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terça-feira, agosto 27, 2013

Experimentar o impossível

Eu sei que Ries escreve sobre a sua experiência com tecnológicas:
"Software should be designed, written, and deployed in small batches.
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The batch size is the unit at which work-products move between stages in a development process.
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Small batches mean faster feedback. The sooner you pass your work on to a later stage, the sooner you can find out how they will receive it."
Mas este "Small batches mean faster feedback" pôs-me a pensar na evolução da produção em tantos sectores. Quem não tem hipóteses de competir pelo preço mais baixo, abraça estratégias assentes na produção de lotes mais pequenos (gama de produtos alargada, encomendas de menor dimensão e maior frequência de alterações aos produtos e planos de entrega):

E isto levou-me a pensar nos rituais instalados e herdados de uma outra época, das encomendas médias de grande dimensão. E isto levou-me a pensar no ritual das feiras onde os criadores de sapatos vão apresentar as suas colecções aos seus potenciais compradores. Em vez de feiras grandes onde os criadores apresentam uma enormidade cada vez maior de modelos e os compradores fazem as suas escolhas para toda uma época, não fará sentido evoluir para feiras conjugadas com outros mecanismos de apresentação das colecções, que permitam épocas mais ricas e uniformemente distribuídas?
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Como conjugar esta possibilidade com o actual calendário de produção? As empresas acabaram agora, em Agosto, de produzir para a época do próximo Inverno.
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Nestas coisas, a maioria esmagadora acha sempre impossível desafiar os calendários instalados, até que alguém, sem nada a perder, desesperado, resolver experimentar o impossível.
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Encomendas mais pequenas significam menos inventário para os saldos?
É possível tornar as prateleiras mais rentáveis, enquanto os concorrentes as dedicam aos saldos?

Trechos retirados de "Work in small batches"

sábado, fevereiro 23, 2013

As crises, não as bonanças, como factores de subida na escala de valor

No artigo "O mundo Móveis Viriato" na revista Visão desta semana:
"Em nome do patriarca da família. Viriato Rocha, a unidade nortenha nasceu ainda como Móveis Viriato, em 1952, talhada para o mobiliário doméstico, a partir de uma pequena marcenaria onde o fundador trabalhara. Em meados da década de oitenta, porém, a oportunidade de mobilar um hotel francês serviu de gatilho para que a marca passasse a apontar baterias ao mercado hoteleiro, e se transformasse em Viriato Hotel Concept. Hoje exclusivamente dedicada a este segmento. a empresa é liderada pelos filhos e netos de Viriato Rocha, que continua a tomar o pulso ao negócio. diariamente, na fábrica."
Ontem à noite, depois de ter ido ver um jogo de andebol, cheguei a casa e apanhei um programa na televisão onde o Jamie Oliver tentava agradar, com comida, uma família italiana em Itália. A certa altura apanhei-o a dizer algo como:
"Estes fornecedores italianos, não fazem muitas coisas, especializam-se em um ou dois tipos de produtos e tentam ser os melhores" (Moi ici: Julgo que falava de fabricantes de mozarella"
Em qualquer sector de actividade, para subir na escala de valor, há que abraçar a especialização... e isto é muito difícil de fazer em tempos de bonança, porque significa ficar mais pequeno, ter uma empresa mais pequena... e ficar com uma empresa mais pequena quando todos crescem (em tempos de bonança) é sinónimo de má gestão ou burrice. Estão a imaginar o vizinho a dizer "Ui! Então a maré está a subir, todos os barcos sobem e o dele afunda-se!?!? Deve ser muito burrinho!!!
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Por isso, é que estas mudanças quase só ocorrem no tempo das vacas magras, porque são impostas pelas circunstâncias. É como no futebol, a lesão do titular consagrado abre portas para que um suplente desconhecido apareça, cresça e eclipse o anterior titular. Sem a lesão, o treinador nunca arriscaria fazer a mudança.
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BTW, pesquisando Viriato no blogue pode-se obter muito mais informação sobre a empresa  sobre como a transformação foi facilitada pela crise que levou à 2ª vinda do FMI.

sábado, fevereiro 18, 2012

Acerca de Mongo

Ontem à tarde Joseph Pine II, autor de livros que me ajudaram a percepcionar o mundo de forma diferente, escreveu no Twitter algo que logo me fez recordar Mongo:
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"My plan for American manufacturing jobs: shift from mass producing to mass customizing goods close to the customer. Problem solved."
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À noite, li este artigo na mesma onda "Don’t Mock the Artisanal-Pickle Makers".
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Será absurdo pensar na cidade de Nova York como uma referência para pistas sobre a evolução do futuro?
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"Brooklyn, ground zero of the artisanal-food universe, where competition is intense."
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O meu conselho de há muitos anos, para qualquer sector de actividade:
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"Like many successful entrepreneurs in the United States, Woehrle followed what seems like an ancient business model: making things by hand. He rejected the high-volume, low-margin commodity business in which ConAgra and Pepsi­Co compete against each other with their Slim Jim and Matador jerky products. Instead, Kings County found a niche in which engaged consumers will pay a premium for a specialty product." (Moi ici: É o já tradicional "Trabalhar para aumentar preços" à custa de mais valor potencial percepcionado pelos clientes-alvo. Enquanto isso, os encalhados da tríade só pensam na redução de custos para reduzir preços)
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Contrary to popular belief, the revival of craft manufacturing isn’t just a fad for Brooklyn hipsters. (Woehrle resists the term. His beard is too short, he says.) Jason Premo, an entrepreneur I recently met in Greenville, S.C., is also studying the unmet needs of his customers and carefully making the things they most value, albeit on a more industrial scale. Premo, a former corporate manager, learned that many large companies faced challenges getting their hands on precision parts (like rocketry propulsion housings for ICBMs or rotor hardware for Black Hawk helicopters) that must be made of high-performance metal alloys and cut to exacting standards. So he and a partner bought a tiny metal-machining shop, invested in some precision machines and hired a few advanced machining experts.  (Moi ici: Este sublinhado tem a sequência certa: descobrir um cliente-alvo, perceber o que lhes faz falta, oferecer uma proposta de valor e criar o mosaico de actividades capaz de oferecer a proposta) Their company, Adex Machining Technologies, now has contracts with Boeing and G.E.
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It’s tempting to look at craft businesses as simply a rejection of modern industrial capitalism. But the craft approach is actually something new — a happy refinement of the excesses of our industrial era  (Moi ici: Isto é o que encalhados da tríade não percebem e que expus aqui e aqui) plus a return to the vision laid out by capitalism’s godfather, Adam Smith. One of his central insights in “The Wealth of Nations” is the importance of specialization. When everyone does everything — sews their own clothes, harvests their own crops, bakes their own bread — each act becomes inefficient, because generalists are rarely as quick or able as specialists.
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As other countries move into mass production, the United States, even in the depths of economic doldrums, has a level of wealth that translates to fewer people willing to do dreary, assembly-line work at extremely low wages. More significant, we’re entering an era of hyperspecialization.  (Moi ici: Recordar aquele subtítulo "Concentrar uma organização no que é essencial"Huge numbers of middle-class people are now able to make a living specializing in something they enjoy, including creating niche products for other middle-class people who have enough money to indulge in buying things like high-end beef jerky.  (Moi ici: É Mongo em todo o seu esplendor a caminho da sociedade de prosumers, a caminho de uma sociedade mais diversa, mais resiliente, mais povoada de pequenas empresas, mais povoada de empreendedores...)
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When it comes to profit and satisfaction, craft business is showing how American manufacturing can compete in the global economy. Many of the manufacturers who are thriving in the United States (they exist, I swear!) have done so by avoiding direct competition with low-cost commodity producers in low-wage nations.  (Moi ici: Ei! Encalhados! Aprendam que eu não duro sempre! Eheheh longe das folhas de cálculo e directo à capacidade de ter paixão pelo que se faz!!!Instead, they have scrutinized the market and created customized products for less price-sensitive customers
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As our economy recovers, there will be nearly infinite ways to meet custom needs at premium prices. (Moi ici: Daí o já ter incluído aqui no blogue, tantas vezes, aquele excerto do filme em que Dave diz "Something is going to happen. Something wonderful!")
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The transition to an increasingly craft-centered economy will not be without agony. Woehr­le and Premo succeeded because both had access to investors and the innate ability to segue from the salaried confines of corporate life to a much riskier, entrepreneurial world. A craft economy is far less stable: those who succeed this year may fail the next, as their once-unique products become commodities made cheaply overseas. (Moi ici: Eu escreveria, uma economia mais resiliente, assente em empresas menos estáveis, mas mais resiliente por causa da quantidade, da diversidade e da reduzida dimensão de cada empresa em particular) Still, this new world seems, to some extent, inevitable. Instead of rolling our eyes at self-conscious Brooklyn hipsters pickling everything in sight, we might look to them as guides to the future of the American economy. Just don’t tell them that. It would break their hearts to be called model 21st-century capitalists."
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Um artigo que é um autêntico resumo da pregação deste blogue.

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Especialistas versus generalistas (parte IV)

"wanting too much (Moi ici: Crescer, crescer, crescer, servir todos os tipos de clientes, ganhar escala. Recordar Alberto da Ponte) can be bad for your business. Well, here’s the flip side: Giving up something can be good for your business. (Moi ici: Escolher os clientes-alvo e concentrar toda a atenção neles em vez de desperdiçar recursos em guerras inúteis)
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Once upon a time, there was a company called Emery AirFreight. They were the biggest freight forwarders and their strategy was to offer overnight delivery, two-day delayed delivery, small-package delivery, and large-package delivery. (Whatever you want delivered, we’ll deliver it.) Then along came Federal Express. They sacrificed a lot of business and offered only small packages overnight. (Moi ici: Se deixassem de existir transportes públicos generalistas suportados pelo Estado e altamente deficitários, aposto que surgiriam transportes públicos especialistas, dedicados a segmentos de clientes-alvo, suportados por privados e lucrativos, uns mais e outros menos. Truque? Ser privado? Não, ser especialista!)
Their difference: overnight.
FedEx became a well-differentiated success. Emery went bankrupt.
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The more you add, the more you risk undermining your basic differentiating idea.
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Over the years, we’ve seen three different kinds of sacrifice that are required in the game of differentiation:

  • Product sacrifice: Staying focused on one kind of product is far superior to the everything-for-everyone approach (unless you use multiple brands):

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  • Attribute sacrifice: Staying focused on one kind of product attribute is superior to telling a multiple attribute story. It enables you to be different by taking ownership of a perceived benefit.

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  • Target market sacrifice: Staying focused on one target segment in a category enables you to be different by becoming the preferred product by the segment: ... When you chase after another target segment, chances are you’ll chase away your original customer.

Whatever you do, you should not get greedy but stay true to your product type, your attribute, or your segment. (Moi ici: Uma lição para quem, em tempo de crise vê a procura diminuir e tem a tentação de reduzir preços, de fazer mais coisas, de servir mais gente... talvez a solução passe por um redimensionamento e um re-foco num conjunto específico de clientes-alvo, produtos/serviços e atributos/experiências)
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In many cases, the sacrifice is found primarily in how you communicate or craft your message to the marketplace as to why you’re different. Once you capture those prospects, you’re free to sell them whatever."
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Trechos retirados de "Differentiate or die : survival in our era of killer competition" de Jack Trout, com Steve Rivkin.

sábado, fevereiro 04, 2012

Especialistas versus generalistas

"People are impressed with those who concentrate on a specific activity or product. They perceive them as experts. And as experts, they tend to give them more knowledge and experience then they sometimes deserve. This isn’t surprising when you consider the definition of expert: One having much training and knowledge in some special field.
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Conversely, the generalist is rarely given expertise in many fields of endeavor no matter how good he or she may be. Common sense tells the prospect that a single person or company cannot be expert in everything. (Moi ici: Quantas vezes já ouvi gestores advogarem uma capacidade produtiva com um leque enorme de produtos, só porque podem jogar a cartada da one-stop shop)
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Many years ago at General Electric we learned the power of the specialist over the generalist. At the time, General Electric was launching a concept called the ‘‘turnkey power plant.’’ The concept was simple. General Electric would go to an electric utility with their ability to put all the pieces together. At the end of the process, they would give the utility the keys to the completed plant. (A one-stop shopping concept.)
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Nice idea, right? Wrong. The utility said, ‘‘Thank you very much. We’ll give you the turbine generators; other specialists will get the controls, switch gear, et cetera.’’
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Even though it was General Electric, the inventor of electricity, the utilities wanted the best of the breed: the specialists.
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Well, General Electric figured, those utility guys think they know everything. Let’s go to the lady of the house and offer her a ‘‘GE kitchen.’’
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It was no different. The lady of the house said, ‘‘Thank you very much. We’ll give you the refrigerator; KitchenAid gets the dishwasher, Maytag the washing machine, et cetera.’’
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Even though it was General Electric, the big kahuna in appliances, the lady of the house wanted the best of the breed: the specialists."
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Como é que os generalistas são conhecidos? Em que campeonato estão? Qual a sua dimensão?
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Em que campeonato estão os especialistas? Qual a sua dimensão?
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Quem é mais flexível? Quem tem mais custos estruturais? Quem tem mais a perder?
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Qual é a lição da biologia?
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Trecho retirado de "Differentiate or die : survival in our era of killer competition" de Jack Trout e Steve Rivkin

sábado, outubro 15, 2011

Por onde vai começar a cortar?

Ontem no postal "Acerca de Mongo: conseguem re-imaginar as oportunidades?" recordei Gordon Ramsay e uma das atitudes que mais aconselho nas empresas: focalização, concentração no que é essencial.
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Hoje, encontrei isto:
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"Say no to 1,000 things. Jobs was as proud of what Apple chose not to do as he was of what Apple did. When he returned in Apple in 1997, he took a company with 350 products and reduced them to 10 products in a two-year period. Why? So he could put the "A-Team" on each product. What are you saying "no" to?"
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Lembram-se da lição de Terry Hill?
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Lembram-se quais são as encomendas mais importantes?
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Por que é que as lojas "IN-N-OUT Burger" são mais rentáveis que as lojas McDonald's?
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Porque o menu é mais restrito... divergência, divergência, divergência... especialização, especialização, especialização.
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"Temos de ter tudo para nos ajudar a vender" pois...


quinta-feira, julho 07, 2011

Ver um mundo de oportunidades que se podem abrir

A revista HBR publica neste mês de Julho o artigo "The Big Idea: The Age of Hyperspecialization" de Thomas W. Malone, Robert J. Laubacher, e Tammy Johns.
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Ainda há dias, por causa dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo escrevi este comentário a uma pergunta.
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Comparar com o exemplo da Boeing:
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"Looking at today’s terrifically complex supply chains, one might think we’ve already reached the extremes of specialization. Boeing’s initiative to build the 787 Dreamliner, for example, was hailed as the epitome of subcontracting—and then proved to have gone a bridge too far when the parts failed to come together as seamlessly as envisioned, and delays ensued. A web page listing just the “major” suppliers of the plane’s components contains 379 links. But an aircraft is fundamentally a physical product."
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Mas o essencial do artigo não é acerca dos produtos mas dos serviços. Uma autêntica avenida de possibilidades e oportunidades...