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sexta-feira, janeiro 03, 2020

"That's our edge!"


Acredito que em muitas áreas a Inteligência Artificial poderá substituir com vantagem os humanos. No entanto, nunca esqueço as palavras de Kasparov acerca do trabalho conjunto entre humanos e inteligência artificial.
"relatively weak computers working alongside human players will wipe the floor with the most advanced supercomputers. Collaborative rather than oppositional thinking has yielded radical advances in chess theory, and opened up whole new areas of play." (fonte)
"humans and machines will work together, and we, as customers, will be allowed, once more, to lazily beg for help" (fonte
Nunca esqueço:
- That's our edge! (fonte

quarta-feira, novembro 06, 2019

Chinesices versus complexidade

Há tempos um empresário ao almoço explicáva-me a superioridade do modelo chinês:

A China pensa a 50 anos:
O partido comunista pensa a 50 anos e, depois, executa.

Enquanto isso, nós na Europa, com a luta partidária teremos uma espécie de cose e descose, (Penélope, penso eu agora), com partidos a trocar de turno entre oposição e situação.
Ele não deu solução para o desafio.

Enquanto ele fazia o desenho na toalha de papel eu tinha uma resposta na cabeça, mas não o quis chocar e calei-me, para não perdermos tempo.

Lembrei-me disto ao ler um artigo ontem no Jornal de Negócios, "Não pode haver emprego sem salário. Mas isso acontece". A certa altura apanho:
"Qual é a melhor estratégia?É dizer que somos fortes, temos liderado durante os últimos séculos. [...] Temos de construir uma Europa de projetos. Temos de dizer “temos 10 ou 15 desafios à nossa frente”. Os chineses conseguem fazê-lo muito bem. Porque na China, com o partido comunista, eles pensam no futuro e organizam-se para o melhor e para o pior."
As palavras são de Pierre Gattaz que assumiu em Junho de 2018 a presidência da Business Europe,
que tem sede em Bruxelas, e representa habitualmente nas cimeiras tripartidas as confederações empresariais de 35 países europeus.

A minha resposta era e é:
Não podemos acreditar na superioridade do pensamento único, por mais bem intencionado que seja. Não podemos acreditar que Sandy é melhor que MacGyver, não podemos acreditar que 1984 é a resposta.

A resposta não é melhorar o governo, qualquer que ele seja, porque por melhor que ele seja nunca vai ser capaz de lidar com um mundo em turbulência. A resposta é criar uma sociedade que que precise de menos governo, que dê mais liberdade de iniciativa a todos, que não precise de megaprojectos para alimentar as elites sempre à "babugem" das fumarolas, megaprojectos para gáudio dos donos disto tudo.

Se o mundo não mudasse faria sentido a abordagem chinesa, mas num mundo como o nosso, o que é verdade hoje, é mentira amanhã. Lembram-se do dinheiro que entrou na indústria no tempo de Cavaco Silva e fez de Portugal a china da Europa antes de haver China? Foi mal aplicado? Não! Foi aplicado no que fazia sentido naquele tempo, chegamos a menos de 4% de desemprego em Janeiro de 1992. Quando a verdadeira China entrou em jogo... tudo o que foi construído ruiu como um baralho de cartas.

Não podemos acreditar que o modelo de governação chinês que transformou um país agrário numa potência económica à base do modelo do século XX possa ser aplicado com sucesso na Europa, ou até mesmo à China do verdadeiro século XXI. Não é política, é dinâmica de sistemas. Planeamento central não joga com complexidade, lição da Mesopotâmia pré-Abraão e da blitzkrieg.

À atracção, de alguns, pela uniformidade chinesa, prefiro o amor pela volatilidade:
 "Stifling natural fluctuations masks real problems, causing the explosions to be both delayed and more intense when they do take place."
E nem de propósito, na minha caminhada na madrugada de ontem comecei a ler "The Infinite Game" de Simon Sinek:
"Finite games are played by known players. They have fixed rules. And there is an agreed-upon objective that, when reached, ends the game. Football, for example, is a finite game. The players all wear uniforms and are easily identifiable. There is a set of rules, and referees are there to enforce those rules. All the players have agreed to play by those rules and they accept penalties when they break the rules. Everyone agrees that whichever team has scored more points by the end of the set time period will be declared the winner, the game will end and everyone will go home. In finite games, there is always a beginning, a middle and an end.
Infinite games, in contrast, are played by known and unknown players. There are no exact or agreed-upon rules. Though there may be conventions or laws that govern how the players conduct themselves, within those broad boundaries, the players can operate however they want. And if they choose to break with convention, they can. The manner in which each player chooses to play is entirely up to them. And they can change how they play the game at any time, for any reason.
Infinite games have infinite time horizons. And because there is no finish line, no practical end to the game, there is no such thing as “winning” an infinite game. In an infinite game, the primary objective is to keep playing, to perpetuate the game.
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An infinite-minded leader does not simply want to build a company that can weather change but one that can be transformed by it. They want to build a company that embraces surprises and adapts with them. Resilient companies may come out the other end of upheaval entirely different than they were when they went in (and are often grateful for the transformation).”

sábado, dezembro 30, 2017

"The best way to beat a problem is to make it work for you"

A propósito de, "De onde vêm as grandes estratégias (parte II)", chamaram-me a atenção para este site delicioso, "44 Inspirational MacGyver Quotes For Knowledge And Resourcefulness":
"1. "I say we trust our instincts, go with our gut. You can't program that. That's our edge." - MacGyver [Moi ici: Lembro-me do episódio onde isto era dito, a luta contra a Sandy]
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2. "The great thing about a map: it gets you in and out of places in a lot different ways."[Moi ici: Um mapa é uma desculpa, uma bengala, um artifício, para que nos levantemos e ponhamos a caminho. Como não recordar Weick]
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4. "The best way to beat a problem is to make it work for you." [Moi ici: Faz-me lembrar o pressuposto por trás de "A Beautiful Constraint". Como será ver o mundo a partir de um ponto em que aquilo que para nós, hoje, é um problema passe a ser visto como uma oportunidade?]
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8. "There always seems to be a way to fix things."[Moi ici: Há sempre um alternativa, nada é definitivo]
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10. "That's the way the world gets better... one person at a time."[Moi ici: Sem revoluções, sem ismos, uma empresa de cada vez e à sua própria maneira]
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18. "It's not so bad to be special... you just have to learn to feel good about it."[Moi ici: Ganhar a coragem para ser diferente, para seguir o caminho menos trilhado]
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29. "If you don't have the right equipment for the job, you just have to make it yourself."[Moi ici: E nós portugueses somos bons nisto]
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30. "My old high school physics and chemistry classes come in real handy sometimes. Not to mention the fact that when you're in a squeeze, necessity always seems to come through as the true mother of invention." [Moi ici: Stressors são informação a dizer-nos que temos de mudar de vida]
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38. "Only a fool is sure of anything, a wise man keeps on guessing." [Moi ici: A humildade de encarar as estratégias como hipóteses, fazer pequenas experiências]"

sexta-feira, dezembro 29, 2017

De onde vêm as grandes estratégias (parte II)

Parte I.
"The traditional toolkit of strategy is analytical; business schools teach strategists to ground their thinking on data. Management consultants educated in this way begin strategy projects with an “as-is” analysis, digging deep into the world to better understand it. This might consist of an industry analysis to understand market dynamics, a value chain and profit pool analysis to see where value is being created and captured, and competitive analysis to better understand the direct and indirect competition in a given market. Management consultants review customer data, seeking to understand spending patterns, needs, wants and behaviors, and use those insights to segment the market into more attractive and less attractive customer groups.
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Having done this analysis, and gained an understanding of the world as it is today, management consultants then look for opportunities for their clients to compete.
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Designers do not see the world as a fixed canvas. They are an optimistic bunch, who see the world as a range of possibilities that can be crafted and bent to our will. Design consultants begin a project by looking for inspiration that will drive their thinking and ideation about the world as it should be. Inspiration can come from within an industry or outside of it. Sometimes a societal trend will trigger an idea. Or it could be driven by ethnographic research observing potential customers. At this stage in the process, design consultants gleefully dance over the “as-is” state, as they generate lots of ideas of the “should-be” state. Only when this creative, generative phase is completed do we bring out the analytical tools to evaluate the ideas. Is there a market and business model that will support this idea? Does the client have the right assets and capabilities to deliver this value proposition? Is the technology required to implement this idea mature enough? How will this idea change an industry dynamics or competitive set? Traditional strategy tools are used to evaluate the ideas to get a sense of what we need to do in order to make them real.
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As a strategist in a design consultancy, I am clearly a convert to strategy as a creative act.
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it is true that analytical approaches work extremely well for cost optimization problems. But to enhance revenue and to grow—either through new offerings or new forms of customer experience—creative approaches work better. If you want to do something that is truly new, to create value in a way that has never been done before, to lead rather than follow, and to reframe customer expectations, you need the tools of design. Some management consultants understand this, and are experimenting with design."

Acredito, sobretudo ao trabalhar com PME, numa abordagem criativa com restrições, com constrangimentos. A metáfora que me vem à cabeça é a de MacGyver. O que faz MacGyver metido em mais uma embrulhada? Não sonha com o que não tem, olha para o que tem à mão e inventa uma hipótese de saída com isso. Depois, é implementa-la, mas sempre atento ao feedback da procura para iterar se for caso disso.

Olhar para o que se tem à mão de forma criativa, é olhar para o seu ADN e procurar o tal "twist" necessário para ver o que os outros ainda não viram.

Trechos retirados de "Strategy as a Creative Act II: The Limits to Management Consulting"

domingo, setembro 17, 2017

Sorrio com ironia - go ahed morons (parte II)

Já depois de ter escrito a parte I dou de caras com este artigo, "The Tragic Crash of Flight AF447 Shows the Unlikely but Catastrophic Consequences of Automation":
"Our research, recently published in Organization Science, examines how automation can limit pilots’ abilities to respond to such incidents, as becoming more dependent on technology can erode basic cognitive skills.
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Automation provides massive data-processing capacity and consistency of response. However, it can also interfere with pilots’ basic cycle of planning, doing, checking, and acting, which is fundamental to control and learning. If it results in less active monitoring and hands-on engagement, pilots’ situational awareness and capacity to improvise when faced with unexpected, unfamiliar events may decrease. This erosion may lie hidden until human intervention is required, for example when technology malfunctions or encounters conditions it doesn’t recognize and can’t process.
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This idea – that the same technology that allows systems to be efficient and largely error-free also creates systemic vulnerabilities that result in occasional catastrophes – is termed “the paradox of almost totally safe systems.” This paradox has implications for technology deployment in many organizations, not only safety-critical ones.
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As automation has increased in complexity and sophistication, so have the conditions under which such handovers are likely to occur. Is it reasonable to expect startled and possibly out-of-practice humans to be able to instantaneously diagnose and respond to problems that are complex enough to fool the technology? This issue will only become more pertinent as automation further pervades our lives, for example as autonomous vehicles are introduced to our roads.
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Organizations must now consider the interplay of different types of risk. More automation reduces the risk of human errors, most of the time, as shown by aviation’s excellent and improving safety record. But automation also leads to the subtle erosion of cognitive abilities that may only manifest themselves in extreme and unusual situations."
E embora use essa metáfora muitas vezes, liderar uma empresa não é escolher um destino e um caminho. Durante a viagem o destino ou o caminho podem deixar de fazer sentido.

sábado, setembro 16, 2017

Sorrio com ironia - go ahed morons

Há dias numa empresa, a propósito da cláusula da comunicação da ISO 9001, conversava sobre o que é uma boa comunicação interna.

Por vezes encontro empresas que tratam os seus trabalhadores humanos como seres racionais e ponto.  Ou seja, não basta enviar um e-mail a avisar que foi aprovada uma metodologia de tratamento de reclamações e que os envolvidos devem revê-la para estarem preparados para o seu uso.

Os humanos não são como a personagem Spock que tem a lógica como critério único de actuação. Os humanos são muito mais complexos. Por isso, também, não há dois humanos iguais.

Recordo a cena de dois adultos, de boa-fé, perante os mesmos factos poderem agir de forma distinta.

Os humanos valorizam, dão crédito a quem os compreende naquilo que é irracional, ou meta-lógico.

A maioria dos humanos são satisficers, como os nabateus, e não maximizadores. Os maximizadores tramam-se quando os sistemas não são lineares e têm uma zona côncava, os maximizadores são fragilistas por excelência.

Quando era miúdo pedi aos meus pais que comprassem um livro gigante e colorido chamado "A História do Homem nos Últimos 2 Milhões de Anos". O género Homo pode andar por cá há cerca de 2 milhões de anos, mas trazemos connosco material genético que evolui há vários milhares de milhões de anos.  Ao longo desses milhares de milhões de anos a evolução dotou-nos de uma série de  enviesamentos com o fito não de conhecermos a realidade como ela é mas o de sobrevivermos para deixar descendência.

Por tudo isto, ao ler "AI May Soon Replace Even the Most Elite Consultants" fico com um sorriso de ironia. É certo que há muitos campos em que a Inteligência Artificial vai ajudar a tomar decisões, a perceber o que se encontra por trás de paletas e resmas de dados. No entanto, julgo que é algo simplista acreditar que uma boa decisão só se baseia em análise quantitativa. A minha velha recordação da luta entre MacGiver e Sandy e esta outra mais recente:
"Há meses CEO disse a propósito de um procedimento para validação de investimentos na sua empresa:
- Se perguntar ao meu pai porque optou há 8 anos por investir uma pipa de massa numa máquina fora da caixa, quando o mercado estava em crise, e que agora dá-nos o pão nosso de cada dia, ele diria que  "teve um feeling"."
Ainda ontem li em "Strategy for a Networked World":
"Qualitative analysis is at least as important as quantitative analysis in understanding a value creating system design and/or how its design emerged" 
Como se tudo se resumisse à incapacidade do processador da informação, como se não houvesse genuína incerteza na realidade:
‘invites us to abandon the utopia of a single-natured universe . . . and to be clairvoyant about the structural difficulties we encounter when we critically open the possibility of a game entailing different natures’ 
Trecho encontrado em "Value Co-production: Intelectual Origins and Implications for Practice and Research" de Rafael Ramirez, publicado por Strategic Management Journal, 20: 49–65 (1999)

Parece que voltamos a Einstein, Schrödinger e Heisenberg e à discussão sobre a natureza determinista ou não do universo.

Se acredito no que citei aqui sobre a natureza do valor só posso acreditar na importância crescente da arte, da interacção, da humanidade à medida que Mongo se impõe. Por isso, sorrio com ironia pelos que confiam demasiado em algo analítico ... recomendo a leitura do Livro do Eclesiastes.
Apetece dizer:
Go ahead punk moron fragilistas make my day!

quarta-feira, agosto 31, 2016

Cuidado com as fantasias do Excel

Há os políticos que escrevem cenários para uma década mas que não duram 6 meses.
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Há os comentadores que sonham com políticos cheios de certezas e cheios de conhecimento privilegiado que indicam o caminho único para o futuro
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Depois, há os que como este anónimo engenheiro da província têm medo dos Grandes Planeadores, os Grandes Geometras, e preferem a humildade do fuçar, a alternativa do concreto, o reconhecimento do anything goes, o MacGyver versus Sandy. Economia não rima com ciência newtoniana, é tudo transitório
Por tudo isto, gostei muito de "When Strategy Becomes Fantasy":
"Ironically, when managers think they have all the answers, strategy can turn into fantasy.
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Many organisations have an obsession with certainty, a must-know attitude to strategic initiatives.
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Companies, therefore, often end up dedicating more energy towards maintaining the illusion of pursuing a strategic aspiration than actually trying to make a strategic aspiration real.
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As a strategic aspiration moves from an idea to the active pursuit of that idea, a feedback loop starts to form. This feedback loop generates data about the feasibility and worthiness of the aspiration. Feedback is also produced about the organisation’s delivery capabilities. People in leadership roles can be receptive to this data or they can manipulate, normalise and post-rationalise the data.
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Inevitably, the inherent uncertainty in a strategic initiative means that true understanding of the underlying business problem is going to emerge as the project progresses.
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But from my observations, the unearthing of this uncertainty threatens fragile ego-identities. The more fragile the egos in positions of power, the more fertile the soil for a shared fantasy to take hold, i.e the more defended and narcissistically oriented the people in leadership roles, the more vulnerable the company is to fantasy usurping a reality based pursuit of a strategic aspiration.[Moi ici: Acabo de me lembrar de Weick e da genial estória do oficial húngaro nos Alpes que salvou os seus colegas porque tinha um mapa ... dos Pirinéus. Outro exemplo do fuçar, do começar pela acção.]
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A shared fantasy’s best ally is the belief that no one has time to think. [Moi ici: Estão a ver onde isto nos leva? Indicadores para quê? Reunir para quê?] It is almost a dead giveaway that a group is entrapped in a shared fantasy if they are running from meeting to meeting, fire fighting, exhausted and mentally unavailable.
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Reflection brings awareness to one’s situation, which for some companies can be very painful. As Ronald Heiftz says, “There is no such thing as a broken system. The system is working for someone.” Bringing greater awareness into an organisation participating in a shared fantasy means going against the system that is “working for someone.”
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Without maintaining time for reflection, I believe the strategy realisation process will likely succumb to the grips of fantasy and ultimately fail. Worse, the path to failure will likely be one of significant suffering."
O artigo é muito mais rico e extenso e merece uma ou duas leituras integrais, para começar.

quarta-feira, junho 15, 2016

Portanto, cheira-me a futurologia da treta (parte II)

Parte I.
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Textos deste tipo "Why AI will break capitalism." cheiram-me a um novo estilo de marxismo. Volto a sublinhar a crença ingénua destes artigos na inteligência como o factor fundamental nos negócios, na economia. TRETA!!! E treta da grande:
"Putting aside the ethics for a second, AI is essentially a new form of inter-species slavery. Instead of relying on our fellow species, we’re creating automated, non-human slaves. AI are just cattle versions of intelligence (once is created/bred for meat, the other for intelligence).
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Rather than capital now being a source of ownership and minor wealth generation, it can now be a source of exponential wealth creation — simply because AI continuously evolves and builds upon itself. It’s unique because it isn’t a static capital item.
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AI isn’t just a static piece of IP. It’s capable of building entirely new monopolies, businesses and ‘things’ all by itself.
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What’s more likely is that when we create AI that is break point for capitalism. Any variable to success can be bought and sold, and that means for those who have wealth, they can buy success instead of creating it. It’s a shift in the ‘fairness’ of capitalism, and the reward for someone putting in effort. When capital can beat humans on thinking, it’s hard to create a marketplace that doesn’t resemble feudalism (albeit minus the harsh living conditions)."
Recordo o insucesso dos 4 prémio Nobel referidos na parte I.
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Até parece que a evolução na Terra criou uma espécie de Vulcanos. Duh!
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Por que é que não somos todos Spocks? Porque não basta a lógica e o QI para ter sucesso neste mundo, também é preciso experimentar e ter sorte.
The world can only be grasped by action, not by contemplation.”
Gente que acredita que a Sandy vence o MacGyver. Gente que não percebe que com a concorrência imperfeita e sem marxianismo a estória é outra:
"MacGyver: Well, old Sandy sure has a mind of her own, doesn't she?
Jill: Yes, but she thinks like me. So I should be able to think it through and find her pattern, logically and rationally.
MacGyver: Without the emotion, right?
Jill: That's what gives her the edge. People and emotion can't get in her way.
MacGyver: Well, I say we trust our instincts—go with our gut. You can't program that. That's our edge."
Gente que acredita num mundo pré-determinado e que só está à espera de suficiente capacidade computacional para poder ser dominado. Ingenuidade perigosa.
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Prefiro acreditar na arte, na ingenuidade e na sorte.
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Prefiro acreditar em Mongo sem exércitos puros, racionais e uniformizados. Prefiro acreditar em tribos, em individualidade, em DIY, em p2p.

quinta-feira, maio 26, 2016

Portanto, cheira-me a futurologia da treta

A propósito de "If robots are the future of work, where do humans fit in?" algumas notas:
"you take the best and brightest 200 human beings on the planet, you scan their brains and you get robots that to all intents and purposes are indivisible from the humans on which they are based, except a thousand times faster and better.
...
These Ems, being superior at everything and having no material needs that couldn’t be satisfied virtually, will undercut humans in the labour market, and render us totally unnecessary."
Enquanto lia isto fiquei um pouco incrédulo com a crença algo absurda, IMHO, na importância do QI para ter sucesso. Juro que me recordei logo da LTCM e dos seus 4 prémios Nobel da Economia. Fundada em 1994 estoirou em 1997.

Depois, ainda me lembrei daquele conflito que ficou gravado para sempre na minha mente  MacGyver vs Sandy.
"We need to rethink our view of jobs and leisure – and quickly, if we are to avoid becoming obsolete"
Oh!
Ó!
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Como isto se enquadra com a minha visão de Mongo!!!
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Basta recuar a este postal desta semana "Mongo em grande". Como é que estes autores escrevem artigos com falhas básicas como esta? É mais combate político actual do que preocupação genuína com o futuro!!!
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Não somos nós que vamos ficar obsoletos em Mongo. Em Mongo, o que vai ficar obsoleto é essa criação do século XX: o emprego, o "job".
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Em Mongo, a democratização da produção levará a um estado em que cada um terá as máquinas que permitirão a sua produção pessoal, ou a sua produção a uma escala artesanal baseada na vantagem competitiva da arte.
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Portanto, cheira-me a futurologia da treta.

domingo, novembro 02, 2014

Acerca dos gigantes em pleno Mongo ou, perigosa propaganda neoliberal

Acerca dos gigantes em pleno Mongo, nada que não se tenha já escrito por aqui:
"Large organizations of all types suffer from an assortment of congenital disabilities that no amount of incremental therapy can cure. First, they are inertial. They are frequently caught out by the future and seldom change in the absence of a crisis.
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Second, large organizations are incremental. Despite their resource advantages, incumbents are seldom the authors of game-changing innovation.
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And finally, large organizations are emotionally insipid. [Moi ici: Recordar "Um pau de dois bicos"] Managers know how to command obedience and diligence, but most are clueless when it comes to galvanizing the sort of volunteerism that animates life on the social web. Initiative, imagination, and passion can’t be commanded—they’re gifts.
...
Inertial. Incremental. Insipid. As the winds of creative destruction continue to strengthen, these infirmities will become even more debilitating.
...
To build organizations that are fit for the future, we have to go deeper, much deeper. When confronted by unprecedented challenges, like an inflection in the pace of change, the most important things to think about are the things we never think about—the taken-for-granted assumptions that are to us as unremarkable as water is to fish. [Moi ici: Só que para um gigante essas "things we never think about" são inconstitucionais, vão contra direitos adquiridos] The performance of any social system (be it a government, a religious denomination or a corporation), is ultimately limited by the paradigmatic beliefs of its members; by the core tenets that have been encapsulated in creeds and reified in structures."
Infelizmente, a maioria das PME não percebe que esta é a sua vantagem e, para nós portugueses, é a Vantagem que nos está no sangue, 500 anos de viagens comerciais sem telemóvel embutiram em nós uma espécie de MacGyver. Sim, o desenrascanço pode ser mortal para uma empresa com 3000 trabalhadores, pode ser destruidor líquido de valor para uma PME sem orientação estratégica, mas pode ser a diferença entre a vida e a morte para uma PME que vê o seu principal cliente desaparecer, por exemplo.

Trechos retirados de "The Core Incompetencies of the Corporation"

quarta-feira, março 12, 2014

"- Please! Go ahead punk, make my day"

"Here’s a simple rule for the second machine age we’re in now: as the amount of data goes up, the importance of human judgment should go down."
Apetece dizer aos grandes:
- Please! Go ahead punk, make my day.
Nunca me esqueço de MacGyver vs... Sandy. Também recordo "Passou-lhe completamente ao lado ... no fim MacGyver vence a Sandy".
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Quando os grandes derem o poder de decisão às máquinas, vão ficar ainda mais previsíveis, ainda mais obsoletos. Entretanto, os outros vão poder apostar no factor humano, no inesperado, na paixão... na insurgência.

domingo, dezembro 30, 2012

MacGyver vs Sandy

Recordando "Há sempre uma alternativa!".
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Quando damos uma oportunidade à arte e nos afastamos do repetitivo vómito industrial, entramos num mundo onde o homo economicus não funciona e, por isso, há mais lugares para muito mais gente.

É a alternativa que diminui este risco:
Como alguém disse: "Quando o que alguém faz se pode converter num algoritmo, pode ser codificado, pode ser convertido em linguagem-máquina e feito por um robô."
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Mais do que um Do-It-Yourself, um Create-It-Yourself criará um mundo alternativo a Metropolis, e evitará o cenáriorelatado em "Is Growth Over?":
"Smart machines may make higher GDP possible, but also reduce the demand for people — including smart people. So we could be looking at a society that grows ever richer, but in which all the gains in wealth accrue to whoever owns the robots."

BTW, quando se confia demasiado tempo no QCD, e no deus Eficiência, acaba-se assim "Revival of Hitachi the Company Is a Detriment to Hitachi the City"
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Recordar "The Human Factor"

quarta-feira, abril 13, 2011

Passou-lhe completamente ao lado ... no fim MacGyver vence a Sandy

No livro "Power Pricing" escrito por Robert Dolan e Hermann Simon e publicado em 1996 encontro:
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"Jack Welch, Chairman of General Electric, predicts the coming of "the Value Decade" marked by severe global price competition stemming from

  • reduced core product differentiation
  • global production overcapacity in many situations
  • significantly diminished trade barriers
  • efficient information and distribution systems that "five everybody access to everything"
  • customers' attitude: "Don't tell me about your technology. Tell me your price."
in this "Value Decade," Welch contends: "If you can't sell a top-quality product at the world's lowest price, you're going to be out of the game."
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Voltemos aquela lista lá em cima:
  1. reduced core product differentiation
  2. global production overcapacity in many situations
  3. significantly diminished trade barriers
  4. efficient information and distribution systems that "five everybody access to everything"
  5. customers' attitude: "Don't tell me about your technology. Tell me your price."
1. O que está a acontecer ao número de SKUs? (um exemplo: "Agora vou especular" e "Não é preciso ser mágico, basta somar um mais um igual a..." e recordar "Obrigado Aranha")
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2. OK. E como reagir? Uns fecham! Outros concentram-se! Outros apostam na diferenciação e saem por cima desta guerra da commoditização.
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3.OK
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4.OK. Abençoada internet
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5. Não creio que a Nespresso, não creio que a Apple, não creio que o calçado português, não creio que ... sejam exemplos de relações em que os clientes só querem saber do preço.
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Jack Welch é/foi um sumo-sacerdote da velha academia que só sabia competir pelo preço/custo e acreditava num conjunto de "verdades" fundamentais:

  • o preço mais baixo é o que o cliente procura
  • o custo mais baixo é a única forma de competir
  • tem de se ser grande e liderar a quota de mercado
E... estava errado, ou melhor, e só via uma pequena parte do filme... MacGyver triunfou!!! (Os bons no fim ganham sempre!!!)
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Os modelos mentais agarram-se a nós como lapas... nós somos os modelos mentais que carregamos, e mudar um modelo mental é muito difícil... há que partir o molde que nos enformou... tão difícil que às vezes parece impossível.
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Welch quando falava de Valor só via o denominador... passou-lhe completamente ao lado o numerador!!!