segunda-feira, janeiro 20, 2014

Curiosidade do dia

16 de Janeiro de 2011 em "CDS lança petição contra novo código contributivo" podia ler-se:
"Na Biblioteca Municipal de Sintra, Portas alertou para o efeito dos aumentos das contribuições sociais no atual cenário de "recessão" e de "600 mil desempregados" da economia portuguesa, exemplificando que "um produtor ou comerciante também vê dizimada a pequena margem que tem, por pequena que seja, porque o Estado o expropria e apropria-se".
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"Um jovem que esteja a recibo verde e que ganhe pouco mais de mil euros, pagava 159 euros para a Segurança Social. De repente, este mês vai pagar 237 euros e para o ano 296 euros. Cerca de 30% do salário em contribuições sociais, sem falar dos impostos, significa o contrário do que o País deve fazer porque as pessoas praticamente têm de pagar para trabalhar", continuou."

17 de Janeiro de 2014 em "Batatas e legumes para pagar Segurança Social" pode ler-se:
""A obrigatoriedade de os pequenos e médios agricultores se coletarem nas Finanças traz encargos bastante significativos, principalmente porque os seus rendimentos são muito baixos ou quase nenhuns", afirmou à agência Lusa a dirigente da AVIDouro, Berta Santos.
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Todos os agricultores com atividade comercial vão passar a ser obrigados a declarar o início de atividade. Têm ainda de passar fatura de todas as transações comerciais. O prazo de inscrição nas Finanças termina a 30 de janeiro.
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Berta Santos referiu que, por se terem de coletar, os produtores são também obrigados a pagar à Segurança Social. "Só que, em alguns casos, aquilo que recebem dos produtos que vendem não chega sequer para pagar esta prestação", afirmou."
Pena o CDS não ter a pasta da Segurança Social... oh, wait!

Turn, turn, turn

"Tunísia atrasa 250 empregos na Trofa"
"Empresários franceses ainda não conseguiram retirar as máquinas de uma fábrica que detêm no Norte de África, cuja produção deverá vir para Portugal até ao final do primeiro semestre.
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As autoridades tunisinas estão a bloquear a saída de maquinaria e equipamentos de uma unidade industrial têxtil de origem francesa que pretende deslocalizar parte da produção de vestuário desportivo"
Será que os sindicalistas e os jornalistas se vão manifestar em defesa dos tunisinos?

Acerca das perspectivas do BSC

Ando a dar uma vista de olhos pelo livro "Performance Measurement with the Balanced Scorecard - A Practical Approach to Implementation within SMEs" de Stefano Biazzo e Patrizia Garengo.
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Logo no primeiro capítulo encontro esta imagem para explicar cada uma das quatro perspectivas de um balanced scorecard (BSC):
E identifico logo uma série de diferenças relativamente à forma como abordo estes mesmos tópicos.
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Human resources perspective - é mais do que só a perspectiva dos recursos humanos, por isso, chamo-lhe a perspectiva dos recursos e infra-estruturas. Onde é que a empresa tem de investir para poder aspirar a desempenho superior nas actividades dos processos críticos para a execução da estratégia. Pode passar pelas pessoas e pela sua competência e motivação; pode passar pelos equipamentos e máquinas disponíveis; pode passar pelos sistemas de informação e comunicação; pode passar por instalações; pode passar por uma cultura organizacional.
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Process perspective - OK, em que actividades a empresa tem de ter um desempenho excelente, para que se possa aspirar a resultados a nível dos clientes e a nível financeiro. Estamos a falar daquilo que a empresa controla, daquilo que a empresa faz.
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Customer perspective - Em vez de "Performance measures relevant to the critical success factors within customer relationships", abordo a questão de outra forma. Os factores críticos de sucesso para a relação com os clientes (divulgação, conquista, satisfação e fidelização) fazem parte das actividades desenvolvidas pela empresa, daí que os integre na perspectiva dos processos. Aqui, nesta perspectiva, meço as consequências, a nível de clientes, ou outros elementos do ecossistema da procura que sejam pivôs, meço resultados: clientes conquistados? Clientes satisfeitos? Clientes fidelizados?
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Financial perspective - OK

O que procuram e valorizam?

Daqui:
"In software development and product management, a user story is one or more sentences in the everyday or business language of the end user or user of a system that captures what a user does or needs to do as part of his or her job function.
...
User stories are written by or for the business user as that user's primary way to influence the functionality of the system being developed.
...
"As a , I want so that "
...
"In order to as a , I want ""
Considerar "The new user story backlog is a map".
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Daqui:
"It Starts With A Job To Be Done.
Your customer has a job to do. And I don’t mean the 8-5 job they work at every day to pay the bills. The job I’m referring to is the specific task, goal or need your customer is trying to fulfill with your product. Your job is to help them get that job done better, faster, cheaper and/or in a more pleasant manner. It doesn’t matter if you’re a waitress in a restaurant or a research engineer for a manufacturing company, you need to help your customer get the job done.
...
Think of a job to be done as your fundamental need that is independent of how you get the job done. Over time, these needs rarely and sometimes never change. Even though how you get the job done can change frequently.
...
Outcomes Are the Metrics Behind the Job to Be Done.
Use Outcomes to Understand Your Customers Specific Problems

Daqui:
"Communicate function, appeal to emotion
The goal of product positioning is to present a product or service to the customer in a way that effectively communicates its value. When looking at product positioning through a jobs-to-be-done lens, we see that the best way to communicate value to customers is to explain (1) how the product helps them execute the functional job better than competing solutions, and (2) how it satisfies the emotional jobs that are associated with getting the functional job done.
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To position a product effectively, we must know how the product helps customers get the job done better and what emotional goals the customer will achieve by doing so."
Aqui, "People don’t buy products, they buy better versions of themselves"
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Aqui, "Collecting and analyzing jobs-to-be-done"
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Aqui, "The new user story backlog is a map"
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Aqui, "Pricing Thoughts - Going beyond Features and Benefits"

Quem é que está encarregado do valor? (parte II)

Parte I.
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Da primeira vez que li Baker coloquei aqui estes esquemas. Agora ao relê-lo em "Innovation in Pricing" não resisti a voltar a colocá-los aqui, tal o seu poder.
"Cost-plus pricing
Notice that you start with the product (or service), determine its cost, mark up that cost with a desired profit to set the price, and then pray that the customer values the output at a level higher than the price they are being-asked to pay.
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Notice where the customer is in this chain of events — at the end!
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Value-based pricing inverts this chain to ccorrespond with the economic realities of the marketplace.
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Value-based pricing
This value chain recognizes that value is like beauty; it is in the eye of the beholder. It is in total alignment with the subjective theory of value. Customers do not care about your internal costs, or your profit desires. They demand value higher than the price they are paying. This inversion reveals a further fact of economic life: your costs do not determine your price; rather, your price determines your costs. This is anathema to a cost accountant, but self-evident to a pricer. A firm needs to determine, before producing a product or service, whether the price charged - based on value - will allow it to invest in the costs required to develop the product or service at a profit the company can tolerate - price-led costing. If not, it should not undertake production. The important point about this process is when costs are considered - before the product is produced, not after. This is the problem with historical standard cost accounting - it can only allocate past costs, once they have been spent.
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CVOs understand that the hardest part of this new value chain is determining value."
Isto é simplesmente revolucionário para muitas mentes...
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E na sua empresa como é que se faz?
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Sabe quem são os clientes-alvo?
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Sabe o que é que eles procuram e valorizam? Sabe quantificar e comunicar esse valor?

Mudança de página

Foi uma evolução no discurso... e, tudo indica, na mentalidade.
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Há pouco mais de 3 anos perdiam tempo a protestar contra os têxteis paquistaneses. Hoje, em vez de defender o passado, olham para o futuro "Têxtil quer exportações a crescer 16% até 2018":
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Interessante a fotografia escolhida para ilustrar o artigo, em vez de linhas, grupos... ou seja, séries pequenas, flexibilidade, rapidez, diversidade, ...

Now we're talking (part VI)

Recordar que na parte IV, o Paulo Vaz citava:
"The rise of a fix-it, small-scale economy of repair shops and community 3-D fabs that can be rented by individuals would be a welcome expansion of what I call the Community Economy, the parts of the economy that are neither owned or controlled by global corporations or the Centralized State."
Estes artigos "20+ Open Source Furniture Designs", "37 Marketplaces to Share, Buy and Sell Designs for 3D Printing"e "First Look At Sketchfab: A Youtube For 3D Files" dão um interessante exemplo dos conteúdos que darão gás a Mongo.


Série completa na parte V.

domingo, janeiro 19, 2014

Curiosidade do dia

Para nos situarmos melhor no mundo... adeus visão eurocêntrica.
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Imagem retirada daqui.

só que um sistema é mais do que a soma dos seus componentes

Apareceu esta imagem há bocado no twitter:
Lembrei-me logo de Carl Sagan... episódio V de Cosmos, não preciso de ir procurar em lado nenhum está gravado na minha memória.
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Ver a partir do minuto 43:30 até ao minuto 45:18

"The beauty of a living thing is not the atoms that go into it, but the way those atoms are put together. Information distilled over 4 billion years of biological evolution. Incidentally, all the organisms on the Earth are made essentially of that stuff. An eyedropper full of that liquid could be used to make a caterpillar or a petunia if only we knew how to put the components together"
Durante anos usei este trecho em inúmeros acções de formação sempre que queria dar a ideia do que é um sistema e, de como um sistema de gestão da qualidade de uma empresa, criado para dar resposta a requisitos, pode ser um falhanço completo em termos de desempenho da empresa, apesar de permitir a certificação.
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Algum humano se recusa a comer mirtilhos?
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Algum humano duvida que comer mirtilhos faz bem à saúde?
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OK, agora, experimentem fazer um cocktail de sumo de mirtilho, comprando os químicos identificados lá em cima na fotografia e, depois, misturando-os nas proporções semelhantes às do fruto...
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Quantos humanos se recusariam a beber esse "sumo"?
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Um conselho prévio, procurem na internet os efeitos daqueles compostos aromáticos listados, por exemplo...
"The beauty of a living thing is not the atoms that go into it, but the way those atoms are put together"
O pensamento analítico julga que basta analisar os componentes isolados e, depois, juntá-los para perceber o que é o sistema... só que um sistema é mais do que a soma dos seus componentes.
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Daí que o nosso mundo esteja cheio de
unintended consequences, a maioria geradas por gente bem intencionada que julga que sabe o suficiente para mexer num sistema...
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Têm de aprender a via negativa...

Como é que a sua empresa se distingue?

"Competition has two faces. It can be a good thing - if you sell something very unusual, gaining a competitor is a powerful way to build credibility for your product category. You get to piggyback off their marketing, and the fact that there are two or more product choices gives customers confidence that other people are buying the product.
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But it is also dangerous, because it creates the risk that people will look at your product purely on price. If your customers start to compare you on price with competitive alternatives, you may have to reduce your price to beat theirs. They will be forced to cut their price to beat you and, ultimately you will both end up getting cheaper and cheaper until you have no profit left.
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To beat this, you need to distinguish your product from the competition so that customers can't easily compare your offering with theirs.
You might be able to do this by adding extra features to your product - though the competition may copy your features after a while. You can do it by using unusual package sizes so that customers have difficulty making a direct comparison - but you risk putting people off if they are used to buying the product in a specific size. And you can do it with specific offers, such as a money-back guarantee or extras such as a prize draw." 
Como é que a sua empresa se distingue?

Trecho retirado de "The Psychology of Price" de Leigh Caldwell

"the Internet on crystal meth" e Mongo (parte VI)

Recordar a parte IV.
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Depois, ler "For The First Time, Hackers Have Used A Refrigerator To Attack Businesses"

sábado, janeiro 18, 2014

Curiosidade do dia

Há os que resistem há mudança:
"Uma Tragédia dos Comuns (parte II)"
Há os que abraçam a mudança:
"A third of registered cabbies in San Francisco are now driving for Uber, Sidecar, or Lyft

O que me tira do sério

A primeira vez que escrevi neste blogue sobre o arroz foi em 2006 em "Agarrem-me senão eu mato-me! Será?"
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Agora, com "Falta de procura interna obriga indústria a exportar arroz carolino", a conversa fica mais interessante pois deixou-se de falar de arroz, a commodity, e focou-se um pouco mais o discurso com a diferença entre as variedades carolino e agulha.
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O que me tira do sério é este trecho:
"Para António Madaleno, presidente da Orivárzea (dona da marca Bom Sucesso), o carolino é o arroz nacional. “É o que os nossos agricultores querem e fazem. Também se faz agulha, mas esse não é o nosso arroz”, defende, sublinhando que é “uma aberração comer um arroz de grelos ou de cabidela feito com a variedade agulha”."
Isto é tão... século passado, tão século XX, tão regresso ao passado em que quem mandava era quem produzia e os consumidores podiam comprar o que aparecia nas prateleiras, não tinham alternativa.
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Até que ponto a mudança de papeis na família, a progressiva presença da mulher no mercado de trabalho, a mudança no ritmo de vida, a constante falta de tempo, levam à alteração dos hábitos alimentares?
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Até que ponto os pratos tradicionais, em que o arroz carolino é o mais adequado, caíram em desuso, por exemplo, por falta de tempo para os preparar?
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Afinal, qual é a diferença destes produtores para aquela famosa artesã em Bragança de "Uma perspectiva interessante"? Se não querem mudar de produto, têm de mudar de mercado!
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Uma mentalidade tão diferente de "Agricultura com futuro" ... mais gente a precisar de largar a mentalidade orientada para a produção, para adoptar uma mentalidade orientada para o mercado.

e, quatro meses depois de Agosto de 2013

Evolução do número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego entre Janeiro de 2011 e Dezembro de 2013:

A evolução homóloga do desemprego e a evolução mensal do desemprego entre Janeiro de 2011 e Dezembro de 2013:

A figura que se segue tira uma fotografia da evolução homóloga do desemprego em Dezembro de 2013 e, mostra onde está a ser criado emprego líquido (barras negativas):

Em Janeiro havia 1 barra negativa, 18 em Outubro, 19 em Novembro, 21 em Dezembro. As ofertas de emprego no IEFP em 2013 aumentaram mais de 84% em comparação com o mês de Dezembro de 2012.

Uma aplicação do conceito "qual é o job-to-be-done?"

"A empresa procura distinguir-se pela aposta no fabrico de vinhos de qualidade, inspirados no que as pessoas sentem e feitos para momentos específicos"
Uma aplicação do conceito "qual é o job-to-be-done?". As pessoas contratam produtos para que prestem um serviço nas suas vidas. Momentos específicos requerem serviços específicos prestados por produtos específicos.
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Trecho retirado de "Wine With Spirit nomeada como produtora mais inovadora do mundo"

Subitamente, sem ninguém estar à espera...

Ao ler "Gradually and then suddenly" recordei logo "Estratégia como verbo" e um outro postal que não consigo localizar mas que escrevi por aqui há uns anos.
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Muitos dos projectos de balanced scorecard que desenvolvia nos primeiros anos deste século caracterizavam-se por estarem associados a algum... desespero é uma palavra demasiado forte, talvez usando as palavras de Kotter, "sense of urgency", seja mais adequado.
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Dia após dia, sorrateiramente, átomo após átomo, lentamente, o alinhamento entre as actividades de uma empresa e a paisagem competitiva onde está inserida vai-se reduzindo. O sucesso traz sempre o potencial do insucesso futuro quando gera complacência e distracção. Como esse desalinhamento ocorre lentamente, quase sempre ninguém nota que ele está a ocorrer e, se nada for feito para o contrariar, começa-se a cavar um fosso, de inicio invisível mas que vai crescer até conter um oceano.
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Ao escrever estas linhas lembrei-me do truque de Penélope. A realidade competitiva é como uma força que actua pela calada da noite e, vai desfazendo o progresso tecido durante o dia pelas actividades da empresa. Se a gestão de topo não está atenta e não segue a disciplina de diariamente repor o tecido corroído, o fosso começa a cavar-se e aquilo que era uma simples ruga no chão de Gondwana transforma-se no Atlântico.
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Há um exercício simples que reza assim:
"Num lago há um nenúfar que todos os dias cresce para o dobro do seu tamanho. Se em cem dias cobrir o lago inteiro, quantos dias serão necessários para cobrir metade?"
A primeira vez que o vi e cheguei à solução recordo que me deixou a pensar no fenómeno... gradually and then suddenly.
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Numa empresa é a mesma coisa, o mal, o desalinhamento, já está lá dentro mas como a empresa continua a ganhar dinheiro, who cares?!
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Subitamente, sem ninguém estar à espera, entre o dia 99 e o dia 100...


sexta-feira, janeiro 17, 2014

Curiosidade do dia

"the natural experiment, where the recorded music industry removes DRM on music at diff erent times, provides the fi rst evidence on the eff ect of a more "relaxed" digital copyright strategy on sales and, in particular, on the entire sales distribution.
My analysis in this paper, based on a large representative sample of albums from all four major record companies, sheds light on this question. I finnd that the removal of DRM increases digital sales by 10%. More importantly, the e ffect is most pronounced for albums at the long tail of the music sales distribution, providing support for the long tail hypothesis that lowering search costs can facilitate product discovery of non-mainstream fare."
Trecho retirado de "Intellectual Property Strategy and the Long Tail: Evidence from the Recorded Music Industry"

Quando as galinhas tiverem dentes

Começou por se estranhar "Quando as galinhas tiverem dentes..." em 2008 e, agora, "Japan No Longer an Export Powerhouse" já está entranhado.
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Uma mudança de paradigma

Now we're talking (parte V)

Parte Iparte II, parte III e parte IV.
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"Hobbyists are now building tablets using a $35 computer brain"
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"Dear Santa: Consumers Prefer DIY Products"
"Consumers value a product more highly when they make it themselves—but only if the assembly procedure is structured in a way that allows them to make creative decisions throughout the process."
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"Will 3-D Printing Cause Traditional Manufacturing to Collapse?"
"Through the Industrial Research Institute’s foresights study — IRI2038 — several plausible scenarios of the future of R&D were explored. In one scenario, traditional manufacturing collapses under the strain placed on it by 3-D printing and heightened speed-to-market practices and is largely replaced by local manufacturing networks."
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"Why the Real World Will Matter More in 2014" ?????
"From making your own soup bowls to redesigning flawed windshield wipers, many of us are beginning to hear stories about everyday consumer uses for 3D scanners and printers. With these applications we see a vanishing distance—literal and cognitive—between manufacturing and consumer need. From the new vantage point of the burgeoning “maker movement,” we perceive ourselves as a one-person supply chain: in-shoring happens right in our own basement.
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Perceptions will shift most dramatically in entrepreneurship, where 3D printing is making it easier to quickly realize ideas, prototype, gain feedback, and loosen the  grip of traditional firms on producing material things.
...
Entrepreneurs who don’t want to buy a 3D printer can always try out one of the new DIY fabrication studios popping up."

"The Real Opportunity in 3D Printing: Content"

"Who are your customers?"

É, talvez, a questão mais colocada nos projectos em que participo e nos postais deste blogue, "Who are your customers?":
"What do they believe?
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Who do they trust?
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What are they afraid of and who do they love?
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What are they seeking?
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Who are their friends?
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What do they talk about?"

Nunca esquecer isto

Esta é a realidade portuguesa, em sintonia com o nosso ADN e, conjugável com a destreza fornecida pela internet, "Pequenas empresas são as que criam mais emprego":
"As pequenas empresas são as que criam mais emprego representando 60% de novos postos de trabalho criados,
...
As empresas de crescimento elevado - com um crescimento de 20% ao ano e que têm um mínimo de 10 trabalhadores -, apesar de representarem "menos de 1% das empresas", a nível nacional, criam 10% de todos os empregos gerados num ano, segundo a base de dados da Informa D&B, que contém dados de todas as empresas registadas em Portugal.
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Das empresas criadas em Portugal em 2011, por exemplo, 30% situam-se no sector dos serviços, na sua maioria, resultam da iniciativa de pessoas singulares, cerca de 46 mil, contra as 2.500 empresas criadas por entidades colectivas, referiu a mesma responsável."

Moloch a querer voltar


"PS: A associação nacional de construção civil do Norte, a AICCPON, promete a criação de 70 mil empregos em 2014 "se o Governo cooperar", leia-se, se voltar à normalidade do passado e promover o crescimento económico por via da despesa pública, se o Estado, por via dos impostos, financiar este sector de actividade. É a prova de que, passados quase três anos sobre o pedido de ajuda externa, ainda não é claro para todos o que nos trouxe até aqui e, pior ainda, o que significa o pós-‘troika' e as exigências que se vão seguir. O ‘countdown' de Paulo Portas deveria ter em conta que 17 de Maio não é mesmo o último dia do fim da história."
Trecho retirado de "Um défice melhor do que a encomenda (de Passos)"

quinta-feira, janeiro 16, 2014

Curiosidade do dia

A propósito de "CNE favorável a inglês a partir do 3.º ano" onde leio:
"No parecer refere-se que os docentes devem ser especialistas no domínio do "ensino precoce da língua", o que envolve "formação científica e pedagógica, devidamente certificada"."
O meu lado cínico, reconheço, pensa logo em: mais uma forma de assassinar o gosto pelo inglês... em vez de aprendê-lo vendo filmes e séries, ouvindo e lendo letras das canções e ... ter um professor formal para ensinar gramática inglesa...
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Pessoalmente, achava mais útil que esse tempo fosse dedicado a ensinar os miúdos a aprender linguagem Python. Assim, abria-lhes a porta para depois, por si, evoluírem para outras linguagens mais evoluídas e que começassem a brincar nas garagens com o Arduíno, os smartphones e sei lá que mais.
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Mais, havia a vantagem de vencer a procrastinação facilmente. Um miúdo que aprende programação, pode rapidamente ver o resultado do programa que fez e receber a sua dose de serotonina.
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Um miúdo que aprende uma língua estrangeira só anos depois é que vai perceber a vantagem de a ter aprendido.

"the Internet on crystal meth" e Mongo (parte V)

Parte IV.
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Recordar o que escrevi na parte I e comparar com isto "The Rise of the Subscription Economy":
"A profound shift in consumers' spending habits, in which goods are repackaged as services, is well underway and has the potential to fundamentally reshape the rhythm of the American economy.
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Increasingly, thanks to companies like Amazon, even goods like groceries promise to be consumed more like subscriptions. One can now arrange for recurring monthly deliveries of cereals or diapers."
Associei logo isto à minha leitura desta manhã no comboio:
"Human beings are trained to be sensitive to the pain of paying money out of our pocket. This means that even when a process involves only metaphorical money - like a credit card or a storecard - some of the pain effect still carries over. However, when the cost is instead absorbed into a place where you are relatively insensitive to small changes in value - your monthly phone bill - the pain goes away."
Trecho retirado de "The Psycology of Price" de Leigh Caldwell

Quem é que está encarregado do valor?

Comecei a minha leitura de "Innovation in Pricing", editado por Andreas Hinterhuber e Stephan Liozu, a partir do quarto capítulo, "Who is in charge of value?" escrito a duas mãos, pelo grande Ronald Baker e por Stephan Liozu:
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Começo por registar um conjunto de citações. A primeira de Marx de 1865:
"A commodity has a value, because it is a crystallization of social labour. The greatness of its value, or its relative value, depends upon the greater or less amount of that social substance contained in it; that is to say, on the relative mass of labour necessary for its production. The relative values of commodities are, therefore, determined by the respective quantities or amounts of labour, worked up, realized, fixed in them. The correlative quantities of commodities which can be produced in the same time of labour are equal."
Isto está impregnado na sociedade como uma verdade axiomática que serve de suporte a toda uma geração de políticas.
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Outra citação, num sentido diferente é:
"Value is ... nothing inherent in goods, no property of them. Value is a judgment economizing men make about the importance of the goods at their disposal for the maintenance of their lives and well-being. Hence value does not exist outside the consciousness of men .... [T]he value of goods.. is entirely subjective in nature." (Ebenstein)
Outra citação:
"The value of goods arises from their relationship to our needs, and is not inherent in the goods themselves .... Objectification of the value of which is entirely subjective in nature, has nevertheless contributed very greatly to confusion about the basic principles of our science .... The importance that goods have for us and which we call value is merely imputed." (Menger 1873)
Outra citação:
"By the late nineteenth century, however, economists had given up on the notion that it is primarily labour which determines the value of goods .... This new understanding marked a revolution in the development of economics. It is also a sobering reminder of how long it can take for even highly intelligent people to get rid of a misconception whose fallacy then seems obvious in retrospect. It is not costs which create value; it is value which causes purchasers to be willing to repay the costs incurred in the production of what they want." (Sowell 2004)
Este último sublinhado devia fazer parte das leituras diárias de qualquer economista...
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E terminamos com uma famosa questão levantada por Drucker  em 1973:
"The final question needed in order to come to grips with business purpose and business mission is: 'What is value to the customer?' It may be the most important question. Yet it is the one least often asked. One reason is that managers are quite sure that they know the answer. Value is what they, in their business, define as quality. But this is almost always the wrong definition. The customer never buys a product. By definition the customer buys the satisfaction of a want. He buys value."
E, para terminar esta primeira parte, uma questão que todas as empresas deviam fazer e sobre a qual deviam reflectir:
"since price is determined by value - and now that we have explored in detail the subject theory of value, we have a better undestanding of this concept - shouldn't someone within the company be in charge of comprehending, communicating and capturing value? Al businesses talk about value, and all agree it is essential to create, and constantly add to, but who is in charge of it?
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No customer buys costs. efforts or activities, yet many businesses continue to price on a cost-plus basis. The customer wants to see the baby, not hear about the labour pains."
Quem é que está encarregado, na sua empresa, de compreender, comunicar e capturar valor?

Diferentes modelos de negócio em torno das sucatas

Em 2011, numa formação para empresários, no âmbito de um exercício, uma equipa desenvolveu este business model canvas para um negócio em torno dos carros abatidos:


Depois, discutimos os vários tipos de clientes, as margens potenciais envolvidas, onde é que uma empresa novata poderia fazer a diferença e, resolveram concentrar-se no nicho dos coleccionadores:


Ontem, encontrei na net este artigo "Netpeças: Como encontrar peças de automóveis nas sucatas"... próximo passo, trabalhar para nichos

Mais gente que se encontrou

"As exportações da indústria têxtil e vestuário nacional continuaram a aumentar em termos comparativos na reta final do ano de 2013, com os números de novembro a darem conta de um crescimento de 3,5% e de um papel cada vez mais importante dos mercados extracomunitários.
...
Um crescimento significativo que a ATP atribui, em grande parte, ao «esforço que tem vindo a ser desenvolvido na diversificação de mercados de destino, sobretudo em mercados não comunitários, para onde este sector exportou mais 10%», aponta Paulo Vaz, diretor-geral da associação, em comunicado.
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Tunísia (+36%), EUA (+16%), Angola (+12%), China (+11%) e Suíça (+10%) foram os destinos extracomunitários que registaram os maiores crescimentos.
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No entanto, nos primeiros 11 meses de 2013 os mercados comunitários continuaram a ser os maiores clientes da ITV portuguesa, com os três principais destinos – Espanha (+0,7%), França (+1,2%) e Reino Unido (+12%) – a comprarem mais.
...
Em termos de categorias exportadas, os maiores crescimentos registaram-se nos tecidos em malha (+11,6%), têxteis-lar (+8,7%), fibras sintéticas ou artificiais descontínuas (+7,4%), pastas, feltros e artigos de cordoaria (+6,9%) e vestuário e acessórios de malha (+6,5%).
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Já as principais quebras registaram-se nos artigos em seda (-48,8%), uma categoria pouco representativa no conjunto das exportações portuguesas da ITV (não representa sequer 1%), outras fibras têxteis vegetais (-19,9%), artigos de lã (-7%) e vestuário e acessórios exceto malha (-6,2%)."
Trechos retirados de "Crescimento imparável"

quarta-feira, janeiro 15, 2014

Curiosidade do dia


"A economia francesa está assente em dois pilares: a despesa do Estado representa 57% do PIB, uma das mais altas do mundo, e a carga fiscal 45% do PIB, a par da Bélgica, a mais elevada do euro. O problema de Hollande é que com a economia estagnada – uma realidade que não conseguiu inverter – não há carga fiscal ou ideologia que aguente tamanha despesa."

Trecho retirado de "Hollande, liberal ou socialista acelerado?"


Afinal há milagres?

Recordar o que escrevi em Janeiro de 2013 em "Não há nada a fazer?", a propósito desta afirmação  do presidente da Associação da Hotelaria de Portugal:
"Para 2013 espera-se menos emprego, menos investimento, pior prestação em termos de resultados. Não há milagres"
Não acredito que tenha ocorrido um milagre:
"a hotelaria, em Novembro de 2013, registou, de acordo com os números do INE, 98 milhões de euros de proveitos totais e 65,4 milhões de euros proveitos de aposento. Estes valores revelam crescimentos em termos homólogos de 5,6% e de 7,2%, respectivamente. Contudo, em relação ao período entre Janeiro e Novembro, estes valores são “ligeiramente superiores (+5,2% de proveitos totais e +6,2% de proveitos de aposento)”."
Não acredito nos discursos cor-de-rosa mas detesto os discursos sem esperança, sem locus no interior, indutores de cortisol até mais não.
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O presidente já se retratou?
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Trecho retirado de "Hotelaria cresce: dormidas, hóspedes e proveitos sobem em Novembro"

A propósito do desempenho das exportações portuguesas

Este é o teste da realidade.
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Nus no palco, sem nada a esconder e sem nos podermos esconder, comparar as previsões feitas há 3 anos com a realidade actual.
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Comparar o que dizia o presidente da CMVM com o que escrevia este anónimo engenheiro de província em "Fazer o by-pass ao país"

Produção de sapatos na hora

Em alinhamento total com a orientação geral deste blogue, para fugir ao negócio do preço mais baixo (um negócio perfeitamente honesto, mas que não é para quem quer), este artigo do Centro Tecnológico do Calcado Português, "Solução inovadora para produção de calçado personalizado HighSpeedShoeFactory":
"A modernização das linhas de montagem, tornando-as mais flexíveis e preparadas para vários tipos de construção de calçado em simultâneo, e com uma velocidade de produção ainda mais ajustada à dinâmica excecional do setor do calçado foi o mote para o desenvolvimento do projeto HighSpeedShoeFactory.
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Trata-se de um novo modelo de fábrica de calçado para resposta ágil em 24 horas (1-2 dias) orientado para a produção unitária, par a par, capaz de responder sem stocks, às vendas pela internet, às pequenas encomendas e reposições de produtos em loja e, ao fabrico rápido das amostras e testes de novos produtos para as novas coleções.
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Concebido numa lógica de “secção única” de total flexibilidade e total polivalência, este novo modelo organizacional em fluxo único de produção, vem assim, substituindo as tradicionais secções de corte, costura, montagem e acabamento por sistemas de distribuição automatizada integrados com sistemas de corte automatizado e controlo automatizado online dos fluxos dos produtos e processo."
Estou a recordar-me de "Mais uma sugestão para um modelo de negócio" e a pensar num espaço deste tipo a poder ser partilhado/alugado por várias empresas independentes...

Outros que um ano depois, continuam a achar-se a si próprios

Recordar "Acharam-se a si próprios" e ler "Exportações de calçado superam os 1700 milhões de euros":
"Pelo terceiro ano consecutivo, o calçado atingirá um novo máximo histórico de exportações em 2013. Os dados disponíveis referem-se ao período de janeiro a novembro e mostram um crescimento de 7,94% face ao ano anterior. Na verdade, em 11 meses o setor vendeu mais para o exterior do que na totalidade do ano de 2012: 1618 milhões de euros. Um valor que permite assegurar que a meta de 1700 milhões foi, seguramente, ultrapassada,
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E são as vendas extra-comunitárias o grande motor desta performance. Cresceram cerca de 50%, com destaque para mercados como EUA, Rússia, países árabes, Angola ou Canadá. As vendas para a China duplicaram e Portugal é já o sétimo fornecedor do gigante asiático."

Um ano depois, continuam a achar-se a si próprios

Recordar "Acharam-se a si próprios" e "O exemplo do mobiliário".
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"As exportações portuguesas de mobiliário e colchoaria aumentaram 10% de janeiro a novembro de 2013, para mais de mil milhões de euros, no que terá sido um "ano recorde" para o setor, segundo a respetiva associação."
Os "alfaiates" continuam, em grande.

Trecho retirado de "Exportações portuguesas de mobiliário batem recorde"

terça-feira, janeiro 14, 2014

Curiosidades do dia

A propósito de "Portugal é “o milagre económico da Península Ibérica”, diz banco alemão" recordo o "apesar de ambos".
"“A recuperação deverá continuar, suportada pela melhor competitividade e a actividade mais robusta nos mercados de exportação”, acrescenta o Commerzbank, notando que Espanha tem estado “mais em foco” mas que “Portugal, não Espanha, é o verdadeiro milagre económico na Península Ibérica”."

A propósito de artigos babacas, o Messias acordou "Hollande anuncia programa de austeridade para relançar crescimento e emprego". Que título delicioso!!!
"aumentar a despesa pública não resolve de todo os problemas da França nem tão pouco corresponde a uma política de esquerda. "Nesse domínio [da despesa pública] somos praticamente recordistas na Europa e não somos um paraíso". "Eu quero finanças públicas controladas. Qual é a vantagem de ter défices?", questionou."

Volume is Vanity...

Volume is Vanity
Profit is Sanity
É um dos ditados mais queridos neste espaço.
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Por isso, esta linguagem é tão apreciada:
"Apple's iPhone business is not growing as quickly as the overall smart phone industry.
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And yes, this is true. But there's no reason for Apple to chase every single smartphone customer. It is focused on the profitable high-end of the market. Or, as Apple CEO Tim Cook put it, "There’s always a large junk part of the market. We’re not in the junk business."
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Look at the companies like Motorola that are going mid-to-low tier. They're not making money, and not making much of an impact on the market. Even Samsung, which is considered the all things to all people phone maker is focused on the mid-to-high tier. The reason? That's where the money is.
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But, the critic might protest, Apple is giving up precious market share!
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And yes, it is giving up market share. But, so freaking what?
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This is a platform war! (Shrieks the critic.) If Apple loses the market share war, then it loses the platform war. And if it loses the platform war, then it loses developer interest. And if it loses developer interest, then it gets sub-par applications. And if that happens, then consumers tune out the platform.
Well, even with Apple only getting 12% of smartphone shipments in the third quarter, it remains a dominant platform when it comes to usage.
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"Basically one iOS user buys four times more than an Android user."
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When you think about it this way, market share doesn't matter. This is year six of the App Store, and despite all the Android market share gains, developers still love iOS because people pay for, and use, iOS apps. The developers aren't leaving.
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So why should Apple chase market share? If Apple can generate more revenue from the iPhone than its rivals can from their entire businesses, while still growing faster despite only owning 12% of quarterly smartphone sales, then what's the problem?"
Recordar o Evangelho do Valor, para perceber o impacte de trabalhar com preços mais altos nas curvas de isolucro.

Trecho retirado de "It's Time To Admit Apple Knows Exactly What It's Doing With Its iPhone Business"

Para reflexão

Leio isto a pensar nas empresas e porque é que umas sobrevivem a "cataclismos" e outras não
"With my interest in science, then, I thought there must be some research that could help me to understand the mysteries of survival I'd encountered. I found otherwise rational people doing inexplicable things to get themselves killed—against all advice, against all reason.
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After reading hundreds of accident reports and writing scores of articles, I began to wonder if there wasn't some mysterious force hidden within us that produces such mad  behavior. Most people find it hard to believe that reason doesn't control our actions. We believe in free will and rational behavior. The difficulty with those assumptions comes when we see rational people doing irrational things.
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Those who survive are just as baffling. I knew, for example, that an experienced hunter might perish while lost in the woods for a single night, whereas a four-year-old might survive. When five people are set adrift at sea and only two come back, what makes the difference? Who survived Nazi prison camps? Why did Scott's crew perish in Antarctica while, against all odds, Shackleton's crew survived and even thrived in the same circumstances? Why was a seventeen-year-old girl able to walk out of the Peruvian jungle, while the adults who were lost with her sat down and died? It was maddening to find survival so unpredictable, because after all, science seeks predictability. But as I raked the ashes of catastrophe, I began to see the outlines of an explanation. Most of what I discovered through the years of research and reporting was not new.
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The principles apply to wilderness survival, but they also apply to any stressful, demanding situation, such as getting through a divorce, losing a job, surviving illness, recovering from an injury, or running a business in a rapidly changing world. It's easy to imagine that wilderness survival \could involve equipment, training, and experience. It turns out that, at the moment of truth, those might be good things to have but they aren't decisive. Those of us who go into the wilderness or seek our thrills in contact with the forces of nature soon learn, in fact, that experience, training, and modern equipment can betray you. The maddening thing for someone with a Western scientific turn of mind is that it's not what's in your pack that separates the quick from the dead. Ifs not even what's in your mind. Corny as it sounds, it's what's in your heart."
Trechos retirados de "Deep Survival" de Laurence Gonzales. Um livro que comecei a ler só porque foi recomendado por William Dettmer e, que vou recomendar sempre.

Uma Tragédia dos Comuns (parte II)

Parte I.
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Os novos "luddites":
Estes são os pioneiros das manifestações que todos os incumbentes vão fazer à medida que Mongo se entranhar na nossa economia.
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Recomendo a leitura "Complaining is not a strategy":
"Many books and blog posts have been written about the many reasons companies fail, a key reason is because they stop paying  attention to customers, and instead focus on competitors.
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Innovation doesn’t follow, it leads. So, when you start complaining about competitors, remember to reflect on the bigger picture; because that is probably what you are missing."

O bom exemplo do Vinho do Porto

No final do século passado, tive oportunidade de trabalhar com várias empresas de Vinho do Porto, no âmbito de projectos ligados à certificação ISO 9001. Nessa altura sentia no ar a importância que era dada à distribuição grande, foi por essa altura que ouvi algumas condições de cadeias de supermercados ingleses serem apelidadas de "imposto revolucionário". O destino estava traçado... a race-to-the-bottom.
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Então, algures nos últimos 2 anos comecei a sentir na imprensa os ecos de uma nova postura estratégica, uma aposta na subida na escala de valor e uma subalternização do crescimento do volume pelo volume.
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Comparem o discurso de Paul Symington em 2011 em "Reflexões e perplexidades", com o discurso do mesmo Paul Symington em 2013 em "Working to raise prices (parte V + 4)".
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Os resultados começam a ver-se:
"Em 2013, a quota dos vinhos “premium” nas exportações superou, em valor, os 40%, representando o melhor ano de sempre nas categorias especiais, vendidas a um preço mais elevado.
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As exportações de vinho do Porto aumentaram 3,4% no ano passado, totalizando 315 milhões de euros, compensando com uma subida do preço médio a quebra de 3,6% no número de caixas de nove litros (7,5 milhões) vendidas no estrangeiro.
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Para este comportamento fora de portas contribuiu a subida na comercialização dos vinhos do Porto mais caros, conhecidos no sector como categorias especiais, que obtiveram o melhor registo de sempre no exterior. A quota de Porto “Premium” chegou aos 21% em quantidade e 40% em valor"
Fico contente com esta evolução, é a direcção certa.
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Claro, para os produtores de uvas a granel que vendem aos engarrafadores este não é o rumo desejado.
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Trecho retirado de "Vintage “serve” aumento de 3,4% nas exportações de Porto"

segunda-feira, janeiro 13, 2014

Curiosidade do dia

Recordar "Espiral recessiva - outro sintoma" e relacionar com:

Que lições a sua empresa pode tirar?

Interessante este artigo "Passengers crash at Narita Airport to catch cheaper early flights".
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A quantidade de sacrifícios que os clientes estão dispostos a fazer pelo voo mais barato... que lições podemos tirar?
  • quando o negócio é o preço, é mesmo o preço, não adianta tentar acrescentar mais atributos, há que concentrar a oferta no que é essencial;
  • quantos clientes não estão dispostos a esses sacrifícios.

Acerca dos cenários

"scenarios are our humble way to look at the futures. By using the scenario technique, we admit that we do not know what is happening in the futures (which is so true!). We admit that we have to prepared for various situations when the time passes. In one sentence: scenarios help us to be flexible enough to cope with various situations in the future.
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they'll help us to be prepared for alternative futures and they question our persistent beliefs about the futures.
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scenarios, help us also to innovate the futures possible to us by helping to break our mental models and by that, at the best, to encourage us to create something new.
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scenarios are like wind tunnels for strategy.
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The process, the phase of making the scenarios leads us to seek for information about the future, weak signals, trends, wild cards etc. and think about the possibilities of combinations of these elements. The process of information seeking and processing is surely going to be useful to any organization. Also, scenarios are able to break the mental models of organizations and enhance what I have named organizational futures learning.
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The end result, scenarios or the views of the future world are of course useful for communicating the possibilities of the futures to the stakeholders. But they have even more valuable benefit: they create other futures processes.
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Scenarios are for challenging the organizations collective view of what is going to happen in the future. Their purpose is to challenge us to be prepared for events and situations that break our expected futures.

Trechos retirados de "Scenarios: Process and Outcome"
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Imagem retirada de "Morgan Stanley Blue Paper - Capital Goods: 3D Printing"

Now we're talking (part IV)

Parte Iparte II e parte III.
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Ontem, o Paulo Vaz mandou-me mais um tijolo para o edifício com "Renaissance of the Fix-It Society?":
"The rise of a fix-it, small-scale economy of repair shops and community 3-D fabs that can be rented by individuals would be a welcome expansion of what I call the Community Economy, the parts of the economy that are neither owned or controlled by global corporations or the Centralized State.
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Such localized repair venues are already proliferating; I have seen stories on such community shops in Germany, where people can either borrow tools to fix their broken appliances or pay a repair person a fee to help them effect the necessary repair."

E em mongo?

"The more unusual your product is, the more you should aim for a premium price segment, if you have close competitors you may have to hit a particular price point to capture a volume market, but if not, the cons usually outweig the pros."
Trecho retirado de "The Psychology of Price" de Leigh Caldwell.

domingo, janeiro 12, 2014

Curiosidade do dia

"But what is less obvious is that the course of recessions and booms might also be shaped by our desire for prices that move in line with accepted ethical norms rather than the laws of supply and demand.
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It might seem absurd that consumer irritation at a price hike, or the cost of repainting a sign, could add up to enough price rigidity to cause a recession – and not every economist buys the idea – but it is possible, and an influential school of thought. Economic frictions, just like real friction, may seem trivial. They are not."
Trecho retirado de "What price supply and demand?

Now we're talking (part III)

Parte I e parte II.
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O artigo referido na parte II, permitiu-me chegar a Arun Sundararajan. A coluna do lado direito é uma fonte muito interessante.
""This is the first stage of something more profound, which is the ability of people to structure their lives around doing multiple sharing-economy activities as a choice in lieu of a 9-to-5, five-day-a-week job," said Arun Sundararajan, a professor at New York University." (aqui)
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"As this model becomes more mainstream, consumer spending in the sharing economy will make up “at least a single-digit percentage” of gross domestic product in five years, Sundararajan estimates. Policy makers should start thinking about creating “metrics that capture the use of assets, not just the sale of assets” to more comprehensively monitor the health of industries, he said."(aqui)
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E este negócio "Rent the Chicken"?! (aqui)

Coisas a que os europeus se vão habituar


Agora imaginem os Golias a tentarem competir com os Davids na produção de leite biológico

Em "Se a tribo dos Qimondos imaginasse..." escreve-se sobre a evolução da indústria do leite na Dinamarca, um gigante todo poderoso.
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Em "Aqui vai a resposta" escrevi sobre o negócio do leite:
"Facto 1: o leite é uma commodity, o que conta é o preço.
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Facto 2: para ter sucesso a vender uma commodity o truque é a escala, quanto maior melhor.
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Facto 3: dimensão das explorações leiteiras em alguns países:
Na Roménia? 1,5
Em Portugal? 18 (em 2010); 10 (em 1995)
Em Espanha? 42 (em 1995)
Em França? 60 (em 1995)
Na Alemanha? 55 (em 1995)
Na Dinamarca? 69 (em 1995)
No estado do Wisconsin? 98 (em 2010)"
Como se fura um modelo de negócio baseado na escala?
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Proximidade, autenticidade, e descomoditizar o produto trabalhando para um nicho recordar "Bit by Britt, farm family makes its mark the milky way".
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E, apostando numa mensagem que coloque o leite numa outra categoria, recordar as "Breakaway brands" (parte I, parte II, parte III, parte IV), por exemplo, aproveitando "Is Organic Milk Better for You? It Might Be".
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É o velho truque de David contra Golias.
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Agora imaginem os Golias a tentarem competir com os Davids na produção de leite biológico... ia ser bonito.

"the Internet on crystal meth" e Mongo (parte IV)

A propósito da série ""the Internet on crystal meth" e Mongo (parte III)" e "O futuro pode muito bem passar por meter código naquilo que já existe (parte II)" várias pessoas ontem, via Twitter, enviaram-me artigos com o dark side:
Vertentes importantes a ter em conta no processo evolutivo.

sábado, janeiro 11, 2014

Curiosidade do dia

"O governo de Pequim reclama o título de maior comerciante de bens do mundo, destronando os EUA nesse campeonato, depois de as importações no país terem disparado em Dezembro pelo quinto mês consecutivo."
Trecho retirado de "China já é líder mundial no comércio de bens"

"Now we're talking" (parte II)

A propósito de "Now we're talking", o António Santos, no FB chamou-me a atenção para este artigo "Jeremiah Owyang: Profiting From A Collaborative Economy".
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O artigo chama a atenção para outra característica de Mongo, a economia da partilha e do aluguer, tantas vezes referida aqui no blogue (ver marcadores).
"It’s being called the “Sharing Economy,” “Mesh Economy,” “Collaborative Consumption,” and now the “Collaborative Economy.”
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Access is being made affordable to those who previously could not pay for hotel rooms, a rented car, a vacation yacht, one-of-a-kind jewelry, a gourmet meal served in a private room, or industrial or commercial space for a nascent company. In all these cases sharing or collaboration is involved. So is modern technology such as mobile, social media, sensor, data and location.
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Perhaps it’s all a temporary phenomenon, festered by the lingering remnants of the most persistent economic downturn in 65 years; perhaps it is representative of a permanent new way of doing business. The evidence seems to be pointing toward the latter, and many experts see it as sufficiently significant as to be defined as a new economy, one likely to disrupt many aspects of the old one.
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While people have been bartering, forming collectives, helping each other for centuries, there is something new and different going on today. Back in simpler times, these acts of sharing and collaboration all took place on the community level, where people knew each other by reputation and knew who to trust in business or confidences. Now it can go global and work in real time."

Não acredito que seja falta de sensibilização

No final do passado mês, recebi um telefonema de uma empresa que me pedia se os podia ajudar num problema de produtividade.
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Segundo a empresa, os 3 turnos faziam o mesmo trabalho e tinham produções muito diferentes.
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Tive de rejeitar o convite, argumentando que essa não era/é a minha especialidade. Gosto de trabalhar no aumento da produtividade mas trabalhando no numerador da equação da produtividade, trabalhando com a gestão de topo.
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Esta semana a empresa voltou a contactar-me por e-mail. Respondi:
"Pelo que recordo, da nossa conversa telefónica, existem grandes disparidades de produtividade entre turnos. Parece-me que não é tanto uma questão técnica mas mais uma questão de investigação lógica: o que é que se faz de forma diferente entre os vários turnos? Porquê?
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Não sou um especialista em produtividade laboral, limitar-me-ia a essa pesquisa lógica de identificação de diferenças."
E o comentário que a empresa me deu, deixou-me desconcertado:
"O problema é mesmo esse é que o trabalho é exactamente o mesmo nos 3 turnos, e as produções variam muito! Daí pensarmos mesmo que a questão que seja mesmo de sensibilização."
Come on!
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Da minha experiência de trabalhar por turnos rotativos, (0h-8h; 8h-16h e 16h-24h), (a velha escola japonesa) recordo perfeitamente o quão diferente era, por exemplo, trabalhar no turno das 8h e precisar de ir ao armazém, ou precisar de apoio da manutenção, ou precisar de uma decisão na hora do chefe da secção ou do director da produção. Se estivesse no turno das 0h, tinha o armazém fechado, tinha a manutenção fechada e o chefe a dormir... não era a mesma coisa, estávamos mais por nossa conta.
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Lembrei-me disto ao ler este artigo "Drive Performance by Focusing on Routine Decisions". Quando estou envolvido em projectos de cartografia de processos, recordo sempre um ensinamento do meu trabalho passado com o Juran Institute: quanto mais caixas de decisão, mais variabilidade, mais potencial para problemas.
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Daí não ser de estranhar:
"Instead of mapping workflow in detail with “boxes and arrows,” managers should focus on the “diamonds and arrows” of decision flows. In our transformed information economy, improving the decisions of knowledge workers can have a much higher impact on business performance than fixing daily workflow inefficiencies."
Por isso, é uma pena que se associe falta de produtividade a uma questão de vontade, de sensibilização.
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Infelizmente, não é por ser uma PME que se pensa assim, recordar o que fica destilado de uma passagem por Harvard, Wharton e as escolas de gestão na Suiça em "Pregar o Evangelho do Valor a pagãos...ou O jogo do gato e do rato (parte IX)"

Now we're talking

Preto no branco a descrição da revolução que está a entranhar Mongo nos nossos dias, na nossa economia:
" a DIY Internet revolution that could upend chains everywhere" (Moi ici: Parece que a minha mensagem/visão está a generalizar-se...)
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(Moi ici: Isto é delicioso, isto é belo, isto é poético)  a trend that has been getting a lot of attention lately. Some refer to it as the DIY - for do it yourself - movement. Venture capitalist Hemant Taneja, looking at it from a different angle, calls it "unscaling." Chesky uses the term "decentralized production." Marc Andreessen hit on the concept in a manifesto entitled "Why Software Is Eating the World."
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It all points to the same idea: Information technology is eroding the power of large-scale mass production. We're instead moving toward a world of massive numbers of small producers offering unique stuff - and of consumers who reject mass-produced stuff. The Internet, software, 3D printing, social networks, cloud computing and other technologies are making this economically feasible - in fact, desirable.
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 the underlying story of Airbnb, information and the major hotels will get replayed in lots of industries in the next few years. Mass production and sameness mean safety when information, intimacy and trust don't exist. As information, delivered globally and cheaply over the Internet, brings back intimacy and trust, the advantage of uniformity at scale slips away.
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"These new economies of unscale will be good for job growth, because they open up thousands of new market niches for exploitation,(Moi ici: "thousands of new market niches for exploitation", ou seja, uma outra forma de dizer Mongo!!! Bingo!!!)
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"To succeed, though, first we have to unlearn what we have been taught about business. We have to think in an unscaled mind-set, where the emphasis is on a greater number of specialized products sold to customers who know exactly what they need." (Moi ici: Por isto, é que me passo quando leio os figurões todos cá da terrinha e descubro que o anónimo engenheiro da província vê mais à frente)
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“In the last 15 years, bits and bytes have been revolutionized,” he notes. “The next 15 years, I think you will see things, atoms, physical industry, services – things in the real world – starting to be changed. All that stuff will change.”"

Conseguem imaginar as consequências?
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Na impostagem, no ensino, no marketing, na distribuição, no emprego, no ...

Trechos retirados de "The End of Mass-Production"

Acerca do investimento

À atenção do Bruno,
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O investimento vai-se fazendo, porque não tem ministros por perto é pouco noticiado. No entanto, a coisa vai-se fazendo, só nos últimos dias apanhei:

sexta-feira, janeiro 10, 2014

Aitizaz Hasan


Um herói!!!
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Dar a vida pelos amigos.

Curiosidade do dia

Um tema interessante "On the Origin of States: Stationary Bandits and Taxation in Eastern Congo":
"The essential question is, why do states form? Would that all young economists interested in development put their effort toward such grand questions! The old Rousseauian idea you learned your first year of college, where individuals come together voluntarily for mutual benefit, seems contrary to lots of historical evidence. Instead, war appears to be a prime mover for state formation; armed groups establish a so-called “monopoly on violence” in an area for a variety of reasons, and proto-state institutions evolve. This basic idea is widespread in the literature, but it is still not clear which conditions within an area lead armed groups to settle rather than to pillage.
...
 What is the difference between pillaging and sustained state-like forms? The pillager can only extract assets on its way through, while the proto-state can establish “taxes”."
Os estados não apareceram para nos defender, apareceram para nos pastorear e ordenhar.
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Oh, wait ... Mário!

Se pensar em alargar o âmbito dos clientes-alvo, cuidado...

Um excelente texto "Red Lobster and the Brand Envy Dilemma", que podia servir de pontapé de saída para uma reflexão estratégica em muitas empresas.
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Uma empresa nova aparece no mercado e oferece uma proposta de valor clara para um certo tipo de clientes-alvo:
"Red Lobster got its start bringing fresh seafood to landlocked parts of the US. It developed an outstanding supply chain for fish and became a dining out routine for millions of Americans, especially on its famous “endless shrimp” days."
Ao sucesso inicial segue-se o crescimento, depois, ao fim de algum tempo, começam as cópias e perde-se a vantagem competitiva:
"But in recent years, as cold chains became more prevalent, almost all restaurants now serve fish, and Red Lobster’s comparative advantage has dwindled."
Então, muda-se de gerência e procura-se uma nova orientação estratégica:
"In response, Red Lobster undertook a renovation of its restaurants and of its brand. Now there is a “fresh” menu and a grill master standing ready to cook to order. The gleaming wood and softer lighting is designed to attract “experientials”: people looking for a fun night out, rather than an opportunity to stock up on affordable protein""
É quase sempre assim, há um padrão:
"Successful retail concepts always peak at some point. They saturate their market, expand to all possible geographies, watch copycats invade their space. Then what? Like Red Lobster they often get brand envy: if only we could get some better customers while not alienating our existing customers. The problem is as old as infidelity, with similar results. You can be satisfied with what you have, or switch (with unpredictable results), but you can rarely have both."
E este é um dos problemas do crescimento rápido, um dos riscos do calçado português passa por aqui, também, querer ir a todas, querer servir toda a gente, aumentar o volume... e perder a vantagem competitiva e diluir-se sem a noção de quem são os clientes-alvo:
"The value of a brand is twofold: it communicates about the product offering: the category (shoes), quality (middling), service (none), price (affordable), but in addition it also stands for the target market it serves. “What to Whom” as I call it. It’s easier to change the “what” than it is to change the “whom”. Revamping the stores, changing the prices, advertising during the Super Bowl, all it takes is money and commitment. But the point of a brand is to create an indelible image in the minds of consumers of what you stand for. To change it is to throw it away. The traditional Red Lobster customer arrives with her family of five for endless shrimp only to discover a fancy fresh fish menu and soft lighting. The new target market of experiential thirty-year-olds get to sit next to a disgruntled family of five."
Portanto, da próxima vez que na sua empresa se pensar em alargar o âmbito dos clientes-alvo, talvez seja de pensar nisto:
"So what’s to be done if you have brand envy? Step one is to put those thoughts on hold and think more about how to serve your existing customers as well as possible within the bounds of profitability. Step two is to ask if there is a way to attract the more profitable customers without detracting from the experience of the existing customers. If step two is not possible, maybe you need a new brand, not a stretched one."

Conservas e pricing

Uma dúvida.
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Se os meus vizinhos da Comur, na Murtosa, fizessem "pressão" para que este produto ficasse ao lado das embalagens de peixe fumado, nos frios, talvez tivessem muito mais sucesso do que colocados ao lado de outras latas de conserva a 0,60€.
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Como aprendi com alguém, nós olhamos sempre para o preço num contexto.
"Coca-Cola Co. found that a can of soda sold in the sportswear aisle of Wal-Mart, alongside clothing, can command a higher price than if it’s positioned in the beverage aisle near its rivals."

Se a tribo dos Qimondos imaginasse...

Li "Bringing home the bacon -Tiny Denmark is an agricultural superpower" e lembrei-me logo de André Macedo, Jaime Quesado e quejandos, a tribo do Qimondos.
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Em "Cuidado com as generalizações, não há "sunset industries"" critiquei a frase:
“Acontece que o abandono progressivo das actividades com baixo valor acrescentado (têxteis, calçado) é uma estrada sem regresso possível e sem alternativa. Vai doer, mas só assim o país ficará mais forte e competitivo.”
Porque metia sectores inteiros no mesmo saco e, voltei a usar a frase que aprendi com Suzanne Berger:
“… there are no “sunset” industries condemned to disappear in high wage economies, although there are certainly sunset and condemned strategies, among them building a business on the advantages to be gained by cheap labor” 
Portugal tinha de acabar com esses sectores para ser um país de futuro... a Dinamarca parece que não se importa de apostar na produção de carne de porco e de leite de vaca...
"Denmark is a tiny country, with 5.6m people and wallet-draining labour costs. But it is an agricultural giant, home to 30m pigs and a quiverful of global brands. In 2011 farm products made up 20% of its goods exports. The value of food exports grew from €4 billion ($5.5 billion) in 2001 to €16.1 billion in 2011. The government expects it to rise by a further €6.7 billion by 2020.
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Why, in a post-industrial economy, is the food industry still thriving? Much of the answer lies in a cluster in the central region of the country. Policymakers everywhere are obsessed by creating their own Silicon Valleys. But Denmark’s example suggests that the logic of clustering can be applied as well to ancient industries as to new ones. (Moi ici: Parece que alguém relacionou os macacos de Hausmann com os clusters de Porter... Ah! Se nos anos 90 tivéssemos tido quem nos apontasse este caminho...) In central Denmark just as in California, innovation is in the air, improving productivity is a way of life, and the whole is much greater than the sum of the parts. Entrepreneurs see the future in meat and milk."
O problema nunca é o sector onde trabalhamos, o problema é, quase sempre, a estratégia seguida. Como é que um sector tão antigo como a agricultura pode suportar salários tão altos? (BTW, não existe salário mínimo nacional na Islândia, Noruega, Finlândia, Suécia e Dinamarca)
"The word on everyone’s lips is “innovation”" 
Subir na escala de valor.

BTW, nem sei como é que o politicamente correcto engole isto:
"the Danish Crown slaughterhouse organises regular tours for visitors, including schoolchildren, with views of the killing line."