terça-feira, dezembro 08, 2009

Folhas na corrente (parte VIII)

Os antigos já passaram por isto, a minha avó, nascida em 1902, dava-me conselhos que evitavam chegar onde chegamos. Este trecho de um artigo do Telegraph "We must stop stealing from our youngsters" é eloquente:
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"We got into this mess by living beyond our means. We spent more than we earned and saved nothing as a nation. Of course, families and businesses know that – and many have begun the painful transition, paying off debt and cutting back on non-essentials. Only the Government believes that you can fix a problem caused by borrowing and spending too much by doing more of the same. Tax revenues Gordon thought were permanent, and based his spending plans on, were temporary revenues that came from the bubble. These have evaporated, leaving a black hole in the budget that he is filling with higher taxes on the wealth-creating sector and with more borrowing and printed money.
Living standards will fall, unemployment will rise and public services will decline unless we can create new wealth. The key lies in curbing the growth of government and by nurturing small and medium businesses.
Of course, we are doing the opposite. Government bureaucracy is out of control. Instead of lowering burdens, the Government is crushing businesses with higher taxes, charges, National Insurance contributions and quango-imposed bureaucracy."
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Há aqui alguma coisa que não seja aplicável ao nosso caso?
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Depois temos isto "S&P piora avaliação das finanças públicas portuguesas" (Moi ici: como posso ser tão... que sou incapaz de ler esta pérola sem rir "As medidas de estímulo orçamental em Portugal dirigem-se também à resolução dos problemas estruturais do país" Quais?)

segunda-feira, dezembro 07, 2009

PMEs não saltam de poiso em poiso

Imaginem uma grande empresa, uma multinacional, com um negócio suportado na oferta da proposta de valor do preço mais baixo.
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Há 20 anos Portugal era um bom local para montar uma empresa que apostasse nessa proposta de valor.
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20 anos passaram, Portugal deixou de ser um bom local para a instalação ou manutenção de uma multinacional que aposte no preço mais baixo.
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Das duas uma, ou muda de proposta de valor... ou muda de país.
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Guess what...
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"December 5th, 2009 - General
Prokuplje Serbia - Leoni opens plant in Serbian town.
Germany-based Leoni AG wire and cable manufacturer recently opened its plant in Prokuplje, southern Serbia. The factory is set to employ 400 workers in the first phase, it was announced. They earn monthly wages of EUR 160. The inauguration ceremony was attended by President Boris Tadiæ, Economy Minister Mlaðan Dinkiæ and member of Leoni Management Board Uwe Lamann. According to a statement, the factory will produce 150 sets of cables for car industry in the first phase. The company was founded in 1917, and employs more than 150,000 workers worldwide, with annual sales reaching some EUR 3bn."
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As PMEs não podem saltar de poiso em poiso para, em face das alterações da realidade, manter a fidelidade ao modelo de negócio e à proposta de valor. Então, só têm uma alternativa... mudar o modelo de negócio e a proposta de valor... (há que ouvir o comentário de Camilo Lourenço desta manhã no RCP)

O custo de arriscar

"O problema fundamental coloca-se, no entanto, a médio e longo prazo: já com a crise internacional fora do cenário, Portugal volta a confrontar-se com as suas fragilidades estruturais, como o sobreendividamento (que vai limitar o consumo privado), o peso excessivo de bens não exportáveis na economia (o sector dos serviços, na maioria não transaccionáveis, pesa 66% na riqueza criada) e a competitividade baixa de parte das suas exportações (que terão crescimento escasso). Resultado: sem as "reformas estruturais que promovem a competitividade" - e que "são a chave para um crescimento mais alto via exportações", aponta a OCDE - Portugal acumulará mais uma década de anemia económica. Os números ontem divulgados são preocupantes: o potencial de crescimento médio anual da economia portuguesa cai para 0,4% entre 2009 e 2011, para subir para uns magros 1% entre 2012 e 2017, o segundo nível mais baixo na OCDE." (Trecho retirado do artigo "OCDE Portugal sem capacidade para criar empregos até 2017" publicado no i)
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Julgo que as reformas estruturais deveriam ter como preocupação não a competitividade mas a criação de empresas produtoras de bens transaccionáveis. Criando as empresas, sem subsídios e apoios, estas terão de fazer pela vida e aprender a ser competitivas.
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Criar uma empresa é arriscar, é experimentar, é tentar... empresas sem risco só existem coladas ao Estado:
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"“96% of all business start-ups in the US fail within 10 years” (Trecho retirado do livro "Six Disciplines for Excellence" de Gary Harpst)
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Se o custo de contexto forem muito elevados... menos empreendedores vão tentar a sua sorte.

A influência da definição dos objectivos da auditoria

Gosto muito deste esquema para sistematizar e enquadrar um conjunto de conceitos relacionados com as auditorias:
Atenção à definição das conclusões da auditoria: "Resultados finais de uma auditoria, decididos pela equipa auditora, após ter tido em consideração os objectivos da auditoria e todas as constatações da auditoria."
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Que importância é que as empresas dão à definição dos objectivos das suas auditorias internas? Infelizmente julgo que pouca!
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Atentemos num exemplo:
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Evidência recolhida
"Os registos do controlo da qualidade do mês de Dezembro 2009, incluídos no Mapa ABC.09, nunca incluem resultados para a densidade em dois dos turnos."
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Agora consideremos três hipóteses distintas para a definição dos objectivos da auditoria:
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"Objectivo da auditoria 1
Verificar a conformidade com os requisitos do SGQ da empresa."
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"Objectivo da auditoria 2
Verificar adequação dos recursos humanos no sector da secagem."
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"Objectivo da auditoria 3
Estamos a produzir produtos com a qualidade prometida aos clientes?"
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Como serão as constatações para cada caso? Não esquecer que a constatação resulta da comparação da evidência com os critérios da auditoria.
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"Constatação 1
A empresa não evidenciou realização sistemática dos ensaios de controlo da densidade, segundo o PCQsec.09.B. Por exemplo: os registos do mês de Dezembro de 2009, incluídos no Mapa ABC.09, nunca incluem resultados para a densidade em dois dos turnos."
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"Constatação 2
A empresa não evidenciou realização sistemática dos ensaios de controlo da densidade, segundo o PCQsec.09.B. Por exemplo: os registos do mês de Dezembro de 2009, incluídos no Mapa ABC.09, nunca incluem resultados para a densidade em dois dos turnos. Segundo apurou a equipa auditora, em Setembro de 2009 houve uma rotação de operadores em todos os turnos, tendo o 1º e 3º turnos ficado sem operadores habilitados a medir a densidade. Evidenciado pedido do encarregado geral a solicitar a formação aos novos operadores."
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"Constatação 3
A empresa não evidenciou realização sistemática dos ensaios de controlo da densidade, segundo o PCQsec.09.B. Por exemplo: os registos do mês de Dezembro de 2009, incluídos no Mapa ABC.09, nunca incluem resultados para a densidade em dois dos turnos. Os registos do controlo da qualidade da secagem nos últimos 35 meses evidenciam que nunca a densidade esteve fora das especificações. Os registos do controlo da qualidade na embalagem nos últimos 25 meses evidenciam que nunca a densidade esteve fora das especificações. Nunca houve reclamações por causa da densidade."
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Em cada um dos casos, somatórios de constatações do mesmo tipo levariam a conclusões do género:
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"Conclusões da auditoria 1
A empresa evidenciou não cumprir de forma sistemática os requisitos do seu SGQ"
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"Conclusões da auditoria 2
A empresa evidenciou não ser capaz de assegurar que tem colaboradores competentes em cada um dos seus postos de trabalho."
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"Conclusões da auditoria 3
A empresa evidenciou estar a produzir produtos de acordo com a qualidade que promete aos seus clientes.

A equipa auditora põe à consideração da empresa a realização de uma reflexão sobre a adequação dos planos de controlo da qualidade que mantém, dado que parecem ser demasiado exigentes em recursos sem vantagem aparente.
"
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Diferentes objectivos da auditoria levam a diferentes curiosidades, diferentes questões, diferentes constatações, diferentes conclusões.
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Assim, há que perguntar: "O que quer de cada uma das suas auditorias?"

A grande migração de valor em curso

Esta Grande Recessão em curso provocou uma formidável migração de valor.
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Os consumidores, perante o receio do futuro, perante o desemprego, perante o abaixamento dos seus rendimentos, perante o aumento da poupança, testaram mais marcas brancas, experimentaram mais produtos baratos. Quais poderão ser as consequências?
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A The McKinsey Quarterly no artigo "How the recession has changed US consumer behavior" procura dar resposta, ou dar subsídios para a resposta:
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"Companies waiting for a return to normality following the recession may be disappointed. Their customers have tried cheaper products—and actually like them."
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Alguns números para quantificar o desafio:
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"New McKinsey research found that, in any given category, an average of 18 percent of consumer-packaged-goods consumers bought lower-priced brands in the past two years.
Of the consumers who switched to cheaper products, 46 percent said they performed better than expected, and the large majority of these consumers said the performance of such products was much better than expected. As a result, 34 percent of the switchers said they no longer preferred higher-priced products, and an additional 41 percent said that while they preferred the premium brand, it “was not worth the money.”"
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Para as marcas "caras" que tenham ficado a saborear os rendimentos à sombra da bananeira, e que tenham deixado que o valor dos seus produtos sofresse uma erosão, como vão dar a volta?

domingo, dezembro 06, 2009

Como é que uma empresa sincera pode usar estes fora? (parte III)

Recentemente voltamos ao tema do uso das redes sociais para fortalecer uma marca.
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Desta vez encontrei uma interessante reflexão sobre o tema na revista Business Week, no artigo "Beware Social Media Snake Oil":
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"For business, the rising popularity of Facebook, Twitter, and other social media Web sites presents a tantalizing opportunity. As millions of people flock to these online services to chat, flirt, swap photos, and network, companies have the chance to tune in to billions of digital conversations. They can pitch a product, listen to customer feedback, or ask for ideas. If they work it right, customers might even produce companies' advertising for them and trade the ads with friends for free"
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Mas não é linear, não é transparente, não é claro o que fazer e como fazer. O artigo critica fortemente os consultores:
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"Critics complain that many of the new experts have adopted an orthodoxy that provides little flexibility for differing situations—or outcomes. Their pronouncements follow a rigid gospel: Be transparent, engage with your customers, break down silos. Yet these strictures don't always make business sense."
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Nem de propósito, há que recordar estas palavras de Peter Drucker, citado por Peter Pascheck, na HBR do passado mês de Novembro:
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"Drucker considered management one of the liberal arts and therefore believed that managers should be educated in the humanities and the social sciences."
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"They should think of themselves as diagnosticians, therapists, and scholars rather than as technicians, Drucker said, and must understand a company’s unique competencies, culture, and history."
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"This makes eminent sense: If consultants are to disseminate best practices, they must be not only good teachers but also good students."
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Julgo que há muito a aprender, cada caso é um caso, é perigoso generalizar. Por isso, há que estudar, estudar, estudar e experimentar.

sábado, dezembro 05, 2009

Não serão os votos a resolver...

Primeiro há-de ser a Letónia (este ano o PIB vai cair 25%, os salários já caíram mais de 6%) e ou a Hungria, a entrarem em bancarrota. Depois, há-de ser a Grécia.
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Como a Grécia está na eurozona, a sua queda vai salpicar e contaminar, primeiro a Espanha (já repararam que apesar de todos os estímulos governamentais, os números da produção industrial espanhola continuam a cair, os números do comércio interno espanhol caíram ainda mais em Novembro e, no entanto, o défice externo aumentou... cainesianismo num tempo de mercados abertos é treta, o dinheiro dos contribuintes está a ser usado para financiar as importações...) e nós, que só estamos á espera de um empurrão vamos de seguida.
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Entretanto, perante este cenário plausível, perante o comportamento de décadas da nossa balança de transacções correntes, o que acontece por cá?
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Acreditar que será impossível suportar os direitos adquiridos:
"E o que fazia, por exemplo, à despesa com os funcionários públicos? É reduzível?
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Não é reduzível, mas é congelável..."
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Pergunta JPP "ONDE É QUE SE VÃO BUSCAR OS VOTOS PARA AS SOLUÇÕES DRÁSTICAS QUE “TODA A GENTE SABE” SÃO PRECISAS PARA ENDIREITAR O PAÍS?" quando um viciado no jogo já não se consegue conter... proíbem-lhe a entrada no casino, acaba a brincadeira. Ou vai fazer companhia aos peixes por não pagar as dívidas, com os pés enterrados num pedestal de cimento.
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Se conseguíssemos evitar o ponto de singularidade, os votos ainda contavam. Como não vamos evitar a singularidade, zona onde as leis físicas que conhecemos não se aplicam, os votos deixam de ter significado, por que os votos serão disputados? perante o facto consumado de uma nova realidade. Alguém se manifesta contra um terramoto? O terramoto acontece e depois? Alguém o critica? Alguém recolhe assinaturas para o criticar?
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Aconteceu, e agora, perante esta nova realidade, quais os nossos graus de liberdade, o que podemos fazer?

Tiro completamente ao lado

Este título "Calçado português custa o dobro do asiático" representa um tiro completamente ao lado.
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Até parece que esta marca portuguesa de calçado está preocupada com os custos do calçado asiático.
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Os números já os repeti várias vezes neste blogue. No entanto, aqui vão outra vez: o preço médio de um par de sapatos asiático que entra na Europa é de 3 euros. O preço médio de um par de sapatos português exportado é de... 19 euros. Portugal exporta mais de 90% da sua produção de calçado (dados da APICCAPS relativos a 2008).
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O calçado português que se preocupa com os custos da Ásia é o que não tem futuro, é o que vive tempo emprestado, é o que há-de acabar morto de anorexia depois de uma correria desenfreada para redução de custos até ao impossível.
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É a velha querela que me separa do mainestream acerca da produtividade. Uns apostam no denominador obcecados pelos custos, por mim dou prioridade ao valor criado no numerador.

O futuro de uma agricultura portuguesa com futuro

"Belmiro de Azevedo investe na produção de kiwis" kiwis no noroeste ibérico, mirtilhos no Vouga, morangos na costa alentejana, relva na costa algarvia ...
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Este é o futuro de uma agricultura portuguesa com futuro, é a minha crença profunda. Já em Maio de 2008 escrevi este postal "Pensamento estratégico" a defender o então ministro da Agricultura Jaime Silva por ele partilhar estas ideias.
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Os agricultores portugueses são como o Pigarro do livro "Quem mexeu no meu queijo" (o acetato 17 é Portugal em todo o seu esplendor!) continuam a fazer de conta que são agricultores, quando na verdade são funcionários públicos encapotados que vivem à custa de subsídios.
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A afirmação de João Pigarro Machado da CAP e, depois, a eloquente resposta do Ministério da Agricultura... está lá tudo naquela resposta... diferenciação, vantagem competitiva, nicho, valor acrescentado.
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Não me parece que Belmiro de Azevedo seja pessoa se meter num negócio sem vantagens competitivas, sem hipóteses de diferenciação, sem hipóteses de ganho.
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Lá está, o que é difícil é mudar, é deixar de fazer o que sempre fizemos porque sempre deu... mas agora deixou de dar.
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Os Pigarros condenam-se a eles próprios e por arrasto atrasam e arrastam a comunidade que os rodeia... a não ser que, como o Gaguinho, aprendamos a mudar quando é preciso mudar, ou até mesmo a antecipar a mudança.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

Como dizia Mao

A primeira vez neste blogue foi aqui "Correlações, calçado e o exemplo dos pares" em Dezembro de 2007. O tema do exemplo dos pares, na altura escrevi:
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"Em vez de se concentrarem em sacar subsídios e apoios do QREN para os seus associados, as organizações empresariais deviam apostar na recolha e divulgação destas histórias... não por consultores, não por funcionários, não por universitários, não por políticos, mas por pares. É claro que na sombra, nos bastidores os "especialistas" podiam recolher e trabalhar as histórias, mas deixar o palco para os empresários e gestores, para que contassem aos seus pares a sua história, os resultados que estão a ter, as dificuldades que sentiram e sentem, como as ultrapassaram.
Podem dizer que é lirismo da minha parte. Eu que acredito na concorrência, e de que maneira, também acredito que concorrentes podem partilhar experiências... afinal de contas não era isso que Porter também nos propunha com a história dos "clusters"?! (Não, não estou a falar dos cereais dos meus filhos :) )."
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Em Março de 2008 voltei ao tema com "Não é preciso ser doutor para criar empresas com futuro" onde recodei as palavras do Kotter:
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"“The single most important message in this book is very simple. People change what they do less because they are given analysis that shifts their thinking than because they are shown a truth that influences their feelings.”"
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Mas o apelo ao exemplo dos pares é algo de recorrente neste blogue (basta usar o marcador 'pares' ). Pois bem, ontem à noite tive a oportunidade de participar num encontro desse tipo!!!
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Um clube de empresários que se juntou e convidou pares para falarem sobre um tema, para contarem as suas experiências, uma espécie de tertúlia. Gente que contou o que correu bem e o que não funcionou, gente com conhecimento em primeira mão, gente que deixou dúvidas e questões por resolver e responder.
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E como dizia alguém que encerrou a reunião, o país está pendurado nas empresas, nos empresários que criam riqueza.
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E é mesmo...
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Como dizia Mao que mil encontros deste tipo possam florescer pelo país, longe de Lisboa, longe do Estado-Estratega, longe dos lóbis, ...

Mas eu não fui nobelizado

Na passada quarta-feira de manhã, quando nas rádios se comentavam os dois dígitos para medir a taxa de desemprego em Portugal, rascunhei num mapa, no carro, alguns tópicos sobre o tema.
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Hoje voltei a lembrar-me desses tópicos ao ler este artigo do Nobel Krugman "O imperativo dos empregos", não sou economista nem fui/serei nobelizado mas o artigo, IMHO, sofre de uma falha estrutural.
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Podemos olhar para o lucro como o teste do ácido de uma empresa, o lucro diz-nos se tudo o que foi feito a montante deu direito a prémio, mas é absurdo começar a desenhar uma estratégia pelos números desejados para os resultados financeiros. Estes são uma consequência, estes são o que se vê olhando para o espelho retrovisor.
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Onde escrevi lucro posso escrever desemprego. ou seja:
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Podemos olhar para os números do desemprego como o teste do ácido de uma política económica governamental, a taxa de desemprego diz-nos se tudo o que foi feito a montante facilitou, agilizou a criação de emprego, mas é absurdo começar a desenhar uma estratégia pelos números desejados para a taxa de desemprego.
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A taxa de desemprego é uma consequência, é algo que vem por arrasto.
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Políticas deliberadas com o fim imediato de criar emprego, podem criar emprego ... mas nunca será emprego sustentado, tirem-lhe o oxigénio dos subsídios e apoios e a chama apaga-se de imediato.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Aproveitar as nossas armas

"Obama Bets Big on Troop Surge" mais 30 mil soldados regulares a enviar para o Afeganistão, para combater grupos de guerrilha que actuam como fantasmas, que agem como enguias, que não estão preocupados em combate frontal.
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Grupos que usam a variável tempo à la Boyd (assim como o mês seguido de bombardeamentos minou a moral e a estrutura de comando do exército iraquiano, assim como o Hezbolah conseguiu iludir e envergonhar o exército regular israelita, ... por que é que Hitler nunca invadiu a Suiça?)
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Grupos que fazem uso e abuso das suas vantagens competitivas e do terreno onde podem fazer a diferença... Ah Grande Aníbal Barca que travou e ganhou a Batalha de Canas!!!
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A minha preocupação, a minha motivação com esta conversa não é militar, é estratégica.
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As PMEs do Norte por vezes sofrem do mesmo mal que Flávio Silva o comandante da X Legião que tomou Massada, sobrestimam o potencial dos adversários.
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As PMEs são isso mesmo, pequenas. Pequenas significam, ou têm potencial para significar: rapidez; flexibilidade; ciclos de feedback super-rápidos.
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Tudo isto vem-me à mente após a leitura do artigo "Dynamic management: Better decisions in uncertain times" do The McKinsey Quarterly onde encontro várias referências ao dilema de manobrar uma unidade de negócio que faz parte de uma corporação.
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"A ship has a captain with a single mind. The “captain” of a large, complex modern corporation is likely to be dozens, if not hundreds, of people. Aligning those pivotal leaders so that they can steer the company in response to changing conditions is a major challenge for most organizations.
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An essential first step is simply to define who occupies the pivotal roles. Some companies may have just a few; others 20, 150, or even more. On the one hand, the smaller the number, the easier it is to have the intensity of interaction needed to make critical decisions effectively and collaboratively."
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Quando aumenta a incerteza que rodeia uma empresa a receita é... mais flexibilidade, mais liberdade de acção... algo que não está no sangue e no ADN das grandes corporações. Como me explicava um director de uma multinacional no início dos anos 90 do século passado: "Quando se trava, acontece o que se vê nos desenhos animados... muita chiadeira, e atraso na resposta. A mensagem demora imenso tempo a fazer efeito."

E o pior já passou... passou mesmo? E o pior para quem? (parte II)

Dia após dia vou recolhendo mais e mais informação para compor os cenários do futuro, tendo em conta as limitações do espaço de Minkowsky.
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Mats Lindgren e Hans Bandhold no livro Scenario Planning escrevem:
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"Although scenario planning processes concern the future, it is important to have a clear picture of the present and the past. What is the history of the organization and how has it developed up to now? How has the competitive landscape developed and what have been the triggers for change? Which have been the main indicators of changes in the landscape so far?
You might object that the future landscape is extremely uncertain and that there are many new threats and possibilities. But there are a lot of driving forces in the surrounding world that remain the same. The logic of the arena is still there and even if you consider that your organization is very future-oriented, it is most probable that the changes are fairly slow and that you have competitors who are forerunners as well as followers."
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Mais algumas:

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Que saudades...

1975, 1º ano do ciclo preparatório, o irmão mais velho do Cagô (Carlos Gomes) tinha este vinil em casa, acho que foi a primeira vez que ouvi os Supertramp:
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E o pior já passou... passou mesmo? E o pior para quem?

No livro "Scenario Planning" de Mats Lindgren e Hans Bandhold os autores recordam, e como é verdade, que se queremos construir cenários sobre futuros alternativos plausíveis, devemos começar pelo passado e presente.
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Devemos começar por procurar quais os vectores que se encontram à nossa volta e que vão influenciar o futuro. Esses vectores são as correntes e ventos de fundo que conduzem o barco.
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Aliás, foi por causa do conselho de Peter Schwartz, para estar atento aos recortes do dia-a-dia, para identificar as forças que influenciam o amanhã que comecei a registar neste blogue o quotidiano que me rodeia.
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Da net de ontem retirei vários recortes que afixei no painel, são certamente ingredientes que afectarão o bolo, o futuro que me interessa:
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E o pior já passou, dizem! Com estes ingredientes que bolos podem ser feitos?
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Passou mesmo?

Escolhas difíceis

"Na Suécia, por exemplo, o primeiro-ministro recusou comprar a Saab à General Motors. Fredrik Reinfeldt considerou que o dinheiro dos contribuintes - "destinado à educação e à saúde" - não pode servir para tapar o buraco de uma empresa de carros. O facto de a Saab ser de origem sueca não lhe exaltou o patriotismo nem a veia demagógica. O excesso de oferta no mercado automóvel foi suficiente para o convencer de que seria mau negócio. É para isso que servem os políticos: fazer escolhas difíceis. Testado pela mesma realidade, Sócrates facilitou e falhou. Não é injustiça: o primeiro-ministro falhou e deixou o país num beco sem saída."
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Trecho retirado de "E agora, José?" publicado no i. Só não concordo com a inclusão do nome Sócrates. Podia ser MFL, ou Filipe Meneses, ou Passos Coelho; ou ... está no sangue normando. Que modelos mentais podem ter na sua mente? Onde trabalharam? Que experiências de vida têm? Alguma vez viveram longe do Orçamento de Estado?

Como é que uma empresa sincera pode usar estes fora? (parte II)

Nestes dois postais anteriores "Como é que uma empresa sincera pode usar estes fora?" e "Branding in the post-internet era" abordamos o desafio de usar as redes sociais da net em benefício do desenvolvimento de uma marca.
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Em tempos escrevi sobre esta empresa, pois bem, o Aranha encontrou na net este exemplo:
  • consumidores comentam negativamente o produto e a marca;
  • representante da marca entra em cena;
  • representante consegue levar o consumidor a admitir que se calhar estava enganado; ("Yes I will eat crow for slandering your product on the shrouds, but you can see from the pictures I had a much different experience with the older plastics.") e por fim a disponibilizar-se para dar a volta ("I would give Polisport another chance givin some of the positive responces on here.")
Como dizia e escrevia Peter Drucker: "If consultants are to disseminate best practices, they must be not only good teachers but also good students.

terça-feira, dezembro 01, 2009

A revolução que aguarda a exaustão dos diques que a impedem

A energia, o potencial, a riqueza que se esconde por trás desta comporta!!!
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Ontem a meio da tarde, o Aranha telefonou-me para me convidar a ver um programa que estava a dar na RTP2.
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O programa chama-se "Da Terra ao Mar" (um magazine sobre o panorama da Agricultura, da Floresta, das Pescas e do Desenvolvimento Rural, em Portugal).
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Como estava longe de uma televisão o Aranha teve de me exlicar o que se passava.
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Parte do programa tinha sido dedicado a apresentar uma empresa agrícola na costa alentejana, o Aranha falou-me na Driscoll, contudo ao pesquisar na net interrogo-me se o programa não teria sido sobre a Luso-Morango.
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Não interessa, o ponto do Aranha era este, durante toda a conversa com os responsáveis da Driscoll (Luso-Morango?) transpirou estratégia, visão, confiança, concentração no cliente, aposta, ... pois, em tempos de crise não chegam para as encomendas.
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No entanto, a nossa agricultura é a do choradinho, do subsídio, do apoio, dos coitadinhos, das carpideiras, dos desgraçados vítimas da ira dos deuses e dos supermercados:
Por isso é que sou tão crítico dos subsídios à agricultura. Esses subsídios estão a impedir uma revolução agrícola em Portugal.
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O ex-ministro Jaime Silva falava no kiwi, no diospiro, no... e era logo massacrado pelos dependentes da cultura dos subsídios.
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Vale tudo: é a selva!

"Empresas que devem ao Fisco podem receber apoios do Estado já em Janeiro" e as empresas que se desunham para pagar o saque aos normandos?
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No limite vamos ter o Estado a apoiar empresas com dívidas ao Fisco, para evitar mais desemprego, e assim, condenar à morte as empresas que cumprem... gerando mais desemprego.

Sei o que não me disseste na última campanha eleitoral (parte VIII)

Depois do Contras & Contras de ontem à noite na RTP1 e depois deste "Dívida pública. Risco está muito alto por causa dos políticos" arrisco-me a projectar o dia em que Medina Carreira será visto como um incurável optimista.
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Onde é que estava esta gente toda durante a última campanha eleitoral?

segunda-feira, novembro 30, 2009

Mandamentos para os gestores das unidades com futuro

Se Moisés descesse hoje o Monte Sinai com as tábuas da Lei com os mandamentos para os gestores, certamente encontraríamos entre elas estas orientações:
  • Subirás na escala de valor!
  • Procurarás a diferenciação!
  • Promoverás a relação com o consumidor!
  • Acarinharás uma marca!
Encontro todos estes tópicos nesta notícia sobre a Viarco: "Fábrica de lápis Viarco lança três inovações mundiais"
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"A fábrica de lápis Viarco, única em Portugal nesse sector, lançou este mês no mercado internacional três produtos que são estreias mundiais e reflectem a mudança de segmento que a empresa está a atravessar.

Aguarela de grafite para pintura, barras de grafite aguarelável para uso em grandes superfícies e um estúdio portátil com utensílios incluídos são os artigos que José Miguel Vieira Araújo, administrador da Viarco, garante serem “inovações totais a nível mundial”.

Integram a linha ArtGraf, vocacionada para os técnicos das artes plásticas e design, e “asseguram a diferenciação da marca em relação à concorrência”, numa “mudança radical” da área de negócios da Viarco, até aqui assente em materiais escolares. “Transferir um modelo de negócio para o outro requer tempo, mas estamos pela primeira vez a apostar na exportação da Viarco enquanto marca e não como prestadora de serviços contratados por terceiros”, diz Vieira Araújo."

Acham isto normal?

"Portugal tem três construtoras entre as 100 maiores da Europa"

Pintar fotos do futuro

Quantas vezes repito nas empresas aquela famosa frase do mundo do futebol "Aquilo que é verdade hoje, amanhã é mentira!"
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E não adianta chorar sobre leite derramado, ou procurar culpados para sacrificar como bodes expiatórios.
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Por que o mundo exterior muda, as estratégias das organizações sofrem uma erosão, mais rápida ou mais lenta, e os seus modelos de negócio ficam obsoletos.
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Saliento pois, este trecho de Alex Osterwalder retirado do livro "Business Model Generation":
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"A competitive business model that makes sense in today's environment might be outdated or even obsolete tomorrow. We all have to improve our understanding of a model's environment and how it might evolve. Of course we can't be certain about the future, because of the complexities, uncertainties, and potential disruptions inherent in the evolving business environment. We can, however, develop a number of hypotheses about the future to serve as guidelines for designing tomorrow's business models."
...
"Painting pictures of the future makes it much easier to generate potential business models."

domingo, novembro 29, 2009

Canário (parte IX)

Vai ser bonita a festa ...
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E vai ajudar a enterrar de vez os TGVs e auto-estradas e o status-quo português.
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"The EU’s authorities, rightly or wrongly, are more afraid of the moral hazard of a bail-out than the possible spillover effect of a hypothetical Greek default to other eurozone countries. If faced with a choice between preserving the integrity of the stability pact and the integrity of Greece, they are currently minded to choose the former."
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Nas costas dos outros vemos as nossas.
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"The lion’s share of the total deficit reduction effort is earmarked to come from tax measures, and most of those from the fight against tax evasion. Tax evasion is always the item first on the list of desperate governments. (Moi ici: onde é que eu já visto?) The European Commission and Europe’s finance ministers, who have heard this story before, are rightly asking for genuine deficit reduction."
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Wolfgang Munchau é mais optimista que eu: "Just as the Greek people are unprepared for austerity, investors are unprepared for what awaits them. I would still bet that outright default is unlikely. But I wonder whether the current Greek bond spreads reflect the true risks."

"Eu recuso-me"

Aranha, meu caro, leia este artigo "O assador".
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Repare neste ponto:
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"A alternativa está no corte nas despesas. Recuperemos então a estrutura que deixámos lá atrás. Cortamos nos juros da dívida? É impossível. Aliás, estes juros ainda vão aumentar. Cortamos no investimento? Por Deus, não! Seria desistir de viver. Restam-nos três grupos de despesas: os salários, as pensões e as acções sociais. Querem fazer o favor de escolher? Eu recuso-me. Não consigo imaginar o choque que uma tal violência irá provocar no país."
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Cada vez mais comentadores da metade esquerda do espectro político estão a chegar a esta posição, uma espécie de imagem no espelho de Medina Carreira... o que é interessante é que se recusam a apresentar uma solução... Peter Pan's.
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O esquisito é como a postura irlandesa é tão difícil de assumir... a postura irlandesa é uma espécie de "Sauron" o nome que não se pode pronunciar... "Eu recuso-me"
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Façam hara-kiri.
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Lemingues!

Quizz (parte III)

De quem é este retrato-tipo?
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O papá ou a mamã leva-o à escola num automóvel topo de gama. Anda sempre com roupa de marca, tem o melhor telemóvel da turma e recusa-se a ter livros escolares em segunda-mão.
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Aceitam-se propostas de solução.

Para reflexão

To read and translate to the Portuguese reality... reality? Does that still exists? OK, to the Portuguese Neverland.
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Why we all end up with Peter Pan's in the gouvernment, children that don't want to grow-up and face ... yes, reality.
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O cuco fêmea bem pode pôr os ovos nos ninhos dos outros passaritos, contudo, se estes morrerem, as crias de cuco também morrem.

Empresas e crianças: experimentar para inovar

Esta semana apreciei, numa fábrica com 70/80 trabalhadores, aquele esforço de inovação que nunca vai aparecer nas estatísticas governamentais (BTW, sempre lideradas pelos bancos... que interessante), e ainda há quem rejeite candidaturas de empresas de calçado a apoios à inovação com o argumento de que não há inovação no calçado (textual).
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Nessa empresa, surpreendo duas pessoas ainda numa fase artesanal, com máquinas quase ao nível dos nossos electrodomésticos caseiros, a fazer experiências, a testar diferentes parâmetros, a apreciar os resultados... ainda receei apanhar uma gripe por os ajudar a meter peças entrando dentro de uma estufa a 30ºC quando cá fora já a temperatura devia andar pelos 8/9 ºC. As pessoas e as empresas com futuro experimentam, são como as crianças, ...
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"To use a metaphor, one could say that a successful organization is like a child. A child, like a turbulence-exposed company, is exposed to a constant flow of novelties that create uncertainty in the brain. The grand challenge for children is to make sense of everything they experience. To do so, they have to ask, think, create and test hypotheses. ‘Why?’ is the child’s golden question.
But theoretical experimentation is not enough for a child to understand the world fully. Children have to experience the realities in a more concrete sense too. ‘Does mum really mean no, when she says no? I’ve got to try!’ ‘What is this stuff – what does it taste like?’ ‘What happens if we mix these things together?’ In learning, children have to question the ‘laws’ and to find out things for themselves in order to really own the world. And the same is true for a successful company that not only wants to be a leader in the old regime, but that also wants to be around when the new regime breaks through.
Finally, a successful company also has the qualities of a good parent: (Moi ici: o papel da estratégia... por alguma razão o primeiro princípio de Deming era/é "Constância de propósito". Não serás uma barata tonta! Não agirás como um carrinho de choque!) the mother or father who provides a robust framework to rely on, guides the kids through role-modelling, and supports and even directs questions, questioning and experimentation."
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Trecho retirado de "Scenario Planning - The link between future and strategy" de Mats Lindgren e Hans Bandhold.

Espanha, Espanha, Espanha (parte III)

"Economist tries realism as Zapatero refuses to cure Spanish economy"
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Preocupante a abordagem comum... e recordar a nossa ligação umbilical, o peso na balança comercial, e a dimensão espanhola... o dominó, o canário espanhol.

Espanha, Espanha, Espanha (continuação da saga)

Setembro de 2007, estação de caminho de ferro de Vila Franca de Xira, compro o Diário Económico.
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Apanho o suburbano para a Azambuja e sentado leio uma frase que me surpreendeu de tal maneira que nunca mais a esqueci e que "imortalizei" num marcador que infelizmente muito tenho de usar "desde que ouvi o ministro pinho dizer que a crise financeira não afectará a economia...,"
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Por que recordo isto?
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Por causa de mais uma falha do Grande Geometra "Emirados Árabes Unidos foram grande aposta do ministro Manuel Pinho"
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O ministro que queria que Portugal exportasse carne de vaca para a Índia!!!

sábado, novembro 28, 2009

Escolhas e consequências: Private Label?

Ainda esta semana mantive uma interessante conversa com alguém ligado ao sector do calçado acerca da decisão sobre o que produzir, onde competir.
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Ainda na quinta-feira, no meio de uma auditoria da qualidade, apesar do objectivo estar focado na conformidade, tropeço na mesma questão: satisfazer 10 encomendas de 200 euros cada ou 1 encomenda de 14 000 euros?
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Para quem continua a trabalhar para o Private Label e tem vontade, e sente capacidade para ir mais além e fazer coisas diferentes; e está disposto a investir para ter resultados daqui a 5 anos... talvez faça sentido ler este artigo "What the iPod tells us about Britain's economic future" e ver bem para onde vai o dinheiro.
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"although in trade statistics the Chinese export value for a unit of a 30GB video model in 2006 was about $150 (in other words for every iPod sold $150 went onto the Chinese exports ledger) Chinese producers really only “earned” around $4. China, you see, is really just the place where most of the other components that go inside the iPod are shipped and assembled. The remaining cash instead went to the US, Japan and a host of other countries (among which the UK is one) who made the parts that go inside. In other words, where the product is not necessarily where gets the lion’s share of the profits."
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Para quem está satisfeito com o servir o Private Label apenas... OK é uma decisão honesta e defensável.
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Mas lembrem-se de Sartre e Kierkegaard, depois assumam as consequências da decisão sem choradinhos.
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E lembrem-se o Private Label também pode ser interessante se, em vez de vender minutos se vender algum tipo de expertease.

E eu sou o Tarzan

A propósito de gente básica e ignorante, como referimos ontem, António Barreto no i põe as coisas em pratos limpos, com números:
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"importamos 4/5 do que comemos. Hoje, no produto nacional, 3% ou 4% são agricultura e alimentação, 20% ou 25% são indústria. Ou seja, produtos novos, feitos em Portugal, são 30%, menos de um terço. Que vamos exportar daqui a dez anos? E daqui a 20? Serviços? Quais? Financeiros, bancários, serviços de informações, serviços de quê? Estamos a quilómetros e quilómetros de distância da capacidade de exportação de serviços da Espanha, de Inglaterra, da França, dos Estados Unidos... Novas coisas, novas indústrias, novos projectos, novos planos, novas ideias, fizemos muito pouco. "
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Pois... Portugal não é um país de serviços... e eu sou o Tarzan
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Avilez Figueiredo no mesmo i volta à carga:
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"Portugal, como se sabe, tem uma dívida próxima dos 90%. A economia, conhece-se também, vive dos serviços: valem 70% do PIB. Tudo o que produz é, em geral, para consumo interno - de quem vive ou de quem vem de fora. Não há - já se disse - os chamados bens transaccionáveis (esses produtos apetecíveis noutros mercados). A indústria, por isso mesmo, é residual."
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Pois... Portugal não é um país de serviços... e eu sou o Tarzan
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Muitas vezes me interroguei, sem olhar para este número de só 30% do PIB vir da indústria e agricultura, por que é que apesar de exportamos 90% da produção de calçado; 80% da de mobiliário; 70% da de..... termos uma balança comercial tão deficitária. É que por muita boa que seja a nossa indústria ela é pequena para alimentar o nosso ecossistema.

sexta-feira, novembro 27, 2009

Acetatos BSC e Scorecard Capital Humano (sessões 3 e 4)

Os acetatos podem ser obtidos aqui.

Espanha, Espanha, Espanha

É deprimente ler notícias de Espanha e perceber a embrulhada em que estão metidos ... com um governo que ... sem comentários.
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Este artigo da Bloomberg é de fazer chorar "Bullrings, Theme Park Can’t Stop 20% Spanish Jobless" até apetece perguntar se Zapatero e Bettencourt Resendes não são uma e a mesma pessoa dado o prafrentismos com que abordam as questões económicas. Não selecciono nenhum trecho em particular porque todo o artigo é um must, um hino ao deboche despesista, à orgia de dívida, à loucura irracional de pensar que esta crise era um episódio curto e que dentro em breve tudo voltaria ao normal.
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Outro artigo a reler para ficar aparvallhado com o nível a que a coisa chegou em Espanha é este do The Economist "Unsustainable". A ministra das finanças espanhola também saiu um cromo de caderneta (tipo: bacalhau, cabrito e cobaia do meu tempo de criança):
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"As Elena Salgado, the finance minister, claims, this gives the system a certain flexibility. But it is bad for productivity. Inefficient workers on permanent contracts are protected. There is no incentive to train the young and the temporary."
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Assim, segundo a ministra: A baixa produtividade espanhola deve-se a uma legislação laboral que protege os trabalhadores ineficientes...
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Existem trabalhadores ineficientes que são protegidos pela legislação laboral? Sim existem! Está aí a causa da baixa produtividade espanhola? Não!!!!!!!
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Tal como Vanzeller e Ferraz da Costa, a ministra concentra-se no "como produzir", foca-se nos custos, olha para o denominador da equação da produtividade. Quando, IMHO, o problema está na decisão sobre o que produzir (decisão que não cabe aos trabalhadores), quando a solução está na criação de valor, quando há que olhar para o numerador.
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Gente básica e ignorante

Enquanto os políticos se entretêm a discutir o sexo dos anjos, o segredo de justiça, a gripe A, o aquecimento global, a catequese jacobina, o bug do ano 2000, a gente não entra em batalhas de retórica e oratória em que o objectivo não é chegar a uma conclusão mas ocupar tempo de antena.
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Faz-me lembrar as empresas em que na reunião mensal para análise do desempenho e tomada de decisões, há sempre uns directores de departamento que não estão na reunião para resolver um problema, ou melhorar uma situação, estão lá só para tentar iludir o escrutínio naqueles 15 minutos onde têm de justificar o desempenho, e quando saem da ribalta sentem um alívio... todas as vezes que oiço os debates quinzenais na Assembleia da República recordo esta cena.
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Por vezes, os políticos baixam a guarda e falam de coisas onde a retórica e a oratória (o que é a guerra da designação do orçamento agora revisto?) não os podem salvar, e aí munidos de factos percebemos como esta gente é básica e ignorante.
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No Jornal de Negócios "José Sócrates: "Estou preocupado com subida do euro face ao dólar""
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Onde se pode ler esta pérola:
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"“Nós não somos um país de serviços”, sublinhou o primeiro-ministro português à Bloomberg. “Estamos a ter um bom desempenho no sector industrial e queremos competir nesse campo em todas as áreas e exportar com valor acrescentado, ou seja, com produtos de qualidade nos mercados mais sofisticados”, acrescentou."
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Há dias ouvi na SIC Medina Carreira, o homem dos números, dizer que a contribuição da agricultura e indústria para o PIB rondava os 28%... pois, não somos um país de serviços.
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Ah! Mas isso não é argumento, você sabe o Medina Carreira... o tipo não regula bem.
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E o INE regula bem?
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"Na estrutura empresarial predomina a área dos serviços, quer se tenha em consideração o número de empresas, o número de pessoas ao serviço ou o volume de negócios. Segundo dados referentes a 2005, 78,0% das empresas pertenciam a este sector, representando 61,9% do número de pessoas ao serviço e 62,7% do volume de negócios."

Surreal

A revista Harvard Business Review deste mês é dedicada ao homem que mudou a minha vida, Peter Drucker.
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Várias páginas da revista incluem reflexões sobre um título comum "What I Learned From Peter Drucker". Peter Paschek no artigo "The Responsibility of Management Consultants" escreve:
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"... many business leaders... Their predominant concern remains maximizing short-term shareholder value - a narrow focus that Drucker decried.... Management consultants - being "central to the development of the teory, the discipline, and the profession of management" - as a whole are no better. They focus almost entirely on the economic side of management. All too often cost-cutting and layoffs are their prescriptions."
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O texto é muito bom e tenho de voltar a ele brevemente, para reflectir sobre mais sumo que encontrei. No entanto, fico por aqui, por agora, acho que este trecho é bom para enquadrar o sentimento que me percorreu quando li este artigo no semanário Vida Económica "Barcelos cria pólo industrial na Roménia para deslocalizar o sector têxtil"
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O texto é um hino ao curto-prazismo... só espero que não estejam a ser apoiados por fundos públicos portugueses.
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Só sabem competir no preço e acreditam que podem fazer a diferença na Roménia... Uauuu tanta ingenuidade... tanta que se calhar têm mesmo apoio de fundos públicos portugueses.
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Aconselho a ler o livro How we Compete de Suzanne Berger, já existe uma versão portuguesa. A leitura pode ter duas funções: perceber como é possível ter empresas têxteis rentáveis em LA ou Nova Iorque; e perceber o encravanço em que se meteram empresas italianas que se deslocalizaram para a Roménia e logo a seguir recuaram.
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Se ainda não levantaram os olhos do chão e só conseguem ver o denominador da equação da produtividade... talvez não percebam o que aconteceu ao exemplo da têxtil americana que se deslocalizou para a Mongólia... para depois perceber que o seu problema não era custos, era ter um produto envelhecido.

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«temos de assumir que um país como o nosso já está encostado a uma certa fasquia nos custos de produção que faz com que certos produtos já não possam ser feitos cá». E, nesta lógica, «quanto mais condições dermos a um empresário para que se deslocalize, mais lhe estamos a dar competências para se manter no mercado, fazendo com que o benefício obtido lá fora se reverta em melhores empresas cá dentro». Ou seja, há qualquer coisa de surreal nisto... quanto é que ganha a ACIB com isto... são eles que estão a promover a deslocalização.

As famosas...

As famosas opções de futuro!!!
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Produzir bens transaccionáveis!!!
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Qual a percentagem da mão de obra activa que trabalhava na agricultura quando Portugal aderiu à CEE? O que a diferenciava da média europeia?
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Qual a percentagem da mão de obra activa que trabalha na construção civil em Portugal? O que a diferencia da média europeia?

quinta-feira, novembro 26, 2009

O deboche despesista (parte II)

Talvez estas vozes e o destino dos grandes dominós grego e espanhol venham impor o fim do deboche despesista em que os governos se têm envolvido.
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Talvez o Dubai também ajude à festa.
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A espiral despesista e irracional em que se envolveram os governos talvez desemboque na necessidade de uma guerra para desviar as atenções... este postal dá muito que pensar "Marc Faber Sees War Against an Invented Enemy and a Big Financial Bust":
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""I think eventually there will be a big bust and then the whole credit expansion will come to an end," Faber added.
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"Before that happens, governments will continue printing money which in time will lead to a very high inflation rate, and the economy will not respond to stimulus".
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In one of his Gloomiest predictions, Faber, referred to as Dr Doom, said "the average family will be hurt by that, and then in order to distract the attention of the people, the governments will go to war".
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"People ask me against whom? Well, they will invent an enemy," Faber said."
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"Faber: The years 2006 and 2007 were "the peak of prosperity" and the world economy is not likely to return soon to that level.
Mish: Agreed. I had quite some time ago proposed Peak Credit and her twin sister Peak Earnings have arrived. Here is a snip from the former. ... That final wave of consumer recklessness created the exact conditions required for its own destruction. The housing bubble orgy was the last hurrah. It is not coming back and there will be no bigger bubble to replace it. Consumers and banks have both been burnt, and attitudes have changed."
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BTW, aquelas palavras da Moody's: "A agência destaca que a situação orçamental portuguesa "estava já a deteriorar-se há algum tempo, ainda antes de a crise financeira começar". Além disso, a economia portuguesa "está presa numa dinâmica de baixo crescimento devido à fraca competitividade", o que faz com o Governo tenha de "tomar decisões difíceis se quiser reduzir a dívida""

Para reflexão

"So, people and some central banks are seeking refuge in a stable currency that is beyond the control of the financial engineers.

"With the exception only of the period of the gold standard, practically all governments of history have used their exclusive power to issue money to defraud and plunder the people." Fredrich August von Hayek
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"The gold standard has one tremendous virtue: the quantity of the money supply, under the gold standard, is independent of the policies of governments and political parties. This is its advantage. It is a form of protection against spendthrift governments." Ludwig von Mises
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Alan Greenspan himself states the case most eloquently in his famous essay from 1966 Gold and Economic Freedom.
"This is the shabby secret of the welfare statists' tirades against gold. Deficit spending is simply a scheme for the confiscation of wealth. Gold stands in the way of this insidious process. It stands as a protector of property rights. If one grasps this, one has no difficulty in understanding the statists' antagonism toward the gold standard.""
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Por que sobe a cotação do ouro...
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E ainda:
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Folhas na corrente (parte VII)

Quando frequentava a faculdade aproveitava todo o tempo de férias para, de mochila às costas, peregrinar por Trás-os-montes e Alto Douro e Beira Alta.
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A primeira vez que percorri a pé a descida de Figueira de Castelo Rodrigo para Barca d'Alva fui surpreendido por um (ou dois?) fóssil industrial. Podia ver-se junto a um ribeiro, que certamente no Inverno proporcionaria a energia, as paredes calcinadas de uma antiga fábrica.
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Foi desse fóssil que me recordei ontem à noite ao ouvir a entrevista ao puppet-master da construtora Mota. Um efeito secundário da construção de auto-estradas foi, é e será o desaparecimento de pequenas indústrias que não se desenvolveram e que tinham como vantagem competitiva a distância, a proximidade.
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Há anos, fiz uns trabalhos para empresas produtoras de materiais para a construção situadas no centro do país. Assim que abriu a A24 abriu-se, naturalmente um novo campo de combate, um novo mercado... Vila real e Chaves. Como os produtos de que estamos a falar eram/são commodities o efeito da escala tornava as pequenas fábricas dessa zona presas fáceis para os predadores habituados a mercados mais competitivos e com uma dimensão várias vezes superior.
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Portanto, os autarcas que se regozijam com a abertura de auto-estradas em Trás-os-montes e Alto Douro são como os jogadores de bilhar amador, só vêem a próxima jogada, não vêem as consequências das jogadas seguintes... mais desemprego na indústria local e mais desertificação...
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Ao ouvir Jorge Pelicano numa entrevista recente na TSF não pude deixar de recordar... em Agosto de 1988 fiz a viagem Porto-Bragança de comboio. Primeiro a linha do Douro até ao Pocinho (não quero estar a mentir mas julgo que na altura a linha era internacional) e depois, a linha do Sabor até Bragança. No meu livro de apontamentos dessa viagem registei cenas que hoje ninguém acredita, devia haver uma festa próximo do Cachão, o comboio estava tão cheio, tão cheio, havia gente vestida a rigor para uma cerimónia, com os meus colegas de viagem até especulámos que, à semelhança da Índia, havia passageiros no tejadilho das carruagens.
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Passaram apenas 20 anos e a desertificação avançou como faca na manteiga numa tarde de Verão.
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Assistimos ao triunfo imparável da mass production que levou na enxurrada quem não resistiu à competição pelo preço. Só resistiram as empresas que se conseguiram defender com o efeito da proximidade.
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Portanto, convém preparar mais alguns funerais ... essas indústrias serão substituídas por "indústrias culturais", por centros de terceira idade e...

Benchmarking (parte II)

Ontem, numa pesquisa no PC encontrei estes esquemas feitos em 2003 sobre a arquitectura de um sistema de gestão dedicado a obter resultados em sintonia com uma estratégia.
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Prioridades estratégicas traduzidas num mapa da estratégia, num conjunto de indicadores e em iniciativas estratégicas:Prioridades estratégicas incluídas num manual do sistema:
Sistema modelado num conjunto de processos com cada processo descrito em fichas de processo:
Juntando tudo:
Medir e monitorizar os indicadores estratégicos e os indicadores processuais:


Folhas na corrente (parte VI)

Os PIN's, as Qimonda's, as Rhode's, as multinacionais, pertencem a um mundo que foi estilhaçado:
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"The proliferation of successful small companies dramatizes how the security of majority market share - seized by a large corporation and held unchallenged for decades - is now a dangerous anachronism."
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"Most large markets evolve from niche markets. That's because niche marketing teaches many important lessons about customers - in particular, to think of customers as individuals and to respond to their special needs. Niche marketing depends on word-of-mouth references and infrastructure development, a broadening of people in related industries whose opinions are crucial to the product's success." (Moi ici: olhar para os clientes-alvo como clientes concretos, olhar na menina-do-olho deles directamente, não como tratá-los como miudagem, ou abstracções estatísticas)
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"Customer focus derived from niche marketing helps companies respond faster to demand changes. That is the meaning of today's most critical requirement - that companies become market driven."
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"Competition from small companies in fractured markets has even produced dramatic changes in how companies define their products. The product is no longer just the thing itself; it includes service..."
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As multinacionais são como os Golias que, perante uma nova realidade exterior, são impotentes para fazer face aos Davids... pequenos, rápidos, flexíveis.
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Al-Qaeda, Hezbolah, Hamas, versus exércitos regulares... exércitos com tácticas escritas em livros e que confiam em... ministros. Ahahah
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Trechos retirados do artigo de Regis McKena "Marketing in an Age of Diversity" publicado na revista Harvard Business Review em Setembro-Outubro de 1988.
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quarta-feira, novembro 25, 2009

Afinal Medina Carreira sempre teve razão

"O tempo esgotou-se"
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Mas é nestes pormenores que se percebe o que é ser funcionário do jornal do Governo:
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"Agora que a pior crise económica global desde 1930 parece estar, finalmente, a ser debelada, é altura de os países pensarem em voltar a crescer acima dos 2,5% ou 3% para começarem a combater o flagelo do desemprego, o que em Portugal, de acordo com as últimas estimativas, não deverá acontecer antes de 2012."
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Que estimativas? De quem? Onde foram publicadas? As previsões da OCDE são negras.
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O próximo combate vai ser trocar Paulo Bento (aka Teixeira dos Santos) e contratar Carlos Carvalhal para nos convencer que sem mudar de paradigma vamos crescer entre 2,5 e 3% nos próximos anos (sem recurso a insuflação governamental, ou seja, construção de pirâmides, expos e estádios de futebol em Faro, Aveiro e Leiria). O que é preciso é confiança e auto-estima.

A velha guerra do "agarrem-me senão eu mato-me"

Uma continuação da série "Agarrem-me senão eu mato-me":
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""Quando compramos produtos da marca do distribuidor, optamos pelos mais básicos. Por exemplo, em vez de comprarmos a massa enriquecida com vitaminas, levamos a massa mais básica. São produtos de menos valor acrescentado e isso afecta as margens", disse ao PÚBLICO."
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Também é verdade, mas é simplista, basta ver o exemplo do arroz e comparar os preços na loja online do Continente:
Qual o arroz mais caro?
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Qual o segundo arroz mais caro?

Dúvida

Nos últimos tempos, volta e meia aparece na rádio um anúncio da Winthrop Genéricos, a marca do grupo Sanofi-Aventis para os genéricos (à semelhança da marca Sandoz para os genéricos da Novartis).
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Esse anúncio contém um texto absurdo, começa por dizer que somos 6 mil milhões de humanos no planeta e que a Winthrop Genéricos quer apresentar soluções customizadas à medida de cada humano para cada humano.
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Genéricos são escala, são mass production, por que é que o anúncio quer associar a marca a mass customization?

Folhas na corrente (parte V)

Regis McKena publicou o artigo "Marketing in an Age of Diversity" na revista Harvard Business Review em Setembro-Outubro de 1988.
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Defendo a tese de que o que aconteceu nessa altura nos EUA é equivalente ao que nos tem acontecido em Portugal na última década.
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Pois bem, McKenna apresenta esta figura:
Entre 1981 e 1987 o número médio de produtos apresentados nas prateleiras dos supermercados americanos subiu 60%.
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"manufacturers are making more and more high-quality products in smaller and smaller batches; today 75% of all machined parts are produced in batches of 50 or fewer.
Consumers demand - and get - more variety and options in all kinds of products, from cars to clothes.
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In trying to respond to the new demands of a diverse market, the problem ... is not fundamental change, not a total turnabout in what an entire nation of consumers wants. Rather, it is the fracturing of mass markets. To contend with diversity, managers must drastically alter how they design, manufacture, market, and sell their products."
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"Customization by users as flexible manufacturing makes niche production every bit as economic as mass production.
Changing leverage criteria as economies of scale give way to economies of knowledge - knowledge of the customer's business, of current and likely future technology trends, and of the competitive environment that allows the rapid development of new products and services.
Changing company structure as large corporations continue to downsize to compete with smaller niche players that nibble at their markets.
Smaller wins - fewer chances for gigantic wins in mass markets, but more opportunities for healthy profits in smaller markets."
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As multinacionais que já partiram e a Rhode, estavam concebidas para um paradigma que desapareceu e quanto mais pouparmos ou amortecermos o choque com a realidade... atrasamos a chegada do futuro e desviamos recursos para apoiar o passado... num esforço inglório que não evita o dia do julgamento final.

terça-feira, novembro 24, 2009

A moda das implosões

Esta manhã, no período antes do arranque de uma reunião, alguém contava a ideia de implodir o estado do Beira-Mar em Aveiro para poupar nos custos de manutenção. Foi então que alguém contou uma novidade para mim, parece que uma alma terá proposto na Assembleia Municipal (?) deitar abaixo o novo estádio e construir de raiz um novo, agora como deve ser!!!
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É claro que primeiro nos rimos da parvoíce... mas depois caímos em nós e percebemos que quem paga estas palhaçadas somos nós... pobre saxões.
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Daí que há bocado, com o Jornal de Negócios nas mãos, percebi logo o alcance do título de um artigo de opinião (à Medina Carreira, ou seja suportado em números e não em treta de jurista no Prós e Contras. A oratória e a retórica são capazes de nos fazer jurar que a água do mar é doce) "As contas do TGV: um comboio para implodir?"

Curiosidades

Interessante, a receita do IRC (-23,7%) caiu mais do que a receita do IVA (-21,4%).
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And yet a receita do IRS só caiu 4,6%

A morte anunciada de um hospedeiro

O surpreendido normando Constâncio pavlov-levianamente repete a receita do costume, aumentar impostos, impostar os saxões, já cheira a refrão de musical.
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Os normandos nos últimos anos sofreram uma mutação e tornaram-se em parasitas estúpidos, em vez de sangrarem (impostarem) com calma os saxões, levados pela ganância da matulagem das construtoras e pelas trapalhadas das governações (independentemente dos partidos) transformaram-se numa espécie que vai matar o hospedeiro.
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O canário grego (parte II)

"Bets rise on rich country bond defaults"
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"Could sovereign debt be the new subprime?"
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Vai ser uma festa bonita pá!

segunda-feira, novembro 23, 2009

O canário grego

Simplesmente adoro.
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Adoro a poesia incluída nos textos de Ambrose-Pritchard, por exemplo:
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"Euro membership blocks every plausible way out of the crisis, other than EU beggary. This is what happens when a facile political elite signs up to a currency union for reasons of prestige or to snatch windfall gains without understanding the terms of its Faustian contract."
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"The newly-elected Hellenic Socialists (PASOK) of George Papandreou confess that the budget deficit will be more than 12pc of GDP this year, four times the original claim of the last lot. After campaigning on extra spending, it will have to do the exact opposite. "We need to save the country from bankruptcy," he said. (Moi ici: onde é que eu já vi este filme? Eu não sabia!!!)
Good luck. Communist-led shipyard workers have already clashed violently with police. Some 200 anarchists were arrested in Athens last week after they torched streets of cars in a tear gas battle.
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Mr Papandreou has mooted a pay freeze for state workers earning more than €2,000 a month. (Moi ici: Picanço e Avoila contratariam snipers") This has already set off an internal party revolt. "There is enormous denial," said Lars Christensen, emerging markets chief at Danske Bank. "They don't seem to understand that very serious austerity measures are needed. It is a striking contrast with Ireland," he said."
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"Modern economies have reached such debt levels before, and survived, but never in the circumstances facing Greece. "They can't devalue: they can't print money," said Mr Christensen.
...
Wages rose a staggering 12pc in the 2008-2009 pay-round alone (IMF data), suicidal in a Teutonic currency union. Greece has slipped to 71st in the competitiveness index of the World Economic Forum, behind Egypt and Botswana."
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E se o dominó grego cair, acreditam que não seremos afectados?
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Trechos retirado daqui.

Folhas na corrente (parte IV)

Continuado.
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"Vieira da Silva assume comando do plano para salvar a Aerosoles"
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Um título espectacular, um título que define uma economia, um título que define uma mentalidade...
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E prego eu a necessidade de ter casos amorosos com clientes, fornecedores e produtos... quando afinal basta sacar a nota aos saxões via um qualquer ministro.
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Folhas na corrente (parte III)

Continuado daqui.
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O ocaso de todas as multinacionais do calçado em Portugal era um acontecimento escrito nas estrelas, não se tratou de uma questão de "maldade", foi o efeito decorrente de uma cadeia de causas a montante: adesão da China à OMC; queda do Muro de Berlim e entrada da Europa de Leste na UE; redução dos custos das telecomunicações; capital disponível para investir; mão de obra barata à espera de trabalhar; uma moeda, o euro, forte; e consumidores cada vez mais exigentes e em busca da diferenciação.
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Gilmore & Pine na introdução a "Markets of one" expõem a revolução em curso que levou na enxurrada as apostas estratégicas das multinacionais do calçado.
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"Things used to be made to order and made to fit. But they were labor-intensive and expensive. Mass production came along and made things more affordable, but at a cost - the cost of sameness, the cost of one-size-fits-all.
Technology is beginning to let us have it both ways. Increasingly, we're getting more
personalization at mass-production prices. We're moving toward mass customization."
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Caminhamos para uma realidade que obriga quem compete a optar por atributos contrários aos que davam vantagem às multinacionais.
Continua.

É isto?!!!

É isto?!!!
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Um homem está à frente da AEP durante "milhares" de anos e depois só se lembra disto "Lugdero propõe projecto para criar 250 mil empregos".
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Precisamos de apostar na produção competitiva de bens transaccionáveis, temos meio milhão de fogos por vender, temos um sector de construção civil sobredimensionado, e ... isto?!!!
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Talvez fizesse bem a Ludgero Marques ler e reflectir sobre este artigo publicado no i "Kurzarbeit à espanhola":
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"Em Espanha, em contrapartida, pelo menos metade dos trabalhadores do sector imobiliário (cerca de 4% do total dos assalariados) e de outros de sectores subsidiários terão de reciclar-se e mudar de actividade. Este fenómeno retira sentido ao acto de subsidiar empresas para que mantenham os ditos postos de trabalho."

O deboche despesista

"In my view, whatever predictive ability markets once had has been steadily eroded by years of monetary recklessness, a cultural shift away from long-term investing towards short-term trading and speculation, and the shrinking share of market participants -- read professionals -- who actually understand the fundamentals that matter.

So, to those economists who keep insisting that the large and growing obligations our government is committing us to in the name of saving or increasing jobs -- a theory that hasn't quite panned out yet, as it happens -- don't matter because markets are signalling otherwise, I say one thing.

Bunk."
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Trecho retirado daqui

domingo, novembro 22, 2009

Não é sexy ...

Ao contrário do que dizia Nuno Crato ontem na SIC-N não temos de produzir mais barato para poder exportar... não podemos combater nesse terreno como o fazíamos no passado, o mundo mudou e as nossas vantagens competitivas nesse campo foram-se erodindo.
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Pelo contrário, temos de produzir artigos cada vez mais caros, artigos com cada vez mais valor acrescentado, como referiu João Duque no mesmo programa de ontem na SIC-N.
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Ouvi num noticiário televisivo qualquer um trecho de um discurso do Presidente da Republica proferido durante o dia de ontem. Procurei nos vários jornais uma referência à mensagem e nada.
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O que mais aproximado encontrei foi este trecho no DE "Nesse sentido, frisou, é fundamentar reforçar a cultura de inovação para aumentar a produtividade e competitividade da produção nacional nos mercados internacionais." (Moi ici: reforçar a cultura de inovação, apostar no numerador da equação da produtividade, no aumento do valor acrescentado, a única hipótese de em simultâneo aumentar a produtividade, a competitividade e os salários. Tudo o resto é treta!)
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Se Cavaco Silva tivesse falado sobre a espuma, os jornais estariam repletos de transcrições, comentários e análises, como falou do cerne... não é sexy, não excita, não ...

Folhas na corrente (parte II)


Continuado daqui.
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Olho para a situação da Rhode como o pico do icebergue. Então, a boa prática passa por mergulhar e ir à procura dos padrões...
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Os jornais dão-nos boas pistas para percebermos quais são os padrões:


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Ao longo dos últimos anos, o que está a acontecer à Rhode agora, aconteceu a várias
empresas de calçado.
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No entanto, o calçado português está mais forte do que nunca com cerca de 90% da sua produção destinada à exportação.
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O que falhou e falha não é o sector do calçado. O que chegou a fim da linha foi uma estratégia em particular, a estratégia seguida pelas multinacionais... que se tornou impraticável no nosso país.
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As fábricas das multinacionais caracterizavam-se pela sua dimensão, pelo elevado número de trabalhadores, pela aposta na escala, pela aposta no preço.
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Continua.

sábado, novembro 21, 2009

Folhas na corrente (parte I)

Ao ler este título "Assembleia de credores da Rohde discute eventual despedimento de 500 trabalhadores" e o seu conteúdo foi-se materializando uma metáfora na minha mente:
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As mudanças nas variáveis externas (PESTEL) nos últimos 20 anos (queda do Muro de Berlin, adesão da China à OMC, entrada de Portugal na eurozona e o rebentar da economia suportada na dívida dos particulares) provocaram variações mais ou menos violentas nas paisagens estratégicas de cada sector económico de bens transaccionáveis.
Assim, com a migração de valor ocorrida, com a evolução das oportunidades e ameaças, muitas empresas com estratégias ajustadas a um mundo que deixou de existir não aguentaram a parada e foram na corrente descendo para as planícies cobertas pela neblina envenenada (imagem seguida por Beinhocker, Ghemawat e Kauffman - é só procurar no blogue).
A Rhode é mais uma das folhas da fotografia que em vez de cair em solo firme caiu na corrente.
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O que aconteceu à Rhode não foi caso único... se recordamos o icebergue do pensamento sistémico, segundo Senge:
A situação da Rhode é um evento, é o que se vê, é o happening que nos assalta e toma conta do prime-time da nossa atenção.
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Quando ficamos por este nível só tratamos do penso-rápido: "A culpa é do Governo que não dá o dinheiro à Rhode e à Investvar...." (Como ontem ouvi na rádio - infelizmente os media há muito que deixaram de escavar e descer no icebergue, quase só servem de microfone para os agitadores e activistas fazerem passar a sua.)
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Ficar pelo primeiro nível é o mesmo que chorar sobre leite derramado (parte I, parte II e parte III).
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BTW, Não há acasos!!!
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Continua.