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sábado, janeiro 28, 2017

Em tempos de mudança ...


Recordar "Quem somos?" e perceber que em tempos de mudança forte, em tempos de corte, é o nosso apego à familiaridade do que somos que nos impede, ou cria a fricção que dificulta a abertura para o novo que teremos de construir para ser.

É o que diferencia muitas vezes os pré-adolescentes dos adultos em situações de desastre e faz deles uns sobreviventes.

Recordar Laurence Gonzales:

Contrastar com os Pigarros sempre com direitos adquiridos e protegidos pelo Estado e com os que têm a palavra apoio e subsídio na mente.

Ontem de manhã, no noticiário das 08h00, a Antena 1 apresentou uma peça sobre o desemprego. O texto lido era mais ou menos este o qual era complementado com uma entrevista ao presidente da câmara de Tabuaço, município com uma taxa de desemprego superior a 20%. Com quase 53 anos e muito tarimbado nestas andanças, quase que me escandalizei com as palavras do referido presidente da câmara. Segundo ele, o desemprego em Tabuaço era elevado porque o governo central ainda não tinha feito nada pelo Interior. Tanto locus de controlo no exterior ... até dói.

Neste caso, o que proponho é um voltar às origens. Por que é que Tabuaço dura há tantos anos? No tempo em que cada terra tinha de viver por si, de que é que Tabuaço vivia? Como é que Tabuaço pode construir uma economia com gente com skin-in-the-game privilegiando o que já fez Tabuaço "grande", sustentável, no passado?

Talvez seja tempo de deixar de esperar ajudas de Lisboa e de querer copiar o Porto e Lisboa.

Da Wikipedia retiro:
"As raízes da vila de Tabuaço remontam a tempos mais velhos do que a própria nacionalidade portuguesa. Durante a Pré-História, vários foram os povos que aqui se instalaram e desenvolveram a sua acção, visível quer em ruínas de abrigos e castros, quer em vestígios de instrumentos de trabalho, como peças de cerâmica ou primitivos lagares e lagaretas de azeite e vinho."
Come on! Querem-me dizer que uma terra que atraiu gente tão cedo não é capaz de ter pernas para andar? 

terça-feira, janeiro 14, 2014

Para reflexão

Leio isto a pensar nas empresas e porque é que umas sobrevivem a "cataclismos" e outras não
"With my interest in science, then, I thought there must be some research that could help me to understand the mysteries of survival I'd encountered. I found otherwise rational people doing inexplicable things to get themselves killed—against all advice, against all reason.
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After reading hundreds of accident reports and writing scores of articles, I began to wonder if there wasn't some mysterious force hidden within us that produces such mad  behavior. Most people find it hard to believe that reason doesn't control our actions. We believe in free will and rational behavior. The difficulty with those assumptions comes when we see rational people doing irrational things.
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Those who survive are just as baffling. I knew, for example, that an experienced hunter might perish while lost in the woods for a single night, whereas a four-year-old might survive. When five people are set adrift at sea and only two come back, what makes the difference? Who survived Nazi prison camps? Why did Scott's crew perish in Antarctica while, against all odds, Shackleton's crew survived and even thrived in the same circumstances? Why was a seventeen-year-old girl able to walk out of the Peruvian jungle, while the adults who were lost with her sat down and died? It was maddening to find survival so unpredictable, because after all, science seeks predictability. But as I raked the ashes of catastrophe, I began to see the outlines of an explanation. Most of what I discovered through the years of research and reporting was not new.
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The principles apply to wilderness survival, but they also apply to any stressful, demanding situation, such as getting through a divorce, losing a job, surviving illness, recovering from an injury, or running a business in a rapidly changing world. It's easy to imagine that wilderness survival \could involve equipment, training, and experience. It turns out that, at the moment of truth, those might be good things to have but they aren't decisive. Those of us who go into the wilderness or seek our thrills in contact with the forces of nature soon learn, in fact, that experience, training, and modern equipment can betray you. The maddening thing for someone with a Western scientific turn of mind is that it's not what's in your pack that separates the quick from the dead. Ifs not even what's in your mind. Corny as it sounds, it's what's in your heart."
Trechos retirados de "Deep Survival" de Laurence Gonzales. Um livro que comecei a ler só porque foi recomendado por William Dettmer e, que vou recomendar sempre.

segunda-feira, setembro 09, 2013

Curiosidade do dia

A propósito de "Motard sobrevive quatro meses nos Andes" não posso deixar passa a oportunidade de convidar a ler "Deep Survival: Who Lives, Who Dies, and Why" de Laurence Gonzales.
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Um livro com tantos ensinamentos para quem está inserido num mercado sempre em mudança e se sente perdido e abandonado... como o rato a quem roubaram o seu queijo.

quinta-feira, maio 16, 2013

Condenados pelos limites que nós próprios criamos para nós mesmos

Já há algum tempo que não lia um texto de Seth Godin que me agradasse tanto, "Appropriate cheating in the nine-dot problem".
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Um texto que pode ser relacionado com o que aqui vamos escrevendo há anos e anos sobre a "batota" (ver marcador). Um texto que pode ser relacionado com o recente ""Não veja televisão. Não veja as notícias! São um veneno!""
"Then he ends your frustration and points out you've been tricked by your own limits, because, of course, there's nothing in the rules that says you can't
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The thing is, this isn't the end. This is the beginning of the cheating,
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People who have been online for awhile have seen this happen over and over, and yet hesitate to do it with their own problem. Not because it can't be done, but because it's not in the instructions. And the things we fear to initiate are always not in the instructions."
 Agrilhoados, algemados, presos, amedrontados, enterrados, paralisados, condenados pelos limites que nós próprios criamos para nós mesmos, ou aceitamos que uns "gurus" estabeleçam para nós próprios.
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Quando a paisagem competitiva muda muito é preciso voltar a ser "criança" e ignorar as instruções, para fazer o reset ao modelo mental... good old Gonzales:

sábado, outubro 20, 2012

Algo que se constrói, não algo que nos acontece

Os opinadores nos media, quase todos contaminados por um doentio locus de controlo no exterior, culpam os outros pela nossa situação colectiva.
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Seth Godin escreveu algo útil para essa gente reflectir:
"The beaten path isn't something that happens to you, it's something you build.
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It's the last step, not the first."
 Nunca é o que nos acontece que é determinante... mas sim o que fazemos com o que nos acontece... e volto a Laurence Gonzales e a "Deep Survival", e a Ken Robinson e a "The Element", e aos "alfaiates de máquinas" cheios de paixão e sentimento pelo que fazem.
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São como os ratinhos do "Quem mexeu no meu queijo!", não culpam o mundo pelo que lhes acontece, constroem um novo mundo com o que são, com o que têm dentro de si.
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E um dia, quando estivermos em Mongo e isto passar a ser banal, o que vai fazer a diferença será a paixão, a arte, mesmo no fabrico de máquinas. O caminho que construímos...
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E é mesmo Lc 10, 21.

domingo, julho 15, 2012

Característica nº 12

E chego ao fim de "Deep Survival" de Laurence Gonzales... que livro!
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O autor termina com uma lista de 12 características que são partilhadas pelos sobreviventes:
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"1.Perceive, believe (look, see, believe). Even in the initial crisis, survivors' perceptions and cognitive functions keep working. ... If there is any denial, it is counterbalanced by a solid belief in the clear evidence of their senses. They immediately begin to recognize, acknowledge, and even accept the reality of their situation. ... They may initially blame forces outside themselves, too; but very quickly they dismiss that tactic and recognize that everything, good and bad, emanates from within. They see opportunity, even good, in their situation. They move through denial, anger, bargaining, depression, and acceptance very rapidly. They “go inside.” Bear in mind, though, that many people, may have to stuggle for a time begore they get there."
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"2.Stay calm (use humour, use fear to focus). In the initial crisis, survivors are making use of fear, not being ruled by it.
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3.Think/analyse/plan (get organized; set up small, manageable tasks). Survivors quickly organize, set up routines, and institute discipline.
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4. Take correct, decisive action (be bold and catious while carrying out tasks). Survivors are able to transform thought into action. They are willing to take risks to save themselves and others. They are able to break down very large jobs into small, manageable tasks. They set attainable goals and develop short-term plans to reach them… They deal with what is within their power from moment to moment, hour to hour, day to day. They leave the rest behind.
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5.Celebrate your successes (take joy in completing tasks)
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6.Count your blessings (be grateful - you're alive)
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7.Play ...
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8.See the beauty...
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9.Believe that you will succeed (develop a deep conviction that you'll live
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11.Do whatever is necessary (be determined; have the will and the skill). Survivors have meta-knowledge: They know their abilities and do not over-or underestimate them. They believe that anything is possibly and act accordingly. Play leads to invention, which leads to trying something that might have seemed impossible. … Survivors don’t expect or even hope to be rescued. They are coldly rational about using the world, obtaining what they need, doing what they have to do.
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12.Never give up (let nothing break your spirit). There is always one more thing that you can do. Survivors are not easily frustrated. They are not discouraged by setbacks. They accept that the environment (or the business climate or their health) is constantly changing. They pick themselves up and start the entire process over again, breaking it down into manageable bits. Survivors always have a clear reason for going on. They keep their spirits up by developing an alternate world made up of rich memories to which they can escape. They mine their memory for whatever will keep them occupied. They come to embrace the world in which they find themselves and see opportunity in adversity. In the aftermath, survivors learn from and are grateful for the experiences they’ve had."
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Que finale!
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Desde o início da leitura do livro que procuro fazer o paralelismo com as empresas e com os seus líderes.
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Quando sou contactado por empresas que estão a passar um mau bocado, se o projecto avança, há uma conversa que aprendi a ter nas primeiras sessões de trabalho, de nada serve criticar os que estiveram à frente da empresa no passado, de nada serve criticar as leis do país ou da UE, de nada serve criticar a maneira de pensar dos clientes, de nada serve atirar as culpas para os funcionários que se despediram... estamos nisto juntos e, para a frente é o único caminho. O primeiro passo é passar o locus de controlo para o interior da empresa. Depois, o "go inside" à procura de um propósito útil num mundo em mudança constante. E um aviso, a frase de Guterres é terrivelmente verdadeira "É a vida". 
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Apesar do nosso esforço... actividade não é igual a sucesso, e o que é verdade hoje, amanhã é mentira. 

sexta-feira, julho 13, 2012

"Survivors"

Ontem ao almoço, perguntei a um empresário, que estava indignado com o facto dos bancos não emprestarem dinheiro:
- Quando há 30 anos arrancou com a sua empresa onde arranjou dinheiro? Foram os bancos?
- Não, os bancos não emprestavam dinheiro. Foi o meu sogro que me emprestou o capital inicial.
- Está a ver, é para aí que nós vamos outra vez. Não fique à espera que a vida vai voltar a ser como era até à 3/4 anos.
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No último postal escrevi "Este blog é sobre os underdogs deste mundo, os que não seguem as estratégias convencionais ditadas pelos economistas da nossa praça... os que fuçam e encontram uma alternativa, os que não esperam que alguém os salve, os que se salvam a si próprios..."
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Repito a parte final "os que não esperam que alguém os salve, os que se salvam a si próprios"
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Laurence Gonzales em "Deep Survival" a certa altura escreve que os "survivors" quando são encontrados, já não precisavam de ser encontrados, já se tinham ajustado ao seu novo mundo.
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Os "survivors" não vão estar à espera que o mundo volte a ser o que era, os "survivors" adaptam-se ao mundo novo e fazem dele a sua casa... não estão emigrados, não estão deslocados.

quinta-feira, julho 12, 2012

Decidir por um rumo

Costumo dizer:
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"Uma empresa é como uma casca de noz no meio do oceano… uma casca de noz não pode ter a veleidade de mudar o mar, mas se conhecer as correntes, se perceber as marés e se percepcionar os ventos, pode posicionar-se e procurar aproveitar activamente em seu benefício as circunstâncias do meio envolvente, em vez de esperar passivamente que lhe caia a sorte grande em cima… por acaso."
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Só depois de perceber o terreno é que faz sentido, reflectir e fazer o balanço interno, aproveitar a análise TOWS, para depoisw decidir um rumo de actuação.
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Cynthia A. Montgomery em "The Strategist" escreve de uma outra forma:
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"you must accept the things you cannot change, have the courage to change the things you can, and the wisdom to know the difference. It’s a lesson great strategists understand well, but it’s not an easy lesson to accept and master. The myth of the super-manager is hard to let go.
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The fundamental lessons here are simple but of paramount importance for the strategist.
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First, you must understand the competitive forces in your industry. How you respond to them is your strategy. That means if you don’t understand them, your strategy is based on luck and hope.

Second, even if you understand your industry’s competitive forces, you must find a way to deal with them that is up to the challenge. That may mean skillful positioning, deliberate efforts to counter negative forces or exploit favorable ones, or even a timely exit. But don’t be trapped by the myth into believing that your superior management skills will carry you to success. (Moi ici: Antes disto é importante, IMHO, a partir das oportunidades e ameaças e dos factores recolhidos numa análise PESTEL, desenhar alguns cenários que a empresa pode apanhar pela frente. Depois sim, como os sobreviventes descritos por Laurence Gonzales, fazer o soul-searching que permitirá escolher um rumo que potencie forças e minimize fraquezas para aproveitar as oportunidades e deter as ameaças)
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Third, whatever you do, don’t underestimate the power of these forces. Their impact on the destiny of your business may well be as great as your own."

segunda-feira, julho 09, 2012

A estratégia é a história (parte II)

Parte I.
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A primeira vez que facilitei um exercício de construção de um mapa da estratégia numa empresa, foi também a primeira vez que percebi o seu poderoso papel como veículo de comunicação, de comunhão, de alinhamento.
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Traduzir a estratégia num desenho, numa ilustração que facilita a explicação, que mostra como é que a empresa pensa que pode ter sucesso, que mostra, várias jogadas à frente, qual o papel de cada um e como é que cada um contribui para a execução da estratégia, que mostra como recursos e actividades se conjugam para seduzir e fidelizar clientes.
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O que aprendi foi a facilidade com que um mapa da estratégia se pode transformar no esqueleto de uma história, a história da estratégia.
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Em vez de uma história de derrotismo, os outros estão contra nós, o futuro é ditado por outsiders, temos o direito adquirido a um naco de queijo todos os dias e alguém tem de o trazer!!!
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“Meanwhile, Mark Adams [outro naufrago, ver parte I] was still screaming. “Didn’t anyone tell them we were fucking out here!” he raved. He had no idea who might have told “them” or who “they” were. He didn’t plan for the situation because he didn’t know his own world or take responsibility for himself. He expected the world to adapt to him, to take care of him.”
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Ter uma estratégia clara, saber o que ela significa, perceber o seu poder, para concentrar esforços e alinhar mentes, vontades e sonhos, é um outro campeonato. É o campeonato do optimismo, é o campeonato dos que têm o locus de controlo dentro de si. É uma outra história, uma outra narrativa, uma outra postura.
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Imaginem agora um empresário, presença assídua nos media tradicionais e que há anos debita sempre a mesma receita:
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"- Para aumentar a competitividade das empresas é preciso reduzir os salários dos trabalhadores. Só assim o país pode aumentar as suas exportações."
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Quando o leio penso sempre nos seus trabalhadores... Como será trabalhar numa empresa em que a única história é esta? Em que a narrativa em vigor é a do jogo do gato e do rato, se se aumentam os salários reduzem-se os ganhos de produtividade. Por que se deve aumentar a produtividade? Para permitir aumentar o nível de vida das sociedades... Ui! Há aqui algo que não bate certo...
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Qual é a história que conta na sua empresa?
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Continua.

domingo, julho 08, 2012

A estratégia é a história (parte I)

É comum, é mesmo demasiado vulgar, apanhar empresários, ou líderes de associações empresariais, nos media a culpabilizarem os outros, os que estão no exterior da sua empresa ou sector.
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Os problemas da sua empresa ou sector são culpa do escudo que está muito valorizado, dos chineses e dos paquistaneses que trabalham com mão-de-obra escrava, dos bancos que não emprestam dinheiro, do clima porque não chove, do clima porque chove demais, do governo porque não lhes dá um subsídio ou um apoio, da Merkel porque sim e porque não, ...
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O mesmo locus de controlo no exterior pode ser encontrado nos políticos, daí que não seja de estranhar este desabafo:
"Alguns líderes políticos são fracos e não tem a coragem de explicar por que é que os seus países estão na situação em que estão. Em vez de reconhecerem os problemas, alguns governos ou líderes tentam encontrar desculpas, e por vezes é mais fácil dizer que é preciso tomar determinada decisão porque lhes foi imposta"
Volto mais uma vez a "Deep Survival" de Laurence Gonzales, um excelente livro. Um livro que nunca teria aberto se não tivesse sido recomendado por William Dettmer. Nos capítulos 11 e 12 o autor relata os sentimentos dos sobreviventes de dois naufrágios em alto-mar, no caso que transcrevo aqui, 5 pessoas estão num bote de borracha sem mantimentos após o seu barco se ter virado e afundado:
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"She understood that they were on their own. She was thinking analytically, assessing her situation, and accepting reality. She was able to face the notion that she would have to take responsibility for her own survival." (Moi ici: Os sobreviventes assumem a responsabilidade pela sua própria salvação, não ficam à espera que a salvação venha do exterior)
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“While the other crewmembers veered wildly from hysteria to giddiness to deep depression and angry, irratinal arguing among themselves, Kiley [uma das sobreviventes, a que escreveu o livro] fought to consolidate something inside herself. “I closed my eyes, trying to get away from their death masks, from the sharks, from everything.” She was looking within herself for balance.”  (Moi ici: Depois de perceber a realidade, depois de a aceitar, depois de assumir a sua responsabilidade, volta-se para dentro, para encontrar um novo ponto de equilíbrio, uma nova âncora. O mesmo se passa com muitas empresas com que tenho trabalhado ao longo dos anos, ao perceber a realidade que as cerca a mudar, ao perceber que o futuro vai ser diferente do que foi o passado, em vez de esperar pela salvação do papá-Pinho, ou do papá-Álvaro, assumem a sua própria salvação. Como? Olhando para dentro de si, olhando para o seu interior, o que podem encontrar dentro de si que faça sentido na nova realidade? Qual a nova estratégia? Qual o novo modelo de negócio)
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“Meanwhile, Brad Cavanagh [o comandante do navio afundado] was sitting alone by himself on the bow of the boat, shouting at the sky: “Fuck you, God. Fuck you, you fucking bastard!” (Moi ici: Tão fácil ver os gritos transformados em "Fuck you, Merkel). He was doing the opposite of going inside himself, where survival begins. Epictetus wrote: “You must either cultivate your own ruling faculty, or external things; you must either exercise your skill on internal things or on external things; that is, you must either maintain the position of a philosopher or that of a common person. And; “The condition and characteristic of a philosopher is this: he expects all advantage and all harm from himself.” He doesn’t blame others, nor turn to them. He takes responsibility for himself.
… 
Cavanagh blamed something outside himself for his predicament. He was not looking within for consolation and consolidation, for opportunity and strength.”
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Quando um empresário fala, os que trabalham com ele e para ele ouvem.
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Quando um empresário grita, em sentido real ou figurado, para o mundo, insultando a senhora Merkel ou os chineses, ou os vizinhos da frente que, segundo ele, devem andar a roubar matéria-prima, ele está a contar uma história aos seus trabalhadores, aos seus fornecedores, aos seus clientes, aos seus financiadores, aos seus parceiros.
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E no caso da sua empresa, qual é a narrativa que transparece para os outros?
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Continua.

sábado, julho 07, 2012

Não apetece fazer humor?

Ontem à noite vi um bocado da série NCIS, a certa altura o agente DiNozzo estava, como é costume, com o seu repertório de conversa da treta, a fazer pouco de alguém, neste caso um agente da Mossad.
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Tentei contextualizar aquela mania dele com a sua profissão... e lembrei-me do que li recentemente em "Deep Survival" de Laurence Gonzales. Ter medo é bom, entrar em pânico é a morte do artista. Como é que quem tem medo pode combater o sentimento de pânico? ~
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Segundo Gonzales, uma das formas mais eficazes de combater a perda de controlo de uma situação que mete medo é... brincar com ela, é apostar no humor:

"The first lesson is to remain calm, not to panic. Because emotions are called “hot cognitions,” this is known as “being cool.”
Only 10 to 20 percent of people can stay calm and think in the midst of a survival emergency. They are the ones who can perceive their situation clearly; they can plan and take correct action, all of which are key elements of survival. Confronted with a changing environment, they rapidly adapt.
The first rule is: Face reality. Good survivors aren’t immune to fear. They know what’s happening, and it does “scare the living shit out of” them. It’s all a question of what you do next. ...Survivors “laugh at threats… playing and laughing go together. Playing keeps the person in contact with what is happening around [him].” To deal with reality you must first recognize it as such. … if you let yourself get too serious, you will get too scared, and once that devil is out of the bottle, you’re on a runaway horse. Fear is good [Fear puts me in my place. It gives me the humility to see things as they are]. Too much fear is not."
É interessante relacionar isto com o discurso de quem olha para a realidade e de como a interpreta:

Comparem os títulos... comparem os textos.
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Existe realidade? Parece que sim...
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Existe objectividade? Eheheh
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Não apetece fazer humor?
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Será genuíno ou para evitar que o medo se transforme em pânico?
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Ou, talvez para ilustrar a facilidade com que todos nós tomamos decisões influenciados por informação dita factual mas carregada de subjectividade... ehehehhe 
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Razão tem Dan Ariely em "Predictably Irrational - The Hidden Forces That Shape Our Decisions"
que dedica o primeiro capítulo à relatividade das nossas decisões:
"humans rarely choose things in absolute terms. We don't have an internal value meter that tells us how much things are worth. Rather, we focus on the relative advantage of one thing over another, and estimate value accordingly."

sexta-feira, junho 29, 2012

Ter um plano é bom, planear é óptimo. Estar apaixonado por um plano é perigoso.

Eu sou um apoiante declarado de trabalhar com um plano. Por isso, talvez perceba como um plano é uma coisa frágil, quando um plano embate violentamente contra a realidade, ou mudamos o plano ou, qual Pigarro, ficamos à espera que o mundo nos traga, numa bandeja dourada, o queijo que desapareceu... hum, é melhor mudar o plano.
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Mais importante do que ter um plano é o exercício de fazer o planeamento. O planeamento ajuda-nos a avaliar e a reconhecer se o caminho que estamos a percorrer se assemelha ao caminho que visualizámos quando fizemos o plano.
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No entanto, quando me falam de grandes planos dos governos torço sempre o nariz...
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Há dias, ao ver na televisão o República Checa vs Portugal, no último europeu de futebol, gritei golo aí uns cerca de 10/15 segundos antes da imagem chegar ao ecrã. Claro, a minha filha não gostou!!! Ela estava a seguir as imagens e o relato na TV e eu estava a seguir as imagens da TV mas o relato nos auriculares ligados ao rádio.
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Quando alguém segue um plano criado por si e para si tem, durante o desenrolar do plano, oportunidade de receber feedback rapidamente e actuar, mantendo ou alterando o plano. Agora imaginem um Grande Plano, criado pelo Grande Planeador que é um governo. Com quanto tempo de atraso é que vai receber feedback? Quão deformado vai chegar esse feedback? Quão próximo da realidade vão estar os autores do plano? Quem alterará mais rapidamente o plano se necessário?
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Um plano não pode ser um colete de forças, não pode ser um mandamento divino. Um plano é uma hipótese... um plano, como dizia Popper, é uma maravilha, é uma hipótese que testamos no mundo e que podemos descartar se falhar... os animais, porque não têm planos, pagam-no quase sempre com a vida, quando fogem dos constrangimentos impostos pela natureza.
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Laurence Gonzales em "Deep Survival" chama a atenção para a facilidade com que nos enamoramos dos planos, o que pode ser grave para o futuro, das pessoas, das empresas, dos países:
"The annoying thing about plans is how rare it is for everything to go just right. (Moi ici: Lembra-me logo Col. John 'Hannibal' Smith: "I love it when a plan comes together.")… they were moving toward a goal: the Big Climb, where the plan, a memory of the future, tries on reality to see if it fits. Sometimes an idea can drive action as powerfully as an emotion. Plans are an integral part of survival. Plans are generated as one of the many outputs of the brain as it goes about its business of mapping the body and the environment, along with the events taking place in both, resulting in adaptation.

The human brain is particularly well suited to making complex plans that have na emotional component to drive motivation and behavior. Plans are stored in memory just as past events are. To the brain, the future is as real as the past. The difficulty begins when reality doesn’t match the plan. 
Memories are not emotion, and emotion is not memory, but the two work together. Mental models, which are stored in memory, are not emotions either. But they can can be engaged with emotion, motivation, cognition, and memory. And since memories can exist in either the past or the future, the brain it’s the same thing. You bookmark the future in order to get there. It’s a magic trick: You can slide through time to a world that does not yet exist.

we all make powerful models of the future. The world we imagine seems as real as the ones we’ve experienced. We suffise the model with the emotional values of past realities. And in the thrall of that vision (call it the “the plan,” writ large), we go forth and take action. If things don’t go according to the plan, revising such a robust model may be difficult. In an environment that has high objective hazards, the longer it takes to dislodge the imagined world in favor of the real one, the greater the risk.
In nature, adaptation is important; the plan is not. It’s a Zen thing. We must plan. But we must be able to let go of the plan, too.

Psychologists who study survival say that people who are rule followers don’t do as well as those who are of independent mind and spirit. When a patient is told that he has six months to live, he has two choices: to accept the news and die, or to rebel and live. People who survive cancer in the face of such a diagnosis are notorious. The medical staff observes that they are “bad patients,” unruly, troublesome. They don’t follow directions. They question everything. They’re annoying. They’re survivors. The Tao Te Ching says:
The rigid person is a disciple of death;
The soft, supple, and delicate are lovers of life.

The closer they got to the goal, the harder they tried, the more excited they became. Halfway through a Hollywood movie, the hero becomes totally commited to his goal. … the plan gradually became unshakable. The overwhelming evidence that conditions in the real world were rapidly diverging from their memories of the future made no difference.
There is a tendency to make a plan and then to worship the plan, that “memory of the possible future.” But there is also a tendency to think that simply by putting forth more and more effort, we can overcome friction. … Rather than accept friction as a fact of life, they tried to overcome it. And as history shows, the harder we try, the more complex our plan for reducing friction, the worse things get."
Ter um plano é bom, planear é óptimo. Estar apaixonado por um plano é perigoso. Seguir planos do Grande Planeador é um acidente à espera de acontecer.

quinta-feira, junho 28, 2012

Em pânico

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- Este tipo está em pânico!
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Depois, vou buscar o "Deep Survival" de Laurence Gonzales e escolho meio dúzia de citações que suportam a minha conclusão:
"The first lesson is to remain calm, not to panic. Because emotions are called “hot cognitions,” this is known as “being cool.”

Only 10 to 20 percent of people can stay calm and think in the midst of a survival emergency. They are the ones who can perceive their situation clearly; they can plan and take correct action, all of which are key elements of survival. Confronted with a changing environment, they rapidly adapt.

You’re sitting there sucking oxygen, you’d better have a plan. Because if you don’t, you’re screwed, and then you’re fucked.
...
The first rule is: Face reality. Good survivors aren’t immune to fear. They know what’s happening, and it does “scare the living shit out of” them. It’s all a question of what you do next.
...
Survivors “laugh at threats… playing and laughing go together. Playing keeps the person in contact with what is happening around [him].” To deal with reality you must first recognize it as such. … if you let yourself get too serious, you will get too scared, and once that devil is out of the bottle, you’re on a runaway horse. Fear is good [Fear puts me in my place. It gives me the humility to see things as they are]. Too much fear is not."
Percebo perfeitamente porque é que Camilo Lourenço, esta manhã,  confessou ter saudades de Zapatero, apesar de nada tenha feito no seu consulado para evitar o desastre.