segunda-feira, abril 19, 2010

Interrogações sobre o turismo do Algarve

O Caderno de Economia do semanário Expresso do passado Sábado traz um artigo "Crise no Algarve começou há 10 anos" que me deixou com algumas interrogações.
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Destaco:
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"A região revela uma contradição profunda: nos últimos anos melhorou muito a sua oferta, infra-estruturas, condições de acolhimento, e até a sua diversificação da sua oferta de lazer. "O problema que encontramos está numa certa contradição entre esta melhoria e o crescimento" frisou Vítor Neto. "Se analisarmos a evolução do crescimento do Algarve em termos turísticos, nos últimos anos, entre 2001 e 2009, notamos uma estagnação, com uma quebra nas dormidas dos estrangeiros (de 12,5 milhões para 9,3 milhões), nomeadamente dos ingleses (de cerca de 5,4 milhões para 4 milhões).
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Dados recolhidos pelo INE e pela AHETA mostram que entre 1999 e 2009 houve uma estagnação ou ligeira quebra do número de turistas, agravada em 2009 por uma descida mais abrupta. "Temos de perceber as causas desta situação, porque no mesmo período, na Europa, houve um crescimento de 100 milhoes de turistas, até 2008""
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Questões que o texto me levanta:
  • Qual a evolução da facturação com os turistas estrangeiros no mesmo período?
  • Qual a evolução do consumo unitário do turista estrangeiro no mesmo período?
  • Será que o indicador nº de dormidas ou taxa de ocupação é o mais adequado para medir o desempenho no paradigma para onde o Algarve se deslocou (terá deslocado)?
A partir daqui especulo.
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Não me custa nada explicar o sucedido desta forma: A melhoria da oferta permitiu que os actores no terreno aumentassem os seus preços, permitiu que se procurasse seduzir outros clientes-alvo. .
Quando se evolui de uma proposta de valor assente no preço mais baixo para uma proposta de valor mais sofisticado, normalmente ganha-se mais dinheiro, mas não se trabalho para a quota de mercado. A Porsche ganha muito mais que a VW, no entanto a Porsche vende menos, muito menos que a VW. Ou o exemplo das companhias aéreas... ainda mais elucidativo
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Assim, com o aumento generalizado do preço do turismo algarvio, por força da melhoria descrita no trecho acima, por força da valorização do euro e da desvalorização maciça da libra) os clientes-alvo de muitas organizações que operam no turismo algarvio deixaram de ser os que procuram o preço mais baixo e, passaram a ser outros, em menor número mas dispostos a gastar mais.
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Não creio que os clones de Paul 'Gazza' Gascoigne estejam interessados na melhoria das infra-estruturas, desde que haja cerveja.
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Como muitos actores no terreno não acompanharam esta mudança, ainda continuam a servir os turistas do preço: sol+praia+cerveja+noite. Mas o euro e a libra não perdoam, daí o desemprego e o encerramento de negócios ligados ao turismo retratado no início do artigo.
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Claro que as associações ligadas ao turismo, como são chapéus de chuva que abrangem todos os membros não ligam ás particularidades de cada proposta de valor, não hostilizam quem não evoluiu... por isso, gostava de saber as respostas aquelas três questões, para tirar a dúvida.
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Volume is Vanity,
Profit is Sanity.
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Manage for Profit,
Not for Marlet Share!

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