Em "awesome people with awesome interests" escrevi:
"Quando era miúdo, tinha para aí uns 10 ou 11 anos, ouvia a minha mãe falar ao telefone com os meus avós que viviam em Angola, a aconselhá-los a regressar à metrópole porque as coisas em África iam dar para o torto. Os meus avós não acreditavam nesse cenário até que, no meio de uma guerra civil em Luanda, tiveram de regressar com uma mão à frente e outra atrás.
A lição que retirei desses acontecimentos traumáticos foi a de que, muitas vezes, o estar próximo das coisas retira-nos alguma capacidade de reflexão e de apreensão da realidade. O estar próximo prende-nos demasiado aos modelos mentais a que estamos habituados e dificulta-nos o partir dessas grilhetas. Como era possível alguém a milhares de quilómetros ter percebido o que quem estava lá não percebeu? Muitas vezes perdemos-nos nos detalhes dando demasiada atenção a coisas menos relevantes e perdemos a capacidade de processar o que corre em fundo."
Agora em "Decisive - How to Make Better Choices in Life and Work" de Chip and Dan Heath encontro:
"Yet with one question-"What would our successors do?" Grove managed to add some distance to the decision. By imagining what a clear-eyed replacement CEO would do, Grove sidestepped short-term emotion and saw the bigger picture. He knew, in an instant, that they should abandon memories in order to focus on the thriving microprocessor business.
It's odd that such a simple question would have such a huge effect.
Why does "distance" help so much? A relatively new area of research in psychology, called construal-level theory, shows that with more distance we can see more clearly the most important dimensions of the issue we're facing."