domingo, junho 23, 2024

Quando a produtividade estagna ou baixa... (parte lI)

Termino a Parte I com esta pergunta:

"O que acontece numa sociedade em que a produtividade baixa ou estagna mas o custo de vida sobe?"

Acrescento mais uma questão:

  • O que acontece numa sociedade em que a produtividade baixa ou estagna mas é preciso aumentar salários para seduzir trabalhadores?
E por que é preciso seduzir trabalhadores?
  • Por que há outros a pagar mais (no caso da emigração, ou no caso do "roubo" por outros sectores de actividade com maior produtividade, ou por imposição legal via SMN)
Na semana passada descobri o "Efeito de Baumol" também conhecido como "Doença de Baumol" ou "Doença dos Custos de Baumol", um fenómeno económico identificado pelo economista William Baumol. Este efeito descreve uma situação em que os salários aumentam em sectores que não experimentaram aumentos na produtividade, em resposta a aumentos salariais noutros sectores que tiveram ganhos de produtividade. Aqui está uma descrição mais detalhada:

1. Premissa básica:
- Numa economia, alguns sectores experimentam aumentos de produtividade mais rápidos que outros.

2. Mecanismo:
- Sectores com alta produtividade podem aumentar salários devido aos ganhos.
- Para reter trabalhadores, sectores com baixa produtividade também precisam aumentar salários, mesmo sem ganhos correspondentes de produtividade.

3. Consequências:
- Os custos nos sectores de baixa produtividade aumentam mais rapidamente que a inflação geral.
- Isso pode levar a aumentos de preços nesses sectores. Se esses sectores pertencem à economia não transaccionável, os preços sobem. Por isso, os barbeiros em Londres cobram muito mais do que em Gaia pelo mesmo serviço. No entanto, se esses sectores pertencem à economia transaccionável ... a subida de preços está fortemente limitada pea concorrência:
  • Nas economias da OCDE o que costumava acontecer era o fenómeno da deslocalização. Incapazes de competir pelos trabalhadores as empresas fechavam ou deslocalizavam-se. Por isso, as empresas têxteis alemãs e francesas vieram para Portugal. Por isso, ainda hoje, as empresas têxteis saem da Lituânia para Portugal.

Apesar das empresas nos sectores transaccionáveis não poderem aumentar os salários livremente, por causa da concorrência internacional, o custo de vida sobe, os governos querem impostar mais e, por isso, as empresas começam a ver os trabalhadores a emigrarem para outras paragens onde facilmente ganham muito mais do que nos seus países de origem.

Então entra o fenómeno das paletes de trabalhadores pouco qualificados para fazerem o trabalho ao preço mais baixo possível no país. Recordo um artigo do Público, talvez de 2018, sobre os problemas gerados pela imigração no concelho de Odemira sobre o SNS (BTW, acho interessante nunca ninguém falar destas externalidades e de quem as paga).

Numa economia em que a produtividade estagna ou baixa as empresas não geram capital para pagar os custos crescentes como as rendas. Quando os governos começam a apoiar as empresas para que aumentem a produtividade, muitas vezes o dinheiro é usado para compensar custos em vez de subir na escala do valor.

Estamos, como país, nesta situação.

sábado, junho 22, 2024

Curiosidade do dia

"Industrial policy works if it changes the structure of the economy in a beneficial direction [Moi ici: ?]. Unfortunately, there are well-known reasons why the attempt could fail. Lack of information is one. Capture by a range of special interests is another. Thus, governments may fail to pick winners, while losers may succeed in picking governments. The more money is on the table, the more the latter is likely to be true."

Já é a segunda ou terceira vez no último mês que Martin Wolf me surpreende. 

Trecho retirado de "How not to do industrial policy

The babble effect

"Putting people in a group doesn't automatically make them a team. 

...

Leaders play an important role in establishing cohesion. They have the authority to turn independent individuals into an interdependent team. But all too often, when it comes time to decide who takes the helm, we fail to consider the glue factor.

When we select leaders, we don't usually pick the person with the strongest leadership skills. We frequently choose the person who talks the most. It's called the babble effect. Research shows that groups promote the people who command the most airtime -regardless of their aptitude and expertise. We mistake confidence for competence, certainty for credibility, and quantity for quality. We get stuck following people who dominate the discussion instead of those who elevate it.

It's not just the loudest voices who rise to lead even if they aren't qualified. The worst babblers are the ball hogs. In many cases, the people with the poorest prosocial skills and the biggest egos end up assuming the mantle-at a great cost to teams and organizations. In a meta-analysis, highly narcissistic people were more likely to rise into leadership roles, but they were less effective in those roles. They made self-serving decisions and instilled a zero-sum view of success, provoking cutthroat behavior and undermining cohesion and collaboration."

Trechos retirados de "Hidden Potential" de Adam Grant.  

sexta-feira, junho 21, 2024

Curiosidade do dia

Depois de um Mundial no Qatar, depois de uns Jogos Olímpicos na Grécia e na Cidade do México.

Ameaças ou desafios?

 

"When we're facing a daunting task, we need both competence and confidence. Our ability to elevate our skills and our expectations depends first on how we interpret the obstacles in front of us. Extensive evidence shows that when we view hurdles as threats, we tend to back down and give up. When we treat barriers as challenges to conquer, we rise to the occasion.

Seeing obstacles as challenges depends partly on having a growth mindset-believing in your ability to improve.

...

The difficult task in front of them was no longer a threat—it was a challenge. Instead of doubting themselves individually, they believed in their collective capacity."

Recordo os dirigentes associativos que são os primeiros a formatar a abordagem dos seus associados como a resposta a uma ameaça e não como um desafio ou uma oportunidade:

Trechos retirados de "Hidden Potential" de Adam Grant. 


quinta-feira, junho 20, 2024

Curiosidade do dia


Quem paga?


 Por cá não são os independentistas, são os cucos que vivem dos contribuintes líquidos.

Quando a produtividade estagna ou baixa ... (parte I)

No FT da passada terça-feira li "London drags London drags down UK productivity":
"London was the main drag to UK productivity growth between 2019 and 2022, a trend that pushed the efficiency gap between the capital and the rest of the country to its lowest level on record. [Moi ici: Consequência do Brexit e da saída de empresas financeiras da capital londrina. Basta recordar o impacte da actividade financeira na produtividade do Luxemburgo (esqueçam estas explicações absurdas num suposto jornal económico).]
... The decline left the capital 26.2 per cent more productive than the countrywide average, the smallest lead since comparable records began in 1998 and well below the 2007 peak of nearly 40 per cent."

Recordo "Como aumentamos os salários?"  onde ilustro porque é que o Norte tem produtividade mais baixa.

Ligar o desempenho da produtividade do Reino Unido com:

O que acontece numa sociedade em que a produtividade baixa ou estagna mas o custo de vida sobe?





quarta-feira, junho 19, 2024

Curiosidade do dia

Dia após dia só vejo manifestações de testosterona à custa dos contribuintes:

Andam a bincar às companhias aéreas com viagens entre Itália e a América do Norte, depois:

Precisamos de mais Artures Baptista da Silva:

Big Man Economy em todo o seu esplendor:

"faltou sempre o dinheiro que o "Portugal profundo" preferiu gastar na "ajuda" a "empresas em situação económica difícil"..."

Mais pequenas, preços muito mais altos, ligação directa aos consumidores.

Na passada segunda-feira em "Estranhos tempos estes..." terminei o postal com:
"A produtividade média europeia não se consegue atingir com empresas bem geridas no sector dos têxteis e do calçado. Basta fazer as contas."

Nesse mesmo dia ao fim da tarde li "This Textile Company Wants You to Feel at Home" no NYT do Domingo anterior:

"Some families take their textiles very seriously.

On a recent morning, Fabian Berglund, one of the co-founders of the Swedish rug and textile company Nordic Knots, carefully arranged a rack of miniature rugs so that each was angled at a perfect 45-degree angle.

...

What is it about this relatively small rug company (Nordic Knots employs about 40 pcople) that has made it so beloved among a certain taste-making set?

...

Of course, the price point for Nordic Knots - rugs in their Grand collection, for example, range frum $495 to $3,195 - is much higher than IKEA's. But the brand was born out of the couple's own frustrations in trying to find floor coverings that were of a certain quality but not outrageously expensive. When they started the company in 2016, the market offered only very cheap or very high-end options.

...

The United States is their largest market, even though they are based in Stockholm."

Uma empresa sueca de tapetes?! Como paga salários suecos? Primeiro, uma ressalva: não sabemos onde é que os tapetes são fabricados.

Uma empresa sueca de tapetes tem de vender os seus tapetes numa gama alta de preços. Para tapetes à volta dos 200 x 300 cm:

  • Preços IKEA 99€ a 120€
  • Preços Nordic Knot 1495€ 
Empresa sueca baseada em Estcolmo. Contudo, a Suécia apesar de mais rica tem menos habitantes que Portugal. Como suportar uma empresa de tapetes num país com um elevado nível de vida? Preços elevados e ir á procura de mercados interessados no produto, aquilo a que chamei aqui a lição alemão: O fim da barreira geográfica.

Qual a lição para as empresas de calçado e têxtil com futuro?

Mais pequenas, preços muito mais altos, ligação directa aos consumidores. Recordar Preços e golos (parte II).

terça-feira, junho 18, 2024

Curiosidade do dia

 
"O Ministério Público (MP) está a investigar a fuga de informação que terá permitido ao ex-presidente do F.C. Porto, Pinto da Costa, e ao ex-administrador Adelino Caldeira, acertar a data de buscas com as autoridades. Os responsáveis dos dragões terão pedido para alterar data das buscas de modo a não prejudicar jogo com o Liverpool em novembro de 2021.
A revelação surge numa conversa entre o ex-ministro Matos Fernandes e o pai, ex-presidente da Assembleia Geral do F. C. Porto, captada nas escutas da Operação Influencer, citadas pela CNN.
"Eles já sabiam que eram hoje" (as buscas), revelou o pai, acrescentando: "eles até tinham pedido para que fosse hoje para não ser no dia do jogo e a polícia disse que então era na segunda ou na sexta". Em causa estava o jogo para a Liga dos Campeões, que se viria a realizar dois dias depois das buscas."

Extraordinário. 

Assumir a imperfeição (parte II)

Na parte I chamamos a atenção para as escolhas dolorosas que estão na base de uma verdadeira estratégia. Sem escolhas dolorosas não estamos perante uma estratégia genuína.

Assumir a imperfeição é fazer uma escolha dolorosa e viver com ela, e procurar tirar o maior partido dela. Como na parte I, escolher ser rico, mas não ter saúde ou vice-versa.

Agora vejamos o que encontrei no Capítulo III - "The Imperfectionists - Finding the Sweet Spot between Flawed and Flawless" de "Hidden Potential" de Adam Grant.

"When I considered the traits of great architects, the first quality that came to mind was perfectionism.
...
But then I learned that to be uncompromising, architects have to make compromises.
...
Ando is esteemed for his ability to make the most of limited spaces with limited budgets. He's only able to do this because he fully rejects the notion of perfectionism. He knows that to be disciplined in some areas, we have to let others go. [Moi ici: Fazer escolhas dolorosas. Dolorosas porque quando as assumimos estamos conscientes de que estamos a abdicar de certo grupo de potenciais clientes. Os perfeccionistas são atletas do decatlo a quererem competir com especialistas. Não têm hipótese!] One of his specialties is being disciplined in deciding when to push for the best and when to settle for good enough.
...
In their quest for flawless results, research suggests that perfectionists tend to get three things wrong. One: they obsess about details that don't matter. They're so busy finding the right solution to tiny problems that they lack the discipline to find the right problems to solve. They can't see the forest for the trees. Two: they avoid unfamiliar situations and difficult tasks that might lead to failure. That leaves them refining a narrow set of existing skills rather than working to develop new ones. Three: they berate themselves for making mistakes, which makes it harder to learn from them. They fail to realize that the purpose of reviewing your mistakes isn't to shame your past self. It's to educate your future self.
...
Wabi sabi is the art of honoring the beauty in imperfection. It's not about creating intentional imperfections. It's about accepting that flaws are inevitable-and recognizing that they don't stop something from becoming sublime."

 

segunda-feira, junho 17, 2024

Curiosidade do dia

Estranhos tempos estes...


Estranhos tempos estes em que João Galamba e este blogue estão alinhados. 

A minha recomendação de sempre é:

  • não nos concentremos nos que estão no terreno,
  • não culpemos os que estão no terreno.
Quem está no terreno faz a sua parte, faz o melhor que pode e sabe. 

Concentremos a atenção nos mastins dos Baskerville, nos que não estão e no por que não estão. E recordo Ricardo Hausmann, "Os macacos não voam, só trepam às arvores". A produtividade média europeia não se consegue atingir com empresas bem geridas no sector dos têxteis e do calçado. Basta fazer as contas.


domingo, junho 16, 2024

Curiosidade do dia

Lembro-me de ter visto isto e ter achado esquisita a cena da Tabela Periódica.

Ontem vi o comentário de | Eric Weinstein:


E julgo que faz todo o sentido, desde as Maldivas estarem debaixo de água desde 2020, até à vacina COVID que ia impedir os vacinados de apanharem a doença. Não é impunemente.

Assumir a imperfeição (parte I

Lá em cima no banner deste blogue pode ler-se "Promotor da concorrência imperfeita e dos monopólios informais".

Vamos primeiro à concorrência imperfeita. Ainda esta semana ao preparar um relatório para uma empresa coloquei uma versão deste postal:
Atentemos na pergunta:

- Prefere ser rico e com saúde ou pobre e doentio?

A resposta que qualquer pessoa normal dará será:

- Qual é o assunto? Não há assunto!
Qualquer pessoa normal optará pelo quadrante 2, toda a gente prefere a opção ser rico e ter saúde. Ora, escolhas estratégicas deste tipo estão erradas. Porquê? Porque todos os agentes farão a mesma escolha, não haverá diferenciação e, por isso, teremos uma situação de concorrência perfeita... No final só existirá um agente!

Escolhas estratégicas genuínas são as que se referem aos quadrantes 1 - Ser pobre, mas ter saúde, ou 4- Ser rico, mas ter uma saúde debilitada.

Escolhas estratégicas genuínas têm sempre um ou mais, "mas". Um teste simples consiste em ler uma suposta estratégia e pensar no seu contrário. Se o seu contrário for estúpido ou absurdo, então não estamos perante uma verdadeira estratégia.

Ao fazer escolhas dolorosas, a 1 ou 4, as primeiras empresas ganham uma vantagem competitiva transiente que lhes permite começar a iterar nesse espaço. As mais dinâmicas avançam para escolhas diferenciadoras sucessivas acabando, sempre transitoriamente, com um monopólio informal. São os fornecedores de algo único valorizado por alguns clientes-alvo. Únicos não porque estejam protegidos por governos, mas porque tiveram a coragem de apostar numas coisas em detrimento de outras, assumiram a sua imperfeição.

Continua.

sábado, junho 15, 2024

Curiosidade do dia

Deve estar na época das eleições para a Ordem dos  Contabilistas Certificados.

No Jornal Económico de 14.06.2024



No jornal Nascer do Sol 14.06.2024

Convinha que se decidisse.

BTW, esta senhora, como a presidente da AHRESP, tem as ligações todas nos jornais.


Acerca de indicadores

Medir o desempenho de uma organização com indicadores e metas é importante por várias razões fundamentais:
  • permite avaliar o desempenho e quantificar o progresso face a desafios previamente estabelecidos (permite fugir do mundo da oratória e retórica subjectiva e comparar objectivamente o antes versus o depois)
  • ajuda a identificar áreas problemáticas que precisam de melhorias
  • fornece dados concretos, não estórias da carochinha, que podem ser usados para a tomada de decisões baseadas em factos
  • ajuda a alinhar as pessoas em torno desafios claros e mensuráveis.
Olhando para os indicadores que uma empresa segue tenho duas preocupações principais:
  • estão alinhados com a estratégia?
  • estão balanceados entre indicadores de consequências (lag) e indicadores indutores (lead)?
A maioria das empresas não tem indicadores alinhados com a estratégia e, na maior parte dos casos, possui apenas indicadores de resultados, deixando de lado os indicadores indutores essenciais para antecipar e guiar o desempenho futuro.

sexta-feira, junho 14, 2024

Curiosidade do dia

"Japanese companies are increasingly seeking to hire graduates of a top Indian science university amid a severe shortage of IT workers.

Representatives from about 100 Japanese firms attended a seminar in Tokyo on Monday for advice on recruiting students from the Indian Institute of Technology.

The event was hosted by the Indian Embassy.

The IIT is the top technical university in India and its alumni include the CEOs of Google and IBM."


Trechos retirados de "Japan firms attend seminar on recruiting top Indian students"

Acerca da motivação e dos discursos das chefias

"One way to create meaning is give people a clear sense of how their work directly affects the end customer. We all serve someone. Too often in business, that someone can be remote and out of sight, which dilutes the meaning we can get from our work.

In his book Give and Take, Professor Adam Grant, of Wharton Management University of Pennsylvania, writes about the power of purpose. He considered paid employees in the university's fundraising call centre. Their job is relatively simple: call people and ask for money. But this is not easy, most of us do not appreciate unsolicited calls at the best of times, and we appreciate them considerably less when the call is designed to get us to give some random person some money. A call-centre worker therefore has to make numerous calls before achieving their goal, making the job repetitive and frustrating. This results in a workforce with low morale, which is hard to motivate and correspondingly has low productivity.

As reported by McKinsey, 'Grant conducted two experiments. In the first, he arranged for the fundraisers to hear a senior executive and a board member of a university speak about the significance of education in society and the importance of their work to scholarship recipients. The outcome of these supposedly motivational speeches was that productivity didn't improve. Worryingly, a typical way that many businesses use to motivate their people is for an executive to wax lyrical about the importance of their jobs and how great the business is. The executive's motivational talk produced minimal benefit. 

In the second experiment,  'Grant arranged for fundraisers to meet a student who had received a scholarship. The student explained that the scholarship had changed [their] life, allowing [them] to attend university and study abroad. By engaging with the student, the callcentre employees saw the outcome of their work first-hand and it had a real impact. After the meeting they made more calls than before and, as the meeting had given them a new positive attitude it made their phone conversations more engaging and ultimately more successful, enabling them to secure larger donations."

Portanto, discursos motivacionais de chefias nem sempre são eficazes. O que realmente faz a diferença é a interacção directa e pessoal com aqueles que são beneficiados pelo trabalho dos trabalhadores. Mostrar como o trabalho afecta directamente os clientes finais ajuda a criar um senso de propósito e significado no trabalho que realizam.

Lembro-me do parceiro das conversas oxigenadoras, antes da pandemia, me falar em encher o carro de trabalhadores quando ia visitar um cliente. Recentemente, alguém me falou sobre a interacção de trabalhadores com potenciais clientes durante visitas destes.

Trecho retirado de "The World of Work to 2030

quinta-feira, junho 13, 2024

Curiosidade do dia

É nestas alturas que sinto falta do "Contra Informação" e daquela cena em que Coelhone e Toneca Guterres, durante um congresso do PS, conversavam e ao mesmo tempo, distraídos, votavam uma moção do núcleo de trabalhadores socialistas da EDP contra o governo que eles lideravam.

Enquanto o contexto sobre a Venezuela é este "The Impending Collapse of Venezuela || Peter Zeihan", o senhor de idade que ocupa a presidência da republica faz perrice e pretende dar um sinal de apoio à ditadura de Maduro, "Marcelo "sonha" comemorar Dia de Portugal na Venezuela em 2025".

Há dias na Suíça num discurso dava a entender que o sucesso do país se devia ao labor da comunidade portuguesa. Será que pode repetir o discurso na martirizada Venezuela?

Diversificação

No JN de ontem, "Conservas a crescer e bem":

"A produção de conservas cresceu 17% nos últimos cinco anos. Em 2022, foram produzidas em Portugal 56,6 mil toneladas que, vendidas no mercado, renderam 367,9 milhões de euros (+11,5% do que em 2021). Este é o único subsetor com balança comercial positivo na indústria transformadora dos produtos da pesca.

...

"A indústria tem feito um esforço para não depender tanto dos produtos tradicionais e tem vindo a lançar no mercado outras espécies de peixe, seguindo tendências e acrescentado novidades para o consumidor", afirmou o presidente da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP), José Maria Freitas."

O discurso do presidente da ANICP parece mais produtivo agora, mais focado na criação de valor e menos na defesa do umbigo. Recordo de Agosto de 2020, "Como se pode ser tão burro e cometer sempre os mesmos erros???

Este esforço de diversificação da indústria das conservas rima bem com o artigo "A Tale of Two Hot Sauces: Spicing Up Diversification" que descreve os resultados da diversificação de duas empresas de molhos, uma com uma evolução positiva e outra com uma evolução negativa. Diversificação ao nível de:

  • fornecedores;
  • produtos e marcas;
  • canais de distribuição.

"Diversification on key dimensions drives value while reducing risk. Supply chain, products, customers, and channel are elements of diversification that led to Mcillhenny's rise alongside Huy Fong's decline. Diversification is critical, but it has to be done right. Huy Fong limited its own success by primarily focusing on one product and demonstrating a "too little, too late" approach by waiting too long to diversify its supply chain. Lack of diversification on these fronts failed to protect Huy Fung against the possibility of a supplier becoming a competitor.

The bottom line: If you're aiming for long-term success, diversification is a must. We hope the ideas here help you strategically diversify your way to the best of times for your business."

quarta-feira, junho 12, 2024

Curiosidade do dia

"Não temos em Portugal nenhuma maneira de comprovar o efeito que um produto como o CM, tanto na forma escrita como televisiva, teve na percepção dos seus consumidores e na adesão de uma parte dos portugueses ao populismo e à extrema-direita: não há (infelizmente) nenhuma região do país que tenha decidido boicotar os produtos da Cofina. [Moi ici: Inveja por todas as regiões do país terem decidido boicotar o DN?] Mas basta passar os olhos nos respetivos títulos e peças televisivas e na forma como há décadas os produtos desta empresa se esforçam por servir uma imagem de um país cravejado de crimes, inseguro, miserável e corrupto, um verdadeiro Estado falhado, para concluir sobre o efeito que necessariamente têm, sobretudo para quem só se "informa" naquele universo.
Podemos, claro, perguntar por que motivo produtos como os cofinescos têm tanto sucesso - teríamos talvez de concluir que de algum modo vão ao encontro de necessidades, ou de percepções pré-existentes. De explicações do mundo que agradam a quem os procura e aprecia. Porque são simples e simplistas e apontam culpados que podem ser odiados, não exigindo mais de quem as recebe a não ser esse ódio, essa raiva.
Foi assim, ou foi sobretudo assim, que aqui chegámos."

Jornalista de um jornal que mendiga apoio ao governo de turno, aka impostagem sobre os contribuintes, perora sobre o sucesso do Correio da Manhã. 

Trecho retirado de "As manhas que nos trouxeram aqui"

Futurizar manifestações de PMEs (parte II)


Nas últimas semanas não há jornal que não inclua um artigo, várias páginas, um suplemento, dedicado à "avalanche regulatória" do ESG.

Portugal é um país de PMEs e estas ou pensam estar ao abrigo dessa pressão, ou que essa pressão ocorrerá mais tarde do que cedo. No entanto, estão a esquecer-se do abraço de urso:

  • de um lado a pressão da banca - a banca vai ser pressionada a não financiar as empresas sem reporte ESG,
  • do outro lado as empresas grandes na cadeia de fornecimento a jusante e que vão exigir informação necessária para o seu próprio reporte.
Por exemplo, ontem no JdN em "Portugal tem "desafios acrescidos" no report ESG":

"No que diz respeito ao papel do sistema financeiro na transição ESG, a vice-governadora do BdP avisa que "os bancos têm de conhecer bem as empresas que estão a financiar". Quanto à forma como é feita essa análise, deixa um alerta: "Tem de ser coerente, não podemos ter um banco que faz uma análise de uma empresa e outro que faz uma análise completamente diferente." Recados que não passaram despercebidos aos responsáveis da banca presentes na conferência de apresentação da plataforma SIBS ESG.
...

"A banca vai ser empurrada para não financiar"
Outra das questões levantadas durante a conferência de apresentação da plataforma SIBS ESG foi o facto de a falta de informação sobre sustentabilidade poder influenciar a concessão de crédito às empresas. Questionado se esta já será uma realidade, José Miguel Pessanha, vogal do conselho de administração do Millenium BCP, é perentório: "Já estamos nesse ponto. Uma informação mal compreendida, mal transmitida, é suscetível de prejudicar o nosso pricing e podemos praticar um preço que não é devido." Por isso, adverte: "É extremamente relevante as empresas prestarem informação já."
Apesar de as PME não estarem, para já, obrigadas a fazer o reporte de sustentabilidade, os vários responsáveis da banca são unânimes em afirmar que as pequenas empresas também vão ter de o fazer devido à pressão do mercado."

Lembram-se daquele poema de Emil Niemöller:

"Quando os nazis levaram os comunistas, eu calei-me; afinal de contas, eu não era comunista. Quando eles prenderam os social-democratas, eu fiquei calado; eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu fiquei em silêncio; eu não era sindicalista. Quando eles vieram por mim, não havia mais ninguém para protestar."

A minha versão é: quando a União Europeia veio impor um jugo burocrático aos agricultores, eu me calei; afinal de contas eu não era agricultor ... Quando ela vier pelas PMEs, não haverá ninguém para protestar. 

Leiam o artigo do JdN, percebam o espírito... depois, recordem a resposta de Nigel Croft à minha pergunta em "Futurizar manifestações de PMEs" e o que ela significa.

Como contraste, recuem cerca de um ano a esta entrevista à presidente da Euronext Lisboa:
"A presidente da Euronext Lisbon pede bom senso às autoridades europeias e alerta que um dos perigos do excesso de legislação sobre a sustentabilidade é a excessiva concentração de empresas para ajudar a diluir os custos de contexto: "Há um incentivo claro à consolidação, o que não é necessariamente mau nalguns setores, mas vai ser negativo noutros setores onde vão desaparecer empresas que fazem efetivamente falta".
...
As novas regras europeias sobre Finanças Sustentáveis vão aplicar-se sobretudo às cotadas?
Não, a diretiva de Reporte de Sustentabilidade aplica-se a todas as grandes empresas, todas as que não são PME, mais as PME cotadas, embora com alguma dilatação no tempo. E depois como todas as grandes empresas têm empresas mais pequenas nas suas cadeias de fornecimento, isto potencialmente tem um impacto muito significativo na economia. O tecido económico é constituído por muitas PME e temos de ter muito cuidado com o impacto que estas coisas vão ter. A Europa exporta para muitas regiões do mundo e nessas regiões não existe este tipo de abordagem. A Europa é o espaço mundial onde o enquadramento regulatório da sustentabilidade está mais avançado, é mais abrangente.
...
Podemos chegar a um ponto onde a regulação pode esmagar algumas empresas?
Não sei se esmagar é o termos correto, não sei se será tão radical a esse ponto, mas há uma preocupação clara das entidades com quem nós falamos. E se pensarmos que esta complexidade e este peso regulatório não vem apenas das Finanças Sustentáveis, mas vem de uma série de outras áreas como a fiscalidade, as autorizações, as licenças, as certificações, chegamos à conclusão que isto tem muito peso. E quando estas coisas têm muito peso, o que tende a acontecer? Concentração, concentração e concentração. [Moi ici: BTW, Recordar "A minha primeira lei sobre a concorrência?"] Ou seja, as empresas têm de distribuir os custos fixos da regulação. Há um incentivo claro à consolidação, o que não é necessariamente mau nalguns setores, mas vai ser negativo noutros setores onde vão desaparecer empresas que fazem efetivamente falta."

Em todo lado se o usa o termo "avalanche regulatória": 

terça-feira, junho 11, 2024

Curiosidade do dia

Quando um homem mordem um cão temos notícia.

Quando um cão morde um homem não devia haver notícia. Então, porque vejo:


Dou a minha palavra sincera que pensava que isto era a norma nos meios de comunicação social. Recordo o caso do Público em Curiosidade da manhã.

Atirar dinheiro para cima de problemas

 Existiu uma revista portuguesa de temas económicos chamada "Valor". Camilo Lourenço chegou a ser seu director ou director adjunto. Algures no meu escritório guardo um exemplar dessa revista por causa de um gráfico de barras muito interessante. Uma comparação do tempo que vários países demoravam a resolver judicialmente problemas com cheques carecas. Portugal e Itália ocupavam uma posição nada invejável. Algo como o que se segue:

Guardei esse gráfico para o usar como exemplo em acções de formação sobre melhoria da qualidade.

Perante um problema de desempenho deve seguir-se uma abordagem como a proposta em "Não-conformidades, acções correctivas e preventivas".

Demoramos muito tempo em média a tratar um assunto? Dividamos o processo do princípio ao fim em etapas e contabilizemos em média o tempo que se demora em cada etapa. Normalmente, percebemos que 2 ou 3 passos são responsáveis por 80% do tempo gasto. Assim, o nosso desafio passou a ser mais concreto, passou a ser estudar as causas do gasto de tempo nesses 2 ou 3 passos, os chamados "Poucos vitais". 

Costumo dizer aqui no blogue que os políticos não são mais nem menos que os cidadãos do país, são um grupo que emerge da massa, mas fazem parte da mesma massa. Nas empresas raramente se segue a metodologia da melhoria. E com os políticos? 

Os políticos também não a seguem, mas como não são limitados pelo dinheiro, que não lhes custa a impostar, normalmente tentam resolver um problema ... atirando dinheiro para cima dele. O dinheiro desaparece e o problema fica maior.

Um exemplo espectacular apareceu há tempos no JN de 6 de Junho passado, ""Emergência." PCP quer 10 mil contratados a prazo a trabalhar na AIMA":
"Que contas fizeram para saber que são precisos mais 10 mil funcionários? "Não é contas, é ver uma coisa que pareça razoável. Não é uma coisa feita a régua e esquadro. É o que é razoável e comportável. Podíamos dizer 15, 20 mil, avançámos para 10 mil. É um número como qualquer outro, é um número razoável", justifica António Filipe."







segunda-feira, junho 10, 2024

Curiosidade do dia

A propósito de "Câmara de Aveiro vai deixar de recolher os sacos com lixo que se encontrem na via pública" a câmara de Aveiro vai descobrir o que é a Tragédia dos Comuns, ou Tragédia dos Baldios.

Finalmente, alguém teve a coragem de resolver o problema dos sacos de lixo abandonados nas ruas da maneira mais eficiente possível: não os recolher. Afinal, todos sabemos que a melhor forma de lidar com o lixo é deixá-lo acumular, proporcionando uma nova e excitante paisagem urbana.

Quem melhor para ignorar os resíduos do que aqueles que são responsáveis pela sua gestão? É um alívio saber que a câmara encontrou uma forma de motivar os munícipes a usar os contentores adequados, abandonando os sacos nas ruas para apodrecer.

Aplaudo também a perspicácia da autarquia ao perceber que os sacos de lixo, deixados ao sabor do vento, só podem melhorar a imagem da cidade. É uma estratégia inovadora para aumentar o charme local e, quem sabe, atrair visitantes interessados em estudar a interação entre resíduos urbanos e espaço público.

Portanto, vamos celebrar esta decisão revolucionária da câmara de Aveiro e da Veolia. Que exemplo de gestão urbana visionária! É com iniciativas assim que se constrói uma cidade moderna e consciente, onde o lixo encontra o seu merecido lugar: no meio da via pública.

Olha, os escuteiros depois de dias dedicados a recolher toneladas de lixo das matas e das praias vão poder dedicar também algum tempo à cidade de Aveiro.

Construal-level theory

Em "awesome people with awesome interests" escrevi:

"Quando era miúdo, tinha para aí uns 10 ou 11 anos, ouvia a minha mãe falar ao telefone com os meus avós que viviam em Angola, a aconselhá-los a regressar à metrópole porque as coisas em África iam dar para o torto. Os meus avós não acreditavam nesse cenário até que, no meio de uma guerra civil em Luanda, tiveram de regressar com uma mão à frente e outra atrás.

A lição que retirei desses acontecimentos traumáticos foi a de que, muitas vezes, o estar próximo das coisas retira-nos alguma capacidade de reflexão e de apreensão da realidade. O estar próximo prende-nos demasiado aos modelos mentais a que estamos habituados e dificulta-nos o partir dessas grilhetas. Como era possível alguém a milhares de quilómetros ter percebido o que quem estava lá não percebeu? Muitas vezes perdemos-nos nos detalhes dando demasiada atenção a coisas menos relevantes e perdemos a capacidade de processar o que corre em fundo."

 Agora em "Decisive - How to Make Better Choices in Life and Work" de Chip and Dan Heath encontro:

"Yet with one question-"What would our successors do?" Grove managed to add some distance to the decision. By imagining what a clear-eyed replacement CEO would do, Grove sidestepped short-term emotion and saw the bigger picture. He knew, in an instant, that they should abandon memories in order to focus on the thriving microprocessor business.

It's odd that such a simple question would have such a huge effect.

Why does "distance" help so much? A relatively new area of research in psychology, called construal-level theory, shows that with more distance we can see more clearly the most important dimensions of the issue we're facing."



domingo, junho 09, 2024

Curiosidade do dia

Qual a semana em que não acontece um em Portugal?

Esta manhã perguntei ao Google pela palavra tractor e com resultados de há menos de 1 mês.


Mais uma razão para apoiar a causa irritante.

Numa economia saudável quando a procura baixa a oferta tem de se adaptar ou mudar. 

Como há muito aprendi com Nassim Taleb: Stress is information.

Numa economia não-saudável os produtores tentam reduzir as consequências da incerteza passando a factura para os contribuintes, com o apoio do governo de turno.

Por exemplo, "Excesso de vinho: há 120 milhões de litros a mais nas adegas":

Produtores produzem vinho que não tem a procura capaz de escoar toda a produção. Compradores preferem comprar vinho em Espanha (300 milhões de litros). Vinho vai-se acumulando nas adegas (120 milhões de litros).

O excesso de importações (esta linguagem de excesso é influenciada pelos produtores. Nunca há excesso de importação porque é feita por procura concreta, há sim excesso de produção) e de stock nas adegas cooperativas e privadas está a criar dificuldades financeiras, impedindo o escoamento do produto e atrasando pagamentos aos viticultores. A Federação das Adegas de Portugal tem alertado para este problema desde o início do ano e está a pedir uma destilação de crise com o apoio de fundos europeus para eliminar o excedente de vinho. Ou seja, em vez de lidar com a causa do problema preferem passar o custo para os contribuintes. 

O novo Governo de turno reuniu-se com representantes do sector para encontrar uma solução antes da próxima vindima, a fim de evitar um impacte negativo maior sobre os produtores e o sector vitivinícola. Sem uma solução rápida, os produtores enfrentarão dificuldades durante a vindima, com a falta de espaço para escoar a produção e atrasos nos pagamentos, exacerbando a crise no sector. Em vez de enfrentar a causa do problema como adultos, recorre-se ao papá-Estado para esconder a necessidade de resolver o problema.

Como as coisas devem funcionar? Por exemplo, "Scarcity of organic cows puts pressure on UK milk supplies, warn experts".

O leite orgânico é mais caro de produzir do que o leite convencional, custando 50 pence por litro em comparação com 40 pence por litro. O aumento dos custos de combustível, fertilizantes e rações desde 2021 influenciou alguns produtores de lacticínios a aumentar o preço pago aos produtores de leite, enquanto outros mantiveram o mesmo preço, levando algumas explorações a reduzir os seus rebanhos ou a abandonar a produção biológica. A taxa de inflação máxima em 41 anos, de 11,1%, em Outubro de 2022, levou a uma queda na procura de alimentos orgânicos, à medida que os consumidores cortavam nos gastos. Embora a inflação tenha caído para 2,3% em Abril e as vendas orgânicas tenham começado a recuperar, a confiança permanece frágil.

Muitos produtores de leite mudaram da produção de leite orgânico para a convencional durante um período de inflação recorde para aumentar o rendimento, reduzindo o número de explorações de leite orgânico de 400 em 2021 para pouco mais de 300 este ano.

A procura dos consumidores por leite biológico aumentou 3,9% no ano que antecedeu Março, após uma queda durante a crise do custo de vida. Agora, o número decrescente de vacas orgânicas ameaça o abastecimento de leite orgânico nos supermercados devido a uma recente recuperação na procura pelo consumidor.

Os especialistas esperam uma quebra na oferta de leite biológico até Setembro e Outubro, após o esgotamento do excedente da Primavera, realçando a actual incerteza no sector.

Redução do consumo leva a redução da produção. Aumento do consumo leva a aumento de preços e, depois, aumento da produção.

Mais uma razão para apoiar a causa irritante. Fundos europeus usados para manter o status quo em vez de promover o desenvolvimento.

sábado, junho 08, 2024

Curiosidade do dia

O FT de hoje publica uma carta deliciosa "Selling chickens at that price is just not sustainable"


"You report that Costco Wholesale is managing to sell (cooked) chickens at $5 (£3.90) ("Costco rules warehouse club roost with brisk sales of $5 chickens and other favourites", Report, June 1). And that's brilliant, your account seems to conclude. "Costco's point [ ...] is to offer the lowest prices humanly possible", one expert is quoted as saying.

But such a price for chicken should surely not be possible - something you failed to even consider.

In 1,000 words of journalism, there was zero questioning of whether selling products like chicken at rock bottom prices is sustainable in any way, shape or form. The $5 is not the true cost of chicken because the environmental and welfare costs are not included."

Come on! Não podemos ser exigentes. Basta recordar os políticos que às segundas, terças e quartas, combatem o CO2, aumentam impostos por causa do ambiente, profetizam um apocalipse climático, para às quintas, sextas e sábados apoiarem a construção de aeroportos e o fim das portagens no interior.

Exportações dos primeiros quatro meses do ano

 

O primeiro quadrimestre de 2024 ilustra já uma tendência de recuperação ilustrada pela prevalência de setas para cima, mesmo quando o acumulado ainda está negativo. Passamos de 2 para 14 linhas com seta para cima.

Depois de anos de desempenho excelente, a produção farmacêutica em queda. Uma notável recuperação das exportações de animais vivos. 

sexta-feira, junho 07, 2024

Curiosidade do dia

""People are not reading your stuff," Will Lewis bluntly told a room of American journalists on Monday as the British media executive announced an overhaul of The Washington Post's newsroom just months before a pivotal US election.

"I can't sugarcoat it any more," said Lewis, a former Rupert Murdoch lieutenant who was brought in to turn around a stalwart of American journalism that has brought down US presidents but struggled financially in recent years.
...
Lewis stressed the urgency of reviving a newspaper that still talks with pride about its role in the Watergate scandal five decades ago.
He did not mince his words in a 40-minute meeting with staff, saying it would be "nuts" not to change a business that lost $77mn last year."

Os jornais americanos são mesmo parolos. Queimar sobrancelhas à procura de um modelo de negócio adequado para os tempos actuais ... seria muito mais fácil seguir a via dos espertos, dos inteligentes, a dos portugueses. E conseguir do governo de turno e dos outros cobardes do costume uma arma para apontar aos contribuintes, e obrigá-los a fazer o que os "jornalistas" não conseguem com o seu trabalho: sustentá-los.

Trechos retirados de "US newsrooms are in trouble: are these British journalists the answer?




Preços e golos (parte II)

"O agravamento dos custos de produção associado à "dificuldade de aumento" do preço médio de venda "põem em causa a sustentabilidade financeira" do setor do calçado, diz a Ernest & Young"
Esta é a lógica por trás dos "Flying Geese", por mais produtiva que seja uma empresa ou um sector, os seus resultados vão sempre ser limitados pelo preço de venda. 

Numa economia que vai de vento em popa o agravamento dos custos de produção (da frase lá de cima) resulta do aumento dos salários e da incapacidade de competir com outros sectores de actividade com margens mais altas, mais produtivos. Daí a tal evolução:
"O Japão deixou de produzir vestuário porque as empresas produtoras de vestuário deixaram de poder gerar rendimento suficiente que pagasse salários competitivos aos seus trabalhares. Por isso, esses trabalhadores migraram, primeiro para a metalomecânica, depois para a electrónica e assim sucessivamente."
Uma linha de pensamento é associar a dificuldade em seguir esta evolução por causa dos apoios comunitários. Apoios que dão soro a empresas que o mercado não está mais disposto a suportar

Numa economia que vai mal o agravamento dos custos de produção resulta da incapacidade de gerar meios para pagar matérias-primas cada vez mais caras.

Numa economia socialista focada na distribuição o agravamento dos custos de produção resulta da incapacidade de gerar meios para pagar matérias-primas cada vez mais caras e salários que crescem mais do que a produtividade.
"A questão é que o aumento do custo da mão-de-obra "foi superior ao crescimento da produtividade e do preço médio de exportação, criando pressão sobre as margens e ameaçando a sustentabilidade financeira do setor", frisa a consultora. O preço médio, como referido, cresceu 18,9%, o salário mínimo nacional subiu 57% no mesmo período. O setor está, por isso, numa fase de redefinição estratégica."
Estamos no "muddling through" da FASE IV também conhecido aqui por "fuçar":
Este formato de curva não é original.

Na parte I terminei o postal escrevendo:
"para reduzir os custos de produção, ... sugere às empresas ganhar escala com a integração de vários players"


"'os produtores portugueses com mentalidade e know-how conseguirão entrar no mercado de luxo, oferecendo preços mais competitivos" do que o maior concorrente."
Ao ler isto fico convencido que deve ter havido algum erro de tradução dos jornalistas. 

Pergunto-me: Qual a experiência da EY com o sector do calçado?

O DN responde em "Para crescer, consultora sugere à indústria do calçado subcontratar lá fora e apostar no luxo":
"Encomendado pela associação dos industriais desta fileira (APICCAPS) à consultora internacional, que trabalha regularmente com os principais grupos económicos do setor como a Kering ou a LVMH, o estudo considera que Portugal é uma forte alternativa a Itália, que é líder mundial incontestável no calçado de luxo, apesar de representar apenas 1% do mercado global."
Recordar "Não é impunemente", aquilo que se aprende a trabalhar "regularmente com os principais grupos económicos do setor" muito provavelmente não funciona num universo de PMEs que terão primeiro de trabalhar o private label do luxo. E claro, eu só sou um anónimo engenheiro de província, um Zé-Ninguém, porque na minha mente ao contrário de:
"Do lado da diminuição dos custos de produção, a consultora recomenda o aumento de escala, com a integração de vários players, o aumento da produtividade e a otimização do custo da mão-de-obra, subcontratando fora. [Moi ici: Será que a APICCAPS ainda está de olho no Bielorússia?] Além disso, é preciso diminuir os custos das matérias-primas, através da inovação do produto."

Penso:

  • se o negócio é luxo a prioridade não pode ser o custo;
  • se o negócio é luxo vejo mais futuro em pequenas unidades, quase artesanais, como em:
"Wittmer makes about four pairs of shoes per month at her three-person workshop, called Saskia, starting at about 3,000 euros ($3,540) per pair, including 500 euros for the last, which always stays at the cobbler." 

  • a empresa média italiana é mais pequena que a empresa média portuguesa.
Continuo a sentir que algo não bate certo.

O que será mais fácil, conquistar clientes do segmento luxo entre marcas estabelecidas ou entre marcas que estão a começar? E quanto maior uma empresa mais as marcas que estão a começar são uma nuisance.

quinta-feira, junho 06, 2024

Curiosidade do dia

Quem segue este blogue sabe que costumo usar a metáfora:

"Alguém diz ao filho com 5 anos?

- A actuação do vosso ano na Festa de Natal do jardim-escola foi uma valente porcaria!"

Por mais horrível que seja, com um sorriso franco ou amarelo, os pais afirmam o contrário.

Ainda há dias registei aqui alguém que apesar dos maus frutos defendia que a árvore era boa. Pobre Mateus

No JdN de hoje em "Marcelo Rebelo de Sousa e o salto estrutural da economia portuguesa" encontro alguém que diz ao filho com 5 anos:

"Em menos de 15 anos, o tecido empresarial português mudou e criou *estruturalmente uma nova economia, sobretudo com os passos dados na internacionalização, na diversificação interna e externa, na digitalização, transição energética e sustentabilidade, inovação, investigação", 

...

"As empresas contaram com o apoio de fundos europeus e dos poderes públicos, mas o facto é que souberam reagir, reconstituir-see repensar-se, e, com isso, deram um salto estrutural", reforçou Marcelo Rebelo de Sousa.

...

sobretudo, a abertura para a realidade que é a mudança constante e cuja resposta passa pela investigação e a inovação permitindo a competitividade""

Um salto estrutural:

  • país que vai-se tornando a Sildávia do Ocidente 
  • país que vai encostando o SMN ao salário médio
  • país que importa paletes de mão de obra barata e exporta gente qualificada
  • país que vê a sua produtividade baixar relativamente à média europeia
  • país que vai-se especializando naquele quadrante da baixa produtividade mas competitivo.




Preços e golos (parte I)

Ontem li "Luxo "desaperta" calçado português, esmagado entre custos de produção e preços na exportação" de onde sublinho:

"Na última década, em que o custo da mão-de-obra cresceu acima da produtividade e do preço médio de exportação do calçado nacional, triplicou para 38,9 euros a diferença de valor face ao maior concorrente neste segmento do luxo: subiu 88% em Itália (para 66,6 euros) e apenas 19% em Portugal (para 27,7 euros)."

Já em 2013 o mote era "Calçado português quer morder preço italiano" (Recordar "Os lisboetas descobriram a indústria de calçado".

No artigo inicialmente referido, no ECO, encontro este gráfico:


E interrogo-me: Quanto desta evolução é explicada pelo aumento de preços e quanto é explicado pela alteração do perfil da produção? Em 2013 o couro representava cerca de 60% da produção de calçado, em Itália e julgo que cerca de 80% em Portugal. Em 2023 os números terão andado nos 45% e 69,5%. Ou seja, a diferença entre o preço do calçado de couro italiano e português é ainda maior do que parece. Recordo de 2013:

O artigo do ECO tem mais que se lhe diga. Amanhã escrevo sobre: 

  • "para reduzir os custos de produção, ... sugere às empresas ganhar escala com a integração de vários players"
  • "“os produtores portugueses com mentalidade e know-how conseguirão entrar no mercado de luxo, oferecendo preços mais competitivos” do que o maior concorrente."
Entretanto, considerar estes números:
  • Cerca de 4000 empresas italianas produzem anualmente 162 milhões de pares de sapatos
  • Cerca de 1300 empresas portugesas produzem anualmente 84 milhões de pares de sapatos
Acham mesmo que subir na escala de valor passa por empresas maiores? 
  • Cerca de 4000 empresas italianas empregam cerca de 70 mil trabalhadores.
  • Cerca de 1300 empresas portugesas empregam cerca de 30 mil trabalhadores.
Acham mesmo que subir na escala de valor passa por empresas maiores? 

quarta-feira, junho 05, 2024

Curiosidade do dia


Recordar "Socialismo com esteróides" e "The Rise of the Predator State (parte III)" com:

"In a world where the winners are all connected, it is not only the prey (who by and large carry little political weight) who lose out. It is everyone who has not licked the appropriate boots. Predatory regimes are, more or less exactly, like protection rackets: powerful and feared but neither loved nor respected. They cannot reward everyone, and therefore they do not enjoy a broad political base. In addition, they are intrinsically unstable, something that does not trouble the predators but makes life for ordinary business enterprise exceptionally trying.

...

predators suck the capacity from government and deplete it of the ability to govern. In the short run, again, this looks like simple incompetence, but this is an illusion. Predators do not mind being thought incompetent: the accusation helps to obscure their actual agenda."

"Falhas de mercado" dizem eles...


O foco deve ser no cliente e não no produto.

Mais um artigo sobre um tema que me interessa "This Device Zaps the Spinal Cord to Give Paralyzed People Use of Their Hands Again".

Recordo:

Imaginem a quantidade de empresas que vão ficar sem o seu ganha-pão porque alguém arranjou uma melhor solução. Claro que em Portugal o contribuinte tem outra função, apoiar incumbentes preguiçosos.

Não me canso de ver empresas tão concentradas no que fazem que passam ao lado das evoluções tecnológicas que vão tornar os seus produtos obsoletos, quando seriam as mais adequadas para tirar o máximo partido dessas inovações porque conhecem melhor do que ninguém, ou deviam conhecer melhor do que ninguém, os utilizadores. As tecnologias emergentes, como exoesqueletos, drones controlados pelo pensamento, e aplicações para pessoas com necessidades especiais, têm o potencial de transformar a vida dos utilizadores de cadeiras de rodas. Empresas estabelecidas no sector têm a vantagem do conhecimento profundo sobre os seus clientes, o que lhes deveria permitir integrar essas novas tecnologias de maneira mais eficaz e personalizada.

O foco deve ser no cliente e não no produto. Recordei a parábola do homem que vai lavrar um terreno e encontra um tesouro (Mt 13:44-46) ...

O foco deve ser no outcome e não no output.





terça-feira, junho 04, 2024

Curiosidade do dia

"In ageing democracies, it is possible for parties to win with a near-exclusive focus on people in the final third of their lives. But there are policy reasons why they shouldn't. Doing so distorts how political parties think. In the end, no one is happy: the old and the young get poor services, while everyone else feels neglected.

One reason for this is that, inevitably, we cost the state the most at the beginning of our lives and then again as we get closer to the end. Parties that compete solely for the older vote will have many more opinions about how the state should spend its money than how the economy as a whole should operate.

There are important debates to have about state spending, including the role of private providers in healthcare and the use of machine learning and other forms of innovation in schools and hospitals. But too often, these become about cheap tricks to promise the old more for less money, rather than the result of deep engagement with the policies in question.

...

What makes a party successful in policy terms instead of just electoral ones is an ability to go beyond spending promises for targeted voters in order to create the type of voters it wants."

Se fosse só por lá...

Trechos retirados de "UK politics must stop fixating on the grey vote"

Desta vez é diferente!

Inundar um país com mão de obra barata ao mesmo tempo que se deseja aumentar a produtividade agregada do país é uma estratégia contraditória e problemática por várias razões. 

  • Mão de obra barata geralmente implica uma força de trabalho com baixos níveis de qualificação e educação, o que tende a resultar em baixa produtividade individual.
  • Aumentar a produtividade agregada requer investimentos em qualificação, tecnologia, inovação e eficiência, algo que a mão de obra barata não necessariamente favorece.
  • Empresas que dependem de mão de obra barata têm menos incentivos para investir em tecnologia e automação, pois os custos de trabalho são baixos. Recordar os gregos, a máquina a vapor e os escravos.
  • Produtividade agregada aumenta significativamente com a incorporação de tecnologias avançadas e inovação, o que é menos provável num ambiente com forte dependência do trabalho barato.
  • Mão de obra barata implica baixos salários, o que pode restringir o poder de compra da população.
  • Economias com alta produtividade geralmente têm uma força de trabalho bem remunerada que pode gastar mais, alimentando a procura interna e incentivando o crescimento económico.
  • Países que se concentram em mão de obra barata podem sofrer com a fuga de talentos, onde profissionais qualificados procuram melhores oportunidades noutros países.
  • Aumentar a produtividade exige reter e atrair talentos qualificados, o que é dificultado se os salários e as condições de trabalho forem baixos.
Ali ao lado na coluna das citações está esta frase:
"nature evolves away from constraints, not toward goals"
Se não existem constrangimentos, não há evolução, há mais do mesmo. 

Sempre me fascinou ver como uma multidão de humanos numa rua ou túnel se comporta como um fluido ao longo de um canal com obstáculos. Se os organismos não evoluem com um propósito ou objectivo final em mente; mas em vez disso, adaptam-se para superar restrições, levando às diversas formas de vida que vemos hoje, também a nossa economia evolui da mesma forma. Perante restrições é mais fácil fazer o que é mais fácil.

segunda-feira, junho 03, 2024

Curiosidade do dia

 


Por que têm os contribuintes de sustentar quem não consegue cativar clientes?

Por que têm os contribuintes de sustentar quem, como a Mariana, não sabe o que são os custos do futuro?

Imagino há cento e tal anos em Portugal:

"Financiamento público pode ser a chave para salvar a produção de carroças e charretes, com o surgimento dos automóveis"

Surpresa!

Ontem à noite na TVI ouvi uma parte do programa "Global" de Paulo Portas. Fiquei genuinamente surpreendido com o seu posicionamento contra medidas proteccionistas.

Este blogue quando foi iniciado em 2004 era para funcionar como um auxiliar de memória. Recordemos 2010 e 2011 e Nuno Melo, fiel colaborador de Paulo Portas, um grande defensor de medidas proteccionistas:

domingo, junho 02, 2024

Curiosidade do dia

 Ao ler o título "Não há quem faça pior que Ventura: dois terços dão-lhe cartão vermelho" lembrei-me de uma votação ganha por Justin Bieber e de "Assim, talvez ter inimigos entre os clientes ou ex-clientes seja bom sinal"

Sem palavras ...

Lê-se:

"Calçado ensaia nova estratégia para chegar a novos mercados

A indústria portuguesa de calçado vai refinar a estratégia para conquistar novos mercados. As conclusões de dois estudos serão apresentados já a 5 de junho, no Museu Soares dos Reis, no Porto.

A começar, a EY Parthenon sugere, no estudo de mercado "Setor de Calçado de Luxo" que redução de custos ou evoluir para novos segmentos de mercado são duas vias possíveis para que Portugal se possa posicionar como um player relevante no setor de calçado de luxo. Já a Universidade Católica do Porto através do seu Centro de Estudos, no âmbito do Plano Estratégico Cluster do Calçado 2030 alerta que "o esforço de promoção internacional, seja ao nível da indústria, seja ao nível individual, carece de foco geográfico"."

Depois de tantos anos a martelar outras teclas que não essa fica-se sem palavras ... 

O evento é anunciado assim:


Espero que entretanto a APICCAPS tenha tido a tal conversa franca com os seus associados.

Às vezes é preciso despedir trabalhadores para criar uma oportunidade de salvação para uma empresa. Duro, difícil, mas é importante que se seja frontal e o mais transparente possível.

Nos últimos dois anos tenho escrito aqui várias vezes em torno de "o sector do calçado vai encolher", menos empresas, empresas mais pequenas. Ou seja, às vezes é preciso "despedir" associados para criar uma oportunidade de salvação para um sector. Será bom que seja feito frontalmente porque também é feito com o dinheiro desses associados.



sábado, junho 01, 2024

Curiosidade do dia

Depois de na passada terça-feira ter escrito:

"It's so weird. Seriously, so weird."

Agora sou presenteado com mais um serviço prestado à AHRESP, desta vez no Dinheiro Vivo, "Ana Jacinto "Empresas estão asfixiadas e endividamento não é solução. Temos de voltar ao fundo perdido"".

É impressionante como neste país, nesta sociedade, consegue-se fazer este tipo de discurso sem qualquer racionalidade económica e sem ninguém se indignar.

Encaixa bem com o postal de hoje "Olha, apoio uma causa irritante".


Como disse Daniel Bessa e cito em "Lives of quiet desperation":

"... faltou sempre o dinheiro que o "Portugal profundo" preferiu gastar na "ajuda" a "empresas em situação económica difícil"...



Olha, apoio uma causa irritante

Sem a dependência de fundos europeus, as empresa portuguesas poderiam ser incentivadas a desenvolver modelos económicos mais sustentáveis e autossuficientes.

Sem fundos europeus as empresas zombie morreriam mais depressa. A falência de empresas zombie pode ser vista como uma "limpeza" do mercado, removendo negócios ineficientes que consomem recursos valiosos (como crédito e talentos) que poderiam ser melhor utilizados em empresas mais dinâmicas e inovadoras. Isso pode criar um ambiente mais saudável e propício ao crescimento económico sustentável.

Recordar que as empresas zombie distorcem o mercado ao manter preços artificialmente baixos e ao ocupar espaço que poderia ser utilizado por empresas mais eficientes. Sem a dependência de fundos europeus, essas distorções podem ser corrigidas, permitindo que o mercado funcione de maneira mais justa e transparente.

Contudo, ainda não estamos preparados como sociedade para esta conversa.

Nota: Conheço empresas que usam fundos europeus com a melhor das intenções e com os melhores resultados. Não para baixar custos, mas para subir na escala de valor, mas para valorizar uma vantagem competitiva. Julgo que são uma minoria.