta localização geográfica?
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A escolha do canal e da localização não me parece muito abonatória... quem é que vai escolher essa "Business School" por causa daquele painel publicitário?
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O sr. Karikomi, com quem trabalhava em 1990, sorriria para mim, abanaria a cabeça e diria:
- Masturbation engineering!!!

O corte

É um tema interessante e pleno de humanidade.
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Quando um fornecedor cresce, sobe na escala de valor, deixa de vender apenas e só o produto e, os seus clientes da primeira hora não o fazem...
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Como lidar com a situação?
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Quando fazer o corte? Quais os riscos, custos e consequências de não fazer o corte?

Acerca da experiência do cliente

"One of the first and most difficult problems any company confronts when it tries to improve its customer experience is reconciling the time and expense required to deliver a better experience with the actual economic benefits of that improved experience.
...
Because none of them had tried to quantify the actual economic value of a better experience, their efforts always took a back seat to the "hard" financial metrics that ruled these companies' managements—quarterly sales, costs, revenue, and profit.
...
No matter what your business is, you won't make much progress toward delivering a better customer experience until you deal with this problem. The most straightforward way to do it, in my view, is to spend time and effort getting comfortable with and documenting the fact that the customer base itself is a valuable financial asset, and that good service will increase its value, while bad service will diminish it.
...
But long-term value is created when a customer has a good experience, and then becomes more likely to buy in the future, or to recommend the company to friends or colleagues.
...
And the customer's intention for the future is driven by the customer's experience today."

Trechos retirados de "What Is the Economic Value of a Better Customer Experience?"

Sinal dos tempos...

Sinal dos tempos...
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Sempre associei a marca Nestlé a crianças, a comida para crianças...
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Agora:
" Nestlé completed a study to design foods that would better meet the needs of elderly people (whose nutritional requirements differ from those of younger people because of bone, joint, and muscle conditions). Both the business and the R&D organizations were intensely involved, and as a result, he says, “the business side knows what it’s going to get, and the R&D side knows what it has to work on.”
Nestlé’s recent study also ties into another key finding from previous years: the importance of gaining deeper insights into customers’ wants and needs. This year, more than three-quarters of the participants said their understanding of customers had become notably more detailed over the last decade. “One of the big changes is the way companies bring in consumer insights,” says Frank Dethier, innovation manager at chemical manufacturer Huntsman Corporation."
E a sua empresa, tem em conta a evolução demográfica na Europa?
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Trechos retirados de "The Global Innovation 1000: Proven Paths to Innovation Success"

Função exponencial?

Recordar o desempenho da Tupperware Portugal em "Outro exemplo, outra lição". Depois, relacionar com "Tupperware se veda contra a crise"
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Haverá por aqui algo do efeito da função exponencial?

terça-feira, novembro 04, 2014

Curiosidade do dia

Ontem, ao princípio da tarde em Felgueiras:
A Europa do futuro está a ser construída, moldada, assim, por esta gente anónima!
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Para outros o país está parado...

"Where do new jobs come from?"

Mais um excelente texto de Steve Denning, "The Surprising Truth About Where New Jobs Come From":
"Where do new jobs come from?...
"The surprising truth is that over the last twenty five years, almost all of the private sector jobs have been created by businesses less than five years old.
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“In fact, between 1988 and 2011,” write Jason Wiens and Chris Jackson of the Kauffman Foundation, “companies more than five years old destroyed more jobs than they created in all but eight of those years.”
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Existing firms are net job destroyers.
“Both on average and for all but seven years between 1977 and 2005, existing firms are net job destroyers,” write Wiens and Jackson, “losing 1 million jobs net combined per year. By contrast, in their first year, new firms add an average of 3 million jobs.
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“New businesses account for nearly all net new job creation and almost 20 percent of gross job creation, whereas small businesses do not have a significant impact on job growth when age is accounted for.”
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“Policymakers often think of small business as the employment engine of the economy. But when it comes to job-creating power, it is not the size of the business that matters as much as it is the age. New and young companies are the primary source of job creation in the American economy. Not only that, but these firms also contribute to economic dynamism by injecting competition into markets and spurring innovation.”
Porquê?
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Continua.

"Tell them a story"

No Twitter apanhei esta mensagem útil para muitas empresas que conheço:
Não é publicidade, é um caso, é um relato, é emoção, é paixão!

Acerca dos ecossistemas do negócio

No livro "Elevate" de Rich Horwath encontrei estes trechos sobre um tema que nos é muito caro, o dos ecossistemas dos negócios:
""A system is a set of things - people, cells, molecules - interconnected in such a way that they produce their own pattern of behavior over time. It's an interconnected set of elements that is coherently organized in a way that achieves something."" ... As a system develops, it generates patterns of behavior due to the connections between elements in an organized fashion. That's one of the reasons it's important to look at your business strategy as a system, involving your employees, customers, suppliers, competitors, and shareholders. Changes in any one of these elements or their connection (relationship) to others can fundamentally alter the course of your business. Strategic planning sessions that don't fully take into account the market, customers, competitors, and the company itself yield half-baked strategic plans that will crack under the pressure of changes in the system. Understanding the systems that comprise your business is an important part of developing long-term strategy.
...
"" And a lack of systems thinking can lead to competitive disadvantage as Nokia CEO Stephen Elop lamented, "Our competitors aren't taking our market share with devices; they are taking our market share with an entire ecosystem."" 
Qual é o ecossistema do seu negócio? Sabe se o pode alterar em seu favor?

"a grande mudança que põe os trunfos na mão das PME"

"“Ten years ago, companies or industries defined what the markets needed. Nowadays, consumers are not just asked for their advice and input - they are defining what the products and services should look like, and can even drive and create products themselves on [crowdfunding] platforms like Kickstarter.”
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As we noted in our 2007 study, “The Customer Connection,” companies can spend more money, hire the best engineers, develop the best technology, and conduct the best business market research, but unless their R&D efforts are driven by a thorough understanding of what their customers need and want, their performance may fall short."
Esta é a grande mudança que põe os trunfos na mão das PME com gente capaz de interagir com os clientes como entidades únicas e não como plankton ou miudagem

Trechos retirados de "The Global Innovation 1000: Proven Paths to Innovation Success"

Sobre PMEs no Norte de Portugal que não se ensina nas faculdades

Recebi de «Um leitor diário do blogue» uma reflexão que julgo que se adequa a este espaço:
«Há 2 tipo de Gerências de PMEs no Norte de Portugal: Aquelas em que existe gestão Estratégica e aquelas que apenas existe gestão Operacional.

Empresas apenas com gestão Operacional:
  • Gerência ocupa 99% do tempo a processar ou a controlar o processamento de operações (comerciais, fabris, administrativas, financeiras, etc)
  • Gerência com qualidade de vida fraca, resumindo-se aos sinais exteriores de riqueza;
  • Certificação ISO9001 para inglês ver;
  • Informatica: ERP pacote standard
  • Reflexão abstração, capacidade de formular estratégia e seguir caminho: fraca
  • Leitura de blogues, revistas, livros, programas de TV sobre Economia e Gestão: Apenas as TSFs, Prós&Contras, telejornais generalistas e aquilo que o contabilista informa;
  • Capacidade de delegar e explicar como se faz processos e decisões não críticos: quase nula
  • Gerentes esperarem de um funcionário o mesmo nível de empenho de um Gerente ou proprietário;
  • Compreensão das circunstancias e da mutabilidade da vida dos próprios Gerentes: quase nula
  • Inovação de produtos ou de posicionamento no mercado: quase nula


Empresas com gestão Estratégica:
  • Gerência ocupada apenas 50% do tempo com operações;
  • Boa qualidade de vida, traduzida em tempo para decidir organizar outras vertentes da vida do próprio gerente;
  • Certificações de organização que se ajustam à realidade interna a 95%;
  • Informática: ERP standard + pacotes pertinentes;
  • Alguma disponibilidade mental e consequente para reflectir sobre estratégias, percebendo a existência de múltiplas alternativas;
  • Cultura de gestão, compreendendo conceitos abstractos como «curva de aprendizagem», «brainstorming», subida na escala de valor, etc
  • Capacidade de delegar trabalho e colocar funcionários, sem inseguranças, a gerir projectos;
  • Capacidade de formular e escrever procedimentos/regras para resolver com eficiência actividades geridas por funcionários;
  • Compreender que as prioridades pessoais do Gerente são mutáveis ao longo da vida;
Provavelmente não será um problema exclusivo de PMEs ou do Norte de Portugal, mas corresponde à minha própria experiência e aquilo que Alberto Castro (director área de Gestão da UCPorto) opina volta e meia no JN.

Um leitor diário do blogue»
Muito bom!
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Certeiro!!!

segunda-feira, novembro 03, 2014

Curiosidade do dia

"se até um comunista tem de governar como um neoliberal, não há mesmo alternativa ao rigor orçamental. Ou seja, não há mesmo espaço para divergências políticas, para promessas ou para combates ideológicos. Na oposição, cada um que diga o que quiser. Mas, no poder, comunistas, socialistas e sociais-democratas, todos serão “neoliberais” enquanto tiverem contas por pagar.
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No fundo, é isto: depois da ‘festa’ vem sempre o rigor orçamental. Governe quem governar. Bernardino está aí para o demonstrar. Não admira, pois, que António Costa ande tão calado."
Trecho retirado de "O comunista neoliberal"

À atenção dos "expertos"

"There is no statistically significant relationship between sustained financial performance and R&D spending, in terms of either total R&D dollars or R&D as a percentage of revenues. Our inaugural study, in 2005, “Money Isn’t Everything,” found that R&D spending levels have no apparent impact on sales growth, gross profit, enterprise profit, market capitalization, or shareholder return. Since then, we have conducted more than 10,000 statistical analyses of the relationship of research and development spending to corporate success, which have all led to the same conclusion. The only exception is when companies’ R&D spending falls into the bottom decile compared with their peers’ spending, which does compromise performance.
...
Mr. Innovation himself, the late Steve Jobs, put it more pointedly in Fortune magazine in 1998: “Innovation has nothing to do with how many R&D dollars you have. When Apple came up with the Mac, IBM was spending at least 100 times more on R&D. It’s not about money. It’s about the people you have, how you’re led, and how much you get it.”"
Trecho retirado de "The Global Innovation 1000: Proven Paths to Innovation Success"

Como não pensar logo numa série de políticos...

Ontem de manhã, durante uma caminhada, li mais um pouco de "Risk Savvy: How To Make Good Decisions" de Gerd Gigerenzer onde encontrei uma referência a esta tira:

Depois, há noite, encontrei "We Are All Confident Idiots":
"What’s curious is that, in many cases, incompetence does not leave people disoriented, perplexed, or cautious. Instead, the incompetent are often blessed with an inappropriate confidence, buoyed by something that feels to them like knowledge."
Como não pensar logo numa série de políticos...

Quando se impõe uma mudança de estratégia? (parte I)

A propósito de "Sonae Indústria afunda 49% para mínimo histórico após anúncio de aumento de capital", recordar "The Lesson of Lost Value":
"We decided to study the biggest losers: companies that, in one way or another, had seen their fortunes go south over a 10-year period.
...
The results are unambiguous. Among the 103 companies studied, strategic blunders were the primary culprit a remarkable 81 percent of the time. When we segmented the data by industry and geography, we found some variations; for example, strategic failures are particularly acute in the financial-services industry, and Europe has more operational problems than the U.S. or Asia. Nevertheless, strategic failure remained the major cause in these cases as well."
Quando se impõe uma mudança de estratégia?
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Continua.


Pensar como um David

Um bom exemplo de como deve pensar um David:
"California career dairymen Noel and Rolland Rosa are differentiating their product by selling glass-bottled milk processed in their own plant in Tulare, and developing a wholesome, farm-to-table brand.
...
Recognize what keeps the big boys out of your market. Can large milk processors simply add a glass bottling line to their massive plants and begin competing against the Rosa Brothers? Probably not. First, farm-to-table branding requires a close connection between farm and consumer, which a big milk producer would find hard to create.
...
Understand where you shine.
...
Instead, the brothers chose to emphasize their connections to the local community, showing up at ballgames, parks, and farmers’ markets with a truck full of ice cream samples."
Trechos retirados de "A Dairy Finds Its Niche Selling Milk the Old-Fashioned Way"

domingo, novembro 02, 2014

Exemplo de liberalismo associativo e antifragilidade (parte II)

Não há uma resposta única, não há o CAMINHO, a ESTRATÉGIA, há uma panóplia de alternativas, todas válidas, função de passados, função de experiências, função de idiossincrasias, função de ...
"There's no right answer. Not everyone should run a national painting franchise business. The key insight is to feel the pain that an organizational choice leads to and fix that instead of merely chasing demand and embracing each opportunity (no matter how juicy) as it comes along.
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The key things to focus on, I think, are:
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Cash flow
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Demand enhancement
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Increasing the ability to keep your promises by investing in a pipeline of talent
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And most of all, reminding yourself why you're doing this in the first place."
Recordar "Exemplo de liberalismo associativo e antifragilidade"
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Trecho retirado de "Organizing for growth"

Caridadezinha strikes again

"A falta de qualificações é visível nas próprias estatísticas do INE sobre o emprego, que serão atualizadas na quarta-feira. Distribuindo os 4,5 milhões de empregados pelos vários níveis de ensino, verifica-se que 52,6% têm apenas o ensino básico, 23,7% completaram o ensino secundário e eventualmente alguma formação pós-secundário. Com licenciatura completa, Portugal tem apenas 23,5% da sua força de trabalho, ou seja, pouco mais de um milhão de trabalhadores."
É visível? Como sabem? Existe um referencial mundial que diga o que é bom para todos os países? Cuba deve estar muito bem colocada nesse referencial, aposto!
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Se há falta de qualificações porque emigram os licenciados?
""A subqualificação da população ativa portuguesa é o principal problema do país."
Ai é?!?! Pensava que era a falta de emprego.
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A caridadezinha ataca outra vez.
""Job training is a canonical example of the well-brought-up liberal's [Moi ici: Atenção à conotação americana para o termo] urge to make markets work. The policy follows from an argument about the nature of unemployment and low wages, and as with neraly all similar exercices, the argument begins by assuming the existence of a market.
...
The problem is that poverty and unemployment are not much influenced by the qualities and qualifications of the workforce. They depend, rather, on the state of demand for labor. They depend on whether firms want to hire all the workers who may be available and at the pay rates that firms are willing, or required, to offer, especially to the lowest paid."
Trechos iniciais retirados de "Mais de metade dos trabalhadores têm qualificações a menos"
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Não percam esta justificação de um professor do ISCTE, ainda bem que os meus filhos não passarão por essa escola. Uma escola com professores deste calibre argumentativo não pode ser coisa boa:
""Este estudo tem uma virtude, pois chama a atenção para um dos nossos principais problemas, o da subqualificação dos ativos. Mas o principal problema está em haver poucas ofertas pelas empresas, porque há uma crise económica profunda decorrente da austeridade fundamentalista que acompanha as políticas macroeconómicas. A dita sobrequalificação decorre sobretudo deste equívoco. O problema fundamental do emprego em Portugal, a começar pelos jovens, é não haver um crescimento económico que se aproxime de 2% e permita absorver as novas gerações que vão chegando ao mercado de trabalho", explica Francisco Madelino."
Bom mesmo eram os tempos em que se torrava dinheiro dos contribuintes futuros, nós agora, a fazer betão e a empregar artificialmente gente na construção civil e a a atraí-las da escola para o trabalho com remuneração baixa já hoje. Se querem lidar com a baixa qualificação, recordem o "The Marshmallow Test" e pensem como ensinar a investir no futuro.
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Lembram-se do presidente da câmara de Guimarães?  

Acerca dos gigantes em pleno Mongo ou, perigosa propaganda neoliberal

Acerca dos gigantes em pleno Mongo, nada que não se tenha já escrito por aqui:
"Large organizations of all types suffer from an assortment of congenital disabilities that no amount of incremental therapy can cure. First, they are inertial. They are frequently caught out by the future and seldom change in the absence of a crisis.
...
Second, large organizations are incremental. Despite their resource advantages, incumbents are seldom the authors of game-changing innovation.
...
And finally, large organizations are emotionally insipid. [Moi ici: Recordar "Um pau de dois bicos"] Managers know how to command obedience and diligence, but most are clueless when it comes to galvanizing the sort of volunteerism that animates life on the social web. Initiative, imagination, and passion can’t be commanded—they’re gifts.
...
Inertial. Incremental. Insipid. As the winds of creative destruction continue to strengthen, these infirmities will become even more debilitating.
...
To build organizations that are fit for the future, we have to go deeper, much deeper. When confronted by unprecedented challenges, like an inflection in the pace of change, the most important things to think about are the things we never think about—the taken-for-granted assumptions that are to us as unremarkable as water is to fish. [Moi ici: Só que para um gigante essas "things we never think about" são inconstitucionais, vão contra direitos adquiridos] The performance of any social system (be it a government, a religious denomination or a corporation), is ultimately limited by the paradigmatic beliefs of its members; by the core tenets that have been encapsulated in creeds and reified in structures."
Infelizmente, a maioria das PME não percebe que esta é a sua vantagem e, para nós portugueses, é a Vantagem que nos está no sangue, 500 anos de viagens comerciais sem telemóvel embutiram em nós uma espécie de MacGyver. Sim, o desenrascanço pode ser mortal para uma empresa com 3000 trabalhadores, pode ser destruidor líquido de valor para uma PME sem orientação estratégica, mas pode ser a diferença entre a vida e a morte para uma PME que vê o seu principal cliente desaparecer, por exemplo.

Trechos retirados de "The Core Incompetencies of the Corporation"

sábado, novembro 01, 2014

Desconfiar dos números do desemprego

A 18 de Outubro último escrevi:
"Quem vive nas cidades grandes do litoral praticamente só trabalha no sector terciário onde o desemprego caiu menos de 11%, nada que se compare com o crescimento do emprego no sector terciário, sobretudo exportador, que ultrapassou os 18%.
...
Há um certo desalinhamento entre o que os media citadinos transmitem e, o que a população operária vai sentindo..."
Hoje encontro "Comércio e serviços emprega 79% da população das cidades" onde se pode ler:
"Por localidade, o setor terciário tem mais expressão em Lisboa (89% da população empregada no comércio e serviços), Faro (88%), Caniço, Funchal e Coimbra (87%) e Odivelas, Albufeira, Beja e Miranda do Douro (86%)."
Por isso, não admira a desconfiança:
""Na vida política portuguesa há um mistério, nos números do emprego e do desemprego. O Governo fala todos os dias na redução do número de desempregados. Se fosse verdade o que o Governo diz, tinhamos que verificar o crescimento, em correspondência, do emprego." 
Disclaimer, recordar a lição sueca "Lições da Suécia" e equacionar o impacte de "The Japanisation Of Europe"

Também é preciso ganhar dinheiro

Mais uma vez o aviso, conhece os seus clientes? Sabe se aquele cliente que lhe encomenda milhares de unidades todos os meses é realmente um bom cliente?
"Businesses are always on the hunt for customer feedback.
...
People got so caught up in trying to improve quality they sometimes forgot that a business has to make money, too. [Moi ici: Tão comum!!!]
...
Let’s have employees monitor customer feedback and make improvements in response to it while also watching key financial indicators and taking actions to move them in the right direction. Every executive knows — or should know — that good business decisions require both kinds of input. If companies are going to ask front-line employees to make more decisions themselves, the front-liners will need to know how to keep customers happy and what it costs to do so.
...
Front-line employees don’t need to become statisticians. The folks in finance can perform the analyses that show them which tradeoffs are worth making and why. But now the front-liners will be thinking like businesspeople, understanding from the data when they can afford to give the customer an extra benefit and when they can’t. Their decisions will be that much better, and the company won’t go broke trying to satisfy every customer’s wish, at any cost."
Recentemente "encomendei" dois serviços sobre este tema, a um financeiro para fazer as contas e a um informático para automatizar as contas.
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Como não recordar Jonathan Byrnes e "Islands of Profit in a Sea of Red Ink: Why 40 Percent of Your Business Is Unprofitable and How to Fix It"

Trechos retirados de "Track Customer Experience, but Don’t Forget the Financials"

Mais um exemplo positivo

A revista Dica da Semana, de 30 de Outubro, do Lidl traz um interessante artigo sobre o burel, "Da serra portuguesa para as cidades do mundo":
"Mas, afinal, o que é o burel? Pergunta feita à Ecolã (ecolaportugal.con), unidade produtiva artesanal (1925), de origem familiar: "É um tecido típico da região da Serra da Estrela, de origem medieval, feito em 100% lã bordaleira Serra da Estrela (raça autóctone).
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A Ecolã aposta, desde 1995, em reinterpretar este tecido atribuindo-lhe novas funções. Com sede em Manteigas, é, garante, a única empresa da Península Ibérica com modelo vertical de negócio: "Acompanhamos todo o ciclo da lã desde a tosquia (abril/maio) até ao produto final."
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A 'nova' veia urbana do burel tem conquistado outros consumidores que não apenas o português. A Ecolã tem marca própria, com o mesmo nome e, além da SENNES, assina a produção de outras marcas destinadas a diferentes consumidores europeus e asiáticos: Micuit em Espanha, L'Altro em Itália, Naturalschaft na Alemanha. Ao todo, emprega 14 pessoas, continua a utilizar teares de lançadeira, do inicio do século passado, e ao catálogo de cores naturais aditou cores ecológicas certificadas (Ecotex 100), com recurso a fingimento mineral e vegetal."
O artigo refere uma outra empresa, Burel Factory, que usa o burel como material de revestimento para paredes:

Mais um exemplo positivo de encontrar novos mercados e utilizações para materiais tradicionais, autênticos e com propriedades procuradas.

sexta-feira, outubro 31, 2014

"If I look at the mass, I will never act. If I look at the one, I will."

Esta manhã, numa empresa, discutia-se a cadeia de valor no cluster do calçado e, como é que o sector dos fornecedores dessa empresa poderia subir na escala de valor, para acompanhar o ritmo do calçado.
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- Está a imaginá-los a dar esse salto?
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A minha resposta foi algo do género:
- Não precisamos de mudar esse sector, basta-nos trabalhar com o vosso fornecedor em particular, basta-nos trabalhar com ele.
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Os outros virão atrás quando começarem a ver as consequências e os bons resultados.
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De tarde, a caminho do fim-de-semana, resolvi fazer uma caminhada de 6km, por entre os ex-campos de milho, a ler mais umas porções de "Elevate" de Rich Horwath encontrei:
"One of the reasons strategic planning has become a mind-numbingly, ambiguous exercise is because it's not translated to the individual level. Managers work to feed a PowerPoint deck with information and data that they themselves won't use after the dog-and-pony show presentation is concluded. A sociology study on the donation behaviors of individuals sheds some light on why this might occur. The study showed that people are more willing to donate money to help a single starving African child than to help many starving children. Interestingly, the researcher also found that contributions dropped dramatically when the individual child's picture was accompanied by a statistical summary of the large number of needy children like her in other countries." Similarly, when we see a specific, individualized issue, we are more likely to respond to it. When we're faced with a general blob of information, we tend to tune it out. The lesson for leaders: Tailor the meaning of the strategy to your audience and how it relates specifically to them and what they're doing on a daily basis. As Mother Teresa said, "If I look at the mass, I will never act. If I look at the one, I will.""

"Let a thousand business models bloom"

Este texto "Our Obsession With Scalability Must End" deixou-me sem palavras.
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Encontrar um texto escrito por alguém num outro continente, a 30 de Outubro de 2014, e tão sintonizado e alinhado com o que aqui escrevemos há muitos anos. Quando escrevemos sobre Mongo, sobre o Estranhistão, sobre o eficientismo, sobre o denominador versus o numerador, sobre a interacção para co-criar valor, sobre a polarização dos mercados, sobre o não querermos, como clientes, ser tratados como miudagem, ser tratados como plankton.
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Isto é música celestial para PME, pena que a mensagem não chegue com a celeridade necessária aos empresários:
"Our obsession with scalability is getting in the way of unleashing the potential of the 21st century. [Moi ici: Escala versus interacção, volume versus à medida, vómito versus personalização] We are so fixated with scalability we have taken our eye off of delivering value at every scale including the most important scale of one. [Moi ici: O cliente deixa de ser uma pessoa, uma empresa concreta e, passa a ser um substantivo colectivo, como a miudagem, como o plankton] The Industrial Era did that to us. Reaching the mass market takes precedence over delivering value to each customer.
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The Industrial Era brought us the reign of the predominant business model. Every industry quickly became dominated by one business model that defined the rules, roles, and practices for all competitors and stakeholders. We became a nation of share takers clamoring to replicate industry best practices to gain or protect every precious market share point. Companies moved up or down industry leadership rankings based on their ability to compete for market share. Business schools minted CEOs who became share-taking clones of one another. It was all about scale. Bigger was always better.
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Institutional leaders are even more obsessed with scalability than entrepreneurs. They fixate on protecting their current scale and assess all new customer value creating ideas through the lens of their current business model.  ...  This is why CEO’s are so hungry for merger and acquisition opportunities. It’s all about scale, not changing the customer value equation.  New business models force institutional leaders to rethink scalability.
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We live in an era that screams for less share taking and more market making. Market makers don’t accept the idea that a predominant business model has to dictate the industry landscape.  [Moi ici: E falamos aqui sobre ecossistemas e market scripting, desenhar mercados como um pintor pinta quadros] They create a new market with a different playbook. ... Today’s consumers refuse to accept that there is only one predominant business model in every industry and that they have to take or leave its offerings.  Consumers now demand personalized experiences, products, and services.
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Consumers are bringing the era of the predominant business model to an end. Business models don’t last as long as they used to. Predominant business models are crumbling all around us.
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It’s time end our obsession with scalability. There are too many consumer, student, patient, and citizen needs left unmet by predominant business models in every industry. There are too many new business model concepts stuck on white boards and in consulting decks.  We are still allowing predominant business models to slow down and block the emergence of new business models that can better meet our needs.  It’s time to move from the era of the predominant business model to the era of business model proliferation. Let a thousand business models bloom." [Moi ici: Recordar]
Este texto resume bem as ideias deste blogue e da mensagem de esperança que elas encerram.

Manter os clientes que interessam

E volto a "Várias perplexidades" pelo lado da reflexão, pelo lado da identificação de padrões, pelo lado da fuga ao bombeirismo:
"Depending on which study you believe, and what industry you’re in, acquiring a new customer is anywhere from five to 25 times more expensive than retaining an existing one.
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increasing customer retention rates by 5% increases profits by 25% to 95%.(Moi ici: Mas não fique só por esta frase, leia pelo menos o último parágrafo deste recorte)
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If I’m interested in keeping customers, I’m interested in understanding how many leave and the underlying reasons why they are ending their relationship with me,” says Avery. Changes in a company’s churn rate could be a signal that something is working well (if the number goes down) or needs addressing (if the number goes up). (Moi ici: Estão a ver as empresas que, por causa da ISO 9001, calculam um número, um tal de grau de satisfação, e ... ficam por aí, o objectivo parece ser calcular o número. E olhar para os números como amostragens que saem de um sistema, como sinais que ilustram padrões e permitem actuação sistémica?) The idea is that when you know that more customers or subscribers are cutting ties with your firm, you can work to adjust your marketing strategy or customer service approach.
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The second mistake that companies make is to look at churn as simply a number or metric rather than as an indicator of behavior. The questions managers should be asking themselves are: What are we as a company doing to cause customer turnover? What are our customers doing that’s contributing to their leaving? How can we better manage our customer relationships to make sure it doesn’t happen? Dissecting what’s behind the number will help you determine what to do to change it.
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The final mistake is not seeing that often a high churn rate is the result of poor customer acquisition efforts. “Many firms are attracting the wrong kinds of customers. We see this in industries that promote price heavily up front.
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Before you assume you have a retention problem, consider whether you have an acquisition problem instead. “Think about the customers you want to serve up front and focus on acquiring the right customers. (Moi ici: Ainda esta semana tive um desgosto. Identificaram-se os clientes-alvo e as experiências que valorizam. Meses depois, seduzidos pelo canto de sereia de uma empresa muito grande, inebriados pela luxúria da quantidade, mas com margens de caca, a estratégia corre o risco de ficar para trás, numa PMEThe goal is to bring in and keep customers who you can provide value to and who are valuable to you,”"




Trechos retirados de "The Value of Keeping the Right Customers"

Uma lição da Apple para as PME

Muitas PME deviam reflectir, muito seriamente, neste exemplo:
"How many products does Apple have now?
Well, we have few. You could almost place every product that we [make] on this table. I mean, if you really look at it, we have four iPods. We have two main iPhones. We have two iPads, and we have a few Macs. That’s it. And we argue and debate like crazy about what we’re going to do, because we know that we can only do a few things great. That means not doing a bunch of things that would be really good and really fun.
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That’s a part of our base principle, that we will only do a few things. And we’ll only do things where we can make a significant contribution. I don’t mean financially. I mean some significant contribution to the society at large. You know, we want to really enrich people’s lives at the end of the day, not just make money. Making money might be a byproduct, but it’s not our North Star."
Qual é a empresa mais rica do mundo?
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E, no entanto, a empresa mais rica do mundo, capaz de disponibilizar recursos imensos, não resolve disparar em todas as direcções, concentra-se num número reduzido de produtos.
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Por que é que tantas e tantas PME querem ir a todas, querem servir todo o tipo de clientes e mantêm um leque crescente de produtos, onde potenciais sucessos se misturam com "cães rafeiros"?
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Trecho retirado de "Tim Cook's Freshman Year: The Apple CEO Speaks"

quinta-feira, outubro 30, 2014

Mongo não é só meter código nisso...

Ao ler "Whirlpool’s “Internet of Things” problem: No one really wants a “smart” washing machine" detectei logo uma falha em todo este castelo.
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Como não nos cansamos de dizer, em Mongo a interacção, que leva à co-criação, é fundamental.
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Mongo não é só meter código nisso, é conjugar hardware, código e interacção co-criadora com os clientes.
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O sucesso nunca é baseado no que a tecnologia consegue dar mas antes nos problemas que se ajudam a resolver e, nos objectivos que se ajudam a atingir.

"statistical calculation is not enough"

"Don’t Confuse Risk and Uncertainty
Given the many unknowns, few situations in life allow us to calculate risk precisely. In most cases the risks involved are a mixture of more or less well known ones.
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In health care, another world with a high degree of uncertainty, a doctor needs statistical thinking to understand the results of medical research, but also good intuitions to understand the patient. Similarly, in the world of business, statistical calculation is not enough; to know whom to trust, one needs good intuitions about other people."
 Trechos retirados de "Risk Savy" de Gerd Gigerenzer.

A estratégia continua a ser importante

Todos os dias encontro exemplos de quão importante é ter uma estratégia e ser capaz de a executar e de a respeitar, todos os dias. E muitas vezes vejo exemplos de desalinhamento estratégico, verdadeiro exterminador de valor:
"Strategy has shrunk. For many firms and even for some prominent strategy consultants, the concept is now nothing more than “just-in-time decision making” or “a few critical initiatives” or other variations on “adaptability.”
...
Adaptability is important. To use a retailing metaphor: every strategy has a sell-by date and, despite the polemics of adaptability pundits, few have ever denied that. Stability is not a necessary assumption behind the notion of strategy as integrated choice.
...
So consider why some in your organization might equate strategy with adaptability. Sometimes (often?) it is what people say when they’ve not done their homework about the market or don’t want to commit to tough choices that mean more and less resources for different functions and business units.
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Business today, like yesterday, requires choices and tradeoffs, whether or not you acknowledge that within and beyond the C-suite. As a guiding principle, however, adaptability is analytically useless for doing what any coherent strategy must do: specify where we do and don’t play in specific markets and how we propose to win in places where we do choose to play. If your firm doesn’t do this, then over time in a competitive market, one or both of two parties will choose for you: either competitors or (in voting with their feet) customers. Neither group necessarily has your best interests at heart."

Trechos retirados de "There’s No Excuse for Avoiding Strategy"

quarta-feira, outubro 29, 2014

Uma incoerência qualquer

Enquanto que uma directora do jornal diz que o país está parado, que é preciso fazer calote à dívida senão o país não pode crescer, no país real há estes exemplos, retirados do mesmo jornal:
"Em 2013, a Dielmar teve um volume de negócios de 11,8 milhões de euros, sendo que no terceiro trimestre deste ano atingiu os 9,7 milhões de euros, um crescimento face ao período homólogo de 2013 de 17%.
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Segundo os dados relativos ao terceiro trimestre deste ano, as exportações da empresa representam 59% das vendas e, este ano, o mercado doméstico apresenta um crescimento de dois por cento e as exportações estão a crescer 30%."
E:
"Uma em cada cinco empresas nacionais do setor agroalimentar espera obter 50% das suas vendas no mercado externo em 2020,
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Duas em cada três empresas têm a expetativa de exportar mais de 25% do seu volume de negócios até 2020 e, entre as empresas de origem nacional, 21% esperam vender no exterior mais de 50% do seu volume de negócios." 
Trechos retirados de "Um quinto das empresas alimentares espera facturar 50% no estrangeiro em 2020" e "Empresa de confecções Dielmar aposta no mercado japonês"

"o paradoxo das democracias contemporâneas"

"Quando as escolhas democráticas eram estruturadas pelas diferenças de programas políticos, de modelos de sociedade e de modelos de desenvolvimento, eram as ideias e os programas que determinavam o que os eleitores poderiam preferir. Quando se inverteu esta relação, formou-se o paradoxo das democracias contemporâneas: os eleitores têm preferências que já não estão dentro do campo de possibilidades e os candidatos propõem o que não têm possibilidades para oferecer.
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Não se sai deste paradoxo sem subordinar as preferências ao que for o campo de possibilidades."
Apanhei no Domingo passado no Twitter:
"Se os porcos pudessem votar, o homem com o balde de comida seria eleito sempre, n importa qtos porcos já tenha abatido no recinto ao lado." 
Desconfio sempre de quem só promete coisas boas, de quem garante que vamos poder comer carne todos os dias, sem problemas para a carteira ou para a saúde.
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Trecho retirado de "As preferências dos eleitorados"

Quem me garante... acham que a culpa era da ministra Belém Roseira?

A propósito de "Várias perplexidades" estamos a falar, no fundo, de uma mentalidade concentrada em apagar fogos e pouco, muito pouco, em reflectir e procurar padrões, para evitar o eterno correr atrás do prejuízo.
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Esta semana, em Elevate de Rich Horwath li:
"Make no mistake, a firefighting mentality starts at the top of the organization. If managers see their senior leaders constantly reacting to every issue that comes across their desk, they too will adopt this behavior. Firefighting then becomes embedded in the culture and those that are seen as the most reactive, oddly enough, garner the greatest recognition. Managers who thoughtfully consider each issue before responding don’t seem to be doing as much as the firefighters, when in reality, they’re exponentially more productive.
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“Let’s think about that,” is a simple but powerful phrase that can eliminate reactivity within your business and culture."
Os media são viveiros de "firefighting mentality", lidam com um assunto pela rama, sem investigação, adoram funcionar como megafone, sem mediação, sem reflexão, não têm tempo para tal, e, depois, avançam para novo tema, e depois outro e outro.
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Aposto que esta manhã, as declarações do presidente do conselho de administração do IPO do Porto à RTP são capazes de dar direito a Fórum TSF. Traduzidas por "IPO do Porto está a adiar cirurgias por falta de camas".
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Conseguem adivinhar o capital de combate ao governo que este tema pode representar, é impossível não resistir à onda de facilitismo.
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Eu, ouvi as declarações da polémica na rádio e há um pormenor que não vejo ninguém referir (momento 00:15):
"Temos mais doentes acumulados em situações paliativas ou em complicações pós-cirúrgicas, o que leva a que haja falta de camas."
Gostava que os media investigassem e me explicassem o que se está a passar. Por exemplo, podiam analisar as tendências ao longo dos últimos 5 anos:
  • o IPO tem tratado mais doentes, quantos mais? Qual tem sido a evolução?
  • o tempo médio de estadia tem aumentado? Qual tem sido a evolução?
  • as complicações pós-cirúrgicas têm aumentado? Quais os motivos? Qual tem sido a evolução desses motivos? (motivos não são causas)
  • o número de camas operacionais tem diminuído? Qual a evolução?
  • O IPO de Coimbra perante a mesma situação usa o cheque-operação e o doente não é prejudicado. Por que é que o do Porto não faz o mesmo?
Há tempos numa fábrica, assisti a uma reunião de planeamento de produção fabril, estavam presentes todos os chefes de secção. No final da reunião, o director fabril perguntou:
- Estamos preparados para esta semana? Está tudo resolvido? Não vai faltar nada?
Ninguém se manifestou!
Acabada a reunião, no corredor, uma senhora foi ter com o chefe da secção que realiza as últimas operações e perguntou:
- Então você não disse nada? Então não viu que quinta e sexta-feira vai precisar de mais pessoal para acabar a encomenda a tempo e embarcar tudo na sexta? Vai ter aqueles modelos mais difíceis!!!
O homem ainda não se tinha apercebido disso, era segunda-feira, o urgente era tratar de segunda-feira... quinta-feira vinha muito distante, depois se veria.
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Imaginam, depois, a correria de quinta e sexta feira e o triunfo do bombeiro quando consegue embarcar tudo, mesmo que se abuse das horas extra?
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Quem me garante que isto no IPO é culpa do governo? Quem me garante que não é falta de planeamento? Quem me garante que não é resultado de deterioração da performance operacional?
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Há quase quinze anos conheci uma organização na área da saúde que, por não tratar da manutenção do ar condicionado nos blocos operatórios, viu subir em flecha as infecções pós-operatórias e o tempo médio de internamento... acham que a culpa era da ministra Belém Roseira?
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BTW, em Julho de 2010 isto levantou polémica?
""No último ano, tivemos situações em que cirurgias foram adiadas por causa de taxas de ocupação de 100%", lamentou Laranja Pontes."

Acerca da proposta de valor baseada no preço

A malta do Marco de Canavezes, é muito boa na proposta de valor do preço mais baixo.
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Confesso que não me recordo de nenhum sector transaccionável em Portugal, neste momento, que tenha sucesso com base no preço mais baixo.
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A propósito de "Sonae Indústria refinancia dívida e prepara aumento de capital garantido por Belmiro de Azevedo".
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E volto ao disclaimer:
O negócio do preço mais baixo é honesto e respeitável, só que não é para quem quer, é para quem pode.
Qual a gama de produtos da Sonae Indústria?
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Quem os costumava comprar? O que aconteceu a esses clientes? O que aconteceu aos clientes dos seus clientes?
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Qual é a preocupação dos seus gestores que chega aos jornais? Sobre matéria-prima... típico de quem se concentra na excelência operacional.
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1990, o Engº Matsumoto, administrador da empresa onde trabalhava na altura, dizia, em inglês:
- Tirem a cabeça de dentro do polimerizador!!! 
Ou seja, deixem de olhar para dentro, o proteccionismo acabou em 1986, agora, ser excelente operacionalmente não chega, é preciso seduzir clientes.

Várias perplexidades

Imaginem uma empresa com um sistema de gestão da qualidade certificado.
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Essa empresa, durante o ano de 2013, foi sujeita a 50 auditorias de clientes que identificaram 70 não-conformidades em obras de restauro e renovação. Cada uma dessas não-conformidades foi tratada e, considerada encerrada pelo cliente.
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O que essa empresa ainda não fez foi subir na escala de abstracção e deixar de pensar em coisas concretas, para analisar as tendências. Por exemplo, a não-conformidade 1 representa cerca de 20% de todas as não-conformidades emitidas e a não-conformidade 2 representa cerca de 16% de todas as não-conformidades... apenas 2 tipos de não-conformidades representam mais de 36% de todas as não-conformidades.
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Ao olhar para as tendências, ao olhar para o agregado de 2013, é possível perceber que uma não-conformidade em obra não acontece por acaso, ou por causa de falha humana de terroristas voluntários ou não. Quando a mesma falha acontece, na mesma empresa, a várias equipas de trabalho, em diferentes obras, ao longo de todo o ano, é difícil não concluir que estamos perante falhas sistémicas que requerem acções sistémicas, para lá das simples correcções.
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Várias perplexidades:

  • Por que é que cada auditoria é vista como um caso único?
  • Por que não se analisam as tendências?
  • Por que é que a entidade certificadora nunca levantou esta possibilidade?
Baseada em histórias contadas pelo mestre de obras que está à frente da equipa que renovou casa, aqui na urbanização onde vivo.

terça-feira, outubro 28, 2014

Outro exemplo positivo

Em vez de copiar os modelos do litoral, perguntar o que é que se fazia, o que é que se vendia há 100 anos nas terras do interior?
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Quem aposta em autenticidade e tradição tem aí uma boa resposta, para começar a equacionar um novo modelo.
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Mais um exemplo do agro-alimentar e, "Cogumelos são setor em expansão em Vila Pouca de Aguiar"

douram a realidade "engenheirando" resultados

É tão fácil entrar em choque no Twitter, basta escrever que o propósito de uma empresa não é o de ganhar dinheiro, para logo algumas pessoas virem defender o oposto.
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Atenção, as empresas precisam de ganhar dinheiro, se não ganharem dinheiro são um sorvedouro que empobrece a sociedade. Contudo, ganhar dinheiro é uma consequência, não o objectivo. O objectivo é seduzir, satisfazer e fidelizar clientes, sem isso uma empresa não tem razão de existir, se seduzir, satisfizer e fidelizar clientes, como recompensa pode ganhar dinheiro.
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Muitas empresas, basta pensar no caso português da PT e recordar "Para mim, um simples anónimo engenheiro da província", elegem como principal objectivo o ganhar dinheiro. Steve Denning em "IBM's Potemkin Prosperity" descreve muito bem o suicídio da IBM, recordar "Acerca do curto-prazismo", por causa da crença no ganhar dinheiro para os accionistas como o propósito das empresas.
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Muitos políticos fazem o mesmo, douram a realidade "engenheirando" resultados nos indicadores.

transitar da era da chapa mais minutos para Mongo

Li este artigo "The Internet of Things Will Change Your Company, Not Just Your Products" ontem de manhã, enquanto fazia horas para entrar numa empresa.
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Depois, de tarde, ao ser ultrapassado por uma carrinha de uma empresa de Vale de Cambra, que conheci numa outra vida, que faz reservatórios metálicos, voltei mentalmente ao artigo:
"The resulting GlowCap offering provides continuous, real-time communication to users and caregivers via a wireless connection. Changes in light and sound indicate when it’s time to take medication. Weight sensors in the pill cylinders indicate when the medication has been removed. Accounts can be set so that text notifications or a phone call are sent if a dose is missed. By pushing a button on the device, an individual can easily order a refill from his or her pharmacy. Weekly e-mails with detailed reports can also be set up, creating a comprehensive system of medication management."
E pensei nas "loucuras", no bom sentido, que se podem incorporar num "bom velho reservatório", para transitar da era da chapa mais minutos para a era da chapa mais minutos, mais sensores, mais apps, mais ... mais Mongo.

Para reflexão

"More information ought to be useful, but only if companies can interpret it. And workers are already overloaded: 62% of them say that the quality of what they do is hampered because they cannot make sense of the data they already have, according to Capgemini, a consultancy. This will only get worse: the data deluge is expected to grow more than 40 times by 2020."
Trecho retirado de "Too much buzz"

segunda-feira, outubro 27, 2014

Curiosidade do dia

Outono, são folhas caídas.
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BTW, pareceu-me ver nos céus de Estarreja, pelas 17h30, um andorinhão no seu voo "maluco". Estamos quase em Novembro... nunca tinha visto um tão tarde!!!

"more about emotion and not just a number"

Por que é que as joalharias escondem o preços das suas peças?
"Customers can get spooked by high prices. "They'll go, 'Oh, this is crazy,' and they'll just walk right out," she said.
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Without a price tag, customers have to ask before they bolt. The store gets a chance to explain the story behind the earrings or necklace. That makes the decision to buy more about emotion and not just a number,"
Aplicação para a sua empresa?
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Os seus comerciais apostam naquele "makes the decision to buy more about emotion and not just a number"?

Trecho retirado de "Why Jewelry Stores Hide The Price Tags"

"Don’t waste a penny trying to “educate” or “convince” them"

Grande mensagem de Tom Asacker sobre a reacção da McDonalds a resultados muito maus:
"Are people losing their appetite for your brand?
Don’t waste a penny trying to “educate” or “convince” them.
It won’t change a thing.
Instead, give them a novel and valuable experience.
One that aligns with their beliefs and desires.
Then sit back and watch in astonishment.
As they educate and convince themselves."
Vale a pena ler o texto todo em "Is your brand misunderstood?"

Acerca da co-criação

"every business is a system, immerged in a relational context looking for viable competitive profiles viability through interaction with other actors.
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markets are spaces where firms deploy and integrate operant and operand resources to co-create value – instead of being places where demand and supply meet and reach equilibrium as neo-classical economics suggests.
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A common thread in these research schools is the notion of value co-creation: the locus of value creation is no longer perceived to reside within firm boundaries but  value is considered to be co-created among various actors within the networked market."
Trechos retirados de Suvi Nenonen e Kaj Storbacka, (2010),"Business model design: conceptualizing networked value co-creation", International Journal of Quality and Service Sciences, Vol. 2 Iss: 1 pp. 43 - 59

Acerca das alterações que transformarão as indústrias como as conhecemos

Há dias, no artigo de Porter citado em "É meter código nisso, vai bater à porta da sua empresa" li e fixei:
"The changing nature of products is also disrupting value chains, forcing companies to rethink and retool nearly everything they do internally.
...
These new types of products alter industry structure and the nature of competition, exposing companies to new competitive opportunities and threats. They are reshaping industry boundaries and creating entirely new industries. In many companies, smart, connected products will force the fundamental question, “What business am I in?”"
Entretanto, recentemente, ao ler o Plano Estratégico do Cluster do Calçado 2014-2020, fixei:
"uma subida do preço do couro estimulará a exploração de matérias-primas e tecnologias inovadoras.
...
Volatilidade do preço da matéria-prima e eventual aparecimento de alternativas com melhores performances e menor custo." 
Ontem, li "Meet The Woman Who's Using 3D Printing To Make Your Shoes Cool And Comfortable":
"Meet Kegan Schouwenburg, the 29-year-old CEO and Co-founder of SOLS, the company that’s bringing 3D printing to footwear and creating dynamic foot beds engineered to change the way the world walks. Kegan says, “We’re doing this because our feet hurt. Because ‘orthotic’ shouldn’t be a dirty word. Because generic insoles just aren’t cutting it. Because people everywhere should be empowered to walk further, run faster, jump higher, dance longer.”"
E ainda na semana passada visitei uma fábrica de palmilhas...

domingo, outubro 26, 2014

Mais um exemplo positivo

Olha ele, o empreendedor lisboeta deste postal, "Creepy (part IV)", o projecto sempre levantou voo "Skypro. Sapatos para andar com os pés bem assentes... no céu".
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Mais um exemplo da aposta num nicho com um produto técnico.
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Interessante aquela parte final:
"do mais surpreendente que aconteceu nos últimos anos foi o facto de as vendas na loja online representarem já 15% da faturação da Skypro, correspondente a 150 mil euros de vendas online; mais ainda: as vendas dispararam a partir do momento em que o preço dos sapatos aumentou dos 89,90 para os 110 euros. [Moi ici: Um aumento de 22% no preço. Parece-me que chegou a fixar a mensagem daquele gráfico de Rosiello] "Há muitas empresas portuguesas que ainda não olharam para o seu negócio de forma séria. Fazemos coisas muito boas, mas, como somos portugueses, olhamos sempre para o que fazemos como tendo pouco valor.  [Moi ici: Boa, outra mensagem que ficou. Recordar "Para acabar com o deixar dinheiro em cima da mesa - parte IIa"] Um alemão faz exatamente o mesmo, só que os óculos dele valorizam o produto de tal maneira que, quando um alemão vai vender, vende com muito mais valor do que nós vendemos.""

Acerca do endividamento bancário para começar um negócio

Mark Cuban é o "shark" que mais aprecio no Shark Tank. Ao ler este título "Is Mark Cuban Correct in Saying Only Morons Start a Business on a Loan?" pensei logo no vício nacional, também induzido pela fiscalidade que temos.
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No caso de uma stratup, em que não há ainda modelo de negócio testado e escalável ainda mais verdade a afirmação.

Assim, todos ganham, desde que percebam qual o seu espaço

Ontem em "Vive e Deixa Viver" sublinhámos a opinião de um independente acerca da actuação do gigante do seu sector:
"Michael Horn, who founded Craft Coffee, isn't afraid to give credit to Starbucks. "They have a really great read on the market," he says, and when they start throwing around capital into changing the market, "that's a really great thing" for everyone. It proves there's demand for good coffee and "it's a clear recognition the market is changing," he adds.
...
"Our play is definitely different [from Starbucks]--it's kind of like Pandora for coffee.""
Julgo que um independente inteligente poderá dizer o mesmo do que se está a passar no fitness em Portugal:
"Aumentar o número de ginásios em Portugal é a terceira e última fase de um plano de reestruturação que os Solinca estão a desenvolver desde 2013. Nesse ano, depois de um 2012 "muito difícil", a marca redefiniu o modelo de negócio baixando os preços. "Não somos low cost e não cortámos serviços, apenas retirámos algumas gorduras", disse Bernardo Novo.
Em consequência, no ano passado angariaram 20 mil novos sócios, aumentaram a faturação 8%, para 900 mil euros, e o EBITDA passou de 1,2 milhões de euros negativos para 500 mil euros positivos. Já no primeiro semestre ganharam mais 12 mil sócios e, face ao homólogo, cresceram 10% na faturação e registaram um EBTIDA de 900 milhões."
Claro que um independente que aposta no preço como a sua vantagem competitiva não vê isto como bom para o seu negócio. Já um independente, como no exemplo do café, que aposte num mercado mais selecto, mais exigente, verá este esforço da Solinca como uma espécie de trabalho de angariação, de recrutamento de futuros clientes. Por cada 100 novos praticantes de fitness, alguns, poucos, quererão, mais tarde ou mais cedo, evoluir para um patamar onde aquilo que eram "gorduras" na Solinca serão uma necessidade e terão de mudar de ginásio.
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Outros, quererão algo mais familiar, mais personalizado e sentir-se-ão perdidos em:
"Foi precisamente para fazer face ao crescente número de sócios que a marca iniciou obras de melhoria e expansão de alguns dos clubes
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Estas obras trouxeram novas máquinas, novos e maiores estúdios"
Outros quererão interacção e desafios pessoais co-criados e, não estarão interessados em máquinas e mais máquinas.
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Assim, todos ganham, desde que percebam qual o seu espaço





Trechos retirados de "Sonae procura pequenos clubes para transformar em ginásios Solinca"

Passar do B2B para o B2C

A propósito de "Indústria: Móveis de metal tomam forma em fábrica de Gaia", esta semana que passou estive numa empresa, dum sector completamente diferente, que vai passar pela mesma dificuldade:
"Até agora, a empresa trabalha com agentes, distribuidores e decoradores um modelo comum na indústria do mobiliário. Mas o objectivo da Larforma é chegar directamente ao consumidor final num futuro próximo."
Deixar de trabalhar para agentes, distribuidores e decoradores é diferente, muito diferente, de chegar directamente ao consumidor final.
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Têm marca?
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Têm marketing?
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Como vão interagir com o consumidor final?
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Em que prateleiras vão expor?
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Algumas destas perguntas instintivas começam a ter resposta:
""Neste momento só trabalhamos para clientes profissionais e queremos fazer chegar a nossa evolução ao cliente final. E por isso criamos uma marca, a 'Porto Work', que está agora a ser lançada com produtos totalmente artesanais", realça o empresário. Vai ser com esta marca que irá vender o mobiliário "de metal".
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"Tratando-se de um produto muito original, requer uma comunicação original", disse Manuel Ferreira, que pretende redecorar espaços públicos para mostrar os seus produtos aos clientes."
Para muitas empresas é uma transição difícil.
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BTW, qual o papel daquela espécie de modelo das 5 forças de Porter que aparece no artigo? Faz algum sentido, para uma empresa que já exporta 40% da sua produção, considerar que os seus concorrentes são:
"O fabrico de mobiliário é a ocupação principal de muitas empresas nacionais, concentradas sobretudo no Norte do Pais. Oscilam entre pequenas oficinas e fábricas de grande dimensão."

sábado, outubro 25, 2014

"Vive e Deixa Viver"

E voltamos ao delicioso papel da estratégia, da diferenciação, da escolha, da selecção, da co-construção de um nicho e entrarmos no mundo do "Vive e Deixa Viver" (by-pass à concorrência):
"Michael Horn, who founded Craft Coffee, isn't afraid to give credit to Starbucks. "They have a really great read on the market," he says, and when they start throwing around capital into changing the market, "that's a really great thing" for everyone. It proves there's demand for good coffee and "it's a clear recognition the market is changing," he adds.
...
"Our play is definitely different [from Starbucks]--it's kind of like Pandora for coffee.""
Vários exemplos de como os independentes continuam a crescer ao mesmo tempo que a Starbucks também cresce.
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Trecho retirado de  "How Indie Coffee Brands Are Taking on Starbucks' Be-Everywhere Strategy"

ADENDA: Obrigado pela dica Paulo

Mongo não é um mundo gigantes-friendly!

Quando dimensão e "espírito americano" se conjugam e Mongo, onde as pessoas não gostam de ser tratadas como plankton, entranha-se?
"But underlying it all is a sense of malaise for companies whose once powerful formulas for success left them too big to switch tack quickly when market conditions changed.
...
“That’s what makes you successful. That also essentially locks you into the current paradigm,” Prof. Gupta says. “You become big, but you become trapped.”
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today’s blue chips face difficult challenges, such as globalization, rapid technological change and complex operations. Some have run out of new global locations in which to sell their consumer products. [Moi ici: Tipicamente americano, de dependente da escala do eficientismo] “They are too big to succeed right now,” Mr. Finkelstein says. “Size is an advantage until it becomes a disadvantage.”"

Trechos retirados de "Clouds Darken for America’s Blue-Chip Stocks"

Ver também, na mesma onda:

"Corporate giants are spinning off business lines and breaking themselves up at a near-record pace, as size increasingly looks like a negative to investors concerned about fierce global competition and slower growth.
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Big had long been a synonym for better in corporate America—for CEOs expanding their companies and for investors looking for insulation from sudden changes in markets. But these days the sun isn’t shining on empire builders. Investors are pressing companies to part ways with slower-growing businesses and focus their efforts on more-promising operations"
Mongo não é um mundo gigantes-friendly!

sexta-feira, outubro 24, 2014