domingo, maio 14, 2023

Confundir efeito com causa (parte I)

Há dias, neste postal, Emprego, marketing e subida na escala de valor, escrevi algo que me tem martelado o cérebro:
"Parece que o ministro da Economia não percebe a pirâmide dos Flying Geese: "A questão dos salários é decisiva para o futuro dos trabalhadores e das empresas. Se tivermos salários baixos, a economia nunca se vai desenvolver. Esse problema está umbilicalmente ligado com algum esforço que tem vindo a ser feito para aumentar os salários""
Este trecho: "Se tivermos salários baixos, a economia nunca se vai desenvolver" ...

Será que ele pensa que se os salários aumentarem a economia desenvolve-se? Julgo que ele está a confundir efeito com causa. Por que a economia não se desenvolve, não evolui, os salários continuam baixos porque não há produtividade que sustente o seu aumento. Os salários baixos são mais um sintoma de uma economia subdesenvolvida do que a causa direta de sua falta de crescimento.

Qualquer empresa tem uma estratégia, mesmo que a própria gestão de topo não tenho consciência dela. Uma estratégia bem sucedida assenta num alinhamento interno. Recordo: Alinhamento das operações com a estratégia (Março de 2011).

Recordo também o tema da competitividade, uma empresa pode ser competitiva e estar a empobrecer progressivamente, Não, não pode ser uma repetição do que já se faz (Agosto de 2022).

O que acontece quando o contexto muda?
O que acontece quando se tem de aumentar a produtividade? Recordo Marn e Rosiello e Simon e Dolan e o Evangelho do Valor.
A empresa portuguesa-tipo, do sector transaccionável, não tem hipóteses se se põe a competir pela eficiência e essa é a reacção fácil e instintiva.

Subir na escala de valor implica apostar na "exploration"

Continua.

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