"Há aqui potencial para as agências de viagem recuperarem mercado, apostando na co-criação de experiências com os turistas e não só. Não vendem viagens na net, co-desenham pacotes de experiências na net"Quando escrevi este trecho lembrei-me logo de "The Power of Co-Creation".
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Na Terça-feira passada ao final da tarde, começava a subir a Rua Passos Manuel no Porto, quando reparo que, paradas a aguardar a mudança da luz do semáforo, estavam 3 motas com sidecar. Depois, descubro que as motos pertencem a uma empresa de turismo e que os ocupantes serão turistas a visitarem o Porto vivendo uma experiência diferente.
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Nessa Terça-feira de manhã, embora tivesse de estar às 9h30 em Paranhos, fui mais cedo de comboio para o Porto, para descer em General Torres e atravessar a pé a Ponte D. Luís. (BTW, aquela hora, 8 da manhã, é possível ver dezenas e dezenas de corvos marinhos a atravessar a ponte) Aquela hora já estavam japoneses e franceses a atravessar a ponte. Quantos turistas decidem vir ao Porto e, no Porto descobrem os trajectos, as experiências? Quantos são? Quantos decidem vir já com um plano feito? Foram eles que fizeram o plano ou foi co-construído com uma empresa?
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Aqui recordo novamente "The Power of Co-Creation" e este postal "O essencial é co-criar à medida de cada um, a sua experiência". Entretanto, ontem à tarde, apesar da ameaça de chuva lá fui fazer uma caminhada que aproveitei para pôr algumas leituras em dia. Uma dessas leituras foi "Collaboration Is The New Competitive Advantage":
"today, success is not driven by the resources you control, but those you can access. Increasingly, rather than owning resources and capabilities outright, we use platforms to access ecosystems of technology, talent and information. The path to success no longer lies in clawing your way to the top of the heap, but in nudging your way to the center of the network. [Moi ici: Isto é não só verdade como esteticamente lindo em sentido figurado]Outra das leituras foi "Connecting the dots":
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the most critical 21st century skill is empathy and calls for a shift in emphasis from “knowledge workers” to “relationship workers.” In a world of exponentially increasing complexity, no one person or firm can do it all, so those that can work well with others have a distinct advantage.
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The basic premise of Porter’s competitive advantage—that you can increase the whole by optimizing each of the the parts in isolation—has become untenable. Rather, we need to use platforms to access ecosystems of technology, talent and information.
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At the same time, machine intelligence is quickly replacing human cognitive power much like machines began to replace muscle power over a century ago. More and more, what drives value is the ability to collaborate with both humans and machines. That is where advantage lies today."
"For interaction, the challenge is human engagement. Widening the circle of involvement, connecting the contexts, means expanding who gets to participate. It is about inviting and including relevant, new and different voices. Rather than an organization being though of as an imposed classification structure of separate, autonomous functions and individuals, today’s organization arises from the interactions of individuals who need to come together.Agora imaginem uma agência de viagens nascida no tempo em que não havia internet e que fazia o papel de middlemen... opppsss! "Goal of the internet: destroy middlemen".
This shift in the way we see organizations changes the way we perceive competitive advantages. The new competitive edge comes from openness and interactive capacity: the ability to participate and connect. Change is not a problem or anomaly. Solutions are always temporary and contextual.[Moi ici: Este período final é mortal para as empresas grandes habituadas a pensar eficiência, habituadas a pensar em vómito industrial padronizado. Cada caso é um caso.]
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Temporary, flash communities can be formed to solve a problem or to tackle an opportunity more easily, more cheaply and faster than ever before — if there is openness, people are invited and if people want to engage. It is about distributing the intellectual tasks at hand and integrating the contributions of many. Creative, collaborative learning is the new productivity.
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The management task is not to understand people better, but to understand better what happens, and what can happen between people. Our world is co-created in relations."
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E que tal subir na escala de valor? E que tal deixar de ter a venda de viagens como o core business e passar a vender experiências? E passar a ser uma plataforma de co-criação de experiências?
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Conhecem alguma agência de viagem a precisar de subir na escala de valor? Passem-lhe este pitch... damn! É demasiado longo...
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Talvez possamos ajudar.
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BTW, é integrar esta ideia concreta "Mais uma sugestão de modelo de negócio" num modelo mais geral