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Agora, imaginem que a dívida do Estado português é reestruturada como estas crianças pretendem.
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Que parte da dívida do Estado português está na mão de bancos nacionais? Há esta fonte, por exemplo, "Bancos nacionais detêm 32,5 mil milhões em dívida pública"
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Estão a imaginar o impacte de uma reestruturação da dívida nos clientes dos bancos portugueses?
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As associações de apoio aos emigrantes portugueses deviam fazer circular estas notícias e explicar as consequências, talvez os emigrantes pensassem duas vezes e não enviassem o seu dinheiro para este país. Um país onde os aprendizes de feiticeiro não fazem ideia das consequências do que dizem. Claro, pertencem ao mesmo clube destes outros “Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos”.
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E se os jornalistas pensassem um pouco mais à frente podiam perguntar-lhes coisas como:
"Recomendam pois que os portugueses retirem as suas poupanças dos bancos?"BTW, o que diriam os deputados-criança deste racional "Schäuble: Resgate ao Chipre deve ser modelo para o futuro". Aposto que os deputados-criança ainda não perceberam como é que os bancos cipriotas ficaram sem dinheiro.
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BTW, e além dos bancos, quanta dívida está na mão do fundo da Segurança Social portuguesa?
26 comentários:
Você não deve ter reparado nas LTROs... 1 000 000 000 000 euros foram trocados entre o BCE e os bancos dos vários países. Reestruturar toda a dívida e cortar parte significativa dela. Não só em Portugal mas em vários outros países. Schauble é um idiota que vai desaparecer nas próximas eleições de setembro. Entretanto ele e a Merkel sempre podem ir tratando de dizer o que fizeram aos milhões de marcos que as privatizações da alemanha de leste geraram depois da reunificação e durante o desmantelamento. É que o helmut kohl não fala sobre o assunto e uma boa parte desse dinheiro desapareceu.
Uma reestruturação a sério implica provavelmente a saída do euro e com isso não só há perdas iguais ou superiores às de Chipre nos depósitos como ainda outras consequências durante uns anos.
O problema é saber se nos vai restar alguma alternativa a essa reestruturação e saída do euro.
Com as políticas seguidas até aqui o nosso destino parecia ser a recessão permanente, com cada ano pior do que o anterior, sem qualquer possibilidade de pagar alguma vez a dívida galopante, atirando para a pobreza cada vez mais camadas da população.
Perante este cenário de falta de esperança radical justifica-se ter a coragem que os portugueses tiveram em 1640: se os estrangeiros nos governam como súbditos temos que os repelir, ainda que isso nos custe anos de guerra.
Ninguém pode dizer que estudou até ao fim as medidas que propõe. Mas há que reconhecer que nesse aspecto o governo actual e a troika têm estado especialmente mal.
Só não estou mais pessimista porque parece que a troika já percebeu que assim não vai lá e que será melhor manter o devedor a funcionar para pagar a dívida do que asfixiá-lo e perderem todos muito mais.
http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/economistas/george_soros/detalhe/a_escolha_da_alemanha.html
http://www.nytimes.com/2013/04/21/world/europe/danes-rethink-a-welfare-state-ample-to-a-fault.html?pagewanted=1&_r=0&smid=tw-nytimes&partner=rss&emc=rss
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/sociedade/criancas-comem-caldos-e-massa
CCZ,
Ifelizmente, há muita gente que não percebe que o dinheiro que está nos bancos e que é emprestado aos países endividados é poupança de alguém, ou seja, que haverá sempre muitas pessoas que pouparam que ficarão sem o dinheiro.
Infelizmente, esses apredizes de feiticeiro estão a marimbar-se para o dinheiro dos outros.
Entre uma criança sem comida e um multimilionário com um pouco menos, cada um escolhe para aquilo que se quer marimbar.
Já para não dizer que muitos dos detentores de dívida nem sequer a compraram pelo valor facial.
O problema é que quando existe um nao pagamento de uma dívida por parte do Estado estamos a afetar a vida de muitas pessoas, muitas delas pequenos investidores que, por exemplo, investiram em PPR e que, por causa do excesso de endividamento de alguns, ficarão sem as suas economias e sem o sustento para a sua reforma.
É claro que alguns continuam a querer continuar a história da carochina, pensado ou fazendo acreditar que um país pode continuar a viver indeterminadamente à custa dos outros.
História da carochinha é pensar que um país pode viver com um PIB a reduzir 2% ou 3% ao ano, desemprego nos 25% reais a subir, os melhores a emigrar, a maioria da população na pobreza e vir a pagar alguma vez uma dívida de 126% do PIB.
É como meter o devedor na prisão e esperar que ele arranje um emprego para pagar a dívida.
História da carochinha é pensar que um país pode viver tributando ainda mais os contribuintes líquidos do OE para bem dos normandos do costume.
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Se bem me lembro a sua receita era tributar ainda mais os saxões.
Se quer pagar a dívida tem que tributar a todos e dificilmente chega lá.
Se não quer pagar impostos então vale mais assumir que não se vai pagar a dívida antes do país estar irreversivelmente destruído.
Quanto a normandos e saxões, é para quem só sabe ver o mundo como os bons e os maus. Parece-me um pouco limitado, mas isso é consigo.
Os chamados contribuintes "líquidos" usam bens do estado. Sim, porque o que é comum, é do estado. E o que é do estado é de todos. E todos têm direito a receber os rendimentos disso.
Anda na estrada? Usa bens comuns? Tem a protecção da polícia? Tem a protecção dos tribunais? Tem a protecção das forças armadas? Usa serviços de educação? Usa serviços de saúde? Usufrui das garantias dadas pelas leis e regulamentos?
Então recebe algo e paga em troca. Como se fosse uma empresa privada. E todos os cidadão são accionistas da empresa estado. O que os accionistas do estado fazem com as rendas que lhes paga é com os accionistas, não com quem paga. Por isso na política sendo cidadão é accionista e tem uma voz e um voto.
http://portugalcontemporaneo.blogspot.pt/2013/04/o-ze-nao-e-empreendedor.html
Divida-se a criança ao meio!
O Zé é um bom argumento para forçar imediatamente uma reestruturação da dívida.
História da carochinha é pensar que se eliminar todos os serviços públicos a empresa do Zé vai funcionar.
Entre a agitação social, a falta de segurança, a falta de pessoal com formação, a falta de poder de compra, a quebra do PIB e o peso esmagador da dívida, o Zé vai ficar contente se conseguir sair do país com alguma coisa.
O que vale é que nem todos são palermas e os homens que têm o dinheiro não emprestarão mais; nós teremos mesmo de adequar as nossas despesas às nossas receitas.
Se não pagarmos, ninguém nos vai emprestar nas próximas décadas e, de uma maneira ou de outra, iremos pagar e aprender com os erros.
É a vida. Até mesmo os dependentes dos meus impostos irão aprender a viver dentro das suas possibilidades.
A Real Polícia Montada do Canadá é um bom exemplo. Uma empresa privada a concorrer cada x anos para prestar serviços de segurança à comunidade.
Caro João Pinto, somos todos muito mais dependentes uns dos outros do que quer admitir. E o que vale é que nem todos são palermas e os homens do poder já perceberam isso. Veja as últimas declarações de Durão Barroso sobre os limites da austeridade: http://www.publico.pt/economia/noticia/barroso-politica-de-austeridade-atingiu-o-limite-1592123
Mas quando sair à sua rua, que é pública, do estado e não só sua, não se esqueça que deve pagar renda a todos os portugueses por usar essa rua. Sim, porque se quiser usar uma loja num centro comercial paga renda pela loja e por todos os serviços. Se não quiser pagar renda pode sempre mudar para outro sítio.
Caro CCz, quer trazer para Portugal as políticas sociais do Canadá? Eu acho óptimo.
O que muitos auto-denominados "independentes" ou "contribuintes líquidos" não percebem é que o mercado ideal e a economia só funcionam quando a sociedade está minimamente coesa e estável. Fora disso funciona simplesmente a lei do mais forte, a lei da selva, em que facilmente surgem as máfias, as ditaduras, a corrupção generalizada. Ou seja, os independentes só são independentes quando existe uma sociedade que os sustente.
Caro Carlos Albuquerque,
Não interessa o que o Durão Barroso, o Passos Coelho ou o Sócrates dizem. Interessa o que dizem os que têm o dinheiro e decidem se emprestam ou não. O resto é política.
Os credores só emprestam se acharen que os devedores pagam. O resto é conversa de político.
Vivemos 38 anos de défice e dívida e isso traduz-se no atual estado. A culpa é nossa, não é de quem nos financiou.
Caro João Pinto,
Quem faz o dinheiro e decide como o usa é o BCE. Os políticos decidem o que o BCE faz. Os credores só nos emprestam se o BCE nos suportar, o que quer que seja que façamos. O resto é folclore.
Não foram os 38 anos de défice que nos trouxeram aqui. Quando muito os últimos anos de défice insustentável. E sobretudo muita dívida não orçamentada, juntamente com o assumir perdas de bancos e contratos em PPPs e empresas públicas. Anos de guerras políticas internas para "poupar" 1000 milhões e depois perdas de 3000 milhões nos metros, 7000 milhões no BPN, dezenas de milhar de milhões nas PPPs. Nem um superávite nas contas do estado pode suportar as hemorragias não orçamentadas. Quanto ao historial dos défices, a maioria dos países mantém défices sistemáticos e não tem problemas com isso.
Quanto ao modo de resolver a crise, que tal o exemplo da Finlândia?
http://economico.sapo.pt/noticias/a-finlandia-nao-e-a-finlandia_167484.html
A culpa do estado actual é nossa mas será talvez por copiarmos os modelos falhados e fugirmos dos modelos de sucesso.
Mais um que quer usar dinheiro do "Monopólio" na vida real.
Qualquer credor sabe que 126% de PIB de dívida e PIB a cair a 2,3% ao ano é insustentável. Porque é que há quem nos empreste dinheiro?
De onde pensa que vem o dinheiro? Ou ainda acredita no padrão ouro? Já pensou porque é que não se usa o padrão ouro?
E eu é que acredito na carochinha e no Monopólio?
Carlos Albuquerque,
O que quer dizer com: " Os credores só nos emprestam se o BCE nos suportar, o que quer que seja que façamos." Quererá dizer que o BCE deve pôr as máquinas a trabalhar ou que o BCE deve dar garantia às nossas dívidas?
O Carlos disse: "Quando muito os últimos anos de défice insustentável". Eu sublinho a palavra insustentável. Quando o défice é insustentável o que é que se deve fazer? Gastar mais?
O Carlos disse: "Quanto ao historial dos défices, a maioria dos países mantém défices sistemáticos e não tem problemas com isso." A maioria dos países não tem défices insustentáveis.
Se não tivermos quem nos empreste, o que é que devemos fazer?
João Pinto,
As taxas implícitas da dívida portuguesa só começaram a baixar quando ficou claro que o BCE ia recomprar a nossa dívida. Sem essa garantia provavelmente no estado actual o default seria inevitável.
Quando o défice é insustentável e não pode baixar cortando despesa (porque o PIB e as receitas caiem, como se tem visto) provavelmente só resta o default. Ou negociar com quem nos puder apoiar, mas não para continuar a aumentar a dívida e destruir a economia.
Insustentáveis, não. Sistemáticos e acima de 3% é o que mais há. Até a Alemanha violou o pacto do euro em 2002, 2003, 2004 e 2005. Quatro anos seguidos. A Finlândia teve défices acima de 3% entre 1992 e 1996. Mas tinha moeda própria, claro.
Se não tivermos quem nos empreste saímos do euro e reestruturamos a dívida. Ou criamos um imposto extraordinário sobre a propriedade toda. Retiramos os portugueses das suas casas e entregamos o país aos credores. Tem alguma ideia melhor?
O que é absurdo na situação actual é que o BCE põe as máquinas a trabalhar para emprestar dinheiro barato aos bancos que o emprestam ainda barato aos países que nos emprestam dinheiro caro. Se o BCE nos emprestasse o dinheiro barato que já está a imprimir, os países que nos emprestam o dinheiro caro ganhariam menos mas seria mais fácil sairmos da crise. Assim, logo se verá.
Caros Carlos Albuquerque,
Contnua a insistir nos défices dos outros países. Os défices dos outros países não são tão grandes como o nosso; são sustentáveis (a economia deles cresce mais do que a nossa) e é problema deles. Foquemo-nos nos nossos défices. Os nossos défices são insustentáveis porque não conseguimos criar riqueza para os pagar.
No que respeita ao BCE, concordemos ou não com a política seguida, a verdade é que não podemos fazer nada. Não é Portugal, um país cheio de dívidas e pequeno, que vai alterar o que quer que seja. Não vale a pena insistir nessa via; não temos capacidade para alterar.
Foquemo-nos no que depende de nós: reestruturamos ou não a dívida? Se reestruturmos unilateralmente sabenmos que nas próximas décadas não nos emprestarão, pelo que seremos forçados a viver com défice 0. Podemos adotar moeda própria e desvalorizarmos (medida de curto prazo), mas temos de saber que desvalorizar significa sempre diminuição real de salários.
Há muita gente que não gosta, por que não lhe agrada, de falar da taxa de juro; prefere falar dos juros. O empréstimoo concedido pela troica tem associada uma taxa que anda à volta de 3%, ou seja, é taxa de juro mais baixa que Portugal alguma vez conseguiu..
O que eu diria era: se o resto da Europa admitir uma tentativa de recuperação sem ser exclusivamente pela via do défice, pode valer a pena não reestruturar. Se a insistência for para continuar a cortar despesa em funções essenciais, com os efeitos que são agora notórios, seria mais vantajoso reestruturar já, pois adiar a reestruturação, se ela for inevitável, parece-me que será pior.
Imagine que se faz uma reestruturação. Como será o "life-after"?
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Em que será diferente?
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Vamos passar a viver sem precisar de recorrer a empréstimos?
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