terça-feira, maio 30, 2023

"Porque não crescemos mais?"

"Há um grande mistério na economia portuguesa. Nas últimas décadas temos vindo a recuperar muito em termos do nível de formação da população. A força de trabalho está cada vez mais bem formada e com mais capacidades de produção. O que tem acontecido é que também se passou a notar um fenómeno que antes não existia: cada vez há mais gente a desempenhar papéis que estão abaixo da sua formação. [Moi ici: Como não recuar a 2008 e à caridadezinha. De que serve a formação se não há onde a aplicar? O que as pessoas fazem tem o seu papel, mas é muito pequeno. Aumentos a sério da produtividade dependem de acções ao nível do numerador da equação da produtividade. Ora isso não depende dos trabalhadores mas dos gestores. E toda a gente sabe que escolaridade e empreendedorismo não costumam rimar] Esse fenómeno não existia nos anos 90. Por outro lado, a economia tem gerado cada vez mais patentes, por exemplo. Mas há uma dificuldade muito grande em passar dessa criação de patentes para mais inovação. Temos mais formação, mas acabamos por não a utilizar plenamente, porque temos trabalhadores a trabalhar abaixo da sua formação. E temos muitas patentes que acabam por não se transformar em inovação. Estamos muito aquém do potencial.

...

Onde se devem procurar explicações é no facto de haver uma diversidade muito grande de produtividade entre empresas, até no mesmo setor. [Moi ici: Parece retirado aqui do blogue"o tema da distribuição de produtividades, o tema de se encontrar mais variabilidade no desempenho entre empresas do mesmo sector económico do que entre empresas de diferentes sectores económicos. A variabilidade intersectorial é menor que a variabilidade intrasectorial."] Empresas mais exportadoras e de maior dimensão têm produtividade muito maior do que outras empresas no mesmo setor, que são mais pequenas e não são exportadoras. Pergunta-se, então, porque não vão as empresas maiores buscar os recursos às mais pequenas e coloca-os a produzir mais? Porque há barreiras à transferência de recursos, porque algumas empresas têm dificuldade em morrer, [Moi ici: Como dizemos aqui no blogue, "Deixem as empresas morrer!" e cuidado com os zombies] as outras têm dificuldade em crescer e isso tem muito a ver com a concorrência que existe. Há uma postura muito defensiva de proteger os setores e que é pouco agressiva a tentar fazer crescer as empresas e tornar os setores mais dinâmicos.

...

Porque há uma boa parte da população que, no fundo, vota para garantir um nível de segurança na sua vida e tem uma preocupação maior com isso do que em fazer crescer o seu bolo. [Moi ici: Risk averse mentality e o aumento do risco, o aumento da fagilização] Está mais preocupada em proteger-se das oscilações do ciclo económico do que em realizar o seu potencial máximo e ambicionar um nível de riqueza superior.

Trechos retirados de "Porque não crescemos mais? "O Estado dificulta", mas "há uma mentalidade corporativa nos bancos e nas empresas que permite prolongar situações menos produtivas""

segunda-feira, maio 29, 2023

Past performance is no guarantee of the future

"Survivor bias is the trap of only considering the successful entries when thinking about risk. For example, if you look at the performance of mutual funds after ten years, most of them seem to do pretty well. But that's partly because the ones that did really poorly didn't make it to ten years.
We are lucky enough to live on a planet that hasn't been destroyed by an asteroid. But that doesn't mean that other planets haven't had their life forms extinguished-we're simply unaware of them.
Past performance is no guarantee of the future. Sorry.
We should plan accordingly."

Trecho retirado de "Survivor bias and the mistake of stability.

domingo, maio 28, 2023

Porque é difícil mudar de vida (parte II)

Parte I.

"Separate from size and structural inertia, as a successful organization lives longer, it also develops norms that set expectations about those behaviors associated with success. People learn that certain behaviors are rewarded, both formally and informally, in terms of status and recognition, and other behaviors are frowned on or punished. People who comply with these norms are promoted, and new employees are selected based on their ability to fit with corporate expectations. This social control system or cultural alignment helps execute the strategy and contributes to the success of the firm. Unfortunately, it also leads to cultural inertia and makes change more difficult.

So we have a paradox: the alignment of the formal control system (structure and metrics - or organizational hardware) and of the social control system (norms, values, and behavior - or organizational software) is critical to the successful execution of the strategy. But these also foster the organizational inertia that can make it difficult to change, even in the face of clear threats. Thus, in the short term, managers work hard to align the organization with the strategy. As long as the external environment remains relatively stable, this is the key to organizational success and survival.

...

The structural and cultural inertia that its leaders had worked so hard to develop suddenly impeded their ability to experiment and adopt the new subscription business model."

Trechos retirados de "Lead and disrupt: how to solve the innovator's dilemma" de Charles A O' Reilly III and Michael L. Tushman.  

sábado, maio 27, 2023

Palco e bastidores

Muita conversa no palco sobre economia, mas nos bastidores a fuga continua, "Endividamento da economia aumenta para 335% do PIB. Atinge o valor mais elevado de sempre":

"Em março, o endividamento do setor não financeiro (administrações públicas, empresas e particulares) aumentou 99,29 milhões de euros, para o valor recorde de 802,1 mil milhões de euros, o equivalente a 335% do PIB. Há um ano, esse rácio era de 329%; em dezembro era de 332%."

Recuo a 2013:

"A luz que ilumina também produz a sombra que oculta. Esta não é a primeira crise de dívida da História, mas terá uma resolução mais complexa e demorada porque tanto as taxas de crescimento do produto como as taxas de inflação são agora muito baixas, não favorecendo o resgate da dívida pelo crescimento, nem a desvalorização da dívida pela ilusão monetária. É o paradoxo da luz e da sombra: a dívida que foi contraída para estimular o crescimento é o que se traduz agora em aumento de impostos, em aumento de encargos financeiros e em impossibilidade de crescimento. E não se quis ver que o credor ocupa sem precisar de combater." 

ADENDA das 10h30:


 

sexta-feira, maio 26, 2023

Cuidado com o eficientismo

Há anos que escrevo sobre os que olham para a Economia como se olha para a ciência de Galileu ou de Newton. Em Economia o que é verdade hoje amanhã é mentira, e vice versa.

"By concentrating production in large facilities, companies can achieve economies of scale that lower the costs of production. [Moi ici: Racional típico do século XX em que que a competição pela eficiência e custo unitário era a única possibilidade de ser bem sucedido] Large-scale equipment can be operationally more efficient than smaller units.
...
To be sure, scale does not automatically translate to lower costs. In some industries, production might be undertaken on a small scale with little or no disadvantage, and it’s possible to attain economies of scale at medium-sized production units. At times, scale can even be a problem. [Moi ici: Em Mongo a variedade é mais importante que a eficiência]
...
As we’ve seen during the pandemic, overly centralized production can create fragile supply chains
...
Research has found that companies that are big but less centralized — for instance, ones that own facilities spread across the country or around the world — enjoy more limited advantages. This type of scale can yield benefits in the form of lower costs, as a distributed network can avoid the need to transport goods over long distances, and spreading out production across multiple facilities can mitigate the consequences of a disruption at a single plant. 
...
More recent research supports ... that aggregating many production units under common ownership does not yield significant operational efficiencies. And if local and regional markets are best served through a network of local and regional distribution and production facilities, what is the public benefit of a single national corporation consolidating its ownership in place of many local and regional firms? Scale tied to the aggregation of assets comes with organizational challenges that can cause significant inefficiencies. Top-level management may have a harder time directing a dispersed team of managers, necessitating the creation of additional layers of administration to ensure that the corporation and its disparate parts are run effectively. [Moi ici: Por isso há muito tempo que escrevo que a cultura portuguesa não lida bem com as exigências de gestão das organizações grandes] And this bureaucracy can add costs and be a source of inefficiency on its own."


quinta-feira, maio 25, 2023

Curiosidade do dia

Lembram-se do cromo que chefiava a embaixada do Luxemburgo em Portugal em 2007?

Em Aprenda a duvidar dos media (parte XXV) recordo um postal de 2007, Ainda a produtividade luxemburguesa vs a portuguesa, onde o embaixador do Luxemburgo de então elegia a motivação e o elevado sentimento de saudade para explicar a elevada produtividade dos portugueses a trabalhar no Luxemburgo.

Agora encontro mais um cromo luxemburguês do mesmo calibre; o comissário europeu do Emprego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit (outro embaixador).


Porque é difícil mudar de vida

Quando os "experts" proclamarem que as empresas são viciadas em salários baixos talvez fizesse sentido que reflectissem nas dificuldades da mudança. Parece que Aristóteles terá dito "A quem os deuses querem destruir, eles enviam previamente quarenta anos de sucesso".

"Imagine that you are running a large, mature business with a well-known technology and proven business model. Furthermore, let's assume that because the business is mature and competition is intense, the strategy of the business is to compete on low costs. Imagine, for example, a semiconductor plant at Intel or a manufacturing plant at Toyota. In these instances, the key success factors are around efficiency and productivity, driving costs down (maybe through quality improvement and lean manufacturing), and incremental innovation (faster, cheaper). The skills needed for this include great operational expertise, a disciplined approach, rapid problem solving, and a short-term focus. The formal organization to promote increased efficiency and productivity typically emphasizes a functional organization (manufacturing, engineering, product development, sales, R&D with clear metrics and rewards for incremental improvement and short feedback loops to promote fast learning and the implementation of improved methods. ... this is about exploitation with an emphasis on efficiency, control, certainty, and variance reduction. [Moi ici: "variance reduction" ... como não recuar a Redsigma - O fim da linha] Improvement is a function of ever increasing alignment. With a low cost strategy, the winners are those organizations that are best able to drive out inefficiencies.

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Now consider the challenge facing the leader of an emerging organization where the future of the business or technology is uncertain - perhaps Twitter or other social media companies. The overarching strategy is to scale quickly based on innovation and flexibility. Here the key success factors are growth, flexibility, and rapid innovation. What types of skills are needed? Clearly technical skills are important, but so is the ability to adapt and move quickly. Given the uncertainty in the technology and the market, the structure of the organization needs to be flat and able to respond quickly to new initiatives. ... The standardization and processes that help a mature organization can be deadly here.

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To promote speed and flexibility, the culture needs to emphasize norms and values like initiative, experimentation, and speed. ... this is the alignment that promotes exploration. It's about search, discovery, autonomy, and innovation.

A couple of things are worth noting about these examples. First, although the alignments are very different, each is necessary for the successful execution of a particular strategy. When competition is based on efficiency and cost, the winner will most often be the organization that is most successful at reducing variance and promoting incremental innovation. When the market is changing rapidly, the alignment needed to succeed is one that is best able to experiment and adapt quickly. Second, attaining alignment is the primary role of the manager and it isn't easy. Setting up the systems and processes, structuring the work, motivating people and holding them accountable, and promoting constant improvement is a challenge. Third, the alignment that promotes success for one strategy may be toxic for another. And here is the rub: the alignment that makes a mature organization successful can kill an emerging business. And in the same way, the alignment that makes an emerging business work can make a mature business inefficient."

Pois, voltamos a Aristóteles::

"the alignment that has made an organization successful at one point may put it at risk in another. Great companies - those with a proud tradition - are potentially the most vulnerable to what we have labeled the success syndrome"

Não é impunemente que se tem sucesso. Por isso, não é fácil mudar. 

Trechos retirados de "Lead and disrupt: how to solve the innovator's dilemma" de Charles A O' Reilly III and Michael L. Tushman. 

quarta-feira, maio 24, 2023

Curiosidade do dia

Ah! Genebra...



Fora do mainstream

Este postal foi escrito antes de ter publicado Consultor de empresas versus consultor do governo. Por isso, alguns links são repetidos em dias seguidos.

Há vários anos li James March sobre exploitation versus exploration, (recordo de 2008, Jongleurs (parte II) ), sobre a necessidade das empresas serem ambidestras. Lidar bem com as duas caixas na base da figura:

Agora leiam um pouco do mainstream sobre os salários baixos. No Sábado passado no Dinheiro Vivo podia ler-se em "Um país viciado em salários baixos":
"posso também afirmar que o nosso país é viciado em salários baixos. [Moi ici: Acho a afirmação incorrecta e injusta. As empresas no terreno só fazem o que lhes permitem fazer, se não fazem mais é porque não são obrigadas a isso, se não fazem mais é porque não sabem] Estamos todos acomodados a níveis de remuneração ridículos face ao potencial de criação de riqueza: as empresas estão acomodadas, [Moi ici: As empresas, como os outros seres vivos, estão sujeitas às pressões evolutivas, um bailado entre os factores internos e externos. Recordo, a economia é uma continuação da biologia. Se as condições externas o permitirem, podemos encontrar "crocodilos" que já existiam antes dos dinossauros e ainda cá estão, se as condições externas o permitirem as empresas não sentem pressão para evoluir, praticam exploitation e nenhuma exploration.] o Estado idem aspas e os trabalhadores também.
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A verdade é que com o nível atual de criação de riqueza a margem para aumentar os salários é diminuta. 
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A solução não passa por aumentar salários à custa dos lucros de hoje - até porque ninguém nos garante que esses lucros se mantenham no futuro. O desafio passa por aumentar de forma sustentável a geração de riqueza, aproveitando todo o potencial que possuímos. E isso não se consegue com decretos (do governo), greves (dos sindicatos) e oportunismo (das empresas).
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Consegue-se, sim, com mais produtividade dos serviços públicos e maior competitividade das empresas. [Moi ici: A maior contribuição do Estado para o aumento da produtividade, e esta é uma opinião completamente fora do mainstream, passaria pelo fim dos apoios estúpidos que se limitam a subsidiar os custos de operação de empresas que de outra forma morreriam. Por exemplo, quando uma empresa recebe um apoio por dar formação aos seus trabalhadores essa formação na maioria das vezes é para apoiar a estrutura de custos da empresa. Há outros apoios ainda mais estúpidos, "No país do Chapeleiro Louco". A maior contribuição do Estado seria "deixar as empresas morrer". Claro que deixar as empresas morrer pressupõe criar as condições para que outro tipo de empresas apareça, aquilo a que chamo a receita irlandesa. Não criar estas condições e pressionar as empresas existentes a subirem para níveos de produtividade que nunca conseguirão atingir é suicídio tipico da mentalidade socialista]
...
Por outro lado, às empresas pede-se que sejam mais eficazes, acrescentando mais valor aos produtos e serviços que vendem, [Moi ici: Não esqueçam esta frase acabada de sublinhar. Olhem primeiro para a figura abaixo. Acham que conseguimos dar o salto que é preciso, na produtividade agregada do país, acrescentando mais valor aos produtos e serviços que já vendemos? Reparem neste título "Subida de salários superior à produtividade retira competitividade às empresas" retirado da capa do semanário Vida Económica da passada semana (imagem abaixo). Acham que o sector do calçado não tem trabalhado para acrescentar mais valor aos produtos e serviços que vendem? Claro que o têm feito e bem, não sei se alguém conseguiria fazer melhor. Agora pensem no preço máximo que estariam dispostos a dar por um par de sapatos de couro? E aí chegamos ao tecto de vidro da produtividade portuguesa. De vidro porque ninguém fala dele, não faz parte do mainstream. O problema não são as empresas que já existem e que dão o seu melhor para lidar com o ambiente. O problema são os mastins de Baskerville!!! O problema são as empresas que faltam, que não estão presentes no mercado. O problema são as empresas que se seguem na pirâmide dos Flying Geese não estarem por cá] assegurando níveis de produtividade que tirem partido efetivo da evolução tecnológica e, last but not least, adotando estratégias de marketing que conduzam à criação de marcas internacionalmente fortes."


 

Em Depois do hype: O mastim dos Baskerville! recordo as palavras de Ferreira do Amaral ... como é possível?

A sério, gostava que alguém fizesse um traçado com uma corda oferecida por Ariadne que mostrasse como é que com as empresas existentes seria possível fazer a transição.

BTW, como é que começam os bons livros sobre "pricing"? O preço não tem nada a ver com os custos, mas com o valor para o cliente-alvo.

Uma empresa em particular tem de pensar: quem são os meus clientes-alvo? O que é valor para eles? Quanto é que estão dispostos a pagar pela entrega dos meios que permitem ao cliente criar e percepcionar esse valor na sua vida? Qual é a dimensão potencial do mercado? Esse preço e esse volume sustentam que tipo de empresa e com que dimensão?

terça-feira, maio 23, 2023

Consultor de empresas versus consultor do governo

Sou consultor de empresas.

Quando trabalho para uma empresa o propósito é ajudá-la a atingir os seus objectivos. Por exemplo, para uma empresa que precisa de aumentar a sua produtividade a ideia é levá-la a ver qual a melhor opção para a sua realidade concreta e contextual.

Por exemplo:

A - Usar as forças actuais para servir um novo mercado.
B - Desenvolver capacidades novas para servir um novo mercado.
C - Desenvolver capacidades novas para servir o mercado existente.

Por exemplo, o calçado fugiu do rolo compressor chinês usando as capacidades que tinha como forças para servir um novo segmento do mercado qe valorizava a rapidez, a flexibilidade e as pequenas séries.

E se eu fosse consultor do governo? (vade retro)

Como consultor do governo a minha preocupação seria o aumento da produtividade agregada do país, não o sucesso de uma empresa em particular. Por isso, como consultor do governo estaria preocupado, um aumento da produtividade agregada que se visse, com impacte sério nos números, provocaria um choque nas empresas incumbentes e na sua rede de amizades políticas (recordo esta imagem). Como consultor do governo não promoveria a morte deliberada de empresas, mas deixaria as empresas morrerem, não vacilaria na execução estratégica nem promoveria absurdos loucos. Como consultor do governo focaria a atenção no aumento da produtividade agregada pela entrada de novas empresas com níveis de produtividade superiores, não pela sua escolha, mas pela criação de condições para tornar o país atraente para elas.

Essas empresas novas além de serem mais produtivas, seduziriam as pessoas empregadas nas empresas incumbentes a mudarem de emprego para elas. As empresas incumbentes acabariam na maioria por terem de morrer ou deslocalizar-se, outra forma de aumentar a produtividade. Isto explica o fenómeno dos Flying Geese.

É incrível como o mainstream acredita que são as empresas existentes as culpadas pela baixa produtividade do país. Como consultor do governo nunca criticaria as empresas existentes, cada empresa existente é um milagre que merece ser celebrado. Como consultor do governo focaria a minha atenção nos mastins dos Baskerville, as empresas que não existem.

Nota das 06h57: Recomendo a leitura da crónica de Joaquim Aguiar no JdN de hoje sobretudo o terço final sobre a relação entre a República dos Garotos, a crença no distributivismo e a rede de amizades.

segunda-feira, maio 22, 2023

Acerca dos ecossistemas (parte II)

Ainda na sequência de Acerca dos ecossistemas temos:

"companies that focus only on the value they create, and not the value they bring, will set themselves up for disappointment.

...

getting things done in ecosystems requires being nimbler and more responsive to everything from customer needs to managing tricky relationships with partners that might otherwise be competitors. 

...

To be sure, competing in ecosystems won't come easily to top leadership teams that are used to static industry boundaries and traditional, zero-sum- game forms of competition. But they had better learn fast. As ecosystems become more of a differentiating factor that separates out high performance, companies that already have an edge will be well placed to extend it."

Trechos retirados de "Tapping ecosystems to power performance


sábado, maio 20, 2023

Vergonha alheia…

Vergonha alheia!

Tanta conversa sobre marca, preço de venda, design … mas afinal corremos o risco de deslocalização quando o aumento dos salários é superior ao da produtividade.

Wait! Em que gama de valores é que os salários têm crescido mais do que a produtividade?

Há tempos tive a conversa sobre o salário do motorista de autocarro que sai de Lago na Nigéria para fazer o mesmo em Oslo, ou sobre o barbeiro tuga que vai para Londres fazer o mesmo. A sua produtividade física mantém-se, mas a sua produtividade efectiva aumenta drasticamente porque as comunidades em que ficam inseridos podem suportar serviços pagos a um preço muito superior.

Como é que num mesmo país isto pode acontecer? Quando as pessoas migram de uma ocupação numa área para outra ocupação numa outra área?

Esta conversa parece retirada do guião de Ferraz da Costa… o que não é propriamente um elogio.

Representa uma mudança no discurso …

Continua

sexta-feira, maio 19, 2023

Quem vai voltar a ser a China da UE?

"Schneider Electric, one of the world's largest makers of electrical and automation products, is shifting some manufacturing closer to the U.S. from factories in Asia and Europe as it pushes ahead with a regional manufacturing strategy.

The moves are meant to position the France-based company, which makes goods such as light switches, electric-vehicle chargers, home-automation systems and data-center equipment, to meet growing demand in North America and to compete for federal subsidies aimed at expanding manufacturing in the U.S.

The company said it has started working with North American suppliers and is encouraging some of its suppliers elsewhere to set up factories in the region as it builds a local supply chain for materials such as nickel and lithium.

The company said it makes more than 80% of the products it sells in the U.S., Mexico and Canada in North America, with the rest made in factories across China, India, Southeast Asia and Europe. It will continue manufacturing in Asia and Europe but aims to have the finished goods go to customers in those regions instead of shipping the products around the world.

The company is restructuring its supply chain at a time when many businesses are looking to bring manufacturing closer to the U.S. after disruptions, stockouts and shipping delays during the Covid-19 pandemic highlighted the fragility of far-flung supply chains, said Kamala Raman, an analyst at research firm Gartner. Geopolitical tensions between the U.S. and China have also prompted concerns from government and business officials about the national-security risks of manufacturing crucial and highly technical items such as semiconductors overseas”

Trechos retirados do WSJ no artigo "Schneider Electric Expands Its North American Manufacturing"

quinta-feira, maio 18, 2023

Por que engonhamos tanto? Sim, sobre a farmácia do futuro.

Ontem dei de caras com este artigo, "Reino Unido quer dar mais poder a farmácias para aliviar centros de saúde. Seria possível em Portugal?"
"As farmácias britânicas poderão vir a fazer diagnósticos e prescrever medicação. Em Portugal, os farmacêuticos veem com bons olhos medidas semelhantes, mas os médicos dizem que seria "retrocesso"."

Meu Deus... uma autêntica viagem no tempo a Abril de 2008, "Um caminho para a farmácia do futuro?" ou mesmo a Abril de 2007 com "Estava escrito nas estrelas".

Um tema que revisito ao longo dos anos, A farmácia do futuro (parte VII) (Janeiro de 2018).

Em Janeiro passado, Por que engonhamos tanto?


quarta-feira, maio 17, 2023

Confundir efeito com causa (parte II)

Confundir efeito com causa (parte I) 


Por causa do fácil versus o difícil temos:

Há dias escrevemos este postal, Emprego, marketing e subida na escala de valor, onde abordamos o tema da destruição de emprego qualificado e o crescimento do emprego não qualificado. Nestes postais, Tudo vai depender do tal jogo de forças (parte V), e Turn, turn, turn - versão de 2023, abordo o impacte da saída da produção industrial na China.

Ontem, no WJS encontrei "The Disappearing White-Collar Job" onde li:

"For generations of Americans, a corporate job was a path to stable prosperity. No more.

The jobs lost in a monthslong cascade of white-collar layoffs triggered by overhiring and rising interest rates might never return, corporate executives and economists say.

...

"We may be at the peak of the need for knowledge workers," [Moi ici: Típico pensamento anglo-saxónico] said Atif Rafig, a former chief digital officer at McDonald's and Volvo. "We just need fewer people to do the same thing."

Long after robots began taking manufacturing jobs, artificial intelligence is now coming for the higher-ups-accountants, software programmers, human-resources, specialists and lawyers-and converging with unyielding pressure on companies to operate more efficiently.

...

During past periods when higher interest rates pitched the U.S. economy into recession, job losses were often led by industries most sensitive to rate changes, such as manufacturing and construction.

...

Layoffs in the information sector were up 88% in March from a vear earlier and up 55% in finance and insurance, the data show. For manufacturing, they were up 25% ever the same period.

Companies are for the moment focused on keeping bluecollar employees-restaurant servers, warehouse workers, drivers and the like-who remain in short supply, according to economists and humanresources specialists.

...

Whole Foods and Disney announced layoffs in recent weeks that largely hit corporate staff while sparing such customer-service jobs as grocery clerk and hourly theme park attendant. 

...

Payroll data from more than 300,000 small- and medium-size businesses showed that wages for new hires had generally declined in April from a year ago but fell most rapidly in white-collar professions, such as finance and insurance"

O desconhecido difícil para os agentes portugueses é conhecido fácil para agentes estrangeiros - daí  Tamanho, produtividade e a receita irlandesa.

Já há uns tempos que sinto que estamos a ficar maduros para uma revolução semelhante à que Cavaco encabeçou quando libertou a economia à iniciativa privada (bancos, televisões, jornais, empresas nacionalizadas com o 11 de Março...) pena que alguns se distraiam com a engenharia social.

terça-feira, maio 16, 2023

Acerca de custos de oportunidade

Volta e meia aqui no blogue recordo as tontices de Paulo Portas e muitos outros que querem substituir importações por produção nacional, como o bicicletas.

A explicação do problema da substituição das importações por produção nacional faço-a aqui em Live and let live (Fevereiro de 2022) e em Como se pode ser tão burro e cometer sempre os mesmos erros??? (Agosto de 2020).

Por que volto ao tema? Por causa de um artigo publicado ontem no Correio da Manhã, "País compra cada vez mais peixe e conservas lá fora":

De acordo com os dados do INE:

  • as exportações homólogas de peixe no 1º trimestre deste ano cresceram 17%, e as de conservas cresceram 20%
  • as importações homólogas de peixe no 1º trimestre deste ano cresceram 6%, e as de conservas cresceram 15%

Nunca esquecer que exportamos produtos de gama superior aos que importamos. Se ocupamos capacidade produtiva com margens baixas, não a temos para produzir gamas mais altas.

As primeiras semanas de lockdown em 2020 mostraram o quanto o peixe da gama alta vai para fora a bom preço, preço que os tugas nunca poderão suportar.

segunda-feira, maio 15, 2023

Fugir da esquizofrenia

Há muitos anos que aqui no blogue escrevo sobre a esquizofrenia analítica, independentemente do governo de turno ser de direita ou de esquerda. Recordo, por exemplo:

Mão amiga fez-me chegar este tweet:

Não por acaso, no final de Abril último tirei uma foto ao título de uma coluna do JN:


Agora, analisei os dados do Pordata e resolvi fazer as cartas de controlo para os valores individuais e para a amplitude móvel:


E o que as cartas revelam é que a mortalidade infantil subiu de um ano para o outro por mera flutuação estatística. Nem o Pordata nem a ordem dos Médicos conseguem fugir da esquizofrenia na análise dos resultados (nem Câncio, se o governo fosse de direita). Só os deuses fogem da Conversa de humano.

domingo, maio 14, 2023

Confundir efeito com causa (parte I)

Há dias, neste postal, Emprego, marketing e subida na escala de valor, escrevi algo que me tem martelado o cérebro:
"Parece que o ministro da Economia não percebe a pirâmide dos Flying Geese: "A questão dos salários é decisiva para o futuro dos trabalhadores e das empresas. Se tivermos salários baixos, a economia nunca se vai desenvolver. Esse problema está umbilicalmente ligado com algum esforço que tem vindo a ser feito para aumentar os salários""
Este trecho: "Se tivermos salários baixos, a economia nunca se vai desenvolver" ...

Será que ele pensa que se os salários aumentarem a economia desenvolve-se? Julgo que ele está a confundir efeito com causa. Por que a economia não se desenvolve, não evolui, os salários continuam baixos porque não há produtividade que sustente o seu aumento. Os salários baixos são mais um sintoma de uma economia subdesenvolvida do que a causa direta de sua falta de crescimento.

Qualquer empresa tem uma estratégia, mesmo que a própria gestão de topo não tenho consciência dela. Uma estratégia bem sucedida assenta num alinhamento interno. Recordo: Alinhamento das operações com a estratégia (Março de 2011).

Recordo também o tema da competitividade, uma empresa pode ser competitiva e estar a empobrecer progressivamente, Não, não pode ser uma repetição do que já se faz (Agosto de 2022).

O que acontece quando o contexto muda?
O que acontece quando se tem de aumentar a produtividade? Recordo Marn e Rosiello e Simon e Dolan e o Evangelho do Valor.
A empresa portuguesa-tipo, do sector transaccionável, não tem hipóteses se se põe a competir pela eficiência e essa é a reacção fácil e instintiva.

Subir na escala de valor implica apostar na "exploration"

Continua.

sábado, maio 13, 2023

Diferenciação, lucro e PMEs

"This article explores the nature of differentiation in microenterprises... Using a combined sample of nearly 10,000 microenterprises across eight developing countries, I estimate that a standard deviation increase in differentiation is associated with approximately an 11 percent increase in revenues and an eight percent increase in profit, [Moi ici: Acerca da importância da estratégia ... gente preocpada com os outputs, em vez de dar primazia aos inputs ou outcomes] relative to the sample mean. ... Finally, I estimate the impact of common policy interventions on microenterprise differentiation. The results suggest that standard business skills training interventions have little effect on differentiation [Moi ici: Sintomático... faz-me lembrar a conversa do excel. BTW, ainda esta semana visitei a Viarcoand that access to individualliability microfinance may actually decrease it

...

Due to the difficult conditions under which many microenterprises operate, it is broadly assumed differentiation will be difficult to achieve, as proprietors cope with constraints on financial and cognitive resources.

...

The goal of the empirical exercise is to shed light on which constraints are most crucial in limiting microenterprises' ability to differentiate, and whether or not these constraints can be released. The results provide clarity on the shape of the relationship between differentiation and performance in microenterprise, which types of microentrepreneurs are most likely to differentiate, and what impacts existing policy interventions have on differentiation outcomes.

...

I find that propensity to differentiate decreases with age in a strikingly linear relationship. Differentiation also increases with years of education, with a particular boost after secondary school. 

...

From a practitioner standpoint, this work aims to demonstrate the relevance of strategic positioning in microenterprises. [Moi ici: Algo que procuramos fazer neste blogue desde o primeiro momento. Infelizmente todas as semanas encontro exemplos de PMEs que querem ser tudo para todos] While strategy and management researchers have posited that differentiation could be an effective source of competitive advantage in this population of businesses, these constructs are not salient in most policy-adjacent work. Indeed, the words "differentiation", "strategy", or "positioning" cannot be found in any of several excellent research summaries of policy programs directed at microenterprises. [Moi ici: Tão interessante!] While this analysis does not demonstrate a causal relationship, the robust association between differentiation and performance described in the results warrants an examination of a) whether an cost-effective interventions can successfully help microentrepreneurs achieve a more differentiated offering, and b) if such differentiation then translates causally to improved performance. The results of this analvsis provide suggestive evidence as to what tvpes of interventions mav prove impactful and which population of microentrepreneurs might be most effective to target."

Trechos retirados de "Differentiation in Microenterprises"

sexta-feira, maio 12, 2023

Emprego, marketing e subida na escala de valor

Ontem escrevi Momento, preço, valor, modelo de negócio e futuro sobre o quanto em Portugal se patina quando o tema é subir na escala de valor.

Ontem no JdN em "Emprego de licenciados com destruição recorde" podia-se ler:

"Num ano, desapareceram 105 mil empregos de licenciados.

...

O emprego só atingiu novo máximo no primeiro trimestre - crescendo menos do que o desemprego - por ter sido puxado por sectores como o alojamento e restauração ou a construção. Em ocupações mais qualificadas, pelo contrário, o emprego recuou.

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nos dados mais detalhados, surgem assimetrias em função do nível de escolaridade. O emprego até cresce para menos qualificados, mas destaca-se a quebra de 6,1% entre quem tem o ensino superior. Apesar disso, o desemprego entre os licenciados não aumenta tanto (+2.7%). É que tanto na população ativa como na população total, os licenciados sofrem quebras próximas de 6%.

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"Aquilo que temos visto é a subida dos salários de sectores menos qualificados, pelo salário mínimo e pela própria dinámica de procura de emprego do turismo, dirigida a pessoas menos qualificadas, que tem aumentado o salário. Por outro lado, os salários reais dos qualificados com formação superior, têm vindo a cair. O prémio salarial associado à escolaridade caiu para os mais jovens de forma muito significativa nos últimos anos. E um incentivo adicional à emigração". Há, segundo economista. uma "recomposição do mercado de trabalho" Torna-se mais atractivo para imigrantes não qualificados - os salários dos não qualificados estão a subir e há oportunidades de emprego -e torna-se menos atractivo para os mais qualificados".

No ECO o meu lado cínico foi despertado em "Calçado entra em 86 escolas para atrair jovens para as fábricas". Como é que o marketing abalroará a experiência que os jovens têm com os familiares que trabalham ou trabalharam no sector do calçado?

"preço médio de venda dos sapatos portugueses para os mercados internacionais ascendeu a 26,40 euros em 2022. Um crescimento de 8,7% em relação ao ano anterior"

Quanto é que aumentaram as matérias-primas e a energia? Quanto sobrou para o aumento dos salários? Quanto maior o sucesso das empresas a captarem os futuros trabalhadores para estes sectores, menos haverá para os outros sectores com mais valor acrescentado bruto.

Recordar:

  • "Falta de mão-de-obra dificulta resposta à procura crescente da produção nacional. Salário médio no setor cresceu 40% numa década, situando-se nos 871 euros em 2019" (fonte)
  • "Há empresários preocupados com o efeito do aumento do salário mínimo na competitividade na indústria portuguesa" (fonte)
Ainda de ontem:
  • "Key to artisanship is there being few artisans. Specifically, the existence of scarcity." (fonte)
Parece que o ministro da Economia não percebe a pirâmide dos Flying Geese:
"A questão dos salários é decisiva para o futuro dos trabalhadores e das empresas. Se tivermos salários baixos, a economia nunca se vai desenvolver. Esse problema está umbilicalmente ligado com algum esforço que tem vindo a ser feito para aumentar os salários", apontou Costa Silva, em resposta ao PCP, na comissão parlamentar de Economia." (fonte)


quinta-feira, maio 11, 2023

Momento, preço, valor, modelo de negócio e futuro

O que se segue é-me doloroso. Amanhã escreverei sobre emigração qualificada, marketing gerador de cinismo e sucesso de uns inocentes como sinal de fracasso da comunidade.

"With the economy at a turning point, companies should be thinking more critically about growth—concentrating on growing better rather than simply getting bigger. [Moi ici: Como bebi por volta de 2007 em "Manage for profit, not for market share" e depois demorei a refinar com Marn e Rosiello para seguir a máxima "Volume is Vanity, Profit is Sanity" desde 2006]

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As inflation and costs have risen, it has become harder for most businesses to grow.

Yet that is exactly what makes this the right moment to think critically about growth

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If you want to find growth in a world where costs are rising, the key is to understand what customers really value today and what they will value in the future.” [Moi ici: Que tempo, que espaço, que paz de espírito é guardada para esta reflexão profunda e de longo prazo? Então com empresas familiares é muitas vezes doloroso ... A única pessoa que pode dedicar tempo a isto está a conduzir um empilhador para arrumar paletes, ou está a substituir um operário especializado que está de baixa... e quem pensa no futuro da empresa? Quem encara de frente o monstro da erosão competitiva?]

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Understanding how to identify and unlock better growth is the key to sustainable success in business.

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If value is key, we need to ask what value really means.

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you can’t even begin to form your growth strategy until you stand in the customer’s shoes and understand how people make trade-offs between price and something much more subtle which is perceived value.” [Moi ici: Claro que isto implica escolher, conhecer quem são os clientes-alvo. Claro que isto implica pôr o output nos bastidores e dar primazia aos outcomes ou inputs e isso é areia demais para muita camioneta]

Some companies tend to confuse value with price, although they are very different concepts. The problem is that price is easy to state, but value is harder to calculate. 

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“Firms need to understand that pricing should be a strategy, not a tactic,”  [Moi ici: Citação poderosa. Muitas vezes, demasiadas vezes usamos o preço como táctica, como resposta ao próximo desafio imediato e não como estratégia. Ainda recentemente vi este trecho como exemplo do preço como estratégia]

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You need to think about what information you are trying to convey with price, because price not only captures value for the consumer, it can also create value for the firm.” [Moi ici: "also create value for the firm" nem comento. Não posso comentar... demasiados casos de destruição de valor, de desperdício de recursos, de irresponsabilidade infantil]

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Many things influence value—including brand, quality and not just what is offered to the customer, but how it is offered and when. [Moi ici: Também relacionado com o o tema da primazia dos outcomes sobre os inputs, porque o foco deixa de ser o produto acabado e passa a ser a situação do cliente-alvo, o seu contexto, os seus objectivos]

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Growth for growth’s sake is a recipe for staff burnout and overall corporate exhaustion: sustainable growth should be about creating opportunities for everyone.

Knowing how to explain value to your customers and understanding how your customer data can tell you exactly what value people are prepared to pay for and what to forego is the essence of a balanced strategy for sustainable growth

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The trade-offs that underlie growth strategy go to the heart of a company, shaping the kind of business it wants to be. “Better growth is about finding a growth model that treats volumes and margins in a way that keeps stakeholder interests in balance and reduces the pressure in the business,” 

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“What we find with companies that adopt a pure volume mindset and market-share mindset is that they often fail to see the real implications for growth,” adds Dr. von der Gathen. “It is what we call getting ‘too hungry to eat.’ Sales are growing, but the company doesn’t have enough inherent revenue stability or profitability, and eventually their business model runs out of juice.” [Moi ici: Que sina!!!]

Creating better growth opportunities

Better growth, therefore, is about building business models with long-term, sustainable revenues and the headroom for innovation. It is about going beyond the math of market share and sales volumes, and finding a growth model designed to nurture the business as a real value-provider."

Entretidos e amparados pelas esmolas dos apoios comunitários, as dores de parto necessárias para a ascensão a um novo nível do jogo não passam de picos de urtigas mansas. 

Trechos retirados de "How businesses can unlock better growth


quarta-feira, maio 10, 2023

Acerca dos ecossistemas

Parece que o tema dos ecossistemas de partes interessadas continua a bombar.

"Ecosystems for the rest of us"

"Digitally enabled ecosystems are a vital part of the modern business landscape. They open the door to new customers and markets, and broaden and enhance a firm’s value proposition through the seamless bundling and integration of goods and services. Last but not least, ecosystems help companies become more innovative. It’s little wonder so many want to get involved."

"Ecosystems"

"Participating in ecosystems allows organizations to reach new customers by complementing (or even replacing) traditional value chains with environments in which companies work with multiple partners in different ways to create value."

"How to Create a Stakeholder Strategy"

"firms can use data—which is increasingly accessible and rigorous—to craft and implement effective growth strategies that recognize the complex interdependencies among stakeholders, create mutual benefits for them, and increase the net value generated collectively for their constituents."

Recordo um dos primeiros postais sobre o tema aqui no blogue em 2007, Subir na escala de valor e este resumo de 2016, Balanced Scorecard (parte V)

terça-feira, maio 09, 2023

De volta a alguma racionalidade (parte II)

De volta a alguma racionalidade ... (parte I) 

"For many direct-to-consumer brands, e-commerce marketplaces and resale platforms, the path to profitability is less of a marathon and more of an Indiana Jones-style sprint to stay ahead of the giant boulder threatening to crush any stragglers. Most of the fashion and beauty start-ups that went public in the last few years are struggling to convince investors they have what it takes to weather the current period of sluggish growth and elusive profitability. Patience is wearing thin for some of the worst-off names, and a few, like Poshmark, have already been acquired at a discount."

Trecho retirado de Which Start-Up Will Win the Race to Profitability? 

Interessante, em menos de uma semana mais um artigo sobre o tema da importância do lucro logo no arranque de uma marca, em vez do volume como critério de sucesso.

Uma mudança importante nos critérios de decisão e gestão.

segunda-feira, maio 08, 2023

Clientes em vez dos concorrentes


 "Ten major changes characterize the transition from industrial-era strategy practices to today.

1. The Shift In Focus From Competitors To Customers

The practice of business strategy is often said to have begun with Michael Porter’s 1979 HBR article, “How Competitive Forces Shape Strategy.” The article opened with the fateful sentence, “The essence of strategy formulation is coping with competition.” [Moi ici: Recordar Dick Dastardly - Live and let live]

...

Porter’s main mistake was his concept of “the essence of strategy.” The essence of strategy is not coping with competition—a contest in which a winner is selected from among existing rivals. The essence of business strategy is to add value for customers. [Moi ici: Desde o princípio deste blogue temos focado a nossa atenção na  determinação dos clientes-alvo, em deixar de ver os clientes como "miudagem no recreio" - Sem uma estratégia clara, come on... BSC? (parte I) ] Porter’s five-force model of strategy misses the basic point that ultimately customers are the determinant of business success."

Trechos retirados de "What's New About Strategy In The Digital Age"


domingo, maio 07, 2023

O que aconteceu? (com as calças na mão)



Auditar uma empresa e perceber que não alteraram a análise do contexto feita em 2022. Segundo a empresa não há mudanças relevantes.

O que podemos pensar disto?

Primeiro, deste artigo de Abril passado, "Building optionality: Balance sheet discipline is both timely and timeless", sublinho:
"The macroeconomic outlook might be even more uncertain now than it was a year ago, which is saying something. Geopolitical risks, strong labor markets, persistent inflation, yo-yoing consumer sentiment, and a host of other confused signals have left business leaders with little certainty about the future. [Moi ici: Mais incerteza significa mais riscos e mais oportunidades] As central banks lift rates, external financing is becoming more difficult for companies across sectors."

Segundo, também de Abril passado, este postal, "Understanding the growth opportunity presented by volatile times", sublinho:

"Today, many companies are experiencing a global economy that feels different to anything they have ever encountered before. It is not just that firms are cutting forecasts, cutting headcount and beset with uncertainty. It is that uncertainty has become the default.

"Businesses are facing all sorts of volatility," says Brad Soper, Partner and Head of Industrials at the commercial growth specialist Simon-Kucher. "There is geopolitical uncertainty, there is banking volatility, there is demand volatility. This is systemically different to what has gone on before, in terms of the frequency and the amplitude of the ups and downs. And there is no doubt that makes it very difficult to sit down and just run a business."

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"When you have periods of great volatility, that's when a company should be looking at what made them competitive in the first place," says Prof. Kavadias. "Look at what has added value. You can't cut your way out of a downturn, you can only innovate your way out. Cutting without innovating only sets you up for bigger failures in the future.""

Terceiro, também de Abril passado, esta reflexão, "Why uncertainty is your friend if you're looking for big returns", sublinho:

"It's tempting to invest in areas that promise certain returns for a given investment. Unfortunately, by the time an opportunity has become so well understood that anyone could pursue it, it is well on the way to commoditization. To find big payoffs, you must be willing to explore high uncertainty bets.

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So yes, the transformational space is where the big returns are to be made. But only if you manage them as options on a transformational outcome, not as tweaks to an existing process you understand well.

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And if you don’t invest in transformation? The commodization monster awaits." 

Os que abraçam a mudança em vez de lhe resistir são os que ganham um lugar no futuro. 

Recuo a 2007 e a "Perceber o futuro" onde escrevi:

"A frase é conhecida "Uns cheiram, percebem o que vem aí e perguntam: "O que vai acontecer?". Outros perguntam: "O que está a acontecer?". Por fim, outros, admirados, confundidos, perguntam: "O que aconteceu?""

sábado, maio 06, 2023

Slowbalization (parte II)

E se for mais do que isso? 

"A.P. Moller-Maersk on Thursday posted a sharp drop in first-quarter net profit as inventory corrections in Western economies sent shipping demand falling, pushing freight rates and volumes lower.

The Danish shipping giant expects the destocking effort, the result of an enormous inventory buildup last vear that left retailers swamped with goods, to wind down by the end of the second quarter but that trade volumes are still contracting.

"So far we don't see a strong move towards normalization. Some customers are getting to the end of destocking, but it's not consistent," Chief Executive Vincent Clerc said."

Recordo os recentes:

Trecho retirado de "Maersk Hit by Drop In Freight Demand" publicado no WSJ de ontem.

sexta-feira, maio 05, 2023

De volta a alguma racionalidade ...

Julgo que tenho acertado numa série de previsões ao longo dos anos, mais do que as vezes que falho. Onde costumo falhar é quando se mete o custo do dinheiro. A manipulação do custo do dinheiro pelos políticos, leva a comportamentos irracionais, ou a exageros exuberantes.

Este artigo, "Why There May Never Be a Gen-Z Glossier or Warby Parker", por um lado, veio-me recordar estas falhas, por outro fez-me voltar a Mongo e aos seus nichos.

"Millennial brands kicked off a decade-long direct-to-consumer gold rush, only to watch their prospects collapse with rising interest rates and the end of the pandemic’s e-commerce boom. Now, Gen-Z brands are trying to avoid the same mistakes.

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If millennial products were known for their sleek packaging in muted colours, their Gen-Z successors tend to go bold, with splashy fonts in vibrant hues and often an intentionally kitschy vibe. Brands like Everlane and Bonobos were for everyone; skincare brand Topicals, swimwear label Raq Apparel and other Gen-Z companies are all about owning their niche.

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 Gen-Z brands are coming of age in a difficult economy where “free money” is an increasingly distant memory. Investment in apparel and beauty brands fell by 50 percent globally, to $2 billion last year, according to Pitchbook. That figure is on pace to fall another 40 percent this year. And that cash comes with more strings: a clear, and short, path to profitability matters as much as growth.

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Whether it's by necessity or design, Gen-Z brands may be setting themselves up for a less-bumpy run than their predecessors. Going after niche audiences is a tried-andtrue way to build a business. It's also cheaper - hyper-local Instagram ads and payouts to micro-influencers are more realistic for brands whose backers have them on a tight leash. So is relying on a big retailer for exposure rather than going it alone. Owning a niche can mean better serving customers - such as providing skin care for textured skin prone to flare-ups (Topicals) or producing undergarments for a range of sizes and gender identities (Parade) - to connect with a generation of values-driven shoppers.

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This young cohort of founders are going to have to do a lot more with less,” said Bill Detwiler, managing partner at Fernbrook Capital Management, which invests in e-commerce brands and software and services firms. “You’re going to see a more resilient class of companies come out of this.

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Still, investors say Gen-Z brands as a group appear to be scaling at a slower pace, but achieving profitably faster.

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"The real unicorn in the world today is one that is profitable.""

Volume is vanity, profit is sanity. 

quinta-feira, maio 04, 2023

Turn, turn, turn - versão de 2023

Recentemente escrevi, O choque chinês, não o euro. Agora, imaginem o impacte da reversão deste choque... por isso, tenho escrito esta série de postais - Tudo vai depender do tal jogo de forças (parte V).

Para reflexão:

"China’s days of being the Western world’s go-to manufacturing hub may be coming to an end. This has serious ramifications for China, and the world. Depending on where you focus, this is a good thing, or a bad thing. In fact, it’s probably both.

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For those with contacts in China, stories of laid off young people struggling to afford their apartments, taking on two jobs in gig economies, or becoming escorts in karaoke bars is becoming commonplace. This is not the country that the CCP once held together with promise of opportunity and quick climbs up the Chinese social ladder. This is starting to turn into America of the late 1990s-2000s, reeling for China’s take over of American tooling and steel, textiles and furniture manufacturing. Many people here know what that feels like.

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The problem is geopolitics. [Moi ici: Recordar Taiwan como espelho da Ucrânia - Cash, then value, then growth] That should scare China’s investors more. They know the drill already. Companies are slow walking out of China because of those tensions. This includes Chinese companies investing in Southeast Asia to avoid trade tariffs, sanctions, and growing political risk. [Moi ici: Recordar Lembram-se do "banhista gordo"?]

To keep its business with the Americans (and to a lesser extent, the Europeans) Chinese companies are moving off the mainland.

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In a country with roughly 900 million workers, many of whom are blue collar and not about to “learn to code”, these job losses tear at the social contract between the CCP and its people. Roughly 17% of Chinese people have a college degree compared to around 36% in the U.S., according to Chinese and U.S. government stats.

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Either China figures out a way to consume what it produces at home rather than relying on the U.S. consumer, [Moi ici: Eu pensei nisto em 2008. Recordo Especulação. No entanto, Peter Zaihan alerta-nos para o colapso demográfico chinês, O futuro da globalização. Só para ter uma ideia do impacte da coisa repito aqui o número tremendo "The Chinese are going to lose a greater percentage of their population in the next 20 years from aging than Europe did in the Black Plague, according to Peter Zeihan"] or Beijing makes it less attractive for companies to set up shop in Vietnam. If they cannot do those things, the bloodletting will continue. If this trend goes on, it should be seen as a harbinger of worse things to come.

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China used to make almost all of our clothes. Not anymore. That’s job losses for China.

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U.S. imports of China made apparel decreased from about $25 billion in 2018 to about $17 billion in 2021, according to a March 2023 report by the International Trade Commission (ITC).

Imports of these goods from China declined but imports from the rest of the world grew by 25.2%. The ITC estimated a sizable decline in apparel manufacturing imports from China of 40% between 2020 and 2021, while U.S. production increased by up to 6.3% in 2021 in response.

The ITC study looked at 10 different sectors. In all 10, China exports to the U.S. fell. Computer equipment from China fell around 7%; furniture imports fell 25%; electronics equipment imports fell by 40%. Automotive parts imports fell a whopping 50%, according to the ITC.

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China and Hong Kong’s investment into Mexico rose six-fold from $117.1 million in 2015 to nearly $700 million in 2022, according to the Mexican government.

Chinese manufacturing growth might have peaked.

China’s future growth industries could pick up some of this labor, but very little. Robotics will be good for China blue collar labor, but biotech, pharma, and AI will not as making the shift from seamstress to scientist is quite the stretch. So is going from Chinese solar panel maker to AI coder. It is also unlikely that lower skilled office jobs can pick up the blue collar workforce losing out to outsourcing.

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China is surely not a dying manufacturing power. Europe would be in worse shape, for sure. China can turn the ship around, but if it comes at America’s expense, that will be totally unsustainable.

But China’s days as manufacturer of nearly everything in your house and garden shed look to be pretty much over. That’s a lot of workers whose future is in question for the first time in a generation.

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the bad news is that the erosion of China’s role as go-to manufacturer will likely become a matter of life and death — for industries, for businesses, for some people."

Trechos retirados de "China's Big Troubles: Its Days As Global Go-To Manufacturer May Be Coming To An End"

quarta-feira, maio 03, 2023

Optimizar processos!

Nos últimos meses várias empresas de vários países contactaram-me por causa de projectos na área da optimização de processos. 

Interessante este artigo, "The Boss Wants to Make You More Efficient", publicado no WSJ do passado Sábado:

"For years when AT&T Inc. threw a retirement party, employees had to enter the names of attendees in the telecom company's expense-reporting system. It was the kind of small annoyance that is an accepted part of office life for millions of whitecollar workers.

But a technology team at AT&T figured the requirement, plus a similar one for service-anniversary parties, was costing its workers 28,500 hours a year that they could be spending on more important tasks. So the company scrapped it, and in the past two years has made more than 160 similar moves it estimates are saving employees nearly 3 million hours a vear.

...

The threat of an economic contraction has put companies under growing pressure from investors to reduce waste and boost productivity. That has led to a wave of layoffs and other cost cutting. Many companies are also moving bevond broad austerity measures and homing in on the minutiae of everyday work. They are rethinking processes and how employees do their jobs, with the goal of getting workers to make better use of their time. The efforts are permeating U.S. companies to a degree that executives say they haven't seen in years.

...

Efficiency is about how work is done, and it is closely linked with productivity. If workers are more efficient -reducing the time and resources needed to complete a task-productivity should theoretically improve, too. Productivity, as narrowly defined by macroeconomists, measures the amount of output produced in one hour of labor.

How companies measure productivity varies. Some businesses consider the revenue or profit generated per employee. Others focus on projects delivered or new products shipped. Improved processes could also pave the way for companies to employ fewer people.

At some point, however, shaving time off workers' tasks in microdoses reaches a limit in terms of cost savings. Companies ultimately still need innovation and investment to fuel long-term growth, said Roger Martin, [Moi ici: Nunca esquecer esta achega de Roger Martin, aumentar a produtividade à custa da eficiência tem limites, são "peaners". Aumentar a produtividade a sério tem de passar pelo numerado da equação da produtividade] former dean of the Roman School of Management at the University of Toronto and now an author and adviser to executives.

Labor productivity has largely led by Toyota Motor Corp., which popularized an approach to manufacturing defined by an obsessive commitment to efficiency and constant self-assessment. Elements of that playbook are now being adopted in sectors well beyond manufacturing, from tech to finance to food service. [Moi ici: Costumo dizer isto muitas vezes, a abordagem por processos é muito mais eficaz a nível de serviços do que na fabricação. Na fabricação as coisas vêem-se, as coisas circulam. Nos serviços, é muito mais impactante e revelador transformar as coisas intangíveis em algo palpável. Mapear um processo é como levar uma organização a tomar consciência de como é, de como funciona e esse é o primeiro passo para a batota]"

Imagem retirada deste postal Uma saudade enorme ... 

terça-feira, maio 02, 2023

Como é que ninguém fala disto?

Recordo o postal recente O que será utilizar bem os fundos comunitários?

O que será preciso para aumentar a produtividade num sector tradicional como o têxtil?

Não é preciso inventar, basta olhar para o sector têxtil alemão, sim alemão.

Recuo a 2015 e ao artigo citado em Diferenciação permite coabitação:

"Estive há tempos num congresso da indústria em Dresden [Alemanha] e quase não se falou de roupa. Falou-se sim da indústria automóvel, da aeroespacial ou da construção", nota Braz Costa, administrador do Citeve e do Centi, um centro de investigação nas áreas da nanotecnologia e dos materiais inteligentes com sede em Famalicão. Não admira por isso que o maior produtor e exportador têxtil da Europa seja a Alemanha. Não de peúgas ou de t-shirts, mas de materiais com que se fazem os painéis dos automóveis, próteses médicas, peças de motores ou asas de aviões."

Qual o salário médio de um trabalhador têxtil alemão? Em 2020 foi de 2971 euros de acordo com dados do Statista. Qual o salário médio de um trabalhador têxtil português? Em 2020 foi de 939 euros de acordo com dados do INE.

Como é que ninguém fala disto?

Cada vez mais vou-me convencendo que os fundos comunitários funcionam como algo que torna esta evolução mais, muito mais lenta.

Mais uma vez, não se chega lá trabalhando no denominador da equação da produtividade, mas no numerador.