"Smart contracts substitute boundaries. The architecture of a firm is a live social graph of networked interdependence and accountability."Este trecho que li ontem ficou-me na memória porque, de certa forma, relaciona-se com conversa que tive durante a manhã numa reunião em Gaia. Conversa em que discutíamos o quanto a tecnologia está a baixar as barreiras à entrada (a democratizar a produção) e a permitir arranjos empresariais novos e exóticos.
O que antes existia sob o tecto de uma empresa caminha cada vez mais para ser realizado por uma orquestra de entidades independentes.
As ideias de Coase e o papel da tecnologia na redução da fricção.
Consigo recuar a Michael Hammer (Junho de 2007) e a uma previsão: a extensão da reengenharia do interior das empresas para os fluxos inter-empresas.
"No fundo trata-se de uma vertente de aplicação do conceito que Michael Hammer promoveu no seu livro "The agenda", publicado em 2001(?). Depois de aplicar a re-engenharia internamente (e ainda há muito por fazer a este nível nas empresas e sobretudo na Administração Pública - basta recordar que a aplicação de metodologias de gestão na Administração Pública norte-americana, levou ao corte do número de funcionários públicos nos Estados Unidos em cerca de 15-20% durante a administração Clinton), pode e deve-se replicar o conceito na relação com os clientes e com os fornecedores. Se deitarmos abaixo as paredes que nos separam dos clientes, porque é que o cliente há-de ter armazém de matéria-prima? Porque é que o cliente há-de ter dinheiro enterrado em inventário e instalações? Porque é que o cliente há-de ter pessoal que não gera valor, a pastorear inventário? Porque é que o fornecedor não entrega directamente à produção do cliente? Idêntico pensamento pode ser feito a montante, em relação aos fornecedores."Só que aqui a realidade está a seguir um percurso que não conseguia prever em 2007. Não é a reengenharia entre as entidades do passado (a empresa e os seus fornecedores e clientes) é a explosão da empresa clássica em entidades mais pequenas.
Trecho retirado de "Business game design"