segunda-feira, março 04, 2013

"Por que é que calçado e têxtil têm tido desempenhos tão diferentes?"

A revista Exame traz um artigo sobre as diferenças e semelhanças entre os sectores do calçado e do têxtil português "Tão iguais, tão diferentes".
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No passado dia 20 de Fevereiro, na viagem para este evento em Felgueiras, tive oportunidade de conversar com alguém que conhece o sector do calçado há muitos anos, chegou a referir-me conversas da associação do sector, a APICCAPS, com o então ministro da Indústria Mira Amaral.
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Uma das perguntas que lhe fiz foi "Por que é que calçado e têxtil têm tido desempenhos tão diferentes?"
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Precisamente a pergunta a que o artigo da Exame pretende dar resposta.
"Mas porque é que a imagem dos têxteis está a demorar mais tempo a descolar dos anos de declínio, marcados pelo impacte da concorrência asiática e da deslocalização de empresas e encomendas?"
O designer Miguel Vieira confirma essa diferença:
""os dois sectores estão em estádios diferentes de desenvolvimento". "O calçado deu o salto, percebeu a importância da tecnologia, da marca, da embalagem, da imagem, enquanto que o têxtil adormeceu, ficou mais estagnado no private label""
Como referi neste postal, esta figura conta a primeira parte do que aconteceu ao sector, às empresas do calçado:
Menos empresas, empresas mais pequenas, menos produção em pares e menos pares por trabalhador.
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O artigo dá um exemplo concreto:
"Há 12 anos éramos 500 pessoas e tínhamos cinco clientes activos. Hoje somos 160 e temos mil clientes activos"
Os números retratam uma mudança formidável!!! Passámos da quantidade, de grandes séries e poucos modelos, para uma produção mais diversificada e flexibilizada. É como passar de um extremo para o outro do espectro competitivo:
 BTW, recordar o postal de onde tirei a imagem... escrito em Janeiro de 2007.
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Os cinco clientes de há 12 anos não desapareceram, foram para a China.
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Nesse mesmo evento de 20 de Fevereiro, uma das pessoas presentes, exterior ao sector do calçado, verbalizou para a plateia o seu espanto com o que via, algo que a minha companhia de viagem tinha referido menos de uma hora antes. Essa pessoa, tinha estado em várias dezenas de sessões do mesmo tipo noutros sectores industriais e o do calçado tinha algo que o diferenciava... a quantidade de gente nova à frente de novas empresas, ou de empresas de 2ª e 3ª geração. O que diz o artigo da Exame?
"Poder de atracção de novos talentos Até no poder de atracção de jovens designers o calçado tem marcado a diferença, visível em números como a criação de mais de 300 marcas desde 2005 ou em histórias como a de João Pedro Filipe, que lançou a primeira colecção da marca Sr. Prudêncio na London Fashion Week, em Londres, depois de vencer o prémio Young Creative Fashion Entrepeneur da Plataforma de Moda - Fashion Hub Guimarães 2012 e do British Council. "Sempre estudei vestuário, mas em Paris decidi apostar no calçado. pela consciência de que parecia mais aliciante para o futuro". diz o jovem designer." 
Em Fevereiro de 2011 escrevi "Não é impunemente que se diz mal" e julgo que não é preciso dizer mais nada.
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Ao longo dos anos sempre chamei a atenção para a diferença de discurso entre a APICCAPS e a ATP. Nunca encontrei um texto da associação do calçado a apelar ao proteccionismo, a defender barreiras alfandegárias, a invectivar os chineses. Pelo contrário, ao longo dos anos tenho chamado a atenção para a inelasticidade do tempo e para o excesso desse recurso que é gasto pela ATP a combater os chineses, a combater os pobres paquistaneses, a pedir proteccionismo e a defender o levantamento de barreiras alfandegárias.
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O artigo também refere o trabalho de 30 anos da APICCAPS com sucessivos planos estratégicos para o sector. Recordar o que escrevi sobre o tema em 2009.

É sempre engraçado encontrar entrevistas a Daniel Bessa sobre o calçado... e acho que já é maldade da minha parte relembrar este postal: "Para reflectir"
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E agora, coisas que os membros da tríade (políticos, académicos e paineleiros) precisam de aprender sobre os patrões do calçado:
"Há números que ajudam a compreender o percurso da indústria portuguesa de calçado, a investir, em média, 16% do seu valor acrescentado bruto por ano, quase o dobro dos concorrentes Italianos.
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Sob o lema "A indústria mais sexy da Europa", os sapatos made in Portugal acompanharam a recuperação das exportações com a qualificação dos seus recursos humanos: a percentagem de trabalhadores qualificados subiu de 28% para 48% e o valor acrescentado bruto por trabalhador cresceu 34% em 10 anos." (Moi ici: Recordar o segundo conjunto de gráficos deste postal)
Para terminar, uma parte do artigo que está menos conseguida... é quase caricata:
"Se há uma guerra entre os sectores, o calçado terá tido o tempo a favor. Ao contrário dos têxteis, obrigados a enfrentar a liberalização do mercado apenas em 2005, os sapatos começaram a competir com os grandes asiáticos mais cedo, uma vez que não beneficiaram de um período de transição, com quotas de exportação para a Europa."
A pessoa que me acompanhou na viagem, respondeu-me aquela pergunta lá de cima, "Por que é que calçado e têxtil têm tido desempenhos tão diferentes?", com esta diferença. O calçado teve de conquistar o futuro porque não tinha experiência, histórico, tradição de estar protegido por barreiras alfandegárias. O têxtil tem gasto demasiado tempo e outros recursos a defender o passado, a pedir proteccionismo... não lhe sobra tempo para abraçar o futuro
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Esta argumentação da revista, põe em causa todos os programas sectoriais de transição... muito poucas empresas mudam por causa de relatórios ou de avisos, a esmagadora maioria só muda pressionada pelas circunstâncias. Por isso, é que a desvalorização da moeda cria uma adição perversa que impede a subida de uma economia na escala de valor. 
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Por fim, algo verdadeiramente preocupante, o equivalente a ter um Ferrari e não ter mãos para o controlar:
"Na contagem de armas, não há um só representante do calçado no top das 10 maiores empresas de moda, mas os responsáveis da fileira têxtil vêem o peso da sua dimensão como uma fraqueza potencial"
Ainda continuam a sonhar com o modelo mental de há vinte anos... dimensão, quantidade, ... não conseguem perceber e passar à acção, e implementar, e operacionalizar os estudos sobre o sector que o próprio sector financia, ver "A teoria não joga com a prática".
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BTW, é sempre reconfortante ver o futuro muito tempo antes da multidão.
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BTW, sempre que ouvirem André Macedo falar sobre um qualquer assunto com um ar de superioridade intelectual e moral... não esqueçam isto "Cuidado com as generalizações, não há sunset industries"

Todos os barcos metem água e, apesar disso...

Às vezes... quase sempre, fico preso aos pequenos postais de Seth Godin. Sobretudo os pequenos, tão pequenos e tão cheios de sumo.
"There's always a defect, always a slow drip, somewhere. Every plan, every organization, every venture has a glitch.
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The question isn't, "is this perfect?" The question is, "will this get me there?"
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Sometimes we make the mistake of ignoring the big leaks, the ones that threaten our journey.
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More often, though, we're so busy fixing tiny leaks that we get distracted from the real goal, which is to go somewhere."
Este, particularmente, bateu fundo.
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Tentar decidir o que fazer para ter um futuro, quando não se tem uma estratégia clara, é como subir a uma cadeira e procurar o caminho a seguir a partir desse pequeno ponto mais elevado. Formular uma estratégia em equipa e acordar no que ela significa é como subir a uma montanha e procurar o caminho a seguir a partir desse ponto muito  mais elevado. Contudo, nem sempre isso é suficiente, a nossa mente é preguiçosa, não somos nós, é a biologia, e, por vezes, mesmo a partir desse ponto muito mais elevado, mesmo com um mapa da estratégia junto de nós, mesmo com a visão panorâmica que nos dá, continuamos prisioneiros das pequenas falhas que nos distraem do verdadeiro objectivo. E achamos que se não dermos tiros nos pés chegamos lá... não chegamos ponto.
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Como se ultrapassa isto?
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Volto a Roger Martin: praticar, praticar, praticar.
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Regressando à metáfora de Seth, todos os barcos metem água, por mais bem calafetados que estejam, há um ponto a partir do qual a viagem pode ser feita, em segurança, em direcção ao destino, apesar da quantidade de água que entra.

Trecho retirado de "All boats leak"

domingo, março 03, 2013

Curiosidade do dia

Deve ser a isto que chamam espiral recessiva:
"As vendas de automóveis em Portugal subiram 11% em Fevereiro, face a igual mês do ano anterior para 8.797 unidades, segundo os dados divulgados esta sexta-feira pela ACAP.
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No mercado de veículos pesados, observou-se um aumento de 36,5% das vendas no último mês, comparativamente com o mesmo período do ano anterior."

Trecho retirado de "Venda de automóveis cai 1,4% nos primeiros dois meses de 2013"

Gente nova a fazer pela vida

"Com 25 mil euros, Mariana começou a imprimir móveis"

Ou como a necessidade aguça o engenho.

Cuidado com o destino das formigas num piquenique

Recordar o que sempre disse sobre a redução da TSU na competitividade das empresas exportadoras, por exemplo aqui :
E conjugar com o artigo "Exportadoras desvalorizam efeitos dos salários na competitividade", publicado no Jornal de Negócios de 1 de Março:
"No entanto, é quase consensual que a diminuição dos encargos com pessoal não são fundamentais para que as unidades nacionais sejam mais competitivas nos mercados externos ou exportem mais.
"No nosso caso, existem benefícios, mas não é determinante para o ganho de competitividade. Se não existisse não íamos deixar de ter o mesmo plano e a mesma estratégia. Posso dizer que o ganho é marginal", explica o CEO da empresa de mobiliário Molaflex
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No caso da Couro Azul, unidade que fábrica revestimentos de assentos para a indústria automóvel, o presidente, Pedro Carvalho, explica que na sua empresa "a mão-de-obra representa, com os operadores gerais e quadros, não mais do que 12% da estrutura de custos. Não somos uma empresa de mão-de-obra intensiva, e essas, na maioria, já saíram de Portugal".
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Mais radical. é o presidente da Kyaia, maior fabricante de sapatos em Portugal, e também líder da associação empresarial do sector do calçado, Fortunato Frederico, que pensa que as alterações "não foram benefício nenhum". "Acho que os salários já são muito baixos.
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Na líder ibérica de produção de ferramentas de corte de precisão, a Frezite, o presidente José Manuel Fernandes, apesar de reconhecer que ainda não fez as contas às poupanças que vai ter com a diminuição do número de feriados, do pagamento de horas extrardinárias, ou em despedimentos. não tem dúvidas do resultado. "Não é significativo", reconhece.
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Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da AIMMAP (associação empresarial da metalurgia e da metalomecânica), junta ao argumento de Fernandes, a pressão do preço das matérias-primas e da energia "Lidamos com margens muito apertadas, que têm de ser compensadas de alguma coisa", identifica. Mas haverá uma baixa nos preços da venda de produtos no estrangeiro? "Não, mas pelo menos permite mantê-los."
A linguagem usada neste postal "Vocabulário do valor" já tem quase 2 anos e foram 2 anos em que a service-dominant logic me ensinou uma nova forma de encarar e perceber o valor. Hoje faria algumas alterações ao texto para se perceber melhor que valor está na mente do cliente e não na produção e oferta do fornecedor. No entanto, recorro a esta figura:

Existe 3 formas de ganhar mais dinheiro com uma oferta:
  • reduzindo o custo;
  • aumentando a diferenciação, que permite praticar preços mais elevados; e/ou
  • inovar no modelo de negócio
Olhem para o exemplo do calçado... é pelo custo?
Olhem para o exemplo do mobiliário... é pelo custo?
Olhem para o exemplo da metalomecânica... é pelo custo?
Olhem para o exemplo do vinho... é pelo custo?
Olhem para o exemplo da ...

O futuro não vai ser ganho a olhar para o umbigo e a conquistar clientes à custa de uma melhor arrumação interna das cadeiras.


Imaginem um governo a torrar dinheiro ...

"A problem for every bricks-and-mortar retailer is internet retail, which went from $45bn to $225bn, or more than 6 per cent of all US retail, between 2002 and 2012. Meanwhile, data from CoStar Realty show that during that decade US retail space grew 13 per cent, or about 1.9bn sq ft. Traditional retailers are hurting. A lot of stores will have to be shuttered before the pain stops."
BTW, imaginem um governo a torrar dinheiro dos contribuintes para suportar uma indústria sobre-dimensionada e alicerçada num modelo de negócio tornado obsoleto pela tecnologia... à espera da retoma.

Trecho retirado de "US retail: shutters are poised"

sábado, março 02, 2013

Curiosidade do dia



"The next big thing: 4D printing"

Imaginem um governo a torrar dinheiro ...

"According to data released on February 26th by the International Federation of the Phonographic Industry, sales of recorded music grew in 2012 for the first time since 1999, albeit only by 0.3%, to $16.5 billion (see chart).
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The internet sank the music industry, but is now helping it to resurface. Digital sales rose 9% last year; a third of the music industry’s revenues now come through digital channels. Download stores represent roughly 70% of digital revenues. Popular “streaming” services, such as Spotify and Deezer, which pay a royalty each time a song is played, have also helped to rescue the business. Subscription services had 20m paying subscribers around the world in 2012, up 44% from a year earlier. Millions more use free advertising-supported versions."
BTW, imaginem um governo a torrar dinheiro dos contribuintes para suportar uma indústria sobre-dimensionada e alicerçada num modelo de negócio tornado obsoleto pela tecnologia... à espera da retoma.

Trecho retirado de "Something to sing about"

Leitura recomendada aos novos velhos

Recomendo a leitura de "For Startups, Design is the New Competitive Advantage" aos novos velhos aqui referidos:

Preço, valor e a Sildávia do Ocidente

Recordo esta imagem:

A maior parte da riqueza criada vai para salários...
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No entanto, esta imagem:

Diz-nos que os salários são baixos.
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Se os salários são baixos e, mesmo assim, já comem grande parte da riqueza gerada, então, a conclusão é óbvia:

Cada hora trabalhada gera muito pouca riqueza.
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Pergunta: se queremos um futuro onde empresas saudáveis, economia saudável e salários mais elevados se compatibilizem, onde temos de actuar?
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Na criação de riqueza!
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Num futuro desejado, cada hora trabalhada terá de gerar mais riqueza! Ou seja, cada hora trabalhada tem de contribuir para facilitar mais valor percepcionado, mais valor criado pelos clientes. Quanto mais valor for criado pelos clientes na sua vida com um artigo ou serviço que compram, mais elevado será o preço que estão dispostos a pagar por esse artigo ou serviço. E quanto mais elevado o preço, mais riqueza é criada, mais a produtividade sobe a sério e mais os salários podem subir sem entrar na guerra do gato e do rato (salários vs produtividade) (recordar Rosiello e Marn)
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Isto que acabei de escrever é desconhecido da maioria dos decisores, por isso, continuam presos a velhos modelos. Ontem, no Jornal de Negócios, apesar de Portugal ter um desempenho no crescimento das exportações superior ao alemão desde 2007, no artigo "Há indicadores que já dão como recuperada a competitividade perdida" pode ler-se a receita do BCE:
"Aquele que é talvez o principal indicador de competitividade do País, que considera a evolução do euro, dos custos do trabalho e da produtividade, já está em melhor nível que antes do euro. Ainda é pouco, dizem alguns. O Norte da Europa tem de ajudar, reforçam outros. As empresas têm mesmo de baixar preços, diz BCE."
Que idade terão os decisores do BCE? O que aprenderam e moldou e enformou os seus modelos mentais? Quando o aprenderam? E como era o mundo quando o aprenderam? Normalistão ou Estranhistão?
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Diga-se de passagem que o Rui Peres Jorge também não ajuda ao meter no mesmo texto corrido a competitividade e as exportações com:
" "reflecte a falta de concorrência na economia interna", e afirmando que "impõe-se que exista uma grande determinação para reduzir as margens de lucro excessivas resultantes de uma concorrência monopolista, em particular em sectores protegidos da concorrência internacional""
 O mesmo Jornal de Negócios, no mesmo dia, já não na página 4 mas na página 23 traz este artigo "Portugal vende sapatos 15% mais caros e reforça segundo lugar mundial" onde se pode ler:
"A indústria portuguesa de calçado nunca exportou tanto, tendo fechado o último ano acima dos 1,6 mil milhões de euros de vendas ao exterior. o que traduz um crescimento  de 4,5% em relação ao ano anterior. E reforçou a sua segunda posição no "ranking" dos sapatos mais caros do inundo, ao conseguir vender 71 milhões de pares de calçado a 22.71 euros o par, um preço 15% superior ao atingido em 2011."Conseguimos assim distanciarmos-nos ainda mais da França, cujo preço médio subiu 7%, e aproximarmos-nos mais da Itália, que apresentou um crescimento de 10%", adiantou ao Negócios Paulo Gonçalves, porta-voz da associação do sector (AP1CCAPS). A taxa de crescimento do preço médio do calçado é o dado mais relevante na validação da performance comparativa dos sapatos portugueses com os seus mais directos concorrentes."
Qual é o segredo?
""É o resultado da aposta do sector na valorização dos seus produtos. Por um lado, as empresas apresentam colecções cada vez mais sofisticadas, e, por outro lado, a aposta na valorização da imagem do calçado português atrai um conjunto de potenciais novos clientes", frisou Paulo Gonçalves."
Será que o calçado é uma indústria com barreiras que impeçam a entrada de concorrentes asiáticos?
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O futuro desejado, para um país pequeno como o nosso, conquista-se não à custa da venda de quantidade de artigos com baixo valor unitário, mas à custa de artigos com cada vez maior valor unitário. Não perceber isto é condenar-nos a ser uma Sildávia do Ocidente:

Os senhores do BCE querem o nosso mal? Não, simplesmente seguem uma cartilha que funcionava quando não havia globalização e quando o Normalistão era a norma.
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O mundo mudou e, como dizia Max Planck:

“A Ciência avança um funeral de cada vez”.
ou
“Uma verdade científica não triunfa porque convenceu seus oponentes e os fez ver a luz, mas sim porque os seus oponentes eventualmente morrem, e uma nova geração cresce familiarizada com ela.”
Só quando os decisores do BCE forem substituídos por novos decisores ... duvido que um Ananias lhes abra os olhos.

sexta-feira, março 01, 2013

Curiosidade do dia

"La crisis publicitaria impacta de lleno en los medios de comunicación. El año pasado la facturación cayó un 15,8% de media (pasó de 5.497  millones de euros a 4.630), aunque afectó con especial virulencia a la prensa, que experimentó un descenso del 20,8%. Por primera vez, el volumen de publicidad que absorben los periódicos (766 millones) se vio en España superado por Internet (880 millones), aunque la web ha dejado de ser un sector en crecimiento, como lo ha sido en los últimos años. En 2012, la inversión en Internet ya no aumenta sino que se ha reducido un 2,1%, según el estudio Info Adex presentado hoy."

Trecho retirado de "Internet supera por primera vez a los diarios en inversión publicitaria"

Mais um batoteiro

Trechos retirados de "Retail: Does showrooming actually work the other way around?"
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"Fire every single customer-facing person on your staff who can't provide amazing service.
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Seriously. Every last one of them. I can find assholes in retail everywhere but Amazon. I loathe going to stores because for the most part, they're filled with apathetic and often entirely ignorant staff.
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So when I find the rare gem of a store which hires only friendly, knowledgable, competent people, I'm very excited. And very loyal. Knowing that I can get help from people who understand the product and how it will connect with my needs is an outstanding incentive to hop in the car and get some face time.
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Without that? Screw it. I can stay in my pajamas and buy with one click.
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You can't be everything to everyone. You know who can? Amazon.
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So don't try to play that game. You're going to lose.
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Instead, specialize in something you understand well and optimize the hell out of the experience for the sort of people who want that category of product.
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So my advice to retailers is, in brief: stop being shitty. Most are. And Amazon is going to rightly clean their clocks in a burning pyre of righteous creative destruction. Good on them.
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The ones who survive will be those whose customer focus, convenience, service and reliability make shopping on Amazon seem stupid by comparison. There are a handful out there. "

Trabalho de casa

Trabalho de casa para os gurus da moeda fraca como mecanismo de competitividade dos países... como se os países exportassem e não as pessoas que trabalham em organizações.
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Por um lado "Reino Unido à beira de uma terceira recessão em quatro anos" e, por outro "Currency moves contextualised":
"And to sterling. Is it a dog right now? Yes. It’s the worst performing major currency in 2013 so far and just about nobody we talk to expects it to pick up any time soon."

O by-pass

Há anos que recomendamos aqui, primeiro o by-pass ao Estado e, depois, o by-pass ao próprio país. Por isso, isto é música para os nossos ouvidos "“Os portugueses fascinam-se com o Estado”" e Miguel Noronha em "O Isurgente" pinta bem o quadro em "Portugal socialista"

... before you understand your customers and their needs

Ontem, ao princípio da noite, durante o meu jogging ouvi Seth Godin e retive a mensagem:
"First, define yourself, then, define your audience"
Agora, encontro este postal de Rags, tão ao nosso jeito "Don’t touch that pricing dial":
"Don’t touch the pricing dial before you understand your customers and their needs."

Acerca de previsões

Recordando o BTW daqui "Outra previsão acertada pelo anónimo da província":

  • "O indicador de confiança dos Consumidores aumentou em janeiro e fevereiro, após atingir o valor mais baixo da série na sequência do movimento descendente observado desde setembro. O indicador de clima económico recuperou ligeiramente nos últimos dois meses, embora não se afastando significativamente do mínimo da série registado em dezembro. Em fevereiro, observou-se um aumento dos indicadores de confiança em todos os setores, Indústria Transformadora, Construção e Obras Públicas, Comércio e Serviços." (Fonte)

quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Curiosidade do dia

"Sales of LP records have quadrupled since 2007. It’s a powerful reminder that convenience isn’t the only thing people care about. Music, like video and telecommunications, reached a digital/analog split long ago, and digital won because it’s cheaper, faster, and more convenient. But analog persists, in part because of nostalgia but also because formats like film, print, and vinyl reflect the people and processes that made them, forming an emotional connection that digital can’t match.
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Stop worrying about the contradictions. 2013 will not be the year that analog displaces digital, nor will any other year. But it will be the year when mainstream consumers start to embrace “outdated” technologies along with cutting-edge ones. A brand that can seamlessly straddle the divide makes far more sense to them."

Trecho retirado de "The 12 Trends That Will Rule Products In 2013"

Pensem em cenários ...

Quando D'Aveni escreve isto sobre a impressão 3D "3-D Printing Will Change the World" percebo mesmo que a parada é muito alta e continua a crescer:
"more goods will be manufactured at or close to their point of purchase or consumption. This might even mean household-level production of some things.
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many goods that have relied on the scale efficiencies of large, centralized plants will be produced locally. Even if the per-unit production cost is higher, it will be more than offset by the elimination of shipping and of buffer inventories. Whereas cars today are made by just a few hundred factories around the world, they might one day be made in every metropolitan area. Parts could be made at dealerships and repair shops, and assembly plants could eliminate the need for supply chain management by making components as needed.
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goods will be infinitely more customized, because altering them won’t require retooling, only tweaking the instructions in the software. Creativity in meeting individuals’ needs will come to the fore, (Moi ici: Recordar os velhos de 24 anos que reclamam que o futuro vai ser mau e é preciso deixar o design para os designers "Tão novos e já tão velhos...") just as quality control did in the age of rolling out sameness. (Moi ici: E a malta da qualidade ao mais alto nível não percebe isto? Recordar "O perigo da cristalização")
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These first-order implications will cause businesses all along the supply, manufacturing, and retailing chains to rethink their strategies and operations. And a second-order implication will have even greater impact. As 3-D printing takes hold, the factors that have made China the workshop of the world will lose much of their force.
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China has grabbed outsourced-manufacturing contracts from every mature economy by pushing the mass-manufacturing model to its limit. It not only aggregates enough demand to create unprecedented efficiencies of scale but also minimizes a key cost: labor.
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Under a model of widely distributed, highly flexible, small-scale manufacturing, these daunting advantages become liabilities."
 Ontem, na viagem de comboio nocturna, ouvia Seth Godin nos meus ouvidos a perguntar:
"Who do you want to become, a linchpin or a cog?"
E veio-me logo à mente esta imagem:

Isto era uma crítica ao sistema de produção do século XX que, então, estava em ascensão.
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As pessoas, porque tinham conhecido outra realidade, percebiam a crítica.
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Hoje, parece que muitos o que querem é voltar ao sistema que sempre conheceram, porque já estava implantado quando nasceram, e não pensam, ou não percebem, ou não querem perceber, que o mundo é isto, este fluir, esta mudança constante.
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Pensem em cenários influenciados por estes factores:
  • design;
  • ciclos rápidos; 
  • diversidade;
  • customização;
  • auto-emprego;
  • artesão moderno;
  • regresso das trocas;
  • proximidade;
  • diferenciação;
  • tribos;
  • papel da escola;
  • e... onde vai o Estado cobrar impostos quando as partes trocam, entre si, bens e serviços que produzem

Detectam dois padrões?

O Paulo Vaz e o LR, recentemente, chamaram a atenção para o fenómeno:

"Entretanto, fonte da Danone em Portugal garantiu à TSF que a produção da fábrica de Castelo Branco não vai ser afetada pela reestruturação que o grupo agroalimentar vai fazer na Europa, mas nos escritórios em Lisboa é certo que haverá despedimentos."
Ontem, sublinhei:

"A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou maior número de despedimentos, com um total de 594 trabalhadores despedidos no âmbito de despedimento colectivos concretizados por 53 empresas."
Hoje, encontro:

"Dos 120 postos de trabalho a criar até 2015 através deste investimento de oito milhões de euros, 40 a 60 estarão a trabalhar até ao final do primeiro semestre.
A Altran passou por "algumas dificuldades" na primeira fase de recrutamento de engenheiros para o centro de serviços "Nearshore", que arrancará em Março no Fundão."
Detectam dois padrões?



Quem procura ajuda são os melhores

Esta reflexão de Seth Godin (de 2007), que Tim Kastelle me fez revisitar há dias, é tão interessante:
"Most people in the US can't cook. So you would think that reaching out to the masses with entry-level cooking instruction would be a smart business move.
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In fact, as the Food Network and cookbook publishers have demonstrated over and over again, you're way better off helping the perfect improve. You'll also sell a lot more management consulting to well run companies, high end stereos to people with good stereos and yes, church services to the already well behaved."
Quem procura ajuda são os melhores, que querem melhorar ainda mais.
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Talvez isto também ajude a explicar porque muitas vezes as economias mudam, não porque as empresas mudam, mas porque muitas empresas incapazes de se transformarem morrem. É um problema português?
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Não!
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Basta recordar o exemplo finlandês:
"It is widely believed that restructuring has boosted productivity by displacing low-skilled workers and creating jobs for the high skilled."
Mas, e como isto é profundo:
"In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants."

quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Curiosidade do dia

Esta conversa "Assunção Cristas diz que mar pode aumentar PIB até 4% até 2020" em que uns iluminados, incapazes de apostar o seu dinheiro em investimentos no sector, pretendem que o Estado o faça com dinheiro de nós todos.
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Faz-me lembrar o artigo de hoje de Ricardo Arroja "A falácia da procura":
"Infelizmente, circula por aí a ideia de um grande projecto de reabilitação urbana, investimento financiado pelo Estado, sob o argumento de que é necessário estimular a procura interna, e as empresas de construção em particular. Porém, como diria o célebre economista Henry Hazlitt, autor do clássico "Economia numa única lição", é importante que não se confunda procura com necessidade. E num país como Portugal, que tem milhares de casas novas à venda, não se entende que necessidade prática poderá existir em torno da reabilitação de casas antigas com dinheiro público. Por outras palavras, sendo a oferta manifestamente superior à procura, é altamente improvável que possa aqui existir uma verdadeira necessidade; haverá, quanto muito, uma procura induzida por investimento artificial que apenas agravará o desequilíbrio económico naquele sector em particular. Trata-se, pois, de despesa pública no mau sentido, de mais impostos, de mais dívida pública, ou de mais dos dois, e portanto o oposto do que se deveria pretender."
E esta reflexão de Carlos Novais "Keynes IV":
"Keynes distorceu os economistas clássicos propagando erroneamente a chamada Lei de Say como formulando que esta diria:
“a produção cria a sua própria procura”."

Mongo cada vez mais perto da casa de cada um

"Airbnb for 3D printing, Makexyz links designers to local printer owners"

Tento imaginar o que é que alguém nascido depois disto, 3Doodler,

ser standard, conseguirá fazer, depois de 20 anos de experiência e convívio com a ferramenta na versão XXI!!!

Blocos heterogéneos vs blocos homogéneos

Muitas vezes oiço elementos da tríade falarem dos sectores económicos como blocos homogéneos:
Essa não é a nossa versão. 
A nossa experiência, o nosso contacto com as empresas, aponta para uma outra versão, cada sector económico é uma realidade altamente heterogénea. 
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Entretanto, descubro este artigo de 2009 "Analyzing Firm Performance Heterogeneity: The relative Effect of Business Definition" e percebo, embora ache tão estranho, como é que a tríade tem um modelo mental de acordo com a versão do bloco homogéneo.
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Se as publicações científicas ainda andam a discutir a hipótese heterogénea... claro que os membros da tríade foram formatados e enformados, durante a sua formação, no modelo da homogeneidade:
"The results indicate that firm effects explain most of the variance in four performance variables but that the impact of business definition on performance could be underestimated. It turns out, according to our findings, that business membership (and thus differences in business definition) explains about 8 percent of the variance in performance between firms within the examined industry.
Consequently, managers should carefully monitor and examine the business domain they are in as it directly related with the firm’s level of performance.
...
Our analysis of the business definition-performance link indicates that business definition choices do have performance implications but that the relative impact of industry, firm and business domain effects on performance has received scant empirical study and is still unclear.
...
This study is, however, the first study to further analyze the performance heterogeneity within an industry by considering the effect of business membership and thus the effect of business domain choices. Indeed, there may be more than one business domain within an industry: different product offerings (the supply side) can be combined with different market segments (the demand side) with a different geographical reach.
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One of the major discussions in strategy concerns the determinants of firm performance. Academics from various backgrounds have focused on explaining firm performance and on identifying the sources of inter-firm performance differences. Researchers in the industrial-organization tradition, for example, have argued that industry structure is a central determinant of firm performance and contend that the structural features of an industry effect the competitive position of all business units in that specific industry. However, the inability of the industrial-organization tradition to provide a rigorous explanation for intra-industry heterogeneity in performance has stimulated strategy researchers to focus on the firm itself. As a result, firms were no longer viewed as identical “black boxes” in a given market structure but as dynamic collections of specific capabilities influenced by differing organizational structures and specific strategic decisions.

One of these vital strategic decisions, assumed to impact organizational performance, is the (implicit or explicit) selected business definition. Especially in the case of small and medium sized enterprises (SME’s) an adequate business definition seems to be of vital importance as the traditional explanation for their success is that SME’s choose their battles carefully.

The study results indicate that the examined industry consists of two distinct business domains whereby business domain membership explains about 8% of the variance in performance. The findings should urge managers to carefully (re)consider where (in terms of businesses) they are competing within the industry. Managers should pay (more) attention on business definition dimensions as business definition choices have operational consequences that affect the performance bottom-line."

Mongo e a IoT

Há anos trabalhei com uma empresa que produzia... produzia?
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Vomitava!
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Vomitava, durante dias e noites seguidas, durante semanas consecutivas, a partir de polímero reciclado numa máquina de injecção, cabides que depois vendia a um preço tão baixo que eu duvidava que não perdesse dinheiro.
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Agora, via a Internet of Things (IoT), descubro esta evolução:


E, aqui, vislumbro um pouco da revolução que aí vem, fruto das acções de makers a agirem bottom-up.
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Um mundo de possibilidades, para subir na escala de valor, para desenvolver serviços com as lojas e para as lojas, para criar oportunidades de interacção e costumização que co-criam valor e incorporam saber.

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Curiosidade do dia

Ponzi e Madoff era amadores à beira disto:
"Italians born in 1970, who are about 43 now, will pay 50% more in taxes as a percentage of their lifetime income than those born in 1952, according to research from the Bank of Italy and the University of Verona. The research also found they will receive half the pension benefits that Italy's 60-somethings are getting or are poised to get."
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Trecho retirado de "'Lost Generation' Feels Italy's Fiscal Squeeze"

Este comentário é interessante:
"Its simple generations theft and greed. The older generation took it to heart that in the long run they are dead so why not enjoy the present to the max. The west's generational greed and narcissism and elimination of religious moral imperatives that the left eliminated from the public's consciousness has led to this development. Lets call a spade a spade and admit that the present generation out of greed and selfishness looted their children's and grand-children's future. One of the reasons that there are so few children in Europe. The present child bearing generation is aware of the theft and cannot afford to raise children under the knowledge of the crushing tax burden being shouldered by them. The public and the politicians have fleeced one generation that can not vote for the privileges of the generation that can. The post war generation has destroyed western society."

Agricultura com futuro e com pessoas

A mensagem deste blogue, para a agricultura e não só passa sempre por:
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Aproveitar o clima, essa vantagem preciosa a nível de custos, de tempo e de sabores.
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Produzir o que tem mais valor acrescentado, não apostar nas produções extensivas que competem pela quantidade, variedade, variedade, variedade.
"Especialistas universitários apontam o recurso à agricultura protegida para a produção intensiva de frutas, legumes e flores como a solução para “potenciar a rentabilidade económica” e atrair jovens para o sector.
As Universidades e os Politécnicos do Norte propõem a alteração do paradigma actual de agricultura extensiva para um centrado na agricultura em estufa, devido ao "tipo e dimensão da propriedade agrícola e à interligação do urbano com o rural” nesta região."
O que peço é que tenham cuidado com este tipo de linguagem:
"os especialistas universitários apontaram como primeira solução para dinamizar o sector o recurso à agricultura protegida"
Pode ser confundida com receita única.
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Ontem, ouvi na rádio, durante o jogging, uma entrevista do treinador Fernando Santos. A certa altura perguntam-lhe se era mais partidário de uma escola A, para formar novos jogadores de futebol, ou se era mais partidário de uma escola B.
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A resposta foi sublime e, como sei da religiosidade de Fernando Santos, associei-a logo ao pensamento da Igreja Católica: a pessoa primeiro, uma formação adequada a cada pessoa em particular.
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Cada empreendedor é que tem de tomar a sua decisão, procure informação sobre as várias alternativas e decida, tendo em conta o meio exterior e tendo em conta aquilo que quer para o seu negócio e vida.
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Trecho retirado de "Estufas são aposta para rentabilizar agricultura no Norte"

Custos e competitividade

“Não pensem que é pelos baixos salários que se garante a competitividade da economia”.
Não podia estar mais de acordo como é fácil de perceber, pesquisando o assunto neste blogue.
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O que eu não consigo vislumbrar é a coerência entre esta afirmação e o pedido insistente para o abaixamento da cotação do euro, para aumentar a competitividade da economia.
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BTW, para muitas empresas que vivem do mercado interno, nos próximos anos, sem baixos salários não têm hipótese de sobreviver.
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Citação retirada de "“Não pensem que é pelos baixos salários que se garante a competitividade da economia”, diz Cavaco"

Exportações com inovação

Tenho comentado com várias pessoas das minhas relações o desempenho do sector da cortiça e, sobretudo, do grupo Amorim. E, depois de ler "Exportações de cortiça voltam a aumentar" tudo se confirma.
"A Amorim, a maior produtora de cortiça nacional, encerrou 2012 com um recorde de 511 milhões de euros em vendas, relatando um aumento de 22,9% face ao ano anterior. Em termos absolutos, o EBITDA da empresa registou um crescimento de 13,8%, ascendendo a 82,5 milhões de euros.
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João Rui Ferreira, presidente da Associação Portuguesa da Cortiçar (Apcor) refere que “o aumento das exportações demonstra, por um lado, a preferência dos mercados pelos produtos de cortiça e, por outro lado, é o resultado da estratégia da indústria da cortiça, levada a cabo nos últimos anos. A inovação e o reforço dos índices de qualidade dos produtos aliados a uma clara aposta na comunicação e em novos mercados são alguns dos exemplos do trabalho em curso que nos conforta e inspira para um futuro mais promissor”.
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A Amorim, por sua vez, refere que o seu sucesso se deve tanto ao aumento da eficiência operacional como à diversificação das suas actividades e ao incremento do negócio extra europeu."
 Pessoalmente, não gosto de muitas práticas que a Amorim segue com os seus fornecedores; contudo, tenho de reconhecer que têm feito um trabalho notável na área da inovação, no desenvolvimento de novas aplicações para a cortiça.
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Cada vez mais empresas exportadoras usam a inovação para fazerem a diferença.


Há dias, o Jornal de Negócios publicou o artigo "À conquista dos mercados mais exigentes" uma conjunto de empresas que perceberam que não podiam competir no mercado do preço, que não podiam produzir commodities. Por isso, apostaram em trabalhar para clientes exigentes:
"Exportam brinquedos para o Reino Unido, componentes de calçado para Itália ou assessórios de moda em pele de cortiça para a Alemanha. São pequenas e médias empresas portuguesas e não receiam a concorrência dos mercados europeus mais sofisticados.
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A aposta na exportação para mercados mais sofisticados é também uma realidade para a Atlanta Itália, Alemanha ou os países nórdicos estão desde há vários anos na rota desta empresa do distrito do Porto (Moi ici: Na Lixa) que se dedica ao fabrico de componentes para calçado.
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Aqui, ganham peso as apostas na investigação e em novos produtos, mas, também, o cumprimento rigoroso dos prazos contratualizados com os clientes, diz Joana Cunha.
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A presença nos mercados do Norte da Europa ou dos Estados Unidos da América é a consequência directa da estratégia gizada para a Silvex. O investimento na investigação de novos materiais e produtos foi fulcral, evidencia Hernâni Magalhães, administrador desta empresa. "Em 2009, apostámos no desenvolvimento de produtos à base de polímeros biodegradáveis, sabendo que o seu destino seriam mercados diferentes do português, nomeadamente, Norte da Europa, Escandinávia, Alemanha e Inglaterra", explica ao Negócios.
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A "invenção" de uma película aderente biodegradável , um produto que despertou interesse nos mais diversos mercados, fez com que chegassem aos mercados europeus e norte-americano. E não só. "Há interesse de outros países, como, por exemplo, a Austrália,"
Quanto mais exigente for o mercado para o qual uma empresa trabalha, mais oportunidades há de a concorrência não ser pelo preço.

Parte III - O cliente é que é o Luke

Parte I e parte II.

Muitas empresas, talvez a maioria, não perceberam o papel que desempenham:
E falam do seu produto, ou do seu serviço, como se fossem o herói, como se fossem o Luke. Por isso, falam de si, e de si e ainda de si.
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Enganam-se rotundamente, o cliente é que é o Luke... daí a vantagem do pensamento da service-dominat logic:
"a thorough understanding of customers’ everyday practices ‘‘has to be the starting-point (Moi ici: A finalidade do cliente não é comprar algo ao fornecedor, o cliente compra algo ao fornecedor como um instrumento, como um artifício para atingir algo na sua vida, um objectivo, um trabalho (JTBD), uma experiência) for developing a customer-centric offering based on a service logic.’’ The more that firms are aware of their customers’ resource integration goals, preferences, requirements, desired experiences, usage situations, and experience environments, the better value propositions and outcomes can be cocreated. As value is a subjectively perceived phenomenon and individually determined, it is considered phenomenological and context-dependent in S-D logic. Accordingly, customers must be examined at the individual level (Moi ici: A nossa velha metáfora da miudagem - aqui e aqui) in addition to the aggregate level. The need to move away from mass and segment-based marketing toward individuals and an ‘‘experience of one’’ has been highlighted with respect to business practice."
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Trecho retirado de "Linking Service-Dominant Logic and Strategic Business Practice: A Conceptual Model of a Service-Dominant Orientation"

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Curiosidade do dia

"China destruye empleo por primera vez en treinta años. El gigante asiático perdió en 2012 un total de 3,45 millones de puestos de trabajo como consecuencia de la transformación industrial del país, según datos de la oficina china de estadística (NBS, en sus siglas en inglés), que publica el diario local Global Times."
Quase ao nível desta galinha com dentes...

Trecho retirado de "China destruye empleo por primera vez en tres décadas por la transformación industrial del país"

Daqui a 20 anos...

Como será Lesboa daqui a 20 anos, quando a geração que fez o Maio de 68 já estiver, na sua maioria,  morta e enterrada?
"“Mais de metade da população residente em Lisboa é pensionista”
 Como será Portugal? Como será viver num país com 6,5 a 7 milhões de habitantes?

A bolha demográfica também vai passar... será que vamos a caminho de um mundo mais sustentável? Menos industrial, menos massificado, diferente
 

Mais produtividade pode ser igual a asneira

Aumentar a produtividade através do aumento da quantidade do que se produz, conduz a uma redução dos custos unitários e, se o mercado absorver a produção, conduz, normalmente a uma rentabilidade superior.
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Se a produção aumenta, então, para ser escoada, vai ter de se adequar ao gosto médio da maior parte dos clientes, os clientes médios. Contudo, se uma empresa faz isso, outra e outra e outra ainda também fazem isso e, como resultado, ficamos com a maioria das empresas muitos produtivas e muito parecidas, já que todas adoptaram as "melhores práticas", já que todas optaram pelos mesmos fornecedores, os mais económicos, os mais qualquer coisa. 
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Se a oferta é parecida... vão ter de competir pelo preço.
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Claro que existe uma alternativa, fugir do século XX e da massificação e ganhar o século XXI voltando às práticas do século XIX:
"Há formas mais fáceis e mais rápidas de produ­zir salpicões, chouriças ou presunto. Mas a Mihofumeiro teima em fazer en­chidos e fumados segundo a tradição, com os tempos necessá­rios de frio e fumo.
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Uma teimosia que, segundo António Paulino, tem valido a pena. "Não abdicamos de tudo o que seja imprescindível para a qualidade dos nossos produtos. Até a salsa, a cebola e o vinho que utilizamos são produzidos na região e em exclusividade para a nossa empresa. Tem sido este o segredo do nosso sucesso", assegura o administrador.
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A nossa missão é manter os sabores tradicionais dos enchidos de Ponte de Lima: não abdicar de um elevado nível de qualidade, obtido a partir de processos produtivos assumidamente artesanais (Moi ici: Como me soa bem este "assumidamente") e da criteriosa selecção das matérias-primas", diz António Paulino, acrescentando que, "para além das carnes, os ingredientes, como cebola, alhos, salsa ou vinho, são provenientes dos campos do vale do Lima". "Nós damos mesmo muita importância à matéria-prima com que trabalhamos. A prova disso é que usamos flor de sal e não o sal vulgar, o que confere aos produtos um sabor singular': acrescenta António Paulino." 

São estas opções a nível micro, a nível de cada agente económico individual que geram a distribuição de produtividades que a análise estatística permite descobrir.
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Pode-se ser menos produtivo a produzir menos quantidade, e a ter um negócio mais interessante, em que cada unidade produzida tem um valor superior reconhecido pelo cliente a quem se dirige. Recordar o "Agora imaginem"
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Trecho retirado de "Tradição abre portas do mundo à Minhofumeiro"

Em linha com Seth Godin "It's possible that your next frontier isn't to get more efficient, it's to get more brave."

Estratégia, um trabalho sempre inacabado

Na passada sexta-feira, eram cerca de 6h15 da manhã quando, a correr, antes de sair para a Guarda, vi este título “Taxistas frequentam curso para acolherem melhor os turistas do Douro”. Então, sem ler o seu conteúdo, guardei-o no meu Pocket.
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Enquanto subia a A25, pensei no artigo e, recordando este postal “Mais uma sugestão de modelo de negócio” pensei que se tratava de uma movimentação da empresa Douro Azul, que veria os taxistas como “partners”.
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Só ontem Domingo é que li o artigo e percebi que a Douro Azul não tem nada a ver com isto. No entanto, já tinha arquitectado um postal sobre o tema, que julgo, não perde a sua razão de ser.
Esta semana, no âmbito de um projecto, vou discutir com uma empresa as primeiras versões dos seus mapas da estratégia. 

Depois de aprovadas as versões revistas desses mapas da estratégia vou passar a seguinte mensagem: 
- Formularam uma estratégia, traduziram essa estratégia num mapa da estratégia. Contudo, a estratégia nunca está terminada. Mesmo que o mundo não mudasse, a estratégia deve ser sempre alvo de aperfeiçoamento e melhorias.
Quando se formula uma estratégia e, mesmo quando ela parece estar a dar resultado, ela nunca fica encerrada, nunca fica fechada.
Quando se formula uma estratégia, define-se um ponto de vista, fazem-se algumas escolhas, auto-impomos-nos um conjunto de constrangimentos (estratégia deliberada). Depois, as circunstâncias que as empresas encontram, levam-nas a chocar contra constrangimentos impostos pelo mundo que obrigam a escolhas durante a viagem para o futuro (estratégia emergente). E, mesmo se não houvesse constrangimentos impostos pelo exterior, descobriríamos que aquilo que vimos ontem, pode ser aprofundado, aperfeiçoado, descobriríamos coisas que antes não tínhamos visto.
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A partir do mapa da estratégia é possível desenhar um mosaico de actividades:
Um mosaico que agrupa actividades em que a empresa se deve esmerar, para cumprir os objectivos estratégicos da perspectiva interna.
Quando olhamos para os mosaicos de empresas como a IKEA:

(Imagem retirada do artigo “What is strategy?” de Michael Porter.)

Ficamos fascinados pela interligação e interacção entre as diversas actividades. Contudo, embora não pareça, estes mosaicos não nasceram assim. São o resultado de uma evolução, de um esforço contínuo de melhoria, de aperfeiçoamento. Neste postal “A amaricação”, relato como muitos daqueles tópicos do mosaico da Ikea não nasceram de um planeamento prévio mas são fruto das respostas que a empresa teve de criar à medida que iam surgindo constrangimentos. (BTW, é fascinante como os constrangimentos aguçam a criatividade se encarados com uma mente positiva).
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Depois de reler o que acabei de escrever veio ao meu palco mental um dos primeiros artigos sobre estratégia que arquivei nesse dossiê... "Crafting strategy" de Mintzberg e publicado na HBR de Julho-Agosto de 1987:
"In my metaphor, managers are craftsmen and strategy is their clay. Like the potter, they sit between a past of corporate capabilities and a future of market opportunities. And if they are truly craftsmen, they bring to their work an equally intimate knowledge of the materials at hand. That is the essence of crafting strategy.
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One idea leads to another, until a new pattern forms. Action has driven thinking: a new strategy emerged.
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My point is simple, deceptively simple: startegies can form as well as be formulated.
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To manage strategy is to craft thought and action, control and learning, stability and change.
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Craftsmen have to train themselves to see, to pick up things other people miss. 'The same holds true for managers of strategy It is those with a kind of peripheral vision who are best able to detect and take advantage of events as they unfold."
Acho super interessante como metáfora pensar na evolução de uma estratégia da mesma forma que um oleiro molda o barro nas suas mãos... ele parte de uma ideia deliberada, depois, com o trabalhar do barro, com o jogo entre as mãos e o material, enquanto a roda gira, vão surgindo ideias para concretizar ainda mais a intenção inicial.
"No craftsman thinks some days and works others. The craftsman's mind is going constantly in tandem with her hands. Yet large organizations try to separate the work of minds and hands. In so doing, they often sever the vital feedback link between the two.
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In practice, of course, all strategy making walks on two feet, one deliberate, the other emergent. For just as purely deliberate strategy making precludes learning, so purely emergent strategy making precludes control. Pushed to the limit, neither approach makes much sense. Learning must be coupled with control. ...
Likewise, there is no such thing as a purely deliberate strategy or a purely emergent one. No organization—not even the ones commanded by those ancient Greek generals— knows enough to work everything out in advance, to ignore learning en route. And no one - not even a solitary potter - can be flexible enough to leave everything to happenstance, to give up all control. Craft requires control just as it requires responsiveness to the material at hand. Thus deliberate and emergent strategy form the end points of a continuum along which the strategies that are crafted in the real world may be found." 
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Assim, o meu convite para a empresa é para continuar a refinar a estratégia. Quanto mais interacções conseguirmos ir criando, mais forte fica a estratégia e a empresa. Recordar as palavras de Eric van den Steen em parte I, parte II e parte III.

ADENDA: E é como Roger Martin escreveu recentemente "Strategy Is All About Practice", à medida que se vai moldando o barro, a sua temperatura aumenta e a sua viscoelasticidade melhora, a sua trabalhabilidade melhora.

Cuidado com o "como exporta"

Como é que o calçado, o têxtil e vestuário e o mobiliário têm aumentado as suas exportações?
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Estatisticamente: menos empresas, em cada sector, empresas mais pequenas com menos trabalhadores e que facturam cada vez mais por trabalhador e por unidade produzida (embora a panóplia de SKU no têxtil e vestuário às vezes pareçam dar uma ideia diferente e sejam, para mim, de muito mais difícil compreensão segura).
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O que está a acontecer no sector da cerâmica?
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Em "Exportações de azulejos e pavimentos cerâmicos crescem em 2012" pode ler-se:
"Com as vendas de azulejos e pavimentos cerâmicos em queda já há vários anos, no mercado interno, não é de admirar que o número de fabricantes tenha acompanhado a tendência e seja, hoje, menor. O que é curioso é que há menos 40% de empresas e menos 600 postos de trabalho, mas o tamanho médio dos operadores cresceu. O número médio de efectivos  por empresa, é de 104 empregados, quase 30 mais do que em 2008.
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Basta vermos que, em 2012, o mercado nacional valeu 155 milhões de euros, o que representa uma quebra de 12,4% face ao ano anterior. O que é significativo se tivermos em conta que, em 2011, a contração das vendas fora já de 19%.
Em contrapartida, as exportações cresceram 2%, para um total de 256 milhões de euros e representando 67% da produção total nacional. Em 2009, só eram destinados aos mercados externos 57,6% das vendas."
Agora vou especular e, contra aquilo que costumo ser, vou adoptar uma postura pessimista:
  • se o tamanho médio dos operadores aumentou é porque não mudaram de modelo de negócio, não mudaram de produto, 
  • simplesmente, terão escoado mais produto via exportação competindo pelo preço.
Recordo este artigo recente "Aos 90 anos, tudo correu mal na Cerâmica Valadares" e a minha mente recua e recua até Junho de 2011 a "Cerâmica de Valadares aumenta exportações" e a Dezembro de 2011 a "Curiosidade".
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Em Outubro de 2012 esta chamada de atenção em "Para reflexão"
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Exportar sem mudar de modelo de negócio, sem subir na escala de valor, talvez alivie a tesouraria e funcione no curto-prazo mas não augura um grande futuro.

domingo, fevereiro 24, 2013

Curiosidade do dia

Neste mundo de cada vez mais espuma, de cada vez mais imediatismo, de cada vez mais "directos", de cada vez mais enviados-especiais, de cada vez mais pressa para dar a última novidade, talvez faça sentido pensar no caminho menos percorrido, talvez faça sentido não acompanhar os lemingues na sua procissão fatal.
"In the last ten years we've redefined breaking news from "happened yesterday" to "happened less than fifteen seconds ago." The next order of magnitude will be prohibitively expensive and (most of the time) not particularly useful. Better, I think, to hustle in the other direction and figure out how to benefit from well-understood truth instead of fast and fresh rumor."
Trecho retirado de "Real-time news is neither"

Os não-transaccionáveis a mexerem-se

Este texto "The dinner kit is served" com a novidade que acarreta, fez-me voltar a:

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Uma ideia que tem dançado no palco da minha mente na última semana, ao conjugar estes casos relatados nos media com o que também me está a acontecer, com solicitações de empresas, que operam no mercado interno, para reflexões estratégicas, o mercado não transaccionáveis está a mexer-se!!!
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A quebra do poder de compra dos portugueses e a migração de valor que tem ocorrido, dizimaram muitas empresas no mercado interno. Agora, notam-se cada vez mais movimentações das empresas e das pessoas que operam no sector dos não transaccionáveis, como não podem "fugir" para o estrangeiro, começam a descobrir novos nichos, novos serviços, novos clientes e, sobretudo, novos modelos de negócio.
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Também estes estão a contribuir para criar um Portugal sustentável

O Estranhistão mete medo

Há dias falei dos que defendem o retorno ao passado insustentável que nos trouxe até aqui como uma espécie de agentes Smith.

Sábado passado, ao final da manhã, durante o meu jogging, a metáfora de Matrix voltou para ocupar o palco da minha mente.
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Quando oiço aqueles que defendem a criação de emprego como o objectivo da economia, penso em pessoas que sonham com o regresso da economia de massas do século XX.
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O século XX representa a antítese de Mongo...
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E volto à Matrix:

Era tão bom viver embalado naquele casulo, era tão seguro... cumpre, obedece, faz o que te mandam, e serás recompensado.


O trecho entre os 38 e os 70 segundos diz muito.
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Falam em empregos à moda antiga e esquecem que o industrialismo do século XX está obsoleto e os seus métodos de produção, comercialização, marketing e consumo estão a desvanecer-se
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Há muita política partidária pelo meio para ser possível passar a mensagem. Vivemos o período doloroso de desmame, de transição, entre viver no Normalistão e passar a viver no Estranhistão.
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Os media parecem carpideiras modernas num velório contínuo tentando recuperar os valores do século XX. Por isso, muita gente só vê e ouve desgraças e não percebe o que está a acontecer, o corte com um paradigma tecno-económico que ficou obsoleto, e não vislumbra esperança.
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Hoje, encontro este texto:
"We must create new 21st century manufacturing jobs that leverage what America is great at, creativity and innovation. Manufacturing will grow in the U.S. when we accelerate the use of technology to increase productivity, enable new business models designed for mass customization and unleash the manufacturers in all of us.
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Once we realize that manufacturing is a capability we can get on with democratizing it. We can all be manufacturers. In the State of the Union Address President Obama announced his plan for a $1 billion investment to build a National Network for Manufacturing Innovation composed of fifteen advanced manufacturing hubs. To bring manufacturing back to the U.S. we don’t need fifteen hubs, we need fifteen million makers creating stuff.
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It won’t be long before everyone will have access to a 3D printer. Talk about democratized manufacturing capability. Armed with a 3D printer, individual makers can create their own digital design for any imagined object or borrow a design from anywhere around the world. By simply pressing a button makers can set a 3D printer into motion rendering the physical object with layers of plastic or other material right before their eyes. What was science fiction ten years ago is reality today."
Trecho retirado de "Tech is Destroying the Line Between Manufacturing and Services"
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Também interessante este ponto de vista "Why the Spanish aren’t entrepreneurs":
“You’re 23 years old with your whole life ahead of you and all you can dream of is to be a public servant?”

Comunicação mais eficaz

Com a audição de "Buyology" a minha atenção foi cativada para o problema do que funciona e não funciona na publicidade, cada vez mais as pessoas sofrem de ad-blindness, vêem mas não vêem nem retêm.
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Ontem, ao redigir dois relatórios, pude ver o mesmo problema da comunicação que não funciona. Num relatório, as empresas evidenciam que fizeram esforços de comunicação aos seus trabalhadores sobre novas práticas e formas de estar, no outro relatório constato que a esmagadora maioria desses trabalhadores não teve conhecimento das alterações.
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É o mesmo problema!!!
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Entretanto, uma jovem que trabalhou algum tempo na indústria automóvel e que está no projecto, propôs o uso de uma ferramenta japonesa - as kamishibai - o uso de uma espécie de banda desenhada com fotografias, para servir de procedimento.
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Agora descubro "How Comics Help Students Retain Knowledge is a Growing Field of Study"

Blindspot

Recordando "É preciso ter uma lata" e o fenómeno da atenção selectiva:

sábado, fevereiro 23, 2013

Curiosidade do dia

"Portuguesa Fly London recebe prémio para marca do ano em Inglaterra"

Tanta coisa boa a correr neste país mas longe de Lesboa, da corte, das universidades, dos intelectuais e das elites.

As crises, não as bonanças, como factores de subida na escala de valor

No artigo "O mundo Móveis Viriato" na revista Visão desta semana:
"Em nome do patriarca da família. Viriato Rocha, a unidade nortenha nasceu ainda como Móveis Viriato, em 1952, talhada para o mobiliário doméstico, a partir de uma pequena marcenaria onde o fundador trabalhara. Em meados da década de oitenta, porém, a oportunidade de mobilar um hotel francês serviu de gatilho para que a marca passasse a apontar baterias ao mercado hoteleiro, e se transformasse em Viriato Hotel Concept. Hoje exclusivamente dedicada a este segmento. a empresa é liderada pelos filhos e netos de Viriato Rocha, que continua a tomar o pulso ao negócio. diariamente, na fábrica."
Ontem à noite, depois de ter ido ver um jogo de andebol, cheguei a casa e apanhei um programa na televisão onde o Jamie Oliver tentava agradar, com comida, uma família italiana em Itália. A certa altura apanhei-o a dizer algo como:
"Estes fornecedores italianos, não fazem muitas coisas, especializam-se em um ou dois tipos de produtos e tentam ser os melhores" (Moi ici: Julgo que falava de fabricantes de mozarella"
Em qualquer sector de actividade, para subir na escala de valor, há que abraçar a especialização... e isto é muito difícil de fazer em tempos de bonança, porque significa ficar mais pequeno, ter uma empresa mais pequena... e ficar com uma empresa mais pequena quando todos crescem (em tempos de bonança) é sinónimo de má gestão ou burrice. Estão a imaginar o vizinho a dizer "Ui! Então a maré está a subir, todos os barcos sobem e o dele afunda-se!?!? Deve ser muito burrinho!!!
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Por isso, é que estas mudanças quase só ocorrem no tempo das vacas magras, porque são impostas pelas circunstâncias. É como no futebol, a lesão do titular consagrado abre portas para que um suplente desconhecido apareça, cresça e eclipse o anterior titular. Sem a lesão, o treinador nunca arriscaria fazer a mudança.
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BTW, pesquisando Viriato no blogue pode-se obter muito mais informação sobre a empresa  sobre como a transformação foi facilitada pela crise que levou à 2ª vinda do FMI.

Outra previsão acertada pelo anónimo da província

Fevereiro de 2012 "Superavite comercial lá para Julho de 2012?"
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Maio de 2012 "Antes de Julho de 2012"
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Agora, Fevereiro de 2013 temos "Portugal com excedente comercial no ano passado":
"A balança de bens e serviços com o exterior registou um excedente de 111 milhões de euros no ano passa­do, o que compara com um défice de 6,5 mil milhões de euros em 2011, segundo dados ontem divulgados pe­lo Banco de Portugal (BdP).
 .
De acordo com os números do banco central, o défice da balança de bens caiu perto de 40% em 2012, passando de 14,2 mil milhões em 2011 para 8,6 mil milhões de euros. Ou seja, registou-se uma melhoria de 5,6 mil milhões de euros. Um valor que se explica pela subida das exporta­ções e queda das importações (fruto da forte contracção interna ao nível do consumo e do investimento). O défice que persistiu nos bens foi, se­gundo o BdP, compensado pela ven­da de serviços. Apesar de as exportações de serviços terem sofrido uma ligeira descida de 0,3%, quedando-se pelos 19 mil milhões, as importações caíram ainda mais, cerca de 9%, pa­ra os 10,4 mil milhões (dando assim um excedente de perto de 8,7 mil milhões)."
Claro que vou ter de esperar muito e ainda mais muito.

BTW, continuo a achar que 2013 vai ser melhor do que o pintam, já o escrevi algures no blogue este ano, previsão arriscada, nestas semanas em que a moral dos media está em baixo:
"O indicador do Banco de Portugal (BdP) para a actividade da economia portuguesa caiu 1,4%, em Janeiro, registando a 23ª contracção mensal consecutiva. Trata-se da menor deterioração desde Junho de 2011, numa série que vem a contrair desde Março do mesmo ano."

Espero sinceramente que sim, que seja o mercado a funcionar

Em "Peugeot. Fábrica de Mangualde volta a ter terceiro turno e contrata 300 trabalhadores" escreve-se:
"É o mercado no seu melhor."
Espero sinceramente que sim, que seja o mercado a funcionar; contudo, no mundo da construção automóvel há tanta política e jogos com os governos que tento sempre ter dupla precaução, basta recordar as histórias do Sr. Marchionne.
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Entretanto, também leio "Terceiro turno da PSA financiado com verbas comunitárias"
"A PSA Mangualde, que fabrica automóveis da Citroën e Peugeot, vai criar um terceiro turno para 300 novos trabalhadores. Um turno que será financiada por cerca de meio milhão de euros do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)."
Sinceramente, sem agenda nenhuma, sem nada contra a PSA, não sei se esses 500 milhões aplicados em PMEs não dariam mais postos de trabalho e, disso tenho a certeza, mais incorporação de valor potencial nacional.
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Leio também "PSA de Mangualde recupera terceiro turno"

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Curiosidade do dia

"Producir textil en España: un 84% caro que en Portugal y un 40% más barato que en Francia"


Esta é uma consequência de um grande mal da indústria portuguesa... os empresários portugueses subestimam-se e deixam muito dinheiro em cima da mesa.
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Recordar que o salário mínimo espanhol é cerca de 33% mais do que o português.

Estratégia na agricultura...

"Crise põe agricultura e cultivo de pequenos frutos "na moda""
"Entre as plantações preferidas pelos jovens agricultores, desde logo assumiram lugar de destaque os pequenos frutos – kiwis, mirtilos, morangos, amoras, framboesas e groselhas – seguidos das plantas medicinais e aromáticas e dos cogumelos.
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No caso dos pequenos frutos, o engenheiro agrónomo destaca o facto de poderem ser “rentabilizados com áreas muito pequenas, o que se adapta quer à estrutura do minifúndio, quer ao valor do investimento” dominantes no país. (Moi ici: Recordar "Estratégia a sério na agricultura, ou make my day!")
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Portugal tem, na cultura destes frutos, “uma vantagem competitiva muito forte”, designadamente no Algarve e no sudoeste alentejano: devido ao clima, consegue-se aqui “uma precocidade na produção que cria uma mais-valia no mercado, pois, dependendo das espécies, podem produzir durante o inverno ou a primavera, sem ser necessário aquecer como acontece na maioria da Europa”, explica. (Moi ici: Recordar "Pensamento estratégico" e "Agricultura com futuro")
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Apesar de a atual produção de pequenos frutos em Portugal ser ainda modesta, o engenheiro agrónomo nota que tem já algum significado em valor, devido ao preço elevado praticado ao consumidor.
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Outra “grande vantagem” do negócio dos pequenos frutos é estarem “em linha com o novo posicionamento dos consumidores na alimentação”: são frutos muito ricos em antioxidantes, pelo que podem ser consumidos em quantidade com benefícios para a saúde." (Moi ici: Recordar "Breakaway brands")
Para lá do dia-a-dia e da reactividade, é fundamental ter pensamento estratégico e pensar no depois de amanhã, e pensar em vantagens competitivas, e pensar em diferenciação, e pensar em nichos, e pensar em valor acrescentado potencial.

Parte II - Da lógica à orientação


O fornecedor deve procurar agir como Yoda, interagindo com o cliente, um Luke Skywalker, em busca de transformação.
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É desta metáfora que me lembro quando leio a poesia que se segue e recordo o esquema:
"The notion of cocreating value refers to assisting customers in co-constructing and engaging in superior experiences. Each value network partner brings their own unique resource access and accommodation into that process
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When customers are viewed as an integral part of value creation, the role of the firm becomes that of a facilitator, supporter, and co-constructor of value rather than a supplier of value
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In turn, the strategic focus of the firm shifts toward understanding how it can better assist individual customers to get more out of its direct service activities and/or service platforms so that their daily routines, processes, and experiences are improved in a meaningful way
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Overall, firms prioritize valuable interaction experiences and outcomes of reciprocal resource integration efforts, rather than focusing on products per se, thereby forming the basis for successful future strategies.
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From an S-D logic perspective, strategy is about making choices about how best to facilitate and enhance value cocreation with network partners such as customers for mutual and long-term betterment."

Novos modelos de negócio - Alugar em vez de comprar

Mais um exemplo, o terceiro ou quarto só esta semana, de novos modelos de negócio assentes no aluguer e na partilha em vez da compra e posse, desta feita um caso publicado no JdN de ontem,  "Club do Brinquedo: Casa da Barbie aluga-se":
"Poupar dinheiro aos pais, sem tirar prazer aos filhos, é o objectivo desta empresa que aluga brinquedos e aposta no conceito do consumo partilhado
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a adesão à oferta do Club do Brinquedo, reconhecem as empreendedoras, pressupõe "uma mudança de paradigma: "passar do possuir para o usar"

Novos modelos de negócio

Na terra da FDA:
"59% of the fish labeled “tuna” sold at restaurants and grocery stores in the US is not tuna.
 Sushi restaurants were far more likely to mislabel their fish than grocery stores or other restaurants."

Trecho retirado de "59% of America’s “tuna” isn’t actually tuna"
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Estas revelações sobre as consequências do eficientismo vão aguçar o interesse dos consumidores por modelos de negócio que incluam na proposta de valor a autenticidade. Peixe em exposição com o nome do barco, foto da tripulação e da captura, cadeia de fornecimento curta e transparente...

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Curiosidade do dia

Sinais dos tempos.
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Interessante, agora, em vez de anúncios na rádio a publicitar empréstimos bancários para consumo, ouvem-se anúncios a publicitar empréstimos bancários para expandir o negócio do João com pêra-rocha; ou o do António com a sua produção de medicamentos, ou o do...

Estratégia como arte e ciência

Mais uma interessante reflexão de Roger Martin em "Strategy Is All About Practice":
"The key to the strategy mindset is to view business life as not entirely random; stochastic but not random. While it may be absolutely necessary to revisit and revise choices more often than convenient, the assumption holds that effortful, determined, revisable strategy is better than simply letting happen whatever will happen.
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By far the easiest thing to do is to see the future as so unpredictable and uncertain that you should keep all your options open and avoid choice-making entirely. The irony, of course, is that not choosing is every bit as much a choice, and every bit as impactful, as choosing to choose."
Quando penso no exercício de formulação de uma estratégia, percorre-me sempre um sentimento de contradição; por um lado, digo e acredito que não se pode prever o futuro, mas por outro ajo como se tal fosse possível.
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Por um lado, partilho do pensamento de McMaster:
"‘It’s so damn complex. If you ever think you have the solution to this, you’re wrong and you’re dangerous.’"
Mas por outro, sei que temos de fazer algo e não esperar que aconteça o que tem de acontecer. É um pouco a mensagem do Eclesiastes, vaidade, é tudo vaidade, só somos humanos, mas temos de nos levantar e trabalhar para criar algo de melhor. Sim, é verdade:
“The world can only be grasped by action, not by contemplation.”
Em acções de formação sobre a formulação de estratégias costumo forçar e reforçar este ponto: só somos humanos!!!
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No meu trabalho nas empresas, a estratégia começa por ser uma intenção, uma orientação geral escrita em meia-dúzia de linhas que depois se traduz num mapa da estratégia, num conjunto de relações de causa-efeito hipotéticas e plausíveis (só somos humanos) em que investimentos em recursos e infraestruturas se convertem em desempenho excelente em algumas actividades, que vão conquistar, satisfazer e fidelizar clientes-alvo e outros actores e que por fim, trazem um retorno financeiro como consequência.
"In strategy, helpful practice means setting out your logic about a choice in advance (Moi ici: Um mapa da estratégia e um conjunto de iniciativas, de projectos de transformação) — e.g., I think consumers will react in this way, competitors will react that way, we will be able to deliver this and we achieve this outcome (Moi ici: Ainda ontem, durante uma apresentação foquei este ponto; as iniciativas são projectos e os projectos são actividades que acabam, que se fazem e ponto. Contudo, o nosso propósito não é executar as actividades e fechar as iniciativas, o nosso propósito é cumprir as metas, como tão bem se escreve aqui) — and then watching what actually happens against this predicted logic. (Moi ici: As metas associadas aos indicadores do balanced scorecard) This is the only way you will learn; the only way you will figure out whether your logic was entirely sound or flawed in some way.
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And when I say setting out your logic, I mean actually writing it down in advance, not just thinking it through. That is important because of our human capacity for ex-post rationalizing absolutely anything and everything. If you don't write down in advance what your logic was, you will find that you will convince yourself that everything worked out the way you thought it would — and you will learn nothing."
Ao fechar, ao tentar encontrar uma frase que resumisse o que sinto acabei por voltar ao texto de Roger Martin:
"Strategy is part art and part science; a heuristic, not an algorithm."