Mostrar mensagens com a etiqueta custos de oportunidade. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta custos de oportunidade. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, maio 16, 2023

Acerca de custos de oportunidade

Volta e meia aqui no blogue recordo as tontices de Paulo Portas e muitos outros que querem substituir importações por produção nacional, como o bicicletas.

A explicação do problema da substituição das importações por produção nacional faço-a aqui em Live and let live (Fevereiro de 2022) e em Como se pode ser tão burro e cometer sempre os mesmos erros??? (Agosto de 2020).

Por que volto ao tema? Por causa de um artigo publicado ontem no Correio da Manhã, "País compra cada vez mais peixe e conservas lá fora":

De acordo com os dados do INE:

  • as exportações homólogas de peixe no 1º trimestre deste ano cresceram 17%, e as de conservas cresceram 20%
  • as importações homólogas de peixe no 1º trimestre deste ano cresceram 6%, e as de conservas cresceram 15%

Nunca esquecer que exportamos produtos de gama superior aos que importamos. Se ocupamos capacidade produtiva com margens baixas, não a temos para produzir gamas mais altas.

As primeiras semanas de lockdown em 2020 mostraram o quanto o peixe da gama alta vai para fora a bom preço, preço que os tugas nunca poderão suportar.

domingo, fevereiro 25, 2018

Acerca das importações

Se as exportações em 2017 cresceram 10%, com uma grande contribuição das commodities, ao contrário dos últimos anos, as importações cresceram mais de 12,5% em 2017. Qual a evolução do perfil das importações segundo os dados do INE?
As importações cresceram 7670 milhões de euros em 2017. Dois terços desse crescimento, 5124 milhões de euros, foram devidos a apenas 6 itens. E já agora, mais de 35,5% desse crescimento foi devido a apenas dois itens (Combustíveis ... e Automóveis ...)

Interessante comparar importações e exportações lado a lado em termos de crescimento:

Por exemplo, a nível de "Móveis, mobiliário médico-cirúrgico, ..." importaram-se mais 138 milhões de euros (total em 2017 foi de 1128 milhões de euros) e exportaram-se 107 milhões de euros (total em 2017 foi de 1932 milhões de euros). Como não recuar a 2010 e 2015 e relacionar com "Um programa 100% reles" e os custos de oportunidade (BTW, custos de oportunidade é algo de muito difícil de fazer perceber, há demasiados trumpistas, à direita e à esquerda, adeptos da versão portuguesa do MAGA (Make America Great Again) comparar esta postura com esta outra).

Outro exemplo deve ser o do "Peixes, crustáceos, ..." importamos peixe barato e exportamos o peixe mais caro.

segunda-feira, outubro 19, 2015

"um atestado de desconhecimento da realidade" (parte IV)

Parte Iparte IIe parte III.
.
No mesmo programa o ex-ministro Teixeira dos Santos também resolveu secundar uma posição que já ouvi Paulo Portas defender: muito preocupado com as importações convida as empresas portuguesas a trabalhar para as substituir (minuto X a Y)
.
Vejamos o exemplo do mobiliário português.
.
Em 2010 [Moi ici: Estava na moda nesse ano, como não recordar Nuno Melo, a ATP e os paquistaneses] uma das associações do sector tinha esta opinião "Indústria declara 'guerra' aos móveis oriundos da Ásia":
"A Associação das Indústrias da Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP) está preocupada com as crescentes importações de móveis do Sudeste asiático, em especial de países como a China, as Filipinas, a Tailândia e o Vietname. Apesar de a produção nacional ser excedentária em 300 milhões de euros, 67% do consumo nacional de mobiliário já é importado, 30% do qual do Sudeste asiático. Produto mais barato, reconhece o presidente da AIMMP, Fernando Rolin, mas que alerta para os custos na competitividade nacional: "Quanto mais móveis asiáticos se venderem, mais gente se põe no desemprego, que depois não terá dinheiro para comprar nem produtos chineses nem portugueses."
...
A indústria do sector produziu 900 milhões de euros e exportou 690 milhões em 2009.
...
"Para exportar 690 milhões de euros, andamos a vender uma cadeira no Japão, uma mesa em Singapura, um aparador no Egipto, um toucador e uma cama em Nova Iorque, um psiché em São Francisco e sabe-se lá o quê atrás do sol-posto e, em contrapartida, quando queremos vender mobiliário à loja do lado, onde quase podíamos entregar os móveis à cabeça, ela está cheia de produto asiático", diz o presidente da AIMMP. Rolin admite que em condições normais "esta seria uma situação que teríamos de resolver à custa da nossa competitividade", mas o problema, salienta, reside nas razões de base, que permitem "que o móvel asiático chegue ao retalhista, em média, 40% mais barato que o nacional"."
Depois disto o que é que aconteceu?


  • as exportações cresceram acima de 9% em 2011;
  • as exportações cresceram acima de 6% em 2012;
  • as exportações cresceram 11% em 2013;
  • as exportações cresceram 13% em 2014;
  • as exportações cresceram cerca de 12% nos primeiros 6 meses de 2015.

  • Acaso a indústria portuguesa de mobiliário pode competir, num mercado aberto, com os preços do mobiliário asiático?
    .
    .
    .
    E, no entanto:
    "A taxa de cobertura das exportações pelas importações do período em referência é de 235%."
    David não pode competir de igual para igual com Golias. David, o melhor que tem a fazer é esquecer Golias e os que preferem Golias e, concentrarem-se em quem prefere David, estejam eles onde estiverem.
    .
    E Teixeira dos Santos não sabe o que são Custos de oportunidade?

    sexta-feira, outubro 02, 2015

    O canto da sereia


    "Most enterprise managers find business model innovation decision making difficult preferring stay the course than to aim for paradigm shift. One possible explanation for this comes from a bias first described by Barry M. Staw in his 1976 paper, “Knee deep in the big muddy: A study of escalating commitment to a chosen course of action” and called: escalation of commitment or sunken cost fallacy. Even though it is commonly expected that individuals will reverse decisions or change behaviors which result in negative consequences. Yet, based on the cumulative prior investment and despite new evidence suggesting otherwise, within investment decision contexts, negative consequences may actually cause decision makers to increase the commitment of resources (time, money, manpower, emotions) and undergo the risk of further negative consequences."
    Trecho retirado de "Why you’re in love with your current business model"

    segunda-feira, fevereiro 09, 2015

    Focalização e custo de oportunidade

    "The notion of opportunity cost, central to economic profit (and, for that matter, to economics for over a century), is apparently not an easy concept for busy executives. I don't mean that it's an intellectually difficult notion. We all know the basic idea. Opportunity cost is the sacrifice you make related to the next-best alternative available; it's what you forgo when you make a choice for X rather than Y or Z. The issue is not IQ. Rather, as usual in business, it's living the idea in practice, because opportunity costs are not just financial; they also include the lost time, effort, and other activities associated with resource allocation." 
    Talvez esta dificuldade ajude a perceber o porquê da dispersão, da ausência de estratégia em tantas PME.
    .
    Sem noção do sacrifício incorrido, torna-se fácil entender como a pressão para a focalização é pouco eficaz.
    .
    Trecho retirado de "Aligning Strategy and Sales" de Frank Cespedes.

    segunda-feira, setembro 08, 2014

    "It never ends"

    Quando uma empresa usa o low-cost como estratégia para competir no mercado internacional, está sempre sujeita a que:
    "“What I do worry about every year is the future of the factory,” [Moi ici: Diz o director de uma fábrica na Indonésia] he tells her. “I worry that someone somewhere else, somewhere cheaper, will start to make furniture, and that will be that for us.”
    .
    It never ends."
    Dá a necessidade de sair fora deste filme e optar por outra estratégia

    Trecho retirado de "The Human Toll of Offshoring"

    terça-feira, dezembro 31, 2013

    Acerca dos custos de oportunidade

    "“Opportunity cost” is a term from economics that refers to what we give up when we make a decision.
    ...
    Imagine that you have been saving some extra money on the side to make some purchases, and on your most recent visit to the video store you come across a special sale on a new video. This video is one with your favorite actor or actress, and your favorite type of movie (such as a comedy, drama, thriller, etc.). This particular video that you are considering is one you have been thinking about buying for a long time. It is available for a special sale price of $14.99.
    .
    What would you do in this situation? Please circle one of the options below.
    .
    (A) Buy this entertaining video.
    (B) Not buy this entertaining video.
    .
    Given this choice, 75% bought the video and only 25% passed.
    ...
    Later the researchers asked a different group of people the same question, but with a minor modification (printed here in bold):
    .
    (A) Buy this entertaining video.
    (B) Not buy this entertaining video. Keep the $14.99 for other purchases.
    .
    Surely the part in bold should not have to be stated. It’s obvious and even a little insulting. Do we really need to remind people that they can use their money to buy things other than videos?
    .
    Nonetheless, when shown that simple, stupid reminder, 45% of the people decided not to buy the video. The reminder almost doubled the chance that people would pass on the purchase!
    ...
    Focusing is great for analyzing alternatives but terrible for spotting them. Think about the visual analogy—when we focus we sacrifice peripheral vision. And there’s no natural corrective for this; life won’t interrupt our focus to draw our attention to all of our options.
    ...
    Our lack of attention to opportunity costs is so common, in fact, that it can be shocking when someone acknowledges them."
    Trechos retirados de "Decisive" de Chip Heath e Dan Heath.