quinta-feira, novembro 24, 2016

Encaixem lá mais estes elementos

Depois de "O regresso da indústria à Europa" encaixem lá mais estes elementos:

Recordar o Mar del Plástico e a joalharia.

Imaginem que começamos uma promoção, como a do calçado, criamos marcas portuguesas e começamos a lidar com a distribuição... imaginem só o potencial de subida na escala de valor.

Imaginem se tivéssemos um governo antifragilista o quão longe poderíamos ir... a culpa não é do euro, é das políticas internas que nos derrotam.
.
Como ele, Jaime Silva, se ri:
Sempre fui um defensor de Jaime Silva mesmo quando o partido que apoiava o seu governo o criticava.

quarta-feira, novembro 23, 2016

Curiosidade do dia

"Há quem ainda não tenha percebido. Quem nos vê sempre sob pressão fiscal, a crescer por via das exportações, imagina que estamos na mesma. Mas não estamos. António Costa tem razão: isto mudou. Durante o ajustamento, Passos governou para todos e para ninguém em especial. A austeridade foi transversal, perdoando apenas, na sua incidência directa, os rendimentos mais baixos. Quase toda a gente tinha razão de queixa do governo, que pareceu frequentemente sozinho. António Costa evitou essa situação. Redistribuiu o esforço de austeridade, de modo a poupar as classes de que podia esperar votos, como os funcionários públicos e os pensionistas ricos. Costa e a sua maioria de esquerda “segmentaram” a sociedade portuguesa, como dizem os comerciais: dividiram os portugueses em grupos, e governam a favor de alguns, por sinal aqueles que dispõem de mais garantias e rendimentos. É esta a sua verdadeira “habilidade”: ter identificado os clientes certos para quem governar."
Trecho retirado de "Porque é que Costa é hábil, e Passos não?"

Tendências nas estratégias produtivas na Europa


"How have the competitive priorities of European manufacturers changed over the last 20 years? We investigate this question by conducting a longitudinal analysis of the International Manufacturing Strategy Survey database, holding datasets from 1992, 1996, 2000, 2005, 2009 and 2013. We highlight five trends in the data. First, quality [Moi ici: Qualidade aqui não é ausência de defeitos é: mais atributos] and dependability remain the highest competitive priorities. Second, cost appears to be the most fluctuating competitive priority, and companies seem more concerned with costs during times of economic decline. Third, in general, service seems to be on a decline, but an increase in delivery speed offsets this tendency. Fourth, flexibility and innovation is gaining relative importance. Fifth, sustainability is among the least important competitive priorities and discontinues its growth trend in relative importance.

Trechos retirados de "Trends in Manufacturing Strategies: A Longitudinal Investigation of the International Manufacturing Strategy Survey" de Torbjørn H. Netland e Jan Frick publicado em "International Manufacturing Strategy in a Time of Great Flux"

Planear a monitorização e avaliação

"Planning, monitoring and evaluation are at the heart of a learning-based approach to management. Achieving collaborative, business/environmental or personal goals requires effective planning and follow-through. The plan is effectively a “route-map” from the present to the future. To plan a suitable route you must know where you are (situation analysis) [Moi ici: Desempenho hoje] and where you want to go [Moi ici: Desempenho futuro desejado, as metas] (establish goals and identify outcomes). Only then can appropriate action plans be developed to help achieve the desired future.
Planning and monitoring as a roadmap
However, because the future is uncertain, our action plans must be adaptive and allow continually for “learning by doing”.
...
there are two sets of monitoring plans needed. Results monitoring focusses on whether you are getting where you want to go, [Moi ici: Indicadores de resultados, indicadores de consequências no balanced scorecard. Perspectivas financeiras e de clientes] while process monitoring focusses on how efficiently you are geting there.[Moi ici: Indicadores da perspectiva interna e da de recursos e infraestruturas e plano de actividades das iniciativas estratégicas] Indicators in this regard may be either qualitative or quantitative, and a combination of the two is often best. An evaluation is like a good story, it needs some (qualitative) anecdotal evidence to put the lesson in context, and some (quantitative) facts and figures that reinforce the message.
.
Motivation for change = understanding + ability + imperative ()
...
Worldwide there is a trend towards an increased use of indicators to monitor development and track progress. Indicators quantify and simplify phenomena, and help us understand and make sense of complex realities. To be most meaningful, a monitoring and evaluation program should provide insights into cause-and-effect relationships between environmental or socio-economic stressors and the anticipated ecosystem responses and subsequent social and economic outcomes."

Trechos retirados de "Planning monitoring & evaluation – closing the loop"

As doenças da inovação (parte II)

Parte I.

Outra doença da inovação tem uma prima que anda muito em voga em Portugal na economia:
"Minivations. Sometimes, companies will create the right product for the right market. The only catch: The company or entrepreneur didn’t have the courage to charge the right price, and as a result, the product is under-monetized. If you evaluate the product’s sales versus its potential, and it gets a C+, that’s a minivation.
“Everyone knows that they could have done better, but they just claim it as a success because it still worked.
...
How to catch minivations: Look for minivations early. It’s key to watch your team’s attitude before and after the product launches. “Some early warning signs may be that your team seems comfortable checking the box and lowballing on targets.
...
If the majority of deals are going through the pipeline without any pushback on price, you may have underpriced it. Track the number of price escalations, as well as the length of the sales cycle against historical norms. It will give you more hard evidence that something new is occurring, which you can then address.”"
Quando um produto se vende muito bem, com pouco esforço, é porque muito dinheiro ficou em cima da mesa. Os clientes reconhecem o valor e reconhecem a pechincha.
O valor líquido capturado pelo fornecedor é muito menor do que o que seria possível.

Acerca da competição pelo preço mais baixo

Mais uma verdade acerca da competição pelo preço mais baixo:
"The Truth About Low Price
The truth about low price is that it doesn’t make selling easier. It makes selling more difficult
. Once you have eliminated the ability to be better, you’ve lost the ability to compete by solving the problems and eliminating the risks that come with choosing the lowest price. When you can’t be better, then there is only one way to compete, and that is by being even cheaper still."
A tal race-to-the bottom.

Trechos retirados de "Once You Choose to Compete on Price"

terça-feira, novembro 22, 2016

Curiosidade do dia

Pelos visto o Jornal de Notícias publica hoje um artigo intitulado "Norte reforça exportações mas precisa de investimento" onde se pode ler logo a abrir:
"Na última década, o Norte refor­çou a sua posição como região mais exportadora do país, mas continua atrás da média nacional no que toca à proporção dos bens de alta tecno­logia no total exportado e aos salá­rios dos trabalhadores, indicam os dados do Instituto Nacional de Es­tatística (INE) e do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Seguran­ça Social. Com o Alentejo e o Cen­tro perfaz o trio das regiões cuja ba­lança comercial é positiva, ou seja, que exportam mais do que impor­tam - apesar de serem estas as três regiões mais pobres do continente."
De onde virá o capital para que as outras regiões, com balança comercial negativa, sejam mais ricas que estas três?

Por que será?

Números interessantes!

Em 2014:
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Fabricação de têxteis representavam 53% das vendas, em 2015 já só representavam 24%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Fabricação de pasta, de papel, cartão e seus artigos representavam 67% das vendas, em 2015 já só representavam 42%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. representavam 45% das vendas, em 2015 já só representavam 18%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Reparação, manutenção e instalação de máquinas e representavam 59% das vendas, em 2015 já só representavam 27%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparações farmacêuticas e representavam 100% das vendas, em 2015 já só representavam 30%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Fabricação de mobiliário e de colchões representavam 37% das vendas, em 2015 representavam 60%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas representavam 42% das vendas, em 2015  representavam 67%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Indústrias metalúrgicas de base representavam 22% das vendas, em 2015  representavam 44%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Indústria da madeira e da cortiça e suas obras, exceto representavam 37% das vendas, em 2015 representavam 50%;
  • as vendas das 20 maiores empresas do sector Indústria do couro e dos produtos de couro representavam 17% das vendas, em 2015 representavam 38%.
O que quererá dizer esta flutuação tão grande de um ano para o outro? Será o efeito do banhista gordo por sermos um país pequeno?

Números retirados das Estatísticas Industriais de 2014 e 2015 publicadas pelo INE

As doenças da inovação (parte I)

Em "It’s Price Before Product. Period."podemos encontrar, de certa forma, um resumo do livro Monetizing Innovation: How Smart Companies Design the Product Around the Price.
"New products fail for many reasons. “But the root of all innovation evil is the failure to put the customer’s willingness to pay [WTP] for a new product at the very core of product design. Most companies postpone pricing decisions until after the product is developed. They embark on a long, costly journey of hoping they’ll make money rather than knowing they will,” Ramanujam says. “You can ensure your product not only stays alive, but thrives, by talking with customers early in the product development process. If you don’t, you won’t be able to prioritize the product features you develop, or know whether you’re building something customers will pay for until it’s in the marketplace.”
...
Missteps with monetization frequently occur when companies try to sell a product that they haven’t price-tested thoroughly in advance."
Depois, começa a listar as doenças da inovação. A primeira é uma velha conhecida, querer construir um produto que faz tudo para todos:
"Feature Shock. These happen when a product has been packed with far too many features. “Products fail when they have way too much going on. They’re over-engineered, hard to explain, nothing stands out, and the company puts a price on it and hopes for the best. It’s usually borne of a sincere effort to be ‘all things to all people,’ resulting in a product that pleases few. Due to its multitude of features – none of them a standout – these products are costly to make, over-engineered and usually overpriced,” Ramanujam says.
...
How to combat feature shock: Beware when your R&D team wants to add a feature but can’t articulate its value to a customer. Instead of cramming tons of features into one product, practice restraint. Separate your customers into buckets depending on their needs, values and WTP. Then tailor your products differently to each segment. Essentially, you want to sort features into different groups and create packages or bundles that appeal to each.
“Curb your instincts to please customers by giving away too much value unless people will pay for it. This will maximize the potential of your new products,” Ramanujam says. “And get comfortable with the idea of giving your price-sensitive segment only basic quality and service levels, rather than giving them everything. Product configuration requires the guts to take away features.”"

O regresso da indústria à Europa

Da próxima vez que ouvir ou ler um adepto de Trump, da direita ou da esquerda, um daqueles que apela ao proteccionismo, lembre-se da minha teoria da conspiração e deste texto "Exportadores chineses sob pressão":
"Há uma década, os compradores teriam feito fila na maior feira profissional da China de importação e exportação para fazer negócios com as empresas têxteis que vendem matérias-primas e vestuário a uma fração dos preços cobrados em Itália ou nos EUA. Na última edição, contudo, os exportadores chineses afirmaram à Reuters que esse tipo de fila desapareceu.
...
Os exportadores têxteis, um símbolo da produção a custos baixos por detrás das economias “tigre” da Ásia, revelaram na Feira de Importação e Exportação de Cantão, no sul da China, que estão a ser esmagados pelo aumento dos custos.
.
Ainda há compradores estrangeiros – e a China continua a ser, de longe, a maior exportadora de têxteis –, mas estes estão a voltar-se cada vez mais para a Índia, para o Paquistão e até de novo para a Europa, à medida que a diferença de preços diminui, explicam os exportadores chineses.
...
A transformação económica da China significou uma subida dos padrões de vida, mas também um aumento dos salários, forçando as empresas a ascenderem na cadeia de valor para continuarem competitivas.
...
«Venho há feira há 10 anos. No seu pico, as pessoas faziam fila para falarem connosco», referiu um exportador sediado em Shenzhen que vende toalhas e outros artigos, um dos 8.239 expositores presentes na terceira fase da feira. «Agora há poucas pessoas. Há mais expositores do que compradores estrangeiros», apontou.
...
Entre as principais dores de cabeça para os têxteis e para os produtores de gama baixa estão os salários. Os salários médios na China cresceram a uma taxa composta anual de mais de 12% – de 4.538 yuan em 1994 para 45.676 yuan por ano em 2013, de acordo com a All-China Federation of Trade Unions."
Este não é o único motor por trás do regresso da indústria à Europa. Não esquecer o aumento da importância da proximidade produção-consumo, por causa da interacção e da co-criação que acabam por exigir rapidez, flexibilidade e customização.
.
O que farão as multinacionais com os activos empatados na China? Muitas, seguiram o caminho oposto deste conselho:

Nesse afã, optaram pela radioclubização, pelo hollowing, perdendo competências de desenvolvimento e de produção, tornando-se em traders, em carcaças ocas, em aristocratas arruinados que conseguem enganar cada vez menos clientes com uma etiqueta ligada a uma tradição.

Por isso, este é também um tempo para novos começos e para novas marcas.

Ah! Se tivéssemos políticas antifragilistas no poder ... podíamos ser algo mais do que esta sobrevivência comunitária a conta-gotas dependente dos humores legítimos de quem tem capital.

Uma estratégia deliberada?

"Pick a LaneWith enough money, you can be better and faster. Without the investment, you can only be cheaper. If you choose to be better, you have to charge more so that you have the ability to create greater value.
.
Most sales organizations don’t spend enough time explaining to their sales force the competitive strategy they have chosen and why they have chosen it. This leaves many salespeople with the belief that they should have the best product, service, or solution while also having the lowest price. This mythical and unobtainable competitive strategy exists in only two places on earth: in the minds of some clients and some salespeople."
Uma PME quando vai para o divã e toma consciência dos seus pontos fortes e formula uma estratégia deliberada e a traduz num mapa da estratégia, fácil de ler e de interpretar, fica com uma poderosa ferramenta de comunicação e alinhamento, útil para os operários na linha de produção, útil para os comerciais no mercado, útil para os criadores de novos produtos e serviços.

A sua empresa tem uma estratégia deliberada? A sua empresa divulga internamente a sua estratégia?

Podemos ajudar?

Trechos retirados de "Once You Choose to Compete on Price"

segunda-feira, novembro 21, 2016

Curiosidade do dia

A propósito de "Estamos tão afogados em boas notícias que nem notamos que estamos… afogados" ler "As 10 questões para a (futura) derrocada financeira, segundo César das Neves".

Na passada sexta-feira um empresário, ao almoço, dizia-me que a geringonça deve andar a acender velas para haver um estouro mundial, para poder passar culpas acerca da política suicida que anda a praticar.

Não tenho dúvidas que haverá um estouro português independentemente do mundial porque:
Das minhas, das nossas, das vossas.

O meu conselho para os empresários é fazerem como Ulisses mandou os seus marinheiros fazerem, tapar os ouvidos com cera, para não ouvirem os cantos das sereias manhosas e continuarem a fazer o seu trabalho de formiga de by-pass ao país e ao Estado.
.
O meu conselho para os empresários é fazerem ouvidos de mercador ao aliciamento fragilista e preparem-se para resistirem ao embate.


PS - Não concordo com tudo o que César das Neves escreve, julgo que há muito de interpretação macro de uma evolução estatística que não vai ao detalhe suficiente. Por exemplo, a poupança mede-se hoje como se media nos anos 60? Quando os portugueses aplicam algum aforro em acções e obrigações isso entra nas contas da poupança?

Cuidado com os mitos

"1. “The market sets the price. We can’t deviate from that”
.
There is no such thing as a market price! No two transactions are the same. Every customer is different, along with their willingness to pay. Similarly, every order is different, and so are the order volumes and delivery requirements. This means there’s a transaction price for every individual situation, but definitely no market price. The notion that you cannot differentiate prices because you would deviate from the market price is far from the truth. Defining value drivers, such as customer potential, volume or delivery time, and using them to differentiate prices, are simple examples of how this can be done.
...
2. “The competition always undercuts our prices. We have to follow and match them”
.
This is the recipe for a price war.
...
Whether you started the price war or not, you should definitely be the first one to stop it."[Moi ici: Um conselho tipicamente alemão]

Trechos retirados de "The five biggest myths of B2B pricing"

"Estou otimista ... é fantástico."

Quando os dirigentes do sector têxtil encomendavam os caixões, aqui no blogue pregava-se o que tinha aprendido com a biologia e com Berger:
“… there are no “sunset” industries condemned to disappear in high wage economies, although there are certainly sunset and condemned strategies, among them building a business on the advantages to be gained by cheap labor”
Num dos primeiros postais deste blogue (Fevereiro de 2006) já escrevíamos:
"Em vez de resignação há que apostar na mudança de paradigmas. Por exemplo, se um concorrente directo resolve começar a fabricar, ou a importar da China, temos de modificar o campo de batalha, e aproveitar o que poderão ser as vantagens da nossa posição e amplificar o que poderão ser as desvantagens de uma cadeia logística, longa e muito mais lenta. Temos de jogar com a flexibilidade, com o aumento da variedade, com a explosão das opções e assim, subir na escala de valor acrescentado." 
Agora, começa a ser corriqueiro ouvir e ler, mais de dez anos depois:
"É fundamental quando se trabalha com prazos apertadíssimos. Somos recordistas mundiais nos prazos de entrega. É o nosso maior fator de competitividade, até porque não somos baratos, no contexto mundial.
...
Empresas como tínhamos há 15 ou 20 anos, já não existem. Hoje, são muito flexíveis, com grande capacidade de resposta, de engenharia de produto.
...
Estou otimista. Os grandes impactos externos já foram absorvidos e estamos a assistir a uma reestruturação das cadeias de retalho. Algumas estão a ser ultrapassadas por cadeias mais pequenas e, se for pelo fator novidade e não pelo preço, é o nosso negócio, é fantástico. E nos países mais desenvolvidos, os consumidores estão fartos das grandes etiquetas, iguais para todos. Querem coisas novas, o que cria uma dinâmica que também nos é favorável. Os ventos internacionais, dos mercados externos, são favoráveis à nossa indústria."
E em quase todos os sectores da economia transaccionável o que está a acontecer é este efeito positivo que só não é mais conhecido porque os media tradicionais estão viciados em cortisol, e as narrativas políticas não vêem com bons olhos este desempenho que desmascara os que acusam o euro de ser a causa de todos os males.

Trechos retirados de "Os ventos são favoráveis à indústria do têxtil e vestuário"

BTW, tenho uma teoria da conspiração acerca da globalização. A globalização está a recuar, não por causa de barreiras alfandegárias mas por causa de coisas que falo aqui no blogue: rapidez, flexibilidade, interacção, co-criação, salários na China, Evangelho do valor, ...
.
Quem perde com o retrocesso da globalização? As empresas grandes, as marcas grandes (ver o marcador hollowing), quando os Trumps da direita e da esquerda agora vêm falar dos perigos da globalização desconfio que andam a tramar algo para impedir a hemorragia das empresas grandes nem que para isso tenham de tramar as PME deste mundo.

O activismo político destrói a via rápida para a evolução

O texto é muito bom e tive de lutar para não o copiar na íntegra porque é um tema que me interessa muito:
"The problem with choosing to compete by having the lowest price is that it eliminates the ability to compete on anything else.
...
You Can’t Be Best and Cheapest.
You can’t innovate and create new products without capturing enough of the value you create to make the necessary investments. You can’t create experiences, or compete on exceptional service and legendary support, without being able to put money into achieving those outcomes. And you can’t create the kind of solutions that come from a relationship with a strategic partner, because that requires people and money.
.
You can’t be better and cheaper. You have to pick a lane. By choosing price, you have eliminated other choices."
Confesso que este mesmo tema me tinha surgido horas antes ao ler,  "Envelhecimento dos produtores na maior bacia leiteira do país alarma setor".
.
O sistema ao proteger os produtores de uma "morte violenta", ao assumir que a única resposta possível para todos é a da competição pelo preço, impede, numa espécie de maldição da caridade, o aparecimento de novos modelos de negócio, de novas alternativas de produção e comercialização.
"Gifts from individual philanthropists, nonprofits, governments, and socially conscious businesses have created a state of dependence. When a country is awash in free money, free clothes, and free food from the developed world, it’s nearly impossible for local farmers and entrepreneurs, even formerly successful ones, to compete. Industry dries up, but the residents can’t always rely on specific kinds of aid, since it’s inconsistently delivered."
O activismo político destrói a via rápida para a evolução em busca do novo nível para o jogo.

Trechos retirados de "Once You Choose to Compete on Price"

JTBD, tão bom!



Muito bom:

3:14 - Quando falo com pessoas falo com as que se mudaram. Eu não falo com os que não mudaram porque, honestamente, eles inventam.

3:34 - Quero falar com as pessoas que fizeram escolhas, que fizeram trade-offs. Todo o progresso assenta em trade-offs (profundo... faz pensar nos que querem progresso sem dor)

3:44 - A história da dinning table

5:50 - A história da basement

7:13 - E a história dos anúncios na página da necrologia (8:32)

domingo, novembro 20, 2016

Curiosidade do dia


"Os indicadores mais avançados do INE mostram que em Setembro e Outubro, a actividade económica e o clima económica, respectivamente, desaceleraram. No consumo, também não há optimismo."

"Em outubro, o indicador coincidente mensal para a atividade económica voltou a aumentar, prosseguindo a trajetória iniciada em julho. Por sua vez, o indicador coincidente mensal para o consumo privado mantém-se estável desde maio, após a diminuição observada no início de 2016"

É verdade, não é impunemente que se diz mal


Quando um sector económico adopta um discurso de coitadinho, sempre a clamar o apoio do Estado e da Europa, não é de estranhar que gente mais nova tenha reticências em entrar num sector que grita bem alto o quão mal está. Por que é que alguém há-de apostar o seu futuro num sector especializado em se autodenegrir?
.
Recordar:


Também, talvez num sector habituado a tanta regulamentação, subsídios e apoios, as barreiras de entrada sejam maiores e mais opacas.


Egocentrismo sectorial

Lembram-se disto "Portugal vence a 'guerra da cerâmica' contra a China"?
.
O que dizer disto?
"Com o setor da construção "bastante parado" em Portugal, "o recurso tem sido o mercado externo", havendo empresas "que vendem praticamente tudo" para fora, constatou, sublinhando que a cerâmica portuguesa acaba por estar presente "em todos os continentes", com a Europa a ser o principal mercado.
.
Todavia, o cariz marcadamente exportador deste setor leva também a algumas "dificuldades e condicionalismos", sobretudo numa altura em que surgem cada vez mais vozes a defender economias mais protecionistas, disse à agência Lusa José Luís Sequeira, considerando que essa "onda" está a criar alguma instabilidade e dúvidas
.
"Hoje, podemos fazer uma aposta muito forte num determinado mercado e corremos o risco de, dois anos depois, perder essa aposta, por razões de conjuntura política", constatou o presidente da associação que representa um setor que tem nos Estados Unidos 9% das suas exportações.
.
Todas as restrições "que países possam fazer à entrada de produtos da Europa penalizam as nossas empresas e exportações", frisou, defendendo que a diplomacia económica por parte do Governo "é importantíssima"."
Conheço pessoas assim. Posso dizer que desconfio que o fazem sem maldade, pessoas que são incapazes de ver que querem para si o que negam aos outros.
.
Recordo "Presos a estratégias obsoletas que geram margens cada vez mais comprimidas e salários cada vez mais espremidos"

Será que muitas cerâmicas estão como os últimos produtores de TV a preto e branco?

Obrigado sr. Centeno

"A exportação de frutas e legumes no período compreendido entre janeiro e setembro sofreu um crescimento homólogo de 6,6%.
.
Este crescimento traduz-se, segundo um comunicado do Ministério da Agricultura, em mais 58,5 milhões de euros do que o valor registado no mesmo período do ano passado." (fonte)
"As exportações da cerâmica aumentaram 25% entre 2009 e 2015, ascendendo aos 659 milhões de euros, e a Associação Portuguesa das Indústrias da Cerâmica espera que 2016 seja o melhor "ano de sempre" para as exportações do setor. Em 2015, as exportações do setor da cerâmica já tinham atingindo o seu máximo histórico e 2016 promete ser o "melhor de sempre", face ao aumento de quase 8% face a 2015 nas exportações portuguesas de produtos cerâmicos entre janeiro e setembro," (fonte
"As exportações de vinho verde aumentaram 8% até setembro, face a igual período de 2015, com vendas de mais de 20 milhões de litros e uma faturação recorde de 48 milhões de euros" (fonte
 "God only knows what we'd be without you"

Uma pergunta

Ontem ao subir a A25 passei por vários parques de empresas de camionagem. Dado tratar-se de um Sábado, a maioria dos camiões não circula. Por isso, são colocados de forma muito alinhada para ilustrar a dimensão da frota.
.
Ao final do dia, já a descer a A25 a dimensão de uma das frotas pôs-me a pensar no problema da Southwest Airlines quando criou 4 rotas e um tribunal, ao serviço dos incumbentes, impediu-a de ter 4 aviões. Assim, teve de se organizar para fazer 4 rotas com 3 aviões e isso fez dela uma máquina super-competitiva.
.
Até que ponto a facilidade com que se adicionam unidades à frota e se contratam motoristas, impede as empresas de passarem para o nível seguinte do jogo?

sábado, novembro 19, 2016

Curiosidade do dia

Tudo é serviço

"Jobs theory essentially transforms products into services. [Moi ici: O mesmo que a Service Dominant Logic, ou tudo é serviço e o produto não passa de um avatar do serviço] "What matters is not the product attributes you rope together, but the experiences you enable to help your customers make the progress they want to make,"
...
jobs are discovered, not created.
...
Or consider things people don't want to do ("negative jobs" in the language of the book), such as taking a sick kid to the pediatrician on a busy workday."


Trechos retirados de "To Win Loyal Customers, You Need to Master 'Jobs Theory'"

A lógica do século XX

"Our study looks at all U.S. manufacturing plants from 1997 through 2007, an important and diverse sector of the U.S. economy where we can get detailed data on plant operations and that is responsible for about a quarter of all U.S. M&A deals.
...
On average, we find that mergers do not have a discernible effect on productivity and efficiency. Specifically, we do not find evidence for plant-level productivity changes, nor do we find evidence for the consolidation of administrative activities that is often cited as a way in which mergers yield lower costs through economies of scale. We also don’t find evidence that merged firms are more likely to close down less-efficient plants. By contrast, we find substantial average increases in the amount that firms mark up prices over cost following a merger, ranging from 15% to over 50%, depending on the control group we use."
Trechos retirados de "Mergers May Be Profitable, but Are They Good for the Economy?"

Roubar a quem?

Esta semana ligaram-me para ser advogado do Diabo de uma ideia para uma startup.
.
Depois da conversa, voltei para as minhas leituras, descia o Marão num autocarro da Rodonorte, e já a chegar ao Porto li "Who are you stealing from?".
.
Ora aí está um bom teste para avaliar as possibilidades de sucesso de uma startup.
.
A quem é que a startup vai roubar clientes?
.
Se não for roubar clientes a ninguém ... vai ser mais difícil ter sucesso. Os potenciais clientes não estão habituados a pagar por um serviço alternativo. Assim, há que "educá-los" e "trabalhá-los" para que eventualmente se predisponham a equacionar o JBTD.

"Collaborative rather than oppositional thinking"

Na sequência de:
"In 1997, after many advances and setbacks, IBM’s Deep Blue finally bested the world’s greatest player, Garry Kasparov.
...
But something strange happened to chess after 1997. Instead of capitulating, its masters rethought their own thinking. The following year, Kasparov opened the first tournament of what has come to be known as Advanced Chess. In Advanced Chess, players are allowed to use a computer to assist them – and the results have been revelatory. Thanks to hardware and software improvements in the years since Deep Blue’s victory, even relatively weak computers now routinely beat Grandmasters at tournament level. But as Advanced Chess has shown, relatively weak computers working alongside human players will wipe the floor with the most advanced supercomputers. Collaborative rather than oppositional thinking has yielded radical advances in chess theory, and opened up whole new areas of play."
Trechos retirados de "What's wrong with big data?"

sexta-feira, novembro 18, 2016

Curiosidade do dia




E isto nesta semana de aparentes sucessos económicos para Costa.
.
Hmmm o que se passará?

Satisfação de clientes, CCR e ISO 9001

""The changes that will put a company out of business are those that happen outside the light of its current expectations."
...
But, when researchers pursue the wrong topics or the wrong participants, they often get the wrong answers. How can you ensure that you find what you don't even know you should look for? How can you get outside a box you don't know you're in? Think about conducting some customer case research (CCR).
...
It uses interviews and observation to trace the full stories of how real customers spend real money in a product category.
...
Under certain circumstances, even the most loyal customers don't do what they usually do. Attitudes alone do not determine behavior."
Ontem, num projecto ISO 9001, numa empresa a discutir como faria sentido, para aquela empresa em particular, avaliar a satisfação dos seus clientes não pude deixar de pensar:


Acabamos por ficar numa versão assente em entrevista a clientes-chave com base num guião de perguntas
.
Continua

Trechos retirados de "Looking 'Outside the Box'" de Gerald Berstell [não conhecia este autor, tenho gostado do que li no último mês. Outra vantagem de ler Alan Klement, a bibliografia] Denise Nitterhouse, Marketing Research Summer 1997.

Big Data, pois!

Basta pesquisar o marcador "big data" neste blogue para perceber facilmente o quanto desconfio do tema.
Por isso, foi com um enorme sorriso nos lábios que li "What's wrong with big data?" e descobri que a crença está ainda mais entranhada e é mais ingénua do que eu pensava. O artigo tem matéria para várias linhas de reflexão. Por exemplo:
"This belief in the power of data, of technology untrammelled by petty human worldviews, is the practical cousin of more metaphysical assertions. A belief in the unquestionability of data leads directly to a belief in the truth of data-derived assertions. And if data contains truth, then it will, without moral intervention, produce better outcomes. [Moi ici: Como não recordar este texto de Esko Kilpi que li recentemente "Your facts are not my facts"]
...
But you don’t need to look to such extreme examples to see how a belief in technological determinism underlies much of our thinking and reasoning about the world.
.
“Big data” is not merely a business buzzword, but a way of seeing the world. Driven by technology, markets and politics, it has come to determine much of our thinking, but it is flawed and dangerous. It runs counter to our actual findings when we employ such technologies honestly and with the full understanding of their workings and capabilities. This over-reliance on data, which I call “quantified thinking”, has come to undermine our ability to reason meaningfully about the world, and its effects can be seen across multiple domains.
...
Implicit in Moore’s Law is not only the continued efficacy of technological solutions, but their predictability, and hence the growth of solutionism: the belief that all of mankind’s problems can be solved with the application of enough hardware, software and technical thinking. Solutionism rests on the belief that all complex activities are reducible to measurable variables. [Moi ici: Tudo se resume a mais 900 mil imigrantes à la amador a jogar bilhar] Yet this is slowly being revealed as a fallacy, as our technologies become capable of processing ever larger volumes of data. In short, our engineering is starting to catch up with our philosophy.
...
The view that more information uncritically produces better decisions is visibly at odds with our contemporary situation.
...
 The world is not something we study neutrally, that we gather neutral knowledge about, on which we can act neutrally. Rather, we make the world by understanding it, and the way we understand it changes it.
...
“More information” does not produce “more truth”, it endangers it. We cannot stand as dispassionate observers of supposedly truth-making processes while they continue to fail to produce dispassionate ends."

Kilpi:
"Reality is no longer viewed as a singular fact of nature but as multiple and socially constructed. In a relational model, identity is constructed from being in relationships, being connected, as contrasted with the mainstream view of identity through separation. Knowledge of self and the other thus becomes viewed as co-constructed, the same way as our future is co-constructed."
Recordar Cavaco, os adultos e os factos.

Para reflexão (parte V)


Interessante, ver num país não europeu, talvez porque tenha menos custos afundados, e menos bastonários das Antrais dos incumbentes, aquilo que será a tendência de Mongo:

Quando isto pegar ... vai ser como os nenúfares no lago.

Logo, quando for correr os 10 km ao longo da EN 109-5 entre Estarreja e Murtosa, por volta das 19h, correrei às escuras porque as inúmeras luminárias estão desligadas para poupar energia.


Alguns números

Nos Estados Unidos:
"Department stores are dying, dragging malls down with them to the grave. Big box goliaths collapse under their own weight. And those Main Street businesses that for decades large competitors have pounded into dust? They are doing quite well, thank you.
...
The percentage of companies that make it to that magic fifth year rose to 48.7 percent, from 45.9 percent the previous year.[Moi ici: Recordar os 96%]
...
The report also shows that the smallest companies are trending upward. Today businesses with between zero and four employees account for 53.1 percent of Main Street companies. That's a jump from 49.5 percent in 1996."[Moi ici: A tendência de Mongo]
Trechos retirados de "Report: Small Business Survival Rates Are on the Rise"

quinta-feira, novembro 17, 2016

Curiosidade do dia

Imaginem as consequências de algo destas dimensões: "Correia de Campos: Portugal precisa de 900 mil imigrantes para crescer 3%":
"O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Correia de Campos, afirmou hoje no parlamento que Portugal precisa de ter cerca de “900 mil trabalhadores imigrantes” para ter “um crescimento à volta dos 3%” do PIB."
Num país com 10 milhões de habitantes onde os iriam instalar? Fariam como na Alemanha, deslocariam as pessoas de vilas e aldeias para poderem criar espaços para conter e tentar formatar tanta gente ao mesmo tempo?

Gente que nasceu e continua mentalmente instalada no século XX. Gente que sonha com os exércitos de Magnitogorsk ao mesmo tempo que Mongo se instala, entranha e acaba com a produção em massa e o emprego em massa.

"he or she wants to make an improvement but doesn’t know how"

"JTBD is a struggle someone has to make life better. Someone has a JTBD when he or she wants to make an improvement but doesn’t know how. When that person finds and can use a solution to make that hoped-for improvement, there is no longer a JTBD."

Trecho retirado de "Where does JTBD come from? — What is a Job? — What makes it Done? — What isn’t a JTBD?"

A arte da renúncia

Ainda acerca da estratégia e da renúncia, (renunciar é tão difícil) na introdução do livro "The Laws of Subtraction" encontro:
"At the heart of every difficult decision lie three tough choices: What to pursue versus what to ignore. What to leave in versus what to leave out. What to do versus what to don't. I have discovered that if you focus on the second half of each choice—what to ignore, what to leave out, what to don't—the decision becomes exponentially easier and simpler. The key is to remove the stupid stuff: ... Better yet, refrain from add-ing them in the first place.
.
This is the art of subtraction: when you remove just the right thing in just the right way, something good usually happens.
.
I believe subtraction is the path through the haze and maze, one that can allow us to create clarity from complexity and to wage and win the war against the common enemy of excess.
...
That's not easy, because subtraction doesn't come naturally or intuitively—not to me, not to anyone. From the days of our ancestors on the savanna, we are hardwired to add and accumulate, hoard and store."
Quando não se renuncia:


O que vai fazer?

"It seems reasonable to use these intentions as a basis for forecasting the impact on taxes, trade, demand, employment, and mobility of labor.
...
One thing we can say with confidence is that uncertainty will remain high for some time in politics, macroeconomics, and business, at both global and national levels. We can also assume that precise point forecasts are likely to be wrong. Likewise, we know that whatever our historical assumptions have been, many are likely to change as technology advances. And the impacts of policies will be highly specific in nature, degree, and speed for each industry and company.
...
The capabilities of adaptation, shaping the business environment, and ambidexterity (the ability to apply different and potentially conflicting approaches to strategy, as described above, in different parts of the business) are typically under-developed in large established companies and will likely become more important. This is necessarily so, since winning in uncertainty requires more than defensive moves, and every company will need to both run and reinvent the business.
...
Companies need to detect, interpret, and translate patterns in politics and macroeconomics for business implications. We are living in an era where macro effects can easily swamp competitive and operational considerations. For example, the presence or absence of a trade deal or an interest rate cut can potentially have a bigger impact than reducing cost or increasing marketing."
O que é que uma PME pode fazer, deve fazer, para navegar nesta situação?
.
Desenhar cenários, imaginar futuros possíveis, futurizar e preparar estratégias menos vulneráveis.

Trechos retirados de "The World Just Got More Uncertain and Your Strategy Needs to Adjust"

Século XXI vs século XX

Um texto sobre Mongo e muito em linha com o que aqui defendemos, "How We Will Kill Uber & Hijack the Internet of Things":
"Our third industrial revolution will be our last, according to Rifkin. I never say never, but he is confident this will mark the end of mass employment.
...
But in Rifkin’s rosier view, “prosumerswill create and share physical products and services the same way we do WordPress posts today. “We’ll spend part of our day sharing, part of the day making money.”
...
The most ambitious part of Jeremy’s vision is people will use tools like 3D printing, apps, and GPS to create cooperatives powerful enough to kill off Uber. Yes, kill off Uber."
Tudo coisas que aqui defendemos:



quarta-feira, novembro 16, 2016

Curiosidade do dia

"Chegámos ao ponto em que os que defendem novos modelos de negócio aparecem caricaturados como gente sem escrúpulos que se está nas tintas para os modelos mais antigos, como se fosse essa a opção. Chegámos ao ponto em que os grandes beneficiários da globalização se esquecem dessa mesma circunstância, alinhando em discursos antissistema.
 .
E a verdade é que, do lado dos que defendem a sociedade aberta, dos que acreditam que o crescimento e o emprego surgem mais consistentemente em países com maior liberdade económica, não tem havido capacidade para reagir a esse discurso.
 .
A eleição de Trump é mais um passo na afirmação do modelo de sociedade fechada, não é um passo qualquer. Quando o Presidente dos EUA, país que, mais do que nenhum outro, soube ser a reserva das liberdades, se permite relativizar a liberdade, menosprezar o livre comércio ou a livre circulação, estamos perante um sério revés do modelo de sociedade em que firmemente acredito."
Trecho retirado de "A crise das sociedades abertas"

Modelo e Continente

Ler "Small Box Retailers" e recordar este postal de 2011 "Será uma boa decisão?" e o comentário do Aranha.

"Big box retailers are getting smaller. Some are being compelled to do so by the market: Circuit City and Sports Authority liquidated. Others are shutting down less-trafficked locations. And some are doing so by design. Literally.
...
In an age of e-commerce and muted spending, Target, like many retailers across the U.S., is trying find a way to reverse declining foot traffic and revenue.
...
While Target is taking some of the usual steps such as cutting prices and bringing in new executives, the company is notably doubling down on mini-Targets. The plan is for the upscale downscale retailer to continue to roll out small shops in college towns and urban centers, which feature what it calls “curated” products (read: a lot less shelf space means room for only stuff that appeals to millennials, such as dorm-room and apartment-sized home goods and fast fashion).
...
As baby boomers and gen Xers get in the habit of making everyday purchases from a smartphone instead of wandering through the aisles of big box stores, and as younger consumers who have never known a time when a couple of clicks couldn’t get all manner of goods delivered to their doorstep in a matter of days, or even hours, enter the marketplace, it’s clear that traditional retailers will have to get creative."



BTW

A vida não é justa! E?

Há um livro do Antigo Testamento, o Livro do Eclesiastes, que fala da vaidade humana, que fala daquele que muito se esforça e no final nada leva enquanto o preguiçoso pode acabar por colher os louros sem esforço.

Há a famosa lengalenga dos direitos adquiridos num mundo em que ninguém pode garantir quase nada.

E há a analogia das organizações como seres vivos, tentando conjugar a exploration com a exploitation para subirem numa paisagem enrugada em busca de melhores resultados. E quando estão quase a chegar ao topo do pico, ou quando estão a gozar o sucesso de terem chegado ao topo do pico, onde os retornos são mais altos... A paisagem move-se sozinha e o pico que era um pico transforma-se mais ou menos rapidamemte num vale perigoso de baixos rendimentos.

Uns mais lúcidos ou mais tarimbados exclamarão é a vida e partirão para a exploration, em busca de novas oportunidades. Outros baterão o pé e, como os protagonistas do "Quem mexeu no meu queijo", exigirão os direitos adquiridos por tanto esforço passado de exploration com fracos retornos de exploitation.

Foi disto tudo que me lembrei ao ler este texto "Nokia CEO ended his speech saying this “we didn’t do anything wrong, but somehow, we lost”.":
"During the press conference to announce NOKIA being acquired by Microsoft, Nokia CEO ended his speech saying this “we didn’t do anything wrong, but somehow, we lost”. [Moi ici: Mesmo fazendo tudo bem, mesmo seguindo tudo pelo livro, não há garantias de sucesso. Os seres vivos há muito que aprenderam isto e incorporaram-no nos seus genes. Por isso, mesmo quando tudo corre bem, aquando da reprodução há uma certa dose de aleatoriedade, que se traduz na evolução, just in case numa espécie de previdência] Upon saying that, all his management team, himself included, teared sadly. [Moi ici: Quando penso num homem adulto a chorar recordo sempre a imagem de um Verão na Figueira da Foz. Os meus avós eram retornados de Angola e montaram uma mercearia em Buarcos. Num ano nas férias de Verão fui ajudá-los na mercearia. Uma certa noite fomos à Figueira para visitar uma feira e, a certa altura, os meus avós encontram um "patrício", um conhecido de Angola. Conversaram e a certa altura  homem começou a chorar ao recordar tudo o que tinha deixado em África. Agora era feirante e até pediu um cigarro ao meu avô. Como aprendi com o Rei Lear a vida é assim, nem boa nem má, simplesmente amoral]
.
Nokia has been a respectable company. They didn’t do anything wrong in their business, however, the world changed too fast. Their opponents were too powerful."
O que aprecio nos empresários anónimos, longe dos biombos e carpetes do poder, é a capacidade de recomeçar. As árvores não crescem até ao céu e, como tão bem descreveu Beinhocker, as estratégias são sempre transientes, os modelos de negócio são sempre transientes. Claro que os Trumps de direita ou de esquerda estarão sempre contra esta destruição criativa e exigirão activismo dos governos para criarem uma espécie de reserva integral onde possam viver sem terem de mudar. Ainda há dias um ex-fumador convertido ao "vaping" já sem nicotina contava-me as jogadas a nível mundial que as tabaqueiras e, sobretudo as farmacêuticas, fazem junto dos governos para impedir a propagação do "vaping".

Market-driven ou market-driving (parte IV)

Parte I e parte II e parte III.
.
Este texto, "51 anos depois da primeira máquina de tricô, a Benetton já imprime camisolas":
"“Queríamos produzir algo especial, criar um novo clássico com total liberdade de movimentos,...“Este lançamento é muito importante porque significa voltar o foco para as nossas raízes e o nosso know-how”,"
Esta semana, ao conversar com o D. Pedro IV, que tinha comentado este postal, "Cuidado com o benchmarking" (e de certa forma o que a Benetton fez, como relatado nas partes I a III desta série, foi benchmarking e cópia de outros modelos que estavam e estão a resultar em outras empresas com outro ADN) falámos em Reeves e no, muitas vezes necessário, encolhimento para renovar e recomeçar tendo por base o ADN e não para copiar o que funciona com outros (cargo cult).

Recordo esta série com um título irónico: ""despedir é sempre resultado de uma maldade ou de preguiça da gestão" (parte V)" e recordo Steve Jobs:
"He shrunk Apple to a scale and scope suitable to the reality of its being a niche producer in the highly competitive personal computer business. He cut Apple back to a core that could survive."
Para depois criar o nível seguinte do jogo.
.
Muitas vezes os custos afundados e, sobretudo a vaidade (palavra usada pelo D. Pedro IV), impedem as empresas de fazerem este encolhimento estratégico.

Um exemplo, tantas oportunidades

Um exemplo no artigo "He Went To The Desert With $3 Million In Cash—And Left With 150 Tons Of Cashmere".
.
Quantas oportunidades deste tipo, eliminação do intermediário que deixou de trazer valor à cadeia, existem por aproveitar, agora que o mundo é bem mais pequeno?
"They went to Mongolia and paid $31 for a kilo of cashmere, which is more than 50% more than other brokers, but they never resell the raw material. Instead, they bring it to factories in Italy, China, and even Mongolia to be milled and then turned into sweaters, hats, and gloves. They charge between $99 and $200 for 100% cashmere sweaters that are milled in Italy, which is significantly less expensive than garments of comparable quality from brands like Loro Piana, Brunello Cucinelli, or Portolano.
.
Over the last two and a half years, Scanlan and Rijsemus built a booming e-commerce business, but they discovered that there was also a demand for a wholesale business, where they could create and sell cashmere collections to retailers, sometimes under private labels. "We can get very good prices because we own the raw material and we can negotiate discounts at manufacturers by leveraging the cost of those law materials," Scanlan explains.
.
By cutting out the middlemen margins, they are able to make 79% profits on e-commerce, 60% on wholesale, and 40% on private label, which is significantly higher than industry standards. And this year, they will make about $6 million in top-line revenue."

terça-feira, novembro 15, 2016

Curiosidade do dia

Coisas que constroem o futuro:



Perguntas sinceras

Ouvi à hora do almoço:
"Centeno defende "melhoria da confiança e do emprego"
Ministro acredita que foi essa a base do crescimento económico."(fonte)
Pergunta sincera:
- É o aumento da confiança que gera o crescimento económico, ou é o crescimento económico que gera a confiança? 
E se há mais confiança, por que é que a procura interna tem uma contribuição negativa?
"Já em comparação com o segundo trimestre, o crescimento da economia portuguesa foi de 0,8% em termos reais (0,3% no trimestre anterior), depois do contributo da procura externa líquida ter sido positivo, refletindo "o forte aumento das exportações de bens e serviços", enquanto "a procura interna registou um contributo negativo"."

Para pensar estrategicamente

Em "How Leaders Can Focus on the Big Picture" encontrei uma série de conselhos que fazem muito sentido para qualquer empresa:
"Make choices in the negative. For everything you decide you want (a particular market positioning, an investment in a new product, a new capability or function), articulate what that means you can’t do. This forces you to think through the consequences of choosing these options by thinking about what the trade-offs are for each choice you are making.[Moi ici: Cada vez me convenço mais de que estratégia mais do que escolher é renunciar]
...
Pretend you have no money. When organizations are strapped for cash, they have to make hard choices about what to spend money on because they don’t have enough. It’s often during such times that leaders describe themselves as at their most strategic.
...
Having too many priorities means you don’t really have any, which puts your organization’s implementation capability under strain. It also compromises your own leadership bandwidth, reducing your ability to macromanage. So pretend you’re cash-strapped — it will act as the ultimate constraint on your desire to choose everything.[Moi ici: Foco e alinhamento são fundamentais]
...
Talk to the unusual suspects. These could be inside or outside your organization, but whoever they are, choose them because they are likely to disagree with you, challenge you, or tell you something you don’t know."[Moi ici: Quando todos pensam o mesmo... alguém está a mais]

"it is the situation rather than the customer" (parte II)

Escrevi há dias:



Depois de ler "When Coffee Compete With Kale" e "Finding the Right Job For Your Product" escrevi "it is the situation rather than the customer".
.
Quantas vezes me deparei com o desafio, semelhante ao do lojista, de ter identificado um cliente-alvo e, depois, descobrir que umas vezes actua de uma forma e outras vezes de forma diferente com diferentes critérios de escolha. E a hipótese de ser o trabalho, de ser a situação, o foco simplifica e explica muito melhor.
.
Em "Two JTBD rules for customer motivation" encontro um bom exemplo:
"Growing up a friend of mine was forced by his father to mow the lawn. His father bought the lawn mower. My friend had to use it. The father may have had motivations around impressing the neighbors, fitting in with the rest of the community, or an obligation to have a cozy environment for his family. I’m not sure. I never talked the father about these things.
.
What I do know, is what my friend told me. He told me his father wanted him to learn about responsibility, obligation, and discipline. This lawnmower wasn’t about lawn care. It was about being a good father.
.
And guess what happened when my friend and I left home and went to college? My friend’s father hired a lawn care service. Circumstances had changed. His motivation for buying the lawnmower — his JTBD — no longer existed. He now he had a different JTBD. He developed a new set of criteria and had to make a decision. I don’t know what that criteria was. Nor do I know what JTBD he’s using the lawn care service for. I never talked to him about it."


Acerca da desigualdade

"Para Mateus, a revolução actual é "baseada no conhecimento" e isso "gera remunerações muito diferenciadas" que podem trazer problemas sociais, ao contrário dos salários mais homogéneos que se praticam no tipo de trabalho industrial mais indiferenciado que existe actualmente."
Lentamente mais outra hipótese defendida neste blogue vai emergindo como a explicação mais provável. Na semana passada foi a da China versus euro, agora é sobre a origem do aumento das desigualdades salariais.
.
Recordar:

Trecho inicial retirado de "Augusto Mateus: "Não gosto do 4.0""

segunda-feira, novembro 14, 2016

Curiosidade do dia

"O ex-presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, disse hoje que vários governos, por razões eleitorais, deram "direitos às pessoas que, no longo prazo, não eram sustentáveis".
.
Numa conferência em Coimbra, o economista social-democrata apontou para a Segurança Social como o "maior exemplo" dos direitos que "diversos governos" deram às pessoas que, a longo prazo, não eram sustentáveis."
Trecho retirado de "Rui Rio diz que vários governos deram direitos não sustentáveis às pessoas"

O distraído

Finalmente, em Outubro de 2016, Nicolau Santos descobre esta realidade:


Se estivesse atento poderia ter tido esta curiosidade "Uma investigação que precisava de ser feita - uma emergência que precisava de ser reconhecida" em 2011.

BSC e algumas regras simples

Lembro-me de num dos primeiros projectos balanced scorecard em que participei ter entregue uma cópia do artigo da HBR,  "Strategy as Simple Rules", ao empresário da então PME. Na semana seguinte fiquei agradavelmente surpreendido quando ele comentou o artigo.
.
Agora, descubro este artigo de Outubro último, "Simple Rules for Business Strategy":
"How do you translate your broad objectives into a strategy that can provide guidelines for your employees from day to day?
...
Developing a strategy and implementing it are often viewed as two distinct activities — first you come up with the perfect plan and then you worry about how to make it happen.
...
The authors argue that companies can bridge this gap between strategic intent and actual implementation by following three steps:
.
Figure out what will move the needles.
Choose a bottleneck.
Craft the rules."

Interessante como a metodologia do balanced scorecard da 3ª geração se enquadra tão facilmente nisto:
"1. Moving the Needles
...
The authors believe the best way to answer this is to sit down with your management team and ask them to work as a group to answer the following three questions:
.
Who will we target as customers?
What product or service will we offer?
How will we provide this product at a profit?
.
When you are trying to massage out these answers remember to use inversion as well.
.
Equally important are the choices on who not to serve and what not to offer."
Isto representa o formular da estratégia e a sua tradução num mapa da estratégia. Actividade que comigo começa por identificar os clientes-alvo (identificar os JTBD que a empresa ajuda a resolver) e, depois, continua com a identificação das relações de causa-efeito que transformam a organização numa máquina obcecada em conquistar, satisfazer e desenvolver a relação com os clientes-alvo.
"2. Bottlenecks...
Speaking of inversion, in order to complete our goal we must also figure out what’s holding us back from moving the needles — the bottlenecks standing in our way."

Interessante esta linguagem dos gargalos porque depois do mapa da estratégia e dos indicadores, a minha atenção concentra-se na criação das iniciativas estratégicas que com Dettmer aprendi a construir a partir dos gargalos (teoria das restrições).
"3. Craft the Rules"

A captura das novidades introduzidas pelas iniciativas naquilo que é "permanente" nas organizações, os processos. Estratégia encontra a abordagem por processos.
.
Nunca esquecer esta realidade:
"There’s nothing wrong with strategy. In fact, without a strategy, it’s hard to figure out what to do; some strategy or another must guide your actions as an organization. But it’s simply not enough: Detailed execution, at the employee level, is what gets things done.
...
Strategy, in our view, lives in the simple rules that guide an organization’s most important activities. They allow employees to make on-the-spot decisions and seize unexpected opportunities without losing sight of the big picture."

Acerca da destruição criativa

Na passada quinta-feira circulava na cidade de Bragança quando deparei com este cartaz:

Não sei se influenciado pela capa do jornal i do dia:

A primeira coisa que me veio à mente ao ver o cartaz foi:
"Cartaz da campanha de Trump em plena cidade de Bragança."
Porque recordo isto?
.
É a primeira coisa que recordo ao ler "Creative Destruction". Afinal Trump e o PCP estão tão próximos em tanta coisa. Escrevo aqui muitas vezes sobre o veneno dos subsídios para salvar empresas ou modelos de negócio obsoletos. Esse activismo, esse fragilismo, destrói os stressors, destrói a informação, corrompe os sinais que deveriam obrigar as organizações a mudarem, a evoluírem.
"Over time, societies that allow creative destruction to operate grow more productive and richer; their citizens see the benefits of new and better products, shorter work weeks, better jobs, and higher living standards.
.
Herein lies the paradox of progress. A society cannot reap the rewards of creative destruction without accepting that some individuals might be worse off, not just in the short term, but perhaps forever. At the same time, attempts to soften the harsher aspects of creative destruction by trying to preserve jobs or protect industries will lead to stagnation and decline, short-circuiting the march of progress. Schumpeter’s enduring term reminds us that capitalism’s pain and gain are inextricably linked. The process of creating new industries does not go forward without sweeping away the preexisting order.
...
Through this constant roiling of the status quo, creative destruction provides a powerful force for making societies wealthier. It does so by making scarce resources more productive.
...
Attempts to save jobs almost always backfire. Instead of going out of business, inefficient producers hang on, at a high cost to consumers or taxpayers. The tinkering shortcircuits market signals that shift resources to emerging industries. It saps the incentives to introduce new products and production methods, leading to stagnation, layoffs, and bankruptcies. The ironic point of Schumpeter’s iconic phrase is this: societies that try to reap the gain of creative destruction without the pain find themselves enduring the pain but not the gain."
Interessante este exemplo "Oreo Plant Moves to Mexico… Federal Subsidies to Blame?"
.
Depois, podemos pensar na multidão de exemplos destes subsídios-comporta:

Comporta porque tentam comprar tempo que não é usado para mais nada senão comprar tempo, em vez de pôr fogo no rabo dos empresários para mudarem e partirem em busca do próximo nível do jogo.

Cuidado com o benchmarking

Greg Satell em "Why You Shouldn't Copycat Strategy" expõe muito bem como tantas e tantas empresas grandes praticam "cargo cult strategy":
"Yet many modern executives believe by mimicking the tactics of other businesses they will somehow achieve the same results.[Moi ici: Cuidado com as melhores práticas. Cuidado com a cópia indiscriminada do que é publicitado] These “cargo cult strategists” don’t do much better than the islanders.
...
The executives at Blockbuster understood the Netflix threat and built a viable strategy to compete with it. What they did not understand was that, unlike Netflix, they were not a startup. They had investors who expected consistent profits and franchisee partners that depended on revenues for their incomes. That was the part of the Netflix model they couldn’t replicate.
...
Unlike Apple and Blockbuster, IBM follows a strategy that is built to fit its unique capabilities and culture.
...
Every organization can benefit by learning about the best practices of others. Certainly, Apple needs to find a way to compete in a new cognitive era that advances in artificial intelligence are bringing to the fore. Blockbuster’s management team was smart to borrow tactics from Netflix. IBM should try to be as agile as it possibly can.
.
Yet at the same time, we also must accept certain realities. Apple does not have the organizational culture in place to explore scientific horizons. It never has. Blockbuster, as a public company with thousands of investors and franchisee partners, had limitations that Netflix didn’t. IBM, with nearly 400,000 employees, will never be as nimble as a startup.
.
You can’t simply decide to build an airfield, without learning how to build machines that can fly first. In much the same way, you can’t expect to adopt the strategies and tactics of another organization and enjoy the same success, without building the capabilities and culture that will make those tactics effective."[Moi ici: Não resisto a recomendar uma nova leitura do texto sobre o erro infantil da McDonald's.]