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quinta-feira, agosto 10, 2023

Exportações - sobre o primeiro semestre de 2023

Como referi em Inversão de ciclo até que ponto a metalomecânica está a ser, vai ser, o equivalente ao têxtil nos anos 70?

Os animais vivos e aas preprações hortícolas continuam a sua estória de sucesso.

Um lado que estas análises não revelam encontra-se neste artigo "Franceses e alemães ajudam a aliviar perdas das exportações têxteis em julho":
"Em termos de grandes categorias de produtos, as exportações de matérias têxteis caíram 7% em volume e 1% em quantidade, valor enquanto nos têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados baixaram 9% em volume e 17% em valor. [Moi ici: Em tempos de crise o têxtil sofre logo] Já o vestuário, embora tenha vendido menos peças lá fora (-8%), conseguiu vendê-las mais caras (+9% em valor)."[Moi ici: Apesar de tudo, um bom sinal]
Um acompanhamento pessoal, o vinho. Daqui "Exportações de vinhos portugueses sobem quase 4% para 447,6 milhões até junho":
""Nos primeiros seis meses do ano, as exportações totais de vinho atingiram os 447,6 milhões de euros, 158,3 milhões de litros, a um preço médio de 2,83 euros por litro",[Moi ici: Come on, que preço mixiruca é este?] indicou, em comunicado, a ViniPortugal. Em comparação com o mesmo período de 2022, verificou-se um crescimento de 3,4 milhões de litros nas exportações em volume, 16,8 milhões de euros em valor e 0,05 euros no preço médio."




sábado, setembro 03, 2022

Como eu gostava de saber

Há cerca de um mês perguntava Qual o resultado final?

Agora, refino a equação desta maneira:

A guerra e a inflação baixam a procura agregada (mercados tradicionais das exportações portuguesas e restantes mercados).

A saúde da economia chinesa e da sua política Covid zero, a disrupção das cadeias de fornecimento, levam a que potenciais clientes de novos mercados possam estar disponíveis para comprar a empresas portuguesas. A menos que as barreiras à entrada sejam baixas e as empresas chinesas possam ser substituídas facilmente noutros países asiáticos.

Assim, as exportações portuguesas embora sejam prejudicadas pela guerra e pela inflação nos mercados tradicionais, podem ser beneficiadas na substituição das empresas chinesas quando as barreiras à entrada de terceiros for mais alta.

Alguns números:
Como eu gostava de saber ... lembrei-me disto:

"Conhecem a história da empresa de calçado que, nos anos 60 do século passado, enviou dois vendedores para África, um para Angola e outro para Moçambique, para desenvolver negócio? Ao fim de uma semana, o que estava em Angola ligou para a sede desanimado porque ninguém usava sapatos, por isso, ia regressar para não gastar mais dinheiro. No final dessa mesma semana, o que estava em Moçambique também ligou. Estava entusiasmado! Ninguém usava sapatos, havia um mercado potencial tremendo por desenvolver, teria que prolongar a estadia."

E volto a Março de 2013... "Por que é que calçado e têxtil têm tido desempenhos tão diferentes?"  

Pois é: Os modelos mentais agarram-se a nós como lapas... nós somos os modelos mentais que carregamos, e mudar um modelo mental é muito difícil... há que partir o molde que nos enformou... tão difícil que às vezes parece impossível.

quarta-feira, novembro 03, 2021

Falta de trabalhadores? E salários? Back to Cavaco, Setembro de 1992

No JdN de ontem um artigo de 2 páginas intitulado “Mobiliário desespera à procura de 5 mil trabalhadores”.

Um tema relacionado com alguns postais publicados aqui no blog na última semana:
Sublinhei algumas passagens do artigo e criei o mapa que se segue:




O que é que um cenário destes está a pedir:
  • Aumento dos preços, o aumento da procura por mobiliário nacional é um sintoma de que a relação qualidade/preço está desequilibrada;
  • Aumento dos salários para atrair mais gente para o sector.
Ali ao lado na coluna das citações há uma que gosto muito:

"nature evolves away from constraints, not toward goals"
O meu lado ingénuo e optimista escreveu aqui no blogue:
“Quando a falta de trabalhadores obriga os salários a subirem mais do que a produtividade, as empresas começam a trilhar um caminho perigoso. A minha visão optimista apontou logo a alternativa, subir na escala de valor para que a produtividade aumente mais depressa do que os salários. Ainda recentemente escrevi "Mudar e anichar"”
O título do postal onde escrevi este trecho foi “Uma bofetada que recebo como um aviso”.

Porquê bofetada? Por causa da minha ingenuidade, por causa das raposas trazidas para caçar coelhos australianos. Qual a forma de resolver o cenário lá de cima sem subir na escala de valor e sem aumentar salários? Importar trabalhadores da Ásia.

Assim, abro a porta a outras citações do texto do JdN:



Julgo que estas últimas citações vêm tornar a situação menos linear. E para complicar as coisas acrescento outra que me faz espécie:
Vamos pegar nos dados apresentados no artigo. Por exemplo, Grupo Laskasas, com 435 trabalhadores e a facturar 24 milhões de euros. O que dá cerca de 55 mil euros por trabalhador. Comparemos com a facturação média do sector do calçado em 2018 dividida pelo número de trabalhadores do sector em 2018, cerca de 50 mil euros. Conclusão: custa-me a crer que o sector do mobiliário possa pagar salários elevados.

Pena que o JdN não tenha entrevistado trabalhadores para ter uma visão mais abrangente do contexto.

Custa-me a crer que não haja interessados em entrar numa profissão que pode vir a pagar 2 mil euros por mês limpos. Reparem na resposta à pergunta. O jornalista mostra surpresa por a esse preço não se conseguirem contratar pessoas. E na resposta o presidente da associação do sector explica que não se encontram porque o sector paga bem... há aqui qualquer coisa que não consigo processar. Parece ao nível do antigo presidente da câmara de Guimarães em 2008.

Sinto-me invadido por um pessimismo ao estilo de Cavaco a 25 de Setembro de 1992.

terça-feira, novembro 19, 2019

Há algo aqui que me escapa

Em qualquer sector da economia transaccionável podemos considerar 3 tipos de empresas:

Com a entrada da China no comércio mundial é natural que esta tenha expulso a concorrência europeia com alguma facilidade, sempre que a proposta de valor em jogo fosse o preço.

Já no ano passado tinha apanhado este artigo "Portugal perdeu 162 mil empregos com negócios da China". Original vence sempre a imitação.

Ainda no ano passado neste estudo "Sinopse da Indústria Têxtil" era possível ver este gráfico (um pouco estranha a evolução das abcissas, o que pode enviesar a sua leitura):

Ontem, apanhei este artigo "China "esmagou" Portugal lá fora e não cá dentro". E deu-me que pensar. Porque em muitos sectores observo esta realidade: as empresas portuguesas produzem para fora e os portugueses importam produtos baratos, mas segundo o artigo de ontem, as importações de bens fabricados na China pouco afectaram o mercado interno.

Estranho, porque a título de exemplo, no calçado, na moda, no mobiliário, comprávamos e compramos barato na Ásia, para uso interno, e produzimos para fora para a gama média/alta.

O artigo de ontem, tem um remate final que não deixo de interpretar:
"Empresas usaram precários para se adaptarem
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Para os autores, os resultados deste estudo mostram como a regulação do mercado de trabalho tem um papel de mediação dos efeitos da concorrência externa.
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"O contexto português permite-nos documentar o custoso efeito secundário das políticas restritivas do mercado de trabalho quanto à margem de ajustamento à concorrência comercial", argumentam os autores do texto.
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As conclusões divergem para dois períodos diferentes. Num primeiro momento, entre 1995 e 2000, [Moi ici: Mas entre 1995 e 2000 o sector ainda estava a crescer?! O pico dessa altura foi atingido em 2001, como se pode ver no gráfico acima] em resposta ao choque concorrencial, as empresas decidem fechar portas dado que não podem despedir para adaptar a produção à menor procura externa.
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Num segundo momento, entre 2000 e 2007, são os trabalhadores precários com "reduzidas proteções laborais" a arcar com as consequências da adaptação à nova realidade das empresas.[Moi ici: Dois pontos. Primeiro - a adaptação à nova realidade não surgiu de uma proclamação governamental ou académica, não surgiu de uma legislação ou regra escrita. A adaptação à nova realidade foi o resultado de tentativa e erro. O gráfico acima mostra como entre 2001 e 2009 se desceu aos Infernos. Recordo o que o mainstream dizia acerca do futuro desses sectores através de académicos e jornalistas (slides 8 e 9). Segundo - o que é que levou o sector a recuperar, numa primeira fase? A rapidez e a flexibilidade conjugadas com maior proximidade aos mercados. Rapidez e flexibilidade, quando ainda se tinham estruturas, mentalidades e equipamentos formatados num outro tempo, foi salva pelo recurso ao trabalho flexível]
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Nesta altura, "as reduções do emprego foram inteiramente através de mudanças no emprego temporário, com nenhum efeito nos postos de trabalho permanentes", revela o estudo."
Aquele "as empresas decidem fechar portas" é uma linguagem tão estranha... Decidem? A grande maioria não teve voto na matéria, foi arrastada pelas circunstâncias, falências e insolvências. Não se lembram?

Depois, parece que foram os mesmos que fecharam as empresas do primeiro momento os mesmos que abriram as do segundo momento. Não tenho dados, mas defendo que não foi assim. A maioria que abriu no segundo momento pertencia a outra geração.

Por fim, este gráfico também retirado da sinopse referida acima:
Mostra que a mortandade iniciada em 2001 continuou até 2013, o que acontece a partir de 2013 é que o número de empresas criadas começou a ser superior ao de empresas encerradas.

E nesta análise, no que diz respeito ao mercado interno, não inclui um factor muito importante: a revolução no retalho, com o retalho tradicional de loja de rua com cadeia de fornecimento radicada no país, a ser substituído pela invasão dos centros comerciais com cadeias de fornecimento internacionais e baseadas na Ásia.

Há algo aqui que não me cheira bem nesta conclusão. Será que o mercado interno não foi afectado pela invasão chinesa porque já estava a ser fornecido por paises de baixo-custo, e a China veio substituir esses países (Taiwan, Malásia, Tailândia, ...)?





segunda-feira, novembro 11, 2019

Customização - uma vantagem competitiva

Olha, um exemplo concreto de subida na escala de valor, o sector do mobiliário, "Design e customização dão nova vida ao setor do mobiliário":
"O setor do mobiliário ganhou dinamismo na última década. As exportações cresceram mil milhões de euros nos últimos oito anos e representam atualmente cerca de 90% da produção do setor. “Existem menos empresas e menos trabalhadores no global"
Entretanto, este ano, de Janeiro a Setembro, as exportações chegaram aos 1485 milhões de euros, mais 3% do que no mesmo período de 2018.
Entretanto, este ano, de Janeiro a Setembro, as importações chegaram aos 900 milhões de euros, mais 3% do que no mesmo período de 2018.

Exportamos para um segmento médio-alto e importamos para o segmento mais barato. Coisa que o bicicletas ainda não aprendeu.
"O design e a criação de marca também foram determinantes no dinamismo que faz do cluster do mobiliário um dos atuais front runners da economia nacional. “O setor evoluiu imenso, quer pelo processo de internacionalização da indústria, ...  quer pela criação de marca, que levaram ao momento atual em que somos reconhecidos internacionalmente como um dos melhores produtores do mundo neste setor”
...
“Temos instalados os melhores equipamentos, mas, devido à dimensão das nossas empresas – maioritariamente PME -, não temos uma mass production, mas sim uma mass costumization, e é aí que está a nossa vantagem competitiva”, afirma o responsável da APIMA para quem o facto de este ser um setor “pulverizado por PME”, facilitar a adaptação a esta nova revolução.
...
Já Vítor Poças alerta para a necessidade de captação de recursos humanos bem capacitados para fazer face à nova realidade. “Não podemos andar com o carro à frente dos bois porque corremos o risco de estarmos bastante avançados tecnologicamente e não termos recursos humanos devidamente preparados para essa nova tipologia de indústria, mais tecnológica, digital e robotizada”, afirma o responsável da AIMMP, associação que, juntamente com a Confederação Europeia da Indústria de Madeira, lançou um seminário internacional que tem como um dos objetivos melhorar a imagem e atratividade do setor como forma de captação e retenção de talentos para a indústria 4.0. “Se conseguirmos ter recursos humanos capazes, um design capaz, a ligação entre a conceção e a produção e uma produção mais automatizada e robotizada, começamos a ter uma estrutura muito forte neste caminho da indústria 4.0”, admite."
Recordo a série de 2012 e 2013, "O exemplo do mobiliário".

sexta-feira, dezembro 28, 2018

Anónimo da província, mas muito à frente

Este anónimo engenheiro da província, enquanto o mainstream culpava o euro, apontava o dedo acusador à China:
Entretanto, em Outubro de 2018 o semanário Expresso chegou lá, "Negócios da China custaram 162 mil empregos a Portugal":
"Segundo o coautor, Portugal foi claramente um dos perdedores da globalização chinesa, “não em termos de concorrência direta (importações de produtos chineses para Portugal), mas em termos de concorrência indireta, ou seja, pela substituição da exportação de produtos portugueses por produtos chineses em países como a Alemanha, França e outros”." [Moi ici: Imaginem que ainda estávamos com uma moeda manipulável por governos volúveis e ignorantes. Imaginam a dimensão da manipulação monetária para tentar competir com a China via desvalorização cambial?]
A propósito desta interpretação:
"“As empresas recusaram-se [Moi ici: A abarrotar de "hindsight bias". As empresas não se recusaram, as empresas foram sendo dizimadas. Lembrem-se que os académicos previam o fim do sector. As empresas comportaram-se como a Natureza, "nature evolves away from constraints, not toward goals", quando as primeiras começaram a ter sinais positivos começou a contaminação por spillover. Só à posteriori parece que foi pensado e deliberado] a vender minutos de produção e apostaram no desenvolvimento de produtos de excelência e valor acrescentado e nas marcas”, explica. Se tivessem escolhido outro o caminho, reconhece Paulo Gonçalves, “teria sido o nosso suicídio coletivo”" 
E ainda, a propósito de:
"“Os têxteis nacionais não competem com a China. Se competíssemos com a China, já não teríamos sequer indústria.”"[Moi ici: Lembram-se de quando este senhor achava que competíamos com o Paquistão? Não? Então, regressem a Outubro de 2010]

terça-feira, agosto 29, 2017

A alternativa que não foi seguida pela imprensa

"“We are breathing new life into the Czech glass industry,” says Pavel Weiser, the glassmaker’s owner.
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Weiser’s company, Verreum, has drawn a global following by marrying traditional craftsmanship with 21st century design and marketing.
...
Czech manufacturers have struggled in the post-Soviet era as state-owned factories were privatized and faced lower-cost competition from China.
...
Verreum leases its space but next year plans to open its own factory. Weiser says sales will grow about 30 percent this year from €1 million in 2016. While the company occupies only a tiny niche in the Czech glassware industry, it provides a lifeline to some suppliers of glassmaking equipment while employing graduates of a local school that trains glassblowers. The plant offers “a completely new work routine,” says Michal Masek, recruited by Verreum after the factory where he worked went bankrupt. “There’s more art and design. Every day is different.”"
A mesma alternativa que o calçado e o mobiliário desenvolveram com sucesso para fugir ao rolo compressor do low-cost chinês: subir na escala de valor.

A alternativa que não foi seguida pela imprensa: "O anúncio da morte da imprensa desta vez é para levar a sério". Ainda esta semana tivemos um exemplo da descida na escala de valor.


Trechos retirados de "A Czech Producer Buffs Up the Bohemian Glass Industry With a Focus on Design"

terça-feira, abril 25, 2017

"Da 'comoditização' para os artesãos - subir na escala de valor "

Agora aqui está um bom exemplo sobre o que escrevemos e defendemos acerca do caminho a seguir pelas PME para lidar com a China e com o advento de Mongo.
"Com menos de uma dezena de funcionários, e com uma carteira de fornecimento que assenta no trabalho de artesãos externos, a UrbanMint, a empresa que detém as marcas Munna e Ginger & Jagger, é ainda o protótipo representativo do sector mobiliário português.
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A empregar cerca de 30.000 trabalhadores, o sector é muito disperso e de dimensão quase familiar. Das 4466 empresas registadas no final de 2015, 3837 tinham menos de dez trabalhadores; cerca de 600 empregava, entre 10 e 249 pessoas e apenas quatro empresas é que não caberiam na definição de pequena e média empresa, por terem mais de 250 trabalhadores.
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reconhece ao sector do mobiliário um peso crescente nas exportações de Portugal: passou de uma quota de 1,67% em 2012, para os 2,08% atingidos no final de 2016.
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Apesar de ser um sector com um tecido produtivo muito disperso e atomizado, exportou cerca de 66% da sua produção, que em 2016 atingiu um volume de negócios de 1586 milhões de euros.
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o sector enfrentou uma reestruturação do seu tecido produtivo, e uma análise ao rácio entre empresas produtoras e exportadoras mostra alterações relevantes. Se em 2011 existiam 5252 empresas a produzir mobiliário em Portugal, apenas 2500 é que eram consideradas exportadoras.
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Em 2016 o tecido produtivo encolheu (desapareceram 806 empresas), mas aumentou aquelas que se dedicam à exportação: das 4466 empresas registadas, 3187 são exportadoras."
Recordar o que escrevi ao longo dos anos quando não era cool falar do mobiliário (ou do calçado, ou do têxtil, ou do ...):

Empresas mais pequenas, menos dependentes da quantidade pura e dura.


BTW, e encadear isto nos postais recentes sobre os artesãos? (aqui e aqui , por exemplo)


Trechos retirados de "Micro empresas de mobiliário contribuem para 2% das exportações nacionais"


segunda-feira, fevereiro 20, 2017

Uma aceleração tremenda

Outro sintoma de Mongo e da força da:

  • personalização;
  • rapidez,;
  • proximidade; e do
  • online
"Third-generation furniture maker Meganne Wecker is betting that customization will be the next big trend in home decor, and she's anted up to capitalize on it.
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a digital textile printer capable of producing fabric in any one of 500 colors or patterns.
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The question is how fast the market for midrange custom pieces will arrive, and how big it will be when it does.
...
Skyline's customers do not yet have websites designed to offer the "Nike experience"—so dubbed because consumers can craft and order customized sneakers online from the shoemaker. The Thornton company spent more than $1 million last year to buy the printer; it plans to offer its first customizable furniture through an online retailer sometime this year. The company expects others to follow.
...
High-end manufacturers like Lexington Furniture have offered customization for decades, if customers were willing to pay top dollar and wait four to 12 weeks. But Wecker doesn't need to order textiles from a supplier, and she doesn't need to buy in bulk. She just prints the fabric.
...
t's not just about the sales, either. It's about margin. Customization is one more way for retailers to differentiate themselves in a crowded market so they're not competing on price,"
Em todo o lado a força de Mongo e a implosão do Normalistão herdado do século XX.

sexta-feira, setembro 23, 2016

Para muitos foi mais um ano perdido

Para muitos teóricos, para muitos paineleiros, para muitos comentadores, 2015 foi mais um ano perdido.
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Para muitos "lesboetas" isso das exportações é conversa da treta.
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E, no entanto, há um país a mexer-se e a fazer a diferença:
"Em 2015, a exportação portuguesa do sector Fileira Casa realizou vendas de cerca de 170 milhões de euros para o Reino Unido, o que correspondeu a um crescimento de 20% relativamente a 2014, posicionando o mercado britânico na quarta posição num ‘ranking’ de 21 países clientes de Portugal, segundo a AICEP.
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No mesmo período, as exportações de mobiliário de Portugal para o Reino Unido cresceram cerca de 49%, a iluminação cerca de 28%, as utilidades domésticas 7,4%, a cerâmica cresceu 11,3% e por fim as exportações de têxteis-lar cresceram em 10,9%.
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A cutelaria foi o produto que maior crescimento registou neste setor, tendo as vendas para o Reino Unido disparado 106% entre 2014 e 2015."
Trecho retirado de "Presidente da AICEP defende que Portugal deve promover-se como país de design"

sábado, agosto 20, 2016

Um exemplo do mobiliário

A propósito do recente "O que há a aprender com o calçado ou o mobiliário português" e recordando também as cadeiras italianas de Manzano "Subir na escala de valor", este exemplo, Vitra!
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Através de um tweet de Tim Kastelle cheguei a "The Man Who Loved Chairs".
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Manzano e as suas cadeiras low-cost Made in Itália não resistiram à Ásia. Vitra em Basileia na Suiça... estavam num outro campeonato:
"Fehlbaum took over the company when he was 27, succeeding his elderly parents, who had founded the company in 1950 and had handled manufacturing and distribution in Europe for Herman Miller. During his 30s, he devoted himself to chairs, developing the company's trademark approach of partnering with famous designers to create products for his company.
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The result: Vitra is now renowned in the design community. As well as serving clients all over the world in all kinds and all sizes of companies (and even furnishing chairs that appear in IBM ThinkPad advertisements and the ads of other high-tech companies), Vitra's chairs sit in the European Commission offices in Brussels, the European Parliament in Strasbourg, France, and the conference room that is used by the G-8 in Cologne. When Pope John Paul II visited Zagreb in 1994, he waved to the adoring throngs while he was sitting on a Vitra chair.
...
As Fehlbaum's story demonstrates, even the most prosaic item can be the object of passion and the embodiment of great design" [Moi ici: Como não pensar outra vez em "There is no such thing as an average or old-fashioned business"]
Talvez a sua empresa precise de seguir um exemplo como este.

sexta-feira, agosto 19, 2016

O que há a aprender com o calçado ou o mobiliário português

Este texto, "This U.S. Industry Fought Cheap Chinese Imports and Won, But Not for Long", sobre a evolução da indústria de mobiliário nos Estados Unidos é um bom exemplo de como não responder à entrada de um concorrente com um preço muito baixo.
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Nunca competir com o Continente no preço, ou com a China no custo. Não adianta enfrentar um Golias numa race-to-the-bottom. Além de ser suicida acaba-se a vida de forma pouco digna.
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A alternativa é mudar de modelo de negócio: mudar de clientes, mudar de ecossistema, mudar de proposta de valor, mudar de oferta, mudar ...
"Since 2005, the approximately two dozen U.S. furniture makers that brought the case have received $309 million in Byrd amendment money. But the payments didn’t stem the decline of the domestic wooden furniture industry.
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“The money allowed us to fight that fight on the scale that we fought for as long as we did,” he said. But “the consumer wasn’t willing to look past short-term gains of getting something for less” and continued to prefer imports.
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“We’re not sure as an industry whether a made-in-USA moniker means something,” Mr. Prillaman said."
Têm tudo a aprender com o calçado ou o mobiliário português e "Por que é que a internacionalização é fundamental?"

domingo, julho 17, 2016

Do mobiliário para as elites que nos pastoreiam

Tenho sempre dupla precaução em relação ao que diz Daniel Bessa. No entanto, dessa vez em 2005 estávamos em sintonia:
"Se tudo correr bem", para a economia, "o desemprego vai subir."
Recordar o exemplo do calçado: "Por que é que calçado e têxtil têm tido desempenhos tão diferentes?".
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Recordar o exemplo do têxtil e vestuário: "Iliteracia estratégica nos jornais"
Recordar o exemplo do mobiliário: "O exemplo do mobiliário". Acerca do mobiliário recordar também:

Por isso, tudo em sintonia com estes números:
"Em 10 anos, o sector de mobiliário para o lar perdeu mais de 2000 empresas, segundo um estudo da Informa D&B divulgado esta quinta-feira.
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Em 2015, a indústria registava 3850 empresas em atividade (22145 assalariados), um universo que compara com 6000 fabricantes em 2004."
Havia quem interpretasse a previsão de Daniel Bessa desta maneira:
"Segundo aquele dirigente patronal, esta subida [dos salários] estará ainda relacionada com a modernização tecnológica na indústria e com a escassez de mão-de-obra especializada, o que obriga a pagar melhor aos trabalhadores especializados. De acordo com Van Zeller, este processo traduz o início da transição de uma economia baseada na mão-de-obra pouco qualificada para uma mais especializada. «É um processo que já aconteceu noutros países, é positivo, mas tem como contraponto o aumento do desemprego». Para não perderem competitividade, «as empresas emagrecem para compensar os custos salariais e o desemprego aumenta», [Moi ici: Completamente ao lado, completamente absurdo. Quase diria ... infantil!!! As empresas não encolheram porque os salários subiram!!! As empresas encolheram porque tiveram de mudar de estratégia. Recordar "Há 12 anos éramos 500 pessoas e tínhamos cinco clientes activos. Hoje somos 160 e temos mil clientes activos". A figura abaixo remete-nos para ""despedir é sempre resultado de uma maldade ou de preguiça da gestão"". Como é possível pensar que se mantém a estratégia quando entra uma China no jogo... e é isto o pensamento das elites iluminadas que nos pastoreiam. Bem podiam recordar o exemplo dos sapatos que não se vendiam a 20€ e passaram a vender a 230€. Não são os mesmos sapatos, não são os mesmos clientes, não é o mesmo modelo de negócio] explica. «É nesse sentido que Daniel Bessa diz que, se tudo correr bem, o desemprego vai subir»" 


Trecho retirado de "Mobiliário. Em 10 anos desapareceram mais de 2000 empresas"



sábado, julho 02, 2016

A saga continua!

A saga do sector do mobiliário português continua!

  • as exportações cresceram acima de 9% em 2011;
  • as exportações cresceram acima de 6% em 2012;
  • as exportações cresceram 11% em 2013;
  • as exportações cresceram 13% em 2014;
  • as exportações cresceram cerca de 13% em 2015.
E agora, nos primeiros quatro meses de 2016:
"As exportações das empresas do setor de mobiliário e de colchoaria cresceram 15% nos primeiros quatro meses deste ano, para 582 milhões de euros, face a igual período do ano passado, anunciou hoje a associação do setor."
Num ano, de Maio de 2015 a Maio de 2016, o número de desempregados no sector caiu mais de 12%.
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Perfil das exportações:


Trecho retirado de "Exportações do mobiliário e colchoaria sobe para 582 milhões até abril"

terça-feira, fevereiro 16, 2016

My Fair Minister


No meu papel de Professor Henry Higgins vou contribuir para a formação do nosso ministro da Economia, ainda maravilhado com o desempenho exportador do sector do calçado.
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Ontem na página do Facebook da APIMA (Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins) estes números:
"Exportações de mobiliário e colchoaria atingem 1.5 mil milhões de euros em 2015
O volume de vendas acumuladas para o estrangeiro posiciona-se acima 1.5 mil milhões de euros, crescimento homólogo de 13% de janeiro a dezembro de 2015"
Também pode escolher o exemplo da metalomecânica:
"A metalomecânica voltou a ser no ano passado a campeã das exportações portuguesas.
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As vendas ao exterior destas empresas, que produzem desde louças metálicas a gruas para construção, ascenderam a 14,6 mil milhões de euros. No total, esta indústria representou 31% do total de vendas que Portugal fez ao estrangeiro.
...
Em 2015, as vendas ao exterior aumentaram 5,6% face a 2014, voltando a confirmar um crescimento das exportações de quase mil milhões de euros por ano nos últimos seis anos."

segunda-feira, outubro 26, 2015

Um aparte sobre França

A propósito de "Grupo português de colchões Aquinos compra congénere francês Cauval" uma reflexão-especulação:
"o grupo Aquinos possui fábricas de sofás e colchões em Tábua e Nelas e reporta um volume de negócios anual na ordem dos 125 milhões de euros
...
o grupo Cauval apresenta um volume anual de negócios de 380 milhões de euros
...
a Cauval tem vindo a enfrentar dificuldades financeiras desde 2008, [Moi ici: O endividamento é tramado. Qualquer constipação transforma-se numa pneumonia quando o mundo muda... é a posição do fragilista] na sequência da crise sentida no mercado do mobiliário e dos efeitos da concorrência chinesa"
A França é um dos países que mais me impressiona. O país que criou o luxo vai definhando ano após ano. As empresas portuguesas que exportam para França sabem que é o país com os clientes B2B que mais espremem os preços, que mais estão disponíveis para cortar na qualidade para embaratecer os artigos.
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Não admira que as empresas portuguesas e espanholas lhes comam cada vez mais mercado.

segunda-feira, outubro 19, 2015

"um atestado de desconhecimento da realidade" (parte IV)

Parte Iparte IIe parte III.
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No mesmo programa o ex-ministro Teixeira dos Santos também resolveu secundar uma posição que já ouvi Paulo Portas defender: muito preocupado com as importações convida as empresas portuguesas a trabalhar para as substituir (minuto X a Y)
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Vejamos o exemplo do mobiliário português.
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Em 2010 [Moi ici: Estava na moda nesse ano, como não recordar Nuno Melo, a ATP e os paquistaneses] uma das associações do sector tinha esta opinião "Indústria declara 'guerra' aos móveis oriundos da Ásia":
"A Associação das Indústrias da Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP) está preocupada com as crescentes importações de móveis do Sudeste asiático, em especial de países como a China, as Filipinas, a Tailândia e o Vietname. Apesar de a produção nacional ser excedentária em 300 milhões de euros, 67% do consumo nacional de mobiliário já é importado, 30% do qual do Sudeste asiático. Produto mais barato, reconhece o presidente da AIMMP, Fernando Rolin, mas que alerta para os custos na competitividade nacional: "Quanto mais móveis asiáticos se venderem, mais gente se põe no desemprego, que depois não terá dinheiro para comprar nem produtos chineses nem portugueses."
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A indústria do sector produziu 900 milhões de euros e exportou 690 milhões em 2009.
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"Para exportar 690 milhões de euros, andamos a vender uma cadeira no Japão, uma mesa em Singapura, um aparador no Egipto, um toucador e uma cama em Nova Iorque, um psiché em São Francisco e sabe-se lá o quê atrás do sol-posto e, em contrapartida, quando queremos vender mobiliário à loja do lado, onde quase podíamos entregar os móveis à cabeça, ela está cheia de produto asiático", diz o presidente da AIMMP. Rolin admite que em condições normais "esta seria uma situação que teríamos de resolver à custa da nossa competitividade", mas o problema, salienta, reside nas razões de base, que permitem "que o móvel asiático chegue ao retalhista, em média, 40% mais barato que o nacional"."
Depois disto o que é que aconteceu?


  • as exportações cresceram acima de 9% em 2011;
  • as exportações cresceram acima de 6% em 2012;
  • as exportações cresceram 11% em 2013;
  • as exportações cresceram 13% em 2014;
  • as exportações cresceram cerca de 12% nos primeiros 6 meses de 2015.

  • Acaso a indústria portuguesa de mobiliário pode competir, num mercado aberto, com os preços do mobiliário asiático?
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    E, no entanto:
    "A taxa de cobertura das exportações pelas importações do período em referência é de 235%."
    David não pode competir de igual para igual com Golias. David, o melhor que tem a fazer é esquecer Golias e os que preferem Golias e, concentrarem-se em quem prefere David, estejam eles onde estiverem.
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    E Teixeira dos Santos não sabe o que são Custos de oportunidade?

    terça-feira, setembro 29, 2015

    Bem, boa sorte!

    A propósito de "Exportadora de mobiliário de luxo vai apostar no mercado nacional" de onde sublinho:
    "Uma empresa de mobiliário de luxo sediada em Soure, no distrito de Coimbra, que exporta com sucesso para África, pretende agora apostar no mercado nacional, disse à agência Lusa a sócia-gerente Ana Piquete.
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    "Como a situação portuguesa está a melhorar, decidimos apostar no mercado interno, tendo para isso investido em mais recursos humanos", salientou a gestora, de 38 anos, com formação em design.
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    A Uníssima deverá ainda expandir-se no início do próximo ano ao Médio Oriente, numa estratégia de alargar a sua internacionalização, embora sem descurar o mercado da costa de África e de Portugal.
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    Sem linha de série, os móveis da marca são personalizados e concebidos à medida dos espaços e do gosto do cliente, "distinguindo-se pela nobreza dos seus materiais", que podem incorporar metais preciosos, como ouro e diamantes."
    Espero que sejam bem sucedidos. No entanto, esta aposta no mercado nacional vai ao arrepio do que escrevi aqui a propósito de:
    "Entretanto, a manutenção da baixa procura interna justifica a necessidade de as empresas nacionais continuarem a apostar nos mercados externos."
    Ou seja:
    "As empresas nacionais têm de continuar a apostar nas exportações mas não por causa da baixa procura interna.
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    O nível de vida em Portugal não é alto. Por isso, os portugueses optam por comprar bens transaccionáveis baratos."
    Sei que neste caso, a empresa não trabalha no B2C mas no B2C:
    "A marca procura estabelecer-se em Portugal entre os clientes finais, agentes profissionais e cadeias hoteleiras," 
    Bem, boa sorte.

    sexta-feira, julho 24, 2015

    O exemplo do mobiliário

    A propósito de "Exportações de mobiliário representaram 67% da produção em 2014", a mesma lição do calçado e do têxtil:
    "As exportações de mobiliário para o lar aproximaram-se dos 500 milhões de euros em 2014, representando 67% da produção nacional,
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    Entre 2012 e 2014, as exportações permitiram que a produção nacional contabilizasse taxas de variação positivas.
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    Em 2009 existiam 5300 fabricantes, mas em 2013 este número já tinha descido para os 4250. Consequentemente, o número de trabalhadores no sector também diminuiu: em 2009 contava com 28.790 trabalhadores, enquanto em 2014 empregava 22.400 pessoas."
    Pena que a jornalista não tenha investigado mais para descobrir que se trata de uma tendência com mais de uma década, recordar "O exemplo do mobiliário (parte I)". Em "O exemplo do mobiliário (parte III)" está o final da história e o que se aprende com a série, a heterogeneidade deste sector (de qualquer sector).
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    O mundo mudou brutalmente com a chegada da Ásia ao mercado, houve uns que conseguiram mudar e outros que não quiseram ou não puderam mudar. O aumento da exigência levou a chegar a outro nível do jogo.