domingo, outubro 21, 2012

Cireneu

Lc 23, 26.

Sim, mas prefiro enfatizar o último ponto do parágrafo, o melhor para alguém que tem o locus de controlo no interior:
"e também a sermos cireneus para os outros"
Quando não nos dá jeito, quando não nos apetece, quando nos custa, quando nos interrompem a rotina, quando nos estragam os planos, quando todos dizem para seguir pela outra via.

Quantos oportunidades já ignorei?

Serei capaz de as reconhecer quando com elas me deparar?

Viva a concorrência imperfeita e os monopólios informais da concorrência monopolística

Leio "A mentira de que o nosso calçado está cada vez mais competitivo" e percebo o que é tentar explicar o mundo através de fórmulas, de leis económicas abstractas e de folhas de excel, sentado num gabinete e acreditando piamente na concorrência perfeita.
"Em 2000-2012 houve uma redução nominal de 4.8%" [nas exportações portuguesa de calçado]
Comparar o sector de calçado de 2002 com o sector de calçado em 2012 olhando só para os números não faz grande sentido, como bem refere o Paulo Gonçalves num comentário:
"até 2002, existiam em Portugal 20 multinacionais a operar no sector de calçado. Gigantes ingleses, franceses e alemães que chegaram a empregar em média, 1.100 trabalhadores (a média nacional era de 33 e a dimensão média das empresas europeias 17; já agora a dimensão média das empresas italianas, o grande concorrente de Portugal, era 11. No inicio de 2002, a Clarks deslocaliza para a China. Todas as outras lhe seguiram as pisadas).
De 2002 a 2005, o sector de calçado em Portugal sofreu uma verdadeira metamorfose. O sector emagreceu mais de 30% ao nível da produção, emprego e mesmo exportações.
Entre um ano e o outro aconteceu uma mudança radical, dramática. Deixámos de ser um país que vendia minutos para um país produtor com marcas próprias, com design, com flexibilidade, com rapidez.
"Entre 2000 e 2012, a exportação por trabalhador do calçado português reduziu 25%.
A nossa industria de calçado perdeu capacidade de exportação pelo que se virou para o mercado interno."
Come on, "pelo que se virou para o mercado interno"?!?!?!
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Qual a base para suportar esta afirmação?
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A nossa indústria de calçado perdeu capacidade de exportação, o resultado directo do choque chinês. As multinacionais e os importadores que subcontratavam produções em PMEs de capital português foram para a China. Só que a alternativa nunca foi o mercado português porque o Made in China era imbatível e continua a ser imbatível... aliás esse é o problema do Brasil sem euro. A indústria que assentava nas multinacionais desapareceu, a indústria que dependia da venda de minutos teve de se reconverter e esse é o grande feito do sector, como demonstra a história que os gráficos contam, apesar das previsões negras dos gurus.
"E isto porque viver em câmbios fixos obriga a ajustar os custos nominais do trabalho (por exemplo, a tal transferência da TSU para o trabalhador, o fim do Contrato Colectivo de Trabalho ou o aumento do horário de trabalho) e não temos povo nem políticos para isso."
Não discuto se as medidas citadas são boas ou más, não é esse o meu ponto. O que o sector do calçado demonstra é, precisamente, uma alternativa para viver em câmbios fixos e ajustar os custos unitários do trabalho. Actuando não sobre os custos mas sobre o valor do que se produz.

Quem é a audiência? (parte I)

A propósito de "Em crise, os jornalistas devem pensar no negócio", se olharmos para um jornal como mais um tipo de empresa que está a passar dificuldades, qual o primeiro desafio, qual a primeira pedra para uma estratégia acerca de um futuro sustentável?
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Basta atentar neste título, ou este, ou este, ou mesmo este.
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Sim, essa é a primeira pergunta, sempre. Por isso, faz todo o sentido a reflexão:
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"Always Consider The Audience First 
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a better way of thinking about the business you're in is through the lens of a theory that we call jobs-to-be-done. The basic idea is that people don't go around looking for products to buy. Instead, they take life as it comes and when they encounter a problem, they look for a solution - and at that point, they'll hire a product or service. The key insight from thinking about your business this way is that it is the job, and not the customer or the product, that should be the fundamental unit of analysis. This applies to news as much as it does to any other service.
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What is the job audiences want done?
What kinds of employees and structure does the company need so it can fulfill that job-to-be-done?
What is the best way to deliver that information to audiences?
One way to figure out what jobs the audience wants to be done is to look at what successful competitors have accomplished and then ask what people were trying to do when they hired the competitor.
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Successful companies understand the jobs that arise in people's lives and develop products that do the jobs perfectly. And if a company does this, customers will instinctively "pull" the product into their lives whenever that job arises.
The jobs are consistent - it's the products that change What's very interesting about the jobs that consumers want done is that they are consistent over time. As industries are disrupted, different products emerge that are better able to complete the job - but the job stays the same.
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it's critical to avoid falling into the trap of believing that you can charge for content just because it costs money to produce. (Moi ici: Trabalho não é valor para o cliente. Trabalho é custo! Valor é uma percepção que resulta de uma experiência, ou série de experiências) Instead, the content must be so compelling that users will pay for it. This requires targeting the right jobs.
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Once managers establish what jobs consumers want done, a series of new questions arises for managers: How can they improve their existing products so they perform the job better than any other competitor? What existing products are no longer competitively viable in serving customers' jobs-to-be-done and should be cut? And finally: What new products could be introduced that address a different job-to-be-done for their audience—or perhaps a new audience altogether?"
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Tirando o Jornal de Negócios (que compro mais por tributo do que por outra coisa) já quase não compro jornais. A rádio e a internet dão-me quase o mesmo que os jornais, ou que aquilo que realmente encontro com valor para mim num jornal. Por exemplo, recentemente, encontrei esta notícia sobre um tema que me interessa, a economia a sério das PMEs num texto publicado numa rádio local e tive oportunidade de a comparar com um texto do Público...
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Quando vou ao quiosque onde durante anos comprei os semanários ao Sábado não vejo crise na oferta. Reparem bem na explosão de publicações em papel que ocorreu nos últimos anos.
Muitas delas são é muito focalizadas.
Muitas delas são é dirigidas a um público muito específico.
E sim, se calhar algumas delas não vão sobreviver ao próximo ano.
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Algo que acho fascinante é a resposta do sector dos media à crise dos jornais. Como baixa a procura, baixa a receita. Como baixa a receita, cortam nos custos. Assim, têm jornais cada vez mais generalistas, mais superficiais, mais cheios de erros, mais cheios de opinião. Resultado, à baixa da procura por causa dos que encontram a alternativa na internet, soma-se a baixa da procura por causa dos que se recusam a comprar baixa qualidade.
Se calhar, a alternativa passaria por publicações mais caras, mais pequenas, mais específicas.
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O meu conselho para as PMEs que produzem bens transaccionáveis é: não tentem competir com a China nos custos.
O meu conselho para os jornais será: não tentem competir com a Internet (China) nos custos.

BTW, ontem ao jantar o meu filho mais novo, ao relatar um episódio de sexta-feira, mencionou os pedidos insistentes de uma colega ao pai para lhe comprar a revista Bravo.
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Trechos retirados de "Breaking News Mastering the art of disruptive innovation in journalism" de Clayton M. Christensen, David Skok, e James Allworth

Os que criam as suas próprias oportunidades

Depois de ler isto "Exportações do sector metalúrgico e metalomecânico sobem 7,4% em agosto", lembrei-me dos "alfaiates de máquinas", lembrei-me do administrador de uma empresa que fabrica máquinas e que está hoje mesmo a caminho da América Latina.
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Também me lembrei deste postal "Perceber o que está a acontecer aos seus clientes".
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Acabei por fica a pensar nas oportunidades que um mundo em mudança acelerada traz para os que criam as suas próprias oportunidades.
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Bem hajam!!!

sábado, outubro 20, 2012

Algo que se constrói, não algo que nos acontece

Os opinadores nos media, quase todos contaminados por um doentio locus de controlo no exterior, culpam os outros pela nossa situação colectiva.
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Seth Godin escreveu algo útil para essa gente reflectir:
"The beaten path isn't something that happens to you, it's something you build.
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It's the last step, not the first."
 Nunca é o que nos acontece que é determinante... mas sim o que fazemos com o que nos acontece... e volto a Laurence Gonzales e a "Deep Survival", e a Ken Robinson e a "The Element", e aos "alfaiates de máquinas" cheios de paixão e sentimento pelo que fazem.
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São como os ratinhos do "Quem mexeu no meu queijo!", não culpam o mundo pelo que lhes acontece, constroem um novo mundo com o que são, com o que têm dentro de si.
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E um dia, quando estivermos em Mongo e isto passar a ser banal, o que vai fazer a diferença será a paixão, a arte, mesmo no fabrico de máquinas. O caminho que construímos...
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E é mesmo Lc 10, 21.

Provavelmente do mais inconstitucional que há

- Isso é inconstitucional!
- Isso deve ser inconstitucional!
- Mas isso é anticonstitucional!
- Provavelmente não respeita a constituição...
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E recordo logo as palavras de Tainter sobre a derrocada das civilizações...
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Lembrei-me disto tudo a propósito da franqueza crua, nua e dura com que Meg Whitman, CEO da HP, retratou a situação da empresa:
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"She projected that the company would continue its headlong plunge in profits for at least another year—with a full rebound not in sight until 2016. (Moi ici: E seria tão fácil mascarar resultados mais um ano...)
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Whitman liberally mixed metaphors to describe her awakening to just how screwed HP was. "We all hope we can accelerate the timing of this journey, but as I see the challenges up close and personal, there are no silver bullets," she said. "It's going to take longer to right this ship than any of us would like."
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Not all of HP's product lines, or the people who make them, will survive the "journey" Whitman outlined. There will be some serious pruning of HP's businesses, and a focus on automating more of manufacturing (and eliminating workers).
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The "single biggest challenge facing HP," she said, has been the multiple changes in HP's leadership, which caused "inconsistent strategic choices and some significant execution miscues." All that shuffling at the top led to a deficit of actual leadership within the company.
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The lack of central leadership left individual units to figure out things for themselves. The company's marketing? Totally uncoordinated. Its services unit? Directionless from four changes in the top in as many years, and hurting from changes in the sales force. Its products? Too many, too slowly delivered, poorly packaged. Managerial accountability? What's that?
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Apparently people at HP spent so much time changing offices that nobody ever got around to actually measuring what the company did. Whitman said there were no real metrics for measuring performance or providing early warnings, and top management had been essentially flying blind. "I've learned at HP, you don't get what you expect," Whitman said. "You get what you inspect."
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Whitman also shared how out of control the company's product lines were when she arrived a year ago. "When Todd Bradley took over [as executive vice president of] the Personal Systems Group," she said, "he was surprised to find that we made over 2,000 types of laser printers." Whitman said that HP would reduce that number by 20 percent in the next year (Moi ici: Só 20%... Tão pouco!) —the beginning of a larger product merge and purge aimed at simplifying the company's logistics and lowering costs."
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Este tipo de conversa só se pode ter uma vez. É a conversa que marca a fronteira entre o antes e o depois, para trás podem ter sido tudo e mais alguma coisa, descarregamos aqui e acabou-se, encerra-se o capítulo, enterra-se e põe-se uma lápide por cima. Ter esta conversa uma vez é positivo, ajuda a fazer a limpeza psicológica que prepara o espírito, para o alterar da perspectiva com que se encara a realidade.
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Recordo um caso em que a cada 3 meses a conversa repetia-se e repetia-se e repetia-se... para desespero de todos.
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Em quantas empresas portuguesas, grandes e pequenas, habituadas a viver do mercado interno não está a ser precisa esta franqueza e a acção consequente? A exuberância da primeira década do século XXI acabou. Quanto mais cedo se reconhecer isso e, consequentemente se preparar um recomeço, para viver e até ter sucesso numa nova realidade, menos capacidade produtiva salvável se perderá.

Alfaiates de máquinas

Ontem, numa empresa, ouvi estas saborosas palavras:
"Somos alfaiates de máquinas!
Não somos um supermercado de máquinas!
Estudamos o seu caso e oferecemos uma solução adequada à sua realidade!"
 E são mesmo!!!
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E regressei a Outubro de 2011 com "O regresso do "alfaiate" e da "modista"" (parte I e parte II)

sexta-feira, outubro 19, 2012

Uau!








Por que é que?

A propósito de "Produtividade ainda é o maior problema em Portugal":
""A produtividade é o problema base" do País, garante José Gonzaga Rosa, na Conferência Portugal - Desafios para 2013 que ontem se realizou em Lisboa. "Produzimos a um custo de 19 euros por hora, o que equivale a 57% da média europeia", acrescenta."
É sempre a mesma coisa... outro exemplo:
"o aumento deve-se ao facto de o ritmo de aumento do desemprego estar a ser superior ao ritmo de quebra no PIB. "Ou seja, estamos a fazer um bocado menos, mas ainda com menos pessoas""
Olhem para a fórmula da produtividade:

A primeira citação preocupa-se com o denominador, com os custos.
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A segunda citação justifica o aumento da produtividade da seguinte forma: o valor gerado baixou, mas os custos baixaram ainda mais.
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Por que é que num mundo em mudança acelerada as conferências económicas continuam a pensar à moda antiga? Por que é que só pensam no denominador? Por que é que partem do princípio que se mantém a "qualidade" do que se produz? Essa é a via, a médio prazo, da redução dos salários e do emprego.
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Por que é que nunca abordam a perspectiva do aumento da produtividade via aumento do valor? Não necessariamente por causa de um aumento da frequência de produção, mas por causa da subida na escala do valor.


Em busca de um pouco de realidade

Um excelente artigo sobre Mongo, sobre as vantagens competitivas de um povo informal, com uma cultura de artesanato e pouco propenso a padronizações e produções em massa "The Story Behind The Stuff: Consumers' Growing Interest In "Real" Products":
"Sure, your sweater might be genuine wool. But can you trace its fibers back to the very sheep from which it was shorn? This is the granular level of "realness" consumers now increasingly seek. What is your company doing about it?"
Em Magnitograd, paradigma do modelo de produção do século XX, a produção é em massa... imaginem linhas de montagem a "vomitarem" milhões de produtos indistintos, sem mácula, cheios de "qualidade = cumprimento integral das especificações".
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Em Mongo temos a revolta contra a padronização, contra a superficialidade... quem produziu? De que sobreiro veio a cortiça desta rolha? Quem foram as pessoas que pisaram as uvas deste vinho? Posso ver a sua cara? Posso ser um dos que pisa o vinho?
"There’s evidence all around us--whether it’s watching someone gush over the sleek design of a new phone and then seek out the perfect hand-carved, petrified-jungle-wood case to put it in, or the proliferation of farmers markets in big cities--people are looking for, and need, realness. There is a powerful urge to get in touch with what they believe is a more “real” world, and it’s leading us to a place where signs of realness take on greater value"
Como escrevi na passada quarta-feira é para este mundo que a PME-tipo portuguesa se deve virar, um mundo mais caótico... estou a escrever isto e estou a visualizar o trânsito num cruzamento, numa cidade da Índia ou do Vietname, para um outsider parece caótica... mas não há nem um acidente e o trânsito flui misteriosamente.
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Um mundo mais caótico mas um mundo onde o nosso ADN cultural, o nosso desenrascanço, a nossa tradição de comerciante estão como peixe na água.

O que pode acontecer quando o espírito comercial chegar ao sector primário

Às vezes, deparo com boas notícias que surpreendem até um optimista militante, acerca da micro-economia, como eu. 
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Por exemplo "Investidores alemães já compraram produtos regionais no valor de 700 mil euros":
"O AgroCluster Ribatejo promoveu uma visita de dois importadores alemães à região, com o objetivo de promover os produtos e serviços desta região. Apenas 4 meses após esta ação de promoção, os importadores alemães já compraram 50 tipos de produtos ribatejanos, no valor de 700 mil euros.
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Foi entre os dias 18 e 21 de junho que o AgroCluster Ribatejo recebeu a visita de dois importadores alemães à região, SPEUSER KG e BOM DIA - Agentur für Direkt-Importe, interessados em comercializar no seu país produtos alimentares da região do Ribatejo. Como promotor da iniciativa, coube ao AgroCluster Ribatejo, com o apoio da NERSANT, acompanhar a visita dos dois importadores a diversas empresas da região, de acordo com os produtos alvo definidos por cada um dos negociantes.
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Entre os diversos produtos em exposição, contaram-se queijos, frutos secos, enchidos de fumeiro, conservas diversas, como compotas, doces, frutas, pickles, azeitonas, peixes e patés, doçaria tradicional, pão, mel e afins, frutos secos, vinhos, licores, azeite, e produtos e alimentos congelados."
 E se isto for um exemplo do que pode acontecer quando o espírito comercial chegar ao sector primário de outras zonas do país? Nunca tinha sido tentado...
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Há exactamente um ano menos uma semana estava a começar algo do mesmo género numa empresa de calçado técnico na zona Norte, também com sucesso.

quinta-feira, outubro 18, 2012

Cuidado com o que escreve

Mais do que uma "escola do futuro"

Escreve Chris Anderson em "Makers - The New Industrial Revolution":
"Making something that starts virtual but quickly becomes tactile and usable in the everyday world is satisfying in a way that pure pixels are not. The quest for "reality" ends up with making real things.
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This is not just speculation or wishful thinking - it can already be felt in a movement that's gathering steam at a rate that rivals the First Industrial Revolution and hasn't been since, well, the Web itself.
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Today there are nearly a thousand "makerspaces" - shared production facilities - around the world, and they're growing at an astounding rate: Shanghai alone is building one hundred of them. Many makerspaces are created by local communities, but they also include a chain of gym-style membership workshops called TechShop, run by a former executive of the Kinko's printing and copying chan and aiming to be as ubiquitous. Meanwhile, consider the rise of Etsy, a Web marketplace for Makers, with nearly a million sellers who sold more than $0.5 billion worth of their products on the site in 2011. Or the 100,000 people who come to the Maker Faire in San Mateo each year to share their work and learn from other Makers, just as they do at the scores of other Maker Faires around the world."
Agora vem uma citação que me deprime:
"Recognizing the power of this movement, in early 2012 the Obama administration launched a program to bring makerspaces into one thousand American schools over the next four years, complete with digital fabrication tools such as 3-D printers and laser cutters. In a sense, this is the return of the school workshop class, but now upgraded for the Web Age. And this time it's not designed to train workers for low-end-blue-collar jobs, but rather it's funded by the government's advanced manufacturing initiative aimed at creating a new generation of systems designers and production innovators."
Os funcionários de cá, entretiveram-se numa festa a torrar dinheiro na transformação arquitectónica de escolas em bunkers que consomem o triplo da electricidade, têm candeeiros Siza e ...
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O que vai fazendo cada vez mais diferença é a iniciativa privada. Há quinze dias, na zona da Grande Braga, fui visitar as obras de construção de uma "escola do futuro", uma versão de makerspace, hackerspace, montra virtual, espaço de troca de experiências, troca de conhecimentos, indutor de fertilização cruzada de diferentes tipos de Makers - malta das aplicações, da tecnologia, da culinária, do têxtil, da marroquinaria, da jardinagem...
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Ainda não tenho autorização, nem a pedi, para revelar mais sobre o projecto, mas não resisto a publicar algumas fotos do telemóvel:







Perversões socialistas?

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Primeiro os factos:
"Ao todo foram produzidas cerca de 1,2 milhões toneladas de tomate em 13 mil hectares, ficando, segundo a AIT, acima de todas expectativas traçadas antes de a campanha começar. "Na origem dos resultados de 2012 estiveram não só as excelentes condições climatéricas como também o grau de competitividade, qualidade, inovação e desenvolvimento, (Moi ici: Isto não é factual, é uma opinião, respeitável mas ainda assim uma opinião, adiante) que caracteriza o sector", justifica a mesma associação.
As empresas nacionais consolidaram assim a 5.ª posição que Portugal ocupa na produção mundial de tomate, num sector de atividade que contribui ativamente para equilibrar a balança de pagamentos ao exportar 95% da produção. E, durante as últimas décadas o sector tem obtido um crescimento médio de 5% ao ano."
O que me faz espécie é:
"grau de competitividade, qualidade, inovação e desenvolvimento ... O agricultor de tomate português, altamente especializado, é, em termos de rendimento agrícola por hectare, o 2.º maior do mundo, só ultrapassado pela Califórnia."
Não conjugar bem com:
"A mesma associação (Associação dos Industriais do Tomate - AIT) destaca que, na proposta de renegociação do PAC, as ajudas comunitárias à produção poderão passar, em dois anos, de 2100 euros por hectare para apenas 179 euros.
A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, já deu garantias de que vai lutar pelos interesses portugueses em sede europeia, mas a AIT receia que os "produtores venham a abandonar a produção de tomate, levando ao desmantelamento de um dos sectores mais exportadores da agro-indústria nacional."
Há aqui qualquer coisa que não bate certo... alguém consegue explicar-me?

quarta-feira, outubro 17, 2012

É preciso pensar estrategicamente

Ontem de manhã escrevemos "Para reflexão".
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Ao final da tarde li "Armindo Monteiro: "Exportações portuguesas estão a ser feitas em dumping"":
“Estamos a ser competitivos apenas pelo preço. Não estou a generalizar, mas a falar de um sector em concreto
O mais fácil, o instintivo é vender pelo preço.
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É preciso pensar estrategicamente, perceber como se pode subir na escala de valor. É preciso deixar de pensar em produzir e pensar em seduzir, pensar em marketing, pensar em diferenciação.

Fornecer a Autoeuropa não é necessariamente uma boa decisão para uma PME portuguesa-tipo

Este artigo ""90% das abordagens [para ser fornecedor da Volkswagen] falham"" desperta-me uma torrente de ideias...
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No meu primeiro emprego, na Divisão Automóvel da TMG em Campelos-Guimarães, tinha como missão estudar formulações de couro artificial que respondessem aos requisitos super-exigentes do cliente Volkswagen. Eu adorava trabalhar para a Volkswagen!!! Eu adorava o desafio de uma especificação que me obrigava a estudar e a experimentar dezenas de misturas de e-PVCs, de plastificantes, de modificadores reológicos, de estabilizantes térmicos, de sei lá que mais... percebia o jogo de constrangimentos que impunham: baixo nível de fogging; limite superior de líquidos; resistência térmica e alongamento superior, ...
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Se estivesse a ler o artigo lá de cima em Outubro de 1988 não pensaria duas vezes, daria a António Melo Pires toda a razão.
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Hoje, passados 24 anos a experiência de vida ajuda-me a encaixar estas palavras do director-geral da Autoeuropa num outro patamar. Hoje, tenho medo da forma como os media interpretam e veiculam estas mensagens.
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Os media acreditam que existem boas-práticas!
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Boas-práticas serão práticas recomendáveis e aplicáveis a todas as empresas e sectores de actividade.
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Por mim, já aprendi, não existem, não confio nessas boas-práticas universais.
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A Autoeuropa é uma empresa que pertence ao grupo Volkswagen, um grupo automóvel particularmente bem sucedido na produção em massa, o paradigma da economia do século XX.
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Quando discuto a operacionalização de uma estratégia assente no custo mais baixo, assente na produção em massa, como a produção de automóveis Volkswagen ou a produção de hambúrgueres numa cozinha McDonalds, dou sempre o exemplo da paragem num pit da Formula 1:

Se olharem para o filme verão como funciona uma empresa que aposta nos custo mais baixo como o factor competitivo de eleição:

  • não há invenções;
  • não há prima-donas;
  • não há liberdade;
  • um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar;
  • um lugar para cada interveniente e cada interveniente no seu lugar;
  • planeamento central conhecido e obedecido.
Por isto é que António Melo Pires critica o nível de informalidade das nossas empresas:

"O director-geral da Autoeuropa, António Melo Pires, disse que as empresas nacionais funcionam num registo de informalidade que não facilita a sua inserção nos mercados internacionais."
Imaginem uma organização que funciona como um relógio, como uma sinfonia harmoniosa, ter de lidar com um grupo de agentes habituados a informalidade e fantásticos no desenrascanço. Choques!!! Vamos ter choques!!! Vamos ter duas civilizações a não conseguirem encaixar-se.
""Os alemães têm uma personalidade muito própria, e o desenrascanço não é nada bem visto", defendeu.
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Melo Pires disse que quem aposta na informalidade não inspira confiança."
Diz Melo Pires:
"O responsável do gigante do sector automóvel justificou ainda os problemas de competitividade das empresas portuguesas com a sua escala. “Temos muitas microempresas e que não conseguem ter produtividade para ser concorrenciais”, rematou."
 Quando uma PME, como aconteceu no ano passado, vem ter comigo a dizer que anda a ser assediada pela Autoeuropa, para começar a ser fornecedora. Digo sempre:
Cuidado com a pedofilia empresarial!!!!
Como é que uma PME tenta competir pelo preço mais baixo?
Como não pode usar o trunfo da produção em larga escala, opta por uma organização muito enxuta, eu a algumas chamo anorécticas. Organizações muito enxutas são muito flexíveis, não combinam com funções rígidas... logo, daí nasce a propensão para a informalidade.
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Quem acredita nas boas-práticas acha que temos de mudar, temos de nos tornar máquinas competitivas super-eficientes.
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Hoje, 24 anos depois, estou noutra. A nossa cultura é a do desenrascanço, é a da flexibilidade, é a da rapidez, não é a da uniformidade, é da liberdade, não a do planeamento central. Hoje, em vez de querer mudar de povo, defendo é que temos de mudar de referencial, o nosso referencial não pode ser o da produção em massa, não pode ser o da eficiência. O nosso referencial tem de ser o da pequena série, o da novidade, o do artesanato, o da autenticidade, o da originalidade. Nesse referencial, a nossa cultura de informalidade, em vez de ser um empecilho, é uma vantagem cultural.
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Basta recordar a figura:
Aquilo que é uma má-prática para uma proposta de valor, pode ser uma boa-prática para outra proposta de valor.
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Fornecer a Autoeuropa não é necessariamente uma boa decisão para uma PME portuguesa-tipo.

terça-feira, outubro 16, 2012

Publicidade descarada


Em colaboração com os meus amigos Factoryanos (Factory Business Center and Cowork) , que acompanho desde o tempo em que ainda era uma ideia a precisar de ser projecto, um programa designado "Porque Gerir Melhor é Essencial" desdobrado ao longo de 5 sessões em Setembro e Outubro de 2012".


  • De 17 de Setembro a 15 de Outubro de 2012 (Total 5 sessões) às 2ª feiras em Braga


Em colaboração com a Associação Portuguesa para a Qualidade, formação sobre "Indicadores de Monitorização de Processos"
  • Dia 25 de Setembro em Lisboa 
Inscrições

Em colaboração com os meus amigos do COMENIUS - Centro de Formação, um conjunto de Workshps. O primeiro "Workshop - Gestão Estratégica: a batota do David contra Golias"
  • Dia 10 de Outubro no Porto

Para reflexão


Nas exportações, nem tudo é um mar de rosas. Não basta exportar, é preciso ganhar dinheiro.
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Recentemente tivemos este caso "Cerâmica Valadares insolvente"... basta recordar este outro postal de Dezembro de 2011 que denotava a "Curiosidade" de uma empresa que exportava 60% da sua produção não ter dinheiro para pagar o gás.
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Ontem neste artigo "El precio medio de la prenda importada de China se dispara un 34,5% desde el inicio de la crisis"  descobri este pormenor preocupante:
"el valor medio de la prenda importada de Portugal ha disminuido un 7,2% desde el inicio de la crisis, al pasar de los 5,9 euros en 2007 a los 5,5 euros actuales."
A par desta realidade, estes sintomas:
"El precio medio de una prenda procedente de Marruecos se ha encarecio un 27,8% desde 2007. De los principales proveedores de la moda española, el país africano es el que registra un valor medio por prenda más elevado. En el primer semestre de 2012, España importó prendas marroquís por un precio medio de 7,3 euros, por encima de los 5,5 euros de Portugal."
La prenda procedente de Turquía ha aumentado su precio medio un 1,8%, entre 2007 y 2012. El valor medio de la prenda importada de Turquía ha pasado de 5,3 euros en 2007 a 5,4 euros en 2012. En este periodo, España ha incrementado las compras a Turquía tanto en volumen como en valor."
 Não basta exportar, é preciso ganhar dinheiro.
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O  meu lado optimista pensa "so many low-hanging fruits"!!!
Um pouco de pensamento e de disciplina estratégica pode fazer maravilhas. Não basta produzir, é preciso ser especialista...

Sintomas da economia DIY a regressar

Mais um trecho de "Makers: The New Industrial Revolution" de Chris Anderson:
"The past ten years have been about discovering new ways to create, invent, and work together on the Web. The next ten years will be about applying those lessons to the real world.

Wondrous as the Web is, it doesn’t compare to the real world. Not in economic size (online commerce is less than 10 percent of all sales), and not in its place in our lives. The digital revolution has been largely limited to screens. We love screens, of course, on our laptops, our TV’s, our phones. But we live in homes, drive in cars, and work in offices. We are surrounded by physical goods, most of them products of a manufacturing economy that over the past century has been transformed in all ways but one: unlike the Web, it hasn’t been opened to all. Because of the expertise, equipment, and costs of producing things on a large scale, manufacturing has been mostly the provenance of big companies and trained professionals.

That’s about to change.

Why? Because making things has gone digital: physical objects now begin as designs on screens, and those designs can be shared online as files. This has been happening over the past few decades in factories and industrial design shops, but now it’s happening on consumer desktops and in basements, too. And once an industry goes digital, it changes in profound ways, as we’ve seen in everything from retail to publishing. The biggest transformation is not in the way things are done, but in who’s doing it. Once things can be done on regular computers, they can be done by anyone. And that’s exactly what we’re seeing happen now in manufacturing.

Today, anyone with an invention or good design can upload files to a service to have that product made, in small batches or large, or make it themselves with increasingly powerful digital desktop fabrication tools such as 3-D printers. Would-be entrepreneurs and inventors are no longer at the mercy of large companies to manufacture their ideas."
Ainda esta manhã, durante o noticiário das 8h00 na Antena 1, um repórter em Bragança relatava que está a regressar o hábito de fazer o pão em casa... mais um sintoma da economia DIY a regressar. Sim, não é só a tecnologia de ponta: é a cultura que vê como natural produzir comida, roupa, agricultura, jardinagem. Prosumers com indústrias de vivenda... o velho casal Toffler acertou em toda a linha. 

Pensamento estratégico impõe-se

Para um país com pouco capital, com propriedades agrícolas muito divididas e de reduzida dimensão, com um clima invejável - quase não neva no Inverno - a 2 dias do centro da Europa e com instituições certificadoras credíveis. Competir com os produtores de grandes quantidades, com custos imbatíveis proporcionados pelo efeito da escala e por estarem submetidos a Estados menos vampirescos, é impensável. Por isso, o pensamento estratégico impõe-se:
"Em Portugal, as vendas no retalho de alimentos provenientes de agricultura biológica foram estimadas em 2010 em cerca de €22 milhões pela Interbio, associação do sector. No total do consumo alimentar do país a quota é de 0,2%, mas o mercado está em forte crescimento, que em 2011 atingiu 20%. A agricultura biológica e o consumo de produtos orgânicos continuam a disparar na Europa. Segundo dados divulgados na BioFach, feira na Alemanha dedicada ao sector, a liderar está a Dinamarca, onde mais de 7% do consumo alimentar no país é de origem biológica."
Claro que não basta produzir, pensem também no marketing, na criação de uma marca com mística.
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Trecho retirado de "O triunfo da comida biológica"
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PS: Relativamente ao artigo, tenho pena que dependam tanto da grande distribuição

segunda-feira, outubro 15, 2012

Perdidos e a espalhar a confusão

Na senda de um tema que temos aqui desenvolvido no blogue há vários anos, o da guerra entre o gato e o rato, o da eficácia versus a eficiência, o da massa versus a arte, este texto de Seth Godin "Redefining productivity".

"Lowering labor costs is the goal of the competitive industrialist, because in the short run, cutting wages increases productivity. (Moi ici: Basta procurar o marcador sobre a guerra do gato e do rato)
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This is a race to the bottom, (Moi ici: A única forma de aumentar a produtividade que os académicos e outros membros da tríade conhecem) with the goal of cutting costs as low as possible as your competitors work to do the same.
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The new high productivity calculation, though, is very different:
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Decide what you're going to do next, and then do it. Make good decisions about what's next and you thrive.
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Innovation drives the connection economy, not low cost.
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The decision about what to do next is even more important than the labor spent executing it. (Moi ici: Como repito sem nunca me cansar "O mais fácil é produzir, difícil é decidir o que produzir para quem)  A modern productive worker is someone who does a great job in figuring out what to do next."
Seth termina o artigo com a frase "the sort of high-productivity work we create today, but would make no sense at all just a generation ago", por isso, os académicos andam perdidos e a espalhar a confusão. Os modelos e fórmulas que têm ainda não estão adaptados à realidade desta geração. 

Uma lição para fazer pensar quem tem de regressar à terra-natal dos pais e avós

Um artigo com um exemplo interessante a vários níveis "Exportações. Orivárzea vende arroz para Macau, China e Brasil":
"A Orivárzea, uma pequena PME portuguesa que nasceu da associação de uma dezena de orizicultores ribatejanos, está hoje a exportar arroz para a China e para o Brasil, dois dos maiores produtores/consumidores do mundo." (Moi ici: São pequenos, resultam de uma associação de produtores de uma commodity básica e estão a exportar para dois países que são grandes produtores... algo que não bate certo... pequenos produtores a exportarem uma commodity para países que são produtores grandes. Tem de haver estratégia...)
"A ideia de uma empresa portuguesa vender arroz para a China parece tão improvável que nenhum responsável da empresa integrou a comitiva de 50 empresários que o ministro Paulo Portas levou àquele país, no início de Julho. “Nunca ninguém do governo nos contactou, nem nos perguntou nada. O mais provável é que talvez nunca tenham pensado que fosse possível vender arroz para a China”, diz o presidente da empresa, António Madaleno." (Moi ici: Os campeões anónimos são assim, não têm tempo para se fazerem conhecer nos corredores e carpetes do poder. O tempo, esse recurso precioso, tem de ser canalizado para seduzir e cativar clientes)
"Apesar disso, a empresa tem vindo a traçar o seu caminho e nos últimos dois anos registou taxas de crescimento superiores a 30% e vende actualmente mais de 5 milhões de quilos de arroz por ano." (Moi ici: Esta é a realidade dos campeões escondidos. Pequenos, vendem uma commodity para países que são grandes produtores e crescem a 30% ao ano... tem de haver uma estratégia na base disto)
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"O arroz que interessou os chineses não é um arroz qualquer, é baby rice (arroz para bébé), uma inovação que faz com que este seja o único arroz do género certificado pela Direcção-Geral de Saúde. (Moi ici: Cá está!!! Inovação, certificação, diferenciação. Tinha de haver uma estratégia que não passasse só pela produção pura e simples com apoios da UE)
Se as coisas correrem bem, será necessário canalizar para aí uma parte da produção que a Orivárzea tem reservada para vender à indústria: a empresa vende farinha de arroz à Milupa (através da Polónia) e arroz à Nestlé (através da Bélgica, onde é transformado para papas). (Moi ici: Cá está!!! Clientes-alvo que procuram e valorizam algo mais do que arroz a um preço baixo. Por exemplo, também valorizam segurança alimentar... começa a desenhar-se um retrato)
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É que este negócio da China visa um mercado gourmet, (Moi ici: Gotcha!!!) estimado em 300 milhões de pessoas. Para já, a experiência está a ser feita com uma encomenda de quatro toneladas (duas para a China e duas para Macau) – embora os chineses tenham querido desde logo o dobro da quantidade.
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Deixar de fornecer a indústria não é opção (representa aproximadamente 35% das vendas), por isso a Orivárzea quer aumentar a sua área de cultivo. “A ideia é continuar a crescer na produção”, afirma o presidente da sociedade."
"A Orivárzea é a única empresa que está presente em todo o processo do arroz, desde a preparação da semente à venda do produto embalado com as suas marcas. Além disso, a sociedade tem vindo a empenhar-se na investigação e desenvolvimento bem como na certificação."
O resto do artigo é uma referência a produtos em desenvolvimento e às negociações em curso com a distribuição.Sobre este último tópico, a linguagem utilizada pelo presidente da empresa é uma lição que devia ser estudada pelos gestores à frente das multinacionais representadas na Centromarca.
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Alguns sublinhados com lições para todos os sectores de actividade:

  • Não basta produzir; 
  • Não basta produzir; 
  • Não basta produzir; 
  • Apostar na inovação; 
  • Apostar na diferenciação; 
  • Começar debaixo para cima; 
  • Não ter pressa de escoar produção pela distribuição; 
  • Não ter pressa de escoar produção pela distribuição; 
  • Nunca esquecer, o mercado mais ocupado (China e Brasil) pode esconder nichos interessantes. 


Além do arroz, o que nos pode reservar o sector primário?

Acerca do futuro da economia

"The history of the past two decades online is one of an extraordinary explosion of innovation and entrepreneurship. It’s now time to apply that to the real world, with far greater consequences.
We need this. America and most of the rest of the West is in the midst of a job crisis. Much of what economic growth the developed world can summon these days comes from improving productivity, which is driven by getting more output per worker. That’s great, but the economic consequence is that if you can do the same or more work with fewer employees, you should. Companies tend to rebound after recessions, but this time job creation is not recovering apace. Productivity is climbing, but millions remain unemployed.
Much of the reason for this is that manufacturing, the big employer of the twentieth century (and the path to the middle class for entire generations), is no longer creating net new jobs in the West. Although factory output is still rising in such countries as the United States and Germany, factory jobs as a percentage of the overall workforce are at all- time lows. This is due partly to automation, and partly to global competition driving out smaller factories.(Moi ici: A nossa realidade é completamente diferente neste ponto. A globalização aniquilou as empresas grandes, as fábricas que sobreviveram foram as que se reinventaram e ficaram mais pequenas)
Automation is here to stay— it’s the only way large- scale manufacturing can work in rich countries. But what can change is the role of the smaller companies. Just as startups are the driver of innovation in the technology world, and the underground is the driver of new culture, so, too, can the energy and creativity of entrepreneurs and individual innovators reinvent manufacturing, and create jobs along the way.
...
The great opportunity in the new Maker Movement is the ability to be both small and global. Both artisanal and innovative. Both high-tech and low-cost. Starting small but getting big. And, most of all, creating the sort of products that the world wants but doesn’t know it yet, because those products don’t fit neatly into the mass economics of the old model."

Trechos retirados de "Makers - The New Industrial Revolution" de Chris Anderson

domingo, outubro 14, 2012

Outras coisas que deviam fazer os académicos pensarem

Por que é que os sectores tradicionais, apesar de denegridos pelos políticos e restante inteligentzia durante décadas, estão a ter comportamentos deste tipo?
"Indústria têxtil é o único sector onde o desemprego continua a descer"
"As exportações de calçado continuaram a aumentar de forma acentuada no mês de agosto. O acréscimo foi de quase 20%, num valor de mais de mil milhões de euros. A APICCAPS espera que o setor atinja um saldo positivo para a balança comercial de 900 milhões de euros.
Nos oito primeiros meses, o setor do calçado exportou cerca de 95% da respetiva produção para 132 países, sendo que o crescimento é o dobro das importações. "Não obstante estar a registar o melhor desempenho das duas últimas décadas, a indústria nacional do calçado prepara-se para um novo ciclo, que se antevê de grande exigência."
 "Produtos tradicionais geram riqueza"
Será porque abandonámos o euro?
Será porque a TSU baixou?
Será porque as universidades se colocaram ao serviço das PMEs dos sectores tradicionais?
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Como é que os modelos da academia explicam estas coisas que violam tudo o que nos vêm dizer quando comentam nos media tradicionais?
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Há os que fazem e os que dizem como se faz.
Os que dizem como se faz tiveram de ver primeiro como se faz.
Quando os que viram começam a modelar o que viram, já realidade mudou e está noutra.
E, tal como no mundo do futebol, o que era verdade ontem deixou de ser verdade hoje. E quando os académicos chegam com o seu modelo... já está obsoleto.
A realidade hoje move-se a uma velocidade vertiginosa.
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Os que fazem são como os ratinhos do "Quem mexeu no meu queijo" não estão à espera de direitos adquiridos, nem da ajuda de ninguém, fuçam por aqui e por ali até que descobrem uma alternativa.

Mongo também passa por aqui

"Why College May Be Totally Free Within 10 Years"
"there will always be students able and willing to pay for a traditional college experience and for them it will be a worthwhile investment. But for the vast majority, from a financial standpoint that kind of education makes no sense and is fast becoming unnecessary."
A escola do século XX prepara-nos para sermos funcionários, trabalhadores, gestores, de empresas. E se as empresas desaparecem? E se deixam de ser necessárias empresas?
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Por que é que um jovem que termina o 12º ano em Pousafoles do Bispo sente que tem de deixar a sua terra e emigrar para a Guarda, ou para Castelo Branco, ou para o litoral (Lisboa ou Porto)?
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Porque a escola preparou-o para ser um profissional numa vida que nem no Sabugal existe, quanto mais em Pousafoles do Bispo... o século XX queria-nos à saída da escola como todos iguais, como rodas dentadas que saem impecáveis de uma linha de fabrico: novas, brilhantes, limpas, aos milhares e intermutáveis.
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E agora que esses empregos ou profissões já não existem como antigamente nas cidades do litoral, após o fim dos subsídios de desemprego as pessoas vão voltar à sua terra-natal, ou até mesmo à terra-natal dos seus pais, e vão descobrir que essa terra afinal tem oportunidades escondidas que os programas escolares nunca revelaram.

Coisas que deviam fazer os académicos pensarem

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"China divorció el dólar del petróleo un dia historico para la economia mundial"
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E, no entanto, "China Exports Rise, Hinting at a Glimmer of a Revival":
"China’s exports to the United States and Southeast Asia rose last month while the country’s money supply expanded faster than expected, Chinese government agencies said on Saturday, in the first signs that the Chinese economy might be starting to bottom out.
But strengthening exports to the United States — up 5.5 percent in September compared with the same month a year ago"
Coisas destas deviam fazer os académicos pensarem em rever os seus modelos.

sábado, outubro 13, 2012

Não atravessarão o Jordão

"A Estratégia Nacional para o Mar, delineada e aprovada em 2006, pelo Governo de José Sócrates e que se estenderia até 2016, está, neste momento, "aquém das expetativas", lamenta José Ribau Esteves.
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Em declarações à "Vida Económica", o presidente da Oceano XXI - Associação para o Conhecimento e Economia do Mar diz esperar que o atual Governo, "que está a trabalhar na fase final da revisão dessa política, o faça bem e depressa". Porque, acrescenta, "havendo episódios positivos na execução dessa política, talvez finalmente consigamos dar um salto qualitativo à importância deste setor para a economia nacional".
Para isso, Ribau Esteves defende ser necessário fazer um "grande investimento" na primeira fase de investigação "para depois passarmos à investigação e ao desenvolvimento", nomeadamente nas áreas da biotecnologia e "em tudo aquilo que está no mar profundo". "Precisamos de conservar e criar novo emprego o mais rapidamente possível e temos ao mesmo tempo que estar a investir em áreas que daqui a 5, 10 ou 20 anos dar-nos-ão emprego e geração de riqueza".
Todavia, tão ou mais importante do que o investimento é a promoção da cultura do mar. Por isso, o responsável associativo afirma: "Por tudo isto, acredito que o mar vai ter um lugar mais importante na nossa economia num futuro próximo".
Tenho medo destes "connaisseurs"... grandes desígnios nacionais, saltos qualitativos, sectores importantes, grandes investimentos, daqui a 10 ou 20 anos...
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Enquanto não nos livrarmos desta cultura nunca sairemos da cepa torta, é um outro Paulo Campos... vai ser a lei da vida, lentamente, a realizar essa tarefa. Talvez daqui a 2 ou 3 gerações esta casta tenha sido retirada e substituída por uma muito menos intervencionista e, que não gastando o dinheiro das pessoas, permita que sejam elas a investirem e a assumirem o risco. Sectores de ponta não são desenvolvidos por funcionários, são explorados por líderes.
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Agora percebo o castigo de Deus ... esta gente não vai atravessar o Jordão (Dt 3, 27)... e eu também não... vai ser preciso uma purga geracional. Resta-me tentar influenciar a geração seguinte.

Trecho retirado de "Estratégia Nacional para o Mar está aquém das expetativas"

Os anarquistas que vivem do Estado... Duh!!!

O Jornal de Notícias resolveu ilustrar este artigo "Cultura sai à rua contra a austeridade" com esta foto:
Gostava de concentrar a atenção neste pormenor:
A máscara é uma referência à personagem do filme "V for vendetta".
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A adopção desta máscara por muitos destes manifestantes é uma das coisas que me "faz espécie".
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Eu se fosse para uma manifestação usaria com orgulho esta máscara, usaria-a como V a usava no filme: Uma homenagem a Guy Fawkes, o católico que tentou rebentar com o parlamento inglês.
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Usaria a máscara como símbolo da minha simpatia com a causa anarquista, como emblema da minha adesão ao movimento libertário, contra o jugo fiscal do Estado, contra a selva de leis e regulamentos que impedem a liberdade de empreender, contra o poder centralizador...
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No entanto, o que vejo é manifestantes que usam a máscara de V mas que são na verdade adeptos deste Estado sugador, vivem directa ou indirectamente do orçamento do Estado.
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Usa-se a máscara de um anarquista que dinamitou o símbolo do Estado (o parlamento inglês) para exigir mais, ou a manutenção dos apoios do Estado.
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Querem-se apoios do Estado mas depois não se querem mais impostos.
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Usa-se a máscara de um anarquista mas depois apela-se à manutenção de um status-quo que implica o aumento do peso do Estado.
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Enfim!!!
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São como os ingénuos que vão pedir apoio à máfia e depois não querem pagar a protecção... Duh!!!
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Alguns são incapazes de perceber a incoerência, os outros sei lá.


O resultado das tarefas é o mais importante

A Vida Económica traz esta semana o relato da comunicação que Luis Castañeda fez esta semana no Porto em "A implementação representa 98% dos resultados das empresas" (tema abordado recentemente aqui no blogue).
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Ao ler o relato houve uma frase que me chamou a atenção:
"A responsabilidade não se resume à lista das tarefas: é o resultado das tarefas"
Quando numa empresa solicito uma descrição de funções, as mais completas que costumo encontrar listam as tarefas que a função tem de realizar (responsabilidade) e as que pode realizar (autoridade).
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Raramente encontro a listagem dos resultados que se esperam da função. E, vendo bem, as responsabilidade e autoridades são instrumentos para atingir resultados, o mais importante são os resultados.
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Parece-me um progresso face a esta reflexão de 2006 "Assegurar a competência no desempenho de uma função".
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Uma tarefa é "Decide se um lote está conforme", em boa verdade, com a decisão, com esta tarefa pretendemos um resultado: lotes bons passam e lotes não bons não passam.
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A pessoa é competente?
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Qual a percentagem de lotes mal avaliados? É tolerável?

quinta-feira, outubro 11, 2012

Farto de não acertar na formação? (parte I)

Ano após ano, em muitas empresas, os empresários desesperam com a formação dada.
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Gasta-se tempo, gasta-se dinheiro e... afinal, parece que uma e outra vez não se acerta.
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Pessoas em funções-chave parece que não aprendem nada e continuam a repetir as velhas práticas, parece que não percebem como podem impactar o sucesso da empresa.
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Como seria se as pessoas percebessem como podem contribuir para o sucesso da empresa?
Como seria se as pessoas vissem a relação entre o que fazem e o sucesso da empresa?
Como seria se a formação, em vez de servir para cumprir requisitos legais, fosse ao encontro das reais necessidades da empresa?
Consegue imaginar esse mundo?
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Qual é a estratégia da sua empresa?
Como é que ela se relaciona com o trabalho quotidiano dos seus trabalhadores?
Consegue fazer a relação? Se não consegue, como pode esperar que os seus trabalhadores o façam?
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Continua.

Começar pelo lado negativo?


Costumo convidar as empresas a identificarem os seus clientes-alvo.
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Nem sempre é fácil, nem sempre funciona bem à primeira.
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No entanto, é um exercício fundamental... a empresa tem de se concentrar em servi-los. Se não sabe quem são, como pode fazer um trabalho de jeito?
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John Jantsch em "Who don’t you want as a customer?" coloca o desafio num outro prisma, uma mudança de perspectiva que talvez ajude a facilitar o exercício:
"we seem to have a much better grasp of what we don’t want in our life than what we do. So by first categorizing things like the types of customers that you can’t serve well, the kinds of people you don’t work well with, or the size of projects that don’t fit you may be on your way to better understanding your ideal customer."
Começar por identificar o lado negativo...
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Pode ser uma forma de tornar a discussão mais interessante.

Apesar das "elites"


Enquanto as exportações para Espanha caíram 4% durante os primeiros 8 meses do ano, as exportações para a UE aumentaram quase 3,8% durante os mesmos 8 meses de 2012.

As mesmas elites que fazem tudo para apoucar este desempenho.

quarta-feira, outubro 10, 2012

Revolução na logística

Começam a aparecer os artigos com o que venho escrevendo por aqui há muitos meses, depois da fase de maravilhamento com as impressoras 3D, começa-se a reflectir sobre o seu impacte nas indústrias e na logística.
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Interessante como aqui só se escreve sobre o impacte da impressão 3D no sector da logística:
"3D printing may put global supply chains out of business: report"
E esquecem completamente o impacte nas empresas produtoras.

Tenho de começar a escrever relatórios destes:
"THE IMPLICATIONS OF 3D PRINTING FOR THE GLOBAL LOGISTICS INDUSTRY"

Os teóricos vs os práticos

Por cá também aconteceu isto:
"Carmen Expósito (CCOO): “Los políticos han decidido que el textil es un sector maduro y que hay que invertir en otras industrias”"
E, no entanto:
"La producción textil remonta en agosto con la mayor subida en más de dos años
 A diferença entre os teóricos que estão atolados em teorias e ideias que duram mais na mente dos académicos do que na vida real, e os práticos que fuçam e experimentam até dar.

Estratégia e execução

"But any seasoned strategist knows that strategy is not just sloganeering. It is the series of choices you make [Moi ici: "A série de escolhas que se fazem". Muita gente não percebe que estratégia é fazer escolhas que doem, e não poesia sobre como fazer tudo para todos como se não houvesse amanhã] on where to play and how to win to maximize long-term value. Execution is producing results in the context of those choices. Therefore, you cannot have good execution without having good strategy. 
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Most everyone would agree that you cannot achieve good results without having good execution; similarly, most would agree that having a good strategy alone is no surefire formula for success. But too many jump to the wrong conclusion that this makes execution more important than strategy. [Moi ici: Estratégia e execução são as faces de uma mesma moeda. Uma boa execução de uma má estratégia dá asneira, uma boa estratégia mal executada dá asneira. Contudo, entre as duas situações de asneira, prefiro a primeira porque é a mais fácil de corrigir]
mulamMas esta conversa às vezes cheira-me a mofo... será que uma estratégia que não prevê as dificuldades de execução pode alguma vez aspirar a ser uma boa estratégia?
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Voltamos ao velho ditado que aprendi com Mintzberg:
"Nunca é tarde para aprender, às vezes é demasiado cedo"
Uma estratégia pode ser soberba no papel mas tendo em conta a realidade da empresa que a vai executar ... não passa de conversa da treta, não passa de paleio perigoso, sem os pés assentes no chão.
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Estratégia e execução não podem ser dissociadas.
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Amanhã vou dar uma formação intra... e o segundo slide que passo é a "velha citação"... 9 em cada 10 empresas são incapazes de executar a estratégia que formulam... a tal frase que Tom Peters comentava assim "9 em cada 10?! O número está claramente subavaliado"
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Um burocrata fala sobre estratégia

A opinião do burocrata:
"Ao contrário de Portugal, a Noruega tem uma economia do mar muito forte.[avança o i]
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Temos uma economia do mar muito desenvolvida, isso sim, mas penso que Portugal tem uma melhor estratégia para o mar."
Uma estratégia mede-se pelos seus resultados, não pela sua beleza, ou pela sua complexidade. E, depois, o que é a estratégia de um país? Os países agem?
"Sim, porquê?.
Portugal desenvolveu para o mar uma estratégia que tenta abarcar tudo, enquanto nós não. [Moi ici:  Estratégia é escolher, estratégia é optar, estratégia é o que fazer e o que não fazer. Fazer tudo, abarcar tudo, ir a todas, é precisamente o contrário de ter uma estratégia. E, se o dinheiro é escasso tem de ser aplicado nas poucas oportunidades que podem mais facilmente trazer retornoA Noruega tem muitos recursos, mas foram as populações que, localmente, foram desenvolvendo as possibilidades que esses recursos representam. Por exemplo, temos uma indústria naval que se foi desenvolvendo à volta do petróleo. Mas isso não foi uma decisão governamental, foi um grupo de pessoas na costa do Noroeste da Noruega que decidiu avançar por aí: [Moi ici:  Leio isto e recordo logo o longo estendal de nomes que têm desfilado no DN a falar do mar e da necessidade de desenvolver a economia do mar, com dinheiro do Estado, mas que só contactam o mar para tomar banhos de Verão] temos experiência no negócio dos navios de pesca, vamos agora tentar fazer navios especiais para a indústria petrolífera. E fizeram e são excelentes nisso, dominam o mercado, com mais de metade da quota mundial, estão a servir offshores no Brasil – onde os nossos investimentos são agora dez vezes superiores aos investimentos na China."
Mateus 7, 17-18

Trechos retirados de "Ove Thorsheim. “Os portugueses esperam demasiado do seu governo”"

terça-feira, outubro 09, 2012

A velocidade a que o mundo económico muda

"In its 2011 annual report, US giant General Electric foreshadowed that it would relocate its home appliance production lines from China and Mexico back to the US. Ford Auto will invest US$16 billion to establish new factories and production lines in the US, while Caterpillar, the world's largest manufacturer of excavators and bulldozers, will construct a factory in Texas at a cost of US$120 million. A recent survey of 108 companies headquartered in the US shows that 14% of them plan to move part of their manufacturing operations back to the US.
One major factor prompting US companies to return home some operations is supply chain logistics, especially in light of risk evaluations and production cost increases. In 2011, a once-in-50-year flood in Thailand cost Intel US$50 billion in lost sales. The devastating 2010 Japanese earthquake inflicted heavy losses on General Motors. An expert says that with transportation accounting for 25% of logistics costs, oil prices doubled from 2009 to 2011.
In addition, labor cost in China advanced 19% during the 2003-2008 period, while labor costs in the U.S. only rose 3%
."
É fantástica a velocidade a que muda o mundo económico, a que tendências, supostamente de longo prazo, são mudadas.
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Os mais distraídos continuam a raciocinar com base no mundo do ano passado.

O consumo "experiencial" a crescer

Há anos li o livro "The Experience Economy" de Gilmore e Pine, uma leitura que me enriqueceu e que mexeu comigo para sempre:
A sua mensagem é cada vez mais actual:
"Ricos gastam mais com experiências do que com objetos"
"O consumo "experiencial" está superando rapidamente o consumo com produtos de luxo: na Europa, o primeiro cresceu 6% ao ano entre 2009 e 2011, contra 4% de crescimento nos produtos pessoais. Nos Estados Unidos, as porcentagens são de 9% e 6%, respectivamente.
Mesmo no aquecido mercado de artigos de luxo na China, o consumo com serviços de luxo subiu 28% no mesmo período, mais que o crescimento de 22% das compras de produtos como jóias e roupas de estilistas."

A estranheza da novidade

Assim como me lembro do primeiro CD que comprei, da primeira vez que vi uma mulher a conduzir um carro sem ser na TV, da primeira vez que entrei num carro com cinto de segurança, também um dia vou recordar este artigo "Embracing 3-D Printers, Manufacturer Tells Customers to Print Their Own Replacement Parts" e sorrir ao recordar a estranheza da novidade.
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Os meus netos dirão Duh!!!

segunda-feira, outubro 08, 2012

Anything goes vs equações

Gosto da frase e acredito na sua mensagem:
O valor é um sentimento, não o resultado de um cálculo feito numa qualquer folha de excel mais ou menos artilhada.
Por isso, torci logo o nariz a esta mensagem "Using the Value Equation to Evaluate Campaign Effectiveness".
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Ainda para mais depois de ter lido na viagem da manhã o artigo "Characterizing Value as an Experience : Implications for Service Researchers and Managers" de Anu Helkkula. Carol Kelleher e Minna Pihlstro, e publicado pelo Journal of Service Research em Janeiro de 2012.
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Proposições avançadas no artigo:
"Proposition 1: Value in the experience is individually intrasubjective and socially intersubjective.
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Proposition 2: Value in the experience can be both lived and imaginary.
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Proposition 3: Value in the experience is constructed based on previous, current, and imaginary future experiences and is temporal in nature.
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Proposition 4: Value in the experience emerges from individually determined social contexts."

Boa sorte, para quem acredita em equações

Uma agricultura com futuro

Há uma agricultura que vive de subsídios e apoios, que produz de forma pouco competitiva o que pode ser produzido no norte da Europa por Golias produtivos super-eficientes.
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E, no entanto, existe uma agricultura com futuro, uma agricultura capaz de ser uma boa opção de vida:
"Agricultura biológica aumentou 20 vezes a área em apenas década e meia"
O artigo refere um tema que já me foi contado (é verdade caro Pedro):
"À Agrobio têm chegado pedidos de potenciais clientes estrangeiros que procuram grandes quantidades. Mas só os agricultores de grande dimensão "conseguem escala" para responder a essa necessidade. "
 É verdade, uma raridade nos tempos que correm, oferta inferior à procura.
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Uns reparos para a Agrobio:
"De nicho de mercado, a agricultura biológica espalhou-se à grande distribuição e generalizou-se nos formatos especializados, supermercados e mercados de rua." 
Fujam da grande distribuição, defendam a Vossa margem, usem os canais alternativos e não se esqueçam das prateleiras virtuais.
"para ganhar dimensão, são precisos "mais agricultores e área plantada" e acções de divulgação sobre os benefícios para a saúde destes alimentos, defende."
Não esperem que seja o Estado a divulgar os Vossos produtos e benefícios, segurem a Vossa independência.

Manipulação

Este artigo "Experts’ Advice to the Goal-Oriented: Don’t Overdo It" explica bem o que os vários governos de Portugal andaram a fazer durante mais de uma década, canalizar dinheiro para a construção para manipular os números do desemprego e do PIB.
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Recordo sempre um empresário brilhante com que trabalhei que me dizia sempre que queria indicadores calculados com o mínimo de intervenção humana, por causa das tentações.

E a sua?

É fundamental identificar os clientes-alvo e caracterizar o que procuram e valorizam. Só assim se pode desenhar a experiência que satisfaz e fideliza:


Quantas empresas desenham a experiência a proporcionar aos seus clientes-alvo?
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E a sua?
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Trecho retirado de "Outside In: The Power of Putting Customers at the Center of Your Business"

domingo, outubro 07, 2012

As vendas continuam a baixar?

As vendas de muitas empresas continuam a baixar, sobretudo entre as que operam para o mercado interno. Muitas delas reduziram os custos ao mínimo, muitas delas tiveram de despedir gente válida, por falta de receita para manter o nível de emprego.
Contudo, se as vendas continuam a baixar algo mais tem de ser feito.
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Como seria se a quebra fosse estancada...
Como seria se a sua empresa descobrisse o segredo para inverter a situação e começasse a sua recuperação?
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Quem são os clientes da sua empresa? Consegue descrevê-los? 
Infelizmente, muitas empresas não investem tempo na escolha dos seus clientes-alvo, muitas empresas julgam que têm de servir todos os tipos de clientes, o que lhes suga recursos, impede a concentração e dificulta a especialização.
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Há muito tempo que neste blogue defendemos que as empresas têm de escolher os seus clientes-alvo, têm de os perceber e têm de lhes fazer uma proposta de valor que vá ao encontro das experiências de vida que procuram e valorizam. Se os escolher, então, vai ser capaz de olhar para eles olhos nos olhos e, vai ser capaz de se concentrar no que eles procuram e valorizam, vai ser capaz de "calçar os seus sapatos" e ver o mundo pelos olhos deles.


Por que não testa a hipótese da concorrência imperfeita? O que é que tem a perder?
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Ao olhar para a figura que se segue o que consegue ver?
A cara de um velho?
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Tem a certeza?
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Consegue ver também o casal de jovens namorados a beijarem-se?
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Nem a realidade que vemos é real... é sempre uma construção da nossa mente. Talvez seja a altura de mudar de perspectiva sobre a realidade e começar a pensar em formas deliberadas de a transformar.

Trecho retirado de "Outside In: The Power of Putting Customers at the Center of Your Business"

Para o arquivo com os sintomas de Mongo



E não é só no digital:


E para lá da tecnologia, como no "Convém levar o racional até ao fim", a par destas transformações virá a implosão do Estado central:

Se, como defendem alguns marxianos, foram os jovens estados centrais que fomentaram e promoveram a produção em massa, dificultando a vida às pequenas empresas no início do século XX, faz todo o sentido que também os estados não resistam, na sua forma actual, ao fim da produção em massa.

E se seguisse a mesma via?

Há dias Seth Godin escreveu um postal curto onde se podia ler:
"Instead of outthinking the competition...

it's worth trying to outlove them.
Everyone is working hard on the thinking part, but few of your competitors worry about the art and generosity and caring part."  
Hoje, recebo um e-mail (obrigado Carlos) com o relato de uma história neste campo:
"Competing Against The Nicest Guy In Town"
O texto começa assim:
"The federal government spends about $7 billion a year on crop insurance for U.S. farmers. Policies are sold by private companies, but the government sets the rates, so the companies can't compete on price."
E, porque as empresas não podem competir pelo preço, competem pela relação.
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E se a sua empresa, independentemente do preço, seguisse a mesma via? 
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Conhece os seus clientes?
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O que lhes dá?
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A base da pirâmide ou algo mais?