terça-feira, novembro 22, 2016

Curiosidade do dia

Pelos visto o Jornal de Notícias publica hoje um artigo intitulado "Norte reforça exportações mas precisa de investimento" onde se pode ler logo a abrir:
"Na última década, o Norte refor­çou a sua posição como região mais exportadora do país, mas continua atrás da média nacional no que toca à proporção dos bens de alta tecno­logia no total exportado e aos salá­rios dos trabalhadores, indicam os dados do Instituto Nacional de Es­tatística (INE) e do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Seguran­ça Social. Com o Alentejo e o Cen­tro perfaz o trio das regiões cuja ba­lança comercial é positiva, ou seja, que exportam mais do que impor­tam - apesar de serem estas as três regiões mais pobres do continente."
De onde virá o capital para que as outras regiões, com balança comercial negativa, sejam mais ricas que estas três?

1 comentário:

Bruno Fonseca disse...

boas!

um tema importante prende-se com a "exportações", e também o "balança comercial positiva". isso inclui os serviços? ou apenas bens?

tenho ideia que o Algarve é um dos maiores exportadores de serviços em Portugal, aliás, é quase obscenamente positiva a contribuição para as exportações de serviços, especialmente turismo. portanto, é normal que nesse caso, o Algarve tenha um PIB superior à maioria. e tem ainda o grande pormenor de ter uma série de reformados de outros países a residir lá, que subvertem também as contas dos PIB's e dos PIB's per capita regionais.

a região de Lisboa também tem um grande peso no turismo, e grande parte das importadoras estão lá, bem como serviços globais a todo o país, como sejam consultoras, advogados, informáticos, etc. para não falar de serviços globais como universidades, governo, hospitais, etc.
tal como o Porto, que face a municipios como Gaia ou Maia, que têm muito mais indústria, têm um PIB per capital menor que o Porto devido a estes serviços que, por norma, são muito melhor pagos que a indústria.



já agora, o "norte", tem uma questão que a mim, natural de Moimenta da Beira, me choca.
o "norte" estatístico abarca uma série de municipios que vão de Vale de Cambra / Oliveira de Azeméis até Valença, da costa atlântica até á fronteira com Espanha. ou seja, se virmos bem, há uma série de municipios que criam bastante riqueza (Vale Cambra, Oliveira Azemeis, Porto, Matosinhos, Gaia, Maia, Famalicão, Braga, Guimarães, Vila Conde, Viana do Castelo) que têm, claramente, um PIB regional muito superior à média. contudo, nestas contas entra a raia, ou melhor, a parte interior, com municipios como Vinhais, Penedono, Mogadouro, Pesqueira, Alijó, etc, que têm niveis muito muito baixos e arrastam a média do "norte" para baixo.
portanto, se houve um "norte litoral" e um "norte interior", o "norte interior" teria acesso a muito mais fundos estruturais, e o "norte litoral" teria um nível de vido muito acima da média, deixando de beneficiar de fundos. aliás, acho que o próprio discurso regionalista colapsaria à luz dos dados nesta hipótese.

um abraço!
Bruno