sábado, abril 27, 2013

Deve ser a isto que chamam de espiral recessiva

"2013 com mais constituições de empresas e menos insolvências"
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Quando li o título, confesso que franzi o sobrolho.
"O primeiro trimestre de 2013 encerrou com um aumento da constituição de empresas (+24,2%), e uma descida no encerramento de empresas (-15,2%) e no número de empresas com processos de insolvência iniciados (-8,2%)."
Pensava que a mudança legislativa sobre a facturação tivesse um impacte maior... será que fecharam em Dezembro de 2012 e abriram em Janeiro de 2013?
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Depois de escrever o que está acima, pesquisei este livrinho muito interessante e encontrei uns gráficos que me chamaram a atenção:
Dentro dos últimos 24 meses, só nos últimos 4 meses as constituições homólogas foram superiores. E lá está o pico anormal de constituições em Janeiro de 2013. Anormal comparando com Janeiro de 2012 e anormal comparando o desempenho homólogo dos restantes meses, anterior e posteriores.

 Não esperava esta. Não esperava que as dissoluções em Dezembro de 2012 fossem inferiores às de Dezembro de 2011... ou havia menos empresas a não declarar o que vendiam ou... não perceberam que a AT os vai visitar se as vendas declaradas saltarem de um ano para o outro em plena recessão.
Dentro dos últimos 24 meses, só nos últimos 4 meses é que apareceram 3 meses em que as dissoluções homólogas foram inferiores.

 Que sectores estão a crescer em número de empresas.
Será que estou a interpretar mal quando retiro deste quadro a ideia de alguma revitalização do interior? Talvez devido à agricultura e pecuária...

Walking dead?

"Politicians, bankers, investors and businesspeople alike get addicted to free money all too easily and clamor for more.
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Monetary largesse relieves the pressure on politicians to make industries, from electronics to steel, more competitive and innovative. It concentrates capital in nonproductive sectors such as construction, telecommunications and power, and it starves others -- like startup companies -- that could fuel job growth.
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All that liquidity was meant to support so-called zombie companies and industries that employ millions. It has led to a “zombification” of the broader economy"
Leio isto em "Japans’s Scary Lesson on Slashing Interest Rates" e parece que reconheço o país sobre o qual escrevem.
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Qual foi o crescimento médio de Portugal na primeira década do século XXI? Que sectores se desenvolveram? O que fizeram os políticos?
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Uma das citações da coluna da direita: "Weird things happen when you take price out of the equation for consumers"

sexta-feira, abril 26, 2013

Curiosidade do dia

Liguei o rádio do carro, pouco passava das 17h, e percebi que a estação era a Renascença.
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Foi com espanto que escutei a terminologia do locutor.
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Numa rádio católica, falavam de um monsenhor luso-canadiano que pelos vistos foi agraciado com um prémio qualquer pelo presidente da república portuguesa, e sublinhavam o seu orgulho com o prémio.
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Estranhei... um monsenhor a dizer que tem orgulho!?!?!?
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Então, a seguir, a rádio passou excertos de entrevista que lhe fizeram. A jornalista da Rádio Renascença perguntou-lhe pelo menos duas vezes se ele não tinha orgulho no prémio.
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E, para meu consolo, o monsenhor nem uma única vez mencionou a palavra orgulho, repetiu e repetiu que se sentia honrado.
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Depois de passado o trecho da entrevista, o locutor sublinhou novamente a palavra orgulho.
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Que uma rádio católica passe canções em inglês que na sua letra promovem o casamento homossexual ou denigram a imagem da ICAR, até percebo, basta estar atento à reflexão de Pedro Arroja e recordar o que escreve sobre a abertura do pensamento católico ao contraditório. Agora que a redacção de uma rádio católica não perceba o que quer dizer ter orgulho na terminologia, na cultura católica... enfim.

"Gueto" ferroviário?

No JdN do passado dia 24 encontrei:
"Norte arrisca ser um "gueto" ferroviário 
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O Norte e o Centro são a origem de dois terços das exportações portuguesas, pelo que a opção única ferroviária pelo eixo Sines-Badajoz retirará competitividade àquelas regiões e ao País.
Portugal só tem a ganhar se avançar com o projecto de ligação em bitola europeia Aveiro-Vilar Formoso e candidatá-la aos fundos comunitários para 2014-2020, defendeu esta semana Mário Lopes, presidente da Adfersit (Associação portuguesa para o desenvolvimento dos sistemas integrados de transportes), num jantar-debate promovido no Porto, conjuntamente com o "Transportes & Negócios"."
O que transportam os comboios?
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A vantagem do comboio é a rapidez?
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O que o Norte e o Centro exporta é adequado ao comboio?
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O que o Norte e Centro exporta são pequenas quantidades para muitos clientes dispersos, que saem à sexta à tarde das fábricas para estarem no centro da Europa a meio da semana. A rapidez e a flexibilidade é fundamental.
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Recordar:
"Há 12 anos éramos 500 pessoas e tínhamos cinco clientes activos. Hoje somos 160 e temos mil clientes activos"
Os comboios são bons para commodities em que a quantidade é o que interessa, não a rapidez.
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E o que são 300 km a mais para uma carga que terá de fazer 2 a 3 mil km e em que a velocidade não é crítica?
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Cheira-me a lobby da construção.

Como é que os desconhecidos podem aproveitar os tempos de crise? (parte IV)

Parte III, parte II e parte I.
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Eis mais um exemplo de como um desconhecido, hoje em dia, pode aparecer no mercado, fruto do dramático abaixamento das barreiras à entrada, "Is Timex Suffering the Early Stages of Disruption?":
"1. Amateurs can now make watches. And this used to be impossible. Barriers-to-entry kept out most experimenters and entrepreneurs. The corporation was protected by several requirements, deep pockets perhaps most important.
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2. Consumers might not want to wear your brand. The world of watches, like most of the branded world, worked on the assumption that consumers want to wear a recognized brand. But there are a couple of generations of consumer who are happier if you don't recognize their brand.
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3. The HWC brand is just about all story. It is, in fact, the usual artisanal fairy tale. ... As we know, stories are fast becoming the new coin of the marketing realm. We are told relentlessly that the brand is story or nothing at all.
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4. HWC asked its consumer to play the role of a supporter or an insider. We hear about this brand not from a four-color ad in New York magazine. It's not from a billboard or PR event. It comes instead as an act of humility that says in effect, "Please help us." Kickstarter casts the consumer in an entirely new light. They are no longer mindless hordes at whom we bellow "Buy!" Instead, they are early supporters who help bring the good into existence. Marketing thinkers now urge us to establish a symmetry between producer and consumer. Kickstarter goes a step further and asks us to make the asymmetry run in the opposite direction, with the consumer now the advantaged party."
 O que é isto senão mais um sintoma de Mongo...

Acerca da estimulogia keinesiana

Acerca dos apoios e subsídios, acerca dos estímulos à oferta, acerca dos campeões nacionais, estas ideias de Nassim Taleb em "Antifragile":
"In a system, the sacrifices of some units - fragile units, that is, or people - are often necessary for the well-being of other units or the whole. The fragility of every startup is necessary for the economy to be antifragile, and that’s what makes, among other things, entrepreneurship work: the fragility of individual entrepreneurs and their necessarily high failure rate.
...
Restaurants are fragile; they compete with each other, but the collective of local restaurants is antifragile for that very reason. Had restaurants been individually robust, hence immortal, the overall business would be either stagnant or weak, and would deliver nothing better than cafeteria food - and I mean Soviet-style cafeteria food. Further, it would be marred with systemic shortages, with, once in a while, a complete crisis and government bailout. All that quality, stability, and reliability are owed to the fragility of the restaurant itself. So some parts on the inside of a system may be required to be fragile in order to make the system antifragile as a result.
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In fact, the most interesting aspect of evolution is that it only works because of its antifragility; it is in love with stressors, randomness, uncertainty, and disorder - while individual organisms are relatively fragile, the gene pool takes advantage of shocks to enhance its fitness. So from this we can see that there is a tension between nature and individual organisms.
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If nature ran the economy, it would not continuously bail out its living members to make them live forever.
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Organisms Are Populations and Populations Are Organisms"

O mercado interno NÃO MORREU!!!

No editorial do JdN de ontem em "Aprender a crescer em Vila Velha de Ródão" li:
"As empresas que, através de capacidade de gestão, de investimento, de competitividade conseguem competir nos mercados globais, singram. As que estão sujeitas ao mercado interno, massacrado pela austeridade e pela falta de confiança, mirram."
 Relativamente às empresas que operam no mercado interno, a minha mensagem não é esta. Prefiro esta outra mensagem:
"Porque o mercado está mau, não tem de ficar mau para todos"
É a velha história do leão que aparece de repente a dois indivíduos:
"Dois indivíduos na selva são descobertos por um leão.
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Um começa a correr desenfreadamente, o outro senta-se e calça umas sapatilhas.
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O primeiro pergunta-lhe, pensas que vais correr mais do que o leão?
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E o segundo responde, não preciso, basta-me correr mais do que tu."
Se o mercado interno mudou, resta às empresas que querem ter futuro nele mudarem também.
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Se o contexto mudou, as estratégias seguidas têm de mudar, a oferta tem de mudar, os clientes-alvo talvez tenham de mudar, a estrutura tem de mudar.
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O mercado interno NÃO MORREU!!! 
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Simplesmente está diferente, e as empresas que não perceberem isso, que não mudarem, que não se adaptarem... estão condenadas a mirrar e a morrer.

quinta-feira, abril 25, 2013

Agosto de 2013

Espero com impaciência os dados do desemprego de Agosto de 2013 do IEFP.

Curiosidade do dia

Figura eloquente retirada daqui via PC.

"Processos e experiência dos clientes" (parte III)

Parte I e II.
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Trechos retirados do Capítulo 3, "Everything is a service", do livro "The Connected Company" de Dave Gray:
"Most companies today are designed to produce high volumes of consistent, standard outputs, with great efficiency and at low cost. Even many of today’s services industries still operate in an industrial fashion.
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But most of these services are not really services at all. They are factory-style processes that treat people as if they were products moving through a production line. Just think of the last time you called a company’s “customer service line” and ask yourself if you felt well served. Sure, many services require some level of efficiency, but services are not production processes. They are experiences. Unlike products, services are often designed or modified as they are delivered; they are co-created with customers. Services are contextual—where, when, and how they are delivered can make a big difference. They may require specialized knowledge or skills. The value of a service lies in the interactions: it’s not the end product that matters, so much as the experience. Service providers often must respond in real time to customer desires and preferences. To this end, a company with a service orientation cannot be designed and organized around efficiency processes. It must be designed and organized around customers and experiences. This is a complete inversion of the mass-production, mass-marketing paradigm, which will be difficult for many companies to adopt.
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The first step to a service orientation is to change the way we think about products. Instead of thinking about products as ends in themselves, we need to think of them as just one component in an overall service, the point of which is to deliver a stellar customer experience. (Moi ici: Mas mais do que só "delivery", a experiência continua após a entrega e prolonga-se para o uso, e para lá do uso, prolonga-se nos sentimentos que ao longo do tempo vão emergir com a experiência vivida e, com a reflexão ao longo do tempo sobre essa experiência)
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We have developed a tendency to think of flows in terms of process, but services and processes are not the same. Processes are linked, linear chains of cause and effect that, when managed carefully, drive predictable, reliable results. A service is different. While processes are designed to be consistent and uniform, services are co-created with customers each and every time a service is rendered. This difference is not superficial but fundamental." (Moi ici: Recordar "Cuidado com a cristalização")

Como é que os desconhecidos podem aproveitar os tempos de crise? (parte III)

Parte II e parte I.
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Os "desconhecidos" têm a liberdade mental, a flexibilidade de recursos, a ausência de remorsos e a agilidade, para fazer bom uso desta mensagem de Seth Godin "How big is critical mass?":
"In the idea business, critical mass is minimum size of the excited audience that leads to a wildfire. People start embracing your idea because, "everyone else is..."
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If your idea isn't spreading, one reason might be that it's for too many people. Or it might be because the cohort that appreciates it isn't tightly connected. When you focus on a smaller, more connected group, it's far easier to make an impact."
Basta que acrescentem a isto, um pensamento de criança (os desconhecidos têm mais a ganhar com a exploração do novo ("exploration"), do que com a exploração do conhecido ("exploitation"))  ou de artista.

É a vida!

Os políticos socialistas da situação e da oposição acham uma injustiça que:

  • uma empresa alemã tenha juros mais baixos que uma empresa portuguesa;
  • uma PME exportadora tenha juros mais baixos que um restaurante;
  • um restaurante tenha juros mais baixos que uma PME do sector da construção;
  • se receba menos dinheiro das casas de apostas por uma vitória do FC Porto no Dragão, do que por uma vitória do V Setúbal no mesmo jogo.
Leiam mais, leiam "O Rei Lear"... (Sublinho o comentário ao 3º vídeo)
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Postal atrasado dois dias, a 23 de Abril Shakespeare fez o seu 449º aniversário.

quarta-feira, abril 24, 2013

Curiosidade do dia

Recordar a série sobre a "pedofilia empresarial".
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Recordar a nossa frase:
"O cliente tem sempre a última palavra, o fornecedor tem a primeira"
E apreciar:
"Apple suppliers have started referring to the company as the “Poison Apple” due to its “hard-to-meet high standards and low price expectations.” Unnamed suppliers have also told Reuters that they’ve grown weary of Apple’s “ever-moving deadlines” and said they are now trying to “reduce their reliance on the company.”
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This means it's possible in the future (all other things being equal) that a manufacturing partner with critical supplies could choose to forgo a partnership with Apple in favor of one with Samsung—all because they could be seen as being easier to deal with."

Trecho retirado de "Apple’s Suppliers Are Understandably Pissed"

Receita para disrupcionar mercados

Rita Gunther McGrath dá uma excelente lição sobre como disrupcionar um sector em "Recipe for Disruption Leans on Lazy Incumbents"
Leio isto:
"the would-be disruptor first needs to select a target, and there's no better target than a lazy incumbent. Better yet, an entire niche or setting in which multiple incumbents have enjoyed a privileged position for a long time. Stability in a sector is often synonymous with lack of change.
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Managers in these niches don't have to take many many risks to move forward in their careers, so guess what? They don't. Powerful people enjoying long, stable careers, lots of perks and very few challenges to their authority are just what the disruptor ordered. Brownie points if the leaders in your target segment take a "I don't want any surprises, and don't bring me bad news" approach to hearing from their direct-reports. Ideally, the incumbents count on sizable revenue flows."
E começo logo a pensar no massacre que foi a "invasão dos produtos chineses" e da "produção na China", para as nossas empresas do sector transaccionável, durante a primeira metade do século XXI, com a entrada da China na OMC. As nossas empresas viviam dos baixos preços, dos baixos salários, tinham-se habituado, com cerca de 25 anos de boleias clandestinas proporcionadas pela desvalorização do escudo, a não precisarem de mudar nada, o Estado mudava por elas. O Estado proporcionava-lhes uma vantagem competitiva externa; a taxa de câmbio.
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A chegada do factor China foi "mortal"!!!
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Recordar sempre esta tabela:

(Muitas empresas definharam, colapsaram e morreram. Demorámos cerca de 6/7 anos a dar a volta, a perceber como dar a volta.)
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De seguida vêm as várias formas de abordar os clientes do incumbente:
"Next, think about the customer need you'll be addressing. It might be the same need that the incumbent provides, or it could conceivably be a way of making what the incumbent provides unnecessary. Or doing the same thing, but at a fraction of the price. Can you think of a customer need that is not being met, is being met badly or expensively, or is being met in such a way that infuriates customers? Might they reward you for making their experience better?"


Para preparar o início de uma reflexão estratégica

Esta manhã estarei numa empresa a animar um exercício de revisão de uma análise SWOT.
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A versão de partida foi feita em 2009. Entretanto, passaram 4 anos em que a empresa cresceu a bom ritmo, só nos últimos 12 meses o emprego cresceu mais de 30%.
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Como preparação para o exercício recomendei duas leituras como trabalho de casa individual, como preparação mental.
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A primeira leitura foi esta "Finding Your Place in the Competitive Jungle". Nela encontra-se esta figura:

E lancei para reflexão:

  • Em que quadrante está a empresa hoje?
  • Em que quadrante estava a empresa em 2009?
A segunda leitura foi esta “The abstract method of problem solving” em particular “Getting Distance".
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"Depois, olhem para a Tabela SWOT de 2009 e procurem responder a:
  • O que há de novo?
  • O que deixou de ser relevante?
  • O que mudou na empresa de 2009 para cá?"

Explorar, explorar, explorar sempre

Quando se diz que é preciso voltar a ser criança para descobrir como sair do labirinto...
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Quando se diz que é preciso deixar de pensar na eficiência, no denominador...
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Quando se diz que é preciso apostar na criatividade...
"They see play as essential not just to individual development, but to humanity’s unusual ability to inhabit, exploit and change the environment.
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Lately she has focused on the distinction between “exploring” new environments and “exploiting” them. (Moi ici: March vem logo à mente) When we’re quite young, we are more willing to explore, she finds; adults are more inclined to exploit.
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To exploit, one leans heavily on lessons (and often unconscious rules) learned earlier — so-called prior biases. These biases are useful to adults because they save time and reduce error:
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We educated grown-ups failed because our prior biases dictated that we play the game by the more common and efficient “or” rule. (Moi ici: Por isso é tão difícil aos membros da tríade verem alternativas.)
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Yet this playlike spirit of speculation and exploration does stay with us, both as individuals and as a species. Studies suggest that free, self-directed play in safe environments enhances resilience, creativity, flexibility, social understanding, emotional and cognitive control, and resistance to stress, depression and anxiety. And we continue to explore as adults, even if not so freely."

Trechos retirados de "Mind: Playing for All Kinds of Possibilities"

Gente a mexer-se

Longe da corte, gente que se mexe:
Finalmente parece começar a ganhar raízes a ideia de que o futuro das cidades do interior não passa por tentar emular as cidades do litoral "O repovoamento do interior também passa por isto"

terça-feira, abril 23, 2013

Curiosidade do dia

Noticiário radiofónico das 17h, na TSF ou na Antena 1, o presidente da CIP comentava esta meta apresentada pelo governo:
"Governo quer exportações a representar 50% do PIB em 2020"
Segundo ele, trata-se de um objectivo muito ambicioso dado que actualmente as exportações representam cerca de 32% do PIB.
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Enfim, mais um que continua em 2011:

É só bitaites... bom para o programa "Liga dos Últimos"

O crescimento da desigualdade

Quando se fala no aumento da desigualdade social eu penso logo nisto "‘Gazelles’ widen company growth gap" como a verdadeira causa:
"The divide between midsized UK companies that are merely surviving and the better-performing “gazelles” is widening, according to a new report.
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Figures compiled by Experian, the credit checking agency, noted that although the overall number of medium-sized companies – defined as those with turnover of £2.5m-£100m – has been broadly flat at 24,955 over the past 12 months, the number of businesses within that group which have achieved high levels of growth has increased by 10 per cent to 4,353."
É a velha história que os macroeconomistas não incluem nos seus modelos, qualquer sector de actividade económica está carregado de heterogeneidade, de variabilidade, de diversidade de abordagens, de diversidade de visões, de diversidade de interpretações do que é problema e do que é solução. E é essa diversidade que torna as sociedades e as economias resilientes.
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Recordar a série "Lugar do Senhor dos Perdões", com especial relevo para as partes II e III.

Como é que os desconhecidos podem aproveitar os tempos de crise? (parte II)

Na parte I,  falava-se sobre uma oferta que "rasga", de algo inovador, de moda, por exemplo. Mas os desconhecidos têm mais hipóteses de entrar, aproveitar os passos em falso dos cost-cutters:
"There is constant pressure in business to improve margins through cost-cutting. This is particularly true in 2013, when consumer confidence is shaky and many community costs (particularly in food) are on the rise.
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Cost-cutting can be the mother of invention, inspiring creative problem-solving and efficiency. But it can also tax product quality over time. Consumers may not notice the change in any one cost-cutting round, but the cumulative effect over time can weaken the products materially. Chronic cost-cutting was a major factor behind the horse meat scandal.
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Chronic cost-cutting creates an opportunity for new brands to out-premium the premium brands.
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In the push to increase margins, it’s important to remember that there can be a cost to cost-cutting."
E pensar que esta é a única receita que a tríade conhece... cortar nos custos e remeter-nos para o tipo de competição que empobrece os países... race-to-the-bottom.
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Trechos retirados de "cost-cutting"

Como é que os desconhecidos podem aproveitar os tempos de crise?

Como é que os desconhecidos podem aproveitar os tempos de crise?
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Em tempos de crise, os incumbentes são os que têm mais a perder. Por um lado, vêem o consumo a baixar e ficam com o legítimo receio de excesso de inventário e subsequente venda ao desbarato do mesmo.
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Por outro lado, reconhecem que os consumidores em tempos de crise ficam mais conservadores nos seus gostos. Assim, por tudo isto, os incumbentes reduzem o leque da oferta que colocam no mercado e, matam dois coelhos de uma cajadada: menos inventário e oferta mais conservadora, a que sai mais em tempos de crise, em sintonia com a massa de consumidores.
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O que pode fazer um desconhecido?
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Aparecer no mercado com uma oferta que "rasga", uma oferta fora do comum, uma oferta dirigida não à massa mas aos visionários que estabelecem hoje aquilo que será moda daqui a 2/3 anos.
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Entretanto, os incumbentes, com a sua táctica conjuntural, controlam os inventários e vendem... mas mancham a sua imagem perante os visionários que começam a pensar: Ah! Afinal são como os outros!
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E assim começam as novas lendas...

Reduzir a taxa de insucesso das startups (parte II)

Parte I.
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Primeiro recordar este postal recente "Empreendedorismo e planos de negócio... um retrato da superficialidade". Depois, voltar ao texto de Steve Blank:
"But recently an important countervailing force has emerged, one that can make the process of starting a company less risky. It’s a methodology called the “lean start-up,” and it favors experimentation over elaborate planning, customer feedback over intuition, and iterative design over traditional “big design up front” development.
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The Fallacy of the Perfect Business Plan.
According to conventional wisdom, the first thing every founder must do is create a business plan -a static document that describes the size of an opportunity, the problem to be solved, and the solution that the new venture will provide. Typically it includes a five-year forecast for income, profits, and cash flow. A business plan is essentially a research exercise written in isolation at a desk before an entrepreneur has even begun to build a product. The assumption is that it’s possible to figure out most of the unknowns of a business in advance, before you raise money and actually execute the idea.
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Once an entrepreneur with a convincing business plan obtains money from investors, he or she begins developing the product in a similarly insular fashion.
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 After decades of watching thousands of start-ups follow this standard regimen, we’ve now learned at least three things:
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1. Business plans rarely survive first contact with customers. As the boxer Mike Tyson once said about his opponents’ prefight strategies: “Everybody has a plan until they get punched in the mouth.”
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 2. No one besides venture capitalists and the late Soviet Union requires five-year plans to forecast complete unknowns. These plans are generally fiction, and dreaming them up is almost always a waste of time.
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3. Start-ups are not smaller versions of large companies. They do not unfold in accordance with master plans. The ones that ultimately succeed go quickly from failure to failure, all the while adapting, iterating on, and improving their initial ideas as they continually learn from customers.
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One of the critical differences is that while existing companies execute a business model, start-ups look for one. This distinction is at the heart of the lean start-up approach. It shapes the lean definition of a start-up: a temporary organization designed to search for a repeatable and scalable business model."
Esta abordagem tem a vantagem de não exigir muito dinheiro à partida. O modelo clássico leva a que o empreender atire o dinheiro todo de uma vez para cima da sua intuição sobre o que vai resultar. Quando afinal descobre que errou o tiro e que o alvo está mais ao lado... já não há capital para corrigir o tiro.
A abordagem lean-startup propõe que se gaste o mínimo enquanto não se tiver a certeza que se descobriu o que o mercado realmente pretende.
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Continua.

Começou...

No ano passado, durante o mês de Maio, tirei fotos a mais de 20 cobras mortas, atropeladas.
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Este ano começou mais cedo, ontem:
Pobre bicho...

segunda-feira, abril 22, 2013

Curiosidade do dia

"NASA Discovers Three Potentially Earth-like Worlds"

Isto faz-me voltar a ter 13 anos... a recordar a banda desenhada com John Carter, Flash Gordon, e tantos outros.
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BTW, hoje celebra-se o achamento do Brasil pela armada de Pedro Álvares Cabral... um filme em que os humanos, chegados a Pandora, venceram e dominaram os autóctones... como seria o Brasil de hoje se, à semelhança do filme "Avatar", os autóctones tivessem vencido?

Reduzir a taxa de insucesso das startups (parte I)

E voltando ainda mais uma vez às figuras sobre a taxa de mortalidade das novas empresas em Portugal:


Faz sentido reflectir sobre o artigo que a HBR vai publicar no seu número de Maio deste ano "Why the Lean Start-Up Changes Everything" porque o autor, Steve Blank, escreve:
"While some adherents claim that the lean process can make individual start-ups more successful, I believe that claim is too grandiose. Success is predicated on too many factors for one methodology to guarantee that any single start-up will be a winner. But on the basis of what I’ve seen at hundreds of start-ups, at programs that teach lean principles, and at established companies that practice them, I can make a more important claim: Using lean methods across a portfolio of start-ups will result in fewer failures than using traditional methods.
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A lower start-up failure rate could have profound economic consequences. Today the forces of disruption, globalization, and regulation are buffeting the economies of every country. Established industries are rapidly shedding jobs, many of which will never return. Employment growth in the 21st century will have to come from new ventures, so we all have a vested interest in fostering an environment that helps them succeed, grow, and hire more workers. The creation of an innovation economy that’s driven by the rapid expansion of start-ups has never been more imperative."
Continua.

A dificuldade é a mãe da inovação

A leitura do Capítulo 2, "Overcompensation and Overreaction Everywhere", de "Antifragile" de Nassim Taleb foi um gosto:
"How do you innovate? First, try to get in trouble. I mean serious, but not terminal, trouble. I hold - it is beyond speculation, rather a conviction - that innovation and sophistication spark from initial situations of necessity, in ways that go far beyond the satisfaction of such necessity (from the unintended side effects of, say, an initial invention or attempt at invention).
...
in Ovid, difficulty is what wakes up the genius (ingenium mala saepe movent),
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The excess energy released from overreaction to setbacks is what innovates!
This message from the ancients is vastly deeper than it seems. It contradicts modern methods and ideas of innovation and progress on many levels, as we tend to think that innovation comes from bureaucratic funding, through planning, or by putting people through a Harvard Business School class by one Highly Decorated Professor of Innovation and Entrepreneurship (who never innovated anything) or hiring a consultant (who never innovated anything).
...
Yet in spite of the visibility of the counterevidence, and the wisdom you can pick up free of charge from the ancients (or grandmothers), moderns try today to create inventions from situations of comfort, safety, and predictability instead of accepting the notion that “necessity really is the mother of invention.”"


Não acredito que aconteça qualquer mudança estrutural saudável numa economia sem que exista sofrimento, extinção em massa de empresas e desemprego.
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Aposto que foi algures por este momento no processo de ajustamento que Tatcher pronunciou aquele;
"If our people feel that they are part of a great nation and they are prepared to will the means to keep it great, a great nation we shall be, and shall remain. So, what can stop us from achieving this? What then stands in our way? The prospect of another winter of discontent? I suppose it might.
But I prefer to believe that certain lessons have been learnt from experience, that we are coming, slowly, painfully, to an autumn of understanding. And I hope that it will be followed by a winter of common sense. If it is not, we shall not be—diverted from our course.
To those waiting with bated breath for that favourite media catchphrase, the 'U-turn', I have only one thing to say: 'You turn [U-turn] if you want to. The lady's not for turning.' I say that not only to you but to our friends overseas and also to those who are not our friends."



"Processos e experiência dos clientes" (parte II)

Em sintonia com o tema de fundo abordado em "Processos e experiência dos clientes", encontrei estes trechos no Capítulo 2, "The service economy", do livro "The Connected Company" de Dave Gray:
"The producer-driven economy is giving way to a new, customer-centered world in which companies will prosper by developing relationships with customers - by listening to them, adapting, and responding to their wants and needs.
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The problem is that the organizations that generated all this wealth were not designed to listen, adapt, and respond. They were designed to create a ceaseless, one-way flow of material goods and information. Everything about them has been optimized for this one-directional arrow, and product-oriented habits are so deeply embedded in our organizational systems that it will be difficult to root them out.
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It’s not only companies that need to change. Our entire society has been optimized for production and consumption on a massive scale. Our school systems are optimized to create good cogs for the corporate machine, not the creative thinkers and problem-solvers we will need in the 21st century."


domingo, abril 21, 2013

Curiosidade do dia

"“Chess is about getting to endgame," says Moore. "What happens between the start and then doesn’t necessarily matter. You could lose more pieces or a more valuable piece, and at the end of the day, if you capture the opponent’s king, you win the game.”
...
Sometimes that means in the short term you make sacrifices.” You might make a tactical decision that appears to put you behind, but actually strengthens your position for when the smoke clears, and each side’s knights and bishops have fallen.
...
It's easy to chart a course to endgame; it can be difficult to stay on it.
“One of the biggest mistakes in business is to lose focus,
” says Moore. It’s easy to get distracted by what your competitors are doing."
Ao ler estes trechos em que um CEO reflecte sobre o que o mundo do xadrez lhe ensinou e ele aplica na sua startup, lembrei-me logo do governo de Passos Coelho.
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Hoje no Twitter li "Portugal é a sétima economia mais lenta do mundo":
"A economia nacional foi uma das tartarugas do crescimento mundial nos primeiros dez anos do século XXI e prepara-se para repetir a 'proeza' nesta segunda década."
Há mais de dez anos que temos um crescimento medíocre, muito antes da austeridade começar já o crescimento era medíocre. Logo...
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Quando leio "Passos anuncia conselho de ministros extraordinário para aprovar agenda de crescimento" desconfio que vamos voltar à primeira década deste século, crescimento anémico suportado em dinheiro emprestado e torrado em auto-estradas, em Qimondas, em estádios de futebol, em...
"It's easy to chart a course to endgame; it can be difficult to stay on it.
“One of the biggest mistakes in business is to lose focus,”
"
Em tempos, montei o estaminé para esperar "Já estou instalado e aguardo..." mas nunca soube qual o valor que o Estado tinha torrado na Qimonda, por causa das estratégias de crescimento. Numa sociedade pouco transparente é assim, em paragens menos católicas e mais protestantes, como dirá Pedro Arroja, as coisas são mais claras. Reparem nesta Qimonda made in Rhode Island "Thrown for a Curve in Rhode Island" é tão ou mais estúpida que a Qimonda... quantos jornalistas pegaram na história da Qimonda?
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O paralelismo impressiona:
"But that winter, Rhode Island was on the precipice of economic ruin. Its unemployment rate was pushing up against 12 percent — fourth worst in the nation — and three of its cities were careening toward bankruptcy. Facing term limits, Mr. Carcieri had only months left to do something to arrest the steep decline.
...
And soon Rhode Island’s lawmakers were rushing to approve a deal to make the state Mr. Schilling’s angel investor.
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Ideas that seem plausible in our darkest moments often seem plainly flawed in hindsight, and you can probably see where all this is going. A little more than two years after Mr. Carcieri first talked to Mr. Schilling about 38 Studios — so named for his baseball uniform number — the company went bankrupt, blowing a sizable hole in the state’s already strained finances."

Trechos retirados de "6 Strategy Lessons From A Former Chess Prodigy Who's Now A CEO"

Acerca da evolução do retalho

Dois caminhos que parecem contradizer-se e que pintam uma nova paisagem do retalho.
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Em "El comercio electrónico es el único que crece en España, según estudio IESE" pode ler-se:
"el profesor recuerda los datos del informe sobre el comercio electrónico en España del primer semestre de 2012, según el cual fue el único canal de venta que creció, un 16,3 %, con unas ventas que alcanzaron los 5.093 millones de euros.
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"Poco a poco, los consumidores se alejan de las tiendas o de los centros comerciales, donde se socializaban al mismo tiempo que compraban. Para estas actividades los consumidores ahora prefieren Twitter o Facebook", asegura el profesor.
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Según el informe, las redes sociales no son solo ya plataformas para darse a conocer, sino que el año pasado canalizaron ventas por valor de 9,2 billones de dólares en todo el mundo, y este año se espera que crezcan hasta los 14,25 billones de dólares.
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Para 2016, Nueno destaca que el comercio electrónico podría aumentar un 50 % su penetración sobre las ventas detallistas en todo el mundo y, según las previsiones de Morgan Stanleyo, pasaría en todo el mundo de una cuota del 6,5 % en 2011 al 9,6 % en 2016."
O que tem a CCP a dizer sobre isto aos seus associados? Quando oiço o seu presidente a falar e penso na evolução do comércio online, lembro-me dos que diziam
"Introduzam raposas, elas eliminarão a praga de coelhos num instante!" 
O que faz a CCP para preparar os seus associados para viver neste novo mundo?
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Outra via pode ser percebida em "Inside Warby Parker’s First Offline Flagship":
"After experimenting with a series of offline "showrooms," trendy online eyewear company Warby Parker has launched it’s first physical flagship, complete with sensors that replicate online analytics, in New York’s Soho."
Lojas com ADN online a entrarem no mundo do retalho físico. Interessante perceber o que se propõem a fazer de diferente, tendo um passado diferente e sem custos afundados a retrair a actuação.

Processos e experiência dos clientes

Em Novembro passado em "A dúvida está instalada" reflecti sobre o desconforto de pensar processo e, ao mesmo tempo, fazer a batota do desenvolvimento da interacção, do desenvolvimento da relação com os clientes.
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Em 2007 e 2009 reflecti aqui sobre a diferença entre os que recitam fórmulas, os vendedores, e os consultores de compra, os que começam pelo cliente. Os primeiros começam no produto, no "What", os segundos começam no cliente, no "Why", como tão bem sublinhou Mark Johnson no "Business Design Summit":
Os vendedores começam no princípio e acabam no fim, seguem sempre o mesmo trajecto, são eficientes. Os consultores de compra começam pelo cliente... e cada cliente é diferente, e cada cliente tem um trabalho diferente em vista, e cada cliente tem um contexto diferente em vista. Os consultores de compra não são eficientes... mas satisfazem os clientes com uma experiência de compra diferente.
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Interessante perceber que mais alguém já pensou no mesmo "Transcend The Process Mindset To Excel At The Customer Experience Game" (este título é tão interessante, comecei logo a pensar em processo -> eficiência -> excel (folha de cálculo) e "customer experience" -> jogo (emoção, não linearidade))
"One of my friends, a Customer Experience professional, told me this story. His organisation was helping a telco to improve the customer’s experience at the very start of the customer journey: when the customer signs-up and has to be registered on the various systems so that he can use his mobile phone.  What was the name of the team doing this work?  Registrations.  Makes perfect sense if you come from a process mindset.  From a process mindset the job to be done is the job of registering the customer on the system.
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What happens when you look at the world from a Customer Experience consciousness?  You end up renaming the team Welcome to TelcoX (I am not at liberty to name the telco).  Notice the difference?  Stop and really notice the difference in emotional tone.  Do you notice that Registrations is flat, devoid of emotion, generates a focus on the task?  Do you notice that Welcome to TelcoX generates emotion?  I bet you can even notice a difference between “Welcome to TelcoX” and “Welcome to TelcoX!”"
E recordo logo este postal "Nomear um processo"... uma linguagem e uma cartografia em função da proposta de valor?

Os três tipos de exposição

Em "Antifragile", de Nassim Taleb, encontrei uma tabela intitulada "The Central Triad: Three Types of Exposure" da qual retirei estes exemplos:
Reparem como se encaixam na visão do mundo económico futuro, de acordo com a metáfora de "Mongo" e com os campeões escondidos, que defendemos neste blogue.
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Quando escrevemos sobre Mongo, escrevemos sobre um mundo de artesãos, escrevemos sobre um mundo de PMEs especializadas em servir uma tribo, em servir um nicho.

sábado, abril 20, 2013

Curiosidade do dia

Depois de ler "Deputados do PS admitem perdão de dívida e reestruturação com perdas para os credores", convém fazer um boneco:
"DíG" a reestruturação da dívida grega fez com que os bancos cipriotas ("BaC"), que tinham comprado muita dívida grega tivessem de perder muito dinheiro. Essas compras tinham sido feitas com base no capital depositado pelos clientes dos bancos cipriotas. Logo, os depositantes ("DeC") ficaram sem parte do dinheiro.
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Agora, imaginem que a dívida do Estado português é reestruturada como estas crianças pretendem.
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Que parte da dívida do Estado português está na mão de bancos nacionais? Há esta fonte, por exemplo, "Bancos nacionais detêm 32,5 mil milhões em dívida pública"
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Estão a imaginar o impacte de uma reestruturação da dívida nos clientes dos bancos portugueses?
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As associações de apoio aos emigrantes portugueses deviam fazer circular estas notícias e explicar as consequências, talvez os emigrantes pensassem duas vezes e não enviassem o seu dinheiro para este país. Um país onde os aprendizes de feiticeiro não fazem ideia das consequências do que dizem. Claro, pertencem ao mesmo clube destes outros “Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos”.
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E se os jornalistas pensassem um pouco mais à frente podiam perguntar-lhes coisas como:
"Recomendam pois que os portugueses retirem as suas poupanças dos bancos?"
BTW, o que diriam os deputados-criança deste racional "Schäuble: Resgate ao Chipre deve ser modelo para o futuro". Aposto que os deputados-criança ainda não perceberam como é que os bancos cipriotas ficaram sem dinheiro.
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BTW, e além dos bancos, quanta dívida está na mão do fundo da Segurança Social portuguesa?


Cuidado com o feedback dos clientes

A propósito da mensagem deste artigo "Are You Listening to Your Most Important Customers?":
"Customers are most likely to offer feedback when they have either a really bad experience or a great one - and they almost never say a word when their experience falls somewhere in the middle.
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The problem is, that silent majority in the middle typically drives the success or failure of a business.
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Feedback is opt-in, and inherently reactive, because businesses focus on addressing the issues raised by the "squeaky wheels." Measurement is random and representative, which allows businesses to prioritize changes based on everyone's experience: lovers, haters, and those who fall somewhere in between.
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the random sampling does a better job of measuring the wider range of customer experiences, rather than just the very happy and very unhappy customers that often respond to an opt-in feedback button.
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But the bottom line is if you track opt-in feedback only, you're missing the silent majority.
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Understanding the difference between types of data, putting proper data in context, and knowing which data to "listen" to is the key. While feedback data gives you a chance to react, measurement allows you to be proactive and strategic, giving you an advantage over competitors who are still running around oiling squeaky wheels."
Recordo este postal de Fevereiro de 2007 "Atenção ás conclusões extraídas de inquéritos de avaliação da opinião dos clientes"
"The first rule of survey sampling is that respondents cannot select themselves. Self-selection introduces socioeconomic and demographic biases; "man-on-the-street" polls, straw polls, call-ins, and mail-ins all violate this rule. Most online polls are also not scientific in nature and should be taken as entertainment." 

Acerca do desemprego em Portugal

Evolução do número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego entre Janeiro de 2011 e Março de 2013:
Evolução homóloga do desemprego e evolução mensal do desemprego entre Janeiro de 2011 e Março de 2013:
Em Agosto de 2012 o crescimento homólogo do desemprego atingiu os 26,3%.
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A figura que se segue tira um retrato da evolução homóloga do desemprego em Março de 2013 e mostra onde está a ser criado emprego líquido (barras negativas):

Recordar este postal sobre o número de barras negativas e sobre o perfil da criação de emprego.

Longe de Lesboa e da corte

Fonte.

sexta-feira, abril 19, 2013

Curiosidade do dia

"This is the tragedy of modernity: as with neurotically overprotective parents, those trying to help are often hurting us the most. (Moi ici: A estimulogia em acção, uma década de estimulogia trouxe-nos até aqui)  If about everything top-down fragilizes and blocks antifragility and growth, everything bottom-up thrives under the right amount of stress and disorder. The process of discovery (or innovation, or technological progress) itself depends on antifragile tinkering, aggressive risk bearing rather than formal education."
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"The fragilista falls for the Soviet-Harvard delusion, (Moi ici: Eheheh grande rótulo "Soviet-Harvard delusion" ) the (unscientific) overestimation of the reach of scientific knowledge. Because of such delusion, he is what is called a naive rationalist, a rationalizer, or sometimes just a rationalist, (Moi ici: Eheheh Chamo-lhes eficientistas, membros da tríade) in the sense that he believes that the reasons behind things are automatically accessible to him." 
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"the fragilista (medical, economic, social planning) is one who makes you engage in policies and actions, all artificial, in which the benefits are small and visible, and the side effects potentially severe and invisible. There is the medical fragilista who overintervenes in denying the body’s natural ability to heal and gives you medications with potentially very severe side effects; the policy fragilista (the interventionist social planner) who mistakes the economy for a washing machine that continuously needs fixing (by him) and blows it up;" (Moi ici: Os fragilistas em Portugal estiveram no poder desde o 25 de Abril, sempre
E leio:
"A complex system, contrary to what people believe, does not require complicated systems and regulations and intricate policies. The simpler, the better. Complications lead to multiplicative chains of unanticipated effects. Because of opacity, an intervention leads to unforeseen consequences, followed by apologies about the “unforeseen” aspect of the consequences, (Moi ici: Este trecho é delicioso e faz-me logo lembrar da célebre desculpa “Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos”) then to another intervention to correct the secondary effects, leading to an explosive series of branching “unforeseen” responses, each one worse than the preceding one." 
Está visto que vou apreciar este livro.

Trecho retirado de "Antifragile" de Nassim Taleb.

Bem lembrado

"The person who's the easiest to get a first date with might not be the person you want to marry.
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If it's easy to get a meeting or make a first sale, consider that the very ease that enabled that sale might be a sign that the long-term value of this customer is pretty low."
Enquanto escrevia isto, ouvia Mark Johnson dizer algo em torno de:
"Moving from the what to the why"
Quanto mais nos embrenharmos no Job-to-be-done, quanto mais nos embrenharmos no "why", quanto mais nos embrenharmos nas razões porque um cliente usa os nossos produtos/serviços, mais temos de os conhecer, mais temos de perceber o contexto em que os usam, mais temos de reconhecer que os produtos/serviços não passam de ferramentas para chegar a um resultado: o mais importante na sua vida. E isto implica uma relação. E isto implica um conhecimento mútuo cada vez mais reforçado.

Trecho inicial de "The easy trap"

Os crentes no Grande Planeador são uma anedota

Há anos o ministro António Costa propôs fundir a GNR e a PSP. Agora o tema está de volta.
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Lembrei-me deste assunto ao ler as páginas iniciais de "Antifragile" de Nassim Taleb:
"In every domain or area of application, we propose rules for moving from the fragile toward the antifragile, through reduction of fragility or harnessing antifragility. And we can almost always detect antifragility (and fragility) using a simple test of asymmetry: anything that has more upside than downside from random events (or certain shocks) is antifragile; the reverse is fragile."
E ao ouvir, durante um passeio de bicicleta, (o jogging está suspenso por lesão nos gémeos), "Future Perfect" de Steven Johnson. Neste livro o autor conta a história do aparecimento do caminho de ferro em França, l'Étoile de Legrand.
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Enquanto os alemães e os ingleses foram criando a sua rede de caminho de ferro de forma irregular, atrás da procura, atrás dos circuitos comerciais que já existiam, os franceses criaram a sua rede de caminho de ferro à francesa. Seguiram um Plano-mestre desenhado por um grupo de sábios. Enquanto as versões inglesa e alemã não tinham centro, em França tudo saía de Paris. Enquanto as versões inglesa e francesa seguiam percursos irregulares e emulavam as vias tradicionais, em França tudo eram linhas rectas e obras de arte para galgar montes e vales e proporcionar rapidez e eficiência. A rapidez era fundamental, diziam, para levar soldados para uma eventual frente de batalha..
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Então, dá-se a Guerra Franco-Prussiana e os alemães conseguem colocar seis vezes mais soldados nas frentes de batalha do que os franceses. O sistema irregular, aparentemente caótico dos alemães, com as suas redundâncias e ausência de centro, fluía. O sistema francês obrigava tudo a passar por Paris e só tinha uma via para chegar a um destino.
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Os crentes no Grande Planeador são uma anedota.

Quantas empresas que arrancam terão uma estratégia? (parte I)

Ao olhar para esta figura:
e para estas outras:
O que salta à vista é a elevada mortalidade das startups portuguesas (quer na indústria, quer nos serviços).
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Quantas startups terão uma estratégia? Quantas arranjam constrangimentos à sua actuação com base em escolhas que fazem? Quantas se limitam?
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Este excelente artigo "Six ways to tell if your strategy is a trap, or a winner" dá seis pistas que ajudam a perceber se uma empresa tem uma estratégia e, se essa estratégia faz algum sentido:
"1. The do-it-all strategy: failing to make choices, and making everything a priority. Remember, strategy is choice. (Moi ici: Qual é a especialidade da sua empresa? O que é que fazem? O que é que decidiram não fazer?)
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2. The Don Quixote strategy: attacking competitive “walled cities” or taking on the strongest competitor first, head-to-head. Remember, where to play is your choice. Pick somewhere you can have a chance to win. (Moi ici: Outra vez a metáfora das formigas no piquenique. Outra vez a lição de David frente a Golias. Outra vez a lição do choque indirecto)
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3. The Waterloo strategy: starting wars on multiple fronts with multiple competitors at the same time. No company can do everything well. If you try to do so, you will do everything weakly. (Moi ici: Quem vão servir? A quem não vão servir? Que encomendas vão rejeitar?)
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4. The something-for-everyone strategy: attempting to capture all consumer or channel or geographic or category segments at once. Remember, to create real value, you have to choose to serve some constituents really well and not worry about the others. (Moi ici: Quem vão servir? A quem não vão servir? Que encomendas vão rejeitar? O que escolher? Quais as opções?)
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5. The dreams-that-never-come-true strategy: developing high-level aspirations and mission statements that never get translated into concrete where-to-play and how-to-win choices, core capabilities, and management systems. Remember that aspirations are not strategy. Strategy is the answer to all five questions in the choice cascade."
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6. The program-of-the-month strategy: settling for generic industry strategies, in which all competitors are chasing the same customers, geographies, and segments in the same way. The choice cascade and activity system that supports these choices should be distinctive. The more your choices look like those of your competitors, the less likely you will ever win."
Continua.

quinta-feira, abril 18, 2013

Curiosidade do dia

Descobri que neste mês de Abril a HBR começou a publicar uma versão francesa. Foi nela que encontrei estes números:




Muita mortandade nas novas empresas portuguesas.



Quem será o Asch que os estará a industriar?

Os títulos dos jornais, como este:
"Medidas de austeridade na Europa devem-se a erro de Excel"
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Ou como o célebre:
"O FMI já não vem"
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Ou, ainda como este:
"Fava volta a sair à função pública"
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Faz-me acreditar que os jornais estão cheios de "confederates"... quem será o Asch que os estará a industriar?
"One of the classic experiments of social psychology bears on the buddy system. In 1951, Solomon Asch, then at Swarthmore College, published a study of group pressure on decisions. The subjects of his experiment, all undergraduate men, sat at a table with eight others whom they believed to be fellow subjects. These others were confederates playing along with Asch. The experimenter presented a “vision test” consisting of a series of eighteen simple diagrams. The figure below is a facsimile, reproduced at the actual size Asch used. Take a good look at the line on the far left. Now, which of the three lines on the right is the same length as the line on the left?
The group of confederates unanimously agreed the correct answer was . . . line number 1. The experiment was to test whether the lone subject would go along with the outrageously wrong crowd. The confederates were told to give the correct answers to the first two diagrams, then to alternate wrong and right answers to the following diagrams. The true subject was seated so that he would be one of the last to answer. In the crucial cases, the subject spoke after hearing a number of the ringers give the same wrong answer. Overall, subjects gave a wrong answer 32 percent of the time. Seventy-four percent gave the wrong answer at least once, and a sizable minority caved in to peer pressure three-quarters of the time. That’s amazing when you consider how simple the exercise was. In a control group, without confederates, virtually everyone gave the right answer all the time. Asch tried to uncover what the subjects deferring to group opinion believed. He heard three categories of explanation. Some said the group’s bogus answers did look wrong, but they reasoned that the group was likely to be right. Another set of subjects told Asch they knew they were right and the group was wrong; they just didn’t want to make waves. Finally, there was a minority of the truly brainwashed. Even after Asch explained the experiment, they insisted they saw the lines the way the group reported them to be."
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Trecho retirado de "Priceless The Myth of Fair Value (and How to Take Advantage of It)" de William Poundstone.

"Se tudo correr bem o desemprego vai aumentar"

Os números do último ano ajudam a reforçar a tendência. No site da ATP encontrei a tabela actualizada:
Reparar na evolução da facturação por trabalhador:

É nestas alturas que recordo as palavras de Daniel Bessa em 2006 ou 2007:
"Se tudo correr bem o desemprego vai aumentar"
Não era uma afirmação politicamente correcta mas estava carregada de verdade.
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E recordo o meu comentário de Fevereiro de 2008 a essa frase... e os "198 trabalhadores"

Uma lição aplicável a tantos e tantos sectores de actividade

"If you're not the "price setter" - at low or high end - you will get squeezed" escreveu @rags no Twitter.
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Lembrei-me logo da "formiga no piquenique" e de Nirmalya Kumar em "Preços na hotelaria chegam a ser humilhantes".
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Entretanto descobri que @rags comentava este artigo "Economics, Sliced".
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Um sector existe em aparente equilíbrio: empresas aparecem e crescem, empresas definham e morrem, empresas fundem-se, mais clientes e menos clientes em função do sentimento económico. Um mesmo modelo de negócio.
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De repente, uma bomba!
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Alguém entra com um modelo de negócio alternativo e estilhaça o status-quo.
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Os incumbentes sentem o impacte! Uns resistem, outros tentam copiar os novatos (será que mudaram de estrutura e cultura para terem hipóteses de sucesso com o novo modelo de negócio?). Outros, procuram acentuar as diferenças e até sobem preços.
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O WSJ escreve sobre pizzas; contudo, a lição é aplicável a tantos e tantos sectores de actividade.

quarta-feira, abril 17, 2013

Curiosidade do dia

"a movie chain that gave customers free loyalty cards. The cards recorded the number of visits. The chain charged one price for the first visit each month, a lower price for the second visit within the month, a still lower price for the third visit. These prices subtly encouraged customers to “save” money—by attending more movies. But the customers didn’t save money. The number of tickets sold increased 22 percent under this scheme, and the average ticket price paid went up 11 percent. The chain’s profits were up 37 percent."
Trecho retirado de "Priceless The Myth of Fair Value (and How to Take Advantage of It)" de William Poundstone.

Acerca das exportações (parte II)

Ontem Caldeira Cabral escreveu em "O paradoxo de os custos unitários descerem e as exportações abrandarem" como relato em "Acerca das exportações (parte I)" a mensagem:
"A redução dos custos unitários não foi acompanhada pelo aumento da taxa de crescimento das exportações. Pelo contrário, ao mesmo tempo que os custos unitários de trabalho portugueses se reduziam fortemente face aos dos países da UE, a taxa de crescimento das exportações portuguesas foi abrandando."
Como sempre aqui defendi, a maioria das nossas exportações não depende dos custos mas da capacidade de diferenciação ou de vantagem logística.
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Hoje, Vítor Bento escreve em "Crescimento sem competitividade? não há!":
"Restaurar a competitividade deveria, pois, e nestas circunstâncias, ser a prioridade fundamental da economia, dado que dela depende o crescimento económico, a absorção do desemprego e a sustentabilidade das dívidas (da pública e da externa). No curto prazo, não há nenhuma forma de conseguir esse objectivo que não seja pela redução dos preços de venda e, consequentemente, do custo dos recursos nacionais utilizados na produção. É isso que a desvalorização faz! A prazo mais longo, devem funcionar as reformas estruturais.
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(Moi ici: Agora o que vem a seguir também se aplica ao autor deste blogue) Mas a opinião dominante prefere ignorar olimpicamente o assunto ou, quando se dispõe a relutantemente reconhecer que pode aí haver problema, o mais que concede é que a competitividade se adquire com um conjunto de ideias vagas - marketing, estratégia, novos mercados, etc. - (Moi ici: O que as empresas exportadoras têm feito... tem sido quase tudo baseado na estratégia, no marketing, na logística, nos novos mercados... será que Vítor Bento quer competir pelo preço? Como é que se podem competir com os preços de mão-de-obra daqui?) que, do ponto de vista macroeconómico e, pelo menos no curto prazo, têm um efeito igual ou próximo de zero."
Embora não concorde com todo o pensamento de Caldeira Cabral acerca das exportações, estou muito mais perto dele do que de Vítor Bento.
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Claro que também não vou com Draghi:
"Para Mario Draghi, o aumento das exportações em Espanha, Irlanda e Portugal "é um sinal de que se está produzindo uma autêntica correcção estrutural" e um sinal de que as economias estão a mudar o foco do "sector não transaccionável para a produção de bens transaccionáveis".
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Perante o Parlamento Europeu, o presidente do BCE reconheceu "algumas melhorias" na competitividade destes países, nomeadamente na redução dos custos laborais.
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"Isso exige mais determinação para enfrentar a rigidez na fixação dos salários e para aumentar a competitividade em muitos segmentos do mercado", reforçou Draghi."
Não esqueçam que um país tem 3 economias:
  • a da administração pública;
  • a dos bens e serviços transaccionáveis; e 
  • a dos bens e serviços não-transaccionáveis 
A única que está em equilíbrio é a a dos bens e serviços transaccionáveis. Essa está sempre em equilíbrio! Como não tem fronteiras está sempre em ajuste permanente. Por isso, tivemos o desemprego da primeira metade da década anterior. Por isso, hoje, em Portugal, quanto mais aberto é um sector, à concorrência externa, menos desemprego existe.
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Os políticos... a tríade acha(m) que o que tem de ser feito nas duas economias desequilibradas é o mesmo que resulta na economia dos bens e serviços transaccionáveis. Essa não é a minha opinião. O meu campeonato é sempre este.

Acerca das exportações (parte I)

Depois de ler "O paradoxo de os custos unitários descerem e as exportações abrandarem" apeteceu-me dizer:
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- Bem feito!
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Os políticos da situação e da oposição, os académicos e os comentadores, acreditam que se baixarmos os Custos Unitários do Trabalho (CUT) seremos mais competitivos.
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Acredito que eles não fazem ideia destes números:

Eles não percebem que se podem baixar os CUT ao mesmo tempo que os salários sobem, desde que se aumento o valor acrescentado potencial do que se produz.
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Como os membros da tríade usam a narrativa de baixar os CUT através da redução de salários para aumentar as exportações, ficam desarmados com este discurso de Caldeira Cabral. Estão a imaginar o líder da CIP a tentar responder a este discurso?
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A redução de salários é necessária mas é no mercado interno, recordar isto.
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BTW, não concordo totalmente com Caldeira Cabral na explicação que ele dá para a redução das exportações:
"o que está a travar as empresas portuguesas é a falta de acesso ao financiamento"
As exportações portuguesas estão a travar, em termos estatísticos, por causa da quebra das exportações de veículos de transporte.
Por que não há uma palavra sobre a queda da procura nos mercados externos?
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Caldeira Cabral escreve:
"Actualmente as exportações portuguesas estão a crescer menos do que as dos nossos parceiros comunitários."
 Os números mostram outra realidade, a redução homóloga é generalizada: