"The bad news is that, despite the availability of such tools, very few organizations are using them. The problem then, it seems, is not that we lack the means to spot incompetence, but that we more often choose to be seduced by it. This means we have only ourselves to blame for our self-destructive leadership choices. Perhaps it is time to stop paying lip service to humility and integrity, until we practice what we preach and pick leaders on the basis of these traits. Instead of promoting people on the basis of their charisma, overconfidence, and narcissism, we must put in charge people with actual competence, humility, and integrity. The issue is not that these traits are difficult to measure, but that we appear to not want them as much as we say."
Um chefe competente é um chefe exigente, é um chefe que nos apresenta a realidade, não estórias de embalar. Um chefe competente não promete facilidades, elas serão uma consequência indirecta do sucesso do esforço.
Depois, recordei este trecho bíblico, Lucas VI, 43-44:
"Não existe árvore boa produzindo mau fruto; nem inversamente, uma árvore má produzindo bom fruto. Pois cada árvore é conhecida pelos seus próprios frutos. Não é possível colher-se figos de espinheiros, nem tampouco, uvas de ervas daninhas"
Voltemos às chefias, em vez de humildade e procura...
"It also reminded me of something I’ve noticed in my work helping organizations transform themselves. Some are willing to take a hard look at themselves and make tough changes, while others are addicted to happy talk and try to wish problems away. Make no mistake. You can’t tackle the future without looking with clear eyes at how the present came into being." [Moi ici: Joaquim Aguiar diz isto tantas vezes. Enquanto não reconhecermos os nossos erros, não estamos preparados para os ultrapassar] (1)
Vejo tanta desta resistência nas empresas ... sobretudo quando se procura desenvolver uma acção correctiva, uma acção para eliminar a(s) causa(s) raiz por trás de um problema considerado relevante. Em vez de humildade e procura... defesa, medo, desculpas.
Por fim, ontem:
"É bom que haja luz no fim do túnel, mas a questão é o que essa luz ilumina.
Quando se chegar ao fim do túnel, o que haverá para ver é um nível de dívida que só é sustentável enquanto o Banco Central Europeu e a sua política monetária permitirem, uma incapacidade de acumulação de capital que só poderá ser compensada com a atracção de capital externo, uma demografia sem vitalidade que só poderá ser compensada com imigração em grande escala, e taxas de crescimento da economia que há duas décadas são insuficientes para sustentar os discursos políticos da justiça social.
A democracia não resolve a questão que a luz no fim do túnel lumina. A democracia é um processo que oferece aos eleitores o poder de atribuir legitimidade aos que se candidatam a exercer o poder político, mas não garante que sejam escolhidos os que são mais capazes para o exercer. A democracia é eficaz a seleccionar e a afastar, mas não inventa qualidade onde ela não existir. Quando se chegar à luz que está no fim do túnel, terá de se reflectir sobre o modo como é exercido o poder que a democracia legitima. Ou se quer continuar num regime político distributivo, em que se faz circular recursos internos de uns grupos sociais para outros
...
Ou se reconhece que é necessário assumir a exigência do regime político competitivo para colocar no crescimento económico e na comparação com o exterior os primeiros critérios da escolha democrática e as prioridades da estratégia política."
Quando eu era miúdo fazia uns ditados na escola primária baseados em contos populares com uma moral no fim. Julgo que vivo numa desses contos em que concluo que gostamos, como povo, que nos enganem, que nos contem estórias de embalar. Nesses contos o Diabo, na bifurcação aparecia sempre a apresentar o caminho que leva ao Inferno, o mais bonito e agradável.
Trechos da autoria de Joaquim Aguiar e publicados no JdN de 4 de Maio de 2021 sob o título "Crise, democracia, regime"