quinta-feira, junho 26, 2014

Por que têm de enveredar pela engenharia social? Ou, "Esperteza saloia parte II"

A propósito de "Carlos Costa defende reformas antecipadas para modernizar empresas" onde se pode ler:
"As empresas portuguesas devem apostar em mecanismos de antecipação da reforma dos trabalhadores mais antigos como forma de se modernizarem garantindo uma mão-de-obra mais produtiva, defendeu esta quarta-feira o governador do Banco de Portugal.
...
Empresas ganhariam com trabalhadores jovens "mais baratos, flexíveis e produtivos", diz governador do Banco de Portugal."
Tantos equívocos de um velho lobo do mar do sector não-transaccionável e que, aposto, não faz a mínima ideia sobre como se aumenta a produtividade.
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E o que dizer da experiência adquirida por anos de trabalho?
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E o que dizer do conhecimento implícito não traduzível para procedimentos escritos?
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Sinto que por detrás deste racional está a mesma lógica que acha que mais produtividade se consegue com mais 1 hora de trabalho por dia, com menos feriados e menos férias.
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Reparem:
"Empresas ganhariam com trabalhadores jovens "mais baratos,"
Se eles passavam a ser mais baratos, qual o acicate para que as empresas procurassem subir na escala de valor, procurassem aumentar a produtividade, se tinham esta boleia de autêntico passageiro clandestino?
As empresas são geridas por humanos, os humanos não são maximizers, são satisficers. Seria como a introdução de raposas na Austrália para caçar coelhos, também eles introduzidos na Austrália. As raposas preferiram caçar espécies autóctones mais fáceis de apanhar do que apanhar coelhos.
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Mão amiga pode encaminhar para o senhor governador a história do descalabro da "Circuit City" referida em "Esperteza saloia" e aqui.
"Empresas ganhariam com trabalhadores jovens "mais ... flexíveis ...""
O que se entende aqui por flexibilidade? Há falta de flexibilidade dos trabalhadores hoje em dia? Os únicos casos que conheço resultam mais de relações adversarias independentes da idade. "If you give them peanuts, you get monkeys"
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Mais flexibilidade resulta de alterações nos processos e de mais critério na selecção dos segmentos de clientes a servir. Volto à segunda figura deste postal recente:

"Empresas ganhariam com trabalhadores jovens "mais ... produtivos","
A velha e obsoleta ideia de que mais produtividade resulta de se correr mais depressa. Mais produtividade tem de vir da gestão... ainda ontem de manhã escrevi sobre isso:
""management does indeed appear to be important in accounting for the large differences in cross-country Total Factor Productivity (TFP) as well as within-country differences." 
E recordo Gary Klein em:
Por que é que o senhor governador não olha antes para a distribuição da produtividade intra-sectorial? 
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Por que é que o senhor governador não canaliza a sua energia para baixar ou eliminar as barreiras à entrada e à saída das empresas?
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Por que é que o senhor governador não se dedica a reduzir as protecções ás empresas zombies?
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Pena que esta conclusão:
""Conhecemos menos o país do que aquilo que pensamos. Não podemos intervir de forma consistente sobre a economia se não a conhecermos. É como a acupunctura: se não conhecermos os centros nervosos e espetamos a agulha, isso até pode prejudicar", disse Carlos Costa.
Acrescentou: "Especulamos muito sobre a economia, mas não a conhecemos. Estamos sempre a intervir sobre um corpo que não conhecemos""
Não se traduza numa humildade daquele tipo:
"Em primeiro lugar, não causar dano" 
Ou seja, a via negativa!
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Por que têm de enveredar pela engenharia social, pela construção top-down de uma nova sociedade, de uma nova economia, de um novo trabalhador?
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BTW, mão amiga que faça chegar ao senhor governador este estudo "Age and Productivity – Sector Differences?", onde, por exemplo, se pode ler:
"This paper shows that the share of employees in different age groups hardly has an impact on establishment productivity in the manufacturing, services and metal manufacturing sectors. On first sight, these findings contradict the notion that physically demanding, rigid and monotonous jobs might reduce the relative productivity of older employees in the (metal) manufacturing sector, or that higher flexibility and speed increase the productivity of younger employees in the services sector. However, one has to be aware that only the productivity of those employees who are actually working in the establishment is measured. We do not find strong evidence that our results reflect differences in the selectivity of older workers or in investments in old employees between sectors.
This paper paints a positive picture of the relative productivity of older employees in different sectors of the German economy."
Também lhe podem fazer chegar este outro e este outro... basta googlar para perceber que o senhor governador mandou uma posta de pescada.

Coisas que me interrogam

Com o nível do desemprego em Espanha tão alto, assiste-se a isto "Número de trabalhadores portugueses em Espanha cresceu 6% desde o início do ano".
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Explicações plausíveis?

quarta-feira, junho 25, 2014

Curiosidade do dia


Não resisti a esta brincadeira.

Acerca das barreiras

Recente, deste Abril passado, a versão de 2014 de "The New Empirical Economics of Management" de Nicholas Bloom, Renata Lemos, Raffaella Sadun, Daniela Scur e John Van Reenen.
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Algumas ideias:
"management does indeed appear to be important in accounting for the large differences in cross-country Total Factor Productivity (TFP) as well as within-country differences. [Moi ici: Por isso, é importante não erguer barreiras à entrada ou à saída. Por isso, é importante não proteger os incumbentes. Os clientes, com o seu bolso, que escolham livremente quem tem direito a viver]
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Competitive intensity is one important and robust factor in raising management quality,  [Moi ici: Como não pensar no lastro mental de centenas de anos de influência da CoroaEstado para minimizar a concorrência, para manter o status-quo e impedir a destruição criativa. A elite não pode ser prejudicada e correr o risco de perder] as is ownership and governance (e.g. family firms appear to have weak management on average).
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Much of aggregate productivity growth is from the reallocation of output away from less productive firms towards more productive firms.  [Moi ici: Por isso, é importante não erguer barreiras à entrada ou à saída. Por isso, é importante não proteger os incumbentes] This reallocation can take place on the extensive margin as less productive firms exit and more productive firms enter. ... But reallocation can also take place on the intensive margin as market shares get reallocated among incumbents away from the least efficient and towards the more efficient firms.
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analyzed data from US manufacturing plants and argued that over a five year period about half of a typical industry’s TFP growth was due to the reallocation of output between plants rather than ongoing incumbent within plant productivity growth."  [Moi ici: Por isso, é importante não erguer barreiras à entrada ou à saída. Por isso, é importante não proteger os incumbentes]

Continua.

Acerca do conceito da obliquidade

Este artigo "Advertisement-Shy Wimbledon Is World's Most-Lucrative Tennis Tournament" ilustra bem o conceito de obliquidade (obliquity).
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Se lerem o artigo poderão listar todas as restrições que a organização impõe a patrocinadores, como por exemplo:
"It does not allow sponsorship signage anywhere across the club’s 14 acres, ... Committee members don’t earn a penny, while the professional staff, headed by CEO Richard Lewis, take home relatively modest salaries."
E, no entanto, Wimbledom é o torneio mais lucrativo de todos, apesar das restrições e do trabalho voluntário do comité.
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Muitas vezes, a forma mais eficaz de atingir um objectivo passa por não o eleger como o objectivo directo, mas como a consequência natural de algo que se faz.
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Claro, nem todas as crianças têm paciência para aguentar 15 minutos e, por isso, acabam por comer os marshmallows.

Acerca da batota

Ler este artigo "Make Customers Want to Buy Offline" é voltar a 2008 e à batota. Recordar "A Apologia da Batota":
E já lá vão 146 postais com esse marcador.
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E o que diz o artigo?
Desenhar experiências, não confiar no acaso:
"Design your retail setting to be a showroom for your empathic experts even more than for the products you sell."
Desenhar soluções, complementos:
"This means designing your store to serve as a source for solutions, both now and in the future. Again, heightening your staff’s expertise helps immensely. So does offering customers a complete ecosystem of secondary products, rather than simply hanging some earbuds and cases within easy reach. Design with an eye to the outcome the customer is seeking, whether that’s more reliable transportation, more exciting entertainment, or higher productivity. Deliver a system of products and services that works with their primary purchase to provide those outcomes, and they’ll reward you for it, rather than try to reconstruct it all for themselves online." 
 Desenhar comunidades, outra alternativa.
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A batota que gera a experiência sentida:
"One fundamental point deserves to be underscored, because it informs all three of these design imperatives: shopping is emotional. The internet offers many functional advantages: selection is endless and endlessly searchable, prices are excellent, and there’s none of the hassle of going to the store. Most purchases, though, aren’t purely functional, and a well-designed shopping experience works with that by heightening the positive emotions and countering the negative ones.
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More than just satisfying emotional needs, shopping is part of how we form identity. The decisions we make about how we will spend our money are part of how we present ourselves to the world. Offer customers an experience that deepens their sense of identity and reflects positively on it, and you’ll earn the higher margin you’re asking them to pay."
E a sua empresa, mesmo não estando no retalho, faz batota, desenha experiências? Ou pensa que é tudo folha de cálculo?

Porque as estratégias não são eternas

Há tempos li uma crítica qualquer ao balanced scorecard, um dos motivos dessa crítica era baseado no facto de ter apenas 4 perspectivas.
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Não há nenhuma norma, lei ou regulamento que imponha 4 perspectivas.
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Eu aprecio as 4 perspectivas, pessoalmente, interpreto-as deste modo:
Ontem, durante a minha caminhada, a propósito da leitura do artigo "The Role of Performance Measurement Systems in Strategy Formulation Process", que comentarei em breve, recordei uma pergunta que Roger Martin costuma fazer e uma sugestão que li há uns anos.
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A pergunta que Roger Martin faz é:
"Asking a single question can change everything: what would have to be true? This question helpfully focuses the analysis on the things that matter."[Moi ici: Trecho retirado de "Playing to Win"]
Juntando as peças:
  • uma organização formula uma estratégia;
  • testa essa estratégia - "what would have to be true" para que a estratégia tenha pernas para andar?
  • traduz essa estratégia num mapa da estratégia, num balanced scorecard e num conjunto de iniciativas.
Entretanto, o mundo, a realidade externa, a paisagem enrugada, onde a organização se move com a estratégia formulada e operacionalizada, muda.
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Como é que uma organização descobre que a estratégia que está a seguir está a ficar, ou já está mesmo, obsoleta? Chega o desempenho dos indicadores que monitorizam a execução da estratégia? E a capacidade dos humanos se adaptarem e racionalizarem?
E que tal colocar a pergunta, após a formulação da estratégia, o que é que pode derrotar esta estratégia? O que é que a pode pôr em causa? E, com base nas respostas, seleccionar um conjunto de indicadores que farão parte de uma 5ª perspectiva, a perspectiva externa, e que tem como função, alertar a organização para alterações na realidade exterior que podem tornar necessário o repensar da estratégia.
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Depois, recordei que em tempos, num livro de Mark Graham Brown li algo sobre o interesse de uma perspectiva externa.

terça-feira, junho 24, 2014

Curiosidade do dia

Outra pérola de economistas, desta vez retirada de "Why Nations Fail" de Daron Acemoglu e Jim Robinson.
"Indeed, the most widely used university textbook in economics, written by Nobel Prize - winner Paul Samuelson, repeatedly predicted the coming economic dominance of the Soviet Union. In the 1961 edition, Samuelson predicted that Soviet national income would overtake that of the United States possibly by 1984, but probably by 1997. In the 1980 edition there was little change in the analysis, though the two dates were delayed to 2002 and 2012."

O que alterariam? (parte I)

Olhem para este mapa da estratégia:

Qual é o enfoque estratégico da empresa?
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O que alterariam, só de olhar para o mapa da estratégia?
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Atenção à largura de banda da atenção da equipa de Gestão de Topo, se se concentram demasiado numa coisa, perdem capacidade de se concentrarem noutra coisa. Qual é a prioridade (simplificada)?
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Inovação?
Custo?
Serviço à medida?
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Não podemos, nem devemos ter a veleidade de colocar num balanced scorecard todos os indicadores que a equipa da Gestão de Topo monitoriza.
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Há indicadores que são estratégicos, que têm a ver com a orientação estratégica da organização. Esses indicadores devem fazer parte do balanced scorecard.
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Há indicadores que são importantes, que a Gestão de Topo gosta de monitorizar, mas que não são estratégicos, são operacionais. Esses indicadores são monitorizados pela Gestão de Topo ou, isoladamente, por membros da Gestão de Topo, porque têm a ver com a execução orçamental, porque têm a ver com as boas-práticas de gestão hierárquica. Esses indicadores não devem fazer parte do balanced scorecard.
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No Twitter, com alguma recorrência, tenho uma conversa sobre a inovação e a eficiência. Do outro lado, dizem-me que não são incompatíveis. Deste lado, tento explicar a minha preocupação. É claro que inovação e eficiência não são incompatíveis. Contudo, porque o retorno das melhorias da eficiência são "imediatos", e o que há a fazer para que ocorram é mais intuitivo, mais concreto e palpável, e mais barato e menos arriscado de implementar, facilmente a preocupação com a eficiência deixa de ser uma saudável preocupação e, passa a ser uma obsessão que tudo subordina.
O problema são os trade-offs. Se a minha organização quiser ser um paradigma de eficiência, não pode ao mesmo tempo querer ser um paradigma de flexibilidade.
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Recordo o exemplo da Zappos:
"The most efficient way to run a warehouse is to let the orders pile up, so that when a worker walks around picking up orders, the picking density is higher and the worker has less distance to walk. But we're not trying to maximize picking efficiency.
We're trying to maximize the customer experience
, which in e-commerce involves getting orders out to customers as quickly as possible."
 Se a estratégia da minha organização passa pela inovação e flexibilidade, então, as preocupações com a eficiência, ainda que honestas, recomendáveis e importantes, não são estratégicas, devem sair do mapa da estratégia e do balanced scorecard.
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Parte II - sem mais informação, só olhando para o mapa da estratégia, o que alterar. E, ao fazê-lo, quais as dúvidas que surgem
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Parte III - com informação recolhida dos média, como poderia ser refeito o mapa da estratégia
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Continua.

"à espera de ser encaminhada para o matadouro, ou a preparar-se para ter um futuro?"

Um interessante paralelismo entre a disrupção no mundo dos negócios e o desempenho da selecção espanhola no Mundial de Futebol do Brasil 2014.
"Christensen famously posited that successful incumbents were vulnerable to disruption by smaller rivals because reliance on their existing business models led them to ignore new technologies. [Moi ici: Outra vez David vs Golias]
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Overused and reified as the phrase ‘disruptive innovation’ has become, it remains useful as a descriptive model for understanding how incumbent businesses can sometimes struggle to fend off smaller startups peddling seemingly lower-quality products.”
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Like the CEO of an industrial giant that dominates its market and is wedded to the business model that guarantees its revenues, del Bosque was tied to the players and system that had guaranteed so much success even as Spain faced fresh threats to that dominance.
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With an average age of almost 28, Spain has one of the older squads in the World Cup. The more telling statistic is the 23-man squad’s collective experience: a combined total of 1,375 international caps going into the tournament, which was 243 more than second-placed Uruguay. Sixteen of the squad had also played at a previous World Cup. These warriors have been in a lot of battles.
...
There is a plethora of fine young Spanish players coming through the ranks, but del Bosque’s options were constrained. Perhaps he thought, like many of us did, that there was one more tournament in these great players, that the transition could come in the next 12 months. Just like a CEO who lacks the courage to undermine the model that has proven so successful to ensure future success, he failed to change the winning formula at the right time.
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It happens to all great teams. How do you drop yesterday’s heroes? Their status prevents it. They have to lose first.”
...
and at this World Cup, del Bosque’s loyalty to the players that served him so well in previous tournaments was his downfall."
No caso de uma empresa, normalmente não estamos a falar de pessoas, mas sim de produtos, mas sim de modelos de negócio.
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Por exemplo em "5 industries that millennials are destroying" são apresentados 5 casos, apenas 5, em que o status-quo está a ser reformulado.
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E a sua empresa, está à espera de ser encaminhada para o matadouro, ou está a preparar-se para ter um futuro?

Trecho retirado de "How Spain Succumbed to the Innovator’s Dilemma"

Para reflexão

Recorte 1:
"Exportações portuguesas para Espanha crescem 3,9% até Abril"
Apesar de (recorte 2):
"a exportação de petróleo e derivados, que em 2013 representou cerca de 65% do aumento, continua a registar uma tendência decrescente (representou menos de 30%)." 
Recordar (recorte 3), o crescimento das exportações em 2013:
"Combustíveis explicam dois terços do aumento das exportações este ano" 
Recordar (recorte 4):
"Espanha é o país para onde as exportações portuguesas mais estão a crescer em 2013"

Apesar da quebra nas exportações de combustíveis o progresso de 2013 foi ultrapassado.


 Recorte 1 e 2 retirado de "Exportações portuguesas para Espanha crescem 3,9% até Abril" (Junho de 2014)
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Recorte 3 retirado de "Combustíveis explicam dois terços do aumento das exportações este ano" (Julho de 2013)
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Recorte 4 retirado de "Espanha é o país para onde as exportações portuguesas mais estão a crescer em 2013"

segunda-feira, junho 23, 2014

Porquê a diferença?

No DN em "Número de insolvências aumenta 8,1% até Maio" lê-se:
"O número de insolvências de empresas em Portugal continua a subir, e nos primeiros cinco meses do ano o valor total registado no Ministério da Justiça aumentou 8,1% face a igual período do ano passado. Até maio deste ano foram registadas 3.797 insolvências de empresas em Portugal, de acordo com os mais recentes dados da IGNIOS, empresa especialista em soluções integradas de gestão de risco para o setor empresarial."
No Informa DB de Maio deste ano, na página 24 lê-se:
O que é que cada uma das empresas mede? Por que chegam a estes resultados opostos?

Talvez seja arrogância de consultor

Leiam a primeira parte de ""Excelência do Mel" quer promover consumo":
"Um pouco por todo o País regista-se uma crescente aposta na produção de mel, que terá beneficiado do contributo dos 1.047 projectos aprovados no âmbito do programa ProDer, que garantiu 71 milhões de euros de investimento na área apícola com a instalação de novos apicultores, na sua maioria jovens. [Moi ici: A minha contribuição cínica para a coisa é "e esses novos apicultores têm apoios generosos? Qual o grau de skin in the game a que são obrigados?]
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Mesmo assim, os dados do Ministério da Agricultura e do Mar mostram que entre 2010 e 2013 o número de apicultores registados caiu de 17.291 para 16.774. [Moi ici: Pode ser a renovação etária ou os apoios não convidam ao skin in the game]
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Todavia, como esclarece a FNAP, grande parte do mel produzido é para auto-consumo, pelo que outro factor a melhorar passará pela necessidade de garantir mais- valias na comercialização do mel português, dado que apenas cerca de 15% da produção é relativa a mel embalado.
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Portugal exporta essencialmente a matéria-prima (mel não embalado) [Moi ici: O típico enfoque na produção. Mel a granel!] acabando por importar a matéria-prima já embalada, que depois é vendida ao consumidor final."
 O que retiram deste diagnóstico breve e, por isso, suficientemente claro, sobre iniciativas estratégicas a implementar para desenvolver o mel português?
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Para mim é claro, tão claro que até pode ser encarado como arrogância de consultor. Voltem a ler o último parágrafo sublinhado:

  • É preciso criar marcas portuguesas!
  • É preciso embalar mel, para o colocar nos circuitos de comercialização como mel português com marca própria!
  • É preciso trabalhar o ecossistema da procura, para ter acesso às prateleiras que interessam!
  • Poderá ser útil criar algumas cooperativas de produtores, para ganharem escala na comercialização nacional e internacional!
O que é que a Federação Nacional de Apicultores de Portugal (FNAP) se propõe fazer?
"Além da divulgação e consciencialização dos benefícios do consumo do mel, "A Excelência do Mel" propõe-se a aumentar a produção tornando Portugal autosuficiente e elevar o grau de notoriedade do néctar produzido pelas abelhas.
...
4 - A FNAP quer que o consumo anual per capita em Portugal passe dos 0,3kg, para próximo da média da UE a 27 (dados de Abril de 2013), para 0,6kg"
Estarei a interpretar bem o que li?

  • A FNAP quer aumentar a consciencialização dos benefícios do consumo do mel!
  • A FNAP quer aumentar a notoriedade do mel!
  • A FNAP quer aumentar o consumo anual per capita!
Este trecho é crítico:
"Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, de Janeiro a Novembro de 2012, Portugal apresentou um saldo positivo de 327 mil euros. Apoiada nestes dados, a FNAP acredita que Portugal tem "capacidade para ser autosuficiente". Apesar do crescimento dos últimos anos, a produção nacional representa apenas 20% do consumo interno, sendo o restante importado."
As acções da FNAP, se forem bem sucedidas, vão fazer aumentar o consumo de mel importado. E, mesmo que esse mel seja produzido originalmente em Portugal, o grosso do valor acrescentado, ficará fora.
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Não é suficiente promover "Promover a "marca" mel"!
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Ei! Mas eu só sou um anónimo consultor de província.

Será que um desconto é mesmo a solução?

"Unfortunately, the Economics 101 class we took in college has conditioned us to believe that lowering price should always return a commensurate increase in demand.  But on its face, this is simply not so.
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Getting customers to change their behavior often requires much more than a simple decision to decrease prices.  For example, if you want a customer who is currently not buying from you to change their behavior and begin doing so, you should first start with the question:  Why are they not buying from me today?  Often the answer is not because the price is too high.  In our research and experience, some of the common reasons we have heard include:
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 1.“Because we did not know the company sold those products”
 2.“Because their service quality was poor/unsatisfactory”
 3.“Because we have an existing relationship/contract with another vendor”
 4.“Because we don’t like the sales rep”
 5.“Because they don’t stock enough of the products we need to buy”
 6.“Because they are too far from our location; other vendors are closer”
 7.“Because their product quality is poor”
 8.“Because their systems don’t interface well with ours”
 9.“Because it is not easy to shop and order from them”
10.“Because they don’t have enough in-house product support expertise”
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When you step back and consider those reasons, you realize that it’s probably quite unlikely you’ll be able to combat these issues with a relatively small downward adjustment in price.  I say relatively small because in most cases it’s not realistic to make large, drastic price cuts.
If you want to change a customer’s behavior, you need to address the specific obstacle that’s to blame for the original behavior in the first place."
Trecho retirado de "So You’re Thinking about Lowering Prices …"

"formular uma estratégia não é o resultado de um qualquer pensamento analítico-linear"

Ontem, estive a ler uma dissertação apresentada, para obtenção do grau de mestre, sobre a aplicação do BSC a uma PME.
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Estranhei o terem desenhado um mapa da estratégia sem terem equacionado quem são os clientes-alvo, o que procuram e valorizam, sem os terem olhado olhos nos olhos como se fossem únicos e não entidades estatísticas.
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Estranhei o terem desenvolvidos e seleccionado os indicadores do BSC só com base numa análise dos processos internos da organização.
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Estranhei que o primeiro Valor relevante para o cumprimento da Missão tenha sido:
"Criação de valor para os sócios..."
Sintomático!
Fizeram as análises SWOT e TOWS.
Determinaram o posicionamento competitivo por comparação com a concorrência
Desenharam uma matriz BCG.
Construíram uma matriz de McKinsey.
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E, no entanto, nem uma palavra sobre os clientes-alvo.
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E, no entanto, nem uma palavra sobre o ecossistema da procura.
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Também não trabalharia com cerca de 100 iniciativas. Preferia trabalhar com 10 e meter as 100 acções como linhas dentro das 10.
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Cada vez mais, para as PMEs, formular uma estratégia não é o resultado de um qualquer pensamento analítico-linear.

domingo, junho 22, 2014

Mudar de prateleira, mudar de mercado, mudar de significado

"New technologies do not simply displace old ones. Some old technologies, like sailing boats and paper books, have an enduring appeal; some, like watches, can redefine their value; and some, like condoms, can get a new lease of life for unexpected reasons. In addition, people do not just buy something because it provides the most efficient solution to a problem. They buy it because it provides aesthetic satisfaction - a beautiful book, for example, or a perfectly made shirt - or because it makes them feel good about themselves. This suggests a paradox: the more that disruptive innovations like the internet boost the overall productivity of the economy, the more room there will be for old-fashioned industries that focus on quality rather than quantity and heritage rather than novelty. Sometimes the best way forward is backwards."
Leio isto e volto ao exemplo da artesã que tentava vender colchas de linho numa feira tradicional em Bragança e que registei em "Uma perspectiva interessante":
"Para algumas empresas, que produzem produtos tradicionais, que podem produzir produtos para nichos com alguma vantagem, não faz sentido mudar o produto para o ajustar ao mercado.
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Talvez faça sentido:
  • transformar os potenciais clientes em clientes, mudando-os a eles, através de uma conversação, através de uma relação; ou
  • mudar de mercado, mudar de prateleiras..."
Recordar também o exemplo das tábuas de Jamie Oliver.
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Aquele trecho lá de cima, foi retirado de "Second wind" onde ainda se pode ler:
"How do businesses go about reviving old technologies in the face of so much innovation? Mr Raffaelli argues that the key to success lies in redefining the product’s value and meaning. Swiss watchmakers redefined their products as status goods rather than a means of telling the time. That they are so much harder to make than digital watches added immeasurably to their desirability. Independent booksellers are redefining themselves as communities where people who care about books meet and socialise. Trams are re-emerging as a green solution to both pollution and urban sprawl: a striking number of the cities that are adopting them are formless sunbelt cities.
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This redefinition demands a careful balance between tradition and change. Revival businesses often need to cultivate a close relationship with their craftsmen and customers, who may see themselves as guardians of a great tradition rather than mere employees or consumers."

Touché...

A propósito de "Quando o mundo muda, as ideias que funcionavam deixam de ser úteis" e "E no seu sector, para onde vai o mundo?" volto à frase de Nassim Taleb:
"Executive programs allow us to watch people who never worked lecture people who never pondered."
Esta manhã, numa caminhada-reunião, o meu interlocutor disse, com naturalidade, qualquer coisa como:
"Mas ao menos se fossem tinham acesso a outras ideias e visões do mundo!"
Imediatamente... recordei a minha primeira formação na área da qualidade, uma formação inter-empresas para ser auditor interno da qualidade.
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Penso que já em tempos escrevi sobre ela aqui no blogue. A formadora era uma nódoa, sempre a contar histórias pessoais, mas a formação foi-me tão útil. Aprendi tanto com os meus colegas, colocava-lhes questões, pedia-lhes exemplos, comentavam as opções seguidas pela minha empresa.

Um conselho para a sua PME

Para quem está a iniciar a sua actividade, ou a sua internacionalização, pode ser interessante pensar em:
"When you're just starting out, going after smaller, more obtainable accounts can position you to land far bigger ones later."

sábado, junho 21, 2014

Curiosidade do dia

O dia mais longo!
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Como eu percebo os antigos...

O caminho

Hoje, Seth Godin publicou um curto postal com isto:
"Fast, easy, guaranteed
...pick none.
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That's the work that's worth doing."
Em vez de receitas mágicas, trabalho, investimento no não-imediato.
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Em vez de facilidades, o que custa, o que nos obriga a transcendermos-nos, o que nos obriga a metamorfosearmos-nos.
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Em vez do garantido, a ausência de rede, o inexplorado, o por construir, a surpresa.

"é preciso proteger os campeões nacionais"

Há dias, a propósito do leite, voltei a usar esta imagem:
Ontem, ao final da tarde, durante mais uma caminhada, li mais um trecho de "Why Nations Fail" e percebi que esta figura não é universal.
"All three countries were ruled by relatively absolutist monarchs: Elizabeth I in England, Philip II in Spain, and Henry II in France. All were battling with assemblies of citizens—such as the Parliament in England, the Cortes in Spain, and the Estates-General in France—that were demanding more rights and control over the monarchy. These assemblies all had somewhat different powers and scopes. For instance, the English Parliament and the Spanish Cortes had power over taxation, while the Estates-General did not. In Spain this mattered little, because after 1492 the Spanish Crown had a vast American empire and benefited massively from the gold and silver found there. In England the situation was different. Elizabeth I was far less financially independent, so she had to beg Parliament for more taxes. In exchange, Parliament demanded concessions, in particular restrictions on the right of Elizabeth to create monopolies. It was a conflict Parliament gradually won. In Spain the Cortes lost a similar conflict. Trade wasn’t just monopolized; it was monopolized by the Spanish monarchy."
Numa sociedade habituada ao poder da Coroa/Estado, as instituições extractivas, as elites extractivas, fariam pressão junto do poder para pôr ordem naquele ciclo lá de cima. E volto outra vez a Acemoglu:
"powerful groups often stand against economic progress and against the engines of prosperity. Economic growth is not just a process of more and better machines, and more and better educated people, but also a transformative and destabilizing process associated with widespread creative destruction. Growth thus moves forward only if not blocked by the economic losers who anticipate that their economic privileges will be lost and by the political losers who fear that their political power will be eroded.
Conflict over scarce resources, income and power, translates into conflict over the rules of the game, the economic institutions, which will determine the economic activities and who will benefit from them."
Por cá são muitas centenas de anos a impedir, ou a minimizar o funcionamento daquele ciclo lá de cima... é preciso proteger os campeões nacionais...

e, nove meses depois de Agosto de 2013

Evolução do número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego entre Janeiro de 2011 e Maio de 2014:

A maior quebra mensal desde Janeiro de 2011, mais dois meses e estaremos a recuar para valores de desemprego do final de 2011.
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A evolução homóloga do desemprego e a evolução mensal do desemprego entre Janeiro de 2011 e Maio de 2014:

A figura que se segue tira uma fotografia da evolução homóloga do desemprego em Maio de 2014 e, mostra onde está a ser criado emprego líquido (barras negativas):

Em Janeiro de 2013 havia 1 barra negativa, 18 em Outubro, 19 em Novembro, 21 em Dezembro e 24 em Janeiro e Fevereiro de 2014, agora em Março, Abril e Maio 25 barras negativas.
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De salientar a recuperação do emprego na construção, a queda do desemprego homólogo no Algarve em 18% e, sobretudo, a evolução do desemprego nos Açores, segundo mês de evolução homóloga negativa.
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Em Maio houve quase -9% de novas inscrições de desempregados, comparação homóloga, e -5,5%, quando comparado com Abril passado.
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No final do mês de Maio existiam, nos Centros de Emprego, cerca de 21 mil ofertas de emprego por satisfazer.

sexta-feira, junho 20, 2014

Um sintoma de algo

Em "Bank of England 'puzzled' by productivity gap" pode ler-se:
"The Bank of England says productivity is 16% below its pre-crisis trend - but says it is at a loss to understand why.
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Its latest quarterly bulletin says that since the onset of the 2007-08 financial crisis, labour productivity in the UK has been exceptionally weak.
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To measure productivity, you take the amount of goods and services produced in the economy and divide it by the number of hours worked.
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At the moment, the UK's productivity is pretty low compared with its competitors."
Isto pode ser um sintoma...
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Um sintoma de que algo está a mudar e os indicadores não podem ser lidos como dantes.
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Poderá ser um sinal da alteração do perfil da produção inglesa? O mesmo fenômeno aconteceu nos primeiros anos da reconversão do calçado. O aumento do preço unitário não compensa a redução das quantidades?
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Interessante, pois o emprego parece estar no melhor período desde 2007.

Para reflexão

"All your prospects are not the same, and if you insist on treating them that way, you will waste your time and your enthusiasm on people who aren't bringing any to your interaction."
 Trecho retirado de "There are Kracos"

"O pequeno negócio pode ser muito melhor."

Nada que não se escreva por este blogue há muitos anos e que não se pratique no dia-a-dia na minha actividade de consultoria com PMEs.
"Como é que as pequenas e médias empresas (PME) podem competir contra grandes multinacionais no mercado globalizado de hoje? Que estratégias devem adoptar? .
A maneira mais fácil de determinar a forma de competir com as grandes empresas é olhar para as questões com as quais as multinacionais têm dificuldade em lidar. [Moi ici: Onde é que a PME pode, agindo como David, fazer a diferença?] As multinacionais queixam-se geralmente de que as pequenas e médias empresas são concorrentes difíceis, porque têm produtos de boa qualidade a preços mais baixos, são mais rápidas, mais flexíveis e estão mais perto dos clientes. O meu conselho é do que as PME escolham pequenos mercados e os abordem de formia adequada, em vez de se dispersarem por muitos países. Este é o caminho para construir um negócio sustentável.
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Que lições podem as PME aprender com as multinacionais? .
A primeira lição é a de que  um bom produto é o mais importante para as PME. É necessária dedicação na construção da marca. [Moi ici: Fundamental, desenvolve marca para fugir do granel e ganhar individualidade e potenciar relação, potenciar interacção] As PME devem certificar-se de que as relações com os distribuidores  são excelentes e constantemente estimuladas.
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No actual quadro, qual dos conceitos de negócios é preferível, °small is beautiful" (pequeno é bonito) ou "big is better" (grande é melhor)?
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O pequeno negócio pode ser muito melhor. Tenho clientes de grandes multinacionais que estão a arrancar os cabelos para conseguirem competir com algumas pequenas empresas ágeis e agressivas. [Moi ici: Golias a competir com David? Recordar Arreguín-Toft] Todas as multinacionais são vulneráveis. Se você olhar a lista Fortune 500 de há 25 anos e a actual, concluirá que só menos de 40% das empresas ainda estão nessa lista."
Pena que este discurso, semelhante ao deste blogue, não tenha mais divulgação. Bloquearia os produtores de cortisol que só vêem desgraças e só sabem carpir com saudades de um passado idealizado e romantizado onde eram protegidos, onde não havia globalização, onde... corria leite e mel. E abriria esperança para quem trabalha, para quem experimenta, para quem arrisca.
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Trechos retirados de "Nenad Pacek: "Um bom produto é o mais importante para as PME""
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Continua

A palavra da moda


quinta-feira, junho 19, 2014

Interessante esta evolução

Mal li "TomTom abre portas a programadores de aplicações" relacionei logo com uma tendência que se vê com alguma frequência.
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Interpreto a notícia como uma mudança de foco da TomTom.
O foco deixa de ser o produto!
O produto é transformado numa plataforma, e o rendimento virá não tanto da venda do produto, mas do funcionamento da plataforma.
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E no seu sector, e na sua empresa, faz sentido pensar a nível de plataforma?
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Deixe de pensar no seu negócio em termos concretos e suba na escala de abstracção.
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Engraçado, ainda ontem recebi uma lição de alguém que me chamou a atenção, para a necessidade de eu próprio fazer essa subida na escala da abstracção em relação a um produto clássico.

Focar a atenção no desenho e construção de oportunidades

Quando se fala da superioridade dos frutos portugueses não se costuma falar disto:
Que é feito da frescura, sabor, ...?
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A propósito disto:
""Em vez de vendermos as pêras durante 11 meses, teremos de as vender em seis e o sector vai perder rentabilidade, porque contribui para aumentar a ofertar e reduzir os preços, as exportações e os postos de trabalho", afirmou."
Procuro logo oportunidades.
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A pêra rocha portuguesa não poderá ser vendida como antigamente. E a pêra de outros países, não será também afectada? Que oportunidades podem surgir? Que oportunidades podem ser construídas?
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Mais uma vez, a importância da ponderação. Olhar para o filme com algum grau de abstracção, pensar no desafio com antecedência:
"Os últimos três anos funcionaram como prazo de adaptação, em que o setor deveria encontrar alternativas eficazes que, apesar dos vários estudos de investigação em curso, ainda não existem, e pode beneficiar de autorizações especiais para usar um outro antioxidante, a "etoximina"."
Levaram a expoitation até ao fim, e a exploration?
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O pensamento estratégico não pode ser reservado para eventos específicos, tem de ser constante, o que pode vir aí? O que vai ou pode mudar?
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Em vez de concentrar o pensamento na minimização das perdas, focar a atenção no desenho e construção de oportunidades. Nem de propósito este título "Don't Weep For The Past; Plan For The Future"
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Entretanto:

E no seu sector, para onde vai o mundo?

Voltando novamente a:
"Executive programs allow us to watch people who never worked lecture people who never pondered."
Acrescentemos isto:
"You sometimes hear managers complain that their organization has no strategy. This isn’t true. Every organization has a strategy: its strategy is what it does.  Think about it. Every organization competes in a particular place, in a particular way, and with a set of capabilities and management systems — all of which are the result of choices that people in the organization have made and are making every day." 
O problema da não ponderação é a falta de olhar para o que se faz com algum distanciamento que permite uma certa abstracção.
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Por exemplo, a evolução do sector do leite , referida à dias em "Uma evolução mais do que previsível", leva a pensar na vantagem que quem pondera pode ter sobre quem vai andando e vendo.
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E no seu sector, para onde vai o mundo? Que alternativas de actuação?

quarta-feira, junho 18, 2014

Quando o mundo muda, as ideias que funcionavam deixam de ser úteis

Ontem, favoritei este tweet de Nassim Taleb:
"Executive programs allow us to watch people who never worked lecture people who never pondered."
Os gerentes das PMEs, porque não têm tempo ou motivação  para assistir a estes programas executivos, acabam por não serem sujeitos às ideias obsoletas dos que nunca trabalharam e, por isso, têm a mente livre para experimentar, quando são encostados à parede pelo andamento do negócio.
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Quando o mundo muda, as ideias que funcionavam deixam de ser úteis.
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Como é que os que não trabalham, podem descobrir quais são as novas ideias que podem funcionar?
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Continua, porque não ponderar também tem custos graves.

As PMEs anónimas e os outros

Este título "Alemães da Enercon pedem ao Governo português mais espaço para crescer":
"A alemã Enercon, que tem em Viana do Castelo um "cluster" eólico com mais de 1.600 trabalhadores, quer que o Governo português estude soluções para ampliar a capacidade que as suas fábricas têm de continuar a vender torres eólicas para o mercado interno português, de forma a não ficar totalmente dependente das exportações."
Ou seja, uma nova versão das auto-estradas para dar trabalho às construtoras. Assar sardinhas com o lume dos fósforos... a lata desta gente... Gente com o direito adquirido a ter queijo todos os dias.
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Outro título "Sete investimentos de 391 milhões criam 406 novos empregos":
"Paulo Portas anunciou esta terça-feira sete novos projectos de investimento, que totalizam 391,2 milhões de euros e garantem um total de 1.784 postos de trabalho (sendo 406 novos)."
Basta fazer as contas. 391,2 milhões de euros a dividir por 406 novos empregos dá ... cerca de 963 mil euros por posto de trabalho criado... quanto desse dinheiro virá da impostagem aos contribuintes?
"O momento foi ainda aproveitado para fazer um balanço dos três anos de Governo PSD/CDS no que ao investimento diz respeito. O valor captado neste período foi de 1.607 milhões de euros, que receberam incentivos fiscais no valor de 158 milhões, ou seja, cerca de 10% do total.
No último triénio foram criados 2.351 postos de trabalho no âmbito destes projectos. Os investidores estrangeiros tiveram maior preponderância, representando 56% do valor dos investimentos."
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Comparar estas tretas com o desempenho das PMEs anónimas que fazem pela vida sem as benesses do poder...
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Como se pode ler aqui:
"As exportações geram o desenvolvimento virtuoso do consumo e da economia. Em mercados onde o que conta é a capacidade de inovar. De competir. De lutar de forma aberta. Onde Keynes não está. Mas onde estão os empreendedores. Empresários e trabalhadores. Indivíduos. Com visão. E com futuro. E ganha o país."

Por isto é que March defende a ambidestralidade das empresas.

E volto ao postal acerca da eventual bolha nos mirtilhos.
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Ontem à noite, numa breve troca de tweets acerca do tema e, sobretudo, acerca da reacção do presidente da cooperativa, fiquei encravado numa reflexão.
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Pelo calendário da reacção:
"lembrou que a Holanda vai deixar de comprar o fruto a Portugal na próxima semana"
Parece que só agora acordaram para o que vai acontecer para a semana...
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Entretanto, após alguma investigação, fico perante duas posições. Esta:
"Em declarações à TSF, o presidente da Mirtilusa explicou que o aumento de produção de 70 para cem toneladas pode colocar em causa alguns dos projetos de financiamento que alguns produtores se candidataram.
«Se não conseguirmos exceder [Moi ici: Presumo que seja "escoar"] o stock esta semana o mais provável é interromper a apanha do fruto. Só que isso vai ser o caos, porque vai toda a gente refletir em relação à produção de mirtilos», explicou José Carlos Sousa."
E esta outra, daqui:
"No final deste ano, as plantações de mirtilos em Portugal irão atingir os mil hectares. Segundo várias previsões, o crescente aumento do número de plantações que atualmente se verifica levará a que a produção deste pequeno fruto venha a atingir as quatro mil toneladas anuais em 2018, a maioria destinadas à exportação para países da União Europeia."
Entretanto, em 2010 escrevia-se:
"A produção actual, que ronda as 120 toneladas anuais, [Moi ici: Há aqui qualquer incoerência entre a produção de 2010 e a referida lá em cima. Acredito que a lá de cima seja a prevista para recolher só esta semana] deverá atingir as 419 toneladas em 2014, prevê a AGIM - Associação para a Gestão, Inovação e Modernização do Centro Urbano de Sever do Vouga, instituição criada pelo município para, entre outras tarefas, apoiar o desenvolvimento e a promoção do mirtilo enquanto recurso do concelho."
Sem querer ser mal educado, ao ler isto:
"segundo dados do Ministério da Agricultura, o setor da produção e comercialização do mirtilo já é responsável por mais de 36 milhões de euros de exportações e, segundo algumas previsões, poderá ultrapassar a barreira dos 50 milhões de euros dentro de cinco anos, podendo chegando chegar aos 215 milhões de euros em 2023." 
Recordo-me deste título "Why Trends Are For Suckers":
"It feels good to be trendy.  You can be sure that you’ll have a lot of company.  And that’s exactly the problem.  It’s easy to go wrong when everybody around you thinks it’s right.
...
All trends fail at some point because they sow the seeds of their own demise."
 Aquela previsão do Ministério da Agricultura faz-me lembrar aqueles esquemas das paisagens competitivas enrugadas e a exploração & exploração de March.
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Em 2010 estávamos aqui:
Em 2013 tínhamos feito esta evolução:

Depois, quando equacionávamos um novo t3 ainda mais alto... a paisagem mudou:
Por isto é que as estratégias nunca são eternas...
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Por isto é que March defende a ambidestralidade das empresas. Têm de, ao mesmo tempo, fazer a "exploitation" do negócio actual e, nunca confiando no amanhã como um prolongamento assegurado do hoje, fazer a "exploration", procurar as actividades que hão-de dar vida e continuidade ao negócio no futuro.
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Mas isto implica pensar que o pior pode acontecer, é um produto tremendo da inteligência humana, sermos capazes de, além do polegar oponível, apostarmos numa ideia ao mesmo que a pomos em causa com a sua ideia oposta. Ou seja, implica pensar estrategicamente... recordar a casca de noz no meio do oceano, não o podemos mudar, mas podemos tentar perceber para onde pode ir:

Um conselho para os produtores de mirtilho. Agora, estão a chegar ao primeiro degrau desta escada:

Têm uma commodity.
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Já têm marca? Já têm marketing? Já vendem mais do que o fruto simples?

Para reflexão

"Descobri ainda, debaixo do Sol,
que a corrida não é para os ágeis,
nem a batalha para os bravos,
nem o pão para os prudentes,
nem a riqueza para os doutos,
nem o favor para os sábios:
todos estão à mercê das circuns­tâncias e da sorte."
Eclesiastes 9:11
Está cá tudo.
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Isto retrata porque é que as estratégias mesmo quando resultam no presente, não duram sempre.

E por cá, quantos anos mais vai demorar?

Quantos anos mais vai demorar, por cá, a fazer-se esta mudança de paradigma?
"Bad ideas don’t die just because they are bad. They hang around until a consensus forms around another idea that is better. This is what’s happening now with a stupid idea has dominated American business for the last four decades: that the purpose of a firm is to maximize shareholder value. The massive problems that this notion has caused for business and society have been documented. Even Jack Welch has called it “the dumbest idea in the world.” Yet it remains the conventional wisdom throughout much of big business. What’s different now is that a consensus is forming around a better idea."
Teremos de esperar pela contribuição dos cemitérios?
"The report’s most important finding is that majority of the thought leaders who participated in the study, particularly corporate executives, agreed that “the primary purpose of the corporation is to serve customers’ interests.” In effect, the best way to serve shareholders’ interests is to deliver value to customers." 
E os novos que continuam a ser formatados pelos velhos?
"“If [corporations] make it their purpose to maximize shareholder value, shareholders are likely to suffer because that cravenness turns off customers, employees, and the world in general. If they make it their purpose to serve customers brilliantly, be a fabulous place to work, and contribute meaningfully to the communities in which they operate, chances are their shareholders will be very happy.” The key is to see that it’s not a tradeoff." 
Trecho retirado de "Why The World's Dumbest Idea Is (Finally) Dying"

Curiosidade do dia



17h de ontem.
Roriz, Penalva do Castelo.
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Deve ser isto a que se chama de tabique.

terça-feira, junho 17, 2014

David contra Golias no ténis

Mais um relato do confronto de David contra Golias, "The Strategy Behind Serena’s Worst Ever Grand Slam Loss".
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Recomendo a leitura especial daquele trecho "Where to Play?"
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Nunca combater um adversário no terreno que lhe dá mais vantagem. Ou, na linguagem da Teoria dos Jogos:
  • "Lesson #1: Do not play a strictly dominated strategy"

"Think Differently About Scale"

Outra nota retirada de "The Disappearing Middle Is a Real Market Threat — Here’s What Firms Can Do" que muito nos apraz é esta:
"Think Differently About Scale.
Historically, we have thought about the benefits of scale as being cost or supply based — with more scale comes the ability to offer the same set of benefits at lower cost. But this is no longer the case. Indeed, in category after category, technology and the globalization of production has made smaller offerings more economically viable. An offering that is tailored to appeal to a small segment of people — who are willing to pay a lot for it — is far more likely to be successful in today’s global, digitally-connected business environment. [Moi ici: I rest my case. O que é isto senão a base para Mongo, para o Estranhistão onde "we are all weird"]
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As a result, aiming for the “middle of the market” is no longer necessary to drive business success. For large companies, the advantage of scale will no longer come from applying it just to the supply side of the business, but also the demand side. With scale comes the ability to generate superior consumer understanding, something most companies spend relatively little to understand."

A Grande Recessão não o gerou, apenas o acentuou

Via Twitter, fui encaminhado para este texto "The Disappearing Middle Is a Real Market Threat — Here’s What Firms Can Do" onde leio logo à cabeça:
"The Great Recession forced consumers to drastically rethink their purchase behaviors and, even though many have regained their financial footing in the five years since the downturn officially ended, those buying patterns have remained. As a result, more and more products are moving toward the “value” or “premium” ends of the spectrum, leaving a middle market that is struggling to remain relevant."
 Não creio que esta tendência tenha sido criada pela Grande Recessão. Terá, quando muito, acelerado uma tendência que vinha de trás.
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Nunca me esqueço de um brilhante artigo na The McKinsey Quarterly de Novembro de 2005, “The vanishing middle market”. Muito antes do choque da Grande Recessão.
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Recordar também "Polarização do mercado ou como David e Golias podem co-existir"

Uma evolução mais do que previsível

O leite é a commodity alimentar por excelência, lembram-se de "O leite é a commodity alimentar por excelência"?
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Lembram-se da evolução do efectivo médio das explorações leiteiras em Portugal? E da comparação com outros países? Recordar "O leite: Os factos, a treta socialista e os apoios mafiosos".
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Agora, leiam isto "Portugal perdeu 90% das explorações leiteiras em 20 anos":
"A produção leiteira conheceu nas últimas duas décadas uma autêntica revolução. O número de produtores passou de cerca de 61 mil, na campanha de 1993/1994, para menos de 7000, na mais recente campanha (2013/2014).
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A evolução dos números acaba por reflectir uma mudança de paradigma na operação sectorial, que nos finais da década de 1980 estava ainda muito assente numa estrutura de pequenas explorações, com um número muito reduzido de animais e com uma produção muito pouco sustentável. Parte substancial do sector não dispunha de ordenha mecanizada própria, fazendo entregas em postos de recolha que regularmente eram visitados pelos camiões-cisterna das cooperativas ou em instalações de ordenha colectiva – algo que dificultava a operação e punha em risco a qualidade do leite recolhido.
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Fruto deste desenvolvimento empresarial, o potencial das explorações que foram desaparecendo foi sendo transferido para aquelas que tinham capacidade de expansão, de tal forma que, no espaço de duas décadas, a produção média por exploração disparou praticamente dez vezes – de 25 toneladas por exploração, em 1993/1994, para 264 toneladas por leitaria, na campanha mais recente. Só neste século, sustenta Fernando Cardoso, verifica-se “uma multiplicação por três do efectivo leiteiro médio de cada exploração”.
Lembram-se de "Como surgem os Golias e pistas para o aparecimento de Davids" e desta figura?
Uma evolução mais do que previsível.

segunda-feira, junho 16, 2014

Curiosidade do dia


Esta tarde, em Sinde no concelho de Tábua.
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Tentem contar o número de anéis neste pinheiro.
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Cada anel representa um ano.

Bolha de mirtilho?

Ouvi no noticiário das 15h de Domingo, na TSF, que se está a assistir ao entupimento dos canais de escoamento da produção de mirtilhos. A Holanda, tradicional mercado de destino, passou a ser auto-suficiente e, agora, os preços estão em queda livre e, mesmo assim, não há garantias de escoamento.
"O excesso de produção do mirtilo em Portugal, que coloca alguns jovens produtores em apuros, está relacionada com o facto de Portugal ter cada vez menos capacidade de escoar o fruto para mercados externos.
A empresa que concentra a comercialização e exportação de mirtilos em Portugal vai vender este fruto por cerca de metade do preço habitual entre segunda-feira e sábado, por causa do excesso de produção em relação à procura.
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«Para consumirmos tanto mirtilo e tanta plantação que está a ser feita, as pessoas têm de abdicar de todo o género alimentar e comer só mirtilos. Acho que é uma loucura incentivar tanta gente a fazer plantações», acrescentou."
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A ser verdade, trata-se de algo que era expectável, os financiamentos que facilitam, ou valorizam, sobretudo determinados investimentos, mais tarde ou mais cedo, geram estas bolhas (recordar a bolha azeiteira).
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Na fase inicial, em que dizem aos potenciais investidores que o escoamento está garantido, receio que muitos deles se concentrem na exploração, na produção, sem qualquer preocupação sobre o mercado.
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Como produtor, ou como membro de uma cooperativa responsável pelo escoamento, não entraria em pânico. Trabalharia para o futuro, procuraria o exemplo de mercados mais maduros, para aprender que outras formas de trabalhar o mirtilho poderão ser experimentadas. E, introduziria pensamento estratégico no desafio. Já não basta produzir, há que pensar no mercado, em clientes-alvo, em vários tipos de prateleiras, em novas formas de oferta, em subir na escala de valor, em diferenciação.
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Trecho retirado daqui.

"getting insurgents to behave is fundamentally a math problem."

Ainda me consigo admirar com o que vou descobrindo acerca do impacte dos economistas e da sua visão da sociedade povoada por econs. É impressionante o poder que tiveram e ainda têm.
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Ontem, ao ler mais um capítulo de "David & Goliath" de Malcolm Gladwell apanho com mais esta:
"The same year that Northern Ireland descended into chaos, two economists - Nathan Leites and Charles Wolf Jr.- wrote a report about how to deal with insurgencies. Leites and Wolf worked for the RAND Corporation, the prestigious think tank started after the Second World War by the Pentagon. Their report was called Rebellion and Authority. In those years, when the world was exploding in violence, everyone read Leites and Wolf. Rebellion and Authority became the blueprint for the war in Vietnam, and for how police departments dealt with civil unrest, and for how governments coped with terrorism. Its conclusion was simple:
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Fundamental to our analysis is the assumption that the population, as individuals or groups,
behaves “rationally,” that it calculates costs and benefits to the extent that they can be related to different courses of action, and makes choices accordingly.…Consequently, influencing popular behavior requires neither sympathy nor mysticism, but rather a better understanding of what costs and benefits the individual or the group is concerned with, and how they are calculated.
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In other words, getting insurgents to behave is fundamentally a math problem. If there are riots in the streets of Belfast, it’s because the costs to rioters of burning houses and smashing windows aren’t high enough. And when Leites and Wolf said that “influencing popular behavior requires neither sympathy nor mysticism,” what they meant was that nothing mattered but that calculation. [Moi ici: Apetece dizer; Ah! Percebo agora o pensamento por detrás de certas campanhas publicitárias que, IMHO, só criam inimigos da marca publicitada] If you were in a position of power, you didn’t have to worry about how lawbreakers felt about what you were doing. You just had to be tough enough to make them think twice." [Moi ici: Se lerem este capítulo, pensem em todos aqueles professores que o são, sem vocação, porque não havia outro emprego mais à mão, e que espezinham o futuro de tantas crianças. Porque aplicam Leites e Wolf, autoridade para cima dos miúdos.]
Quantas áreas da nossa vida, da nossa sociedade, da nossa economia, são controladas, são comandadas, são influenciadas por tretas deste tipo, de outros Leites e Wolfs bem intencionados e que infernizam a vida das pessoas?

"Rendimentos dos pescadores "têm de melhorar""

"O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, salientou hoje que o investimento público em infraestruturas no setor das pescas tem de se traduzir na melhoria do rendimento dos pescadores.
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"Não podemos ficarmo-nos apenas por aquilo que estas infraestruturas significam de construção física, elas têm de ter efeito e o efeito que têm de ter neste caso é o efeito de reverterem em benefício do rendimento dos pescadores e do rendimento de todos aqueles que intervêm nesta cadeia", frisou.
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esse sentido, apelou à "valorização das características das pescas nos Açores","
Leio este texto e fica-me um travo adstringente na boca...
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Quem são os maiores interessados no aumento do rendimento de quem intervêm na cadeia? E se existe esse interesse genuíno dos intervenientes na cadeia, por que é que ele não acontece?
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Quem é que tem a ganhar com a manutenção do status-quo?
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Quais são as barreiras que impedem a entrada de novos actores na cadeia (ecossistema)?
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As novas infraestruturas alteraram alguma dessas barreiras?
"Vasco Cordeiro considerou que deve existir também uma "valorização de espécies que já são capturadas na região, mas não têm aproveitamento comercial", acrescentando que a intervenção da "marca Açores" também deverá contribuir para o aumento do rendimento dos pescadores."
Por que tem de ser um outsider a falar sobre isto?
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Os meus preconceitos levam-me a dizer, aumentem a concorrência, dêem mais liberdade económica aos pescadores, deixem-nos criar novos mecanismos de comercialização do seu peixe.
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Trechos retirados de "Rendimentos dos pescadores "têm de melhorar""

Qualificações vs instituções

Ontem, antes da minha caminhada do final da tarde, li este artigo, "Do topo à base, as empresas precisam de mais qualificações para garantirem o seu futuro", onde encontrei esta pérola:
"Tal como os países, as empresas produzem mais riqueza quanto maiores forem as qualificações de quem as compõe.
...
A opinião é unânime entre os especialistas, que apontam o défice de qualificações como uma das debilidades da economia nacional."
Depois, durante a minha caminhada, li mais uns trechos de "Why Nations Fail: The Origins of Power, Prosperity, and Poverty" de Daron Acemoglu e James Robinson, nomeadamente o capítulo 2, "Theories that don't work". Nesse capítulo, os autores explicam várias teorias que, segundo eles, não explicam a pobreza no mundo:

  • não é por causa da geografia;
  • não é por causa da presença ou ausência de recursos naturais;
  • não é por causa da adopção ou não adopção de novas tecnologias;
  • não é por causa da presença ou ausência endémica de animais ou cereais para alimentação;
  • não é por causa de diferenças culturais;
  • não é por causas de diferenças religiosas.
Depois destas hipóteses todas aparece mais uma, "The Ignorance Hypothesis":
"The final popular theory for why some nations are poor and some are rich is the ignorance hypothesis, which asserts that world inequality exists because we or our rulers do not know how to make poor countries rich.
...
if ignorance were the problem, well-meaning leaders would quickly learn what types of policies increased their citizens’ incomes and welfare, and would gravitate toward those policies. [Moi ici: Atentar no discurso, na exortação de Vasco Cordeiro aos pescadores açorianos. Se se sabe, por que não acontece?]
...
The ignorance hypothesis differs from the geography and culture hypotheses in that it comes readily with a suggestion about how to “solve” the problem of poverty: if ignorance got us here, enlightened and informed rulers and policymakers [Moi ici: Ou Patróes e empregados no caso das empresas] can get us out and we should be able to “engineer” prosperity around the world by providing the right advice and by convincing politicians of what is good economics. ... the main obstacle to the adoption of policies that would reduce market failures and encourage economic growth is not the ignorance of politicians but the incentives and constraints they face from the political and economic institutions in their societies."
Depois da caminhada, à noite, li este artigo "Where are Greece’s missing exports?", onde encontrei:
"Institutional weaknesses are mainly to blame for Greece’s dire trading performance, with exports around a third smaller than they should be, according to a new paper from staff at the European Commission.
...
“Competitiveness depends crucially on a more comprehensive notion of the cost of doing business – which in turn depends on the rule of law, property rights, the ability to enforce contracts, flexible labour market arrangements, the available transport infrastructure and many other factors besides the recorded cost of capital and labour. Customs formalities, administrative procedures, and regulatory transparency are directly linked to the trading process.”"
À luz da hipótese de Acemoglu a explicação para a pobreza das nações reside nas instituições:
"Countries differ in their economic success because of their different institutions, the rules influencing how the economy works, and the incentives that motivate people.
...
Inclusive economic institutions foster economic activity, productivity growth, and economic prosperity. Secure private property rights are central, since only those with such rights will be willing to invest and increase productivity.
A businessman who expects his output to be stolen, expropriated, or entirely taxed away will have little incentive to work, let alone any incentive to undertake investments and innovations. But such rights must exist for the majority of people in society.
...
This book will show that while economic institutions are critical for determining whether a country is poor or prosperous, it is politics and political institutions that determine what economic institutions a country has."


 Estou a recordar "The Predator State"

domingo, junho 15, 2014

O que pensa desta alternativa?

Já por várias vezes critiquei aqui o movimento de concentração em mega organizações hospitalares, para aumentar a eficiência.
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Aumentar a eficiência na Saúde pode ser um desígnio louvável; contudo, acredito que na maioria das vezes o tiro sai pela culatra.
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A culpa não é dos profissionais, ou dos governos, ou até mesmo dos utilizadores. A culpa é da incapacidade humana de gerir mega organizações plenas de complexidade.
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Acredito em organizações mais pequenas, e mais concentradas, mais focadas em certas especialidades. Na folha de cálculo, podem parecer mais caras; no entanto, na realidade o resultado deve ser outro.
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Entretanto, encontrei um exemplo que não conhecia e que me deixa a pensar, "Inside India's 'No-Frills' Hospitals, Where Heart Surgery Costs Just $800".
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Fico a pensar que isto só funciona num país pobre habituado a valorizar o custo do dinheiro, desde que me disseram que na mesma universidade, na mesma faculdade, no mesmo edifício, mas em pisos diferentes, tem de haver duplicação de equipamentos caríssimos, pois os catedráticos não se entendem entre si.
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O que pensa desta alternativa?

"in strategy there is no single right answer to find"

Este texto, "Why Smart People Struggle with Strategy", de Roger Martin, sintetiza muitas das razões porque gosto de trabalhar no desenvolvimento da estratégia das empresas.
"The problem with smart people is that they are used to seeking and finding the right answer; unfortunately, in strategy there is no single right answer to find. Strategy requires making choices about an uncertain future. It is not possible, no matter how much of the ocean you boil, to discover the one right answer. There isn’t one."
Primeiro, não existe estratégia certa a estudar nos livros, a copiar dos casos, a observar na concorrência. Como consultor, desenvolver uma estratégia implica trabalhar em interacção com a equipa de gestão e co-desenhar, co-formular, co-construir um roteiro para a viagem rumo ao futuro desejado. Implica atender à especificidade de cada empresa, da sua dimensão, da sua história, do seu campo de possibilidades e ajudar a conceber uma escolha. Uma escolha com possibilidades de sucesso num segmento de mercado e, que esteja em sintonia com a individualidade da organização.
"To be a great strategist, we have to step back from the need to find a right answer and to get accolades for identifying it. The best strategists aren’t intimidated or paralyzed by uncertainty and ambiguity; they are creative enough to imagine possibilities that may or may not actually exist and are willing to try a course of action knowing full well that it will have to be tweaked or even overhauled entirely as events unfold."
Segundo, não existe sucesso estratégico sem imaginação e criatividade, sem imaginar possibilidades. E, cada vez mais, olhar para o mundo, olhar para a realidade, olhar para o ecossistema e, em vez de o considerar um dado do desafio, considerá-lo como mais uma variável que podemos tentar manipular, convidando outros actores para uma dança simbiótica.
"The essential qualities for this type of person are flexibility, imagination, and resilience. But there is no evidence that these qualities are correlated with pure intelligence." 
Por isso, dá-me um gozo enorme mostrar que o mundo da estratégia não é o das folhas de cálculo.

Curiosidade do dia

Fico triste com estas cenas...
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Quantos ratinhos não serão comidos por esta cobra morta?
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Quantos kg de milho serão comidos por esses ratinhos?

sábado, junho 14, 2014

"Old men forget; yet all shall be forgot, But he'll remember, with advantages"




Acerca da variedade intra-sectorial.

Uma economia saudável funciona assim, sem caminho único, sem a Grande Estratégia delineada por um Grande Planeador e que todos devem seguir. De um lado, o caminho da eficiência, da escala, do volume, da organização, da logística:

Do outro, o caminho da personalização, do pessoal, da autenticidade, da narrativa:
"Todos os produtos são produzidos por encomenda em Portugal. Desta forma conseguimos corresponder a pedidos de personalização do móvel, respeitando sempre a qualidade de desenho. Alterações de dimensões, acabamentos, cores são possíveis. Alterações mais profundas poderão estar sujeitas a uma comissão de desenvolvimento/produção. Todo o mobiliário é produzido manualmente por oficinas de pequena escala e por artesãos. Grande parte dos fornecedores são empresas familiares locais. Fazemos um esforço para que os nossos fornecedores estejam sediados perto do nossa unidade de produção. Neste momento, grande parte dos nossos fornecedores distam cerca de 15km."
Há bocado, numa conversa no Twitter, lembrei-me disto:
 'Amateurs talk strategy, Professionals talk logistics' 
Aqui os termos amador e profissional estão relacionados com a aplicação dos conceitos estratégia e logística no ambiente militar. Um amador pode entreter-se com cogitações estratégicas sobre como vai ganhar uma guerra. Contudo, sem uma logística capaz de suportar o exército, qualquer estratégia é um ídolo de pés de barro, porque os soldados precisam de comer e beber.
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A malta da Aquinos deve ser craque, mas craque mesmo, de  logística.
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Quantas empresas em Portugal podem dizer que controlam essa vertente de forma profissional? Faz sentido impor um modelo de negócio único a todos? Uma economia saudável é esta diversidade...
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E volta a 2003, a Setembro de 2003, nunca me esqueço desse mês:
"Every business is successful until it’s not. What’s amazing is how often top management is surprised when “not” happens. This astonishment, this belated recognition of dramatically changed circumstances, virtually guarantees that the work of renewal will be significantly, perhaps dangerously, postponed.
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Why the surprise? Is it that the world is not only changing but changing in ways that simply cannot be anticipated—that it is shockingly turbulent? 
Como reduzir o risco de obsolescência de um sector económico?
"Valuing Variety
 Life is the most resilient thing on the planet. It has survived meteor showers, seismic upheavals, and radical climate shifts. And yet it does not plan, it does not forecast, and, except when manifested in human beings, it pos-sesses no foresight. So what is the essential thing that life teaches us about resilience? Just this: Variety matters. Genetic variety, within and across species, is nature's insurance policy against the unexpected. A high degree of biological diversity ensures that no matter what particular future unfolds, there will be at least some organisms that are well-suited to the new circumstances."
Permitindo, promovendo e valorizando a diversidade, a variedade intra-sectorial.


Do Twitter

Tweets favoritados nos últimos tempos:
"Creativity is ruthlessly inefficient."
Por isso é que foi tão difícil às PMEs portuguesas dar a volta quando a China invadiu com sucesso o campeonato do custo baixo onde eram muito boas. Era impossível competir de igual para igual com a China no terreno onde ela tinha vantagem. Migrar para outros segmentos implicava ir contra o que ouviam os "doutores" dizer em todo o lado: "Há que ser eficiente!"
Dar a volta, fugir do campeonato com a China implicava estar no campeonato da diferenciação e criatividade, logo, menos importância para a eficiência.
" No love = no excellence, no wow, no customer cuddling, no employee respect and growth. Can we please talk about love already? :) "
Há anos que escrevo aqui no blogue sobre a necessidade de desenvolver relações amorosas com clientes e fornecedores, como a forma de ultrapassar a linearidade básica e asséptica da folha de cálculo.
"No product deserves its price because of its features or your costs to make it"
O Evangelho do valor passa por aqui, por uma história, por uma narrativa, por calçar os sapatos do cliente e oferecer-lhe recursos que ele possa operar para criar os resultados que procura e valoriza.
"Don't be the first, be the only one" 
Fugir da concorrência, fugir do Salon, procurar um nicho, um segmento, uma diferenciação, uma tribo.
"Storytelling has become story yelling. It should be about engagement through interaction." 
Há anos que promovo aqui o poder da interacção. O ginásio não vende equipamentos para que os clientes façam exercício, o ginásio vende o sonho da transformação, que é pessoal, que é único. Só a aposta na interacção evita a homorragia da rotação e a vulnerabilidade face à guerra de preços.