quinta-feira, maio 18, 2017

Uma empresa: uma caixa negra

Consideremos uma empresa.

Representemos essa empresa por uma imagem:
A imagem de uma caixa negra. Negra porque opaca, não sabemos o que se passa dentro dela. Apenas sabemos que a empresa tem uma “vontade” própria e pretende atingir um determinado conjunto de resultados, de consequências, de objectivos:
Esses objectivos podem ser encarados quer como oportunidades genuínas quer como a resolução de problemas actuais. Por exemplo, uma empresa pode ter como objectivo entrar num novo mercado, ou lançar uma marca própria. Ou seja, avançar para áreas carregadas de novidade. No entanto, a mesma empresa pode também ter como objectivo a redução dos problemas com atrasos na entrega das matérias-primas.

Quando uma empresa encara as oportunidades genuínas sabe que está a trilhar um mundo novo. Se nunca teve uma marca própria sabe que vai ter de criar de raiz toda uma série de actividades e tarefas. Para isso, cria de forma mais ou menos formal projectos a que chamo aqui de iniciativas. Já quando os objectivos podem ser associados a um “ataque” a problemas, nem sempre as empresas percebem que têm de mudar alguma coisa. Muitas vezes encontramos as clássicas acções do tipo:

  • Para reduzir os problemas com atrasos na entrega das matérias-primas vamos sensibilizar os fornecedores, ou os compradores, para que eles tenham mais cuidado.

Para reflexão

"If the trend continues, Africa could become the world’s next great manufacturing center, taking that role over from China itself.
.
What It Could Deliver
Such an industrial revolution could lead to 100 million jobs, a new pool of globally competitive manufacturing companies, and the elimination of extreme poverty in Africa."
Não creio que seja relevante para os países africanos substituírem a China como exportadores de bens low-cost para a Europa e Estados Unidos, mas será muito relevante para criar um mercado de consumidores em África e reduzir a pobreza.
"Over the past few years, I’ve talked to nearly 50 Chinese manufacturing entrepreneurs across half a dozen African countries. In the following pages I describe how their investments are transforming Africa’s economy and society by providing millions of Africans with formal employment for the first time, fostering a generation of African entrepreneurs, and inspiring African institutions to support vibrant manufacturing clusters. These entrepreneurs are not saints, of course. Bribery, poor working conditions, and problematic environmental practices are pervasive. But Chinese manufacturers are arriving in larger and larger numbers in Africa, and manufacturing—unlike natural resources or services—leads to the possibility of industrialization. An industrial revolution in Africa: This is no longer a far-fetched notion.

Trechos retirados de "The World’s Next Great Manufacturing Center"

quarta-feira, maio 17, 2017

Curiosidade do dia

Salvador e Rui Vitória caramba, façam a vossa parte, "Dívida. IGCP preocupado com fraca liquidez e travão súbito nas compras do BCE"

Especulação de outsider

Coisas que me fazem pensar:
"“Ganhámos o Prémio dos Melhores Queijos Portugueses em 2014, em 2015 e 2016. Este ano, não devemos ganhar ou os outros começam a reclamar”, brinca José Martinho Santos, administrador da Lactimercados, a empresa de queijos artesanais de Vila Verde, Braga, que inaugurou, há poucos meses, uma unidade industrial de dois milhões de euros.
...
As vendas têm sido, quase exclusivamente, para a grande distribuição e têm crescido consecutivamente.
.
Dos 550 mil euros de 2015, aumentaram para 700 mil em 2016 e, este ano, a expectativa é de atingirem um milhão de euros (20 a 25%)."

Crescimento muito rápido das vendas via distribuição grande significa que terão preços muito competitivos, logo margens apertadas, logo não estão a tirar partido dos prémios e, presume-se, da qualidade intrínseca do queijo.

Como não recordar o exemplo dos frangos Purdue:



Trechos retirados de "Um grupo de amigos salva empresa de queijos"

"a fuçar, a testar, a bater contra a parede, na busca de alternativas"

"But what Macy’s gained in scale, cost savings, and clout, it lost in agility and the ability to cater to local tastes. Indeed, something similar afflicted the whole industry after successive waves of mergers. Paco Underhill, founder and CEO of marketing consultancy Envirosell, says the chains’ expanding scale led to “management by spreadsheet,” as companies transferred power from the chief merchants who assembled distinctive product offerings to executives more mindful of hitting Wall Street estimates. “The centralized buying and disappearance of brands that have some local flavor to them has really caused them a lot of grief,” Underhill says.
.
At the same time, the chains’ scale impedes their ability to adapt quickly. Macy’s “Backstage” outlet-store concept is a good example. The idea was floated to the Macy’s board in 2009. But it took six years for the retailer to launch the first stores, by which time T.J. Maxx had run away with the off-price market. Similarly, it took Kohl’s until 2014 to introduce beauty sections, even though beauty has been one of retail’s hottest areas for decades."
Trecho retirado de um artigo longo mas interessante, "Can America’s Department Stores Survive?". Cheio de exemplos de casos do que é que as Department Stores andam a fuçar, a testar, a bater contra a parede, na busca de alternativas de sobrevivência.
"If department stores are to get a second, or really a fifth, wind, they will need to embrace a future of fewer and smaller stores—stores that are more about experiences and discovery and less about buying the same Fruit of the Loom underwear you could find cheaper online."
A propósito ler também "Just do it: the experience economy and how we turned our backs on ‘stuff’"

Trabalhar o numerador

Ontem de manhã aqui no blogue publiquei um postal com o título ""the key to competitiveness wasn’t simply productivity"".

Engraçado que durante o dia, em algumas conversas que apanhei no Twitter, várias pessoas continuam à boa maneira do século XX, a relacionar competitividade e produtividade, à engenheiro da AEP. Por isso, relacionam competitividade com redução de custos, relacionam competitividade com CUT.

Por mim, estou noutra onda. Por isso, uso este exemplo dos sapatos que não se vendiam a 20 euros e dos sapatos que têm saída a 230 euros.

Por que escrevo isto? Por causa de mais um exemplo do que é a produção à la Littlemissmatch (ver também isto):
"Kauss decided the reusable water bottle needed a makeover. Hers, which was often stashed in her designer purse, impressed her--but mainly for its ugliness. "I was paying a lot for a handbag and pulling out something that looked like a hiking accessory," says Kauss.
.
In 2010, she founded S'well, a water bottle company that behaves like a fashion brand. Its bottles are not simply utilitarian devices--double-walled, copper-coated stainless steel vessels that keep beverages hot for 12 hours and cold for 24; each one doubles as a canvas. Twice a year, 30 new bottle designs are released.
...
The average S'well owner purchases more than five of these $25 to $45 bottles, a fairly irrational act, given that no one needs more than a couple of liquid-carrying receptacles.
...
"If we did everything so it was Six Sigma and boring, we would have six colors and we'd sell them for 100 years,""[Moi ici: Veneno puro]
Trabalhar para o numerador é o truque para privilegiar a eficácia sobre a eficiência.

Trechos retirados de "How an Accountant Turned a Water Bottle Company Into a $100 Million Fashion Brand"

Pergunta venenosa

Aqui no blogue posso fazer perguntas venenosas.

A ISO 9001 prevê, desde a versão de 2000, o uso da abordagem baseada nos processos. Nesse sentido, as empresas lá desenhavam um mapa de processos que colocavam no manual da qualidade. Agora, continuam a ter de desenhar um mapa de processos que colocam ou no manual ou num outro documento.

E depois, o que é que a sua empresa faz realmente com esse mapa de processos? Como é que a sua empresa aproveita a abordagem baseada nos processos?

Será que a sua empresa usa realmente a abordagem baseada nos processos?

Para que é que a ISO 9001 prevê o uso da abordagem por processos realmente?

terça-feira, maio 16, 2017

Curiosidade do dia

Por um lado:
"Portugal é o país da União Europeia (UE) com o salário mínimo mais próximo do salário médio, embora esteja a meio da tabela em termos brutos, no 12º lugar, com um salário de 650 euros." (1)

Por outro:
"O valor da remuneração base média dos trabalhadores da administração pública foi de 1.457,5 euros brutos, em janeiro, um aumento médio de 2,9% face ao mesmo mês do ano passado." (2)
Trecho 1 retirado de "Portugal tem o salário mínimo mais próximo do salário médio na UE"

Trecho 2 retirado de "Salário médio no Estado aumentou 2,9% para 1.458 euros"

"algo não bate certo nesta abordagem"

Muitas vezes, ao auditar, ao rever sistemas de gestão da qualidade encontro esta situação que, confesso, não me agrada nada.

Comecemos por uma empresa que pode ser representada desta forma:
Depois, com base na abordagem por processos, uma das técnicas mais subaproveitadas nos sistemas de gestão da qualidade e nas intervenções estratégicas, a empresa pode ser representada como um conjunto de processos interrelacionados e interactuantes:
A cada processo pode ser associado um ou mais indicadores. Assim, a empresa identifica objectivos de desempenho para cada um dos seus processos:
Olhando para o conjunto dos processos:
Então, a empresa considera o somatório dos objectivos processuais como os seus objectivos da qualidade.
No meu modelo de abordagem a este tema, uma coisa são os objectivos processuais, outra são os objectivos da qualidade. Os objectivos da qualidade podem coincidir com os objectivos de alguns processos mas na verdade são meta-processuais, são mais estratégicos.
Por exemplo, imaginem uma empresa que vos mostra os seus objectivos processuais como sendo os seus objectivos da qualidade. Depois, durante o aprofundar do contacto com a administração da empresa percebe-se que um dos seus grandes desafios para 2017 é o lançamento de uma marca própria. Então, percebem que esse objectivo mobilizador e sentido profundamente pelo número um da empresa não faz parte dos objectivos da qualidade. E percebem que algo não bate certo nesta abordagem.

Por uma vez de acordo

Recordar "nenhum treinador é pau para toda a obra" ou "Um conselho, um desafio" ou "Uma aposta manca (parte I)". Depois, ler este texto de Ricardo Paes Mamede, "2,7% de despesas em I&D: quando o que parece uma boa notícia não passa de um absurdo".

Costumo ser tão crítico do pensamento de Ricardo Paes Mamede, por exemplo aqui, no entanto, desta vez não posso estar mais de acordo:
"o nível de despesas em I&D sobre o PIB está fortemente correlacionado com a estrutura produtiva de cada país, em particular com o peso relativo de sectores cujo desempenho depende crucialmente da realização de um grande volume de actividades de I&D (por exemplo, farmacêutica, aeronáutica e electrónica).
...
Dada a sua estrutura produtiva, Portugal tem já um nível de despesas em I&D sobre o PIB que é superior ao expectável. Contrariamente ao que é habitualmente assumido, o facto de Portugal se encontrar abaixo da média da UE neste indicador não significa que o esforço realizado a nível nacional seja insatisfatório – apenas reflecte o facto de a estrutura produtiva do país assentar em actividades cujo bom desempenho é menos determinado pelo nível de despesas em I&D.
...
a partir de certo nível as despesas em I&D constituem essencialmente um desperdício, pois acarretam um custo financeiro sem que a sociedade portuguesa e o tecido económico nacional estejam em condições de beneficiar dos retornos desse esforço."
Por uma vez de acordo com Paes Mamede.

Economia e biologia

Há muito que gosto de encarar a economia como uma continuação da biologia. Por isso, gostei de e registo aqui o artigo "Building a Resilient Business Inspired by Biology":
"First, the potential for economic arbitrage is decreasing as a result of narrowing labor cost differentials across nations and increasing capital intensity of production, leading to a discernible trend of reshoring production. Direct-cost differentials in manufacturing between the US and the Yangtze River Delta in China, for instance, are now estimated to be only 1%. When indirect costs such as logistics are considered, many goods destined for the US market can now be manufactured more cheaply in the US. [Moi ici: Quando há dias referi isto a um empresário do calçado ele não acreditou] Whether this trend will persist or strengthen, however, is impossible to say given other uncertainties.
...
The unpredictability stemming from these economic, technological, and political shifts is unlikely to decrease anytime soon, given the continued momentum of technology and the arithmetic of election cycles. The formula for the global enterprise itself—where to make what and how, as a function of technology, taxes, exchange rates, and trading arrangements—is up in the air.
...
What to do now? Biology can provide some inspiration. Biological systems, which have evolved the properties of robustness and resilience on multiple timescales, offer valuable lessons on how to manage under extreme uncertainty. Resilient biological and social systems display six characteristics, all of which are directly applicable to business.
...
1.Redundancy. [Moi ici: Recordar a Ecco e os Nabateus]
...
2.Heterogeneity.
...
3.Modularity.
...
4.Adaptation.
...
5.Prudence.
...
6.Embeddedness."

"the key to competitiveness wasn’t simply productivity"

Coisas que muita gente na academia, na política e nos media ainda não percebeu:
"When the economic crisis hit tyre demand in 2009-10, Michelin realised, according to Mr Guillon, that “the key to competitiveness wasn’t simply productivity, it was above all agility”. Starting in January 2013, it began to accelerate the process of freeing teams to operate independently."
Não adianta produzir um produto muito barato mas que não sai do armazém.

Um exemplo do uso do factor rapidez em "Só depois do apito do árbitro é que a 4Teams começa a produzir cachecóis para o Benfica"

segunda-feira, maio 15, 2017

Curiosidade do dia


Picking winners

"PS quer medidas que promovam turismo científico e de saúde"

E por que não o turismo religioso, ou satânico, ou monumental, ou futebolístico?

O que sabe um partido político, este ou outro, sobre o que o mercado procura?

Depois, lá teremos o Capitão a queixar-se de que os privados não fizeram a sua parte:

"A bad decision feels good in the short run"

Ainda ontem escrevi sobre "o job to be done das religiões neste mundo" e agora, ao escrever isto, consigo recuar a Maio de 2017 e ao "Abençoado cheiro a bosta", tudo por causa deste trecho:
"Our job as leaders (and we all are, in our own way) is to elevate the long run on behalf of those we care about, regardless how hard the marketing and tribal noise around us encourages to fall prey to instant comfort."
Gente a sério está neste patamar:
"A bad decision isn't only bad because we're uninformed or dumb. It can be bad because we are swayed by short-term comfort and ignore long-term implications. A bad decision feels good in the short run, the heartfelt decision of someone who means well. But there's a gap when we get to the long run."
Trechos retirados de "When time catches up"

"autonomy at work is the key to employee satisfaction"

"A recent survey conducted by The Harvard Business Review reveals that autonomy at work (not micromanagement) is the key to employee satisfaction and organizational achievement.
.
It describes this concept as "rebelling," or giving employees the freedom to "deviate from organizational norms, others' actions, or common expectations, to the benefit of the organization."
...
Autonomy for your employees depends on clearly defining your company vision while grounding every project in logical outcomes. Issues arise when people get caught up in their output (how much work they're producing) without a defined outcome (what it is they need to produce).
.
"Am I working on the right thing?" is a hard question to answer without understanding what the outcome should be.
...
When you hire the right people and share the outcomes you wish to achieve and why, you can trust them to figure out the how
Fiz logo o paralelismo com o Blitzkrieg: Agilidade e estratégia

Trechos retirados de "This Harvard Survey Reveals What Most People Miss About Leadership"

Cuidado com a tentação do volume.

"If you think it is difficult to sell with a higher price, try selling with a lower price, where you are undifferentiated and commoditized."
Parar! Voltar atrás e reler a frase.
"Your company has a business model and a strategy. If your strategy is to differentiate your offering and create greater value, you no doubt have a higher price than many—or most—of your competitors. That higher price isn’t some arbitrary decision. It’s based on what is required for you to execute and deliver for your clients.
...
If you are exactly as good as you are now and lowered your prices to match your competitors, you would no doubt sell a lot more than you are selling now. Selling would be much easier once you take price out of the equation.
.
But here’s the thing: selling more doesn’t make sense.
...
Let’s say your Net Profit is 8 percent of Revenue. To match your competitor’s price, you would have to reduce your prices by 11 percent. Now you are better, and you are dead even on price. That sounds good, because you can massively increase your sales. But that reduction in price across all revenue would leave you with Net Revenue Loss of 3 percent. Congratulations, you broke the model and destroyed the strategy."
Cuidado com a tentação do volume.

Trechos retirados de "Understanding Why Your Price Is Higher Than Your Competitors"

domingo, maio 14, 2017

Curiosidade do dia

Uma escola aqui em Gaia ostenta a seguinte frase na sua entrada:
Vai onde o futuro te leva
Não gosto da frase. Há qualquer coisa de passivo, de folha impotente levada pela corrente. Preferia uma frase mais do tipo:
Constrói o teu futuro 

Cuidado com as generalizações

Ao olhar para títulos como "Líder da CAP: "Se não houver regadio não há agricultura empresarial"" e ""Estamos em seca permanentemente", diz o presidente da CAP" é importante não esquecer que a agricultura portuguesa é muito mais do que a produção de latifúndio do sul.

Não esquecer qual a distribuição geográfica dos associados da CAP e qual o tipo de produtos que produzem.

Cuidado com as generalizações.

"the opposite of both efficiency and standardization"

"Measuring the value of your organization is all done by the metrics that are employed to do so. [Moi ici: Mais uma razão para o balanced scorecard, para medir o que deve ser mesmo medido] And dependent on in which era the company finds itself it will measure its value and worth differently.
.
And so this is what happens in an incumbent organization:
.
They understand that they are loosing control over their customers and they try to go out and accommodate them — but everything in the DNA/OS/bloodstream of the organization is measuring increased customer activity as the opposite of both efficiency and standardization — and therefore any initiative becomes a costly mistake.
.
And nothing in the organization’s metrics is saying that it needs to rethink its world view in order for it to understand and be able to deliver on the customer orientation that it needs."
As organizações incumbentes já só pensam na eficiência e padronização quando, num mundo em evolução acelerada, o que é preciso é relação e interacção.

Trecho retirado de "Why are Customer Oriented Organizations Failing — They Are Using the Wrong Era of Metrics"

Não é possível querer ser tudo para todos ...

Uma das primeiras mensagens deste blogue desde o seu começo é a de que é fundamental escolher os clientes-alvo. Um excelente artigo pleno de convite ao pensamento estratégico em "How Discounters Are Remaking the Grocery Industry":
"different customers define those criteria in different ways, so grocers need to understand their target customers and how they want to shop. Those insights, in turn, have ramifications for store design, product categories, and other forms of customer engagement with the brand.
.
For example, some grocers may target food lovers, who want the highest-quality products; a wide variety of fresh meat, produce, and seafood; and high levels of customer service. These customers are prepared to pay a premium for the right experience. Other grocers, however, may target urban shoppers who need small stores that offer a basic assortment of products and that are within walking distance of their home or office. These shoppers make frequent, fast trips, and they will pay a reasonable price difference for convenience. Still other grocers may target families, who tend to fill their shopping carts with enough food and nonfood items to last the week. These shoppers want low prices, regular sales and promotions, and a large store with a wide selection of products.
.
Once a company understands its target customers, it can revise its product categories to better meet their needs. That revision, in turn, will influence the assortment of products sold, the pricing and promotion strategies, and the overall customer experience."
Não esquecer:
"to identify the needs of their target customers, offer them a unique experience, and strike the right balance between complexity and efficiency. Customers can be extremely loyal to their favorite grocery chain. Companies that understand the underlying factors of that loyalty will position themselves to win." 
Não é possível querer ser tudo para todos e o preço mais baixo não é o mais importante para todos.

‘They don’t read enough.’

"“I have to tell you a story about a neighbor of mine in Massachusetts who would be on anybody’s top 10 list of [Warren] Buffett–like people,” Peters opened. “I was at a dinner with him 18 months ago and, out of nowhere, he said, ‘You know what the number one problem is with big company CEOs?’ I said, ‘I can think of at least 70 things, but damned if I can narrow it down.’ And out of his mouth pops, ‘They don’t read enough.’”
...
How can we become better leaders? Unsurprisingly, Peters had some suggestions. “I think the people who run things ought to read a lot more psychology and social psychology and a lot less finance and marketing,”"


BTW, actualmente é de bom tom denegrir o que criou as civilizações, o job to be done das religiões neste mundo:
"The Marshmallow Test, written by Stanford social psychologist Walter Mischel, takes another approach to the utility of waiting. (The marshmallow test involved putting children in a room with a single marshmallow and seeing how long they could go without eating it in order to get the promised reward of two marshmallows later.) “Mischel argued that the ability to put things off is what makes us human, too,” Peters said."
Trechos retirados de "Tom Peters Wants You to Read"

sábado, maio 13, 2017

Curiosidade do dia


Jornalismo com futuro

Ao longo dos anos escrevo aqui acerca da erosão e decadência do modelo económico dos jornalismo pago pela publicidade:

Acredito que o jornalismo regressará baseado num novo modelo de negócio baseado na subscrição paga e no serviço aos clientes underserved. E foi o que encontrei ao ler "The Local News Business Model":
"In short, the business model [Moi ici: Baseado na publicidade, apelando à maior audiência possível] drove the content, just as it drove every other piece of the business. It follows, though, that if the content bundle no longer makes sense — which it doesn’t in the slightest — that the business model probably doesn’t make sense either. This is the problem with newspapers: every aspect of their operations, from costs to content, is optimized for a business model that is obsolete. To put it another way, an obsolete business model means an obsolete business. There is nothing to be saved.
...
It is very important to clearly define what a subscriptions means. First, it’s not a donation: it is asking a customer to pay money for a product. What, then, is the product? It is not, in fact, any one article (a point that is missed by the misguided focus on micro-transactions). Rather, a subscriber is paying for the regular delivery of well-defined value.
...
This last point is at the crux of why many ad-based newspapers will find it all but impossible to switch to a real subscription business model. When asking people to pay, quality matters far more than quantity, and the ratio matters: a publication with 1 valuable article a day about a well-defined topic will more easily earn subscriptions than one with 3 valuable articles and 20 worthless ones covering a variety of subjects. Yet all too many local newspapers, built for an ad-based business model that calls for daily content to wrap around ads, spend their limited resources churning out daily filler even though those ads no longer exist."
O artigo continua e reforça a necessidade de uma forte disciplina de corte:
"It’s also worth noting what a subscription business model does not — must not — include:
.
Content that is widely available elsewhere. That means no national or international news (except what has a local impact, and even that is questionable), no non-local business content, no lifestyle section.
Non-journalistic costs centers.
.
This is perhaps the easiest change to make, and the hardest for newspaper advocates to accept. A subscription business is just that: a business that must, through its content, earn ongoing revenue from customers. That means understanding what those customers want, and what they don’t. It means focusing on the user experience, and the content mix. And it means selling by every member of the organization." 




Contentor Amarelo

Terminou ontem a minha relação com o Contentor Amarelo.

Terminou porque desapareceu o job to be done que passou a ser servido pelo meu novo escritório de trabalho.

No entanto, não posso deixar de elogiar o serviço, a localização, a simpatia. Fiquei fã!

Não se trata de publicidade paga, trata-se de gratidão pura e simples.

OBRIGADO!

Mongo e o fim do marketing?






Em linha com o que se escreve sobre o marketing de Mongo em "Decentralization and Localization of Production: The Organizational and Economic Consequences of Additive Manufacturing (3D Printing)". Recordar a série "Acerca de Mongo"

Pensa que só acontece aos outros? (parte II)

Parte I.

Recordar o "Aon Global Risk Management Survey" de 2017 e o Top 10 dos riscos:





sexta-feira, maio 12, 2017

Curiosidade do dia

Acerca da Educação em Mongo (parte II)



Numa caminhada antes do jantar de ontem li "Why Malcolm Gladwell, Seth Godin, Google, and a Harvard Expert Say Colleges and Universities Are Broken". Depois, ao jantar celebramos a conclusão pela minha filha de um curso sobre programação em Android na Udacity. Às tantas, sem nada combinarmos, acabámos a concordar com o artigo.

"- Os cursos como o meu (área da informática na Faculdade de Ciências) não vão ter grande futuro em competição com os cursos super-práticos feitos via internet."

Alguns sublinhados:
"Google doesn't require a college degree, based on research showing no correlation between academic credentials and performance on the job. And Google has had its pick of top students from top programs at top universities.
...
One student told me that a friend of hers had left Yale because she found the school "stifling to the parts of yourself that you'd call a soul.""
Em vez de regurgitar definições e demonstrar teoremas, o curso da Udacity desenvolve-se ao ritmo de cada um e é uma sucessão de desafios práticos que se têm de cumprir.

BTW,  recordar na Parte I a cena da academia que ainda não ensina os seus alunos a programar para Android porque não saberia o que fazer com os professores que tem no quadro.

Como é que a sua empresa lida com estas mudanças?

"think about selling a transformation"


"The starting point of most competitive analysis is a question: Who is your competition? That’s because most companies view their competition as another brand, product, or service. But smart leaders and organizations go broader.
.
The question is not who your competition is but what it is. And the answer is this: Your competition is any and every obstacle your customers encounter along their journeys to solving the human, high-level problems your company exists to solve.
...
Sure, someone in your company needs to understand the marketplace: who your competition is, what other products are on the market, and how they are doing, at a basic level. But there’s a point at which paying attention to other companies and what they’re doing interferes with your team’s ability to immerse itself in the world of your consumer. Focusing on competitive products and companies often leads to “me-too” products, which purport to compete with or iterate on something that customers might not have liked much in the first place.
...
First, rethink what you sell. Most companies think they sell a product. To transcend strictly one-time, transactional relationships with your customers, your company must think about selling a transformation: a journey from a problematic status quo to the new levels and possibilities that will unfurl after the behavior change you help make happen.
...
Next, rethink your customers. They are not just the people who have purchased your product or the people who follow you on Facebook. Your customers are all the people who grapple with the problem your business exists to solve.
.
Now, focus on their problems. Engage in customer research, online and in the real world, to understand and document their journeys. I don’t mean their customer life cycle with your brand. Map out your (redefined) customer’s journey from having the problem you exist to solve to no longer having that problem. That may be the journey from unhealthy to healthy living, or from being broke to being a good steward of their finances."
Recordar o Dick Dastardly e os observadores de motards.

Trechos retirados de "Obsess Over Your Customers, Not Your Rivals"

"To earn economic profits"

Business strategy is the way in which a firm chooses to differentiate itself from its competitors in a way that results in serving its customers’ needs more profitably than its competitors.
Being more profitable than competitors in a given market is a tall order. It implies earning true economic profits, not simply accounting profits. How are accounting profits different from economic profits?
Accounting profits are those found on the profit and loss statements. They are the difference between a firm’s revenues and its costs. Every firm must achieve accounting profits in order to survive. And while every corporation seeks to survive, survival alone is insufficient in today’s competitive environment.[Moi ici: Recordar "Floating is insufficient"]
...
Economic profits are much more difficult to earn than simple accounting profits. Economic profits imply that the firm is earning a higher return on capital deployed in comparison to all other invest- ment opportunities. In an economist’s terms, economic profits are accounting profits less opportunity costs. Earning economic profits isn’t just about making money, it is about making more money by doing the things the firm chooses to do than by doing anything else. The results of economic profits are either growth opportunities for the firm or higher returns to the investors.
To earn economic profits, the firm must, in some way, be better than its competitors. It must have some form of a competitive advantage that enables it to serve its chosen customers more profitably than its competitors do.
This competitive advantage will be reflected in how the firm interacts with its customers, competitors, and itself."
Trechos retirados de "Pricing Done Right"

Cuidado com a composição dos subgrupos

Há tempos fiz uma auditoria ao sistema de gestão da qualidade de uma empresa. Um dos objectivos da qualidade para 2017 dizia respeito ao preço médio das vendas.

Estranhei que a meta para 2017 fosse inferior ao desempenho de 2016. Perguntei porquê.

- Trabalhamos essencialmente para um nicho. Este ano arranjamos um cliente que não corresponde a esse nicho, com preços mais baixos, um artigo mais simples, para produzirmos numa altura em que temos pouco trabalho. Por isso, é natural que o preço médio de venda baixe.

Recomendação deixada: Não misturar os preços praticados para o cliente de preço com os preços praticados para os clientes de nicho.

"é importante não inflacionar a variabilidade dentro de um subgrupo, tal consegue-se evitando misturar na mesma amostra coisas que se sabem ser diferentes"

quinta-feira, maio 11, 2017

Curiosidade do dia





O delirio

Biologia, economia e diversidade

Parte I.
"If we stand back from the evolution of life on Earth and view it as a whole, a number of patterns are apparent.
2.1. DiversificationAn obvious trend is that living processes have diversified as evolution proceeded. When life first began on Earth, it was limited to exploiting only a tiny proportion of available free energy sources under a very restricted range of environmental conditions. From there living processes have diversified progressively as evolution unfolded, spreading across the planet, adapting to an ever- widening range of environmental conditions and exploiting more and more sources of free energy. This trend towards increasing diversification has continued up until the present with the emergence of humans, albeit now mainly through the processes of cultural evolution, rather than through gene-based adaptation and speciation."
O que é Mongo senão uma manifestação desta tendência?

BTW:


O século XX e a sua aposta na escala ficará na história como uma espécie de analogia do Jurássico geológico com os seus dinossauros.

Para reflexão

Excelente texto a merecer ser lido por muita gente: "Why CMM, ISO and other Quality initiatives don’t capture the hearts and minds….":
"Many organizations fail in their quest for Total Quality Service, not because their leaders don’t understand the conceptual or technical requirements for achieving it, but because they don’t realize that the heart of the service journey is spiritual rather than mechanical. They will bureaucratize the whole thing and make it look like every other “program.”
.
Too many quality initiatives are sterile, intellectual and administrative from start to finish; they don’t appeal to the human heart. They are based on a view of the organization as an apparatus rather than a society. They don’t start with human energy as the focus of change."

Quando se passa da oposição para a situação (parte II)

Parte I.

Gostava de estar frente a frente com o académico Caldeira Cabral, não com o sofista político Caldeira Cabral, para que me pudesse responder à pergunta:

O que é que mudou desde Dezembro de 2014 para que tenha passado de "o copo está vazio para o copo está a transbordar"?

Em Dezembro de 2014 Caldeira Cabral escrevia "Desaceleração das exportações: negar este problema não é uma boa estratégia". Agora, o mesmo Caldeira Cabral afirma:
Também podemos recuar a Abril de 2014 e a "O problema é a procura, não a oferta" e ver quando é que começo a discordar de Caldeira Cabral. Nesse tal frente a frente também gostava de lhe perguntar  como concilia o que defendia com o que afirma agora sobre os resultados das exportações.

É triste a gelatinicidade destas personagens.


Para contextualizar:

Gelo fino (parte II)

Parte I.

Julgo que a parte I está completamente relacionada com este postal de Seth Godin:
"A sailboat without a sail might float.
.
For a long time, in fact.
.
But without a sail, it can't go anywhere, can't fulfill its function.
.
Floating is insufficient." 
E já agora com o satisficing.

No fundo, o que fazem praticamente todos os governos, com a excepção do alemão e pouco mais, em vez de ir à raiz, chutam a lata para mais à frente, empurram com a barriga, "gerem a dívida" e quem vier atrás que se amanhe.

quarta-feira, maio 10, 2017

Curiosidade do dia

Como digo há anos: somos pastoreados por jogadores amadores de bilhar.

Gente que quando prepara uma jogada, a próxima, esquece-se das consequências dessa jogada, das reacções que vai gerar. É o velho "Acham isto normal? Ou a inconsistência estratégica! Ou jogar bilhador como um amador!"

Em Março passado tínhamos: "Brexit: Costa vai criar unidade para pensar como atrair empresas britânicas". Reforçado na semana passada com "Portugal procura atrair empresas instaladas no Reino Unido"

Ao mesmo tempo, temos ministros a lançar ameaças para quem queira vir para cá instalar empresas: "Vieira da Silva admite imposto sobre lucros das empresas para financiar Segurança Social"

A menos que claro, essas tenham um tratamento diferenciado, como de costume.

O mundo mudou!

Recordar "What’s Going On With Retail?":
"Macy’s, JC Penny, Nordstrom, and other retailers are vertically integrated operations. They have benefitted (and are now tied up by) supply chains that extend from factories in Asia (or wherever) to their stores in New York City (or wherever), including extremely complex logistics, transport, finance, partnerships, and production. They rely on economies of scale and a predictable market, and a timeframe of months to get ideas to market. However, in the new economy we have careened into — the postnormal — things work differently.
...
the deepest impact of such an economic shift are not immediate, but cumulative. The problems inherent in their complexity make it difficult for them to compete with more agile competitors, such as the niche of ‘fast fashion’. When new fashion trends start to emerge, smaller, more focused and nimble fashion brands can get new products to market in weeks, not months"
E agora um exemplo que parece retirado de uma PME têxtil portuguesa a seguir as orientações deste blogger:
"Reformation is a fast fashion brand, constantly changing its product mix to keep up with the latest trends. But founder Yael Aflalo has upended each step of her supply chain to make it leaner, more nimble, and more environmentally friendly. A team of data scientists keeps track of best-selling outfits and conveys this information to Bailey, who is tasked with producing garments based on real-time demand. This ensures that the brand is delivering products that customers love, while eliminating wasted inventory. “Today, we’re making 300 maxi dresses,” Bailey says. “Yesterday, we were making T-shirts. From a logistical and supply-chain perspective, that’s a very complicated thing to do. It’s a challenge, in the best possible way.”
...
The shift is clear: These days, instead of massive conglomerates making generic products, a wave of tech-savvy startups are choosing to manufacture in America. Their reasons for going local often have little to do with patriotism. They’re primarily searching for better ways to create high-quality, state-of-the-art products and deliver them to customers faster than competitors making merchandise overseas.
...
“The world has changed.”
.
The startups that have committed to U.S.-based manufacturing understand this. They were laying the groundwork for a new phase in American manufacturing long before Trump started campaigning on his America First platform—and they didn’t model their factories on those of the past. They’ve been coming up with new, innovative approaches to production that address current demands and challenges.
...
The question is whether this new generation of startups will remain niche, forever appealing to a small subset of wealthy consumers, or whether they can scale and stay in it for the long haul. [Moi ici: Sempre há a lição alemã] To have an impact on the economy, these brands will need to produce at greater volumes, drive down prices, and employ more workers. They will also have to reckon with the shifting technology landscape, including Amazon’s dominance of the e-commerce market, the shifting rules of engagement with consumers on social media, and advances in automation that are upending manufacturing as we know it. Can they do it?"
Trechos retirados de "The Made in America Movement Driven By Innovation, Not Nationalism"

Sintomas de uma revolução em curso

Sintomas de uma revolução em curso:

Cá chegará, cá chegará.


Acerca de Mongo (parte VI)

Parte Iparte IIparte IIIparte IV e parte V.
"AM will present substantial legal and regulatory challenges. For example, what is the role of the Food and Drug Administration if medical devices are developed and manufactured by a decentralized network? [Moi ici: E feitos à medida "advancing population health and precision medicine solutions for personalized care"] How can products be effectively traced to their origin? Who is liable for damages for a malfunctioning product? Numerous intellectual property issues arise in the context of this decentralized technology, with ideas and software developed by individual producers, consumers, and networks, and with vast personal production opportunities.
...
Technological developments in energy production complement AM and will deepen the transformation of the economy toward localization and decentralization. The energy sector has two important sources of economies of scale: large power generators that are more efficient than small ones, and the power grid that allows aggregation of energy demand. Improvements in solar and wind energy generation at the community level may in the future allow for a departure from large power generators, and the grid may be complemented or replaced by local energy storage solutions.
...
The transition from a TM-based national and global economy to one grounded in AM technology presents many opportunities for social and economic progress. However, the shift will be difficult and even destabilizing for some economies. In particular, substantial economic and social dislocation may be experienced by developing economies that at present produce goods that in the future will be 3D printed in the countries of consumption.[Moi ici: Poderá vir a ser um problema para países como Portugal, envelhecidos, despovoados, e cada vez mais dependentes de exportações. China "seguiu o nosso conselho" de 2008 e já está a caminho de outro paradigma]
...
However, there are strong economic and political forces that will seek to limit the extent of decentralization and localization, especially if accompanied by decentralized and local ownership, as we expect will be the case."
Excelente texto!

"driver of productivity differences" (parte II)

Parte I.

Há tempos ao pesquisar algo aqui no blogue cheguei a este postal "estado, estado, estado,...".

A matéria desse postal é reduzida a quase nada quando se pega num país, quando se escolhe um mesmo sector da economia, CAE, e se aprecia o panorama de variabilidade no desempenho das empresas, apesar do Estado, das leis, dos trabalhadores, serem os mesmos.

Aqui no blogue gosto de chamar a atenção para a importância da idiossincrasia no desempenho das empresas:

Por isso, recomendo a leitura de "Good Managers, Not Machines, Drive Productivity Growth":
"When people discuss what drives long-run productivity, they usually focus on technical change. But productivity is about more than robots, new drugs and self-driving vehicles.
...
a huge number of statistical analyses and case studies of the impact of new technologies on firm performance have shown that there is a massive variation in its impact. What’s much more important than the amount spent on fancy tech is the way managerial practices are used in the firms that implement the changes.
...
look at the management scores across countries. They are highly correlated with GDP per capita. In fact, almost a third of the cross-country gaps in productivity are explained by management practices.
...
the economic environment is not destiny. Organizations can heal themselves. Firms need to be honest with themselves – many simply do not realize that there is much room for improvement. They need to benchmark themselves rigorously and seek out ways to change, even if this involves external advice."
 Qual é a mensagem do mainstream dos governos, dos políticos, dos media, das associações patronais?

Coitadinhos dos empresários, têm de ser ajudados, têm de ser apoiados, ... olha aqui está o Vosso Salvador: o governo de turno!

A propósito daquele "They need to benchmark themselves rigorously" recordar "Satisficing"

terça-feira, maio 09, 2017

Curiosidade do dia

"Economically, the euro is looking better too. Europe is bouncing back from its slowdown, but the broader evidence suggests a revisionist take on the 2008-2012 period, when the euro got tagged with such a bad reputation.
...
I now think of the 2008-2012 period as unwinding a long-term bubble of overinvestment in the EU periphery, and thus those were special circumstances when virtually all economic policies were radically underperforming. Given that a recurrence of such conditions is unlikely, the euro will do much better in the future.
...
Along related lines, compare the performance of fiscal austerity now with that earlier period. Greece has been going through an unprecedented fiscal adjustment, with a primary surplus running at 3.9 percent of gross domestic product; yet Greek output, while ailing, has remained roughly stable. Portugal has been cutting back drastically on public sector investment, dropping its public sector deficit from 4.4 percent of GDP to 2.1 percent. Rather than imploding, the economy grew by 1.4 percent."


Trechos retirados de "Reasons to Like the Euro Again"

Tem radar? (parte II)

Parte I.

Um tópico que entretanto me surgiu ao pensar na popularidade que teve a "Parte I" foi o do âmbito a incluir no radar.

A concorrência, os riscos, as oportunidades podem vir de tantos lados e sem obedecer às fronteiras que nos habituamos a assumir desde o início do século XX. Então, qual o conselho para quem quer criar um radar deste tipo?


Escrevi na Parte I:
"a melhoria da qualidade de vida das pessoas com limitações motoras, por causa da idade, por causa de doenças, por causa de acidentes."
Começar por eleger quem são os clientes-alvo, ou os pivôt do ecossistema em que se trabalha e seleccionar palavras-chave associadas aos seus desafios e preocupações. Daí incluir drones comandados pelo pensamento, por exemplo, tem alguma coisa a ver com cadeiras de rodas? Não! Mas tem tudo a ver com a vida de quem anda de cadeira de rodas ou tem limitações motoras.

BTW, o estágio que fiz em 1987-88, depois de acabar o meu curso de engenharia química  foi numa unidade da SOciedade NAcional de Estratificados que produzia resinas termoendurecíveis à base de ureia, ou fenol, com formaldeído.

Reciclar termoendurecíveis é, quase por definição, impossível. Qualquer químico pode pôr as mãos no fogo por esta afirmação. Entretanto descobri uma referência à polihexahidrotriazina: "Breakthrough Polymer Could Lead to Endlessly Recyclable Plastics"

Agora imaginem o potencial para mudar o sector dos laminados...


Biologia, economia e complexidade

Já conhecem a minha fixação na relação entre economia e biologia.

A economia é uma continuação da biologia!

A propósito de "The direction of evolution: The rise of cooperative organization" onde se lê:
"Is there an overall direction to evolution that is driven by selection? Do evolutionary processes drive the evolution of life in a particular direction? Is evolution headed somewhere?
...
The hypothesis that seems to have gained most support is that selection tends to drive increasing complexity as evolution proceeds.
...
If the trend is passive and there is no overall advantage to complexity, simpler organisms will not necessarily be replaced as evolution proceeds. In contrast, if the trend is universal and driven directly by selection, all organisms in all niches could be expected to evolve in the direction of the trajectory, or be replaced by others that do so. If complex organisms are favoured over the less complex overall, simpler organisms cannot be expected to continue to persist.
As Gould (1996) points out in detail, the complexity hypothesis fails this critical test. Relatively simple organisms such as bacteria are still abundant. For extended periods of time, they have not increased in complexity, nor have they been replaced by ones that have."
Ainda ontem em "If You're in a Dogfight, Become a Cat!: Strategies for Long-Term Growth" li sobre o exemplo da disrupção que chega para servir os clientes overserved:


 "Reverse Positioning Practitioners of this approach purposely reverse the trend of constant augmentation of product performance on traditional product attributes. This is not to say that reverse-positioning entrants simply "dumb down" product performance in order to offer budget prices, typical of low-end providers within a current category. Rather, purveyors of reverse positioning recognize that a growing number of consumers are simply not well served by traditional high- or low-end industry incumbents (figure 11.2).6 In such cases, high-end players offer too many enhancements that add more cost than real value. ... But low-end entries simply don't provide enough functionality or convenience to please dissatisfied consumers either. 
...
In response, successful reverse positioning providers strip out features from high-end offerings that don't add appreciable value for many consumers, and instead add new, unexpected, and highly valued product attributes that were overlooked by existing players. The net result is a far more compelling value proposition for a potentially large segment of consumers whose needs were not served well by any current products on the market."
Continua.

Gelo fino

"O tecido empresarial português vive em situação de “extrema fragilidade, particularmente visível nas pequenas e médias empresas [PME]”, está descapitalizado e é dos mais endividados e com menos autonomia financeira da Europa.
...
mais de metade (52%) das PME registavam, em 2014, um EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) negativo ou inferior aos juros suportados. A percentagem negativa deste importante indicador de gestão é ainda maior se se considerar as microempresas (54,5%)."
Os números são de 2014 e 2014 já pertence a uma era geológica diferente. No entanto, basta a inflação continuar a subir e o BCE acabar com o QE para que o dinheiro fique mais caro e:
"outra das conclusões do estudo é que as empresas portuguesas “são também as campeãs no recurso ao financiamento junto de instituições de crédito”."
e a barra para a sobrevivência ser colocada um pouco mais acima.

Fundamental o investimento no pensamento estratégico e a subida na escala de valor.

Trechos retirados de "Mais de metade das PME vivem em “extrema fragilidade”"

Acerca de Mongo (parte V)

Parte Iparte IIparte III e parte IV.
"Much of modern organization theory is built on the concept of the large industrial firm.
...
Our article demonstrates that AM will refute the idea that technological development necessarily increases economies of scale. AM will, in our analysis, reverse the trends toward organizational centralization and globalization of production and distribution; these will give way to decentralization and localization. These new trends will require different organizational structures and supply chains. The shift to smaller and flatter organizations populated by employees who have a broad range of skills and responsibilities will require a different set of managerial competencies than those demanded today in most management positions. The tasks of executives in decentralized and localized organizations will be less managerial and more entrepreneurial than those in most organizations today. The field of supply chain management will be drastically altered."
E no resumo, um trecho que poderia muito bem ser retirado deste blogue se escrito em português:
"The economic and organizational landscape of manufacturing will change drastically within one generation. Whereas the first and second industrial revolutions ushered and consolidated the large corporation, the third industrial revolution will democratize, decentralize, and localize activities in small companies. Production capacity will become generic, thus owned and possibly traded by many different actors not necessarily tied to a particular industry. The design of products will change to reflect the benefits of AM, allowing firms to reduce standard constraints imposed by the current design-for-manufacturability paradigm. Product designs will proliferate, the results of individual and collaborative design and extensive experimentation. This will enable developed and less-developed economies alike to transition from concentrated capitalism to distributed capitalism.[Moi: BTW, a diferença de mil milhões distribuídos radicularmente versus distribuídos pelas multinacionais da hotelaria. Atenção, as multinacionais da hotelaria são entidades honestas, dignas e com direito à existência. Apenas refiro que o dinheiro via AirBnB parece que circula mais tempo e por mais mãos até sair do que no circuito via multinacionais]
Localization will reverse and replace globalization. Transportation by sea, land, and air will be drastically reduced. International trade will be transformed, with goods trade significantly diminished. This will lead to massive shifts in the current accounts of countries, with possible corresponding macroeconomic dislocations.
These changes will radically alter supply chains. Because there will be fewer parts, fewer companies will participate in the chain of firms that bring a product to market. Similarly, since production will take place closer to the customer, and will likely be pulled by the customer rather than pushed into the market, fewer companies will be required to organize distribution and share market risk for any particular product. This will massively reduce the supply chain coordination challenges that have appeared after supply chains became more complex as a result of globalization. The firms that print products will likely be close to the customer, thus providing more direct access to market demand."
E não fica por aqui:
"Barriers to entry for new businesses will fall. Startups will require much less capital than today and will not need complex supply chains and distribution networks to bring physical products to market. It will take less time to setup new supply chains, and the lead time for startups to deliver new products may massively decrease."
Continua.

segunda-feira, maio 08, 2017

Curiosidade do dia

Uma coisa é a teoria outra coisa é a prática.

Aqui neste espaço privilegia-se a "via negativa" e tem-se medo, muito medo dos "intervencionistas", dos keynesianos e de outros loucos que estão sempre a brandir:

Agora vamos à prática:

Que consequências adivinham disto?
Recordem décadas de Galambas, Louçãs, Sócrates et al ...


Preparados?






Mongo e a Indústria 4.0

Ando a escrever a série "Acerca de Mongo" (que já vai com quatro partes) onde, com base no artigo "Decentralization and Localization of Production: The Organizational and Economic Consequences of Additive Manufacturing..." publicado em Março de 2017 na California Management Review, faz-se uma previsão do que pode ser a economia do futuro.

Nesse artigo, em sintonia com o que escrevemos aqui desde 2007, prevê-se que a economia do futuro seja menos globalizada, por causa do triunfo das pequenas séries, da customização, da rapidez, da proximidade, da flexibilidade. Prevê-se também empresas mais pequenas, talvez empresas ao estilo de cooperativas, ...

Por isso, foi com um sorriso cínico que li "Indústria 4.0: uma oportunidade!":
"A digitalização da indústria permitirá aumentar a competitividade dos bens transacionáveis fabricados na Europa, num contexto de crescente e imparável globalização."

Fico com a ideia de que muita gente ainda não percebeu isto

Deixei de comprar o semanário Expresso há tantos anos que perdi a conta. No entanto, sempre que vou a casa da minha mãe recolho os cadernos de Economia que ela guarda para eu dar uma vista de olhos.

Se olharem para os 4 últimos cadernos de Economia em conjunto facilmente percebem um tema a emergir: a falta de pessoas para trabalhar.

Por exemplo:
  • (6 de Maio de 2017) "Aparecem hotéis mas faltam trabalhadores"
  • (29 de Abril de 2017) "Faltam mãos ao 'cosido à portuguesa'
Entretanto, também a 6 de Maio último, no dinheiro vivo, apareceu este texto "Um terço das reformas atribuídas em 2016 foram antecipadas".

Ontem, ao princípio da noite no Twitter encontrei:








Fico com a ideia de que muita gente, e muita com responsabilidades governativas e associativas, ainda não percebeu o impacte desta evolução na vida das pessoas e das empresas.

Ainda o Schwerpunkt

Recordar:

"O Schwerpunkt fornece focalização e orientação para que toda a organização se concentre e se empenhe nesse objectivo ou propósito."(fonte)
"In the busi­ness world, schw­er­punkt is typ­i­cally imple­mented in the form of visions and mis­sion state­ments. And here I have to give Herb Ruben­stien credit; he says a strat­egy
should always be some­thing you can state in one sen­tence. That sen­tence is your schwerpunkt."
 Quando penso em schwerpunkt penso logo na blitzkrieg e no flash que foi chegar a Paris em 3 dias. Este trecho é importante:
"Sim­ply com­mu­ni­cat­ing the schw­er­punkt to every­one par­tic­i­pat­ing in the strat­egy allows them to use their own judg­ment in how their respon­si­bil­i­ties align to the schw­er­punkt. And it is the tar­get used to deter­mine pri­or­i­ties and rel­e­vance of efforts. If your using resources in such a way that don’t point towards your schw­er­punkt, why are you using them?"
Em Schwerpunkt (parte II):
"Schwerpunkt represents a unifying concept that provides a way to rapidly shape focus and direction of effort as well as harmonize support activities with combat operations, thereby permit a true decentralization of tactical command within centralized strategic guidance—without losing cohesion of overall effort.
.
or put another way
.
Schwerpunkt represents a unifying medium that provides a directed way to tie initiative of many subordinate actions with superior intent as a basis to diminish friction and compress time in order to generate a favorable mismatch in time/ability to shape and adapt to unfolding circumstances."