Há sectores industriais em que os seus dirigentes associativos comandam a mudança, fazem a mudança acontecer e outros que são levados pela corrente. (Reparem na evolução do pensamento do presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), João Costa, "
Outubro de 2010", "
Setembro de 2011" e "
Outubro de 2011")
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Ainda hoje me arrepio ao ler as palavras que transcrevi para este postal "
Arrepiante", palavras de quem não conhece a
lição de Gause e das suas paramécias que descobri em 2003 e registei aqui em 2006.
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Está tudo
escrito há muito tempo, o como comandar a mudança, mas as velhas práticas são difíceis de abandonar.
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Há muito tempo que defendo que qualquer sector, por mais tradicional que seja, pode ter futuro se procurar valorizar as suas vantagens intrínsecas, se procurar valorizar o que o distingue de outros. A tendência descobri-a em 2006 (recordar exemplos
aqui e
aqui), teorizei-a aqui no blogue por várias vezes (rapidez, flexibilidade, inovação, moda, proximidade, relação, ...), encontrei almas gémeas (
David Birnbaum,
Suzanne Berger,
Abernathy et al), depois, os exemplos vieram de outros sítios (
aqui).
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Esta é a corrente que nos interessa como país, a corrente que assenta nos tópicos que o documento estratégico do sector têxtil mencionava.
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Contudo, nos últimos dois anos tem-se acelerado outra corrente, a que referi
aqui, agora há clientes do B2B que tinham ido para Ásia e estão a regressar a Portugal por causa dos elevados custos asiáticos...
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Então, agora temos duas correntes a acelerarem, a dos que regressam por causa dos custos asiáticos e a que já vem de 2006 e que é a minha preferida, a que assenta
numa revolução no retalho. BTW, claro que a falta de dinheiro também ajuda, é mais barato comprar em Portugal uma encomenda e, depois, fazer encomendas de reposição, consoantes as vendas, do que, ter de encomendar tudo de uma vez, pagando à cabeça, para encher um contentor que vai ter de viajar uns meses no alto mar (as companhias de navegação marítima estão a reduzir a velocidade dos seus barcos para poupar no combustível).
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Um exemplo recente desta mudança de maré aparece no
Expresso de hoje:
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"A insatisfação com a qualidade (
Moi ici: Duvido que este factor seja relevante), o aumento dos preços nos países asiáticos e a
necessidade de produzir séries mais pequenas fizeram regressar à indústria têxtil e de vestuário nacional alguns clientes antigos.
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O presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), João Costa, reconheceu à Lusa que "há um conjunto de fatores a jogar a favor" da indústria nacional, que tem assistido ao regresso de clientes antigos, marcas internacionais, que tinham trocado o 'made in Portugal' pelo 'made in China'.
"Tem-se assistido a uma procura acrescida por algumas marcas que tinham diminuído substancialmente as compras em Portugal e outras que tinham mesmo desistido de colocar encomendas em Portugal", afirmou João Costa"
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Há uma frase que descobri há uns meses e que continua colada com um post-it ao meu PC:
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"because collectively we observe selectively"
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Ao longo dos anos tivemos oportunidade de ver, ouvir, e ler nos media notícias sobre o apocalipse que se abateu sobre o sector têxtil em Portugal.
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Olhemos para as "Estatísticas da Produçaõ Industrial 2010", publicadas há dias pelo INE. O tal país que precisa de sair do euro, que precisa da TSU, que precisa de reduzir salários, tudo para ser mais competitivo:
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Exporta...
59% da sua Fabricação de têxteis.
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Exporta...
78% da sua produção na Indústria do Vestuário.
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Faziam ideias destes números?
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