quarta-feira, maio 05, 2010

Ciência ou Arte?

"Need Speed? Slow Down"
.
Depende... estou inclinado a não concordar com o autor do artigo. É claro que muitas vezes é fundamental parar. Abrandar para perceber a corrente, para unir os pontos e destacar os padrões de comportamento escondidos no meio dos milhares de estímulos do quotidiano. Abrandar é fundamental para partir a pedra que sintoniza e alinha as mentes.
.
Mas depois, recordo as empresas que tropeçam em oportunidades e aceleram para as aproveitar. Depois, recordo os conselhos de Tom Peters "Fail fast to Win sooner".
.
Será que a postura deve ser indiferente do grau de incerteza do entorno? Num mundo muito incerto não é preferível testar várias possibilidades em pequeno e deixar a realidade decidir as que vingam? Para depois rapidamente usar o feedback para cortar o que não serve e concentrar a actuação no que resulta?
.
Para mim é Arte... para mim é uma value shop, não há receita prévia. Há, sim, uma actuação como a dos artistas de rua...

terça-feira, maio 04, 2010

Para reflexão


A espiral parece que já não pára...
.
.
.
"Schaeuble quer processo de falência para Estados que não ponha em risco zona Euro"
.

Pois... o software

Já por mais de uma vez criadores de software me abordaram para que divulgasse o seu software de captação e divulgação de dados junto das empresas que apoio na implementação de um BSC.
.
Recuso sempre... Stephen Few ajuda a explicar porquê "Oracle—Have you no shame?"

Diferentes negócios, diferentes indicadores (parte II)

Continuado daqui.
.
Na sequência deste gato escondido com o rabo de fora o tema da Value Shop atraiu a minha curiosidade e cheguei a este muito, muito interessante artigo "Configuring Value for Competitive Advantage: On Chains, Shops, and Networks"
.
Para empresas que produzem componentes e ofertas (ver pirâmide de valor), empresas que produzem produtos claramente definidos, de forma planeada, de forma repetitiva, a value chain de Porter é adequada.
.
E para um laboratório que realiza serviços de investigação e desenvolvimento para clientes? E para uma empresa que desenvolve máquinas em co-criação com clientes? E para um consultório clínico? Não há produto definido, não há produto standard... e para gerir uma equipa CSI?
.
Alguns trechos interessantes:
.
"Thus while the chain performs a fixed set of activities that enables it to produce a standard product in large numbers, the shop schedules activities and applies resources in a fashion that is dimensioned and appropriate to the needs of the client’s problem. The problem to be solved determines the ‘intensity’ of the shop’s activities."
...
"Problems can be defined as differences between an existing state and an aspired or desired state. Problem-solving, and thus value creation in value shops, is the change from an existing to a more desired state. In the case of medical services, the change is to cure the patient of a sickiness. In the case of the architect, the change can be to raise a building or other structure at a particular site. Problems involve situations requiring remedial action and situations where there are improvement opportunities."
...
"The flow of activities is not linear, but iterative between activities and cyclical across the activity set. Diagnosis moves back and forth between hypotheses and new data collection that confirm, reject, or lead to a reformulation of the diagnosis. Treatment might initiate a new problem-solving process to determine the most appropriate way of administering the treatment
(Simon’s, 1977, wheels-within-wheels metaphor).
A treatment can result in the resolution of the client’s problem, but can also initiate a new and perhaps a different sequence of activities. The process is not only iterative, but also potentially interruptable at all stages, either when the symptoms are found to be a false alarm, when there is no known solution, or when the problem needs to be referred to a specialist."
...
"Value drivers as opposed to cost drivers are of critical importance in value shops. Competitive advantage follows from the fact that clients are primarily looking for relatively certain solutions to their problems, and not for services that have low prices as their main attribute."

Para reflexão


Não cheira a empurrar com a barriga?
.
Se é um problema de solvência, onde vão buscar o dinheiro?
.
.
.
.

Aranha, não só esse como sobretudo o segundo

.

segunda-feira, maio 03, 2010

Diferentes negócios diferentes indicadores (parte I)


Há dias recorri a esta imagem do livro "Creating & Delivering Your Value proposition" de Cindy Barnes, Helen Blake e David Pinder para salientar o quão diferem as abordagens do preço e do valor.
.
No jantar de encerramento de um curso de auditorias que terminei recentemente, um dos formandos, trabalhador de uma empresa certificada, dava-me o exemplo de um indicador que nunca conseguiam controlar: o tempo de duração de um projecto.
.
Essa empresa trabalha, nítida e descaradamente, no topo da figura. Recolhem a necessidade do cliente, desenvolvem e apresentam-lhe uma solução única, feita à sua medida, o cliente, depois, avalia, comenta, recusa, apura, tudo actividades cujo tempo a empresa não pode controlar pois estão na mão do cliente. Depois da intervenção do cliente, o trabalho pode voltar ou não para a empresa para, ao longo de iterações sucessivas, ser refeito, melhorado ou aprofundado.
.
O formando queixava-se da incapacidade para controlar esse indicador porque o cliente podia atrasar-se e, como bom português, frequentemente fazia-o.
.
A minha primeira reacção foi: "Porque não fazem como os jogadores de xadrez, só contam o tempo quando a bola está no vosso campo?"
.
Depois, rapidamente, pedi uma esferográfica e na toalha de papel desenhei a pirâmide de valor acima e vi a luz!
.
- O vosso negócio é co-criar valor com os clientes, não é produzir parafusos, milhares deles, sempre iguais, um atrás do outro. Por que hão de ter esse indicador? Por que hão de ter os mesmos indicadores de quem produz e vende componentes?
.
É um pouco como a um médico pedir que em 4 horas atenda 16 utentes, independentemente das suas condições, das suas necessidades, das suas realidades, e cobrar-lhe o incumprimento dessa meta ou premiá-lo pela sua ultrapassagem.
.
É um pouco como as empresas de consultoria de apoio à implementação de sistemas da qualidade que já têm a documentação do sistema definida à partida para um projecto, independentemente da empresa apoiada. São, como dizia um consultor, empresas de taxistas documentais, o documento é transportado de empresa para empresa, só muda o logotipo e o nome da empresa, tudo o resto se mantém.
.
É o que resulta quando se aplicam indicadores adequados para uma proposta de valor a uma empresa que professa... ou deveria professar outra. Depois, os incentivos são sempre para apoiar a produção normalizada de componentes ou ofertas... o abismo do preço e do monstro gémeo, os custos.

Não é a caridade

Do artigo “Ministro da Agricultura diz que país deve apostar nas "exportações de alimentos" publicado no Público destaco os seguintes trechos:

“"Consumimos mais produtos alimentares do que os que produzimos, pelo que temos de importar grande parte deles. Somos altamente deficitários", afirmou, argumentando que é necessário alterar esta situação.

A agricultura é um "sector fundamental para o desenvolvimento da Europa e do país. Deve continuar a garantir a função primária de produção de alimentos para a nossa população", frisou.”


Tendo em conta o artigo, depreendo que o ministro da Agricultura quer substituir as importações agrícolas por produção interna.

A produção agrícola interna não consegue competir de igual para igual com as importações. Portugal não pode competir no negócio do preço com as produções agrícolas de commodities que nos entram porta-a-dentro, não temos extensão de solo. Só torrando dinheiro dos contribuintes em apoios e subsídios.

Em vez de tentar competir no terreno que dá vantagem à concorrência, melhor seria fomentar o aumento da produção do que podemos produzir e exportar com vantagem competitiva, por causa do clima. Contudo esta mudança de paradigma tem uma grande dificuldade pela frente...

Dificuldade desta abordagem, as produções internas, que perdem na competição com as importações, correspondem às produções tradicionais que têm lobbys poderosos junto do ministério da Agricultura.

Hoje descubro que o Presidente da Republica tem outra solução para a agricultura portuguesa... a caridade "PR pede a grandes superfícies que paguem melhor os produtos nacionais".

Segundo o Presidente "o mundo rural português «tem que ser ajudado», para evitar o abandono de «boas partes do território nacional»."

IMHO, o abandono só será revertido no dia em que a agricultura for percebida como um negócio lucrativo. E em Portugal, isso só será possível se produzirmos, não o que importamos mas o que conseguimos exportar com vantagem competitiva porque somos diferentes, com um clima diferente.


domingo, maio 02, 2010

Auditorias internas que acrescentam valor (parte XI)

Elementos da última sessão aqui.

Tão amador a jogar bilhar...

Os profissionais que jogam bilhar não se concentram na próxima jogada apenas. Jogam a próxima jogada já a pensar e a preparar as jogadas seguintes.
.
Neste espaço, há anos que recuso como absurda a hipótese de redução dos salários como motor para o aumento da nossa competitividade como País.
.
Ano após ano vai engrossando a lista dos que promovem a redução dos salários como panaceia para os nossos males.
.
Para mim, pessoalmente, tal não faz sentido, não por motivos políticos, mas porque não é o caminho para uma economia sustentável. Em tempos escrevi este postal "Redução dos salários em Portugal" onde chamei a atenção para a inevitabilidade desta política desencadear uma espiral de aperto progressivo. O jogador amador de bilhar faz esta jogada e fica satisfeito, para, depois, perceber que nada impede os outros de a copiarem, e voltamos ao estado inicial...
.
.
Muitas das nossas empresas e os nossos políticos, porque só se concentram no produto/serviço nuclear, porque têm uma visão marxiana da economia e só reconhecem valor associado à quantidade de trabalho incorporado (também enforma, ou deforma, a discussão sobre os salários dos gestores... imaginem o serígrafo que imprime os desenhos de Siza Vieira ou de Cargaleiro... quem criou o grosso do valor?), porque nunca despertaram para os números de Rosiello, porque nunca abriram os olhos para o numerador, combatem uma guerra com um único desfecho possível: o empobrecimento dos portugueses.

sábado, maio 01, 2010

Dá que pensar...

"Johnson & Johnson's retira vários medicamentos do mercado" (01.Maio.2010)
.
.
"Johnson & Johnson Plans Cuts" (03.Novembro.2009)
.
"“The plans and associated savings we are announcing today,” Mr. Weldon said during the call, “will increase our operational efficiency and allow us to continue growing our strong core businesses and ensure the success of new products that are launching or pending approval in the near term.”"
.
Duas recolhas em menos de um ano... desgraçada eficiência operacional...

Malditas agências de rating

Depois do delírio de ontem à noite na SIC-N contra as agências de rating, lembrei-me de um textode Rabelais que Edward Hugh me deu a conhecer há alguns anos:
.
Extraído do III Livro de diálogos entre Gargantua e Pantagruel:
.
"But, quoth Pantagruel, when will you be out of debt? At the next ensuing term of the Greek kalends, answered Panurge, when all the world shall be content, and that it be your fate to become your own heir. The Lord forbid that I should be out of debt, as if, indeed, I could not be trusted. Who leaves not some leaven over night, will hardly have paste the next morning.

Be still indebted to somebody or other, that there may be somebody always to pray for you, that the giver of all good things may grant unto you a blessed, long, and prosperous life; fearing, if fortune should deal crossly with you, that it might be his chance to come short of being paid by you, he will always speak good of you in every company, ever and anon purchase new creditors unto you; to the end, that through their means you may make a shift by borrowing from Peter to pay Paul, and with other folk’s earth fill up his ditch.
...
Believe me, your creditors with a more fervent devotion will beseech Almighty God to prolong your life, they being of nothing more afraid than that you should die; for that they are more concerned for the sleeve than the arm, and love silver better than their own lives. As it evidently appeareth by the usurers of Landerousse, who not long since hanged themselves because the price of the corn and wines was fallen by the return of a gracious season. To this Pantagruel answering nothing, Panurge went on in his discourse, saying, Truly and in good sooth, sir, when I ponder my destiny aright, and think well upon it, you put me shrewdly to my plunges, and have me at a bay in twitting me with the reproach of my debts and creditors. And yet did I, in this only respect and consideration of being a debtor, esteem myself worshipful, reverend, and formidable. For against the opinion of most philosophers, that of nothing ariseth nothing, yet, without having bottomed on so much as that which is called the First Matter, did I out of nothing become such (a) maker and creator, that I have created—what?—a gay number of fair and jolly creditors. Nay, creditors, I will maintain it, even to the very fire itself exclusively, are fair and goodly creatures. Who lendeth nothing is an ugly and wicked creature, and an accursed imp of the infernal Old Nick. And there is made—what? Debts. A thing most precious and dainty, of great use and antiquity. Debts, I say, surmounting the number of syllables which may result from the combinations of all the consonants, with each of the vowels heretofore projected, reckoned, and calculated by the noble Xenocrates. To judge of the perfection of debtors by the numerosity of their creditors is the readiest way for entering into the mysteries of practical arithmetic.

You can hardly imagine how glad I am, when every morning I perceive myself environed and surrounded with brigades of creditors—humble, fawning, and full of their reverences. And whilst I remark that, as I look more favourably upon and give a cheerfuller countenance to one than to another, the fellow thereupon buildeth a conceit that he shall be the first despatched and the foremost in the date of payment, and he valueth my smiles at the rate of ready money, it seemeth unto me that I then act and personate the god of the passion of Saumure, accompanied with his angels and cherubims.

These are my flatterers, my soothers, my clawbacks, my smoothers, my parasites, my saluters, my givers of good-morrows, and perpetual orators; which makes me verily think that the supremest height of heroic virtue described by Hesiod consisteth in being a debtor, wherein I held the first degree in my commencement. Which dignity, though all human creatures seem to aim at and aspire thereto, few nevertheless, because of the difficulties in the way and encumbrances of hard passages, are able to reach it, as is easily perceivable by the ardent desire and vehement longing harboured in the breast of everyone to be still creating more debts and new creditors.

Yet doth it not lie in the power of everyone to be a debtor. To acquire creditors is not at the disposure of each man’s arbitrament. You nevertheless would deprive me of this sublime felicity. You ask me when I will be out of debt. Well, to go yet further on, and possibly worse in your conceit, may Saint Bablin, the good saint, snatch me, if I have not all my lifetime held debt to be as a union or conjunction of the heavens with the earth, and the whole cement whereby the race of mankind is kept together; yea, of such virtue and efficacy that, I say, the whole progeny of Adam would very suddenly perish without it. Therefore, perhaps, I do not think amiss, when I repute it to be the great soul of the universe, which, according to the opinion of the Academics, vivifieth all manner of things. In confirmation whereof, that you may the better believe it to be so, represent unto yourself, without any prejudicacy of spirit, in a clear and serene fancy, the idea and form of some other world than this; take, if you please, and lay hold on the thirtieth of those which the philosopher Metrodorus did enumerate, wherein it is to be supposed there is no debtor or creditor, that is to say, a world without debts."

Assim, admiramos-nos de quê?

Um país é um sistema.
.
Um sistema é um conjunto de elementos interrelacionados que formam um todo que pode ser visto como uma entidade única, organizada e coerente.
.
Um sistema não é igual à soma das partes que o constituem, é mais do que isso. As interacções entre as partes de um sistema geram algo que emerge do conjunto e que não estava lá antes.
.
Feitas estas ressalvas atentemos primeiro num caso concreto.
.
O nosso conhecido Aranha aka Lookingforjohn chamou-me a atenção para este caso (chamemos-lhe evento, algo que emerge de um padrão, de um comportamento) "É pena, mas receio que ...".
.
Nos últimos anos tenho acompanhado ao longe o trajecto deste caso, através de breves conversas de reflexão com o "amigo e consultor anterior ali deixara", nos "bons velhos tempos" nunca era possível mudar de vida, era sempre preferível ir com a corrente, sempre por motivos que já na altura pareciam absurdos. Agora que esses velhos tempos acabaram e a corrente empurra a organização, qual crash test dummy, contra o muro duro da realidade, entra em cena um consultor com um BSC pré-cozinhado, sem mapa da estratégia, e focado nos cortes.
.
O futuro desta empresa não me interessa em particular, embora me preocupe o futuro dos seus trabalhadores. O que saliento deste caso, da história deste elemento que também constitui o País, é que ele não passa de mais um evento que assenta em padrões de comportamento que decorrem de estruturas sistémicas que resultam de modelos mentais.
.
Agora, se olharmos para o sistema País, veremos uma organização complexa que segue os mesmos passos relatados pelo Aranha. Ano após ano, consultores como Medina Carreira alertaram, qual Jonas, para onde a corrente nos estava a conduzir. Só que ao contrário dos ninivitas, nós por cá não demos ouvidos, e mais, até gozámos com eles, só não os pusemos na fronteira envoltos em alcatrão e penas porque parecia mal.
.
Agora que a parede da realidade se está a aproximar, agora que o Diabo bateu à porta de Fausto para cumprir a parte final do contrato, também só lá vamos com a entrada em cena de um guru de economia milagreiro imposto pelos credores e em nome do FMI e outros.
.
Assim, admiramos-nos de quê?

sexta-feira, abril 30, 2010

Práticas ancestrais

Reencaminhar por favor

"TGV: “Eu sigo o meu plano e sou fiel a ele”, diz Sócrates"
.
"“Eu sigo o meu plano e sou fiel ao meu plano”, disse José Sócrates, sublinhando que “o pior seria não manter a confiança no nosso plano”."
.
.
"But unlearning is different, it means taking ideas, thoughts, concepts, rules that you learned, believed to be true and used as the basis for making decisions and managing and ultimately tossing them in the trash can. It can leave you feeling vulnerable and cause you to stick with what you know for longer than it serves you well. After doing something for an extended period of time the assumptions are no longer questions and become almost instinctual.
.
Unlearning occurs when a new idea, concept or thought comes into play that contradicts what you’ve learned in the past."
.
Ou, ainda, recordar Mintzberg na California Management Review, “The Strategy Concept II: Another Look at Why Organizations Need Strategies”:
.
"Strategies are to organizations what blinders are to horses: They keep them going in a straight line, but impede the use of peripheral vision. By focusing effort and directing the attention of each part within the integrated whole, the organization runs the risk of being unable to change its strategy when it has to.
Setting oneself on a predetermined course in unknown waters is the perfect way to sail straight into an iceberg.
...
Sometimes lack of strategy is temporary and even necessary. It may, for example, simply represent a stage in the transition from an outdated strategy to a new, more viable one. Or it may reflect the fact that an environment has turned so dynamic that it would be folly to settle on any consistency for a time."
.
Era tempo de perceber o sentido deste título "Getting to Plan B"
.
.
"… cognitive blinders prevent a person from seeing, seeking, using, or sharing highly relevant, easily accessible, and readily perceivable information during the decision-making process.

The ability to focus on one task is undoubtedly useful, but focus also limits awareness.

The most worrisome version of the failure to seek information occurs when decision makers are motivated to favor a particular outcome."

.
"The action plan is a statement of intention rather than a commitment. It must not become a straitjacket. It should be revised often because every success creates new opportunities.
So does every failure. The same is true for changes in the business environment, in the market and especially in people within the enterprise – all of these changes demand that the plan be revised. A written plan should anticipate the need for flexibility.
In addition the action plan needs to create a system for checking the results against expectations."

Diferentes propostas de valor, diferentes comerciais, diferentes abordagens

"sales tend now to be polarized as transactional or consultative, each of which has different strategies and economics.
.
In consultative selling scenarios, the general 20th-century value proposition of ‘a little extra value for a modestly higher margin’ no longer works. The only way to win in a consultative scenario is to separate out and differentiate everything, including the sales force.
.
Transactional and consultative sales forces, processes and tools don’t mix. Consultative sales people are too talented and expensive; they are overkill in a transactional sale. But if salespeople are given the two models to sell, they’ll tend to default to transactional because it is the faster and in many respects easier option."
...
"We have analysed what has changed in selling over 2008, and concluded that sales cycles are taking up to 40 per cent longer due to budget freezes and customers’ decision processes taking longer."
...
"The natural knee-jerk reaction to this is to just fill the sales funnel with more opportunities – ‘surely something will drop’. No. Focus and stripping out the volume of opportunities to enable your teams to give more quality focus to less opportunity is the way to go. Better still that you nurture existing relationships, ideally where you are already trusted.
Before you sell anything, you must create value during the selling process itself."

À atenção dos chefes dos aborrecidos representantes da Clix, PT e Cabovisão

que estão sempre a telefonar-me.
.
.
"I was reflecting the other day on the near infinite number of ways in which companies annoy their customers."
.
Mas estas empresas começam a importunar ainda antes de sermos clientes gerando pensamentos do género "Se já são melgas quando eu ainda nem sou cliente, imaginem como o serão muito mais se eu o fizer"

Para reflexão

Esta manhã encontramos várias artigos sobre o tema:
.
.
"5 Terrifying Parallels Between What's Going On Now And The Great Depression"
.
.
.
.
"O 13º mês pode estar em causa"
.
Depois de ler todas estas perspectivas, arrepia perceber qual é o ponto de vista de quem tem muita influência sobre quem manda no Governo "A culpa é do mordomo" de onde retiro.

quinta-feira, abril 29, 2010

A regra de ouro da estratégia

Por que é que Cavaco Silva falou do mar no discurso do 25 de Abril?
.
IMHO, porque o Presidente sabe que o futuro da economia portuguesa tem de passar por fazer coisas diferentes dos outros. O mar, a extensão da nossa costa, a extensão da plataforma, salta como uma diferença óbvia face aos outros países da UE.
.
Um risco óbvio que encontro nesta abordagem no estilo à la Grande Planeador é:
  • Por que é que não está já a ser aproveitada?
  • Se é assim tão boa por que é que não há mercado? Por que tem de ser criado, fomentado pelo Estado?
  • E se acabou o dinheiro fácil é possível fazer algo sem um grande investimento de capital? Qual o risco associado?
Pessoalmente prefiro sempre a opção da micro-economia em que anónimos apostam o seu dinheiro a fazer miríade de coisas... algumas acabam por resultar.
.
Pessoalmente prefiro este conselho "Strategy's Golden Rule".
.
Claro que o macro-economista, que não tem relações amorosas com clientes, produtos e fornecedores não tem a mínima pista sobre onde nasce a alquimia que origina valor a partir do escondido que, simplesmente, estava à espera de quem o merecia encontrar. Por isso, lança-se nos grandes projectos, nos grandes planos, no grito "Espanha! Espanha! Espanha!" Lembram-se?
.
.
.
.
Já imaginaram como estaríamos se em pistão, como uma manada tivéssemos todos seguido esse conselho?

Só acordaram ontem!

Presidente da Associação Portuguesa de Bancos diz que crise foi provocada por «dinheiro fácil» "«Acabou o dinheiro barato e fácil que foi aliás o causador da crise." (Moi ici: E qual foi a resposta dos governos? Lançar mais dinheiro fácil para os escombros do deboche de endividamento)
.
.
.
.
O José Silva chama a atenção para os comentários do Anti-comuna aqui. Imperdível!!!

A não esquecer!

"You are not competing against your competitors’ offerings. You are competing against their value propositions. Your value proposition needs to be compelling enough to be able to: overcome the value proposition of your competitors (taking care that you consider substitutes and all possible alternatives in your thinking, but manage to avoid ‘analysis paralysis’!) and overcome the ‘do-nothing’ or ‘in-house’ options."
.
Trecho retirado de "Creating and Delivering Your Value Proposition" de Cindy Barnes, Helen Blake e David Pinder.

quarta-feira, abril 28, 2010

O mapa de benefícios

Quando facilito o exercício de retratar as experiências que farão com que os clientes-alvo fiquem satisfeitos é sempre muito difícil convencer as empresas a distinguir aquilo que é trivial daquilo que é realmente estratégico.
.
O que gera a satisfação dos clientes-alvo não é o normal, não é o corriqueiro, não é o esperado. Uauu!!! A EDP é espectacular, a energia não falhou hoje!!!
.
O que gera a satisfação dos clientes-alvo é o que os surpreende, é o que é diferente.
.
Há anos estava na moda diferenciar atributos explícitos de atributos implícitos. O que é implícito não gera satisfação, quando muito gera insatisfação quando falha.
.
Cindy Barnes, Helen Blake e David Pinder, no seu livro "Creating and delivering your value proposition" apresenta um mapa, o mapa dos benefícios, que me parece uma boa ferramenta a testar para atender à vontade das empresas e colocar todos os benefícios no retrato do que vai compor a experiência dos clientes-alvo satisfeitos e, em simultâneo, destacar o que faz a diferença do que é banal e implícito.



Os "ramos" das experiências implícitas básicas ficarão pelos benefícios esperados e podem ser vistos como os alicerces escondidos sobre os quais assentam os benefícios aumentados (a diferenciação: "Once you have separated out the expected benefits, you will find yourself working with additional, or ‘augmented’, benefits. These are areas where clients were pleasantly surprised, even delighted, to receive value and benefits that they hadn’t expected. These are the
benefits that will be the most useful to you when understanding why you are providing different and significant value to your customers. In other words, it’s the maximum value experience
") e os benefícios potenciais (o UAUUUUUUUU).
.

Para reflexão

"Greece Just Tip of Debt Crisis Iceberg: Roubini"
.
.

É a economia, estúpido.

Entende o Diário Económico que se trata de um problema político "Entendam-se!"
.
Como se a raiz do problema não tivesse nada a ver com o andamento da nossa economia.
.
.
""O problema português é económico, não político""
.

terça-feira, abril 27, 2010

Também serve para reflexão

"Exportações cada vez mais para fora da Europa"
.
Estas exportações obrigam as nossas empresas a mudar de modelo de negócio?
.
Estas exportações obrigam as nossas empresas a mudar de proposta de valor?
.
Estas exportações obrigam as nossas empresas a apostar na criação de mais valor?
.
Estas exportações obrigam as nossas empresas a subir na escala de valor?
.
Estas exportações permitem que as nossas empresas paguem melhores salários?
.
Estas exportações permitem que as empresas respirem... quantas aproveitarão o fôlego para se transformarem?

Proposta de valor = concentração, foco, sintonização

Para definir uma proposta de valor há que primeiro identificar e caracterizar os clientes-alvo. Assim, formular uma proposta de valor implica concentrar, focar as atenções num grupo específico de clientes e equacionar as experiências que buscam quando vão ao mercado.

.

“So a value proposition statement is a clear, compelling and credible expression of the experience that a customer will receive from a supplier’s measurably value-creating offering. It is not a description of what your organization does for a customer.

Value proposition thinking is at the heart of any value-focused organization. It sharpens the way organizations work by focusing activity so as to serve customers profitably. Note the use of ‘profitably’: the value proposition approach recognizes that you must be profitable to stay in business. A value proposition approach does not mean that your organization responds to every customer or prospect demand. That would be a sure path to bankruptcy.

value proposition development is an organizational approach to building in value to the customer experience; it is the management of the discipline of providing profitable customer value.

The entire value proposition building process is about focus. Going into organizations and asking them what they think their value is, it is our experience that executives adopt a ‘more is better’ approach.

They’ll say things like ‘We deliver great service’, and ‘Our intellectual property is really robust’, and ‘We’ve got the best people’, and so on, and on and on and on. The point is that although these may be interesting features, they are not differentiating, and will not make the organization stand out from the crowd.

Put simply, lists of features of this kind provide no directional clarity as to why a particular organization is special. In fact, more usually they get in the way, cluttering the view, so that it becomes impossible for a would-be client to see where the real value is in a given circumstance.

So, much of the purpose of the market, value experience and offerings steps is to strip away features that are irrelevant, unnecessary, and confusing – because they actually detract from a company’s value delivery potential.”

.

Acerca do valor e das listagens de atributos vale a pena ler este excelente postal “The Difference Between Features and Value

.

Trechos retirados de “Creating & Delivering Your Value Proposition” de Cindy Barnes, Helen Blake e David Pinder.

Greves por cá e pela Grécia

Qual é a mensagem que passa para o exterior?
.

Isto também é material para reflexão

Já trabalharam com uma empresa que não faz coisas repetitivas, que está sempre em torno de um novo desafio?
.
Esta abordagem da solution shop parece-me interessante:
.

segunda-feira, abril 26, 2010

Para reflexão

E depois são os gregos que têm contabilidade criativa...
.

"Empresa pública endivida-se para comprar imóveis ao Estado"

Por que o desemprego não é prioritário

Comecemos pelo livro "Creating & Delivering Your Value Proposition" de Cindy Barnes, Helen Blake e David Pinder. Os autores propõem a estratificação das relações comerciais numa pirâmide de valor: a Pirâmide de Valor:
"Component
A component is a discrete unit of something capable of being presented
and sold on a stand-alone basis.
...
Offer
An offer is a set of components, combined or bundled to fulfil a specific operational function. (...)
Notice something: components and offers are not majorly differentiated; they are simply ‘put out there’ in the marketplace for customers to self-select on the basis of recognized needs.
.
Solution
A solution is a grouping of offers or skills that, as a combined set, deliver a strategic response to a client need. Importantly, the solution is a solution – rather than an offer – because it is recognized as such by the purchaser, and delivers a measurable outcome. As one writer has put it, a solution is ‘a mutually shared answer to a recognized problem, and the answer provides measurable improvement’. Moving up the hierarchy of transactions, the change from offer to solution is a step change.
.
Co-created value
If the shift from offer to solution is a step change, the shift up to cocreated value is a giant leap. This is where a provider co-creates a customized solution with a client. The output is a unique, tailored, measurable response to an identified need.
Self-evidently, there are huge differences between selling components and selling co-created value, and it is vital to know the difference. Failure to do so must inevitably result in suboptimal performance and potentially catastrophic failure.
Selling components is a transactional activity where buyers know what they want. Selling co-created value is a consultative activity where buyers know the problem that they want to solve, but don’t necessarily know how to achieve it, and, therefore, want to enlist the help of the seller to co-create the solution. Offers and general solutions are on the scale between transactional and consultative. In transactional sales, the role of sales is to communicate value, whereas in the consultative sale the role is to create value."
.
Recordo, muitas vezes, o gráfico deste postal, nele podemos apreciar as consequências de uma economia onde a maioria das empresas se dedica à venda de componentes e ofertas. Ou seja, onde a maioria das empresas não consegue realizar transacções comerciais ricas em valor e longe da guerra dos preços e dos custos.
.
Vender componentes ou ofertas não é a mesma coisa que vender soluções. E vender soluções não é o mesmo que vender co-criação de valor, como reconhece o CEO da Electrolux "we decide we could still make money in both ends if we separated our business models for the two ends of the market. Dividing the sales force is one example of what I mean when I talk about different business models."
.
Geoffrey Moore no seu livro "How Great Companies Innovate at Every Phase of Their Evolution" apresenta a imagem que se segue para caracterizar os grupos de clientes ao longo da evolução de um negócio.

A co-criação de valor ocorre quando se vende para os visionários que compõem o grupo dos inovadores e primeiros adoptantes, quando se vende para os pragmáticos da maioria inicial já é uma questão de preço e de escala.
.
Precisamos, como país, de empresas que criem mais valor, que sejam capazes de fugir da competição pelo preço. Precisamos, como país, de empresas que cada vez mais apostem na criação de valor, no numerador, em vez do denominador como refere Rosiello, em vez da redução dos custos para competir por uma guerra de preços que nunca acaba num mar infestado de tubarões.
.
Precisamos de aumentar a produtividade, não pelo aumento da quantidade produzida e pela redução de custos, mas pela produção de soluções e co-criação de valor.
.
Por tudo isto, compreendo como é importante a renovação do tecido industrial e empresarial português, precisamos de criação de valor e de marcas. As mentes que gerem empresas que co-criam valor não são, não podem ser as mesmas mentes que gerem empresas que lutam no mercado dos custos e preços.
.
Por tudo isto, compreendo as palavras de Daniel Bessa quando defende que o desemprego não é prioritário. Quanto mais apoiarmos as empresas do passado, menos pressão elas sentirão para se recriarem, mais recursos continuarão a estar presos a opções tornadas obsoletas.

domingo, abril 25, 2010

Para reflexão

"Espanha garante que não há risco de contágio" Quando é que os políticos aprendem que há coisas que não se negam... age-se!
.
"Alemanha quer Grécia fora do euro" onde se lê ""A Grécia não tem só um problema de liquidez, mas também de crescimento estrutural"
.
Se a Grécia tem um problema de crescimento estrutural... o que dizer do país das laranjas? O que dizer de Portugal? Basta, factualmente, comparar o crescimento da economia grega e portuguesa desde o arranque do euro.
.
Julgo que muita gente em lugares de topo ainda não percebeu a sério, bem a sério, a essência de ser detentor de uma moeda forte e de como isso tem de influenciar a vida, o pensamento e as decisões. Não é à toa que defendo "Somos todos alemães"

Há marca e gente de carne e osso ou só funcionários?

Sexta de manhã, no RCP, entrevistaram um gestor, penso que da Portucel. A certa altura perguntaram-lhe algo como:
- Fala-se tanto que os livros electrónicos serão o futuro, que os jornais electrónicos serão o futuro, não está preocupado?
.
A resposta foi de mestre:
  1. falou da importância de ter uma marca, para distinguir produto de commodity; e
  2. sobretudo, não se concentrou em salvar o passado, falou das oportunidades que se podem abrir para novas aplicações.
Esta é a receita de Drucker, a gestão de topo tem de se preocupar mais com as oportunidades do que com os problemas.
.
Esta breve reflexão surge a propósito do artigo do Público de hoje "Cortiça avança com a maior promoção de sempre para combater vedantes artificiais"
.
O título mete medo, no entanto, no texto encontram-se algumas razões para ter esperança:
.
"credibilizar e valorizar a cortiça como produto natural e conquistar novos mercados na área de materiais de construção e decoração."
.
Mas há marcas por detrás destes novos mercados? Há gente disposta a queimar as pestanas num fim-de-semana sem ser paga ao taxímetro, porque tem uma marca que quer fazer a diferença inovando? Ou temos funcionários bem intencionados? Ou queremos continuar a vender uma commodity do qual outros fazem ouro?
.
Há tempos, contaram-me a estória de um funcionário que num relatório tinha proposto a uma empresa implementar um sistema de gestão da qualidade em 10 horas. DEZ horas.

sábado, abril 24, 2010

O que é a proposta de valor!

Iniciei a leitura de mais um livro sobre o conceito de proposta de valor, conceito que considero fundamental para o sucesso num mercado em que a oferta é superior à procura. Trata-se do livro "Creating and delivering your value proposition : managing customer experience for profit" de Cindy Barnes, Helen Blake e David Pinder.
.
"At a conference where Professor Neil Rackham, internationally acknowledged sales guru, was the keynote speaker he asked delegates to define a value proposition. The first person to reply said: ‘It’s marketing bullshit for a benefits statement.’ This is completely incorrect, but it is probably what most people think."
...
"When, late in the 20th century, the globalization tipping point happened, enabling supply to approach and exceed demand, and when Japanese goods were enthusiastically being snapped up, Western companies at long last recognized the imperative to produce quality goods. But even then, it took a while for many companies to understand that quality has to be built in to products and services, rather than being ‘inspected in’.
In the mid- to late 20th century, companies often tried to identify for their products and services a unique selling proposition, or USP.
This was, as the term suggests, something that made a product or service ‘special’, something that could be thrown into a sales situation as a clincher to get the deal. Bizarrely, however, USPs often were not directly related to value and, sometimes, not even directly related to the product or service."
...
"Next, ‘features and benefits’ emerged as an advance on USPs. In fact, the formula evolved to ‘features–advantages–benefits’, which gave the handy acronym FAB. In countless workshops in the 1970s and 1980s delegates learned that features were connected to advantages, and advantages to benefits, ....
You get the idea? Fab! There was often no great effort to prove the claims, and the idea at the time was to create as long a list as possible.
More, so the thinking went, was better.
Then, the truth dawned… a feature is not a benefit unless it is a solution to a need. This was perhaps the moment that the concept of the value proposition was born. Even then, it took time to get to today’s understanding of the term.
The first post-FAB differentiating technique compared a product or service with its competitor(s) by listing points of parity (POP) and points of difference (POD). This had the virtue of at least acknowledging competitive offerings. POP–POD analyses, however, were not necessarily discriminating in relation to a particular customer’s need or situation.
The time for the value proposition had arrived.
However, no sooner had value proposition entered the business lexicon than it started to be misapplied. It became used as an alternative for USPs, features, benefits, POPs and PODs."
...
"And let’s make it clear from the outset that a value proposition is not what you do. It is the value experience that you deliver."

sexta-feira, abril 23, 2010

Auditorias internas que acrescentam valor (parte X)

Acetatos relativos à fase de relato de uma auditoria podem ser encontrados aqui.
.
Reflexão sobre o tipo de relatório e o seu conteúdo também é sistematizada.

Uma visão sensata

A propósito do texto de ontem sobre ser "amigo da realidade", dá que pensar este artigo "Mais-valia dizer toda a verdade, Sr. Ministro".
.
Jogos de palavras, jogos de linguagem... o que é que Popper dizia sobre Wittgenstein?
.
Voltando ao livro de Spencer Johnson "Picos e Vales":
.
"Para transformar um Vale num Pico, precisas de mudar duas coisas: o que está a acontecer, e a maneira como sentes o que está a acontecer.
Se conseguires mudar o que está a acontecer, é óptimo. Se não conseguires, podes escolher a maneira como sentes a situação, de modo a que seja a teu favor." (Moi ici: Stephen Covey já me ensinou isto há muito tempo, algo como, não é o que me acontece que importa, é o que eu permito que o que me acontece me faça a mim)
.
"Se não aprendermos no Vale, podemos ficar amargos. Se aprendermos verdadeiramente algo de valor, podemos tornar-nos melhores." (Moi ici: Quando permitimos que o que nos acontece nos escravize, quando esperamos que a salvação seja oferecida, seja da responsabilidade de outros, deixamos de ser senhores do nosso futuro. Se não formos verdadeiros, se não abandonarmos os jogos de palavras, nunca iremos à raiz do problema. É isto que os subsídios impedem, impedem que se faça o retiro mental necessário para aprender o que correu mal e descortinar uma saída.)
.
"-Penso que a melhor maneira de atravessar um Vale é criar e seguir a nossa própria visão sensata.
-O que é isso?
-Por sensata quero dizer uma visão de um Pico futuro em que queremos estar e o que nos parece fazer sentido. Algo tão grande quanto possamos imaginar, mas que também seja realista e atingível, caso o queiramos mesmo. Imagina como será o aspecto, o som, o cheiro, o sabor e a sensação do Pico no teu futuro, até que se torne tão real que a imagem de lá chegar te faz atravessar o Vale.
...
Temos de nos imaginar a apreciar melhor o nosso futuro com pormenores tão específicos e credíveis que passamos a apreciar o esforço para lá chegarmos!
...
Ficou a pensar na diferença entre desejar um futuro melhor e seguir a visão sensata. Depois percebeu que a diferença está no fazer.
"Desejar não leva a fazer", pensou. "Mas quando seguimos realmente uma visão sensata, queremos fazer as coisas que se tornarão uma realidade."
"Não nos obrigamos, simplesmente queremos tanto conseguir, que acabamos por fazer coisas que nunca pensámos que seríamos capazes."
.
Em boa verdade, nada de novo neste blogue:
  • Desde Mourinho e Heiddeger "O nosso Eu em construção, em função do futuro que desenhamos e visualizamos" (“o futuro é o que importa”. O futuro é a base do significado, é de onde vem o projecto que alguém tem para si próprio.”)
  • Desde Ortega y Gasset "O meu presente não existe senão graças ao meu futuro" (“O meu presente não existe senão graças ao meu futuro, sob a pressão do meu futuro. Pois bem, isto significa que neste agora do tempo que um relógio mede eu sou de cada vez o meu futuro e o meu presente”
    “Digo, pois, que eu agora sou conjuntamente futuro e presente. Esse meu futuro exerce pressão sobre o agora e dessa pressão sobre a circunstância brota a minha vida presente”)
  • Desde Stephen Covey "Fazer a mudança acontecer (parte III)" ("Begin with the end in mind is to begin today with the image, picture, or paradigm of the end of your life as your frame of reference or the criterion by which everything else is examined. Each part of your life - today's behavior, tomorrow's behavior, next week's behavior, next month's behavior - can be examined in the context of the whole, of what really matters most to you. By keeping that end clearly in mind, you can make certain that whatever you do on any particular day does not violate the criteria you have defined as supremely important, and that each day of your life contributes in a meaningful way to the vision you have of your life as a whole.
    .
    To begin with the end in mind means to start with a clear understanding of your destination. )
  • "Fazer uma Excursão até ao futuro imaginado"
  • "Começar pelo fim"

Há sempre uma solução

Quando se capitula, admite-se que não se conhece uma solução.
.
O que não tem remédio remediado está. Em vez de soluções engenheiradas, de certeza que emergirá uma solução.
.
.
É que os países não emigram nem se deslocalizam!

quinta-feira, abril 22, 2010

The Day of Reckoning is near

"'Spread' de Portugal e Grécia disparam para máximos"
.
""Estamos a ser alvo de um ataque especulativo mas a culpa é nossa"" (Discordo de Silva Lopes, as comissões de inquérito são boas, mantêm os políticos entretidos e, por isso, evita-se que se entretenham a fazer mais leis que enterram mais os portugueses e os criadores de riqueza que vão sobrando)
.
.
Prefiro ser eu a enfrentar o Day of Reckoning e evitar que esse combate tenha de ser travado pelos meus filhos.
.
Talvez agora, com o barco a arder em alto mar, ou com o balão em queda a pique, nos possamos ver livres dos ratos e dos grilhões que nos prendem a este ramram que embala, adormece e coze sapos na panela.

Qual a diferença entre o tratamento sintomático e o ataque às causas-raiz? (parte VII)

Terminei recentemente a leitura de um pequeno livro "Picos e Vales", uma fábula do mesmo autor de "Quem Mexeu no Meu Queijo?", Spencer Johnson.
.
O livro é uma lição sobre como desenvolver e ampliar o locus de controlo interno do leitor, convenhamos que é algo que cada vez mais está em falta neste país - gente com o seu locus de controlo no interior.
.
Quando tanto se fala em negação da realidade, a primeira regra, de um sumário delas que o livro reúne, sobre como utilizar os picos e os vales no trabalho e na vida é:
.
"Faça-se Amigo da Realidade
Quer esteja temporariamente no alto de um Pico ou em baixo num Vale, pergunte a si mesmo: Qual é a verdade desta situação?"
...
"Que quer dizer ver a verdade! Não aquilo que eu desejo, ou receio que aconteça, mas o que é realmente verdadeiro nos meus períodos bons e maus."
.
Quando nos ficamos pelo tratamento sintomático, quando não vamos às causas-raiz, voluntariamente ou não, não descobrimos a verdade das situações. Se não descobrimos a verdade das situações, e se as situações são eventos que decorrem de comportamentos que, por sua vez, decorrem de estruturas sistémicas... sem conhecer a verdade das situações nunca descobrimos quais as estruturas sistémicas que estão a actuar no sistema, ou seja, estamos condenados a obter sempre os mesmos resultados indesejados.
.
Isto tanto se aplica ao PEC, como à erosão das vendas da empresa, como aos nossos vales pessoais.
.
ADENDA 1 - O que disse hoje Camilo Lourenço no RCP (Não vai à raiz...) BTW, ele chama-lhe lastro, eu chamo-lhe cuco.
.
ADENDA 2 - Que formidável estado de negação grassa na Grécia... quase como as crianças que fazem birra na feira porque o papá, ou a mamã, não tinha dinheiro para lhes comprar o boneco, ou o gelado, ou ... BTW, a Avoila e o Picanço estarão por lá a tirar notas e apontamentos?

Para reflexão

"Portugal vai falir"
.
"Portugal empobrece, Eslováquia e Seychelles passam à frente" (Ou, ruidosamente continua a corrida para o fundo da tabela na Sildávia do Ocidente)
.
.
A propósito do CV do ministro das Finanças convém recordar os factos.
.
Por isso interessa começar a preparar o cenário "Greece Welcomes Its New IMF Overlords With Day Of Rioting And National Strikes"

quarta-feira, abril 21, 2010

Qual a diferença entre o tratamento sintomático e o ataque às causas-raiz? (parte VI)

O tratamento sintomático é um tratamento que se fica pela eliminação passageira dos sintomas sem ir à raiz do problema de fundo que gera os sintomas:
.
.
""These issues within the euro zone stem primarily from a loss of competitiveness, high wage growth and labor costs which outstripped productivity, undisciplined fiscal policies and, crucially, the appreciation of the euro between 2002 and 2008."
.
He goes on to note that since nothing the EU or IMF is doing actually addresses these issues, there's really very little hope that the problem is being solved."

Não era suposto que se soubesse lá fora!!! ou pela enésima vez "Abençoada Grécia!"

"Não era suposto que se soubesse lá fora!!!"
.
Será que esta frase passa pela boca, ou este pensamento passa pela mente de quem, no recato do seu lar, no silêncio da sua casa, pratica um crime público que esperava que ficasse pelas quatro paredes, mas que depois vem a cair na praça pública para vergonha e embaraço do criminoso?
.
Não consigo deixar de associar esta situação à situação em que se encontra o ministro das Finanças de um Governo que, para ganhar eleições (ou por ignorância pura e simples, e não sei o que é pior), só revelou/descobriu o salto do valor do défice de 5 virgula tal % para 8 e, depois, ainda, para 9 virgula tal % já em cima do final do ano. (ver no link abaixo qual era a previsão inicial)
.
Não era suposto que este salto se soubesse lá fora, ou tivesse tanta importância lá fora.
.
Mais, arrisco dizer que as eleições foram preparadas, ganhas e até mais de um mês depois, com um cenário que não previa esta convulsão toda... é quase como o empresário que depois de ter dado o OK para investir uma pipa de massa, e o dinheiro já ter saído da sua mão, descobre que afinal o plano de negócio estava errada porque alguém trocou bilhões americanos por bilhões europeus.
.
BTW, recordo isto "Quando se afirma algo, pode estar a afirmar-se exactamente o contrário"... quando um PR cai na esparrela de falar sobre isto "Cavaco garante que Portugal está longe da bancarrota".
.
Como fazem os predadores na savana? Atiram-se ao monte de zebras e gnus?
.
.
.
.
Primeiro identificam os alvos mais fáceis, pela idade, por deficiências, por ... depois, seleccionam-no e começa a corrida. Alguém podia prever a morte daquela presa naquele dia? Não... mas estava, ou pôs-se a jeito.

Balanço de ontem à tarde

As pequenas e, sobretudo, as micro-empresas que operam no mercado B2B não fazem ideia do potencial fantástico que existe para quem sabe ser flexível.
.
É impressionante a "fome" que existe por subcontratados capazes de super-flexibilidade.
.
Basta imaginar a empresa estruturada que às 16h de uma sexta-feira descobre que precisava de ter "algo" feito às 8h da manhã da segunda-feira seguinte... como vai ser possível?
.
E mais, o preço nem é o factor principal para ganhar a encomenda.

Para reflexão

Acerca do relatório do FMI mencionado:
.
.
.

terça-feira, abril 20, 2010

I told you so

"Substituir médicos nos cuidados primários"
.
Há dias previ que isto ia dar que falar.

Informação, só informação

Aumentar o consumo de algo que faz bem à saúde, aumentar as vendas de algo que faz bem à saúde, modificar comportamentos, à base ... informação colocada em pontos estratégicos. Por exemplo, na montra da loja, na banca da fruta, ...
.

Para reflexão

"Greece’s bail-out only delays the inevitable"
.
.
.
.

Interrogações sobre o turismo do Algarve (parte II)

Continuado daqui.
.
Ontem procurei números sobre a evolução do turismo no Algarve em euros. Embora não os tenha encontrado, novas interrogações surgiram:
.
Segundo o Jornal de Portimão a facturação do turismo no Algarve tem mesmo baixado "Crise fez gripar o motor da economia algarvia":
.
"A afirmação de Elidérico Viegas tem por base os dados que a associação que representa recolhe, ao longo do ano, junto dos hoteleiros e que se traduziram numa “descida de 12% da taxa de ocupação média/quarto” em comparação com 2008. Mais preocupante foi a evolução das receitas que tiveram “uma quebra média de 16%”."
.
Durante a pesquisa dei de caras com uma apresentação do Ministério da Economia de Julho de 2007 intitulada "ALGARVE Turismo com Futuro" do qual retirei os seguintes números:
  • Em 2005 existiam 10 hotéis de 5 estrelas no Algarve, em 2009 previa-se existirem 21;
E será que o Algarve tem capacidade humana para gerir e promover tantos hotéis de 5 estrelas? Recordo este episódio caricato.

Haverá concentração nos clientes-alvo?
Haverá gente motivada e competente para liderar uma proposta de valor dirigida ao turista endinheirado?
.
Hum! Não há nenhum gestor de eventos de casino de Las Vegas ou Macau, disposto a vir dar o exemplo?

segunda-feira, abril 19, 2010

Para reflexão

"El euro puede desaparecer"
.
.
.
.
.
"Portugal deveria ter pronto um pacote de financiamento externo" ("temer que “o Governo português esteja em estado de negação”")

Interrogações sobre o turismo do Algarve

O Caderno de Economia do semanário Expresso do passado Sábado traz um artigo "Crise no Algarve começou há 10 anos" que me deixou com algumas interrogações.
.
Destaco:
.
"A região revela uma contradição profunda: nos últimos anos melhorou muito a sua oferta, infra-estruturas, condições de acolhimento, e até a sua diversificação da sua oferta de lazer. "O problema que encontramos está numa certa contradição entre esta melhoria e o crescimento" frisou Vítor Neto. "Se analisarmos a evolução do crescimento do Algarve em termos turísticos, nos últimos anos, entre 2001 e 2009, notamos uma estagnação, com uma quebra nas dormidas dos estrangeiros (de 12,5 milhões para 9,3 milhões), nomeadamente dos ingleses (de cerca de 5,4 milhões para 4 milhões).
...
Dados recolhidos pelo INE e pela AHETA mostram que entre 1999 e 2009 houve uma estagnação ou ligeira quebra do número de turistas, agravada em 2009 por uma descida mais abrupta. "Temos de perceber as causas desta situação, porque no mesmo período, na Europa, houve um crescimento de 100 milhoes de turistas, até 2008""
.
Questões que o texto me levanta:
  • Qual a evolução da facturação com os turistas estrangeiros no mesmo período?
  • Qual a evolução do consumo unitário do turista estrangeiro no mesmo período?
  • Será que o indicador nº de dormidas ou taxa de ocupação é o mais adequado para medir o desempenho no paradigma para onde o Algarve se deslocou (terá deslocado)?
A partir daqui especulo.
.
Não me custa nada explicar o sucedido desta forma: A melhoria da oferta permitiu que os actores no terreno aumentassem os seus preços, permitiu que se procurasse seduzir outros clientes-alvo. .
Quando se evolui de uma proposta de valor assente no preço mais baixo para uma proposta de valor mais sofisticado, normalmente ganha-se mais dinheiro, mas não se trabalho para a quota de mercado. A Porsche ganha muito mais que a VW, no entanto a Porsche vende menos, muito menos que a VW. Ou o exemplo das companhias aéreas... ainda mais elucidativo
.
Assim, com o aumento generalizado do preço do turismo algarvio, por força da melhoria descrita no trecho acima, por força da valorização do euro e da desvalorização maciça da libra) os clientes-alvo de muitas organizações que operam no turismo algarvio deixaram de ser os que procuram o preço mais baixo e, passaram a ser outros, em menor número mas dispostos a gastar mais.
.
.
Não creio que os clones de Paul 'Gazza' Gascoigne estejam interessados na melhoria das infra-estruturas, desde que haja cerveja.
.
Como muitos actores no terreno não acompanharam esta mudança, ainda continuam a servir os turistas do preço: sol+praia+cerveja+noite. Mas o euro e a libra não perdoam, daí o desemprego e o encerramento de negócios ligados ao turismo retratado no início do artigo.
.
Claro que as associações ligadas ao turismo, como são chapéus de chuva que abrangem todos os membros não ligam ás particularidades de cada proposta de valor, não hostilizam quem não evoluiu... por isso, gostava de saber as respostas aquelas três questões, para tirar a dúvida.
.
Volume is Vanity,
Profit is Sanity.
.
Manage for Profit,
Not for Marlet Share!

Eficácia, eficiência, processos e proposta de valor

“sabe perfeitamente que a eficiência não pode ser colocada de lado; as empresas vivem para dar lucro, a isto também se chama eficiência (utilização eficiente dos recursos tendo em conta os resultados obtidos)”
Caro John, primeiro aqui vai a minha introdução ao tema estratégia vs processos. Na página 8 define os conceitos de processos-críticos e de processos-contexto.
Quando falamos de processos-críticos ou nucleares falamos em eficácia. A organização não deve “poupar” nesses processos sob pena de não preparar o seu futuro, sob pena de não se diferenciar, sob pena de não conseguir satisfazer os seus clientes-alvo.
Há anos, via Geoffrey Moore, descobri que além da melhoria da eficácia dos processos nucleares era importante, em simultâneo, aumentar a eficiência dos processos-contexto, para libertar recursos:
As empresas não ganham dinheiro por mais que poupem, poupar é importante mas poupar não é o mesmo que ganhar.
Se a proposta de valor for a do preço mais baixo, a poupança interna através da melhoria da eficiência ajuda a empresa a baixar custos e a aumentar a sua capacidade de competir.
No entanto, se a proposta de valor não for assente no preço mais baixo, o futuro, a salvação da empresa não passa pela eficiência mas pela diferenciação.
Já visitei a Autoeuropa, a montagem de um veículo nessa unidade não tem nada a ver com a montagem de um Ferrari. A montagem de um Ferrari é um processo com 42 paragens e não há problema... a eficiência não é a principal preocupação.
Um gestor transferido da VW para a Ferrari, para implementar as práticas da VW provocaria os mesmos problemas que o 6sigma na 3M.

domingo, abril 18, 2010

Para reflexão

""2011 Will Be Worse Than 2008""
.
.
Depois da Gripe das Aves, da Gripe A, do Aquecimento Global, dos terramotos provocados pelo sexo e pelos americanos... agora esta estória das cinzas islandesas... Onde pára a ciência?
.

"Air France, Lufthansa Test Flights as Air Ban Is Extended"
.
"Iceland volcano: Test flights carried out by KLM and Lufthansa"
.
So nanny-state like!

Cainesianismo tonto de jogador de bilhar amador.

Leio "Romer: ‘It’s Aggregate Demand, Stupid’" e não consigo deixar de me surpreender com o que leio:
.
"“The overwhelming weight of the evidence is that the current very high—and very disturbing—levels of overall and long-term unemployment are not a separate, structural problem, but largely a cyclical one. It reflects the fact that we are still feeling the effects of the collapse of demand caused by the crisis. ...
.
It doesn’t have to be this way, she argued, essentially making the case for more government stimulus to help the economy. “We have the tools and the knowledge to counteract a shortfall in aggregate demand."
.
Nem por um minuto passa pela cabeça desta gente que a oferta pode estar calibrada para um nível de procura que era irrealista e insustentável, com base no endividamento fácil e numa economia de especulação imobiliária...
.
Nem por um minuto passa por esta gente que pode ser necessário alterar a estrutura da oferta e re-afectar dinheiro e pessoas para outras áreas da economia.