domingo, novembro 24, 2013

Para PMEs - Acerca do valor nas relações entre compradores e vendedores

Já aqui o escrevi em tempos, o ganho de quota de mercado pelas PMEs exportadoras é ainda mais notável quando percebemos que não se trata, na maioria dos casos de uma venda pelo preço mais baixo, ou seja a vending-machine, mas por algo que implica o estabelecimento de uma relação, pela promessa de confiança.
"The empirical analyses suggest that, in this setting, suppliers that do not currently provide services to a buyer are at a severe disadvantage with respect to doing business with that buyer. This has implications for competition among suppliers. A supplier’s most relevant competitors are those with which it shares a buyer. A competitor with average expertise that currently provides services to a common buyer represents a greater threat than a highly competent competitor not currently providing services to the buyer. The reason is that a buyer’s threat to create a relationship with a new supplier is not very credible, considering that this supplier will have to incur significant set up and learning costs.
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A sharply delineated set of relevant competitors has implications for our understanding of competitive outcomes. The empirical analyses of both relationship termination and supplier profitability suggest that expertise advantage relative to the set of relevant competitors matters more to value capture than expertise advantage relative to all competitors in the market.
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to understand the returns from capabilities and resources, it might sometimes be necessary to account explicitly for heterogeneity in competition in addition to heterogeneity in capabilities. (Moi ici: Não me canso de me surpreender por continuar a encontrar nestes artigos, este de Janeiro de 2011, este tipo de reparo como se fosse algo de excepcional. Quem está no terreno sabe que nos negócios a heterogeneidade é muito importante para quem não compete pelo preço... o "anything goes" de Feyerabend)
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instead of a large market with many buyers and suppliers, there are large numbers of smaller competitive arenas isolated by significant barriers to entry. (Moi ici: O Estranhistão, Mongo descrito de forma simples e telegráfica)
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a supplier’s ability to capture value from relationships depends not only on its own characteristics (e.g., level of expertise) (Moi ici: Não depende apenas da sua oferta, dquilo que oferece, mas também do contexto de quem compra) but also on how its clients exploit competition, as by choosing suppliers based not only on their intrinsic competencies but also on the competition they provide to others. (Moi ici: E virando o tabuleiro, a PME pode perguntar, qual o tipo de comprador que nos interessa? Como é que ele tem de competir no seu mercado, para quem eu tenha vantagem em lhe oferecer o que tenho?) This represents one of many ways in which relationships with buyers influence performance, a question of great interest to strategy scholars.
Trechos retirados  de "Value Creation, Competition and Performance in Buyer-Supplier Relationships" de Olivier Chatain.

Quem está no terreno não tem tempo para esses devaneios

Enquanto os doutores em Economia vão à televisão explicar porque é que não somos competitivos dentro do euro, quem está no terreno não tem tempo para esses devaneios:

"O processo de internacionalização das duas marcas inclui já a presença anual nas feiras de design Decorex e Super Brands, em Londres, entre outras. As poltronas da Munna marcam ainda presença em vários hotéis da capital inglesa. Agora, chega a vez do Harrods, que dirigiu o convite às marcas nacionais por considerar que “o design inovador, a criatividade e o detalhe de cada peça correspondem ao elevado nível de exigência do seu público”, explica a Urbanmint em comunicado."

"As exportações de pedra natural portuguesa estão a crescer "a um ritmo assinalável" e este ano podem atingir o recorde, revelou hoje a Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins (Assimagra)."
Aqui está um exemplo que gostava de conhecer de perto e perceber o que permitiu o seu sucesso. Se estivéssemos a falar de um fabricante para um nicho, não me causava surpresa. No entanto, estamos a falar do maior fabricante mundial de botões. Qual é o truque? A vertente ecológica será importante para certo tipo de clientes, não certamente a prioridade para o exército russo e americano. Será o know-how de materiais? Este trecho, retirado daqui:
""Em 1995, a empresa tinha capacidade excedentária. Começaram a fechar as fábricas têxteis e de vestuário, umas atrás das outras. Fábricas que empregavam 400 e 500 pessoas e faziam cinco mil camisas diárias", recordou Avelino Rego.
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"Perante este cenário, tínhamos duas alternativas: ou a empresa se redimensionava ou virávamo-nos para outros mercados. Optámos pela segunda. Tivemos de ter a coragem de fazer novos investimentos, na pior altura", frisou."
Terá sido uma vantagem de "first-mover", antes da entrada de potenciais fornecedores chineses?
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BTW, também, fez-me recordar Mira Amaral, o tal que diz que o Norte foi protegido da globalização... enfim! Faz-me lembrar aquela cena das aventuras do Tom Sawyer e/ou Huckleberry Finn, em que um espectáculo itinerante consegue enganar as duas metades de uma cidade, porque a primeira nada disse à segunda, acerca da nulidade do show, para não passarem pelos únicos trouxas. Aquele "Em 1995"... o país ainda ia viver o devaneio da Expo98, Lisboa e o ecossistema não-transaccionável preparava-se para mais de 10 anos de drenagem... enquanto isso, longe das capas de jornais e do prime-time televisivo, começava o assalto da globalização à proposta de valor vigente no Norte do país.

sábado, novembro 23, 2013

Curiosidade do dia

Dedicada aos defensores da construção e manutenção de torres de Babel.
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Duas prendas sobre o mesmo tema: quando a matemática choca com a ideologia:

Por vezes, o truque estratégico não é mudar a oferta, é mudar de prateleira

"A empresa, sediada em Vila Nova de Foz Coa, nasceu na década de 1960 e nos primeiros 30 anos teve no fornecimento de postes para as vinhas do Douro a principal atividade. Na década de 1990, começou a apostar na extração e comercialização de placas de xisto, (Moi ici: Subida na escala de valor. Quem são os clientes-alvo? Onde estão? Que prateleiras frequentam?) atualmente a sua principal atividade, e que podem ser aplicadas em pavimentos, bancas de cozinha, interiores de casas de banho e decoração.
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A estratégia para conquistar mercado passa pela presença em feiras internacionais do sector - “uma boa estratégia para mostrar os produtos e chegar a muitos países”. Além disso, a empresa “tenta arranjar bons parceiros internacionais, sólidos e que ajudem a divulgar o material que vendemos”, sendo para o mercado externo que a Solicel vende a maior fatia da produção, cerca de 95%."
Poderiam complementar a sua oferta com os bordados de linho da senhora?
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Por vezes, o truque estratégico não é mudar a oferta, é mudar de mercado, é mudar de prateleira.
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Trecho retirado de "Há mais tesouros em Vila Nova de Foz Coa"

Espiral recessiva agrava-se

"O indicador de actividade do Banco de Portugal, que antecipa a evolução da economia, cresceu em Outubro, verificando o melhor desempenho desde 2011.
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O indicador coincidente de actividade económica do Banco de Portugal registou, em Outubro um crescimento de 0,4%, sendo a primeira evolução positiva desde o início de 2011.
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Este indicador antecipa a evolução da economia, apontando desta forma para um crescimento da economia."
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"Depois de quedas menos pronunciadas nos últimos meses, o indicador de actividade económica do Banco de Portugal apresentou em Outubro um crescimento de 0,4%, a primeira variação positiva em dois anos e meio. A tendência ascendente deste indicador, divulgado nesta sexta pelo banco central, é acompanhada por uma contracção menor no consumo privado."

Network-centric perspective

Agora que terminei a leitura de "The Wide Lens" de Ron Adner encontro este "Call for papers":
"Value creation is the main objective of any business. Historically, value has been created inside the firm and then distributed to the market. This firm-centric perspective has established the role of the firm as the creator of value and separated the market from the value creation process. With the rapid pace of technological innovation, the scope of value creation has expanded to include a broader range of activities with other business entities. In other words, value is created in a collaborative network where various stakeholders can share their knowledge and experience in the design and development of new products/services. This network-centric perspective is called value co-creation. For example, UPS and Toshiba have agreed on a new laptop repair process in which UPS picks up broken Toshiba laptops, fixes them in its own facilities and returns them to their owners within four days. Another good example is the BMW Group’s Co-Creation Lab, a website for consumers who want to share their thoughts on BMW products/services. Those consumers can access a variety of projects directly from the website and contribute their suggestions. Clearly, the co-creation view has become central in the development of new products/services."

sexta-feira, novembro 22, 2013

Curiosidade do dia

A insaciabilidade do monstro é imparável.
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No ano do enorme aumento de impostos, no ano em que tantos gritam contra o aumento da austeridade, temos:
"A despesa efectiva do Estado cresceu 3,6% para 49,03 mil milhões de euros, até Outubro"
Só mesmo a falência do Estado poderá salvar a economia privada.

Os macacos não voam ponto

Nós precisávamos mesmo de ter falido!
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Falido mesmo, falido com rotura de pagamentos de salários e pensões pelo Estado.
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Sem falência, muita gente não aprendeu a lição e continua com o mesmo chip que nos trouxe a esta situação. Hoje apanho mais um texto de apelo à torrefacção do dinheiro impostado, para gáudio e masturbação de alguns, "Exportar ajuda à economia. Mas exportações portuguesas têm cada vez menos tecnologia":
"As exportações têm sido apontadas como "solução para a crise, e bem", refere o economista. "Mas as nossas exportações só se têm baseado no fator custo, e muito no custo laboral, tendo vindo a perder valor nas exportações de média e alta tecnologia que, em 2007, representavam 12% das exportações e, hoje, segundo os dados mais recentes, representam apenas 7%", adianta Mira Godinho."
O entrevistado refere-se certamente a estes números:
 O que é que aconteceu entre 2008 e 2009?
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Basta uma palavra:
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Qimonda:
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O que tínhamos em 2008?
"A Qimonda Portugal é o novo líder do ranking de exportações nacionais. Segundo dados referentes ao primeiro trimestre deste ano, divulgados em Junho pelo Instituto Nacional de Estatística, a Qimonda passou a ocupar o primeiro lugar na tabela dos maiores exportadores, contribuindo assim de forma decisiva para o aumento da saída total de produtos em 10,7 por cento."
O que tínhamos em 2008 era uma aberração, um enxerto apoiado por dinheiro impostado aos contribuintes, para servir de montra hi-tec dos nossos políticos e governantes. Reparem, chegou a ser o maior exportador, mais do que a Autoeuropa, e cada unidade vendida dava prejuízo. Só sendo subsidiada pelo Estado subsistia.
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O que estas vozes pedem é que se torre mais dinheiro nestes brinquedos de político?
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Prefiro olhar para a figura lá de cima e realçar:

  • a redução em 10 pontos percentuais do peso dos itens com baixa tecnologia incorporada;
  • o aumento em cerca de 15 pontos percentuais do peso dos itens com média-baixa tecnologia incorporada; e
  • a manutenção do peso dos itens com média-alta tecnologia incorporada.
Parece-me uma evolução mais sustentada. Recordo a metáfora de Hausmann:
"The product space is the space of all possible products. The metaphor is of a forest. Each product is a tree, and companies are monkeys that are organizing and taking over the forest. Empirically, we’ve shown monkeys don’t fly. They move to nearby trees, or to industries for which they have many of the required productive capabilities."
A figura mostra uma evolução que pode revelar-se sustentável, os macacos da metáfora estão a aprender a subir às árvores. O que Mira Godinho propõe é que dinheiro do Estado, dinheiro impostado aos saxões contribuintes, seja gasto para ensinar os macacos a voar...
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Os macacos não voam ponto.

Alguma coisa não bate certo

Percebemos que alguma coisa não bate certo quando multinacional respeitada premeia colaborador, por aplicar a relação da oferta-procura.
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Desconfio que foram surpreendidos pelos resultados que se podiam prever a partir do gráfico de Marn e Rosiello:

Sendo a multinacional de origem alemã, fico a pensar na forma como definem os preços que praticam... aposto que à boa maneira clássica, o preço é o resultado de uma equação onde se somam os custos a uma margem. Aposto que não têm interiorizado que o preço tem tudo a ver com o valor e nada, ou pouco, a ver com o custo.
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Assim que me mandarem o Youtube onde o premiado explica o que fez colocarei aqui a história toda

"to make all things unequal"

"Your role in sales is to make all things unequal. This means shifting the competition from price to cost (Moi ici: Não os custos de quem vende mas os custos de utilização de quem compra).
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Now all things are unequal. Especially if you are in front of the deal enough to have developed the relationships that make it easy to choose you over all others."
Esta é a nossa missão, este é o nosso Evangelho do Valor: promover a concorrência imperfeita, to make all things unequal.
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Vale a pena ler e pensar nas questões levantadas "Selling and the Difference Between Price and Cost"

Acerca da torre de Babel


Que tipo de organização política esteve na base desta torre?


quinta-feira, novembro 21, 2013

Curiosidade do dia

"If you’re graduating from business school this spring, you might want to be sitting down for this: the job market for recent MBA graduates looks poised to get a lot worse in 2014.
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The news comes as the number of newly minted MBAs continues to increase,"


Trecho retirado de "The Job Market for MBAs is About to Take a Hit"

Tão comum... infelizmente.

"Can, I please reiterate to people the importance of :
  • Map your environment (starting with user needs)
  • Determine where you can attack (the options)
  • Determine why you would attack one space over another (i.e. the games you can play, the advantages / disadvantages, the opponents, how you can exploit inertia or constraints, possibilities for building ecosystems etc)
  • Determine the how (i.e. the method - using an open approach, co-creation with others, alliances)
  • Determine the what (the details) and finally the when.
If you don't first map your landscape, you can and only ever will be playing chess in the dark."

Não descurar o lado do mercado

Para reflexão pelos inventores e investigadores que descuram o lado do mercado:
"it's easy for innovators to overlook the incentives and motivations of the intermediaries to which they have no direct links. For this reason, it can be tempting to turn your gaze inward to issues you can better control. But ignoring your dependency on others will not prevent them from upending your innovation efforts.
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the mere availability of an innovation is not enough for success: often, a multitude of co-innovation challenges need to be overcome in order for the value proposition to become a reality."
Trecho retirado de "The wide lens" de Ron Adner

Será por....

O que vale aos espanhóis é terem salários mais baixos...
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Um desempenho impressionante em sectores tradicionais abertos à concorrência internacional:
"Crecimiento sostenido en los tres primeros trimestres de 2013. De enero a septiembre, las exportaciones textiles españolas alcanzaron un valor total de 8.999 millones de euros, lo que representa un crecimiento del 14,5% en relación al mismo periodo del ejercicio precedente.

El dinamismo de las empresas españolas de moda en los mercados internacionales ha permitido que el crecimiento de sus ventas al exterior haya superado al conjunto de las exportaciones españolas en un ejercicio muy positivo, con un alza acumulada del 6,8% en el periodo de enero a septiembre, hasta 175.143,3 millones de euros.

Las exportaciones de productos de confección, subgrupo incluido en el epígrafe de textiles en las estadísticas de exportaciones del Ministerio de Economía y Competitividad, alcanzaron hasta septiembre los 6.431 millones de euros, un 18,2% más que en el mismo periodo de 2012. Asimismo, las ventas al extranjero de productos de calzado alcanzaron un valor total de 1.888,5 millones de euros hasta septiembre, con un alza del 10,4%."
Se não é dos salários... será por terem a peseta?
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Não também não.
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Será por terem estratégias que não passam pelo preço mais baixo e passam por outras coisas que os potenciais clientes valorizam?
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Trecho retirado de "Las exportaciones textiles españolas crecen un 14,5% hasta septiembre y rozan los 9.000 millones"

Um momento de pluralidade

Eu acredito nisto "Mass Customization: Let Your Customers Have It Their Way", acredito que o futuro é Mongo, é o Estranhistão onde podemos dar azo à nossa individualidade, uma tendência facilitada pela crescente democratização da produção.
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Contudo, ao mesmo tempo, haverá espaço para alguns gigantes?
" The Internet makes possible an unlimited diversity of digital content and services.  That encourages belief that fragmentation of audiences and the proliferation of niche products will control business success.  However, the Internet also enhances social influence that concentrates attention and purchases on the most popular symbolic products.  In current business reality, enhancing social influence is more important.  The most profitable business strategy is using all available communication tools to make a particular symbolic package highly popular: a blockbuster."
Talvez, certamente para alguns mas não consigo avaliar para quantos, mas esse não é o caminho mais provável para o crescimento das PMEs. Interessante, contudo, "blockbusters triumph for Internet-era business"
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E ainda, "Globalization Isn’t Dead, It’s Only Just Beginning".

Mateus 7, 3 discutir a intenção dos outros em cortar salários numa casa que a pratica é arriscado

Um primeiro disclaimer: Este blogue há anos que critica e brinca com aqueles que defendem a redução dos salários como uma medida de promoção da competitividade (e são muitos, desde João Ferreira do Amaral, que através da saída do euro pretende oferecer de bandeja competitividade às empresas, até a Pedro Ferraz da Costa e ao seu obsoleto e inqualificável Forum para a Competitividade". Recordar, por exemplo: "Acerca da produtividade, mais uma vez (parte I)" e "O jogo do gato e do rato (parte VII)". Recordar o que aqui defendemos ao longo dos anos acerca do gráfico de de Marn e Rosiello)
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Um segundo disclaimer: Este blogue acredita que as empresas existem para servir os clientes, existem para servir quem está fora da sua alçada e tem liberdade de escolha. Assim, este blogue defende a concorrência porque premeia quem melhor servir os clientes. Este blogue, por isso, também defende a liberdade de circulação de bens e serviços e não acredita no proteccionismo.
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Agora analisemos o texto  ""Não se pode aceitar" mais produtividade à custa de cortes salariais". A certa altura o jurista diz:
"“À luz desta perspectiva de que o trabalho e a economia devem estar ao serviço da pessoa, não se pode aceitar este tipo de raciocínio, que muito se ouve, de que para reforçar a produtividade das empresas devem ser reduzidos os salários”, defende o jurista.
Se assim é, questiona Pedro Vaz Patto, que vantagens têm as pessoas em reforçar a produtividade das empresas.
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Tem sentido a produtividade e a saúde das empresas, se isso reverte em benefício das pessoas que lá trabalham. Se é com o sacrifício das pessoas que lá trabalham, está invertido este princípio de que a economia está ao serviço da pessoa e não o contrário”, sublinha."
O que falta neste raciocínio?
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Pergunto: Tem sentido a produtividade e a saúde das empresas se isso não reverte para os clientes? Se isso não reverte para as pessoas que consomem?
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Vivemos num mundo em que a oferta é maior do que a procura, quando a oferta é maior do que a procura quem manda é quem compra. Por exemplo, com isto "Fim dos direitos cobrados pela UE às cordas indianas pode custar 35 milhões às empresas portuguesas" o que farão as empresas produtoras de cordas?

  • umas não sentirão qualquer efeito porque trabalham para clientes e nichos que procuram e valorizam algo mais do que o preço mais baixo;
  • outras terão de aumentar a sua produtividade para tentar sobreviver, para tentar produzir o mesmo ou mais com menos recursos (por exemplo, com menos trabalhadores)
Acredito que a maioria das empresas não corta salários para aumentar a produtividade como fim mas para sobreviver. Por exemplo, com a quebra da procura no mercado interno qual a possibilidade de uma construtora manter o mesmo volume de pagamento de salários? Ou corta salários ou despede pessoas.
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Afinal o que fez a Igreja portuguesa quando a crise lhe bateu à porta? Despediu!
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Afinal o que anda a fazer a Rádio Renascença quando a crise lhe bate à porta? "Renascença quer reduzir salários acima dos 1.400 euros brutos"
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Não tem nada a ver com produtividade... tem tudo a ver com a sobrevivência.
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BTW, por que não proibir a automatização das empresas que rouba postos de trabalho?
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Apetece recordar Mateus 7, 3... discutir a intenção dos outros em cortar salários numa casa que pratica ou quer praticar essa política é um pouco arriscado
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BTW, as empresas existem para servir os seus clientes, estes não existem para servir as empresas. 

quarta-feira, novembro 20, 2013

Acerca do eficientismo

Excelente metáfora.

"Why Analysis Is Not Enough And Passion Is So Important - A Story From Henry Mintzberg"

Dedicado a todos os que só conhecem a eficiência como factor competitivo e caiem no erro do eficientismo, quando o truque é o da magia.

Acerca do ecossistema da procura

E continuo a minha leitura de "The Wide Lens" de Ron Adner:
"Many innovations rely on a chain of intermediaries that stand between them and their end customer.
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In todays's interdependent world, the successful innovator must treat each partner as a customer even if they are not in a direct business relationship.
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We have all been trained to "focus on the customer," to "listen to the voice of the customer," to try our utmost to "delight the customer." But as the adoption chain makes explicit, we rarely have just one customer. Which customer in the chain is most important? All of them! Each and every intermediary that is part of the ecosystem needs to see surplus from adopting the innovation. A single instance of rejection is enough to break the entire chain. The logic of adoption chains dictates that innovation A, despite the far higher value it creates for the end customer (+5 vs. +1), and the higher net surplus that it creates for the chain as a whole (+11 vs. +4), will fail. It will fail, not because the end customer won't prefer it, but because the end customer will never have the chance to choose it. As long as the retailer is worse off with innovation A than with its current alternative, it will be a broken link in the adption chain. Ironically, despite its lower value creation, innovation B will sail through the adoption chain."


Um déjà vu permanente!!!
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Desde 2004 que usamos esta abordagem no nosso trabalho junto das empresas. Quem está entre a empresa e os utilizadores finais? Como podemos criar uma sinfonia, uma harmonia, de ganhar-ganhar entre todos?

Outro exemplo - especialização

"A Latoaria Ponte Rol ilumina há 32 anos.
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No final da década de 1990, com o início de atividade, Joaquim Pedro e o irmão quiseram apostar logo na exportação.
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Nos últimos tempos, os países nórdicos, nomeadamente Noruega, Suécia e Dinamarca, têm procurado os candeeiros da empresa, que aposta em produtos de qualidade e num design exclusivo e apenas vende para mercados consolidados. Nas economias emergentes, “teríamos de competir com chineses e indianos, uma guerra perdida”, explica Joaquim Pedro."
Onde podemos fazer a diferença? Onde podemos ter uma vantagem? E para quem temos de trabalhar? Onde estão? Que prateleiras frequentam?

Trecho retirado de "De onde vêm os candeeiros da Massimo Dutti? De Portugal, pois claro"

Tripla precaução, cuidado com os Muggles

"Estado da economia portuguesa debatido no DN".
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E quem vai debater?
"Durante o debate Sérgio Figueiredo (Administrador da Fundação EDP), Isabel Vaz (CEO da Espírito Santo Saúde), António Nogueira Leite (Administrador da EDP Renováveis), Miguel Leonidas Rocha (Partner da Deloitte) e André Macedo (Diretor do Dinheiro Vivo) irão avaliar o estado da economia portuguesa em face da crise e de todos os indicadores, bem como os efeitos das políticas económicas e financeiras da nossa sociedade."
A propósito de Sérgio Figueiredo recordar esta previsão.
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A propósito de André Macedo recordar esta previsão.
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A economia real está cheio de magia; no entanto, colocam Muggles a debate-la.
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Só falta mesmo o Nicolau Santos, o fragilista-mor.

terça-feira, novembro 19, 2013

Uni-vos

Mais um exemplo de uma tendência a acompanhar com atenção, a mudança de modelo de negócio dos pequenos produtores agrícolas, para fazerem o by-pass à grande distribuição e capturarem margens superiores:
 "Grâce au circuit court Paysans.fr recevez chez vous les produits de saison, panier de légumes, panier de viandes ou panier à la carte de produits frais cultivés par 160 producteurs de nos régions"
Algo já por várias vezes sugerido neste blogue e retirado de "paysans.fr"

Sugestões para taxas de juro negativas nos bancos

A imaginação da normandagem não tem limites.
"Break the zero lower bound by paying sharply negative interest rates on bank deposits. Depositors would normally defeat this tactic by pulling their money out of the banks and keeping it in the form of cash. So Kimball proposes a system for devaluing cash itself, effectively imposing the same negative interest rate on paper money as on money deposited in banks. “Paper currency could still continue to exist,” Kimball writes, “but prices would be set in terms of electronic dollars (or abroad, electronic euros or yen), with paper dollars potentially being exchanged at a discount compared to electronic dollars.”"
Trecho retirado de "Larry Summers Has a Wintry Outlook on the Economy"

Mongo também passa por isto

"Chinese companies are raising their global profile—they now export goods at the same rate as foreign-funded companies operating in China do. And their future looks ever more global: In a recent survey of Chinese executives, 88 percent said they expect to be conducting product development for foreign markets by 2023."
Uma diversidade de origens.
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Imagem retirada de "Chinese Companies Reclaim “Made in China”"

Um exemplo concreto da subida na escala de valor

"As cápsulas do seu café são feitas aqui"
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"A empresa começou por fabricar moldes para a indústria automóvel e tem vindo a expandir-se e a especializar--se na construção de moldes de alta precisão
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A estratégia tem sido focada na constante especialização na precisão dos produtos. Fixar-se nos mercados exigentes e com maior poder de compra é o caminho defendido
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a crise, “felizmente, não tem tido impacto” na indústria dos moldes e em particular na sua empresa. A atividade da LN Moldes até “está em crescimento”, devido à sua especialização.
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devia haver uma parceria mais vincada entre o ensino superior e o tecido empresarial “para que os engenheiros, quando terminassem a licenciatura e o mestrado, soubessem mais sobre a realidade nas empresas”."
Há dias numa sessão com empresários alguém apresentava-me um empresário como tendo uma fábrica de meias. Essa informação foi prontamente complementada com um reparo, fabrico de meias para esquiar. Especialização, especialização, especialização...

O exemplo do calçado

"Empresários do calçado consideram negócio "satisfatório" no 3.º trimestre"
"o preço das matérias-primas mantêm-se como “os principais focos de preocupação” dos inquiridos.
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O estado dos negócios da indústria portuguesa de calçado permaneceu “satisfatório” no terceiro trimestre do ano, com a produção a aumentar ligeiramente e a carteira de encomendas garantida por “um período significativo”, segundo o inquérito de conjuntura setorial.
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Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), Portugal exportou 56 milhões de pares de calçado nos nove primeiros meses do ano, no valor de 1.336 milhões de euros, mais 7,2% do que mesmo período do ano anterior."
Resultado: "Fábricas de calçado nunca precisaram tanto de novos trabalhadores"

BTW, acho que o preço das matérias-primas não é assim tão relevante. É um preço internacional, quando sobe, sobe para todos. Clientes quando escolhem fazem comparações...


Curiosidade do dia

Não estou a brincar, parece que hoje é o dia mundial da sanita.
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Ainda sou do tempo em que só havia o dia mundial da árvore e plantava-se uma árvore lá no recreio da escola.
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Como é que celebram este dia?

segunda-feira, novembro 18, 2013

Trabalhar o ecossistema da procura

Esta figura:
Foi retirada do livro "The Wide Lens" de Ron Adner.
"This book is designed to help managers, leaders, and everyone concerned with innovation see their hidden dependencies and understand how to develop robust strategies that are more likely to succeed. To start, you must consider two distinct types of risk that arise within ecosystems: Co-innovation Risk, the extent to which the success of your innovation depends on the successful commercialization of other innovations; and Adoption Chain Risk, the extent to which partners will need to adopt your innovation before end consumers have a chance to assess the full value proposition.
Choosing to focus on the ecosystem, rather than simply on the immediate environment of innovation, changes everything—from how you prioritize opportunities and threats, to how you think about market timing and positioning, to how you define and measure success. This new paradigm asks innovators to consider the entire ecosystem by broadening their lens to develop a clearer view of their full set of dependencies. To be sure, great customer insight and execution are still vital. But they are only necessary—not sufficient—conditions for success."
Recordar daqui:

E daqui:
E ainda daqui:

o poder das redes sociais

Ainda me surpreendo com o poder das redes sociais:
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"Hundreds Show Up To Funeral For British Vet Who Died Without Family"
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E também com a prevalência de algum sentido de agradecimento comunitário por serviços prestados em nome da comunidade.
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BTW recordar 

e dois meses depois de Agosto de 2013

E continuamos com a nossa análise mensal dos números do IEFP começada aqui.
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Evolução do número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego entre Janeiro de 2011 e Outubro de 2013:

A evolução homóloga do desemprego e a evolução mensal do desemprego entre Janeiro de 2011 e Outubro de 2013:
Cá está o momento mágico do crescimento negativo do desemprego homólogo.
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A figura que se segue tira um retrato da evolução homóloga do desemprego em Outubro de 2013 e mostra onde está a ser criado emprego liquido (barras negativas):

Uma fotografia notável sobre onde está a ser criado emprego. 18 barras negativas!!! No início do ano só havia uma, salvo-erro nos têxteis.
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A nível regional temos:

Apesar dos políticos da situação e da oposição, os anónimos deste país estão a construir um país mais competitivo

Curiosidade do dia


Imagem retirada de "How the World Shops for Groceries"

domingo, novembro 17, 2013

Os normandos a preparar outro ataque

"Vítor Gaspar vai presidir Grupo de Alto Nível para Tributação da Economia Digital"
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A normandagem não descansa sempre em busca de impostar mais e mais e cada vez mais.
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Vão mesmo chegar a este ponto.
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Por onde andas Robin dos Bosques?

Contar com todo o ecossistema

Acabei há tempos a leitura de "Experience Design - A Framework for Integrating Brand, Experience, and Value".
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Reparei que os autores referiam várias vezes este outro livro "The Wide Lens: A New Strategy for Innovation" de Ron Adner. Assim, arrisquei e encomendei-o.
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Recebi-o na semana passada e já me fez companhia numa série de viagens de comboio. Está a ser uma experiência muito interessante e com uma certa dose de déjà vu ao deparar com o uso da terminologia "ecossistema" e a mapas deste tipo:

"... a world in which the success of a value proposition depends on creating an alignment of partners who must work together in order to transform a winning idea to a market success. A world in which failing to expand your focus to include your entire ecosystem will set you up for failure"

Acerca do salário mínimo

Sempre defendi neste blogue que o futuro da economia privada portuguesa não passa por salários baixos, são quase 10 anos de evidências que se podem pesquisar aqui.
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Ao mesmo tempo que defendo isso, não me sinto com poder, moral, autoridade para obrigar outros a seguir uma certa via que eu acho melhor. Muitas não a seguem porque genuinamente não têm capacidade, ADN e possibilidades para fazer melhor do que o que já fazem.
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Por isso, compreendo e concordo com César das Neves "César das Neves: Aumentar salário mínimo «é estragar a vida aos pobres»"
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Basta recordar a origem do salário mínimo, basta recordar a história e a motivação inicial por detrás da sua criação.

Curiosidade do dia


O preço pode ser o mais importante em muitas regiões mas não é o ÚNICO factor!
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Interessante perceber que este retrato vai ao encontro do que já aqui escrevemos algumas vezes sobre a diferença entre o mercado norte-americano e o europeu, embora a minha ideia fosse de uma ainda maior diferença de perfis.
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Imagem retirada de "When the Customer is Always Right, Compete on Price"

sábado, novembro 16, 2013

Do produto preto, sem nada, fizemos um capacete fashion”

Cartão de visita:
"Em 2012, a Nexxpro viu o negócio crescer 41%."
 O truque?
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Diferenciação:
"“Em França e em Itália, quase chegámos a número um! Fomos apelidados pelo Le Monde de costureiros de capacetes porque os reinventámos. Do produto preto, sem nada, fizemos um capacete fashion”"
Trecho retirado de "Os costureiros de capacetes"

Os mexicanos não acreditam no Krugman

"Mexicans are leaving the US and taking their money with them"
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Os mexicanos não acreditam no Krugman... não acreditam na treta de entregar a enxada à "comprativa"

Preparar o futuro

Uma referência a uma empresa com um cantinho no meu coração, a Normax, em "Pipetas preferidas em 60 países".
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Quando frequentava o 10º e o 11º ano de escolaridade e tinha a disciplina de Quimicotécnia, a química qualitativa fascinava-me a ponto de com as parcas economias que conseguia juntar começar a montar um laboratório no quarto. O material de vidro adquiria-o numa representação da Normax na Rua Santos Pousada no Porto e os reagentes adquiria-os na Drogaria Moura próxima do Mercado Ferreira Borges.
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Ainda esta semana, a fazer horas para uma sessão de formação numa Faculdade de Farmácia, passou por mim um funcionário com um carrinho cheio de material de vidro, sobretudo pipetas. Depois, durante a formação, comentei com os formandos, que os alunos que estão a trabalhar e a fazer tudo à mão com material de vidro, quando forem para um laboratório de análises ... vão trabalhar com aparelhos mais ou menos sofisticados e material de vidro ... nada.
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Assim, espero que a Normax esteja ciente dessa evolução... pode optar por seguir uma estratégia dedicada a fazer render até ao fim o que tem e sabe fazer. Ou pode, procurar outros mercados, numa diversificação de utilizações e fins. Lê-se o artigo fica-se logo com a cabeça a fervilhar de hipóteses estratégicas referidas (diversidade ou concentração)

Somos todos alemães (parte ?)

Há anos escrevi aqui que temos de ser como os alemães. O primeiro postal de uma série com mais de 10 partes foi "Somos todos alemães".
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Quando a UTAO não percebe como é que os empresários portugueses aumentam os preços e, ainda conseguem ganhar quotas de mercado na exportação, é porque ainda não descobriu o truque alemão.
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Ontem, via twitter, o @38º enviou-me este texto "In spite of currency disadvantage, Germany competes on brand". Interessante:
"So how does Germany compete so successfully in spite of this currency disadvantage? The answer seems to be that Germany can compete on brand strength even at higher prices.
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CIBC: - The [euro] strength against the yen will persist, a challenge largely for German exporters as they compete closely in areas such as autos and electronics. However, with many consumers prepared to pay a premium for German engineering, its exports are often less sensitive to price changes.
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Indeed when compared with its Eurozone peers, German exporters boast the least price-sensitive merchandise."
É seguir o evangelho do valor.

sexta-feira, novembro 15, 2013

Um mercado potencial tremendo...

Dedicado aos que não são capazes de ver as oportunidades:
"At the same time, the Chinese are very brand conscious, as is shown by their fondness of luxury brands. According to Bain & Co., the luxury sales market in greater China is expected to grow by 6-8% this year, to exceed $35B — making it second only to America.
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In 2012, Chinese took 83M foreign trips, up by 18.4% from the previous year. These experiences, along with technology development and social media channels, have helped Chinese consumers become more informed and sophisticated. For example, many Chinese travel overseas to buy branded products, as it is much cheaper than in China. Similarly, Chinese are now looking for subtler ways to signal their status by avoiding brands that have loud logos."

Trechos retirados de "Understanding Chinese Consumers"

Imaginem um certo governo por cá

Imaginem um certo governo por cá.
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Perante algo assim "FCC estuda despedir mais de 40% dos trabalhadores da construção em Espanha".
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Equacionar-se-ia a construção de mais 2 ou 3 autoestradas paralelas entre Porto e Lisboa...

Um exemplo do potencial de revolução na cadeia de fornecimento de certos clusters

Daqui "Rolls-Royce plans 3D printing for jet engine parts":
3D printing opens up new possibilities, new design space,” Dr Wapenhans told a round-table for journalists in Dahlewitz, outside Berlin. “Through the 3D printing process, you’re not constrained [by] having to get a tool in to create a shape. You can create any shape you like.” (Moi ici: Mongo rules!!! Diversidade, diversidade, diversidade!!!)
The Rolls-Royce executive said the technology could be used to reduce the weight of parts such as brackets.
He said: “There are studies that show one can create better lightweight structures, because you just take the analogy of what nature does and how bones are built up – they’re not solid material.
“And so things that are simple things like brackets can be made a lot lighter.”
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General Electric said recently that the company plans to expand the use of 3D printing, including creating fuel nozzles for jet engines.
Last year GE Aviation acquired two privately held companies in Cincinnati which specialise in 3D printing, also called additive manufacturing.
Companies such as Siemens and BMW are among those developing applications for additive manufacturing.
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Dr Wapenhans said that use of 3D printing would enable Rolls-Royce to slash lead times. The company would gain an “inventory advantage,” with less need to store parts, he noted.
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“Even if it takes, you know, a week to print, that’s still a lot faster.”
Sales of 3D printers and related services rose to $2.2bn last year, and are estimated to rise to about $6bn annually by 2017, according to a forecast from consultancy Wohlers Associates."

O exemplo do mobiliário

"As exportações de mobiliário e colchoaria subiram 15% em Setembro, contribuindo um crescimento acumulado de 9% até ao fecho do terceiro trimestre, correspondente à venda de 881 milhões de euros ao exterior. Metade é de “mobiliário para casa e outros fins”, 40% de assentos (excluindo para automóveis e aeronaves), (Moi ici: Deve ser em grande parte para fornecer o IKEA via Aquinos... BTW, vejam a importância que dão site, a novidade é uma notícia de... 2008) 7,8% de colchoaria e 1,6% de mobiliário de Medicina, que, em termos relativos, continua a registar o melhor comportamento." (Moi ici: Interessante esta aposta no mobiliário técnico especializado, julgo que há um peso forte das cadeiras para consultórios dentários)

Trechos retirados de "França reforça liderança nas compras de mobiliário português"

BTW, para França os preços devem estar tão espremidinhos!!! Será que ainda ganham dinheiro a sério?

Mais sintomas de Mongo - Freelancing

Daqui "Why everybody's going freelance" e daqui "More workers choose independence":
"More Americans are declaring their independence: as in the 17 million that self-indentified as indepenendent workers--as in freelancers, temps, self-employed consultants and the like--as of May 2013, up 10% from 2011."
Daqui "Before You Go Freelance, Read This":
"A 2004 research study of 1,000 people by the Work Foundation suggests I’m not alone: More than 80% of those surveyed who were self-employed said they were satisfied or very satisfied with their jobs.”
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In a world where job security is a quaint 20th century artifact, perhaps evolving an independent, freelance career for oneself is a cleverly Darwinian means of survival."
No meu caso foi perceber que queria especializar-me em algo que gostava e perceber que não fazia nenhum sentido para a maioria das empresas ter esse especialista nos seus quadros a tempo inteiro. Como eu dizia:
"Elas só precisam de alguém que aprenda até ao j.
Eu quero ir até ao z."
BTW, este fenómeno em Portugal para o INE não existe, ou não é captado pelos indicadores do emprego. Um freelancer não é considerado como tendo um emprego.

quinta-feira, novembro 14, 2013

Do país da espiral recessiva


O que mais me aborrece nisto é:
  • os políticos da situação a comportarem-se como se isto fosse por causa deles;
  • os políticos da oposição a menosprezarem esta evolução;
A verdade é que isto é, apesar deles todos.

O futuro do retalho

"The Experience-Seekers – “value the best experience, not just price” (32%). As the largest segment of M-Shoppers, they demonstrate why retailers still need to invest in providing a unique and compelling in-store experience.
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The Traditionalists – “prefer the in-store shopping experience” (30%). These shoppers are committed to purchasing in-store, making them the least threatening segment for retailers. They are open to interacting with retail stores on their mobile devices, whether by website, store app, or even scanning a QR code."
É nesta gente, nestes 52% dos consumidores que o retalho tradicional, ou clássico, ou físico, se tem de concentrar para ter um futuro. Tem de perceber que não consegue competir no preço puro e duro.
"Retailers don’t have to resort to automatic price-matching to compete with online shopping. We uncovered several opportunities for retailers to engage M-Shoppers on their phones as part of the shopping experience. These range from varied discount strategies, to exclusive in-store experiences, providing the right mobile-ready information, engaging shoppers in social media, and designing loyalty programs that build long-term relationships with customers."
No entanto, basta ouvir quem está à frente da associação do comércio para perceber que estão longe desta reflexão. Por agora, culpa a crise como a única responsável pela queda das compras no comércio, por causa da perda de poder de compra.
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O poder de compra há-de regressar e as vendas não subirão em linha com esse aumento. Então, procederão como o comércio tradicional procedeu aquando da invasão dos centros comerciais, sem estratégia, sem segmentação, sem diferenciação... muito choradinho e pedidos de subsídios.

Trechos retirados de "The Surprising Truth about Showrooming and the Mobile-Assisted Shopper"

Ver também "JPMorgan Chase's Brian Tunick on Retail's Recovery via Value Pricing"

Trabalhar, trabalhar, trabalhar

"Indústria portuguesa “mobila” Paris por 400 mil euros".
"Em 2012, as exportações do sector aumentaram pelo terceiro ano consecutivo e voltaram a bater um novo recorde, subindo 5% para 1.077 milhões de euros."

Há um mundo novo por explorar com base num novo modelo de negócio

Quando falo e escrevo sobre a economia da partilha e do aluguer, penso sobretudo a nível de consumidores.
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Contudo, esta semana tive duas experiências que me chamaram a atenção para a validade do conceito no mundo do B2B.
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Primeiro, numa conversa com um empresário de calçado, comecei a ouvir a história do costume no sector, um aumento das encomendas, a capacidade das máquinas de corte a ser levada para lá da capacidade nominal... e o receio em investir numa nova máquina. Depois, ainda acrescentou:
"As máquinas hoje em dia ficam ultrapassadas num instante!"
Na minha mente começou a dançar a ideia, por que é que os fornecedores não mudam de modelo de negócio e, deixam de vender máquinas e passam a prestar um serviço de aluguer de máquinas... vencia-se a barreira do capital para o investimento da compra inicial, as empresas ficavam mais flexíveis e podiam actualizar as máquinas com mais frequência.
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Entretanto, ontem, no hall de entrada de uma empresa encontrei isto:
Manual Técnico de Aluguer
E ao folhear não pude deixar de juntar as peças e pensar que há um mundo novo por explorar com base num novo modelo de negócio... e voltamos ao postal do início da semana "Abraçar a mudança em vez de tentar incorporá-la"

Não é nada pessoal, é o modelo de negócio

A propósito deste filme, recomendado pelo João Silva:


Não concordo com o tom geral do artigo.
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A Ryanair é uma espécie de vending machine.
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Quem quer o preço mais baixo tem de sujeitar-se a constrangimentos que fazem parte do pacote.

quarta-feira, novembro 13, 2013

Aviso do dia

O cadastro de sucesso de previsões de Daniel Bessa não é famoso, e ainda bem para as PMEs portuguesas, portanto há que ter dupla precaução quanto ao que o senhor diz.
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No entanto, é sempre importante avisar os incautos sobre o que pode vir aí:
"Portugal não tem condições para propor "com credibilidade" uma renegociação sem lançar um imposto "pesado" sobre o património, nomeadamente as componentes mais líquidas como depósitos bancários e carteiras de valores mobiliários, defendeu."
Assim, quando lhe falarem na renegociação da dívida, lembre-se disto.
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Trecho retirado de "Renegociar dívida é "inevitável" e obriga a mais impostos"

Long live Mongo!!!

"2) The crowd is becoming like a company – bypassing inefficient corporations.
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Of course, this means business change, as the internet tends to bypass intermediaries that don’t provide additional value add."
 Long live Mongo!!!

Trecho retirado de "What it Means to Large Businesses when the Crowd Becomes like a Company"

É a mentalidade de incumbente monopolista, ou protegido pelo Estado

"George Lucas as predicting that one day a cinema ticket will cost $150. Mr. Lucas and (and Mr. Spielberg) believe that the movie industry will, over time, concentrate on big budget productions and these will cost more to see in the cinema. Indeed, one senior equity analyst at Morningstar is quoted as saying, ‘differentiated pricing according to the movie’s budget makes economic sense.’”
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“I think this is the sentence that caught my colleague’s eye: He and I teach a class on pricing. In it, we emphasize the simple point that fixed costs are irrelevant for deciding the price. If I could repeat this FACT in large, friendly letters like the warning on the Hitchhiker’s Guide to the Galaxy, I would. So, the idea that a movie’s budget should determine its price is not merely wrong but risible.
Depois de ler este texto, sobre a inexistência de relação entre custos e preços, encontrei este artigo "Santos Silva: “Há um grande espaço para aumentar a receita pública”" ... é a mentalidade de incumbente monopolista, ou protegido pelo Estado.
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Trecho inicial retirado de "A Gentle, Cinematic Reminder That Prices Are Based on Value, Not Cost"

Um exemplo de radioclubização?

Costumo dizer que produzir é o mais fácil porque difícil é vender. Contudo, isso não significa abandonar a aposta, o investimento no produto.
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Quando uma empresa desiste de investir no produto, entra naquilo a que chamo a radioclubização (aqui e aqui), tornando-se cada vez mais ôca, "hollowing", até que fica uma carcaça sem potencial valor intrínseco que apenas vive da ilusão criada pelo marketing.
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E isso resulta até um certo ponto.
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Foi disto que me lembrei ao ler "Abercrombie & Fitch: el riesgo de ser sólo ‘sexy’":
"“es de esperar cuando un modelo de negocio está basado al 90% en la marca y no en el producto”"

Outra anedota do dia

Isto "Pires de Lima quer empreendedorismo como disciplina de ensino obrigatório" fez-me logo recordar esta imagem que vi pela primeira vez há mais de 15 anos:


Comecei logo a pensar no processo burocrático para seleccionar os professores que darão esta disciplina.
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Comecei logo por pensar no tipo de empreendedor-mentor que aceitará submeter-se ao vexatório processo que certamente começará por pedir provas de que nada deve ao estadinho e à segurança social.
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Comecei logo por pensar na mente do empreendedor-mentor que irá aceitar seguir um programa centralizado criado por um qualquer burocrata ou por uma comissão de burocratas.
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PS: A figura retrata uma acção de formação dedicada a aprender a andar de bicicleta.

terça-feira, novembro 12, 2013

Anedota do dia

"France is following a courageous, enlightened course that should be a model for competing nations."
Trecho retirado de "Why Paul Krugman is wrong about France"

Hipóteses de segmentação

Diferentes hipóteses de segmentação:
"Value-based Segmentation: Which customers are most valuable?.
To maximize your profitability, you can use analytics to identify your best prospects for cross-sell and upsell offers.
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Vulnerability Segmentation: Which customers are most likely to leave?.
Customers can also be segmented in order to better prevent the loss of profitable customers to churn. As it is almost always more expensive to acquire a new customer than to keep a current one, banks can benefit from a data-driven approach to retention."

Trecho retirado de "Segmentation matters more than ever"

Os incautos e os incompetentes

Pelos vistos foi um sucesso a compra de bilhetes de tesouro por particulares.
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Entretanto, hoje leio no JdN:

Pena que os jornais não cumpram a sua missão de informar e não expliquem aos incautos a relação entre o que estes figurões e outros dizem e a segurança do seu investimento. Será incompetência ou conluio com o poder, com o regime?

A mente do empreendedor

"“If you want to be entrepreneurs, you cannot think like sheep.” Entrepreneurs seem to have developed an independent streak in the way they assess market perceptions
...
Optimism is also a part of that same mind-set, and entrepreneurs are almost certainly unusually optimistic, in particular about the anticipated impact of their perceived capabilities on the market. Sometimes they are so optimistic that they grossly overestimate their chances of success. Some call that propensity irrational optimism because it is not justified by the objective probabilities, and it is true that aspiring entrepreneurs believe they will not fail where others have.
...
But if as an entrepreneur, I see a game of chance as a game of skill instead, then I have the possibility to make an extraordinary gain.
...
What’s more, the propensity to think independently, to challenge conventional wisdom, and to act in a contrarian fashion is not quite the same as irrational optimism. By tying their future worth to something that is, initially, worthless, impossible, or stupid, entrepreneurs are in a sense buying low—investing in an idea that is undervalued by others—so that they can later sell high, reaping extraordinary value from it."
Trechos retirados de “Worthless, Impossible, and Stupid" de David Isenberg

O fim do modelo económico do século XX

Um artigo que parece retirado deste blogue, "It’s the end of Walmart—and mass-market retail—as you know it":
"For a long time, having the best supply chain was enough. This is how Walmart became the powerhouse retailer it is: by building the largest, broadest, most efficient system for moving products across the United States.
...
Now those techniques have timed out, too. (Moi ici: O fim do modelo económico do século XX) We already know that 3D printing and robotic manufacturing technology can overtake centralized production. But the difference here is that a single company might not emerge to capitalize on these technologies (Moi ici: A democratização da produção, a ascensão da cultura indy, a explosão de variedade, o fim do poder das empresas grandes que apostam na escala e volume) the way singular brands like Walmart and Amazon have in the past. Instead, we are now entering the primacy of design. (Moi ici: A ascensão do design como a moeda-forte do futuro)
...
(Moi ici: O que se segue é tão a visão deste blogue para o futuro do mundo económico, o Estranhistão) 3D printing, together with steady advances in robotics, is making it increasingly plausible to create smaller, more nimble production houses, which are more widely distributed closer to buyers. This shift in the distribution of manufacture means that those giant supply chains Walmart invested so heavily in are suddenly becoming obsolete....
 It’s a kind of inverse instance of the laws Ronald Coase (Moi ici: A terceira ou quarta vez que se escreve aqui sobre o fim do modelo de Coase neste blogue nos últimos dias) described as part of his 1991 Nobel-prize winning work, which stated that large corporations exist to utilize advantages of scale in transaction costs.
...
The upshot of this is the very beginning of exponential growth in which design creates rapid-adoption online meritocracies, with the most popular designs enjoying widespread appeal and ready mimicry."
Mongo, Estranhistão, prosumers, democratização da produção, indy...

E outros sectores, por cá, não podem fazer o mesmo?

Ideia interessante "Starbucks red cups runneth over with holiday cheer (and wide profit margins)":
"He says department stores can promote huge holiday inventories, but coffee shops just have coffee. “What they need to do is come up with special items to break the habit consumers have of getting the same thing in the same way every single day.”
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Even if it’s just putting plain coffee in a pretty red cup."
Por exemplo, por que é que uma padaria não pode fazer o mesmo? Por que é que não se podem criar produtos sazonais, como o bolo-rei, apostando na escassez, numa tradição, num ciclo natural, para obter margens mais interessantes?
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E outros sectores, não podem fazer o mesmo?

segunda-feira, novembro 11, 2013

O excedente alemão e Mongo

Os que criticam o excedente económico alemão, acreditam que as exportações alemãs roubam mercado aos outros países da UE?
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Quem acredita nisso, ainda vê a paisagem competitiva assim:
Quando ela teve esta evolução:
Ainda pensa que estamos no Medioestão:
Quando estamos em pleno desenvolvimento do Estranhistão, com mais gente fora da caixa do que dentro da caixa:
Ao menos podiam olhar para a natureza e perceber o que se está a passar:
O aumento das exportações alemãs não representa, uma terraplanagem das exportações portuguesas, espanholas ou gregas:

Os Dupond e Dupont, por exemplo.

As exportações no mês de Setembro voltaram a disparar, escreve o JdN em "Exportações voltaram a disparar em Setembro".
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Acho verdadeiramente notável um crescimento das exportações homólogas de quase 10%.
Ainda mais notável um crescimento das exportações homólogas para a UE de quase 7% (17,6% para fora da UE).
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A rádio Renascença, no noticiário das 12 horas veio logo pôr água na fervura, disse que o crescimento se devia aos combustíveis e lubrificantes.
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Em minha opinião não deixa de ser uma conclusão um pouco precipitada.


As exportações de não-"Combustíveis e lubrificantes" cresceram 66%.
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Pena não ouvir ninguém, de entre os que duvidavam disto, aparecer a retratar-se.
E os que achavam fundamental reduzir a TSU, ou sair do euro, ou reduzir salários, ou trabalhar mais horas para conseguir isto?
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Onde estão?
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Já refinaram o seu modelo mental?

De-commoditizar

Ainda no Sábado usei esta imagem:
Como contraponto à importância da interacção que potencia a co-criação de valor através do co-desenho e da co-produção.
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O oposto da co-criação de valor é a impessoal "vending machine". Por isso, sublinho este trecho:
"There was a time when a commodity was defined as something that is standardised, fungible, provided without differentiation. And companies moved heaven and earth to try and find a way to differentiate.
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There’s a new definition of commodity emerging: a product or service where there is no relationship between customer and company. Companies in that position will go the way of all flesh."
E claro que neste blogue a missão é a de promover a fuga ao estatuto, à classificação de "commodity".
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E a sua empresa, aposta na interacção? O que faz para co-criar valor?
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Recordar o "Adivinhem"
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BTW, há clientes para quem a melhor oferta e a melhor opção de compra é a commodity. Por isso, sabe quem eles são? São a praia da sua empresa? Imagine que sim, que são. Serão a sua praia no futuro? Não? Se não, como vai fazer a transição para outra praia?

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Trecho retirado de "Thinking about change and choice and consequence"

Sonho? Tomo a nuvem por Juno? Ou será o jornalismo do Estranhistão?

E Mongo no jornalismo? (eheheh não confundir com jornalistas mongos)
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E jornalistas a trabalharem directamente para os seus leitores?
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E jornalismo que já não vive de textos a servirem de engodo para a publicidade, mas baseado num outro modelo de negócio: clientes-leitores que pagam os artigos que querem, que precisam, que têm interesse em ler.
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Em vez de salvar o jornalismo servindo os clientes overserved, com preços e custos cada vez mais baixos, apostar nos clientes underserved. Não é novo neste blogue:
Recordo também este postal de ontem, "Abraçar a mudança em vez de tentar incorporá-la", não são os jornais estabelecidos que vão aproveitar a oportunidade, são os que já não têm nada a perder e têm modelos mentais limpos, sem custos afundados. Quem? Os jornalistas!!!
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Recordo também este outro postal de ontem, "O poder potenciador das redes no Estranhistão", em vez dos jornais do passado, redes de jornalistas.
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Como já aqui afirmei várias vezes, perante este cenário:
Os jornais concentraram-se em fazer o que a UTAO defende, a procura está em baixo porque o produto é caro. E o produto é caro por causa dos custos fixos. Logo, há que despedir jornalistas caros e enxamear as redacções de estagiários. Logo, há que gastar menos dinheiro em investigação e comprar mais a centrais de notícias. Logo, há que incluir cada vez mais opinião (nunca me esquecerei de apanhar na TV Carlos Abreu Amorim a falar do tema da semana, a resposta americana ao Katrina... onde estão os especialistas?). Desta forma, tornaram os jornais cada vez mais, menos interessantes para os seus potenciais leitores. O leitor do preço vai para a net, o leitor que quer mais, que quer investigação, que quer rigor, que não quer propaganda travestida de informação fica underserved e aspira a algo de diferente, (até a minha mãe, até a minha mãe, e não consigo explicar o significado do que vou escrever a seguir em toda a sua dimensão, deixou de comprar o Público), a algo com mais qualidade, a algo com mais atributos.
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Era tão bom que isto "Plataforma portuguesa dedicada a jornalismo financiado por leitores é lançada na terça-feira", fosse uma genuína reacção de jornalistas interessados em aproveitar uma oportunidade de negócio para servir os leitores underserved...
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Era tão bom que fosse mais um pontapé no modelo económico do século XX e do seu teorizador Robert Coase

Uma verdadeira curiosidade do dia

"Every Nov. 11, millions of Chinese shoppers flock to the e-commerce websites operated by Alibaba Group Holding Ltd. They spend more on those sites during that one day of discounts than Americans do on all online retailers on Black Friday and Cyber Monday combined.
...
By one measure, Alibaba is the world's largest e-commerce platform: The total volume of merchandise handled last year by Taobao and Tmall, the company's two main shopping sites, topped one trillion yuan ($160 billion), larger than last year's totals for Amazon.com and eBay combined."

Trecho retirado de "Alibaba Builds a 'Black Friday' for China"

domingo, novembro 10, 2013

Curiosidade do dia

"By early 2009, his company, River Pools and Spas, a 20-employee installer of in-ground fiberglass pools in Virginia and Maryland, had a decline in orders from an average of six a month to barely two. That winter, four customers who had planned to install pools costing more than $50,000 each demanded their deposits back. For three consecutive weeks, the company overdrew its bank account.
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Around this time, Mr. Sheridan began to overhaul his marketing. The company had been spending about $250,000 a year on radio, television and pay-per-click advertising. It would now cut the budget to about a tenth of that and focus on generating sales through informational blog posts and videos, what has become known as content marketing. But Mr. Sheridan took an unconventional approach to his content.
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As a result, River Pools has recovered to exceed its peak pre-2007 revenue, and Mr. Sheridan, a 35-year-old father of four, has become something of a Web marketing guru. While he still owns a 33 percent interest in the pool company, his partners manage it day to day while he concentrates on his new venture, TheSalesLion.com."
Muitas vezes tento convencer as PMEs a criarem e a animarem blogues sobre a sua actividade e o que os seus clientes consideram valor... a minha taxa de sucesso é muito baixa.
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Este é um bom exemplo para tentar ilustrar o que se pode conseguir seguindo por essa via... simples, sendo natural, sendo autêntico, sem truques.
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E acabo este postal a recordar o velho engenheiro Matsumoto a repreender-nos, por não contactarmos os fornecedores em busca de informação.

Trecho retirado de "A Revolutionary Marketing Strategy: Answer Customers’ Questions"

O poder potenciador das redes no Estranhistão

Mais uma alavanca que impulsionará o entranhamento do Estranhistão (Mongo) nas nossas vidas, "networks are the new companies".
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Isto é tão bom, tão carregado de sumo:
"Independent of the term, we all agree value comes from the creative source of a connected human. And to the earlier point, networks are the new companies. Connected individuals can now do what once only large organizations could. That tosses Ronald Coase’s work out the window. And those strategic constructs from the Porter frame of mind that suggest you can have an advantage over time are largely moot because sustainable advantages aren’t so sustainable anymore."
Ainda ontem ouvi na primeira pessoa, um relato sobre a evolução da Casa da Prisca. Vários dos presentes manifestaram alguma surpresa ao saberem que já exportam para mais de 30 países, apesar da sua dimensão. Quando questionado sobre como o faziam, como o conseguiam fazer, António Plácido não deixou de referir o poder, a importância do networking com outras empresas com produtos complementares, como factor de potenciação de resultados que há 10 anos só seriam atingidos como um estrutura muito mais pesada.
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As redes entre indivíduos e, entre PME's e, entre indivíduos e PMEs, podem criar sinergias que resultam em estruturas leves, flexíveis, mais ou menos transientes e, por isso, menos predispostas à inércia dos instalados incumbentes, mais abertas à variedade e à experiência... o ideal para prosperar no Estranhistão!!!
"value today comes from connected humans; not monolithic structures."

Pricing e a criação de valor

Uma das minhas paixões que mais se tem reforçado nos últimos meses é a do pricing. Cada vez mais sinto que se trata de uma ferramenta fundamental para um futuro mais risonho para as PMEs portuguesas.
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O objectivo é contrariar ainda mais os senhores da UTAO, o objectivo é deixar cada vez menos dinheiro em cima da mesa.
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Para os que se preparam para concordar comigo e afirmar que os empresários portugueses são uns ignorantes e os piores do mundo aqui vai:
"“Fewer than 5 percent of Fortune 500 companies have a full-time function dedicated to pricing, according to data from the professional pricing society.” Moreover, McKinsey & Company estimates that fewer than 15 percent of companies do systematic pricing research. As article authors Andreas Hinterhuber and Stephan Liozu note, “This neglect is puzzling, as numerous studies have confirmed that pricing has a substantial and immediate effect on company profitability…. [In fact,] small variations in price can raise or lower profitability by as much as 20 percent or 50 percent.”"
O truque passa por uma das minhas outras paixões, a criação de valor:
"“Instead of asking, ‘How can we realize higher prices despite intense competition?’ customer value-based pricing asks, ‘How can we create additional customer value and increase customer willingness to pay, despite intense competition?’”"

Trecho retirado de "Do You Even Have a Pricing Strategy?"