quinta-feira, março 14, 2013

Consumo interno, importações e dúvida - ajudem-me por favor!

O Jornal de Negócios de ontem traz uma coluna intitulada "Melhoria da procura interna ameaça saldo externo" onde se pode ler:
"Os números apontam para um abrandamento da queda das entradas em Portugal e parece estar relacionado com uma melhoria no consumo interno e no investimento, já visível no final de 2012." (Moi ici: BTW, depois falam da espiral recessiva)
Lembrei-me logo do que tinha lido no dia anterior nos comentários à inflação de 0% em Fevereiro passado:
"A recente tendência da inflação constitui mais um sinal da debilidade da procura interna, pois a taxa de inflação subjacente, excluindo os preços mais voláteis dos bens alimentares e energia, está em terreno negativo desde Janeiro (-0.5% em Fevereiro)."
Entretanto, pouco depois de ler isto, lia no Oje o artigo "Crédito às famílias cai 5576 milhões" algo que no dia anterior já tinha sido noticiado com "Crédito às famílias caiu mais de 5,5 mil milhões nos últimos 12 meses"... recordei logo os números que aprendi esta semana com o último livro de João César das Neves e que foram objecto desta "Curiosidade do dia".
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Escrevo tudo isto por causa de uma dúvida, o que é que vai ditar, em primeiro lugar, o recomeço do aumento das importações se Portugal continuar a seguir o modelo que tem seguido com a troika?
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O consumo ou as importações industriais?
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Esta figura, retirada do relatório "Estatísticas do Comércio Internacional Janeiro 2013" do INE, não me sai da cabeça:
Conjugando tudo isto, interrogo-me:
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Não é mais fácil as importações de combustíveis minerais para serem transformados e, de químicos para serem transformados, estarem a dar os sinais que o jornalista do Jornal de Negócios interpreta como sendo um retorno das importações via consumo?
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BTW, longe de mim pertencer ao clube dos que acham que consumir é pecado, pelo menos consumir sem ser base em endividamento.
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BTW2, leio o que se segue e não percebo o que é que o jornalista quer dizer. Reparem, o mesmo jornalista que escreveu que 100 mil empregos perdidos no sector transaccionável são mais do que 230 mil empregos perdidos no sector não-transaccionável (recordar isto) é o mesmo que escreve isto:
"Apesar do optimismo em torno dos resultados das exportações portuguesas, grande parte do ajustamento externo não está a ser feito vendendo mais, mas sim comprando menos."
Resolvi comparar o ano 2012 com o último ano pré-troika:

  • importações de bens em 2010 = 57 053 milhões de euros
  • importações de bens em 2012 = 56 120 milhões de euros
As importações caíram 1,6%, caíram 933 milhões de euros.
  • exportações de bens em 2010 = 36 762 milhões de euros
  • exportações de bens em 2012 = 45 359 milhões de euros
As exportações cresceram 23,4%, cresceram 8 579 milhões de euros.

Qual é a parte do racional do jornalista que eu, anónimo da província, não consigo acompanhar?

Mongo pode ser muito mais do que a customização que estamos a pensar

Isto está tão longe dos tempos em que, como atleta de pista federado (do FCP) no início dos anos oitenta do século passado, tinha de requisitar os sapatos de pitões à sexta-feira, para competir ao fim de semana. Ou seja, de um tempo em que um par de sapatos era partilhado entre vários atletas, para um tempo em que cada atleta tem um par construído à sua medida e à medida de uma estratégia em particular:
"Athletes are measured on a sensitive track to gauge the direction their foot travels whether its forward or back, left or right, and how it moves; 100 sensors are placed on an insert inside the shoe to measure pressure at different points; and a motion capture system — like the ones used for video games and movies — adds stride and broader movement into the equation. Based on the biomechanical data, custom spike plates, the part of the shoe that actually connects with the ground, are created.
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“The technology is early and our implementation is still really in a very early phase, but you can envision as the technology improves and capacity increases — and cost comes down — the audience who will benefit from customisation will just grow and grow and grow. This will get down eventually to the casual athlete.”"
Trecho inicial retirado de "With 3-D Printing, New Balance Running Customisation in New Direction"

E sapatos de corrida, não à medida de um atleta, mas desenhados para a estratégia que um atleta vai executar numa certa corrida?
"The possibilities for easy customization are nearly endless. Previously, a custom spike plate required an expensive injection molding process, but with the 3-D printers, the speed of production is much faster and the cost is slashed. Because it’s so much easier, runners can choose different designs based on their strategy for a particular race. “If you’re going to rely on a strong finishing kick, that means having lots of traction for running up on your toes at the end,” says Petrecca."
Trecho final retirado de "Pro Track Athletes Get a Grip With 3-D Printed Equipment"

Um mundo de possibilidades aberto por Mongo, "interaction rules"!!!


quarta-feira, março 13, 2013

Curiosidade do dia

Fazia a pé o trajecto do Terreiro do Paço até ao edifício azul e branco de Lesboa (Santa Apolónia), ali por alturas do Quiosque do Jardim do Tabaco, oiço o Hino da Alegria tocado pelos sinos de uma igreja...
- Hino de Alegria tocado às 18h09 durante a Quaresma!?!? Só pode significar que temos papa!

O exemplo do mobiliário

Recordar o exemplo do mobiliário:

"Mesmo caindo 28%, Portugal importou ainda 450 milhões de euros no ano passado. Substitui-los por produto nacional pode ajudar a salvar os mais aflitos. (Moi ici: Duvido, a importação é de produtos muito baratos com os quais a produção não pode competir) O ajustamento e redimensionamento em curso serviu também para reposicionar o sector: formatado para o fabrico em série, visa agora segmentos de valor superior.(Moi ici: A recomendação feita neste blogue há muitos, muitos anos) "A evolução na última década foi do clássico para o contemporâneo", acrescentou o director executivo. Qualidade, design e inovação - que somam aos preços mais competitivos que os franceses ou italianos - são as armas para lutar com os concorrentes directos. 
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"As mais bem sucedidas foram as que alteraram o posicionamento de mercado: de fabricantes passaram a alfaiates", concluiu Vieira." [director da APIMA] (Moi ici: Nem de propósito, desta semana "E o futuro é dos alfaiates e das modistas literal e figurativamente")

Qual é o estilo que melhor se ajusta a Mongo?

Esta imagem
retirada daqui, via Steve Denning, é muito interessante.
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Qual é o estilo que melhor se ajusta a Mongo?

Alugar, partilhar em vez de possuir, outra vez

Mais um exemplo de um modelo de negócio assente no aluguer:
"Rent the Runway, a website that rents out high-end clothing and accessories to consumers for a few days at a time,"
Quando contar esta à minha mulher ela vai recordar algumas conversas sobre este modelo de negócio...
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Interessante, também, a evolução:

  • de um website, para espaços físicos;
  • do aluguer de roupa e acessórios, para um "“experiential marketing engine” that exposes its customers to new designers and products."
Acerca da evolução de um website para os espaços físicos lembrei-me de um trecho de "Thinking, Fast and Slow", de Daniel Kahneman, sobre o erro de Bernoulli.
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Quem está no retalho físico não consegue aproveitar as vantagens do retalho físico. Quem está no retalho online, cada vez mais complementa-o com o retalho físico, com vantagem.

Cuidado com os modelos mentais quando as regras do jogo foram alteradas

Uma reflexão muito adequada aos tempos que vivemos:
"many organizations carry a heavy burden, and for far too long. The result — obsolete policies and practices, outdated assumptions and mind-sets, and underperforming products and services. This organizational memory creates biases that get embedded in planning processes, performance evaluation systems, organizational structures and human resource policies. This becomes a big burden when non-linear shifts occur."
Por isso é que um suíço pode ter sucesso a produzir azeite, livre de modelos mentais de um outro tempo.
Por isso, é que só agora a agricultura, com novos protagonistas, se está a adequar à "nova" realidade, com cerca de 30 anos, das fronteiras abertas.
Por isso, é que a mudança de uma empresa, quando o mundo à sua volta muda, não se dá de imediato.
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Trecho retirado de "When Organizational Memory Stands in the Way"

terça-feira, março 12, 2013

Oportunidades de negócio

Só oportunidades de negócio à espera de serem abraçadas por quem não pensa em produção em massa mas em nichos de valor acrescentado.
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Mais uma "Resíduos de pesticidas em comida para bebé em Portugal acima do permitido" e outra ainda:
"Portugal foi também um dos países em que foram encontradas maçãs com resíduos de pesticidas acima do legislado."

Curiosidade do dia

Talvez a minha amostra, afinal, tenha alguma representatividade.
"No mês de janeiro 2013 as exportações aumentaram 5,6% relativamente a janeiro de 2012, devido à evolução positiva registada tanto no mercado Intra-UE como no mercado Extra-UE
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(No comércio intra-UE) "Em janeiro 2013 as exportações aumentaram 3,3% face ao mês homólogo de 2012,
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Em janeiro 2013 as exportações para os Países Terceiros aumentaram 12,0% face ao mês homólogo de 2012"
Trechos retirados de "Estatísticas do Comércio Internacional - Janeiro 2013"

Mais tempo, mais agonia

Não podia estar mais de acordo com o editorial do Jornal de Negócios de ontem, assinado por Helena Garrido e com o título "Ganhos e perdas em tempos de troika":
"Devíamos ter tido mais tempo e mais dinheiro? Os economistas poderão um dia responder a esta pergunta: teríamos tido menos desemprego e menos recessão com mais tempo e dinheiro, para reequilibrar financeiramente o país? Intuitivamente a resposta é não. E não teríamos tido menos desemprego nem menos recessão pura e simplesmente porque a economia portuguesa estava apoiada em sectores como a construção que não conseguiam, mesmo com mais tempo e mais dinheiro, continuar a produzir."
Recordar que só nos dois últimos anos o sector da construção perdeu mais de 30% das pessoas empregadas.
"Basta falar com algumas empresas para percebermos que nem tudo corre mal e há negócios que correm até melhor. (Moi ici: Esta é a minha experiência pessoal, 2013 está a ser melhor que 2012. Qual será a representatividade da minha amostra?) Não vale é a pena olhar para os sectores que pertencem ao passado, como a construção. E esperemos que o Governo, na sua tentação de ganhar as eleições autárquicas e de acelerar a recuperação, não cometa o erro de orientar o pouco crédito que há para a construção. (Moi ici: Infelizmente tudo se conjuga para isso, como escreve o Paulo Vaz, passarmos de uma fase "stop" para uma nova fase "go" onde o Estado enterra dinheiro na construção)
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As perdas que a troika nos impôs só se transformam em ganhos se o Governo não cometer o erro habitual do eleitoralismo que se começa a detectar em anúncios de apoios à construção. Deixem as empresas, as novas empresas, trabalhar." (Moi ici: As novas e as outras, as que já fizeram o desmame, ou nunca precisaram de o fazer porque não dependeram nunca do Estado)

A isto chama-se aumentar a produtividade gerada por cada trabalhador

Um futuro melhor também passa por isto:
"O têxtil perdeu quase 3500 empresas e atirou para o desemprego mais de 70 mil pessoas, nos últimos anos. A reestruturação gerou um sector competitivo e o mais exportador do país, a seguir à indústria automóvel.
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No ano passado, um total de cinco mil empresas foram responsáveis por 4,2 mil milhões de euros de exportações, valor só ligeiramente inferior ao verificado oito anos antes, quando o sector contava com mais 3480 sociedades, num total de mais de oito mil."
A isto chama-se aumentar a produtividade gerada por cada trabalhador.
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Talvez estes números ajudem a explicar o porquê disto "Transaccionáveis estão a destruir mais emprego que o resto da economia" (atenção que o título é, de certo modo, enganador. O emprego caiu 8% nos transaccionáveis e 7% no resto da economia, ou seja, os transaccionáveis perderam 100 mil empregos e os não transaccionáveis, que têm uma dimensão bem superior, perderam 230 mil empregos). E, recordar que transaccionável não é a ser equivalente a exportador, tem potencial para ser exportador, mas a esmagadora maioria não o é, nem o consegue ser de um dia para o outro.
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No entanto, o sector exportador, teoricamente com potencial para ser exportador, resiste melhor às falências.

Trecho inicial retirado de "Têxtil recupera e está no topo das exportações"

BTW:
"Finnish business sector productivity has soared in the past few decades. In addition to macro-level sources of productivity growth and within-unit developments, our analysis shows that creative destruction has a vital role. Entry, exit, and resource reallocation among continuing plants explain about one third of the overall productivity growth in Finnish manufacturing since 1975 and virtually all of the productivity acceleration since 1985.
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In a frontier economy, creative destruction is about experimentation, reallocation, and selection among individuals (particularly managers) and businesses. Consequently, it brings about some personal discontinuities and uncertainties. It would, however, be a mistake to assume that creative destruction would have longer-term negative effects on life satisfaction. At least in Finland, it seems that restructuring has rather promoted perceived happiness. Finns arguably seem to understand that creative destruction provides new opportunities."
Trecho retirado de "Finland’s Path to the Global Productivity Frontier through Creative Destruction"

Agricultura e a "economia da experienciação"

Um artigo de que gostei muito "Experience economy for understanding wine tourism" complementado com uma apresentação sobre o mesmo "An Experience Economy Approach to Enhancing Chautauqua-Lake Erie Area Wine Tourism":

Dá para equacionar formas interessantes de subir a rentabilidade das quintas de produção de vinho não com base no aumento das áreas de cultivo, mas com base na criação e no desenvolvimento profissional de todo um ecossistema baseado na experiência.
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O produto, o vinho, torna-se parte de uma oferta mais vasta, mais intangível, mais rica, mais pessoal.
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BTW, agora equacionem a mesma abordagem aplicada a uma unidade de produção de leite biológico, a uma unidade de produção de queijo, a unidades que façam parte de uma mesma região demarcada e que queiram colaborar na oferta de uma experiência que passe pelo queijo, vinho, birdwatching, frutos secos, por exemplo.
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Recordar:
"She began a summer camp in which kids spend a week caring for cows, learning about agriculture and running around a huge open space for $425 per week. Now the camp is almost as profitable as a year of milking cows. “That summer-camp program put me through Cornell,” Breanna says with a laugh. She’s also negotiating with a cheesemaker to turn their milk into high-value Fulper-branded cheese."
Trecho retirado daqui.

segunda-feira, março 11, 2013

Curiosidade do dia

"O peso do crédito a particulares no total do crédito interno, que no final de 1979 era de 7,5%, um valor demasiado reduzido para um país do nosso tipo, fixou-se à volta de 12%, de 1981 a 1984. Na segunda metade dessa década registou uma clara subida, que o levou até cerca de 19% do total no período de 1990 a 1994. No início da segunda metade da década de 1990, precisamente quando a dívida externa estava a disparar como vimos, começou uma espantosa subida que o levou a mais de duplicar a sua dimensão relativa ao total, com valores acima de 46% em 2006. Em 2012, os valores já andam abaixo de 39% do crédito total.
Tudo isto são indicadores que nos sugerem que, nos últimos vinte anos, Portugal viveu um clima de optimismo, facilidade e ilusão."
Trecho retirado de "As 10 questões da recuperação" de João César das Neves

Universidades e a disrupção

A disrupção não começa por baixo, começa sempre pelos clientes "overserved".



Excelente reflexão a combinar com a leitura de "CLAY CHRISTENSEN: GE And Perdue Farms Will Disrupt Harvard Business School"
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"Institutions of higher learning must move, as the historian Walter Russell Mead puts it, from a model of “time served” to a model of “stuff learned.” Because increasingly the world does not care what you know. Everything is on Google. The world only cares, and will only pay for, what you can do with what you know. And therefore it will not pay for a C+ in chemistry, just because your state college considers that a passing grade and was willing to give you a diploma that says so. We’re moving to a more competency-based world where there will be less interest in how you acquired the competency — in an online course, at a four-year-college or in a company-administered class — and more demand to prove that you mastered the competency.
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We demand that plumbers and kindergarten teachers be certified to do what they do, but there is no requirement that college professors know how to teach. (Moi ici: Eheheh Recordo logo uma minoria de professores que tive na Universidade e que não tinham jeitinho nenhum para aquilo) No more. The world of MOOCs is creating a competition that will force every professor to improve his or her pedagogy or face an online competitor.
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Bottom line: There is still huge value in the residential college experience and the teacher-student and student-student interactions it facilitates. But to thrive, universities will have to nurture even more of those unique experiences while blending in technology to improve education outcomes in measurable ways at lower costs. We still need more research on what works, but standing still is not an option."

Trechos retirados de "The Professor's Big Stage"


A costura é uma arte

Em "Modistas de Lisboa fazem roupa à medida" mais um exemplo da economia interna que mexe, neste caso em direcção a Mongo.
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Qual é a prateleira? Uma página no Facebook.
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Qual é a proposta de valor?
  • peças únicas idealizadas pelas pessoas;
  • durabilidade e longevidade superiores;
  • benefícios da roupa feita à medida;
  • peças com um valor sentimental  diferente.
Como é que estas modistas vêem o que fazem? 
"a costura é uma arte"
E o futuro é dos alfaiates e das modistas literal e figurativamente:

Diz-me para onde exportas, dir-te-ei como evoluirá a tua produtividade

A propósito de "As estrelas do Norte" recordo esta conclusão de Chad Syverson em "What Determines Productivity":
"Interestingly, firms exporting to higher-income regions saw greater productivity growth. Apparently the export market - not just the exporter itself - matters. This raises interesting selection issues about which markets firms choose to export to, even conditional on the decision to export in the first place."

domingo, março 10, 2013

Curiosidade do dia

"A new report from McKinsey, a consultancy, calculates that China is now the world’s second-largest market for “premium” cars (which include posh brands like BMW and Aston Martin plus the snazziest offerings from mass-market producers like Volkswagen and GM). It estimates that China will surpass America by 2020 to become the world’s biggest consumer (see chart)."
Trecho retirado de "Still racing ahead"

Acerca do valor - parte IV

Parte I, parte II e parte III.
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Isto é poesia, fugir da miudagem, fugir dos fantasmas estatísticos, e olhar olhos nos olhos as pessoas:
"The everydayness of the customer's reality is emphasised and the view of the customer is shifted from a "customer" to a "person". Customer needs are shifting from utility needs to deeper, psychological needs visualising the identity of the person behind the customer surface.
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The Customer-Dominant logic shifts the focus from the mind to the body and from the customer to a person. According to the Customer-Dominant logic, value is not objective or purely subjective; it is through its relative and cumulated nature always personal. Value is not isolated since the reality of the customer is interconnected to the realities of others. Value is therefore embedded in the dynamic, collective and shared customer realities, which even the customer, cannot always orchestrate."
Uns apostam em interacção zero, as máquinas fazem tudo, o cliente só tem de escolher o que quer no menu e chamam a isso de low-cost. Outros apostam na interacção, no contacto humano, na personalização... cada vez mais descubro novas vantagens nesta metodologia de Zander.
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Tudo começa na vida do cliente que é uma pessoa...
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Isto... leva-me a pensar que muitas empresas que falam em serviço e em soluções estão muito longe disto:
"Não somos a melhor ajuda para o que pretende, se quiser, podemos recomendar 2 ou 3 empresas no mercado que talvez o possam ajudar. Se trabalhasse connosco não iria ficar satisfeito, não iria valorizar a forma como abordamos o desafio e, como o desafio é seu, para si iria ver-nos como uns complicadores"
Ao acabar de escrever isto lembrei-me de um e-mail que o amigo Aranha me enviou esta sexta-feira. Apresentou proposta para apoiar empresa num projecto que culminará com a certificação do sistema da qualidade da empresa, não vai ganhar o negócio porque:
"Disseram-me que receberam várias propostas de empresas e consultores, todas elas com uma ou mais destas características:
  • Bem mais baratas;
  • Dizendo-lhes que a certificação se consegue em pouco tempo – 3 ou 4 meses; 
  • Dizendo-lhes que podem estar descansados porque os interlocutores não vão ter intervenção/ trabalho nenhum, aquilo é coisa simples (a empresa é uns 40 operários, um chefe o patrão – estes dois são os interlocutores); e 
  • Acenando com financiamentos."
Este é outro campeonato. 
Uma coisa é perceber qual é o objectivo do cliente e decidir colaborar ou não, e decidir como "convencer" o cliente a apostar na sua proposta. 
Outra coisa é, quando a distribuição da informação é assimétrica, enganar o cliente descaradamente para ganhar a proposta.

Quem pode negar a recuperação económica em curso?

Há cerca de um ano a diocese de Bragança despedia funcionários porque não tinha receita para pagar os salários (tenho a notícia arquivada aqui no blogue). Hoje, a diocese de Bragança já se dá a estes luxos:
"Segundo uma fonte do gabinete de comunicação da diocese, foi a primeira vez que D. José Cordeiro conduziu o veículo, que tinha sido comprado no final desta semana."

Where the rubber meets the road

É sempre uma sensação agradável acompanhar uma equipa na construção do mapa da estratégia da sua organização, traduzi-lo num balanced scorecard e chegar ao momento de pensar a operacionalização. O momento de transformar uma hipótese num conjunto de iniciativas: quem faz o quê até quando, o meu "O que vamos começar a fazer na próxima 2ª feira, para começar a construir o futuro, para executarmos a estratégia?"
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Quando avançamos para a fase da operacionalização já há uma ideia geral do caminho a seguir, falta no entanto o pormenor sobre o que fazer realmente, "where the rubber meets the road".
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Há uma tendência para avançar e começar a fazer coisas, sem ordem, sem nexo, é preciso fazer alguma coisa... aqui entram as iniciativas estratégicas.
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Recorrendo à Teoria das Restrições, criando um mapa da realidade actual que conspira contra a lógica da estratégia, é, de alguma forma isto:
"Do the next right thing
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This began the process of letting him think clearly. Forcing your brain to think sequentially—in times of crisis and in day-to-day life—can quiet dangerous emotions."
Claro que, para chegar a este ponto é preciso uma certa forma de pensar:
"Control your destiny
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Some people, he says, view themselves as essentially in control of the good and bad things they experience—i.e., they have an internal locus of control. Others believe that things are done to them by outside forces or happen by chance: an external locus." 
É preciso reconhecer a tendência para a auto-ilusão:
"Deny denial
...
Denial plays a large role in many wilderness accidents. Take getting lost. A hiker in denial will continue walking even after losing the trail, assuming he’ll regain it eventually. He’ll press on—and become increasingly lost—even as doubt slowly creeps in. Learn to recognize your tendency to see things not as they are but how you wish them to be and you’ll be better able to avoid such crises."

Trechos do grande Laurence Gonzales

sábado, março 09, 2013

Curiosidade do dia

Nunca esquecer a contextualização:


Transaccionáveis é um campeonato, não-transaccionáveis é um outro.

Acerca do valor - parte III

Parte I e parte II.
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Na parte II escrevemos:
"A tradição não é começar pela vida do cliente, pelo seu job-to-be-done, pela experiência que procura e que quer viver, a tradição está focada na oferta das empresas:
  • o que produzimos;
  • o que temos;
  • o que fazemos;
  • a nossa gama de oferta;
Daqui salta-se para a necessidade premente de escoar o que se tem, daqui salta-se para se agir como vendedor em vez de consultor de compra...
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Quando quem vende impinge algo que não é o mais adequado para a vida de um cliente está a apostar no ganho de curto-prazo, no sucesso da transacção actual. Esquece-se é que a avaliação do que é valor para o cliente continua durante o uso e depois do uso."
Agora, comparar isto com esta reflexão em "De-escalation":
"Escalation causes us to commit to our original need, by reinforcing it.
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But what happens when we do the opposite? If we think about connection instead of power, if we think about abundance instead of scarcity, we can turn this on its head.
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What if we de-escalate conflict?
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What if we don't try to turn shopping desire into a fever pitch? What if later is just as good, or better, than now?
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What if we back off occasionally instead of pressing forward?
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What if playing the game starts to become at least as important as winning it?
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De-escalation creates connection, not commitment to previously made choices. It trades the short-term battle for the long-term relationship.
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Taking our time and letting air in (and heat to escape) might be precisely the best way to build the relationships we need for the long run. It leads to better decisions, less shrapnel and work that truly matters, without regret."
Um consultor de compra não impinge o que tem na prateleira, um consultor de compra privilegia a relação.

Uma estratégia depende sempre do contexto e os presidentes que se eternizam

A propósito de "Strategy, Context, and the Decline of Sony":
"Sometimes it's useful to be reminded that a great strategy is only great in context. From the early 1980s and into the 90s, Sony's was great.
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 why is the strategy that once served Sony so well now failing so badly? It's not as if its cameras now take fuzzy pictures or its boom boxes fall apart after three months. And the market for consumer electronics is larger than it's ever been.
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This suggests a more fundamental explanation: consumers today care more about the experience, but Sony is still focused on the product. It's gotten trapped by its own past success. In the early 80s, simply delivering technology in a usable form was still the biggest challenge, and Sony got it right before anyone else. It had an astonishing ability to find the next technical hurdle—a brighter TV, a smaller tape player, an integrated camcorder—and leap over it with grace, before its competitors even thought to try. In an industrial, product-oriented economy, this was enough. Every year saw new products with unprecedented capabilities. As long as it could do something new, we didn't seem to care what kind of experience we had using it.
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In the experience economy, these expectations are reversed. Technology is a given, and the question of "what are the specs?" has been replaced by "what is it like to use?" Sony's expertise at making the next great thing has been matched by companies like Samsung and LG, and soon enough, they'll all be caught by increasingly sophisticated Chinese manufacturers. Without modifying its business model, Sony has been left behind by a world that's changed its relationship with technology.
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What's tragic is that Sony still has all the resources to execute well on a new strategy.
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There's nothing magic about innovation, just as there's nothing magic about technology. Both are hard work, but as Sony has shown, all the hard work in the world won't matter if you're working toward a strategy that was framed for an another era."
Enquanto fazia o corte e colagem para este postal, veio-me à mente um nome... Reis Campos. E, depois, outro ainda: Zapatero...
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Ontem, a propósito dos milhões que este governo vai torrar na reabilitação urbana (recordar que só Lisboa tem 15% das suas casas vazias), o que, BTW, demonstra que PPC afinal está já a pensar nas próximas eleições, ouvi na rádio umas palavras de circunstância de Reis Campos (Presidente da AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas) e, pensei, ainda é presidente dessa associação!!! Há quantos anos lá está? Em 2008 já tinha sido re-eleito para o cargo com este discurso:
"o Presidente agora reeleito disse acreditar que em 2008 “se verifique um crescimento positivo da produção, provavelmente acima dos 2,5%, dando assim início a uma nova etapa para o sector e para o país”.

Para que tal aconteça, porém, será necessário que o Estado seja capaz de criar as condições necessárias a um novo ciclo de crescimento, sem o que a iniciativa privada não se assumirá como motor de desenvolvimento.

Defendendo a importância do planeamento, do estabelecimento de prazos e objectivos, bem como do seu cumprimento, o Presidente da AICCOPN recordou que para o período de 2008-2017 o Governo anunciou investimentos em infra-estruturas de base que totalizam quarenta mil milhões de euros, mas mostrou-se preocupado por nos primeiros quatro meses deste ano pouco ou nada ter avançado em matéria de obras públicas.

Considerando que os investimentos “tardam a sair do papel e sem eles é impossível a retoma do Sector e o regresso do país ao caminho da convergência com os países mais avançados da União Europeia”, defendeu no seu discurso de posse que “para o país voltar a crescer de forma sustentada precisa de uma nova dinâmica no sector da construção”.
O mundo mudou... e as ideias de Reis Campos também mudaram?
Não tenho nada de pessoal contra Reis Campos, basta recordar o que escrevi sobre Zapatero ali em cima.
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Recordar esta reflexão "Um pouco de história" e esta outra "Uma estratégia nunca é eterna"

O mundo não é plano

O mundo não só não é plano como ao transformar-se em Mongo fica cada vez mais enrugado, com mais picos. E, como defendemos aqui, num mundo cada vez mais enrugado, o eficientismo não é uma boa base para o sucesso.
"contrary to what many business leaders think, the world is not flat. It is a round and roiling tangle of complex cultures, each separated from the others by its unique needs and expectations. We, the people who occupy this corrugated landscape, are defined by our history. Our traditions, politics, and religions inform our lives and influence our decisions—from whom we marry to what we buy. In a flat-world marketplace, one size fits all, but fitting a business to the intricate contours of the real world is a far more challenging prospect. That’s what makes design such an important part of any creative business strategy, and it’s also what has placed it in the driver’s seat of the new creative economy.
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Today, the business world is engaged in a global battle between individualism and collectivism or “Culture versus Commodity,” as I call it. As companies dive for the lowest costs, they abandon highly qualified local workers and place their bets with low-cost labor overseas - all under the “Flat-World” banner of cost-efficiency. As we’ve now seen, strategies that boost the bottom line in the short term often result in unsupportable losses down the road. Businesses that sacrifice their unique strengths for the safety of shared efficiency make losers of us all. They rob us of meaningful jobs, even as they diminish the economic and cultural value of once viable and innovative brands.
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In fact, the old Flat-World economy couldn’t be “won,” and now it can’t even be defended. Yes, by cutting cost and driving scale, businesses have helped to make high-tech products and digital services like computers and cell phones affordable beyond the most optimistic projections of even ten years ago. But the dirty by-product of these stunning technological advances is a world dominated by products that lack any semblance of human or cultural context. These mass-produced, mass-marketed objects don’t provide any type of inspiring consumer experiences. And, in markets divided into high-end luxury and value driven cheapness, competitive strategy becomes murky. How can a company add true value or even just visually differentiate its low-cost cell phone from those of its competitors, when all of them are designed and manufactured in just five or six Asian factories?
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Creative strategy offers clear benefits over the traditional supply chain-dominated approach to business. It results in human-adaptive solutions and not in commodity-like products for which nobody is willing to pay full price - especially when the offerings outnumber the buyers."
Trecho retirado de "A Fine Line" de Hartmut Esslinger.

sexta-feira, março 08, 2013

Curiosidade do dia

Portugal é conhecido por ser um dos países do mundo com maior consumo de vinho per capita.
"No ano passado, Portugal exportou mais vinhos portugueses do que consumiu internamente."
Trecho retirado daqui. 

Rebranding strategy



Dedicado aos elementos da tríade que desconhecem o poder da paixão e das relações amorosas com clientes, fornecedores e produtos.

Lições a recordar por quem quer colocar um produto de elevado desempenho no mercado

Ontem, o André Cruz mandou-me este artigo "Cloud Burst".
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O artigo é um bom exemplo, é um caso que deve ser estudado por quem pretende desenvolver um negócio assente no melhor desempenho do produto ou serviço.
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Voltando à simplificação de Treacy e Wiersema, a proposta de valor da sua empresa assenta em qual dos vectores?

  • Preço mais baixo?
  • Serviço à medida?
  • O melhor desempenho?
Se a proposta de valor gravita em torno do melhor desempenho...
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Tudo começa com a definição dos clientes-alvo: Quem são os clientes-alvo? E por que existimos? Qual é a razão de ser da nossa empresa?
"The On story starts with Swiss triathlete Olivier Bernhard, a triple world champion. Bernhard was looking for a way of overcoming regular running injuries, especially to his knees, but there was nothing on the market that did what he wanted and provided enough cushioning and support."
Atletas de alta-competição com um problema por resolver, com um job-to-be-done por realizar. Um tipo de cliente muito exigente e que anda à procura de algo concreto. O extremo oposta à disrupção, em vez de clientes "overserved", clientes "underserved". Clientes "underserved" estão dispostos a pagar mais por algo que melhor a sua vida, neste caso removendo uma consequência negativa de que padecem.
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Assim, o produto tem uma vantagem técnica que ajuda a viver a experiência de não padecer do mal, ou de o prevenir. Contudo, não é só tecnologia, o design também é considerado na equação:
"It's important that the shoe catches your eye to catch your foot,' he adds. Even such a sport-focused company as On ('the DNA is performance') can't escape fashion connotations. 'Our core will always be performance running,' says Allemann, 'but they're also sneakers and can be worn with jeans. We can't blame people who want to do that.'
Conhecendo-se bem quem são os clientes-alvo faz todo o sentido trabalhar com eles, interagir com eles, apostar na co-produção e na co-criação, a começar por um dos fundadores e:
"At the time of writing, the team was just about to leave for Hawaii for the Ironman World Championship, where Caroline Steffen, a firm favourite in these gruelling races, was running in On shoes (she came second).
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With prototypes in hand, the nascent company set about getting their products into the hands and onto the feet of the people that mattered - professional athletes. As well as Steffen, the Kenyan marathon runner Tegla Loroupe and the French triathlete David Hauss, among many others, have put the shoes to the test and been persuaded of their speed-enhancing properties."
Estes clientes-alvo não só ajudam a desenvolver o produto como actuam como poderosos influenciadores no ecossistema da procura. Não fazem publicidade, não são actores pagos para dizer o que está escrito no guião, são pares que influenciam com o seu exemplo, porque procuram o que é melhor para o seu desempenho atlético.
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Se o produto quer triunfar por causa do desempenho superior, convém que essa pretensão seja documentada e validada:
"luring runners with the promise - scientifically proven, thanks to a survey carried out at ETH Zurich - of improving every aspect of their running.
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The shoe has also won several sport technology awards and recently took pride of place in the Museum für Gestaltung in Zurich."
Claro que para barrar a entrada dos tubarões há que proteger a propriedade intelectual:
"On's patented CloudTec system has given it an edge over its larger competitors."
Por fim, algo cada vez mais associado aos negócios que tentam vencer pelo desempenho superior, trust Kirk, not Spock, ou seja testar, testar e testar outra vez:
"the team worked on countless prototypes and conducted real world research to perfect what Bernhard now terms 'intelligent cushioning'."
Aqui recordo, outra vez, o artigo "Not just a pretty face: economic drivers behind the arts-in-business movement" já aqui citado e também aqui referido:
"-Team New Zealand was able to test many more keels than other teams, which led to their huge win.
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Team New Zealand reconceived the process of making a racing keel which allowed them to try many ideas cheaply and rapidly -the cheap and rapid iteration approach to production moves us from Industrial to Post-Industrial process -Pre-industrial making generated HIGH COSTS – innovation costs – the cost of having to do things differently each time, to adjust uncontrollable variations in inputs."
Por fim, o site da empresa tem um truque que apreciei bastante para ajudar os potenciais clientes a escolherem o melhor sapato para o seu caso. Qualquer corredor sabe o tempo que faz por quilometro, logo um principiante fará mais de 6 minutos e um atleta de alta competição andará em tempos inferiores a 4 minutos.
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Por vezes, os potenciais clientes desistem de fazer compras de artigos tecnológicos porque não sabem como escolher o artigo que melhor se ajusta à sua vida, e adiam e adiam e adiam a compra.

É só um ponto de partida... não devia ser mais do que isso

Por mero acaso (será que existem acasos?) fui parar a esta apresentação "MICROECONOMIA II - 1E108"..
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Os diapositivos 3 e 4, sobre a concorrência perfeita, são divinais.
"O modelo de concorrência perfeita descreve um mercado no qual nenhum agente tem capacidade para influenciar os preços (poder de mercado nulo).
Assim, cada empresa age individualmente, sem precisar de ter em conta as decisões das outras. Observando o preço de mercado, decide que quantidade pretende vender a esse preço.
É um bom ponto de partida para o estudo de estruturas de mercado mais complexas."
Eu, um anónimo da província, sem formação económica formal, ousa especular: os futuros economistas, nos seus primeiros anos de formação académica ficam tão familiarizados com este modelo que se esquecem que se trata apenas de um modelo. Que se  esquecem que um modelo é uma representação simplificada da realidade e não mais do que isso. Tal como os gansos recém-nascidos tomam como mãe o investigador, o primeiro ser vivo em movimento que vêem, as jovens mentes ficam tão marcadas por este modelo que o tomam como a realidade.
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E quais são os pressupostos da concorrência perfeita?
"1. Existem muitos produtores e muitos consumidores, negligenciáveis em termos individuais.
 2. Os produtos das diferentes empresas são substitutos perfeitos, ou seja, o produto é homogéneo.
 3. Os agentes têm toda a informação relevante.
 4. Todas as empresas instaladas na indústria, tal como as que ponderam entrar na indústria, têm igual acesso à tecnologia e aos factores de produção.
 5. Não existem barreiras à entrada ou saída do mercado."
Neste blogue, e na nossa vida profissional, promove-se o contrário disto, promove-se, o que para alguns é blasfémia, a concorrência imperfeita, ou seja, a batota pura e dura.
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Neste blogue, e na nossa vida profissional, procura-se demonstrar que a paixão, a emoção, o know-how, as relações, tal como as pedrinhas que David apanhou no ribeiro, cada vez mais fazem mais sentido que as folhas de cálculo dos Golias deste mundo.
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Todos aqueles pressupostos podem ser transformados em treta no mercado em que actua a sua empresa:

  1. Os consumidores ou clientes são todos iguais? Mongo é esse mundo longe do Normalistão onde as tribos reinam. Por isso, aquela frase "negligenciáveis em termos individuais" é mortífera!!! Neste blogue e na nossa vida profissional recomendamos: Esqueça a miudagem, esqueça as estatísticas, esqueça o Big Data, concentre-se em gente concreta de carne e osso. Consegue olhá-los olhos nos olhos? De que cor é a íris de cada um? Fuja dos fantasmas estatísticos.
  2. Aposte na diferenciação. Diferencie o produto, o serviço, o modelo de negócio. Customize, co-produza, co-crie. Fuja do centrão cada vez mais pequeno, menos rentável e mais disputado, abrace os extremos, os weirdos, os diferentes. Até parece que queremos todos viver em Magnitograd!
  3. Treta pura para enganar caloiros! Quanto mais sabemos, mais sabemos que não sabemos. Este pressuposto é particularmente perigoso porque promove uma mentalidade exclusivamente analítica. A incerteza e o risco dos negócios desaparecerão se tivermos mais informação? Treta!
  4. O acesso ao crédito, o acesso ao talento, o acesso às prateleiras que contam está uniformemente distribuído?
  5. Expliquem este pressuposto a um empresário que vive em São João da Madeira, Vale de Cambra ou Barcelos... se fechar a sua empresa, como vai encarar os colegas empresários
Pena que não fique claro que o modelo da concorrência perfeita é só um ponto de partida... e, tal como na Geometria, um ponto é um ponto, uma realidade no limite da existência. A vida real é a concorrência imperfeita. Quem tenta abordar a vida real com o modelo da concorrência perfeita, restringe-se à visão industrialista.

quinta-feira, março 07, 2013

Curiosidade do dia

Terminei ontem à noite, durante o jogging, a escuta do último livro de Seth Godin "The Icarus Deception: How High Will You Fly?", um livro que enquadro na linha de "We Are All Weird" e "The Linchpin".
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Por várias vezes, ao longo das mais de 7h da gravação, dei comigo a pensar que se um português começasse a pregar as ideias de Seth Godin como suas, e a plagiar os seus textos em encontros públicos em Portugal, rapidamente começaria a ser interrompido com cânticos da "Grândola".
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Seth Godin seria classificado como um perigoso agitador, um promotor e defensor da precariedade laboral, um malvado e mal-intencionado defensor do auto-emprego e das micro-empresas.

À sua maneira!


Golias, habituado a dezenas e dezenas de combates onde saiu sempre vencedor contra inimigos experimentados, seguindo sempre as mesmas regras, usando as mesmas armas e estratégias, avança cheio de confiança... tem pela sua frente um miúdo.
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Cometeram o desplante de lhe mandarem um miúdo, um puto para lhe fazer frente.
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David tinha recusado a armadura, o elmo e a espada da Saul... ele não conseguia empunhar uma espada, ele não tinha arcaboiço para usar uma armadura e segurar um escudo ao mesmo tempo.
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David não ia combater como os mais velhos, ia combater à sua maneira.
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Imagem retirada da "Manga Bible" de Siku

Acerca da desvalorização interna

"27,8 euros é o preço médio por quilo exportado de t-shirts em 2011. Desde 2008, o preço médio deste item subiu 47%" 
Também sobre o calçado, nos últimos dias, têm aparecido vários textos com números sobre o aumento dos preços praticados.
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Entretanto, recentemente li "“Espanha, Portugal e Grécia necessitam de uma desvalorização interna de 30%”". Julgo que Hans-Werner Sinn está certo e errado ao mesmo tempo, tal como as pessoas que defendiam a redução da TSU estavam certas e erradas.
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Defender a redução de salários e da TSU, para ajudar a exportar mais é não perceber o que tem estado a acontecer em Portugal, com a reconversão desde o embate chinês:

É não perceber que para ter sucesso na exportação, a regra tem de ser apostar no valor e não no preço mais baixo, no final de contas, agora "somos todos alemães":
Se me falarem em reduzir salários e a TSU para recuperar as empresas dos sectores não transaccionáveis e tornar menos arriscado a criação de emprego para o mercado interno, então, a coisa muda de figura. Afinal de contas, só 40 e pouco por cento do PIB é que está relacionado com exportações.
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Por exemplo, no comércio, quantos postos de trabalho e empresas poderiam ter sido salvas se fosse possível negociar reduções salariais empresa a empresa?
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A coisa também se ajusta sem essa redução salarial, demora é mais tempo.

Acerca do valor - parte II

Parte I.
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Este pormenor que se segue representa, talvez, uma das maiores dificuldades na transição para uma lógica assente no serviço ao cliente:
"The starting point is not the service company and its processes or even the visible service processes within the service encounter or the relationship. The starting point is the customer's reality and life"
A tradição não é começar pela vida do cliente, pelo seu job-to-be-done, pela experiência que procura e que quer viver, a tradição está focada na oferta das empresas:

  • o que produzimos;
  • o que temos;
  • o que fazemos;
  • a nossa gama de oferta;
Daqui salta-se para a necessidade premente de escoar o que se tem, daqui salta-se para se agir como vendedor em vez de consultor de compra...
"Value is not only considered to be embedded in the practices of the customer instead value is embedded in the accumulated and continuously restructured customer reality. The world is not only truly subjective and experienced, but it is also a highly relative world comprising dynamic multi-contextual realities in which value is embedded.
To conclude: The C-D logic recognises that value formation is not always an active process, with an active creator (firm, customer etc.). Value formation may also be a passive process, which the customer is not even aware of. Through the cognitive, mental and emotional processes customers consciously' or unconsciously interpret interactions and reconstruct an accumulated customer reality where value is embedded in."
Quando quem vende impinge algo que não é o mais adequado para a vida de um cliente está a apostar no ganho de curto-prazo, no sucesso da transacção actual. Esquece-se é que a avaliação do que é valor para o cliente continua durante o uso e depois do uso.



Trechos retirados de "Exploring customer value formation: a customer dominant logic perspective"

Cheio de sumo para a realidade portuguesa pré-troika, no tempo dos campeões nacionais

Escrito em 2001 acerca da realidade canadiana, cheio de sumo para a realidade portuguesa pré-troika:
"the study revealed a number of weaknesses in the microeconomic business environment that afflicted much of the economy. The absence of intense local rivalry combined with customers who were not demanding produced weak pressures for firm productivity and upgrading.
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We found many firms content to compete in Canada Portugal, with little orientation toward global competition. Those firms that did compete internationally tended to focus on the U.S. Espanha/Angola and pursue strategies that depended on natural resource advantages or lower labor costs than other G-7 competitors instead of sophisticated products and processes. Rather than seek out the most demanding customers both at home and abroad, Canadian Portuguese firms were inclined to serve the less demanding segments....We recommended that governments move aggressively to restore a favorable macroeconomic context for Canadian business by tackling the budget deficit and reducing personal and corporate tax rates. We also recommended that governments eliminate the barriers to inter-provincial trade and investment that relaxed competitive pressures and fractured an already small economy....we recommended that governments pursue policies to enhance the intensity of domestic competition rather than try to produce national champions shielded from competition in the home market....While some laud the lower Canadian dollar as enhancing competitiveness by decreasing the relative prices of our exports, the true effect is exactly the opposite. A low Canadian dollar dulls the incentive for upgrading and competing on any basis other than lower price. In addition, in the Canadian context, the low dollar makes investment in upgrading more expensive. Approximately 70% of Canada’s installed machinery and equipment is imported. Consequently, the low dollar during the 1990’s made machinery and equipment imports dramatically more expensive, which is likely to have contributed to a fall in the growth rate of capital stock per worker, thus making labour productivity growth still more difficult to achieve....Research on firm-level competitiveness has revealed the critical importance of a distinctive strategy. Firm-level competitive advantage rarely results from benchmarking against competitors and replicating their choices. Rather, competitiveness results from making a set of choices that produces a distinctive positioning and is manifested in a tailored system of activitiesThis activity system creates customer value distinct from competitors and makes replication by competitors difficult by confronting them with painful trade-offs...If the nation is to move forward, a greater proportion of Canadian Portuguese firms must make an alternative set of choices. These are shown on the right column in the figure.



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All industries today are “high-tech”, and can employ advanced technology. Every firm has the opportunity to develop competitive advantages building on unique strategic positions."

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Trechos retirados de "Canadian Competitiveness: A Decade after the Crossroads" de Michael Porter e Roger Martin.

quarta-feira, março 06, 2013

Curiosidade do dia

Cada vez mais rapidez:
Imagem retirada de "Evidence that markets are becoming more dynamic courtesy of Frank Rothaermel"

Input bias

A propósito de "É a vida":
"Input bias: using signs of effort to judge outcomes.
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Don't confuse effort with outcomes.
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Make sure your metrics are meaningful.
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Examine your incentives"

Acerca do valor - parte I

Um artigo, "Exploring customer value formation: a customer dominant logic perspective", bom para reflectir e rever a forma como se pensa o valor:
"From a value perspective the discussions in the existing service marketing research is ontologically thin. The core of marketing has evolved from an objectivistic. production oriented perspective to a resource perspective, where value no longer is delivered, instead it is co-created. Value in use has passed over the traditional value in exchange and a focus on production attributes has been overridden with an emphasis of mutual value creation. the so called co-creation. Value is no longer seen as embedded in units of output and exchange but rather realized through the experience when the customer activates and uses the service provider's offering and resources.
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First, value cannot be considered to be always actively and mutually created: instead value is seen as formed in the cumulated reality of the customer. Second, value is not restricted to a cognitive or even a resource perspective, value is also socially interpreted and experienced in an experiential-phenomenological manner. Third, value need to be seen in a longitudinal and multi-contextual perspective encompassing multiple different personal and service related value frames. Fourth, value is not isolated since the reality of the customer is interconnected to the realities of others."
Preço é o que o cliente paga, valor é o que ele tem em mente. O valor está em permanente evolução, antes da compra pode existir algo na mente do cliente, esse algo evolui durante o uso, e continua a evoluir após o uso.
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A maioria das empresas concentra-se naquilo que pode oferecer, no serviço, no produto, em tudo o que acontece até ao momento da transacção.
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A magia começa quando uma empresa, um fornecedor, começa a pensar no que acontece antes e depois da transacção, não com o produto ou serviço, mas com a vida do cliente.


Ambiente, emprego, impostos, mobilidade e JTBD

Mais um exemplo de novos modelos de negócio que vão transformar a nossa vida futura, o "BMW's DriveNow".
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Mais um exemplo em que se deixa de vender um produto físico e se passa a vender o serviço proporcionado por um produto, em linha com o conceito "job-to-be-done" (JTBD). Os clientes não compram um produto, compram um recurso, um recurso usado pelos clientes para executar um serviço que vai colmatar uma necessidade na sua vida e originar toda uma experiência (ex-ante-transacção; ongoing e pós-transacção).
"The business model of companies in the car industry that want to make a difference, is not about selling cars anymore. Car2Go sells mobility, Tesla offers a personalized buying and electric driving experience, ZipCar offers an alternative to car rental and car ownership (which Avis Budget is to acquire for about $500 million!).
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BMW DriveNow’s proposition is the ultimate all-electric driving machine by the minute. DriveNow offers you hassle-free mobility. You can drop the cars at any station. You have no expenses for car ownership. Also, DriveNow guarantees you’ll find a parking spot anytime. The DriveNow car sharing service is delivered through apps that show you where available cars, parking spots, and charging stations are. DriveNow customers get self-service with the premium quality that BMW stands for. Customers pay a registration fee of $39 and driving a car costs 32 cents per minute or $90 per day."
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Modelos de negócio baseados na partilha, no aluguer e não na posse.
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Consequências:

  • mais amigo do ambiente (menor pegada ecológica);
  • menos empregos nas fábricas massificadas do século XX;
  • menos impostos a serem arrecadados pelos Estados que crêem que consumir é pecado;
  • JTBD realizado com mais eficácia.


BTW, os jogadores de bilhar amador jogam para a jogada actual, os jogadores profissionais jogam para as jogadas seguintes.
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Os mesmos que protestam contra a produção massificada, são os mesmos que protestam porque desapareceram os empregos do século XX nas linhas da produção massificada.

Como pão para a boca

"Esta deve ser a aposta forte das empresas para aumentarem o seu negócio e conquistarem mais clientes, mas há quem continue a olhar para o design como um custo"
Recomendo a leitura de "Not just a pretty face: economic drivers behind the arts-in-business movement" de Robert D. Austin e Lee Devin, publicado no Journal of Business Strategy (2010).
"In the market place, products and services with aesthetic dimensions often command startlingly high prices (a Bang & Olufsen TV) or sell in volumes that dwarf less sophisticated offerings (Apple’s iPod). Some of these products and services appear immune from the progression toward commoditization that innovation research portrays as inevitable. High profit margins, big sales volumes, immunity from commoditization – these command the attention of the most bottom-line-fixated managers.
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Might enthusiasm for innovation be a ‘‘bubble’’? No, there’s something more fundamental at work here. This buzz is not a fad, but a symptom of executives’ mostly intuitive (but increasingly urgent) understanding of two fundamental technology-driven tectonic shifts in the business environment. These shifts and their accompanying seismic upheavals will change the way firms compete, especially established companies based in developed economies. Both shifts point managers toward art, art making, and aesthetics – territories unfamiliar to many, but in which they will soon need to build competitive capabilities.
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Executives of established firms in developed economies, bracing for a battle against foes with insurmountable cost advantage, naturally seek less-cost-dependent strategies.
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Michael Porter has argued that companies can successfully employ one of two generic strategies, but not both. A company can compete via cost leadership, in effect saying to its customers ‘‘Buy my products (or services), they’re just as good as others, but they’re cheaper.’’ Or a company can compete via differentiation, saying to customers, ‘‘Buy my products (or services), they cost more than others, but they’re better.’’ The rise of companies and brands competing from low cost regions, with access to a nearly infinite supply of low cost labor, suggests to firms in developed economies that they may soon have difficulty maintaining cost leadership (if they aren’t already). Some form of this realization usually starts managers in established firms thinking harder about differentiation strategies.
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Companies will need to figure out how to convincingly sell beauty, meaning, and experience, and that’s going to require that they think about aesthetics with a certain degree of expertise and coherence"
Temos de ligar ainda isto com  "somos todos alemães" e com a TSU para exportadores. Design, tão importante para as empresas como pão para a boca.

À atenção dos novos velhos.

É estrangeiro e comissário europeu, deve ser um Deus

""Não sou proteccionista, nem nacionalista, mas parece-me que há uma necessidade de ter as mesmas regras na Europa e fora dela. É impossível ir a Pequim e o Benfica jogar com 9 e o Beijing FC com 13 jogadores. Jogamos no mesmo campo, e devemos jogar com as mesmas regras", diz Antonio Tajani, vice-presidente da Comissão Europeia e comissário europeu da Indústria e Empreendedorismo."
Blá, blá, blá, blá, blá.
"After attending a classical high school in Rome, he earned a degree in Law at the Sapienza University of Rome.
Tajani was an official in the Italian Air Forces. After attending a specialized air defense course, he became radar controller.
Tajani has been a professional journalist, editor of parliamentary affairs for the weekly "Il settimanale", presenter of Rai Radio 1 news programme, and head of the Rome editorial office of the newspaper "Il Giornale", owned by the Berlusconi family. He was special envoy to Lebanon, the Soviet Union and Somalia."
O que é que na sua experiência de vida o habilita?
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Trechos retirados daqui e daqui.

terça-feira, março 05, 2013

Curiosidade do dia

"Ikea retira tartas posiblemente contaminadas con materia fecal. El gigante sueco ha anunciado la retirada de estos productos de sus cafeterías en 23 países después de que las autoridades sanitarias chinas alertaran de un nivel excesivo de bacterias coliformes" (fonte)
Interessante que tenham sido as autoridades chinesas a detectar algo que em outros 22 países não foi detectado.
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IKEA com cafetarias em 23 países... qual é mesmo o negócio da IKEA?
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Depois das almôndegas, agora os coliformes fecais... o que é que isto nos diz sobre a capacidade de controlar cadeias de abastecimento super eficientes?
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A low-cost food é awesome, não é?

Títulos para todos os gostos


Como o conteúdo está comoditizado, tenta-se a diferenciação pelo título que mais se ajuste ao perfil de quem ainda compra o jornal?

BTW, deve ser a isto que chamam espiral recessiva.

Retoma, espiral recessiva e a conversa das marés

Falar de retoma e falar de espiral recessiva, é a mesma perspectiva... olha-se para a economia como uma realidade homogénea porque só se olha para os indicadores do agregado.
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Recordo este postal de Janeiro de 2007, "A retoma da economia"


Ontem, em Espanha, "Desempregados em Espanha superam pela primeira vez os 5 milhões". Há dias, em Portugal "Desemprego em Portugal atinge 17,6% em janeiro"
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Só que a economia não são os indicadores que seguimos, nem é o modelo simplificado que seguimos:
"Pequeña recuperación del empleo en la moda española durante el mes de febrero. Las empresas de la industria textil, de la confección y del cuero y el calzado registraron una media de 130.252 afiliados a la Seguridad Social durante el mes de febrero, 1.108 más que en mes anterior.
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El aumento mensual, del 0,9%, contrasta con el estancamiento del empleo en el conjunto de la economía española: el número medio de afiliados cayó en febrero en España un 0,1% en relación al mes precedente, con 18.712 trabajadores menos." (fonte)
E
"A indústria de calçado está a aproveitar as oportunidades surgidas com a crise para assegurar novos ganhos de competitividade - em curso estão projectos de investimento de 45 empresas, num total de 25 milhões de euros.
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Mas a elevada concentração da indústria em regiões como Felgueiras está a causar dificuldades na contratação de pessoal.
Um paradoxo numa altura em que o desemprego atinge recordes em Portugal. Para muitos empresários, a solução passa por ter carrinhas a assegurar o transporte diário de trabalhadores de concelhos distantes; para outros o crescimento passa pelo investimento em novas fábricas no interior do País." (fonte)
Dar à luz uma economia mais sustentável não se faz sem dor, e não ver as mudanças que estão a acontecer é entrar no jogo dos partidos.

BTW, isto também é bom para o têxtil português "La moda española eleva un 13,3% sus exportaciones a los mercados BRIC"

É a vida

Em tempos escrevi "Mais um monumento à treta - parte II" e, "Factos versus retórica", acerca das organizações que escolhem indicadores sobre as actividades que desenvolvem, como forma de avaliarem o seu desempenho.
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Custa muito pôr o pescoço no cepo, ás vezes, nem actividades se medem, mede-se... sei lá o quê.
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Se conhecerem alguém que sofra desta doença, que confunda actividade com resultados, que confunda desempenho com quantidade de trabalho e que tenha medo do julgamento via resultados, indiquem esta brochura que descobri via @GrahamHill, "Impacts and Outcomes of Local Authority Regulatory Services".
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Imaginem o que é uma organização medir o seu desempenho só com base nas actividades que desenvolve... e esquecer, ou esconder que:

  • as actividades geram saídas;
  • as saídas geram resultados; e 
  • os resultados geram impactes.
Os que fogem dos resultados e dos impactes pensam no seu futuro, não no da sua organização.

Um exemplo de como funciona um modelo de negócio que dá resultado no sector têxtil

Um exemplo de como funciona um modelo de negócio que dá resultado no sector têxtil:
"Em vendas a empresa soma mais de 1.7 milhões de t-shirts por ano, todas destinadas à exportação, para vestir mulheres europeias, mas também dos EUA. Canadá e Austrália, três novos mercados que a Givec está a explorar para alargar e diversificar a sua base comercial. "É uma oportunidade descoberta nas feiras europeias do sector. (Moi ici: Que prateleiras usar? Onde expor a oferta?)
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Na estrutura do negócio, a empresa segue um modelo pouco usado na indústria têxtil portuguesa. (Moi ici: Ao ler o que se segue recordar o que repito aqui muitas vezes, e que uso para chocar empresários que olham demasiado para dentro da fábrica, produzir é o mais fácil, difícil, difícil é vender) A Givec trata da área comercial, do controlo de qualidade e da criação, mas deixa a actividade industrial ao cuidado de terceiros. Um grupo de trabalho criado com fornecedores da região responde pela produção das malhas, e confecção, tinturaria, estamparia, lavandaria e acessórios. Esta malha envolve directamente dez empresas têxteis da vizinhança e mais de três mil pessoas, permitindo à Givec manter a sua estrutura interna reduzida a 47 trabalhadores, 25 dos quais na área criativa.  (Moi ici: Quais são os recursos-chave? Quais são as actividades críticas? Quem são os parceiros-chave?) "Como os fornecedores estão todos na vizinhança, tudo funciona de fortim eficiente e rápida e, assim, somos muito mais flexíveis a responder ao mercado",  (Moi ici: O que prometer na proposta de valor? Sem dúvida flexibilidade e rapidez) justifica Isabel Correia, que divide a direcção da empresa com o irmão
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A especialização nas t-shirts 100% algodão"  (Moi ici: Especialização, concentração, focalização)
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Vocacionada para trabalhar marcas próprias desde a sua criação, com urna equipa limitada a três pessoas. a Givec cresceu com uma estratégia assente na inovação, design e resposta rápida. (Moi ici: O que prometer na proposta de valor? Sem dúvida inovação, design e resposta rápida) Na empresa, fazer t-shirts não significa produzir um artigo básico. "Trata-se de criar um produto diferenciado, com foco na qualidade, na construção, na resistência e durabilidade, na imagem gráfica", sublinha a administradora. E este é um trabalho desenvolvido internamente, desde os testes à matéria-prima, à criação dos estampados e de 300 modelos por colecção, à preocupação com o corte e a silhueta em todos os tamanhos. Fazemos protótipos que os fornecedores vão usar é uma das missões internas. Produzir a primeira camisola de cada um dos modelos criados, repetindo a tarefa as vezes necessárias até concretizar o conceito também é um trabalho da equipa da Givec." 
Um exemplo de como funciona um cluster com empresas que ocupam diferentes posicionamentos na escala de valor.

Trechos retirados de "Malhas com ambição" no semanário Expresso do passado Sábado.

segunda-feira, março 04, 2013

Curiosidade do dia

"Portugal exportou 1,95 milhões de pares de calçado para a Itália em 2012, no valor de 55,2 milhões de euros, um crescimento de 6%, ao preço médio de 28,25 euros.
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Importou, por outro lado, mais de dois milhões de pares, no valor de 43,4 milhões de euros a um preço médio de 20,87 euros."
O "lead" do artigo começa com:
"Dados surpreendem o próprio sector: Itália produz o calçado mais caro do mundo, mas Portugal vende cada par para lá 7,38 euros mais caro que cada que lá compra."
Surpreendido?
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Se quiserem eu explico, é tão fácil... uso uma metáfora com clubes que praticam futebol, andebol e basquetebol.
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Trecho retirado de "Portugal já vende sapatos para Itália mais caros que os que lá compra"

Where the puck will be


"as encomendas na China "têm que ser em maiores quantidades e pagas à cabeça". Nesta conjuntura internacional, nem as marcas ‘premium' arriscam. "As encomendas são mais contidas, mais em cima da estação", além que as marcas têm "condições de pagamento mais flexíveis""

"O regresso das grandes marcas "explica-se pela subida de preços na Ásia", quer pelo aumento dos custos de produção quer por via cambial. A colocação de encomendas em Portugal permite ainda tomar decisões depois de ver a reação dos consumidores às primeiras vendas.
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"Se comprar na Ásia, ou faz grandes stocks ou é difícil fazer reposições; nós, em dois dias, temos um camião no centro da Europa", diz. Além disso, "tem de ter toda uma operação financiada a priori", enquanto em Portugal já recebeu a mercadoria e só vai pagar a 30 ou a 60 dias." 

Estes trechos parecem retirados deste blogue... desde as condições de pagamento, aos contentores cheios (link de 2006... where the puck will be), aos camiões que em dois dias chegam ao centro da Europa, até às pequenas séries (link de 2007... where the puck will be) e à facilidade das reposições.
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BTW, imaginem os media a bombardearem-nos com a desgraça da economia portuguesa durante 2012... agora, imaginem como deve estar a comunidade que vive de e para, e constitui a Evereste:
"A Evereste, que em 2012 aumentou a sua facturação de 2,8 para 4,5 milhões"
Aumentar a facturação em mais de 60% num ano...

Agora, esqueçam o calçado!
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E pensem que os mesmos factores (excluindo o design e a moda) podem ser usados por tantos outros sectores para competirem à la Sun Tsu, onde estes factores são uma vantagem baseada, na rapidez, na flexibilidade, nas pequenas séries, na co-criação, na co-produção.

O jornalismo e a realidade

O jornalismo e a realidade ou "Looking to where the puck was!!!"
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"Skating to where the puck is going, not where it is" é o conselho de Wayne Gretzky, mas os jornais teimam em olhar para "where the puck was". E, depois: