sábado, agosto 10, 2019

Exportações YTD (Junho de 2019)

Os resultados das exportações em Junho de 2019 pintam um quadro mais alegre que o de Junho de 2018, mas já ilustram uma deterioração face a Maio de 2019.

Olhando para os dados que acompanho há anos:
Na imagem acima comparo meses homólogos. 
No quadro seguinte comparo valores acumulados:
O Parcial I a fazer alguma recuperação, apesar do vermelho geral, à custa das aeronaves e da óptica. E da próxima vez que vos perguntarem por exemplos de falta de liberalização no sector exportador lembrem-se do farmacêutico a crescer 9% nas exportações, a aproveitar e bem quem paga mais caro e com melhores prazos.
O sector agrícola com uma evolução muito boa:

Calçado com uma quebra de 8%.
Não costumo acompanhar, mas o sector da marroquinaria está com uma evolução notável. Cresceu quase 10% em Janeiro e depois, mais de 25% nos restantes meses do semestre.


Pela primeira vez desde há muito tempo o têxtil com evolução negativa, "Exportações de têxteis afundam 12,7% em junho".

Apesar das importações têxteis terem crescido. Por exemplo as exportações de vestuário de malha cairam 33 milhões de euros no semestre, mas as importações aumentaram 46 milhões de euros. E muitas das importações são material em curso de fabrico para ser exportado depois. Há aqui algo a merecer investigação.

Claro que tudo isto com base nos números do INE, mas há coisas que nos deixam a pensar. Por exemplo, segundo os números do INE as exportações para a China foram de cerca de 300 milhões no semestre e caíram 4% face a 2018. Já com base nos números dos serviços de alfândega chineses as exportações portuguesas no meso período chegaram aos 998 milhões de euros e cresceram 4%. (fonte)

sexta-feira, agosto 09, 2019

"Re‐shaping demand landscapes" (Parte III)

Parte I e Parte II.
"The decision of where on the landscape firms should position their products is at the core of product positioning. By deciding what attributes to include in the product and what uses of the product to promote, firms guide the customers’ understanding of the new product’s comparison set, i.e., the appropriate demand landscape for the product. Firms’ emphasis on a subset of product attributes helps the customers determine the product’s location on the relevant demand landscape and the customers’ WTP for the product.
.
Competitor products can serve as referents for the introduction of new products and repositioning of existing products. Depending on the competitors’ positioning in relation to the customers’ ideal points, firms may pursue either differentiation or imitation strategies.
...
Four conditions are useful for thinking about how firms decide when to move on the demand landscape and when to reshape the landscape: weak connection between product attributes and performance, large number of attributes used by the customer to evaluate products, opportunity for collective action, and fragmentation of buyers and suppliers. Both firms that are constrained in their product-attribute choices and firms that have exhausted their repertoires of product modification options can pursue profits by attempting to change the shape of their demand landscapes.
...
Firms that are limited in their product modification options, e.g., generic drug manufacturers, may be especially likely to turn to landscape-shaping strategies in order to promote their products."

Trecho retirado de  "Re‐shaping demand landscapes: How firms change customer preferences to better fit their products". 

Speed to market

Um conjunto de frases retiradas do podcast "Inside H&M’s $4B Inventory Challenge | Inside Fashion" que o amigo Pedro Alves me enviou.

"Focus should be speed to market

Speed has to be the primary asset and capability. Speed is a way to reduce cost and reduce risk.

Cost of lost sales

Cost of high markdowns

Cost of high inventory

Speed is more than being trendy

Speed is primary

A very digital world but it is an analog supply chain depending on lowest cost countries and long lead times supplied by sea

The high cost of low cost: there is a cost to being slow and being in 12 month design cycles and 6/9 months delivery cycles."

E regressamos a 2006 e a um texto sobre isto "O regresso dos clientes" que cita um artigo de 2004. Ou seja, alguém em 2004 publicou um artigo sobre os perigos do modelo eficientista, e em 2019 ainda  vemos tantas empresas mergulhadas nesse modelo. Algumas com sucesso e muitas a perder dinheiro e valor das marcas. Isto faz-me recordar um trecho retirado de um livro que não consigo identificar, julgo que de Adrian Slywotzky, e tenho 8 ou 9 livros dele, sobre o negócio dos televisores a preto e branco. Quando apareceu a TV a cores os televisores a preto e branco ficaram condenados à morte. Uns concorrentes sairam logo desse mercado, outros foram empurrados e mortos sem alternativa, até que ficaram aqueles que assumiram esse mercado até ao fim e ganharam dinheiro a explorar os nichos em que uma televisão a cores é suficiente porque o que conta é o preço, como o das televisões para segurança.

Três grupos:

  • os que agem ao primeiro sinal e partem em exploration de novas alternativas;
  • os que por cegueira ou incapacidade continuam a sua vida de exploitation através de local searches; e
  • os que assumem a exploitation até ao fim, conscientes de que mesmo assim, terão de fazer a sua mudança, porque os dois primeiros grupos vão libertar quota de mercado, voluntária ou involuntariamente.
Voltando ao podcast: em que grupo se enquadra a H&M?
É que não basta decidir mudar...
"First, strategy exists in managers’ minds—in their theories about the world and their company’s place in it. Second, strategy is embodied, reified in a firm’s activities, and routines. Understanding the origins of strategy therefore requires a grasp of how its two aspects— the mental and the physical—jointly come into being. That is, it requires the characterization of a two-part search process. One part occurs in the world of cognition and comprises the mental processes that mold particular theories about the firm and its environment. The other unfolds in the world of action and consists of mechanisms that shape what a company actually does."
Além da decisão é preciso re-orientar toda uma organização habituada e moldada a uma certa forma de trabalhar. Basta comprar o que está por trás da Zara e o que está por trás da H&M antes de chegar à prateleira.


Trecho retirado de "On the Origin of Strategy: Action and Cognition over Time" de Giovanni Gavetti, e Jan W. Rivkin, publicado em Organization Science Vol. 18, No. 3, May–June 2007, pp. 420–439.

quinta-feira, agosto 08, 2019

"Re‐shaping demand landscapes" (Parte II)

Parte I.
"A long-standing tradition in strategy conceptualizes the firm's operating environment as a fitness landscape. In this conceptualization, the firm’s performance is an outcome of searching the landscape for an optimal position. ... More recent contributions to this literature put forward the possibility of firms not just searching a landscape shaped by other actors, but also reshaping the landscape, i.e., changing the topology of the landscape to improve a focal firm’s position on the landscape and, with it, the firm’s performance. This suggestion expands the repertoire of strategies available to firms.
...
To date the research on demand landscapes has taken the shape of the landscape as a given, implicitly assuming that firms operate on exogenously determined landscapes (i.e., firms’ only option is to change products to accommodate customer preferences). Taking a different perspective, I propose that firms can reshape the demand landscapes for their products (i.e., change customer preferences to accommodate their products).
...
I consider two approaches to landscape reshaping by firms—1) moving the customer’s ideal point and 2) manipulating the customer’s perception of the distance between the customer’s ideal point and the firm’s product.
...
My starting point is the demand landscape —a concept that describes the distribution of customer preferences in terms of customers’ willingness to pay (WTP) for different combinations of product attributes. ... In my conceptualization, the demand landscape represents a mapping from product attribute combinations (product positions) to customers’ WTP for these combinations."
Trecho retirado de  "Re‐shaping demand landscapes: How firms change customer preferences to better fit their products".

"Turn disappointment into delight"

Primeiro a leitura desta carta "An open letter to Aer Lingus on the occasion of their quite dreadful service." de onde retiro, a título de exemplo:
"I was unfortunate enough to be on your delayed flight EI937 from Heathrow to Belfast City on 19/7/19, so am writing to complain about the delay itself, the way you made the delay worse, and the way you treated your passengers.
...
Your flight was scheduled to leave at 19:20. When the boards in the airport showed that it was delayed till (if I recall correctly) 22:40, I went to find some Aer Lingus staff to ask for vouchers for food and drink. Since you are obliged to provide your passengers with food and drink during this delay, of course I should not have to go searching for them: you should be making an announcement over the PA and seeking out your passengers to provide them with what you are legally obliged to. But no.
...
I should not but apparently do need to explain to you that the purpose of providing food and drink to your passengers is to make a bad experience — a severely delayed flight — somewhat less bad. Forcing your passengers to stand in a queue for hours in order to earn the privilege of asking for vouchers makes the bad experience worse. That is the opposite of compensation."
Recordo um texto re-lido esta semana, "Why Is Customer Service So Bad? Because It’s Profitable." e recomendo a leitura deste outro artigo lido esta semana "The Magic That Makes Customer Experiences Stick":
"2. Turn disappointment into delight. If your company is going to value the outliers, it must be ready to transform negative experiences into positives,
...
By resolving a problem that he didn’t cause, the night manager delivered an experience that was remembered for years. When employees are taught to be in tune with the customer’s emotions, they can notice changes in emotional state and respond quickly. As their alacrity accelerates the shift from disappointment to delight, the intervention creates a sudden contrast that makes experiences sticky.
...
By turning disappointment into delight, companies can create emotionally memorable experiences and win customers who will sing their praises."

quarta-feira, agosto 07, 2019

"Re‐shaping demand landscapes" (Parte I)

Usar uma paisagem enrugada para explicar comportamentos observados no mercado é um clássico neste blogue.

Por exemplo, recordar "Acerca da Totoestratégia" de Julho de 2012 ou "O modelo NK de Kauffman - uma introdução" de Dezembro de 2010:

Empresas que procuram subir na paisagem competitiva em busca de melhores retornos ou menos ameaças e que têm de estar alerta porque, quando menos se espera, o espaço onde se movem altera-se, e a posição onde se aterra pode significar a morte, ou pelos menos muita dor.

Depois, com Nenonen e Storbacka, assume-se que as empresas podem ser elas próprias a alterar a paisagem competitiva em seu benefício. Os mercados não são, vão sendo "markets are not – they become" de Março de 2015:
"I suggest that in addition to repositioning their products to accommodate customer preferences firms also change the distribution of customer preferences to accommodate the firms’ products.
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Specifically, I argue that firms alter customer preferences by adding, removing, and transforming the dimensions of the demand landscape.
...
Managers often assume that customer tastes are fixed and that the only way to improve a product’s appeal to customers is to change the products’ attributes to better accommodate the customers’ preferences. In this paper, I consider two approaches firms can take to changing customer preferences to better accommodate their products. One approach is to convince the customers that the combination of attributes offered by a focal product, e.g., the Apple iPhone is more valuable than the combination of attributes a customer is used to consuming. An alternative approach is to manipulate the customer’s perception of similarity between a product she is used to buying and the focal firm’s product."
Relacionar também com a sugestão "mudar de clientes", de mudar de vida.

Continua.

terça-feira, agosto 06, 2019

"the importance of saying “no”"

Dizer não, é difícil e, muitas vezes, nunca chega a ser enunciado. Afirmamos as escolhas do que decidimos fazer e não clarificamos as escolhas do que não queremos, ou não devemos fazer. Por vezes isso dá asneira grossa. Sobretudo quando se compete em mercados muito competitivos, mercados polarizados (um link de Maio de 2006) e cheios de salami-slicers, não de Bruce Jenners. Segue-se aquela sensação de não ser nem carne, nem peixe, um stuck-in-the-middle, um médio que não se diferencia, que não emociona ninguém, que não tem inimigos.
"Remember the days when Tim Cook would brag about how Apple’s product line could fit on a single table? It would be much harder to make that claim today.
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When Jobs returned to Apple in 1997, he slashed the company’s product line to a few core products and preached the importance of saying “no” — not just to ideas you don’t like, but also to those you love if they don’t work within the larger vision. [Moi ici: Recordar "the next big thing"] He revitalized the company with a focused product line, which helped grow its cult following. [Moi ici: Recordar o recente "The paradox of focusing on a niche"] As Apple’s values change, this kind of focus is under threat.
...
Apple under Jobs wasn’t perfect. Jobs certainly wasn’t either. But it’s undeniable that Apple stood for something that redefined our expectations of personal computing and mobile devices. The company’s products looked great, and the options were streamlined, not confusing. Their prices were aspirational but, usually, attainable.
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Cook’s Apple has shifted from focusing on the products to focusing on the share price."
Trechos retirados de "Apple’s Product Line Is a Mess"

quinta-feira, agosto 01, 2019

Curiosidade do dia

"Gillette boss: Alienating some consumers with #metoo campaign was a price worth paying" e "Nonshavers, rivals bleeding Gillette as P&G takes $8B writedown".

Democratização da produção (Parte VI)

Parte I, Parte II, Parte IIIParte IV e Parte V.

Um bom remate final para esta série passa pelo artigo "Patient-innovators fill gaps that industry hasn’t addressed — or can’t":
"Here’s a long-held assumption that’s ripe for a challenge: Valuable improvements in health and patient care should come from experts in the pharmaceutical, medical device, and related industries.
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There’s no question that such professionals are essential for innovation. But our research shows that patient-innovators also have important roles to play and will fill significant gaps that industry hasn’t addressed — or can’t. [Moi ici: E volto ao exemplo da Deutsch Post e da sua carrinha eléctrica]
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To understand what drives patient-innovators like these and the challenges they face, we worked with colleagues around the world to conduct nationally representative surveys in six countries. We also had face-to-face discussions with groups of collaborating patient-innovators.
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One of the big surprises from this work was how many people have embarked on journeys of medical innovation: as many as one million people in the six countries surveyed reported having developed medically related products for personal use.[Moi ici: E vai ser cada vez mais fácil, barato e natural experimentar]
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What drives most patient-innovators is the realization that something they want or need isn’t commercially available."
A fazer-me recuar mais de 12 anos e procurar esta citação:
"In 1970, 5% of global patents were issued to small entrepeneurs, while today the number is around one-third and rising."
E confrontar com:
"In addition to fulfilling a personal need, patient-innovators are also attracted by the learning they gain from the process and from sharing their innovations with people with similar needs. In short, it is a highly self-rewarding endeavor." 
Se não fosse esta disponibilidade para partilhar, os "small entrepreneurs" ainda tinham um peso muito maior no número de patentes.


Democratização da produção (Parte V)

Parte I, Parte II, Parte III e Parte IV.

"Companies have intuitively known for many years that product personalization was an inevitable progression of modern manufacturing. Indeed, the concept of mass customization, which has been around for a few decades, is an early, even primitive, attempt to implement a more personalized manufacturing and service environment and respond better to customers.
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Technological advances and digital developments are emerging and spreading throughout the manufacturing environment so quickly that point-of-demand production is inevitable in virtually every industry; indeed, it’s already being implemented. Eventually this will lead to cars made by companies like Local Motors — but also Toyota, Honda, and GM [Moi ici: Isto é tão LOL. Como é que organizações dedicadas ao vómito industrial vão-se adaptar a serem alfaites e costureiras. Come on!] — being self-designed by adventurous consumers and built on 3D printers. And as customers taste the benefits of real product personalization, they will demand more of it, driving higher margins to companies that are equipped for customization and forcing all manufacturers to develop those capabilities if they hope to survive. In the end, companies that are prepared for the point-of-demand manufacturing phenomenon will thrive. But they must begin now to rethink their long-term manufacturing strategies and to implement the processes, systems, and technologies that will completely alter the way they interact with customers, make production decisions, establish factory footprints, and compete in their industries."
Trechos retirados de "Manufacturing’s new world order - The rise of the point-of-demand model"

quarta-feira, julho 31, 2019

"begin with understanding the true customer experience. Who are the customers and users?"

"A business strategy is the management’s game plan for strengthening the performance of the enterprise, including creating the business model and identifying the main customer target audience.
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I now promote the idea that the brand strategy comes first, and the business strategy or plan, including goals of performance and the business model, comes second.
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an enterprise must address these wider and underlying customer needs, and come up with an idea, a concept and a customer experience that leads to a high level of customer acceptance. This acceptance, enthusiasm and loyalty results in a long-term relationship between the customer and the brand of the enterprise.
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begin with understanding the true customer experience. Who are the customers and users? What are their deeper needs? How do you ensure your customer experience has less friction and is more enjoyable when compared with existing alternatives? And how would that be perceived as different? Only when you understand the customer experience can you consider the technology and, finally or in parallel, look at how to combine the whole thing into a business with a good, smart business model."

"The paradox of focusing on a niche"

Os trechos que seguem devem ser lidos tendo em conta o que se tem escrito neste blogue ao longo dos anos sobre a necessidade de subir na escala de valor, sobre a necessidade de trabalhar para nichos, sobre a necessidade de não querer ser tudo para todos
While it may seem counterintuitive to focus your marketing and trust-building efforts on a small and specific group of people, there are benefits to doing so. The more specific you are with who your products or services are for, the more you can build trust with that particular audience. The paradox of focusing on a niche is that the more specific you are, the easier it is to sell to that group and the more likely it is that you can charge a premium for being that focused. With that kind of focus in mind, you can get to know the specifics of your niche better, learn how to serve customers more effectively, and build a reputation for yourself in that smaller niche.
...
Alex Beauchamp, former head of content at Airbnb, said that she never wants any content she works on to “go viral.” She doesn’t want to ever be on the hook for making that happen. Moreover, going viral is often what happens with a business that, not understanding who its intended audience is, tries to appeal to pretty much everyone. If you want a piece of content for your business to generate a billion views, you probably don’t understand the purpose of that content or whom it was really created for. Engagement and connection with your niche are more important and far less costly to generate.
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trust is more important than virality when it comes to content.
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education is a better and cheaper way to build your customer base. When you teach customers about how products like yours can be used or can benefit their own businesses or lives, trust is the natural outcome.
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If your business becomes a source of information, you’re giving your customers what they need to make their own informed decision (even if they decide not to buy from your business).”
Trechos retirados de "Company of One: Why Staying Small is the Next Big Thing for Business" de Paul Jarvis.

terça-feira, julho 30, 2019

Curiosidade do dia



Comparar esta resposta "Brain drain claimed 1.7 million youths. So this country is scrapping its income tax" com a abordagem portuguesa "Falta de mão-de-obra? Portugal precisa de imigrantes, diz Bloomberg".

A Polónia age assim:
"A new law that comes into effect in Poland this week will scrap income tax for roughly 2 million young workers."
Portugal age assim:
"O país precisa de “atrair imigrantes qualificados para as necessidades da economia portuguesa”"
Depois admiramos-nos com "Para nós, as golas inflamáveis; para os outros, IRS a 20% /premium":
"Na mesma semana em que o país descobriu que as golas da Protecção Civil não só eram inflamáveis mas socialistas, o governo alargou a lista das profissões que garantem uma taxa de IRS de 20% a estrangeiros ou a emigrantes que decidam mudar-se para cá. Não, nem toda a gente se pode queixar: sobretudo, aqueles que ainda estão para chegar a Portugal.
...
Em Portugal, a carga fiscal cresce desde a década de 90. Mas quando os  cidadãos se queixam dos impostos, os altifalantes do governo insistem que é só má vontade, porque a fiscalidade portuguesa seria baixa quando comparada com a do resto da Europa. Nem vale a pena explicar-lhes que, para o nível de desenvolvimento do país, não é, e que o esforço fiscal em Portugal é, pelo contrário, dos mais elevados (37% acima do alemão). Mas se os impostos directos em Portugal, segundo a maioria governamental, são tão ínfimos, por que razão é preciso criar uma “flat tax” de 20% para seduzir estrangeiros? Não deveria bastar como chamariz uma das tributações supostamente mais leves do continente?"
BTW, hoje é o primeiro dia de trabalho da minha filha mais velha na Suíça. Farta do saque normando nesta choldra que tem de ter dinheiro para pagar golas e padeiros. Uma decisão acertada e apoiada pela família.

Caro joão oliveira, os supermercado podem não fugir, mas os saxões sim.

A minha primeira lei sobre a concorrência?

Perante este tweet dei logo resposta:
O artigo é este, "O curioso caso dos patrões portugueses que não querem um mercado liberalizado" e para quem não conhece a 1ª Lei de Arroja:
"Primeira Lei Arroja da Concorrência: “A concorrência é boa e desejável em todos os sectores de actividade, excepto no nosso”
Pensar que as empresas são todas iguais... come on.

Recordar:



Neste blogue há uma lei para as empresas grandes de um sector económico (2014):
"Recordar qual é a primeira lei,  quando uma empresa grande pretende livrar-se de concorrentes sem os comprar?
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Aumentar as barreiras legais e regulamentares!"
Daqui (2010):
"Qual é a minha primeira lei sobre a concorrência? Quando um mercado está saturado, a primeira via para eliminar concorrência é aumentar as barreiras burocráticas," 

Uma lição sobre co-criação, ...


Em 2010 escrevemos "Mais uma sugestão de modelo de negócio" com base numa ideia tida pela primeira vez junto à barragem de Bemposta, enquanto ouvia na rádio as notícias sobre níveis de radioactividade elevados nos países escandinavos (depois descobrir-se-ia Chernobyl, Abril de 1986 portanto).

Em 2014 acrescentamos "O essencial é co-criar à medida de cada um, a sua experiência".

Agora, leio "Flyfishing and kayaking trips help L.L. Bean, Orvis sell more gear and attract more customers". Uma lição sobre co-criação, sobre parcerias, sobre desenvolvimento de experiências:
"It's all there when you arrive. The fishing gear, the boat, the waders, the guide that knows that one secret spot where the trout are sure to bite along the Madison River in Montana's Ruby Valley.
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Orvis outdoor apparel and gear company has taken care of all of it — for $3,275. All you have to do is focus on the rhythm of your cast and the cool, clear water moseying by.
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This is the vacation experience outdoor retailers and apparel companies are gunning for as they expand beyond merchandise into planning adventure trips and outdoor activity schools.
...
Education has long been a strategy for finding new customers for outdoor brands, which have offered low cost or even free programs for decades. The majority of vacationers either do no or very few outdoor activities in a given year on their trips, according to a 2018 study by market research company Mintel. Just 16% of people who went on a vacation in the past year did four or more outdoor activities on their trip and just 23% said they purchased equipment for a vacation.
...
By teaching people how to do new activities, the apparel and gear companies are expanding their customer pool.
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"We start from a base of we want people to be interested and learn skills and learn those activities. Of course, once they do those activities, they fall in love with those activities, they become lifelong outdoors people, and then of course they start buying stuff," Smith said. "But it really starts from a pure place of wanting people to get outside and learn those skills and activities."

segunda-feira, julho 29, 2019

"The only way to really care is to have human beings who care"

"The marketing math is compelling. It’s obvious that the most highly-leveraged moment in every brand’s relationship with a customer is the moment when something goes wrong.
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In that moment, when a promise was broken, the customer sees the true nature of the brand. We make up stories about the brands in our lives, but we believe that when the promise is broken we’re about to see the truth of that story.
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The only way to really care is to have human beings who care (and to give them the authority and resources to demonstrate that.)
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Once you’ve got that, it’s pretty easy to show that you do."
Sim, continuem a acreditar que a AI e a automatização vai ser o futuro em Mongo.
Sim, continuem a acreditar que as pessoas vão estar dispostas a comprar mais vómito industrial.
Sim, continuem a acreditar que basta pôr uns "warm bodies" sem formação e preparação a lidar na linha da frente com os clientes.
Sim, continuem a acreditar que os clientes quando lidam com a sua empresa estão tão prisioneiros como quando lidam com o estado e os seus serviços sem alternativa.
Pode ser que vos corra mal.

Trechos retirados de "Too big to care"

Democratização da produção (Parte IV)

Parte I, Parte II e Parte III.

Recordar "Quanto tempo?"
"Just as electrification did more than simply change the power source, leading companies to revamp their factory layouts, additive manufacturing will do more than increase flexibility and simplify assembly lines. It will allow for the overhaul of the industrial geography.
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Because additive manufacturing doesn’t depend on economies of scale, as conventional manufacturing does, factories can be much smaller. [Moi ici: O que dizemos aqui há anos!] They can focus on local markets rather than global demand — and then take this production to a new level of customer responsiveness.
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“Today, Jabil has over 100 factories throughout the world,” he said in an interview. “Ten years from now, we might have 1,000 factories — or 5,000 factories — all smaller, and each closer to where our end markets are and where people buy products. This would allow us to make products fully on demand, which is ultimately the most compelling aspect of 3D printing’s value proposition.
...
Instead of drawing from global supply chains, the local factories that Dulchinos envisions will make most of their parts in-house. They will also need fewer parts and less assembly, though they will always need feeder materials. Thus, 3D printers integrated with software platforms promise to make countries more self-reliant in manufacturing. Companies will depend less on the flow of goods across continents, which would limit the damage from trade disputes. And they will do all of this while better giving customers what they want, on demand.
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Thanks to the versatility of later-stage Industry 4.0 production systems, these local factories will likely also make products across multiple industries. [Moi ici: Uma espécie de cooperativas ou makerspaces]
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Each local factory will therefore serve customers across many product categories and beat its focused, single-industry rivals. This “pan-industrial” approach would give an already diversified company such as Jabil a major competitive advantage over focused rivals. If this progression continues, at some point in the not-too-distant future a typical retail store will consist of a showroom in front and a factory — managed by Jabil or others — in back. The store clerks would be like industrial consultants, conferring with customers and making products to order for them on the spot." [Moi ici: Proximidade para assegurar co-criação]
Trechos retirados de "Jabil’s manufacturing leap".

domingo, julho 28, 2019

Are you prepared to walk the talk?

Ler sobre as preocupações ambientalistas da Zara e do grupo Inditex sem uma palavra acerca do seu modelo baseado no consumo atrás de consumo levou-me a escrever isto "Curiosidade do dia":
"Isto é muito interessante, mas se a Inditex está assim tão preocupada com o ambiente, quando é que muda o seu modelo de negócio baseado na fast-fashion: usar e deitar fora?"
Depois, citei em "Começar a revolução em casa":
"Each year approximately 350,000 tonnes of used clothing is sent to UK landfills but research suggests that this figure could be significantly reduced if wearers were actively and routinely to repair damaged clothes."
Agora descubro "Zara built a $20B empire on fast fashion. Now it needs to slow down":
"But as the fashion industry moves toward more eco-friendly practices, it’s worth asking: Can fast fashion ever really be sustainable?
...
But here’s the thing: Trendy clothes have a short shelf life. Case in point: Zara’s tie-dye pieces I referenced above are currently 30% to 50% off, in an effort to clear the inventory to make room for the next trend. One reason fashion is such a blight on the planet is that we’re simply consuming too much of it. The apparel industry produces more than 150 billion clothes every year for only 7 billion humans. Over the last 15 years, clothing production has doubled, and yet the average number of times a garment is worn before it is discarded has decreased by 36%. Many clothes are worn just seven to 10 times before they’re thrown out.
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So if Zara wants to become more sustainable, it may need to rethink the design of its clothes, not just how they are manufactured.
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Yet nowhere in its announcement did Inditex address the sheer volume of clothes it produces, nor its model of selling fashion-forward clothes at a fraction of the price of designer brands. In fact, it is working toward more and more growth. Over the last five years, its sales have grown between 4% and 10% every single year. While that’s good news for shareholders, it’s bad news for the planet. No matter how eco-friendly its supply chain becomes, producing more and more clothes comes at an environmental cost.
...
This kind of agility is one of Zara’s, and Inditex’s, biggest strengths. But right now, it is being deployed to create hot new looks that may not be in style in a few weeks or months. This is directly contributing to our overconsumption of clothes.
...
The most eco-friendly approach would be to create durable, classic clothes that the customer would wear for years before recycling."
Are you prepared to walk the talk?

Partilhar informação

Esta semana ouvi uma apresentação de um colega sobre o inbound marketing. Um slide, 5 minutos, um público difícil, mas saiu-se muito bem.

Já por várias vezes chamei a atenção para a desconexão entre as mensagens de uma organização e a sua estratégia. Por exemplo, em "A Natureza tem horror ao desperdício" escrevi:
"Quando um ginásio coloca pósteres de moças e moços a caminho de algum concurso de culturismo ou de beleza, está a apostar e a dizer ao mercado quem são os seus alvos e, ao mesmo tempo está a dizer aos seniores: nós não somos para vocês."
E qual é a demografia portuguesa? A de um país envelhecido:
E como é que os ginásios lidam com este envelhecimento?

Mal!

Daqui, "E quando o mundo muda", retirei esta figura:
Será que não há mercado para ginásios dedicados a uma fatia mais velha do mercado? Ou será que não há oferta dedicada a esses clientes-alvo?

Voltando ao inbound marketing, eis um exemplo do tipo de textos que podem ser desenvolvidos para começar a criar a aura de especialista no sector e, começar a atrair potenciais clientes e prescritores, "Physical Function and Aging"

Como escreve Paul Jarvis em "Company of One: Why Staying Small is the Next Big Thing for Business":
"Sharing content and information is an effective way to begin a sales process because it helps a potential customer see what they need, why they need it, and then how your products can help solve their problem.
...
The first is that creating a relationship with an audience that sees you as a teacher sets you up to be perceived as the domain expert on the subject matter. If you’re teaching an audience about legal issues on the internet each week in a newsletter, they’ll begin to trust your insights, and then, as happened with Brian, you’ll probably be the first person they think of when they need to hire someone to help them with legal issues.
The second benefit of out-teaching your competition is the chance to show an audience the benefits of what you’re selling."


sábado, julho 27, 2019

Amadores a jogar bilhar


Outro exemplo de bilhar amador a ser praticado na assembleia da república.



Recordar:

But if trash comes in, trash comes out

Coincidência, ou conspiração?

Esta semana duas pessoas em dias diferentes, em cidades diferentes, recomendaram-me a leitura de "Factfulness". Quinta-feira, antes de apanhar camioneta entro numa livraria e apanho com este livro bem de frente.
"In poor countries what % of girls finish primary school? 20%, 40% or 60%?
.
What % of babies in the world under one year received a type of vaccine? 20%, 50% or 80%?
.
Today there are 2 billion children. According to the UN by 2100 the number will double, will it be 3 billion or equal?
.
If you have not answered all three questions always with the last hypothesis, you are wrong. If you didn’t get anyone right, you’re in “good” company: most CEOs, top NGO managers, highly trained medical professionals, etc. all, all of them respond worse than chimpanzees… (which responding at random would hit at least one answer – 33%)."
Pois:
"One cannot think well with wrong facts. Am I an excellent information processor? In quantity and speed? All right. But if trash comes in, trash comes out: garbage in, garbage out. How to draw right conclusions from wrong assumptions? This is what explains how 1) smart people 2) in powerful countries make catastrophic decisions where it would be best to be quiet." 

sexta-feira, julho 26, 2019

Curiosidade do dia

Para reflexão, só números:

Acerca dos genéricos

Recuar a 2012:

Recuar a 2010:

"What Dingle needed, though, wasn’t a higher dose of new generic medicine, but the effectiveness of the brand-name drug. “When I went to pick up the new dose, the pharmacist took a minute to look at my prescriptions, then confirmed that my levels had changed after I switched from Synthroid to generic,” Dingle says. “He said he had seen variations like this, not only when the prescription changed from Synthroid to generics but also between batches of generics.”
...
The active ingredient of the generic must have the same pharmacokinetics as the original drug, which means it must behave the exact same way and reach the same maximum dose in the blood on the appropriate dosing. If the active ingredient is indeed bioequivalent, the drug will likely be equally effective and safe as the original.
But there may be a cost to the cheaper route. A drug’s inactive ingredients (binders, fillers, detergents, dyes, antioxidants, and sugars, which pharmacists call excipients) aren’t subject to the same level of regulation and research as active ingredients. While additional ingredients aren’t allowed to affect how the drug functions in the body and must be proven as “safe” to the FDA, those inactive ingredients can vary widely between brand names and generics — and between generics themselves.
...
For some patients, generic medications can cause a number of adverse reactions, meaning a drug can compound health concerns instead of alleviating them. This is often linked to a person’s biology; for example, a lactose-intolerant patient who switches to a generic drug with a lactose-based excipient might experience stomach issues, which could in turn decrease drug absorption.
...
Which leads to another drug-related phenomenon: the “nocebo” effect. Studies show using generic drugs can cause an anti-placebo effect of worsening symptoms or problematic side effects."



Dastardlys

Dedicado aquelas empresas que vivem mais preocupadas com o que faz a concorrência do que em surpreender os clientes, do que em ganhar clientes, do que em subir na escala de valor, do que melhorar a eficiência.

quinta-feira, julho 25, 2019

Democratização da produção (Parte III)

Parte I e Parte II.
"The globalization manufacturing paradigms of the past few decades were primarily cost-cutting ventures built on traditional high-volume production schemes. Locating factories in regional hubs, typically in developing countries outside a manufacturer’s domestic market, was seen as a way to reduce labor expenses and form alliances with low-cost suppliers in these regions. And as long as the discount to operate in emerging nations was large enough to overcome logistics inefficiencies and time-to-market requirements, this approach was profitable and made perfect sense.
.
But a combination of trends is making this strategic approach obsolete — and is shifting value creation in production downstream toward customers and customization. For one thing, wage escalation in emerging nations and concerns about uncertain energy costs have eroded the perceived competitive advantage that multinationals sought from offshoring.
...
the growing importance of the “build where you sell” principle
...
More than anything, however, the rapidly morphing relationship between manufacturers and their consumers is at the heart of the point-of-demand revolution — and will have the most permanent impact on it. In all regions, but particularly in emerging nations as demand evolves and the middle class expands, customers increasingly expect products that match local cultural preferences, rather than homogeneous global brands and business-to-business services.
...
For the first time, customers can reasonably demand products from mainstream manufacturers that look and feel like they were made next door. And companies can expect increased customer loyalty when they meet these demands through personalization"
Cito isto e lembro-me da reacção da indústria automóvel incumbente a pedidos em pequena quantidade e com requisitos fora da caixa:
"Deutsche Post says it took this route when the conventional vehicle makers turned down requests to build the electric vans in what are limited numbers by their standards."
Também me lembro disto, "Comboio Vasco da Gama vai ligar Portugal à Alemanha em 2020". Da janela do meu escritório, a menos de 10 metros da linha do Norte vejo passar os comboios de mercadorias carregados de: eucalipto; brita; carvão; e cimento (eheheh escrevo isto, oiço o comboio a passar, levanto-me e é um comboio com contentores fechados). Não digo que seja impossível levar exportações das PMEs do Norte para a Europa Central, mas vai ser muito difícil. A variedade de destinos, as pequenas quantidades e as entregas rápidas não sei se podem ser conciliadas por quem tem o mindset noutro mundo. Fazem-me lembrar:
"Em 2009, com a forte quebra da produção automóvel, recordo as empresas produtoras de composto para esse sector, que com preços muito baixos tentaram fornecer os fabricantes de solas. Claro que a coisa não correu bem porque a indústria de calçado queria variedade e pequenas quantidades, não a monocor e as grandes quantidades. E a coisa deu para o torto." 

Continua.

Trechos retirados de "Manufacturing’s new world order - The rise of the point-of-demand model"

e a fugir do Normalistão

Muito empresário de PME precisava de ler isto, "Comparing % and mass", e deixar que a mensagem caísse bem fundo:
"Small audiences are your friend, because small audiences are specific, and specific increases your percentage."
Estamos a caminho de Mongo e a fugir do Normalistão.



quarta-feira, julho 24, 2019

Isto deve ser feike niús - só pode

Coisas que nos fazem dizer:

UAU!!!

Há dias o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas dizia que havia falta de pessoal:
"Há um ano no cargo, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas queixa-se da falta de recursos humanos e fala de uma "situação insustentável". Militares ao serviço já fazem "esforço tremendo"."
Trecho retirado daqui "Chefe das Forças Armadas fala em “situação insustentável”".

Agora descubro isto no Twitter:

De acordo com este site.

Isto deve ser feike niús. Portugal tem mais efectivos que Espanha e a Alemanha?

Quer dizer que o exército português nunca fez a sua reformulação após as guerras coloniais?

Por favor digam-me que isto está errado.

Como se calcula o número de reservistas em Portugal?

Constância de propósito - falta tanta

Quando apresento o conceito de estratégia recorro ao ditado:
- Mais vale ser rico e ter saúde do que pobre e doentio!

Ninguém quer ser doente e pobre!
Toda a gente quer ser saudável e rico. No entanto, à luz do teste do algodão isso não é uma estratégia, é catequese.

Estratégia a sério dói! Implica renunciar a algo.
Ter saúde, mas ser pobre.
Ser rico, mas ser doentio.

Aos políticos quase todos falta a coragem para ter uma estratégia. Ter uma estratégia implica escolher  e fazer o lock e usar esses parâmetros para tomar as decisões a seguir. Acontece que os políticos têm medo do lado negativo de qualquer estratégia. Por isso, fazem uma escolha e logo a seguir começam a miná-la com as medidas que tomam para minimizar as consequências naturais das escolhas que fizeram. Recordo o conselho para a procura dos sacrificados. Reparem como este conselho de Abril de 2015 explica tão bem o caos nos serviços públicos (afinal os serviços públicos existem para os funcionários, como disse a ministra da Saúde recentemente, os sacrificados são os condenados a usá-los, os utentes).

Há dias recordei esta falta de constância: aumentar salários para eliminar as empresas que não podem pagar salários melhores, mas depois, face ao aumento do desemprego e encerramento das empresas, vem o apoio com subsídios.

Ontem detectei outro exemplo:
Às segundas, terças e quartas o ministério da Agricultura enterra milhões no sector leiteiro para evitar o normal funcionamento do mercado.
Às quintas, sextas e sábados o governo ataca os sectores que consomem leite:
"Entre os produtos que vão deixar de ser publicitados junto a escolar, parques infantis, redes sociais, e em programas de televisão e de rádio encontram-se chocolates, bolos, gelados, refrigerantes, bolachas, cereais de pequeno-almoço, iogurtes, fiambre, queijo ou refeições pré-preparadas." [Moi ici: BTW, e os leites achocolatados?
Brevemente teremos os cromos do karma a fazer o choradinho junto do governo, que irá desembolsar mais uns milhões para apoiar os produtores leiteiros prejudicados pelas medidas tomadas pelo mesmo governo.

Por que é que os jornalistas não colocam perguntas impertinentes?

Primeiro ler "Amazon plans to upskill 100,000 employees. Here’s what that means for the future of work":
"Amazon’s announcement that it will invest US$700 million to retrain 100,000 employees—a third of its U.S. workforce—in new technologies is the latest reminder that the much-heralded future of work is well underway.
...
The jobs of tomorrow will require at least some competency in the STEM fields—science, technology, engineering, and math.
...
The blurring of technical and nontechnical jobs signals a dramatic shift for the entire workforce and will change the basic structure and nature of work.
...
Who should be responsible for ensuring the workforce is prepared for these challenges?
Amazon’s answer, essentially, is “we’ll take care of it.”
One of the more telling aspects of Amazon’s announcement was that it plans to use its own programs to retrain employees, such as Amazon Technical Academy and Machine Learning University.
There was no mention of universities and colleges. Other companies, such as Google, similarly say they are relying on partners outside of traditional academia to support their training needs.
...
The problem is, at present, higher education is designed for the last industrial revolution, not the current one. Universities and colleges deliver degrees at a glacial pace. The average completion time for a bachelor’s degree is five years. That’s too slow."[Moi ici: Como não recordar aquela pergunta "Por que é que a nossa faculdade altera o plano de curso em 2015 e não incluiu aprendizagem de Android para alunos de programação?" e a resposta]
Tal como a ministra da Saúde referiu:
"O objetivo do Ministério da Saúde é tratar bem os profissionais de saúde" 
O objectivo da universidade pública é servir os seus funcionários.

Isto em linha com o que escrevo aqui há anos ao recordar a primeira Escola Comercial Oliveira Martins no Porto:
"Frequentei o 7º, 8º e 9º ano de escolaridade na Escola Comercial Oliveira Martins no Porto, uma escola criada algures no final do século XIX pela iniciativa de comerciantes para formar e preparar os seus trabalhadores. Recordo isto porque sinto que é para aí que vamos novamente, em vez de uma escola obrigatória destinada a formar legiões de robots necessários para operar acriticamente as sociedades do século XX, em vez de uma escola que pretende eliminar as nossas diferenças de idiossincrasia  e nos tenta enformar para sermos cidadãos "normais", em vez de uma escola que prepara as crianças de Pousafoles do Bispo para serem iguais e trabalharem como as pessoas de Lisboa, o que só as levará a detestar, ou ignorar, ou nunca equacionar que um futuro também é possível em Pousafoles do Bispo, vamos precisar de escolas sem programa definido em Lisboa, escolas destinadas a reviver as sociedades locais, as economias locais, os orgulhos locais."
Depois, ler "Indústria apela a plano “maciço” de requalificação de trabalhadores". O que dizer?

Julgo que esta gente não valoriza a formação, e que isto não passa de "conversa da treta". Se valorizassem a formação tratavam-na como algo estratégico sobre o qual querem deter o controlo e não algo que tentam externalizar e pôr o contribuinte a pagar. Outros que continuam "in the last industrial revolution".

Pena que os jornalistas não coloquem perguntas impertinentes:

  • De que formação precisam os trabalhadores da sua empresa?
  • De que formação precisarão os trabalhadores da sua empresa dentro de 5 anos?
É sempre interessante perceber se as pessoas sabem da sua casa antes de começarem a pedir revoluções mundiais.

Fico a pensar naquela do lowest bidder:

A formação dos trabalhadores do futuro é tão, mas tão importante que tem de ser assegurada pelo estado com base em concursos em que ganha o lowest bidder.

Quem considera a formação realmente importante agarra o touro pelos cornos e tem o locus de controlo no interior.

BTW, há cerca de vinte anos auditei uma empresa industrial que tinha indicado várias lacunas na formação do seu pessoal, para poder evoluir para outras áreas de negócio. Essa empresa tinha literalmente nas suas traseiras uma escola profissional do sector. Mostraram-me as actas das reuniões havidas com essa escola. Estavam dispostos a pagar por formação dedicada e à medida para os seus trabalhadores, mas a escola profissional só lhes deu uma solução:

- Sim, temos um curso de 3 anos!

Falta de noção e sintoma de funcionalismo.

terça-feira, julho 23, 2019

A verdade que não nos é contada, acerca do leite (parte II)

Na parte I, em Março de 2012, citei:
"the rise of small farms is possible with sales direct to consumers (raw milk certification), direct processed either by working with small local cheesemakers or small yogurt facilities, or creating on farm processing, agritourism, and young farmer incentives."
A parte I descreve bem a evolução dos efectivos leiteiros numa série de países e a concentração eficientista em curso.

Agora encontro:
"While larger farms get by with government subsidies, smaller farms are turning to the rental economy.
...
are looking to make extra income by renting out space at pastoral Old Crow to vacationers who’d like a taste of New England farm life.
...
city dwellers and suburbanites are hungry to spend their vacation time in a bucolic landscape with the promise of some wholesome downtime and maybe a locally sourced meal. They are part of a growing agritourism trend of family farmers with small to medium farms using their land, food supply, and livestock to attract guests on websites like Airbnb and VRBO, increasing their farms’ revenue and exposure."
Trechos retirados de "How are small farms surviving? Airbnb"

Pôr em perspectiva (parte II)

Parte I.

Escrevia-se em Março de 2003:
"Mesmo assim, o líder associativo afirma acreditar, "convictamente, que Portugal é um óptimo produtor e exportador da ITV e vai continuar a sê-lo", frisando, no entanto, que, para tal, terá que apostar numa "cultura de valor, no desenvolvimento e concepção de produtos e em gestores qualificados". Mas não só, porque, salienta, a "produtividade, que está 60 por cento abaixo da média comunitária, tem que subir"
Um país que vinha de anos e anos de sucesso por ser a "china" da Europa antes de haver China iria sofrer um choque violento contra a parede, por causa da abertura de 2005, devido aos salários da China e a referência era a produtividade média comunitária?!
Quando o mercado muda é fundamental mudar também os parâmetros que seguimos e monitorizamos.
"Realizado há três anos, o estudo da Kurt Salmon Associates e pelo BPI para a Associação Portuguesa de Têxteis e Vestuário continua a ser actual. O objectivo era avaliar o impacto da liberalização do comércio mundial de têxteis e vestuário, previsto para 2005, na ITV nacional. Optando-se quer pelo cenário mais optimista - uma perda de 80 mil postos de trabalho e o encerramento de 734 empresas - quer pelo pessimista - 106 mil postos de trabalho e 826 empresas - o embate será violentíssimo."
Escrevemos na parte I: Em 2015 o sector tinha perdido 104 095 trabalhadores por comparação com 2000 e 131 668 trabalhadores por comparação com 1995.

Só entre 2003 e 2013, segundo o Pordata, desapareceram mais de 6000 empresas em termos líquidos.

Enquanto decorria esta mortandade o parlamento dedicava-se a legislar sem pensar nas consequências. Depois, arrependia-se e tentava brincar aos alquimistas. Recordo de Agosto de 2009:
"Assim, os políticos tomam as decisões que levam a isto “Novo salário mínimo impôs aumentos de 5% para operários do têxtilAumentos de 5% impostos numa época de crise, com as encomendas a baixar e as empresas a fechar (já em Novembro do ano passado se escrevia isto: “Indústria têxtil já perdeu 170 milhões em 2008A altura pode não ser a melhor, mas ao promover e incentivar o encerramento das empresas estaremos certamente a contribuir para premiar as empresas mais bem geridas e para fechar as empresas que seguem estratégias ultrapassadas “Têxtil e vestuário: Maioria continua a "trabalhar a feitio" (no JN de ontem)Contudo, depois, vem aquela impressão na barriga dos políticos, aquele tremer das pernas, quando percebem, só então é que percebem, as consequências das suas decisões. E, em vez de constância… começam a remendar e remendar e remendar.Assim, no Público de ontem: ” Parlamento pede política fiscal "especial" para o sector têxtilComo é que querem ter estratégia se não têm coragem de assumir o lado negativo das opções que tomam?"

Por fim, o tal estudo de 2000 propunha:
"Para fazer face a tal impacto, eram avançadas três estratégias possíveis. A primeira, pró-activa, de reacção quer por via do desenvolvimento de planos estratégicos quer pela identificação dos pontos fortes e fracos. [Moi ici: Blábláblá!] A segunda, de deslocalização, ou seja, de transferência da manufactura para países com baixos custos mantendo a estrutura empresarial em Portugal.  [Moi ici: LOL] A terceira, de continuidade.  [Moi ici: ??? LOL ???]

Trechos retirados de "Indústria têxtil perdeu 42 mil postos de trabalho nos últimos quatro anos"

segunda-feira, julho 22, 2019

Um rotundo não

A propósito de "Portugal precisa de um Consenso Estratégico sobre Produtividade" a minha resposta é um rotundo não!

Portugal precisa de mais liberdade económica, precisa de mais turbulência (empresas que fecham e empresas que abrem) e de menos so-called experts, sem skin-in-the-game, a decidirem o que é melhor para as empresas dos outros.

As posições anteriores de uma empresa limitam o espectro de posições futuras possíveis. E os macacos não voam, trepam às árvores.

Qualquer consenso estratégico no terreno acaba implementado por empresas, por pessoas que estão à frente de empresas, e não por burocratas.

Democratização da produção (Parte II)

Parte I.

"Local Motors will build new plants wherever its customers are located, and each manufactured item will effectively be one of a kind, built to suit the tastes and requirements of individual consumers. Scale is replaced by potential savings from engineering, design, parts, labor, and efficiency in a 3D microfactory. Local Motors describes this approach as making money from scope. In other words, it offers useful, attractive, bespoke products to customers who are within shouting distance of its factories, at a price that matches the distinctive value of the item.
...
After decades of chasing lower production costs and scale by extending factory footprints and supply chains deeper into emerging nations and distributing products around the world in huge quantities over complex logistics networks, manufacturers are finding that their globalized approach is losing its viability. In particular, their centralized management structure, lengthy supply chains, lack of product variety, and long shipping times are impeding regional agility — and, in some cases, placing them at a disadvantage to local competition.
...
The most efficient manufacturing setup is the one that makes goods in appropriate volumes to meet demand at the point of demand, with plenty of room for local and individual customization.
...
Some products will be more personalized than others, but overall the distance separating the manufacturer from its customers will be sharply diminished in favor of improved product quality, rapid market response, smaller factories, minimal lead times, better supply chain coordination, and decentralized management.
...
Suppliers in the business-to- business realm will also be under pressure to improve responsiveness as part of the campaign by their customers — that is, manufacturers — to shorten the value chain and more proactively serve the end consumer.
.
The implications are problematic for some companies: Manufacturers that are today highly invested in a global factory network of multiple large centralized plants, managed by traditional operating systems, organizations, and processes, may find their business models becoming obsolete faster than they ever expected. However, the nimblest manufacturers stand to reap significant gains from this new model.
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As their supply systems become more responsive and as customer demand becomes less of a guessing game, inventory inefficiencies and the carrying costs of warehousing products in bulk — only to ultimately jettison some of them as dead stock — will decline. In addition, savings will be generated by the reduction in expensive long-range production planning and supply chain management. And for companies able to outpace rivals in producing products that are best suited to customer needs — making these items available when customers want them — sales margins should rise markedly."
Tudo coisas que escrevemos aqui no blogue há anos.

Continua.

Trechos retirados de "Manufacturing’s new world order - The rise of the point-of-demand model"

domingo, julho 21, 2019

O mundo a mudar

Onde estão os seus clientes a vender?
Eles podem gostar muito da sua fábrica, mas se eles estão a perder clientes ...
"Retailers vacated US shopping centres at the fastest pace in at least nine years in the second quarter as the relentless rise of online shopping and collapse of debt-laden chains begin to hit the commercial property market.
.
More than 7,400 store closures have been announced this year, with Sears, Victoria’s Secret and Charlotte Russe among a raft of household names to shut outlets in malls across the country.
...
“We’ve been the busiest we’ve ever been in our history,” said Scott Carpenter, head of retail liquidation at Great American Group.
...
The 7,426 store closures announced this year, as tracked by Coresight, compare with little more than 3,000 openings. The closures are already about a quarter more than the 5,864 during all of last year.
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Some retailers are in expansion mode, however. They include athleisure brand Lululemon, which this month opened a 20,000 sq ft site in Chicago that features a meditation area and yoga studio. “In the better properties, there is very strong demand for space,” Mr Buono said.
."

Pôr em perspectiva (parte I)

Daqui este gráfico:
Em 1995 o sector do têxtil e vestuário tinha 263 181 trabalhadores.
Em 2000 o sector do têxtil e vestuário tinha 235 608 trabalhadores (menos 27 573 trabalhadores em 5 anos).
Em 2015 o sector do têxtil e vestuário tinha 131 513 trabalhadores (menos 131 668 trabalhadores do que em 1995 e menos 104 095 trabalhadores do que em 2000).

Comparar com este artigo "Indústria têxtil perdeu 42 mil postos de trabalho nos últimos quatro anos" de Março de 2003.

Há dias apanhei um estudo sobre a competitividade da economia portuguesa feito pela AIP em 2008. Juro que me ri quando apanhei um capítulo em que a evolução dos salários portugueses era comparada com a evolução dos salários na zona euro. O mundo tinha mudado, o paradigma da economia portuguesa de bens transaccionáveis tinha chocado violentamente contra uma parede e a "elite" portuguesa continuava, em 2008, a olhar para o mundo com os olhos pré-adesão da China à Organização Mundial do Comércio.

Quanto às medidas previstas no artigo, o que aprendemos em 16 anos?

Para comentar depois: "Liberalização do comércio mundial de têxteis e vestuário começa este ano" (de Janeiro de 2005)

Continua