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quinta-feira, maio 23, 2024

Reposicionar o negócio actual (parte IV) - "you are a solution looking for a problem"

Acompanho o trabalho de Geoffrey Moore desde 2007. 

O autor escreve para um público-alvo ligado às empresas tecnológicas e às startups. No entanto, desde o princípio que o tento relacionar com as empresas com que me deparo no meu trabalho. Ainda recentemente fui recordado por alguém sobre uma ideia que divulguei em 2009(?) numa empresa e que foi entendida, apropriada e desenvolvida. Trabalhar com um Early Adopter nacional, aproveitar a proximidade, para desenvolver produtos que cairão no goto dos Pragmatics, internacionais, mais tarde.

Agora, durante uma viagem de comboio, acabo de ler "Coping with the Chasm". O "chasm" é aquele espaço da figura:

O hiato entre os visionários (early adopters) e os pragmatistas (early majority). 

Li o artigo e fiz logo a ponte para as empresas ... do sector do calçado. Um sector a viver um ano terrível, o número de trabalhadores do sector no desemprego teve um crescimento homólogo superior a 82%.

A maioria acredita que é uma fase conjuntural, eu acredito que é estrutural. Assim como o modelo de negócio e os clientes-alvo mudaram com o choque chinês na primeira década deste século, também as empresas que vão criar um futuro no sector terão de mudar de modelo de negócio e de clientes-alvo.

Como se muda de modelo de negócio e de clientes-alvo? Recentemente escrevi sobre o tema em "Reposicionar o negócio actual" (parte I e parte II), mas vejamos o que retiro do artigo de Moore
"[Moi ici: Nesta fase de queda generalizada as empresas estão numa espécie de chasm. Não entre early adopters e early majority, mas entre a sobrevivência assente em alguns clientes que continuam a colocar encomendas e um futuro melhor] conventional go-to-market efforts, based on generating and pursuing qualified leads with prospects who have both budget and intent to purchase, cannot get traction
...
Crossing the Chasm says it is time for you to select a beachhead market segment [Moi ici: Há alguns pontos brilhantes entre os clientes que sobraram? Por que continuam a trabalhar com a empresa? Ou porque apareceram agora? Será que a empresa pode ter futuro com mais clientes como eles?] with a compelling reason to buy and approach them with a whole product that addresses an urgent unsolved problem. All well and good, but what if you don’t know enough about the market (or your own product for that matter) to make a sound choice? What if you are stuck in the chasm and have to stay there for a while? What can you do?

First of all, take good care of the early adopter customers you do have. [Moi ici: Recordo da parte I do Reposicionar o negócio actual os "olimpicamente ignorados] Give them more service than you normally would, in part because you want them to succeed and be good references, but also because in delivering that service, you can get a closer look at their use cases and learn more about the ones that might pull you out of the chasm.
Second, keep your go-to-market organization lean and mean. You cannot sell your way out of the chasm. You cannot market your way out either. The only way out is to find that targetable beachhead segment with the compelling use case that they cannot address through any conventional means. This is an exercise in discovery, so your go-to-market efforts need to be provocative enough to get the meeting (this is where thought leadership marketing is so valuable) and your sales calls need to be intellectually curious about the prospect’s current business challenges (and not presentations about how amazing your company is or flashy demos to show off your product). [Moi ici: Esta é talvez a parte mais difícil porque é toda ela acerca dos outcomes na vida do cliente, não nos outputs que a empresa produz e controla] In short, in the chasm, you are a solution looking for a problem."

segunda-feira, janeiro 11, 2021

O retorno da inovação

Interessante coincidência. No último mês ter escrito:

Para agora ouvir o velho conhecido deste blogue, Geoffrey Moore:


Já agora, voltar a outro velho conhecido deste blogue Jean Claude Larreche:
E a este novato aqui no blogue:




quinta-feira, janeiro 23, 2020

Quantos projectos?

Ontem de manhã li o artigo "Learning for a Living" e logo no início sublinhei:
“Get ready for an age in which we are all in tech,” he had told them, “whether you work in the tech industry or not.”
E sorri. Sorri, porque foi o que pensei ao iniciar a leitura de “Zone to Win - Organizing to Compete in an Age of Disruption” de Geoffrey A. Moore, um velho conhecido deste blogue (o primeiro livro que comprei dele foi em 2007). Por exemplo, ontem durante a caminhada matinal ao olhar para a figura:
Pensei nas empresas de calçado que depois de uma feira desanimadora em Garda começam a pensar seriamente em mudar de vida.
  • Performance zone - “This is the engine room for operating established franchises on proven business models. The focus is on material revenue performance derived from established businesses that are sustaining to the status quo. It is home to the organizations that make the offers you sell and sell the offers you make. ... The importance of maintaining the viability of the performance zone can hardly be overstated. It is the source of more than 90 percent of the enterprise’s revenues and well north of 100 percent of its profits.” [Moi ici: Fundamental continuar a vender, produzir, entregar, facturar, receber e cumprir os compromissos]
  • Productivity zone - “The focus is on applying sustaining innovation to productivity-enabling initiatives targeted primarily at the performance zone with the bulk of the ROI expected to fall into Horizon 1. These initiatives are delivered via programs and systems for ensuring regulatory compliance, efficient operations, and effective competitive performance. The normal challenge for the productivity zone is to manage the tensions among its three core deliverables—compliance, efficiency, and effectiveness—without subordinating any one of them to the other two.” [Moi ici: A facturação está a baixar, o próximo ciclo de crescimento ainda não está assegurado, é preciso aumentar a produtividade. Pode passar por reduzir gama de produtos, pode passar por encolher, pode passar por deixar de recorrer a subcontratação, ou passar a recorrer a subcontratação]
  • Incubation zone - “the incubation zone plays enabling host to fast-growing offers in emerging categories and markets that are not yet producing a material amount of revenue. Its charter is a simple one: Position the enterprise to catch the next wave.” [Moi ici: Qualquer empresa deve ter um "recreio" onde se fazem experiências. Por exemplo, ontem mandaram-me um pdf com este gráfico
  • Transformation zone - “the place in an established enterprise where a disruptive business model goes to be scaled to material size. It is primarily a tool for offense, the goal being to scale rapidly to a stable, material, net new line of business, one that constitutes 10 percent or more of the enterprise’s current revenues, on a growth trajectory that promises both increased size and superior profitability.” [Moi ici: Aqui, o risco principal é ter o novo modelo de negócio gerido por quem tem o mindset formatado no nível anterior do jogo. Por exemplo, ter medo de afectar a eficiência, quando o novo modelo pede rapidez acioma de tudo]
Quantos projectos é que a sua empresa tem na Incubation zone? Tem algum projecto na Transformation zone? O que está a fazer para limpar na Productivity zone?

terça-feira, janeiro 21, 2020

Para reflexão

Um texto para reflexão:
“Burroughs • Sperry Univac • Honeywell • Control Data • MSA • McCormack & Dodge • Cullinet • Cincom • ADR • CA • DEC • Data General • Wang • Prime • Tandem • Daisy • Calma • Valid • Apollo • Silicon Graphics • Sun • Atari • Osborne • Commodore • Casio • Palm • Sega • WordPerfect • Lotus • Ashton Tate • Borland • Informix • Ingres • Sybase • BEA • Seibel • PowerSoft • Nortel • Lucent • 3Com • Banyan • Novell • Pacific Bell • Qwest • America West • Nynex • Bell South • Netscape • MySpace • Inktomi • Ask Jeeves • AOL • Blackberry • Motorola • Nokia • Sony
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I have spent the entirety of my business career working in the technology sector, and I can assure you, if you are looking for next waves to catch, there is no better place to hang out. Nevertheless, there are fifty-six companies on this list of companies that failed to do so. Look at the names. These were not the losers; these were the winners! These were not our worst management teams; these were our best! And yet every single one of them missed every single one of their efforts to catch the next big wave—hundreds and hundreds of misses with nary a single hit. Why is this so hard?It turns out, to disrupt someone else’s business, you have to add a net new line of business to your own portfolio. This is, in effect, a form of elective surgery, one that can be scheduled at will. Because it is voluntary, because we get to choose the time and place of engagement, we are led to believe we have things under control. Unfortunately, nothing could be further from the truth. The real truth is most companies take run after run at this hurdle, but each time, at the critical juncture, that moment when you have to either go big or go home, they shy away. Normally it is not until their own legacy business comes under attack that they can summon the will to change, but by then it is usually too late.
Trechos retirados de “Zone to Win: Organizing to Compete in an Age of Disruption” de Geoffrey A. Moore.

quarta-feira, maio 02, 2018

Pragmáticos que sofrem

Em linha com este postal de Abril de 2007, e relacionado com o tema do alinhamento do modelo do negócio porque não basta inovar, o texto de Geoffrey Moore, "Where are you in the Market Development Life Cycle?".
Geoffrey Moore associa a cada estado de desenvolvimento do mercado um determinado mindset do cliente-alvo:
"Each of the four stages in the life cycle is readily detected by a simple litmus-test question: What is the state of mind that is motivating your current cohort of prospects to become customers?
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Here are the mental states by market development stage:
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In the Early MarketThis is a market made up of technology enthusiasts and visionaries who are adopting ahead of their peers in order to get a competitive advantage or head off some problem looming on the horizon. Their state of mind can be summarized as We believe what you believe.
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Crossing the ChasmThe first customer cohorts that emerge on the Mainstream Market side of the chasm are adopting because they are saddled with a painful problem that they cannot solve with their current set of tools. We call these people pragmatists in pain. They do not believe what you believe. Instead their state of mind is We need what you have.
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No longer do you talk about the technology first. Now it is the customer problem that takes center stage, followed by a domain-specific solution that is communicated in their language, not yours.
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Working in niche markets with high-value use cases can be exceptionally rewarding as the return on investment for customers is so high they can afford to pay premium prices, and still rave about your products. Such niches, however, represent a small fraction of the total available market, where most prospects may well be looking for productivity improvements of the type you offer, but at a more competitive price.
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Inside the Tornado.
When not under duress, most pragmatist customers adopt when they see their peers adopting. They don’t want to go too early, but they also don’t want to get left behind. So, they are always checking in to see what others are doing. Their mental state is We want what they have.
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[Moi ici: Segue-se um conselho que é o meu, confesso que foi o que pensei acerca das minhas PME antes de o lerFor companies who are not the gorilla in the overall category, rather than just picking up whatever scraps are left to others, best strategy is usually to retrench in a niche market where you can be number one—effectively causing at least a small group of peers who will herd around your offerings. [Moi ici: Talvez algo de Hermann Simon e os seus campeões escondidos]
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On Main Street.
Conservative customers postpone adoption as long as they reasonably can, seeking to get the most out of their existing infrastructure while others assimilate the new stuff. Eventually when the new becomes the market standard, they have to capitulate. At that point their mindset is We need what they have.
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Note that these customers do not want your product. Instead they see themselves as buying under duress. You want to make this as painless as possible for them, with simple pricing, easy installation, and highly defaulted product options. They really don’t want to be bothered.
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At the end of the day, conservatives buy whatever the pragmatists bought, but typically at a lower price and with no bells and whistles. They are skeptical even then, but once they have chosen a vendor, they tend to be quite loyal, if for no other reason than to avoid having to go through another cycle of adoption."
Ser generalista como Bruce Jenner não é só para os processos internos que não funciona num mundo de especialistas, também a nível da relação com as partes interessadas.

segunda-feira, setembro 11, 2017

Começar pelos visionários

"There’s a lesson in all of this. When your idea is truly new and different, target the few, not the many.
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The problem, as Steve Blank explains in The Four Steps to the Epiphany, is that most new products target large addressable markets. That may work with an incremental innovation, but for something truly new, you first need to identify “visionary customers” or people who want or need a product so badly that they don’t care if it’s not quite perfect.
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While focusing on a just a few, visionary customers is not the ultimate goal, it will get your product into the hands of people who will pay you and help you refine it by exposing flaws that you’re not likely to be aware of at first. They will also be a great source of insight about which features you should develop next.
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That’s exactly what’s happening now with Google Glass. As the technology gets battle tested in real world work environments, the technology itself is being improved. The company is also building out an ecosystem of partners who are designing industry specific applications and building traction in the marketplace."[Moi ici: Interessante este ponto que, li ontem, ajuda a explicar o sucesso do facebook sobre o Myspace]

Recordar Geoffrey Moore

A locomotiva a vapor começou por substituir os animais nas minas, só depois transitou para outros campos.


Trechos retirados de "Build For The Few And Not The Many"

segunda-feira, outubro 10, 2016

Mongo a bater à porta. Tão bom!!!

Ontem no Twitter o @nticomuna chamou a atenção para este artigo precioso, "Deutsche Post van signals new entrant threat to auto industry".
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O artigo é um exemplo da tendência que enquadramos no fenómeno a que chamamos de Mongo. Os gigantes, emaranhados com o seu umbigo, muito preocupados com a eficiência e os custos, tentando ser tudo para todos, abrem as oportunidades a novos actores. Já escrevi aqui várias vezes acerca da tendência junto dos consumidores com o Local Motors. Agora, é no B2B:
"German logistics giant Deutsche Post has designed and built its own electric delivery van, exploiting sweeping changes in manufacturing technology which could upend the established order in the auto industry.
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For the moment, Deutsche Post is using the vehicles itself to meet growing demand for e-commerce deliveries without adding to air pollution in German cities, replacing conventional Volkswagen vans.
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But having decided to go it alone with the project - upsetting VW "beyond measure" - the group will soon decide whether to start selling the Streetscooter model and join those set to compete directly with established automakers.
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Advances in manufacturing software are allowing the likes of Deutsche Post, Google and start-ups to tap suppliers to design, engineer and test new vehicle concepts without hiring thousands of engineering staff or investing billions in tooling and factories.[Moi ici: outra forma de democratização da produção]
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Technical and engineering know-how among this network of suppliers has blossomed since traditional manufacturers began farming out research and development to keep their own costs down after the global financial crisis of 2008-09.
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Deutsche Post says it took this route when the conventional vehicle makers turned down requests to build the electric vans in what are limited numbers by their standards.[Moi ici: Isto é tão previsível!!! Isto mata a inovação nas empresas grandes, só projectos mega é que passam no crivo, os únicos com potencial de retorno mega. Só que projectos mega são para lá do chasm de Geoffrey Moore, não podem ser inovadores, por definição. BTW, recordar isto.]
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"We are purposely not reinventing the wheel. We do not produce a single component ourselves. Everything comes from a supplier,"
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With e-commerce orders rising, Deutsche Post knew increasing inner city delivery trips would mean more pollution unless it switched to zero-emission vehicles. "We scanned the market. There was no electric van available so we decided to build our own," Deutsche Post board member Juergen Gerdes told Reuters.
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Electric vehicles - which are far simpler in design than combustion-engined cars - require only a tenth of the staff during assembly, dramatically lowering production costs.
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"We designed it as a tool. So the fit and finish does not need to be as good as in a passenger car," Neidlinger said.
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Analysts say Deutsche Post has shown the motor industry's shortcomings. "They have opened up a new segment, one which the conventional carmakers have not discovered because they are too hamstrung by their own processes,"
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For commercial reasons he wouldn't put a price on the Streetscooter, but said: "It did not cost billions to develop and produce. You will not believe how cheap it is to make.""

quinta-feira, setembro 01, 2016

À atenção das PME exportadoras

Quando cheguei ao fim da leitura de "The Product-Service Shift – Transforming Your Operating Model" pensei: Isto é bom!
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Só depois é que vi que o autor é Geoffrey Moore.
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Muitas PME portuguesas, prisioneiras do marxianismo e da product-based mentality precisam de fazer esta transição para uma service-based mentality:
"In a product company, although we often argue whose job it is to do what, we know overall what scope of work is involved. You have to spec out a set of features customers want, work with engineering to get them built into the product, work with marketing to get the product promoted, work with sales to get it sold, and work with customer support to get it serviced (and to collect a set of enhancement request for the next spec). But that is not at all how a service business works. Service customers don’t want features, they want outcomes. They don’t trust marketing that is outside the service experience; they expect to learn, try, and buy from inside the service delivery envelope. They don’t expect to be sold to, nor do they expect to use customer support unless somehow the service fails to deliver, which is more likely simply to cause them to churn out."
Podem pensar: Treta! As PME portuguesas exportam produtos.
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Sim!
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Sim e não!
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Recordo Dave Gray:
"Everything is Service
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Sure, many services require some level of production efficiency, but services are not processes. They are experiences.
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In the same way, a product can be considered as a physical manifestation of a service or set of services: a service avatar." 

terça-feira, junho 14, 2016

"empresas pequenas cheias de ganas de experimentar" (parte II)

O texto da parte I fez-me recuar a "O que é isto senão Mongo?" e ao texto "In Technology, Small Fish (Almost Always) Eat Big Fish":
"When you start looking at the world through this lens — that when small meets large, small almost always wins — you see it everywhere, across all tech sectors. It's so prevalent, in fact, that I consider it an industry law, in this case, “Leslie’s Law.” More examples to follow, but first, let’s take a closer look at how this plays out..When a sleek, small player enters the market, it does so by creating a low-friction, high-fit product that is sold at a low price to a large market. These new products are sold to a portion of the market that cannot access the larger products due to the cost of entry (in dollars and complexity) and the cost of ownership. The larger company may not even notice that the new company has entered the market because there are no mano-a-mano customer confrontations..This leaves the smaller company free to expand upward into the market. Its leading-edge customers whose needs are expanding, and its own interest in expanding its market upward, spurs it on to increase the features and functionality of its products. From the perspective of the large incumbent companies, this upward migration is imperceptible. They aren't worried, so they don't pay attention to it. But it’s happening..Inevitably, by the time the threat becomes compelling, it’s too late. The small company has taken root, developing the advantages of a lower-cost structure with a simpler, lower-friction product. A new ecosystem has already sprung up around its core offerings. It’s here to stay, and its inroads into the incumbent’s territory can’t be stopped."
Enquanto a empresa da parte I "ataca" o mercado entrando por cima, aytavés da inovação, apelando ao gosto pelo risco dos underserved visionários de Geoffrey Moore, o texto desta parte II refere-se aos que entram por baixo, servindo os overserved, o exemplo clássico de disrupção de Christensen.

sexta-feira, julho 24, 2015

Todas, todas, mas todas as estratégias são transientes, não duram para sempre

Tão simples quanto isto "Sometimes Your Strategy Will Fail" e não interessa o sector de actividade e, o tipo específico de estratégia seguida.
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Verdade tão bem ilustrada pelos simuladores de criaturas com estratégias de evolução.
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Recordar Erik Beinhocker - Todas, todas, mas todas as estratégias são transientes, não duram para sempre. Aqui (Parte VI) e A minha solução não passa por aqui (V) e Uma estratégia nunca é eterna. Ainda Economia e biologia, o mesmo desafio evolutivo e The economy is ultimately a genetic replication strategy.
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O autor do artigo refere alguns motivos porque tal pode acontecer:
"Lowest Price LosesYou may not want to believe me, but it is very easy to lose on price. I see this happening more and more all the time. The sales organization believes the lowest price will win the deal, so they focus there instead of value. And then they are shocked to discover they’ve lost.[Moi ici: Algo que faz parte do nosso Evangelho do Valor, e do nosso esforço de missionação]
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Price is always going to be a consideration, but it doesn’t mean that is it always weighted as heavy as we think it is.[Moi ici: Recordar order winners versis order qualifiers]
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Total Solution LosesIt’s easy to lose with the best total solution.[Moi ici: Lembro-me logo da empresa onde era consultor, que desenvolveu produto inovador e que poupava dinheiro e acelerava as obras de construção. Falhanço total, empreiteiro não faz contas, só pensa no preço. Primeiro cliente foi director de obra que tinha estado na Alemanha a trabalhar e que aprendeu a fazer contas]
There are some prospects who have a tough time understanding the greater value that you create, even when you do everything in your power to help them understand the investment you are asking them to make.
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The Best Product, NotYou can lose with the best product the world has ever known.[Moi ici: Tantas boas razões. A principal, não escolher os clientes-alvo e, pensar que a superioridade técnica resolve tudo... please, estudar a curva de Geoffrey Moore]"



segunda-feira, maio 25, 2015

Não tentar marcar o 2º golo antes de marcar o 1º

Este Domingo, durante uma visita familiar, descreveram-me um negócio de gente que conhecem, que está a dar os primeiros passos.
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Julgo que o negócio tem muito potencial. No entanto, chamei a atenção para um perigo. Depois, quando cheguei a casa encontrei uma figura que enviei para expor melhor o meu medo.
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Se olharmos para o ecossistema em que o negócio pode estar inserido... há tantas possibilidades, há tantas abordagens possíveis, há tantos potenciais intervenientes, que o mais provável é a jovem empresa gastar demasiados recursos a seguir em tantas direcções que pode acabar por não ser especial em nada.
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A figura que mandei é uma adaptação da figura de Geoffrey Moore:
A jovem empresa em causa está no ponto 1 da figura, devia concentrar-se nos visionários e inovadores "excêntricos" do ponto 2.
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No entanto, seduzida pela quantidade de oportunidades, já está a pensar no ponto 3, reino dos pragmáticos, gente que está disposta a correr menos riscos com um fornecedor que aparece a oferecer um novo serviço.
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Há tempos recordaram-me que o comboio quando apareceu tinha um nicho especial, substituir as mulas de carga das minas. Por isso, pôde ter um tratamento especial junto de um conjunto de clientes-alvo, que aceitaram e toleraram os erros da infância e, só depois, o comboio pôde crescer em novas aplicações e para novos clientes e mercados.
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Foi o que pensei quando vi este exemplo "Shoes that guide blind people". Um produto que nasce para servir um nicho, primeiro. Um nicho que poderá ajudar a afinar o produto e a ultrapassar os problemas de infância. Depois, poderá vir a ter outras aplicações, clientes e contextos de uso.

quarta-feira, maio 13, 2015

Convém estudar mais e, comparar antes de fazer acusações fáceis

Uma das coisas que me dá algum conforto intelectual, muito pessoal, é olhar para o que escrevi ao longo dos últimos 11 anos neste blogue e, não ter muita coisa que possa dizer que errei ou que mudei de opinião.
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Sinto-me bastante longe das piruetas de Portas sobre o euro.
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Sinto-me bastante longe das macaquices de Cravinho sobre as SCUT.
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Estava com Basílio Horta em 2010, a elogiar as PME e os números das exportações e, contínuo agora, apesar de Frasquilho, a elogiar as PME e os números das exportações. O desempenho das PME e exportações não se devem aos governos, ocorrem apesar dos governos socialistas, este e o anterior.
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Julgo que nunca escrevi aqui no blogue, qual Quesado, claro que com menos figuras de estilo e menos rococó, algum manifesto a pedir para arrasar com os empresários tugas, por serem os piores do mundo. Confesso que há 10/12 anos pensava algumas vezes nisso mas não o expressava. Hoje, posso dizer convictamente, que não partilho dessa opinião:
Estamos a falar de empresários na sua maioria sem grande escolaridade, talvez por isso tenham empreendido mas isso é outro assunto, e acompanhem comigo, rapidamente, o que tiveram de enfrentar:
  • 1986 - adesão à então CEE. A "nata" das PME portuguesas, as que competiam pelo segmento médio e alto, desapareceu com o fim do proteccionismo e das barreiras alfandegárias, não aguentando a concorrência europeia no seu campeonato;
  • 1986-1993 - seguiram-se 6/8 anos do sucesso do modelo "Portugal país de mão de obra barata na CEE". A taxa de desemprego chegou aos 3,9%. 
  • Depois, a abertura da UE aos países de Leste e a chegada do factor China, provocaram uma tremenda disrupção na economia transaccionável tuga, que só em 2008 começou a recuperar. Entretanto, enquanto na frente externa tinham de enfrentar os preços chineses, na frente interna eram tratados com desdém pelo parlamento e governo;
  • Em "Portugal aproveitou bem os fundos comunitários?" e "Reflexão sobre a competitividade, com ou sem euro" documento melhor o que se passou.
Portanto, os empresários tugas, com fraca escolaridade, sem tradição de recorrer a consultores externos, sem grandes equipas de gestão internas, são considerados maus porque não foram capazes de fazer face à disrupção chinesa (recordar a diferença de custos de mão-de-obra). Agora reparem nesta procissão:
"There are fifty-six companies on this list, and it is hardly complete. Look at the names. These were not the losers—these were the winners! These were not our worst management teams—these were our best! But every single one of them missed in their efforts to catch the next wave. Given this track record, what in the world makes you think you won’t too?" (Fonte)
Esta lista identifica uma série de empresas cheias de MBA, de CEO formados nas mais reputadas escolas, apoiados pelas maiores empresas de consultoria e, no entanto, foram incapazes, também eles, de resistirem aos seus "chineses".
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Convém estudar mais e comparar, antes de fazer acusações fáceis.




sábado, novembro 30, 2013

Se calhar o melhor é fechar e culpar a conjuntura pelo encerramento

O que a sua empresa produz pode ter de mudar porque os clientes mudaram.
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Este relato de Seth Godin, "Who's left?" ilustra bem o fenómeno.
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Recordo Geoffrey Moore:
A maioria dos clientes mudaram, no entanto, ficam sempre alguns "laggards", uma minoria residual. Quando a nossa empresa não se adapta...
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Ou muda de produto, ou muda de clientes. Para mudar de clientes tem de mudar de prateleiras... novos canais de distribuição, novos canais de promoção, novos recursos, novas actividades, novos parceiros, nova proposta de valor... e tantos custos afundados... e o Arménio Carlos à porta a protestar. Se calhar o melhor é fechar e culpar a conjuntura pelo encerramento.

sexta-feira, julho 12, 2013

O perfil dos primeiros clientes

Mesmo para uma não start-up, mesmo para uma PME faz todo o sentido seguir as indicações de "The Ideal Profile of an Early Adopter":
"To find people with the problem you’re solving, look for five simple criteria:
1.They have the problem,
2.They know they have the problem,
3.EITHER they are paying for a solution currently
4.OR they have hacked their own together,
5.AND they are still unsatisfied."

quarta-feira, maio 15, 2013

“Ready or not, here I come!”

À atenção das associações empresariais.
“Market transitions wait for no one.” Not for your customers. Not for your partners. Not for your competitors. And not for you. When the time comes, that sets the time. And just like when you were a kid playing hide and seek, there’s a voice that comes out of nowhere calling, “Ready or not, here I come!”
À atenção dos empresários.
"But step back and take stock. The world is more powerful than you. The market is more powerful than you. Your customers are more powerful than you. And the sum of all your partners and competitors—the ecosystem—is more powerful than you. And just to put the cap on it, nobody really cares about you except you."
À atenção de quem olha para as empresas como vacas leiteiras sempre à mão para impostar.
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Trecho retirado de "Escape Velocity - Free Your Company’s Future from the Pull of the Past" de Geoffrey A. Moore.

sábado, dezembro 15, 2012

A minha interpretação

Primeiro vi o vídeo "Amanda House, YoPro Co-Creator: Loblaws Reneged On Deals, Ruined My Business" e retive: Um produto inovador, patenteado, vencedor de vários prémios. E os problemas que surgem na relação entre uma pequena empresa e a grande distribuição.
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Depois, leio "Amanda House, YoPro Co-Founder, To Meet With Loblaws' Galen Weston After Video Goes Viral" e retenho:
"She alleges that Loblaw, on two occasions, promised to sell the couple's low-fat, high-protein frozen yogurt product at their stores in Ontario and Quebec but then unexpectedly reneged on their offers.
House says their products were not placed in freezers at hundreds of stores as promised, but a small order was made for a handful of stores with little marketing and signage."
Não sei quem tem razão nem é esse o meu ponto.
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Uma pequena empresa, uma startup não tecnológica desconhecida, com um produto patenteado, sinónimo de inovador, sinónimo de novidade, vencedor de vários prémios, não deve querer começar a sua vida ligada a contratos com a grande distribuição.
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Recordando a curva que aprendi com Moore:
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A grande distribuição tem como clientes a grande massa que está para lá do "chasm".
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Uma startup desconhecida com um produto inovador ainda está a trabalhar para o conjunto de clientes que estão para cá do "chasm", esse tipo de clientes visita outro tipo de lojas mais especializadas. A grande distribuição pode testar a aceitação do produto inovador numas prateleiras escondidas, mas não vai ser ela a fazer o marketing necessário para educar potenciais clientes.
Se o teste não resulta, descontinuam-se as encomendas. Não é nada pessoal, é antes um erro de "casting", um produto inovador não devia aparecer nas prateleiras da grande distribuição sem antes ter vencido o "chasm".
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Um produto inovador numa categoria é um produto em busca de um mercado, um mercado novo. Assim, devia concentrar-se naquilo a que Steve Blank chama de "Customer Development" em vez de se atirar para os braços da grande distribuição logo a pensar na fase da replicação. Primeiro, para um mercado novo (ver "4 Types of Markets, 4 Ways to Gauge Them"), antes do "Company Building" deve vir o "Customer Discovery", o "Customer Validation" e o "Customer Creation".

sexta-feira, julho 15, 2011

Uma barreira a vencer...

Como tão bem explica Geoffrey Moore, há uma distribuição desigual das pessoas face ao que é novo:
  • há os visionários que arriscam;
  • há os pragmáticos que desconfiam até verem resultados; e
  • há os atrasados, sempre a correr com as calças na mão atrás do prejuízo.
Leiam-se estes excelentes textos sobre a co-criação:

E compare-se com a realidade "Infographic: Most brands aren't engaged on social media"
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Lembram-se disto? Pois bem, esta semana visitei a empresa... visitar uma empresa para falar e tocar os seus produtos é tão diferente de visitar e tocar os produtos expostos numa empresa de retalho que não respeita esses produtos que expõe... e simplesmente os despeja numa prateleira...

    segunda-feira, julho 11, 2011

    Não é armadilhar, é arte

    Não gosto de trabalhar para o boneco.
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    Não gosto de trabalhar para o auditor.
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    Não gosto de trabalhar "só porque está na norma".
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    A finalizar mais um projecto de apoio à implementação de um sistema de gestão da qualidade numa empresa industrial, procurou-se avaliar a satisfação dos clientes...
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    E tenho de confessar... tenho tantas dúvidas sobre a avaliação da satisfação dos clientes.
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    Os que só pensam em satisfazer a cláusula 8.2.1 da norma ISO 9001 e, assim, satisfazer os auditores, podem deixar de ler o que se segue. O meu ponto é mais profundo do que isso.
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    Por que medimos a satisfação dos clientes?
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    O que significa ter clientes satisfeitos?
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    O que fazer com as respostas obtidas?
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    Avaliar a satisfação junto de que clientes?
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    Afirmações que há anos faria sem piscar os olhos, como por exemplo:
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    "Clientes satisfeitos são clientes fidelizados"
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    Deixam-me cada vez mais dúvidas.
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    Em "The Mismanagement of Customer Loyalty", assinado por Werner Reinartz e V. Kumar defende-se que clientes fidelizados podem não ser clientes rentáveis. Sim, isso é pacífico na minha narrativa!
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    Se uma empresa não fizer escolhas e não diferenciar o serviço que presta em função da margem que tira dos negócios com cada tipo de cliente, se uma empresa não se concentrar a servir os clientes-alvo onde pode ter uma vantagem competitiva, então, pode ter clientes muito satisfeitos e fidelizados, e perder dinheiro, ou seja, não ter futuro.
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    Se uma empresa lida com clientes que não têm reflexão e disciplina estratégica para servir o elo-final de uma cadeia da procura, então, talvez tenha clientes insatisfeitos que se sentem obrigados a comprar por causa do poder de influência desse elo-final. E o que fazer nesse caso? Se já trabalharam no negócio da construção para donos de obra interessados em alta-qualidade e lidam com empreiteiros que pensam pequenino... sabem do que estou a falar. E o que significa aumentar a satisfação desses clientes directos? Reparem o dono de obra não é cliente da empresa... mas é para ele que a empresa se perspectiva.
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    E o que fazer com as respostas obtidas?
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    Por exemplo:
    Quando comecei a trabalhar como consultor a resposta era clara, conseguiremos um maior retorno do nosso esforço se desenvolvermos acções que levem a aumentar a nossa pontuação nas perguntas com classificação mais baixa.
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    Mas qual é o objectivo de uma empresa, ter pontuações elevadas nas avaliações da satisfação dos clientes, ou ganhar dinheiro de forma sustentada?
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    Se todos seguirem a mesma regra, ao fim de uns anos as empresas concorrentes estarão todas iguais... Youngme Moon ensinou-me isso.
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    Mandar às malvas a satisfação geral e apostar nos pontos que ajudam a "fazer batota", que ajudam a criar e alargar a diferenciação?
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    Com Geoffrey Moore aprendi que existia esta curva e que ela era uma outra forma de diferenciar os clientes, para além de saber o que procuram e valorizam.
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    Qual o sentido de avaliar a satisfação dos clientes da mesma forma, com as mesmas perguntas independentemente de serem visionários ou serem conservadores pragmáticos?
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    Cinzia Parolini em "The Value Net - A Tool for Competitive Strategy" escreveu estas sábias palavras, um pouco na linha de Mary Kay Plantes que distingue e prefere market-driven a customer-driven, e de Storbacka e Nononen, que apesar de não usarem a mesma linguagem de Plantes querem dizer o mesmo com  a pergunta "Market Design - Are you market driven or market driving?":
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    "Adopting a customer perspective does not necessarily mean basing one's strategy on what customers demand at a given moment and blindly following the indicators of customer satisfaction. Although the indications coming from final customers may be important for refining the offer of the system, adopting a customer perspective essentially means looking at the Value Creating System (Moi ici: Aquilo a que chamo cadeia da procura... ou cadeia da originação de valor) as a whole from the point of view of the end user (Moi ici: Juro que cheguei ao elo-final antes de ler Parolini) in order to identify any inconsistencies, inadequacies and bottlenecks that may be present in the offer and or the configuration of the system." (Moi ici: Algo na linha do que reflecti aqui e sobretudo aqui há alguns anos)
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    "The perspective of the final customer is therefore something different from customer satisfaction"

    sexta-feira, julho 01, 2011

    Diagnóstico

    Depois de ler este artigo "Corn Farmers and Geeks- Adopting Technology Hasn’t Changed in Years" um decisor de uma empresa devia questionar-se:
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    - Qual o tipo de clientes com quem trabalhamos?
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    - Será que o novo produto inovador que colocámos no mercado não está a ter o sucesso esperado porque o estamos a apresentar aos conservadores?
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    - Quem são e onde estão os visionários dispostos a arriscar na experimentação de um novo produto inovador?
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    - Será que temos os comerciais adequados a falar com visionários, ou estamos a tentar que argumentos de venda que servem para os conservadores também sirvam para os visionários?

    quarta-feira, maio 04, 2011

    Procurar um sweet spot, ir para a terra dos relojoeiros

    Em 2007, por várias vezes, citei o livro "Dealing with Darwin" de Geoffrey Moore com o qual aprendi umas coisas interessantes, por exemplo.
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    Hoje, na revista Inc saiu este interessante artigo.
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    Geoffrey Moore recorda esta figura do seu livro:
    Esta conversa aqui, é sobre o desafio da figura:
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    "There is an overlap in the middle.  That’s the place where most small businesses stay (Moi ici: Chamo a atenção para os valores do eixo das ordenadas nessa zona de "overlap"... baixa rentabilidade para tanto esforço) because they are below the radar of the really large complex system companies.  But many small companies are dealing with a level of complexity that a volume operations company doesn’t want to deal withSo these small companies have all the difficulties of a complex system but all the roles of a volume operation.  These companies are defining more complexity while trying to lower their prices. (Moi ici: Uma loucura completa!!!)  That’s a difficult situation to be in because it’s like farming on rocky ground.  (Moi ici: Extraordinária metáforaIt’s hard to get a great crop because it’s not one of the two economic sweet spots. "
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    "For small businesses, they can’t play the operational excellence card very well, unless they’ve got some really cool engine that runs on the web automatically. But small businesses can excel in customer intimacy with product leadership. But it must be these two things in combination: pure product leadership is where the big guys can dominate because they have a bigger research and development budget. Small businesses succeed when they combine customer intimacy with the granularity of growth model followed by the ‘whole product plus one’ idea."